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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

| CANELA GERACAO SOLAR ENERGIA LTDA |

LAGOA DO BARRO DO PIAUÍ/PI


2023
COORDENAÇÃO DE EQUIPE

ALINNE FERNANDES
MsC. Eng. Sanitária
CREA - 210.980.229-4

EQUIPE

GABRIEL CARVALHO HANNA CÂMARA


Grd. Eng. Ambiental Grd. Eng. Civil
CREA – 212.193.852-4 CREA – 211.917.691-4

STEPHANIE GOMES FRANKLYN TEIXEIRA


Grd. Eng. Florestal Biólogo – Esp. Em Zoologia
CREA nº 2119551987RN CRBIO- 114.831/05-D

CAROLINA LISBOA CAMILA NUNES


Bióloga -Dra. em Ecologia Grd. Eng. Petróleo
CRBIO – 59.257/06-D

MARCELLUS MIRANDA CARLA VARELA


MsC. Geografia MsC. Arquitetura e Urbanismo
CREA – 212.190.002-0 CAU - A75659-8

ROCHELLE LINS DEYCSON BRENO M. SILVA


Téc. Em Química Téc. Em Edificações
Grnd. C&T/Engenharia de Produção CRT/RN – 016.606.574-90

DENNER AUGUSTO MANOELA CÂMARA


Grd. Arquitetura e Urbanismo Grnd. Arquitetura e Urbanismo

INGRID NOGUEIRA MARINA AGUIAR


Grnd. Arquitetura e Urbanismo Grnd. Em Biologia

BETY ÁLVARES
Grd. Em Turismo
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 14
2 IDENTIFICAÇÕES ..................................................................................................................................................... 16
2.1 EMPREENDEDOR .........................................................................................................................................................16
2.2 EMPREENDIMENTO ......................................................................................................................................................16
2.3 EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA ..................................................................................................17
2.4 DADOS DA EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR ...................................................................................................................17
3 LOCALIZAÇÃO, OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18
3.1 LOCALIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DA ÁREA .............................................................................................................................18
3.2 ACESSOS ...................................................................................................................................................................22
3.3 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ..........................................................................................................................................25
4 DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 26
4.1 DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROJETO ....................................................................................................................................26
4.2 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ...........................................................................................................................................26
5 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E LEGISLAÇÃO PERTINENTE ...................................................................................... 35
5.1 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS CONSTRUTIVAS E DE LOCALIZAÇÃO ...........................................................................................35
5.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE ...............................................................................................................................................38
5.3 PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS ...................................................................................................................................40
6 ÁREAS DE INFLUÊNCIA ............................................................................................................................................ 40
6.1 ÁREA DE ESTUDO REGIONAL – AER .................................................................................................................................41
6.2 ÁREA DE ESTUDO LOCAL – AEL .......................................................................................................................................41
7 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ..................................................................................................................................... 44
7.1 MEIO FÍSICO ..............................................................................................................................................................44
7.2 MEIO BIÓTICO ..........................................................................................................................................................121
7.3 MEIO SOCIOECONÔMICO ............................................................................................................................................201
8 ANÁLISE INTEGRADA ............................................................................................................................................ 275
9 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................. 279
9.1 METODOLOGIA .........................................................................................................................................................280
9.2 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ....................................................................................................................283
9.3 MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS ...............................................................................................................................286
9.4 DESCRIÇÃO INDIVIDUAL DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..........................................................................................................289
9.5 ESTATÍSTICA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................................................................312
9.6 IMPACTOS CUMULATIVOS ............................................................................................................................................317
10 MEDIDAS MITIGADORAS ...................................................................................................................................... 322
11 PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................. 326
11.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .....................................................................................................327
11.2 PROGRAMA DE CONTROLE E GERENCIAMENTO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS E OLEOSOS .................................................................328
11.3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS ...............................................................................328
11.4 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE EMISSÃO DE MATERIAL PARTICULADO ...........................................................329
11.5 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS ..................................................................................................330
11.6 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS ...............................................................................330
11.7 PLANO DE DESATIVAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ..............................................................................................................331
11.8 PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL E FACILITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS ....................................................................332
11.9 PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO DE FAUNA ...................................................................................................................333
11.10 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .......................................................................................................334
11.11 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ...........................................................................................................................335
11.12 PROGRAMA DE SAÚDE E PROTEÇÃO DO TRABALHADOR .......................................................................................................336
11.13 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, CONTRATAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA ..............................................................337
11.14 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...........................................................................................................................338
11.15 PROGRAMA DE SINALIZAÇÃO DE ESTRADAS, ACESSOS E ESTRUTURAS ......................................................................................339
11.16 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL ..............................................................................................................................340
11.17 PLANO DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS ............................................................................................................................341
12 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................................................ 342
12.1 CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ..........................................................................................................343
12.2 SUGESTÃO DE APLICAÇÃO DO RECURSO ...........................................................................................................................346
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 347
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Irradiação global horizontal (Atlas, 2014). .................................................................................................................14


Figura 2. Imagem representativa da localização da área de interesse. .....................................................................................18
Figura 3. Planta de localização georreferenciada ......................................................................................................................20
Figura 4. Planta de localização georreferenciada ......................................................................................................................21
Figura 5. Pórtico da entrada da cidade. ....................................................................................................................................22
Figura 6. Estrada de acesso não pavimentada ..........................................................................................................................22
Figura 7. Localização do empreendimento em relação aos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova...........22
Figura 8. Planta de rotas estaduais. ..........................................................................................................................................23
Figura 9. Planta de rotas. ..........................................................................................................................................................24
Figura 10. Implantação do empreendimento. ..........................................................................................................................27
Figura 11. Implantação do empreendimento. ..........................................................................................................................28
Figura 12. Prancha de implantação ...........................................................................................................................................29
Figura 13. Módulo fotovoltaico a ser implantado. ....................................................................................................................30
Figura 14. Irradiação global horizontal na área de estudo (ISI-ER, 2022)..................................................................................35
Figura 15. Localização da AER e ARL .........................................................................................................................................42
Figura 16. Localização da ADA, AID e AII do empreendimento .................................................................................................42
Figura 17. Mapa de áreas de influência. ...................................................................................................................................43
Figura 18. Análise morfológica de perfis na AEL do empreendimento .....................................................................................46
Figura 19. Utilização de drones .................................................................................................................................................46
Figura 20. Delimitação dos regimes pluviométricos (MEDEIROS, 2007) ...................................................................................49
Figura 21. Comportamento anual da precipitação no estado (EMBRAPA, 2004) .....................................................................49
Figura 22. Comportamento anual da temp. máxima ................................................................................................................49
Figura 23. Comportamento anual da temperatura média ........................................................................................................49
Figura 24. Comportamento anual da temperatura mínima ......................................................................................................49
Figura 25. Classificação climática proposta por KÖPPEN para o Piauí (Alvares et al. 2014)......................................................50
Figura 26. Unidades geotectônicas da Província Parnaíba ........................................................................................................56
Figura 27. Evolução Tectônica da Província Sedimentar do Parnaíba. Fonte: Silva et al. (2003) ..............................................56
Figura 28. Compartimentação tectônica da Província Borborema ...........................................................................................58
Figura 29. Mapa geológico simplificado da faixa Riacho do Pontal ..........................................................................................59
Figura 30. Seção lito-estrutural da Faixa Riacho do Pontal .......................................................................................................59
Figura 31. Unidades geológicas presentes na área do empreendiemento ...............................................................................61
Figura 32. Unidades geológicas das áreas de influência do empreendimento .........................................................................62
Figura 33. Área de ocorrência dos depósitos colúvio-eluviais na AII ........................................................................................64
Figura 34. Granulometria areia fina do depósito presente na AII .............................................................................................64
Figura 35. Coloração creme do depósito na AID .......................................................................................................................64
Figura 36. Depósitos colúvio-eluviais recobertos por vegetação em relevo suave-ondulado na ADA......................................64
Figura 37. Depósito avermelhado e cascalhento na AII ............................................................................................................64
Figura 38. Vista parcial da área de ocorrência na AII ................................................................................................................64
Figura 39. Afloramento de micaxisto na AII ..............................................................................................................................66
Figura 40. Afloramento de micaxisto (veios de quartzo) ..........................................................................................................66
Figura 41. Feição erosiva que exumou a litologia na AII do empreendimento .........................................................................66
Figura 42. Pacote pedológico resultante do intemperismo da formação Barra Bonita, com veios de quartzo. .......................66
Figura 43. Vista parcial do afloramento de Mármore na AII .....................................................................................................66
Figura 44. Mármore laminado com dobras abertas na AII do empreendimento ......................................................................66
Figura 45. Afloramento de mármore fortemente laminado .....................................................................................................67
Figura 46. Área de afloramento dos Mármores na AII ..............................................................................................................67
Figura 47. Processos minerários ativos na ANM .......................................................................................................................69
Figura 48. Processos minerários ativos na AID do empreendimento ........................................................................................70
Figura 49. Proposta de compartimentação geomorfológica do estado do Piauí (Lima, 2006) .................................................74
Figura 50. Compartimentação geomorfológica do estado do Piauí (Dantas e Ferreira, 2010) .................................................74
Figura 51. Unidades geomorfológicas da região do empreendimento .....................................................................................75
Figura 52. Modelo Digital de Superfície do Complexo Solar Canela .........................................................................................75
Figura 53. Declividade das áreas de influência do empreendimento .......................................................................................76
Figura 54. Planta Planialtimétrica das áreas de influência do empreendimento ......................................................................76
Figura 55. Mapa das unidades geomorfológicas da região de inserção do empreendimento ..................................................77
Figura 56. Mapa planialtimétrico da região de inserção do empreendimento .........................................................................78
Figura 57. Visada da unidade dos tabuleiros na AID .................................................................................................................79
Figura 58. Visada da unidade dos tabuleiros na AID .................................................................................................................79
Figura 59. Visada da unidade dos tabuleiros na ADA ................................................................................................................79
Figura 60. Visada da unidade dos tabuleiros na ADA ................................................................................................................79
Figura 61. Vista parcial da unidade dos tabuleiros na ADA .......................................................................................................80
Figura 62. Vista parcial da unidade dos tabuleiros na AII..........................................................................................................80
Figura 63. Vista parcial da unidade das superfícies aplainadas degradadas .............................................................................81
Figura 64. Vista parcial da unidade das superfícies aplainadas degradadas .............................................................................81
Figura 65. Aspecto dissecado do relevo no domínio das superfícies aplainadas degradadas ...................................................81
Figura 66. Aspecto colinoso do relevo no domínio das superfícies aplainadas degradadas .....................................................81
Figura 67. Feição erosiva presenta na AII ..................................................................................................................................82
Figura 68. Feição erosiva (ravina) na AII....................................................................................................................................82
Figura 69. Feição erosiva linear na AII .......................................................................................................................................82
Figura 70. Vertente erosiva presente na AII ..............................................................................................................................82
Figura 71. Feição colinosa na AII ...............................................................................................................................................83
Figura 72. Estrutura em morros próxima a AII ..........................................................................................................................83
Figura 73. Relevo dissecado por drenagem na AII ....................................................................................................................83
Figura 74. Feição colinosa na AII ...............................................................................................................................................83
Figura 75. Feição erosiva (ravina) na AII....................................................................................................................................83
Figura 76. Feição erosiva (sulcos erosivos) ...............................................................................................................................83
Figura 77. Colina com feição erosiva .........................................................................................................................................84
Figura 78. Vertente erosiva .......................................................................................................................................................84
Figura 79. Perfis topográficos E-W das áreas de influência do empreendimento. ...................................................................84
Figura 80. Perfil topográfico N-S na área do empreendimento ................................................................................................85
Figura 81. Potencial espeleológico da área do empreendimento .............................................................................................86
Figura 82. Mapa do Potencial espeleológico, considerando a AER e AEL do empreendimento ...............................................88
Figura 83. Classes pedológicas identificadas na região do empreendimento ...........................................................................92
Figura 84. Mapa das Classes de Solos identificadas no empreendimento ................................................................................93
Figura 85. Perfil de Latossolo Amarelo ......................................................................................................................................94
Figura 86. Vista parcial da área de ocorrência ..........................................................................................................................94
Figura 87. Área da ocorrência do Neossolo Quartzarênico .......................................................................................................95
Figura 88. Textura arenosa e estrutura em grão simples ..........................................................................................................95
Figura 89. Perfil de Neossolo Quartzarênico .............................................................................................................................95
Figura 90. Vista parcial da área de ocorrência ..........................................................................................................................95
Figura 91. Perfil de Luvissolo Crômico produzido em feição erosiva ........................................................................................96
Figura 92. Perfil de Luvissolo Crômico ......................................................................................................................................96
Figura 93. Vista parcial da área de ocorrência ..........................................................................................................................96
Figura 94. Pedregosidade superficial presente no Luvissolo Crômico ......................................................................................96
Figura 95. Bacias Hidrográficas do PI (SEMAR, 2010). ...............................................................................................................97
Figura 96. Microbacias ..............................................................................................................................................................97
Figura 97. Recursos hídricos próximos (ANA). ..........................................................................................................................98
Figura 98. Drenagens e MDE (ANA; ALOS-PALSAR, 2011). ........................................................................................................98
Figura 99. Mapa das drenagens traçadas pelo modelo de acumulação de fluxos. ...................................................................99
Figura 100. Planta de Recursos Hidricos .................................................................................................................................100
Figura 101. Açude presente na ADA........................................................................................................................................101
Figura 102. Açude presente na ADA........................................................................................................................................101
Figura 103. Açude presente na AID. ........................................................................................................................................101
Figura 104. Açude presente na AII. .........................................................................................................................................101
Figura 105. Canal de drenagem no interior da ADA. ...............................................................................................................101
Figura 106. Riacho Bom Jardim cortando a AID. .....................................................................................................................101
Figura 107. Riacho Bom Jardim na AID. ..................................................................................................................................102
Figura 108. Riacho Bom Jardim na AII. ....................................................................................................................................102
Figura 109. Mapa de recursos hídricos. ..................................................................................................................................102
Figura 110. Mapa de áreas de preservação permanente. .......................................................................................................103
Figura 111. Mapa de recursos hídricos da ADA e AID com registros in loco. ..........................................................................104
Figura 112. Açude com esgoto. ...............................................................................................................................................105
Figura 113. Açude eutrofizado. ...............................................................................................................................................105
Figura 114. Resíduos sobre drenagem. ...................................................................................................................................105
Figura 115. Mapa das fontes poluidoras identificadas............................................................................................................105
Figura 116. Mapa da de microbacias da AEL. ..........................................................................................................................106
Figura 117. Geologia de Lagoa do Barro do Piauí (CPRM, 2004). ............................................................................................107
Figura 118. Geologia de Queimada Nova (CPRM, 2004). ........................................................................................................107
Figura 119. Hidrogeologia da área de estudo (ANA, 2013). ....................................................................................................108
Figura 120. Estratigrafia hidrogeológica da região de estudo (CPRM, 2011). .........................................................................108
Figura 121. Uso da água subterrânea nas áreas de influência (SIAGAS). ................................................................................109
Figura 122. Dessedentação animal na AII. ..............................................................................................................................110
Figura 123. Tomada d’água para dessedentaçaõ animal na AII. .............................................................................................110
Figura 124. Dessedentação animal na AID. .............................................................................................................................110
Figura 125. Caminhão-pipa na AII. ..........................................................................................................................................110
Figura 126. Pontos de medição dos ruídos ............................................................................................................................114
Figura 127. Espacialização dos biomas nacionais e o empreendimento em análise ...............................................................121
Figura 128. Espacialização dos biomas nacionais e o Complexo Solar Canela ........................................................................122
Figura 129. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 130. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 131. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 132. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 133. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 134. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 135. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 136. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 137. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 138. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 139. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 140. Formação vegetal encontrada na área de influência do empreendimento. ........................................................126
Figura 141. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 142. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 143. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 144. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 145. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 146. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 147. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 148. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 149. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 150. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 151. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 152. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA do empreendimento......................................................127
Figura 153. Uso e cobertura do solo das áreas de influência (MapBiomas, 2021)..................................................................128
Figura 154. Formação savânica na ADA. .................................................................................................................................129
Figura 155. Mosaico de agricultura e pastagem na ADA. ........................................................................................................129
Figura 156. Campo de pastagem na ADA. ...............................................................................................................................129
Figura 157. Formação campestre na AID. ...............................................................................................................................129
Figura 158. Uso e cobertura do solo da ADA e AID. ................................................................................................................130
Figura 159. Mapa de uso e cobertura do solo da ADA e áreas de influência. .........................................................................131
Figura 160. Pontos de amostragem realizados na área de influência e área diretamente afeada para identificação de espécies
vegetais. ..................................................................................................................................................................................133
Figura 161. Feijão-bravo (Cynophalla flexuosa). .....................................................................................................................136
Figura 162. Arapiraca (Chloroleucon dumosum). ....................................................................................................................136
Figura 163. Marmeleiro (Croton blanchetianus). ....................................................................................................................136
Figura 164. Jurema-de-embira (Mimosa ophthalmocentra). ..................................................................................................136
Figura 165. Maniçoba (Manihot carthagenensis). ..................................................................................................................136
Figura 166. Algaroba (Prosopis juliflora). ................................................................................................................................136
Figura 167. Angico (Anadenanthera colubrina).......................................................................................................................136
Figura 168. Facheiro (Pilosocereus pachycladus). ...................................................................................................................136
Figura 169. Imburana (Commiphora leptophloeos).................................................................................................................136
Figura 170. Umbuzeiro (Spondias tuberosa). ..........................................................................................................................136
Figura 171. Juazeiro (Sarcomphalus joazeiro). ........................................................................................................................136
Figura 172. Jurema-preta (Mimosa tenuiflora). ......................................................................................................................136
Figura 173. Macambria (Bromelia laciniosa). ..........................................................................................................................137
Figura 174. Melão-caetano (Momordica charantia). ..............................................................................................................137
Figura 175. Pinhão-bravo (Jatropha mollissima). ....................................................................................................................137
Figura 176. Quixabeira (Sideroxylon obtusifolium). ................................................................................................................137
Figura 177. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 178. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 179. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 180. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 181. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 182. Áreas agrícolas e antropizadas .............................................................................................................................138
Figura 183. Nim (Azadirachta indica). .....................................................................................................................................139
Figura 184. Mangueira (Mangifera indica)..............................................................................................................................139
Figura 185. Algaroba (Prosopis juliflora). ................................................................................................................................139
Figura 186. Algodão-de-seda (Calotropis procera). .................................................................................................................139
Figura 187. Bromelia laciniosa ................................................................................................................................................141
Figura 188. Bromelia laciniosa ................................................................................................................................................141
Figura 189. Localização das parcelas amostrais ......................................................................................................................142
Figura 190. Localização das parcelas amostrais na área do empreendimento .......................................................................143
Figura 191. Situações comuns encontradas no campo para medição do DAP. .......................................................................144
Figura 192. Visualização das Área de Preservação Permanente – APP mais próximas da área a ser implantado o
empreendimento. ...................................................................................................................................................................157
Figura 193. Localização da reserva legal. ................................................................................................................................158
Figura 194. Unidades de Conservação (UC’s) mais próximas das áreas de influência do empreendimento. .........................161
Figura 195. Áreas prioritárias para a conservação da Biodiversidade na Caatinga. ................................................................162
Figura 196. Prancha das áreas prioritárias para a conservação da Biodiversidade da Caatinga .............................................163
Figura 197.Instalação da câmera. ...........................................................................................................................................167
Figura 198. Câmera posicionada. ............................................................................................................................................167
Figura 199. Localização das Câmeras Trap ..............................................................................................................................167
Figura 200. Localização das Câmeras instaladas .....................................................................................................................168
Figura 201. Ponto de escuta. ...................................................................................................................................................170
Figura 202. Ponto de avistamento. .........................................................................................................................................170
Figura 203. Busca auditiva para diagnóstico de anfíbios. .......................................................................................................171
Figura 204. Busca ativa por caminhamento. ...........................................................................................................................171
Figura 205. Pegada de guaxinim (Procyon cancrivorus) ..........................................................................................................172
Figura 206. Fezes de preá (Galea spixii) ..................................................................................................................................172
Figura 207. Planta levantamento da Mastofauna ...................................................................................................................174
Figura 208. Furipterus horrens. ...............................................................................................................................................179
Figura 209. Natalus macrourus. ..............................................................................................................................................179
Figura 210. Gaviãozinho. (Gampsonyx swainsonii). ................................................................................................................182
Figura 211. Garça-pequena (Egretta thula).............................................................................................................................182
Figura 212. Gavião-caramujeiro. (Rostrhamus sociabilis). ......................................................................................................182
Figura 213. asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius)......................................................................................................182
Figura 214. Caburé (Glaucidium brasilianum). ........................................................................................................................183
Figura 215. Alma-de-gato (Piaya cayana). ..............................................................................................................................183
Figura 216. Papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus). ..............................................................................................183
Figura 217. Bico-chato-amarelo ..............................................................................................................................................183
Figura 218. Bacurauzinho-da-caatinga (Nyctidromus hirundinaceus). ....................................................................................183
Figura 219 Quiriquiri (Falco sparverius). .................................................................................................................................183
Figura 220. Planta com a espécies de avifauna identificadas na área do empreendimento ..................................................184
Figura 221. Planta de localização das áreas de aves migratórias ............................................................................................192
Figura 222. Rã- assobiadora (Leptodactylus fuscus)................................................................................................................193
Figura 223. Lagartixa (Tropidurus hispidus).............................................................................................................................193
Figura 224. Prancha com as espécies de herpetofauna identificadas no estudo ....................................................................195
Figura 225. AII do meio socioeconômico ................................................................................................................................201
Figura 226. ADA e AID do meio socioeconômico ....................................................................................................................201
Figura 227. Áreas de influência – Meio socioeconômico ........................................................................................................202
Figura 228. Aplicação de questionário junto a moradores .....................................................................................................203
Figura 229. Aplicação de questionário junto a moradores .....................................................................................................203
Figura 230. Aplicação de questionário junto a gestor municipal ............................................................................................203
Figura 231. Aplicação de questionário junto a gestor municipal ............................................................................................203
Figura 232. Localização das comunidades visitadas ................................................................................................................204
Figura 233. Localização dos pontos de realização das entrevistas ..........................................................................................205
Figura 234. Distanciamento das comunidades em relação a ADA ..........................................................................................206
Figura 235. Detalhamento da localização das comunidad es .................................................................................................207
Figura 236. Escola Municipal urbana - Lagoa do Barro do Piauí..............................................................................................215
Figura 237. Escola estadual urbana - Lagoa do Barro do Piauí ................................................................................................215
Figura 238. Escola Municipal Urbana - Queimada Nova .........................................................................................................216
Figura 239. Creche municipal urbana - Queimada Nova .........................................................................................................216
Figura 240. UBS em Lagoa do Barro do Piauí ..........................................................................................................................217
Figura 241. Unidade do SAMU Lagoa do Barro do Piauí .........................................................................................................217
Figura 242. Hospital em Lagoa do Barro do Piauí ...................................................................................................................217
Figura 243. Academia de saúde Queimada Nova ....................................................................................................................217
Figura 244. Unidade saúde Queimada Nova ...........................................................................................................................218
Figura 245. Unidade de Saúde Queimada Nova ......................................................................................................................218
Figura 246. Polícia Militar - Lagoa do Barro do Piauí...............................................................................................................219
Figura 247. Conselho tutelar Lagoa do Barro do Piauí ............................................................................................................219
Figura 248. CREAS da cidade Lagoa do Barro do Piauí ............................................................................................................220
Figura 249. Sec. de Assistência Social, Ciadania e Trabalho ....................................................................................................220
Figura 250. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos .........................................................................................220
Figura 251. Casa dos Conselhos de Queimada Nova ...............................................................................................................220
Figura 252. CRAS – Queimada Nova........................................................................................................................................220
Figura 253. Sala da Cidadania .................................................................................................................................................220
Figura 254. Conselho Tutelar – Queimada Nova .....................................................................................................................221
Figura 255. Polícia Militar – Queimada Nova ..........................................................................................................................221
Figura 256. Equipamentos urbanos de Lagoa do Barro do Piauí .............................................................................................222
Figura 257. Equipamentos urbanos de Queimada Nova .........................................................................................................223
Figura 258. Planta dos equipamentos urbanos de Lagoa do Barro do Piauí ...........................................................................224
Figura 259. Planta dos equipamentos urbanos de Queimada Nova .......................................................................................225
Figura 260. Rua não pavimentada em Lagoa do Barro do Piauí ..............................................................................................230
Figura 261. Rua sendo pavimentada em Queimada nova .......................................................................................................230
Figura 262. Unidade dos Correios Lagoa do Barro do Piauí ....................................................................................................230
Figura 263. Unidade dos correios de Queimada Nova ............................................................................................................230
Figura 264. Atena Via Rádio, Lagoa do Barro do Piauí ............................................................................................................231
Figura 265. Rádio municipal em Lagoa do Barro do Piauí .......................................................................................................231
Figura 266. Iluminação pública em Lagoa do Barro do Piauí...................................................................................................232
Figura 267. Iluminação pública em Queimada Nova ...............................................................................................................232
Figura 268. Iluminação na zona rural ......................................................................................................................................232
Figura 269. Linhas de transmissão nos municípios .................................................................................................................232
Figura 271. Linhas de transmissão presentes nos municípios .................................................................................................233
Figura 272. Prancha de Localização dos parques eólicos ........................................................................................................234
Figura 273. Igreja Matriz de Lagoa do Barro do Piauí .............................................................................................................239
Figura 274. Igreja Matriz de Queimada Nova..........................................................................................................................239
Figura 275. Sítios arqueológicos presentes na região do empreendimento ...........................................................................241
Figura 276. Prancha de Loc alização dos Sítios Arqueológicos ................................................................................................242
Figura 277. Localização de território indígenas próximo a área do empreendimento ...........................................................243
ZFigura 278. Prancha de localização dos territórios indígenas ...............................................................................................244
Figura 279. Prancha de localização dos territórios quilombolas .............................................................................................246
Figura 280. Assentamentos rurais próximos as áreas de influência do empreendimento .....................................................247
Figura 281. Prancha de localização dos projetos de assentamento da região do empreendimento ......................................248
Figura 282. Uso e cobertura do solo das áreas de influência (MapBiomas, 2021)..................................................................249
Figura 283. Formação savânica na ADA. .................................................................................................................................250
Figura 284. Mosaico de agricultura e pastagem na ADA. ........................................................................................................250
Figura 285. Campo de pastagem na ADA. ...............................................................................................................................250
Figura 286. Formação campestre na AID. ...............................................................................................................................250
Figura 287. Uso e cobertura do solo da ADA e AID. ................................................................................................................251
Figura 288. Uso e cobertura do solo da ADA e AID. ................................................................................................................252
Figura 289. Prancha de registros de drones ............................................................................................................................255
Figura 290. Localização das comunidades visitadas ................................................................................................................258
Figura 291. Detalhamento para as comunidades ....................................................................................................................258
Figura 292. Pracha de Localização das comunidades ..............................................................................................................259
Figura 293. Prancha de detalhamento das comunidades visitadas ........................................................................................260
Figura 294. Única residência habitada ....................................................................................................................................261
Figura 295. Residência não habitada na comunidade .............................................................................................................261
Figura 296. Residência não habitada na comunidade .............................................................................................................262
Figura 297. Plantação de Capim ..............................................................................................................................................262
Figura 298. Ponto de barramento com criação animal ...........................................................................................................263
Figura 299. Aplicação de entrevistas com moradores ............................................................................................................263
Figura 300. Aplicação de questionários com os moradores ....................................................................................................264
Figura 301. Curral na comunidade ..........................................................................................................................................264
Figura 302. Aplicação de questionários com moradora ..........................................................................................................265
Figura 303. Área de pastagem na comunidade .......................................................................................................................265
Figura 304. Aplicação de questionários com morador ............................................................................................................266
Figura 305. Casa na comunidade ............................................................................................................................................266
Figura 306. Residência na comunidade ...................................................................................................................................267
Figura 307. Aplicação de questionários ..................................................................................................................................268
Figura 308. Vias de acesso ......................................................................................................................................................268
Figura 309. Cisterna de placa presente na comunidade .........................................................................................................270
Figura 310. Cisterna na comunidade .......................................................................................................................................270
Figura 311. Casa presente na localidade .................................................................................................................................271
Figura 312. Banheiro externo a residência..............................................................................................................................271
Figura 313. Estrada que corta a comunidade ..........................................................................................................................272
Figura 314. Estrutura de distribuição de energia ....................................................................................................................272
Figura 315. Padrão construtivo ...............................................................................................................................................273
Figura 316. Paisagem Local .....................................................................................................................................................273
Figura 317. Estrutura da paisagem das áreas de influência do empreendimento. .................................................................278
Figura 318. Escala de significância. .........................................................................................................................................282
Figura 319. Escala de magnitude.............................................................................................................................................283
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Avaliação locacional do imóvel definido. ...................................................................................................................15


Tabela 2. Dados do empreendedor ...........................................................................................................................................16
Tabela 3. Dados do empreendimento .......................................................................................................................................16
Tabela 4. Dados da empresa de consultoria responsável pelo estudo .....................................................................................17
Tabela 5. Dados da equipe técnica responsável pelo estudo ....................................................................................................17
Tabela 6. Coordenadas dos vértices do empreendimento........................................................................................................19
Tabela 7. Forma de instalação de cada arranjo subgerador. ....................................................................................................26
Tabela 8. Características técnicas dos módulos fotovoltaicos ..................................................................................................30
Tabela 9. Características técnicas dos inversores. ....................................................................................................................31
Tabela 10. Custo de operação e manutenção. ..........................................................................................................................34
Tabela 11. Empregos gerados durante as fases do empreendimento. .....................................................................................34
Tabela 12. Cronograma de execução da obra de instalação .....................................................................................................35
Tabela 13. Avaliação locacional do imóvel definido. .................................................................................................................36
Tabela 14. Avaliação das hipóteses de uso da área. .................................................................................................................37
Tabela 15. Legislações relacionadas à esfera federal, estadual e municipal. ............................................................................39
Tabela 16. Planos, programas e projetos relacionados na esfera federal. ................................................................................40
Tabela 17. Informações das estações climatológicas para a caracterização da AER .................................................................45
Tabela 18. Informação da estação climatológica utilizada na análise .......................................................................................45
Tabela 19. Áreas de abrangência das unidades geológicas considerando a AER do empreendimento ....................................60
Tabela 20. Áreas de abrangência das unidades geológicas considerado a AII do empreendimento ........................................61
Tabela 21. Pontos de Afloramento identificados na AEL ..........................................................................................................68
Tabela 22. Descritivo dos processos minerários ativo, considerando o limite da AII do empreendimento ..............................69
Tabela 23. Unidades de relevo presentes no estado do Piauí...................................................................................................71
Tabela 24. Valores de abrangência dos compartimentos de relevo nas áreas de influência do empreendimento ..................75
Tabela 25. Grau de Potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a Litologia ........................................86
Tabela 26. Quantitativo de Cavidades Naturais no Piauí ..........................................................................................................87
Tabela 27. Informações das Cavidades presentes nos municípios do empreendimento..........................................................87
Tabela 28. Valores (área Km2) das classes pedológicas da AER ................................................................................................90
Tabela 29. Unidades de Mapeamento de Solo na ERA .............................................................................................................90
Tabela 30. Valores (área Km2) das classes pedológicas da AEL, considerando a AID ................................................................92
Tabela 31. Qualidade da água subterrânea na área de estudo. ..............................................................................................109
Tabela 32. Qualidade da água superficial na bacia do Rio Canindé. .......................................................................................111
Tabela 33. Limites de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas e do período. ...............................112
Tabela 34. Pontos de medição de ruídos no entorno do empreendimento ...........................................................................113
Tabela 35. Resultado das medições dos níveis de ruído no período diurno ...........................................................................115
Tabela 36. Resultado das medições dos níveis de ruído no período noturno .........................................................................116
Tabela 37. Ficha do Ponto de Medição PR1 ............................................................................................................................117
Tabela 38. Ficha do Ponto de Medição PR2 ............................................................................................................................117
Tabela 39. Ficha do Ponto de Medição PR3 ............................................................................................................................118
Tabela 40. Ficha do Ponto de medição PR4 ............................................................................................................................118
Tabela 41. Ficha do Ponto de Medição PR5 ............................................................................................................................119
Tabela 42. Ficha do Ponto de Medição PR6 ............................................................................................................................119
Tabela 43. Cobertura de classes na AEL. .................................................................................................................................130
Tabela 44. Lista das espécies vegetais encontradas nas Áreas de Influência (AI) e Diretamente Afetada (ADA) do
empreendimento. ...................................................................................................................................................................135
Tabela 45. Coordenadas das parcelas realizadas. ...................................................................................................................142
Tabela 46. Lista dos equipamentos utilizados no levantamento em campo...........................................................................144
Tabela 47. Demonstrativo para mensuração dos indivíduos. .................................................................................................145
Tabela 48. Vantagens da amostra aleatória. ...........................................................................................................................145
Tabela 49. Fórmulas de atributos dendrométricos. ................................................................................................................145
12
Tabela 50. Descritivos das variáveis dendrométricas ..............................................................................................................146
Tabela 51. Fórmulas de dados fitossociológicos. ....................................................................................................................146
Tabela 52. Descritivo das variáveis analisadas. .......................................................................................................................146
Tabela 53. Lista das espécies e famílias botânicas encontradas na área amostral e parâmetros fitossociológicos das respectivas
espécies...................................................................................................................................................................................147
Tabela 54. Espécies inventariadas e estimativa média de Altura (m), Diâmetro à Altura do Peito-DAP (cm) e Volume (m³) total
para a área amostral e por hectare. ........................................................................................................................................150
Tabela 55. Estudos de licenciamento ambiental realizados para obtenção de dados secundários de fauna .........................165
Tabela 56. Coordenadas dos pontos amostrais por área de influência ..................................................................................166
Tabela 57. Coordenadas dos pontos amostrais por áreas de influência .................................................................................169
Tabela 58. Coordenadas dos pontos amostrais por área de influência ..................................................................................170
Tabela 59. Busca ativa por transectos nas áreas de influência ...............................................................................................170
Tabela 60. Lista de espécies de mastofauna com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do
empreendimento segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e dados de estudos regionais...........................173
Tabela 61. Parâmetros de diversidade da comunidade de mastofauna. ................................................................................176
Tabela 62. Lista de espécies da mastofauna alada com ocorrência esperada nas áreas de influência do empreendimento, com
base em dados secundários. ...................................................................................................................................................180
Tabela 63. Lista de espécies de aves com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do empreendimento
segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e dados de estudos regionais. ......................................................185
Tabela 64. Parâmetros de diversidade da comunidade de avifauna. .....................................................................................189
Tabela 65. Lista de espécies de répteis e anfíbios com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do
empreendimento segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e dados de estudos regionais...........................196
Tabela 66. Índices de diversidade da Herpetofauna ...............................................................................................................198
Tabela 67. Questionários Aplicados por localidade ................................................................................................................204
Tabela 68. Número de habitantes e densidade demográfica nos municípios analisados .......................................................209
Tabela 69. População por sexo ...............................................................................................................................................209
Tabela 70. População residente por situação do domicílio e unidade geográfica ..................................................................211
Tabela 71. PEA para os municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova ................................................................211
Tabela 72. Porcentagem da população ocupada em relação aos diferentes níveis de ensino. ..............................................212
Tabela 73. Quantitativo das taxas de ocupação e desocupação .............................................................................................212
Tabela 74. Ocupação por setor entre 2000 e 2010 .................................................................................................................213
Tabela 75. Quantitativo de não naturais nos municípios analisados ......................................................................................213
Tabela 76. Pessoas residentes, não naturais da federação por tempo de residência .............................................................213
Tabela 77. Tipo de material de revestimento das habitações em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova ......................214
Tabela 78. Condições de moradia quanto ao saneamento básico e energia elétrica nos municípios analisados ...................214
Tabela 79. Quantitativo dos equipamentos educacionais por zona nos muncípios analisados ..............................................215
Tabela 80. Taxa de analfabetismo por faixas etárias ..............................................................................................................216
Tabela 81. Unidades de Saúde presentes em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova .....................................................216
Tabela 82. Profissionais de saúde existentes no município de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova ...........................218
Tabela 83. Nascidos vivos residentes nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova ....................................218
Tabela 84. Número de óbitos segundo município ..................................................................................................................219
Tabela 85. Taxa de mortalidade nos municípios analisados ...................................................................................................221
Tabela 86. IDHM em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova ...........................................................................................226
Tabela 87. Frota de veículos em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova nos anos de 2012 e 2022 ................................229
Tabela 88. Acessos de telefonia móvel nos municípios ..........................................................................................................231
Tabela 89. Parques eólicos em operação ................................................................................................................................232
Tabela 90. Quantidade produzida (toneladas) das lavouras temporárias em 2022 ................................................................235
Tabela 91. Quantitativo de estabelecimentos por grupo de atividades econômica ...............................................................235
Tabela 92. Quantitativos (cabeças) dos rebanhos nos municípios analisados ........................................................................236
Tabela 93. Unidades empresariais/pessoal ocupado e salário dos segmentos industriais .....................................................236
Tabela 94. Quantitativo de empresas e organizações do setor terciário ................................................................................237

13
Tabela 95. Composição do PIB por setor da economia em Lagoa do Barro do Piauí .............................................................238
Tabela 96. Composição do PIB por setor da economia em Queimada Nova ..........................................................................238
Tabela 97. Sítios arqueológicos presentes no município de Lagoa do Barro do Piauí.............................................................240
Tabela 98. Sítios arqueológicos em Queimada Nova/PI..........................................................................................................240
Tabela 99. Dados do censo demográfico – Indígenas .............................................................................................................243
Tabela 100. Áreas Quilombolas no estado do PI e sua distância em relação a ADA do empreendimento .............................245
Tabela 101. Territórios quilombolas presentes no município de Queimada Nova .................................................................245
Tabela 102. Cobertura de classes na AEL ................................................................................................................................251
Tabela 103. Casos de AID notificados entre 2018 e 2022 .......................................................................................................256
Tabela 104. Casos confirmados e óbitos de Covid-19 .............................................................................................................256
Tabela 105. Pontos de coodenadas das comunidades visitadas .............................................................................................258
Tabela 106. Síntese das informações das comunidades .........................................................................................................274
Tabela 107. Critérios de avaliação dos Impactos Ambientais .................................................................................................281
Tabela 108. Escala de classificação da significância dos impactos ambientais. ......................................................................282
Tabela 109. Escala de classificação da magnitude dos impactos ambientais..........................................................................283
Tabela 110. Identificação dos impactos ambientais relacionados. .........................................................................................287
Tabela 111. Síntese quantitativa dos atributos analisado na AIA. ..........................................................................................316
Tabela 112. Etapas da avaliação dos efeitos cumulativos associados. ....................................................................................317
Tabela 113. Definição do escopo para avaliação dos efeitos cumulativos. .............................................................................318
Tabela 114. Análise dos impactos cumulativos. ......................................................................................................................319
Tabela 115. Medidas mitigadoras propostas ..........................................................................................................................324
Tabela 116. Listagem dos programas adotados. .....................................................................................................................326
Tabela 117. Etapas de cálculo para definição do valor da compensação ambiental. .............................................................345

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Climograma da estação de Queimada Nova/PI ........................................................................................................51


Gráfico 2. Climograma da estação Paulistana/PI ......................................................................................................................51
Gráfico 3. Climograma da estação de Remanso/BA ..................................................................................................................51
Gráfico 4. Climograma da estação de Petrolina/PE ..................................................................................................................51
Gráfico 5. Precipitação média mensal na estação de São João do Piauí, entre 1992 e 2022 ....................................................52
Gráfico 6. Comportamento anual da precipitação (1992 – 2022) .............................................................................................52
Gráfico 7. Normais mensais de temperatura na estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022 ..........................................53
Gráfico 8. Média da Umidade Relativa do Ar (%) na estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022 ....................................54
Gráfico 9. Relação entre a nebulosidade e insolação na estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022 ..............................54
Gráfico 10. Comportamento anual da insolação na estação São João do Piauí ........................................................................54
Gráfico 11. Velocidade máxima e média dos ventos (m/s) na estação de São João do Piauí entre 2002 e 2022 .....................55
Gráfico 12. Nível Contínuo Equivalente (LAeq) de cada ponto de ruído no período diurno ...................................................115
Gráfico 13. Nível Contínuo Equivalente (LAeq) de cada ponto de ruído no período noturno ................................................116
Gráfico 14. Relação de famílias e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral. .................................................134
Gráfico 15. Relação de espécies e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral. ...............................................152
Gráfico 16. Relação de famílias e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral. .................................................152
Gráfico 17. Densidade relativa das espécies encontradas na área amostral. .........................................................................153
Gráfico 18. Dominância relativa das espécies encontradas na área amostral. .......................................................................153
Gráfico 19. Frequência relativa das espécies encontradas na área amostral. ........................................................................154
Gráfico 20. Índice do Valor de Cobertura das espécies encontradas na área amostral. .........................................................154
Gráfico 21. Índice do Valor de Importância das espécies encontradas na área amostral. ......................................................155
Gráfico 22. Gráfico da Altura média da vegetação encontrada na área amostral. .................................................................155
Gráfico 23. Gráfico do Diâmetro à Altura do Peito (DAP) médio da vegetação encontrada na área amostral. ......................155
Gráfico 24. Gráfico do Volume (m³) da vegetação encontrada na área amostral. ..................................................................155
Gráfico 25. Classificação dos mamíferos registrados em campo quanto às famílias (ECOENG, 2023). ..................................175

14
Gráfico 26. Curva do coletor e estimadores de riqueza da mastofauna terrestre (ECOENG, 2023). ......................................175
Gráfico 27. Abundância Relativa das espécies de mamíferos registrados durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).
................................................................................................................................................................................................176
Gráfico 28. Números de registros feitos em campo, durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023). ..............................176
Gráfico 29. Similaridade entre os dias de campo durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).....................................177
A família com maior riqueza registrada foi Tyrannidae, com 13 espécies, seguida por Thraupidae, com 9 espécies, Icteridae,
com 7 espécies, Columbidae e Falconidae, ambas com 6 espécies, Thamnophilidae, com 5 espécies, Picidae e Psittacidae,
ambas com 4 espécies, Ardeidae e Rhynchocyclidae, ambas com 3 espécies (Gráfico 30). ...................................................188
A curva cumulativa de espécies obtida para a avifauna aproximou-se de uma estabilização. Com a realização de novos estudos
para a área, há essa possibilidade, comprovada através dos valores obtidos nos estimadores de riqueza Jackknife 1 e Chao 2,
com 103,1 e 95,99 espécies, respectivamente. (Gráfico 31)...................................................................................................188
O método do ponto de escuta proporcionou o registro de 86 espécies. Com relação à abundância das espécies da avifauna,
o Índice Pontual de Abundância (IPA) apontou Eupsittula cactorum (IPA= 3,7), Paroaria dominicana (IPA= 3,4), Columbina
picui (IPA= 2,75), Mimus saturninus (IPA= 2,7), Pitangus sulphuratus (IPA= 2,65) e Coryphospingus pileatus (IPA= 2,15) como
mais abundantes, conforme Gráfico 32. .................................................................................................................................189
Gráfico 33. Aves mais abundantes durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023). ..........................................................189
Gráfico 34. Frequência de espécies de aves durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023). ...........................................190
Gráfico 35. Similaridade entre os habitats durante o diagnóstico avifaunístico (ECOENG, 2023) ..........................................190
Gráfico 36. Abundância de espécies por família da herpetofauna da área em estudo (ECOENG, 2023). ...............................197
Gráfico 37. Curva do coletor e estimadores de riqueza da herpetofauna (ECOENG, 2023). ..................................................197
Gráfico 38. Abundância Relativa das espécies da herpetofauna registradas no diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023). .....198
Gráfico 39. Números de registros feitos em campo, durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023). ..............................198
Gráfico 40. Similaridade entre os transectos durante o diagnóstico herpetofaunístico (ECOENG, 2023). .............................199
Gráfico 41. Pirâmide etária Lagoa do Barro do Barro do Piauí (2022) ....................................................................................210
Gráfico 42. Pirâmide etária Lagoa do Barro do Barro do Piauí (2010) ....................................................................................210
Gráfico 43. Pirâmide etária Queimada Nova (2022) ...............................................................................................................210
Gráfico 44. Pirâmide etária Queimada Nova (2022) ...............................................................................................................210
Gráfico 45. Gráfico do PIB Per capita ......................................................................................................................................238
Gráfico 46. Gráfico do PIB Municipal ......................................................................................................................................238
Gráfico 47. Classificação dos impactos de acordo com as categorias avaliadas .....................................................................315
Gráfico 48. Comparativo de ocorrência da cumulatividade dos impactos em função das fases do empreendimento. .........318

15
APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da área potencial para implantação
do Complexo Fotovoltaico Canela situado nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova.
Neste é exposto a análise ambiental, fundamentada nos aspectos normativos aplicáveis, com vistas ao
fornecimento de subsídios de análise para o processo de licenciamento para verificação da viabilidade
ambiental do empreendimento.

Ressalta-se que o presente estudo está em conformidade com o Termo de Referência (TR)
disponibilizado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), com o objetivo de
obter de Licença Prévia (LP) para um empreendimento do tipo Parque Fotovoltaico.

13
1 INTRODUÇÃO

O Estudo Ambiental Intermediário – EAI constitui-se em um documento de natureza técnico-científica,


com a finalidade de avaliar os impactos ambientais capazes de serem gerados por atividades ou
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, de modo a permitir a verificação da sua
viabilidade ambiental em sua fase prévia para auxiliar na tomada de decisão no que diz respeito às
condições de aproveitamento, uso e ocupação deste. O estudo respalda-se na Resolução CONSEMA n°
33/2020, a qual estabelece o enquadramento dos empreendimentos e atividades passiveis de
licenciamento ambiental no estado do Piauí.

O empreendimento objeto do presente estudo é o Complexo Fotovoltaico Canela, cujas atividades


estão associadas à geração de energia solar fotovoltaica, a ser instalado entre os municípios de
Queimada Nova e Lagoa do Barro do Piauí, ambos localizados no Piauí. Considerando que
empreendimento é enquadrado pela legislação aplicável como de porte grande, aplica-se a
prerrogativa da necessidade de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, conforme avaliação
preliminar realizada pela SEMARH. Respaldado na legislação pertinente, o Complexo Solar Canela, para
fins de licenciamento está inserido no grupo D (Infraestrutura), e no subgrupo D2, o qual refere-se as
infraestruturas de energia, presentes no ANEXO I da resolução CONSEMA n° 33/2020. O parâmetro
para a definição do porte e o seu respectivo enquadramento no tipo de estudo, para este subgrupo é
dado pela área útil em hectares. Por fim o Complexo Solar Canela possuir área útil de 774,74 ha e
enquadra-se na classe C4 que envolve empreendimento entre 400 ≤ Área útil < 1000 ha.

A definição da locação do projeto do empreendimento foi resultado de avaliação da viabilidade


locacional e técnica, baseando-se em diversos critérios relacionados a fatores facilitadores do processo
de implantação e operação. O principal fator associado à viabilidade locacional de empreendimentos
fotovoltaicos refere-se à evidente necessidade boa disponibilidade de irradiação solar, o que ocorre
em praticamente toda a extensão do estado do Piauí, conforme revela mapa do Atlas Solarimétrico
Brasileiro (Figura 1). A área definida para o projeto apresenta irradiação de aproximadamente 6.250
Wh/m².dia ou 2.210 KWh/m².ano.

Figura 1. Irradiação global horizontal (Atlas, 2014).

14
Além da irradiação, dentre os critérios locacionais, destacam-se: proximidade com infraestruturas de
distribuição pré-existentes (linhas de transmissão e subestações), possibilidade de sombras,
disponibilidade de acessos pré-existentes, sobreposição com áreas protegidas por legislação (APPs,
unidades de conservação, terras quilombolas ou indígenas) e situação quanto a regularização
fundiária. A área escolhida para a implantação do projeto Canela foi o imóvel rural Fazenda Alagoinha,
o qual apresenta uma série de condições vantajosas, às quais são enumeradas na Tabela 1.

Tabela 1. Avaliação locacional do imóvel definido.


CRITÉRIOS FAZENDA PALMITAL E GAIVOTA AVALIAÇÃO
Distância de LT/subestações 0 km (sobreposto com LT) POSITIVO
Distância da sede municipal 2,31 NEGATIVO
Possibilidade de sombras Inexistente POSITIVO
Sobreposição com RH/APPs Não POSITIVO
Sobreposição com UCs Não POSITIVO
Sobreposição com terras indígenas/quilombolas Não POSITIVO
Situação fundiária Propriedade regularizada POSITIVO
Interesse do proprietário da terra Sim POSITIVO

Quanto à viabilidade técnica, o módulo fotovoltaico definido para ser utilizado no projeto foi o CS7N-
655MB-AG-655 Bifacial Canadian de 655 W da Canadian Solar. Tais equipamentos apresentam boa
eficiência, maior tolerância a nebulosidade, baixa degradação anual, dispondo de 30 anos de garantia
na performance linear de geração. Dentre os modelos da série o definido para o empreendimento
(CS7N-655MB-AG) encontra-se entre os de maior eficiência.

Estruturalmente, o EIA é constituído por diferentes etapas correlacionadas: de forma inicial, são
apresentadas as informações preliminares quanto à identificação do empreendedor, a empresa
responsável pela elaboração do estudo, contendo a apresentação dos profissionais envolvidos; em
seguida, é apresentada a justificativa técnica e caracterização do empreendimento, com informações
gerais e locacionais da área.

Após a apresentação das informações mais gerais do empreendimento tem-se o capítulo do


diagnóstico ambiental com a caracterização da área nas vertentes física, biótica e socioeconômica nas
condições atuais, antes das possíveis intervenções ocorridas pelo empreendimento proposto. Para o
diagnóstico do Meio Físico, é realizada a discussão das características climáticas e meteorológicas,
geológicas, pedológicas e hídricas. Já para o meio biótico foram analisadas as questões relativas à
fauna e flora local e regional da área do empreendimento. Por fim, o diagnóstico socioeconômico
englobou a análise de aspectos sociais, de infraestrutura, históricos, culturais, arqueológicos além das
condições de uso e ocupação atuais do solo.

Finalizadas as considerações acerca do ambiente, apresentam-se os aspectos normativos


correlacionados a temática ambiental e urbanística passíveis de aplicação na área de interesse.
Posteriormente, ocorre a análise e avaliação dos impactos ambientais prognosticados com a instalação
e operação do empreendimento proposto. Com base nesses impactos, são definidas as medidas
mitigadoras e programas de controle ambiental como forma de evitar, reduzir e controlar os impactos
ambientais negativos e potencializar os impactos positivos causados pelo empreendimento.

15
2 IDENTIFICAÇÕES

No presente tópico, serão realizadas as identificações dos responsáveis pelo empreendimento


pretendido, da empresa e equipe técnica elaboradora do presente estudo e informações do
empreendimento em si.

2.1 Empreendedor

O empreendedor responsável pelo presente estudo é a CANELA SOLAR ENERGIA LTDA, inscrita no CNPJ
de número 49-955-742/0001-71, com sede administrativa na Av. Professor Magalhães Neto, 1550,
Edifício Premier Tower Empresarial, sala 1306, Pituba, Salvador/BA. A empresa é componente do
grupo SER Energia, razão social SER SISTEMAS DE ENERGIA RENOVAVEL LTDA, CNPJ nº
14.247.020/0001-76. Na Tabela 2, apresentam-se os dados do responsável legal pelo
empreendimento.

Tabela 2. Dados do empreendedor


RAZÃO SOCIAL CANELA SOLAR ENERGIA LTDA
CNPJ 46.955-742/00001-71
Av. Prof. Magalhães Neto, 1550, Ed. Premier Tower Empresarial, sl. 1306,
ENDEREÇO
Pituba, Salvador/BA
CONTATO (71) 4062 1323
E-MAIL contato@serbrasil.com.br
RESPONSÁVEL LEGAL David Ricardo Fontes Pereira
FUNÇÃO Administrador

2.2 Empreendimento

O empreendimento pretendido se refere a um complexo de geração de energia solar fotovoltaica,


denominado Complexo Fotovoltaico Canela, constituído por 6 usinas de potência de 49,5 MW. O
empreendimento será instalado em imóvel de localidade denominada Fazenda Alagoinha no município
de Lagoa do Barro do Piauí. A Tabela 3 apresenta os dados gerais de identificação do empreendimento
objeto do presente estudo. A caracterização específica do empreendimento será abordada no tópico
subsequente.

Tabela 3. Dados do empreendimento


NOME COMPLEXO FOTOVOLTAICO CANELA
ATIVIDADE Geração de energia solar fotovoltaica
LOCALIDADE Fazenda Alagoinha
POTÊNCIA TOTAL INSTALADA 297 MW
COORDENADA DE REFERÊNCIA (UTM) Latitude 9063433.18 mN, Longitude 223921.63 mE (Zona 24L)

16
2.3 Empresa responsável pela elaboração do EIA/RIMA

A elaboração do presente documento foi conduzida por consultoria contratada, a Ecoeng Consultoria
e Serviços LTDA., inscrita no CNPJ sob nº 20.743.367/0001-02. Na Tabela 3 são apresentados os dados
da empresa de consultoria técnica responsável pela elaboração do presente estudo.

Tabela 4. Dados da empresa de consultoria responsável pelo estudo


RAZÃO SOCIAL ECOENG CONSULTORIA E SERVIÇOS LTDA
NOME FANTASIA Ecoeng
CNPJ 20.743.367/0001-02.
ENDEREÇO R São José, 1985, Lagoa Nova, CEP: 590631-580, Natal/RN
TELEFONE (84) 2030-3388 / (84) 9 9933-0000
E-MAIL contato@ecoengconsult.com
COORDENAÇÃO TÉCNICA Alinne Kadidja de Sousa Fernandes

2.4 Dados da equipe técnica multidisciplinar

O desenvolvimento do Estudo de Impacto Ambiental foi de responsabilidade de equipe técnica


multidisciplinar, com formação compatível com os aspectos a serem abordados nesse tipo de estudo.
A Tabela 5 apresenta a listagem dos profissionais envolvidos, com respectiva formação e registro no
conselho de classe.

Tabela 5. Dados da equipe técnica responsável pelo estudo


Nº RESPONSÁVEL TÉCNICO FORMAÇÃO CONSELHO DE CLASSE TÓPICO RESPONSÁVEL
1 Alinne Kadidja de Sousa Fernandes MsC. Eng. Sanitária CREA – 210.980.229-4 Coordenação Geral
Gabriel Dalla Rosa Carvalho Meio Físico, Alternativas
2 Eng. Ambiental CREA – 212.193.852-4 Locacionais, Análise Integrada e
Prognóstico, Impactos e Medidas
Identificação dos Impactos,
Eng. Civil e MsC. Eng.
3 Hanna Camila Barros Câmara CREA – 211.917.691-4 Medidas Mitigadoras, Programas,
Sanitária
Meio Socioeconômico
Meio Físico, Meio
Socioeconômico, Análise
4 Marcellus Silva Arruda Miranda MsC. Geografia CREA – 212.190.002-0
Integrada e Prognóstico, Impactos
e Medidas
MsC. Eng. Energias
5 Camila Nunes de Carvalho CREA – 211.596.541-8 Apoio Técnico
Renováveis
Meio Biótico (Flora), Impactos e
6 Stephanie Hellen Barbosa Gomes Eng. Florestal CREA – 211955198-7
Medidas
Bióloga e Dra. em Meio Biótico (Fauna), Impactos e
7 Carolina Maria Cardoso Aires Lisboa CRBio – 59.257/06-D
Ecologia Medidas
Meio Biotico (Fauna), Impacto e
8 Franklyn Joan de Oliveira Teixeira Esp. Em Zoologia CRBio - 114.831/05-D
Medidas
MsC. Arquitetura e
9 Carla Varela de Araújo CAU – A75659-8 Apoio Técnico
Urbanismo
10 Rochelle Fonseca Lins Téc. em Química CRQ - 192755 Apoio Técnico
11 Deycson Breno Matheus Silva Téc. em Edificações CRT – 016.606.574-90 Apoio Técnico
12 Denner Augusto de Souza Silva Arquiteto e Urbanista - Apoio Técnico
Grnd. Arquitetura e
13 Manoela Vitória Santana da Câmara - Apoio Técnico
Urbanismo
Grnd. Arquitetura e
14 Ingrid Nogueira Cipriano - Apoio Técnico
Urbanismo
15 Marina Ferreira Aguiar Grnd. Biologia - Apoio Técnico
16 Bety Jakeliny Mendes Álvares Grd. Turismo - Apoio Técnico
17
3 LOCALIZAÇÃO, OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

No presente tópicos serão apresentados aspectos locacionais da área de interesse, bem como os
objetivos e justificativa da elaboração do presente estudo.

3.1 Localização e delimitação da área

A área de interesse situa-se na propriedade rural Fazenda Alagoinha, localizada no município de Lagoa
do Barro do Piauí próximo da PI-459, a cerca de 2,31 km da sede municipal. O terreno onde se localizará
o empreendimento possui uma superfície de 1070,7 hectares, dos quais 655,31 hectares serão
ocupados pela usina. O terreno apresenta uma excelente orientação ao norte, o que garante uma boa
insolação, favorecendo elevado rendimento dos módulos. Além disso, não há objetos naturais ou
construções próximas que possam interferir nas medições das estações solarimétricas ou causar
qualquer sombreamento nos módulos, o que garante um alto desempenho da usina. A Figura 2 e
Figura 3 apresentam a localização da área de interesse.

Figura 2. Imagem representativa da localização da área de interesse.

18
A área delimitada refere-se a um polígono com 43 vértices, com perímetro de 22,22 km e área de
1070,7 hectares. As confrontações do imóvel são em todas as direções com terrenos particulares. A
Tabela 6 apresenta as coordenadas dos vértices da área, no sistema de coordenadas UTM, Datum
SIRGAS 2000, zona 24 L. Na Figura 4, é exposta a representação gráfica área do empreendimento sobre
imagem de satélite do ano de 2022, também exposta na planta de localização (Figura 3 e Figura 4).

Tabela 6. Coordenadas dos vértices do empreendimento


VÉRTICE LONGITUDE LATITUDE VÉRTICE LONGITUDE LATITUDE
1 225129,52 m E 9067381,48 m N 23 224358,09 m E 9062764,51 m N
2 225070,25 m E 9067247,13 m N 24 223931,31 m E 9062840,44 m N
3 225171,23 m E 9067178,14 m N 25 223965,75 m E 9063041,62 m N
4 225020,47 m E 9066484,87 m N 26 224065,12 m E 9063419,90 m N
5 225166,18 m E 9066442,95 m N 27 223741,19 m E 9063436,33 m N
6 225215,87 m E 9066452,88 m N 28 223817,07 m E 9063652,26 m N
7 225652,49 m E 9066354,96 m N 29 223878,42 m E 9063721,80 m N
8 225476,23 m E 9065587,72 m N 30 223536,19 m E 9063899,90 m N
9 225177,48 m E 9064799,42 m N 31 223423,50 m E 9063515,55 m N
10 225074,83 m E 9064925,99 m N 32 223214,14 m E 9063647,57 m N
11 224639,78 m E 9064572,14 m N 33 223256,44 m E 9064133,24 m N
12 224515,83 m E 9064637,90 m N 34 223288,51 m E 9064595,54 m N
13 224394,09 m E 9064561,88 m N 35 223459,50 m E 9064614,16 m N
14 224333,41 m E 9064282,05 m N 36 223813,03 m E 9065301,98 m N
15 224253,03 m E 9064124,90 m N 37 224064,05 m E 9065190,25 m N
16 224582,42 m E 9063924,42 m N 38 224193,76 m E 9065288,92 m N
17 224774,82 m E 9063839,56 m N 39 224576,49 m E 9065500,91 m N
18 225553,57 m E 9063606,22 m N 40 223886,37 m E 9066286,73 m N
19 225088,07 m E 9062645,21 m N 41 222791,29 m E 9067198,76 m N
20 224823,58 m E 9062751,51 m N 42 222963,68 m E 9068497,91 m N
21 224711,14 m E 9062737,06 m N 43 225334,32 m E 9069706,84 m N
22 224542,20 m E 9062799,23 m N

19
Figura 3. Planta de localização georreferenciada

20
Figura 4. Planta de localização georreferenciada

21
3.2 Acessos

O empreendimento será implantado na propriedade rural Fazenda Alagoinha endereçada na zona rural
do município de Lagoa do Barro do Piauí no estado do Piauí. Considerando o acesso à área de estudo
a partir do pórtico da cidade (Figura 5), ingressa-se a direita na PI-459 (sentido Queimada Nova), na
qual percorre-se aproximadamente 660 metros até a primeira estrada não pavimentada a esquerda
(Figura 6), nela percorre-se aproximadamente 1,8 Km chegando então ao empreendimento. A Figura
8 e Figura 9 apresenta as rotas de acesso para a área do empreendimento.

Figura 5. Pórtico da entrada da cidade. Figura 6. Estrada de acesso não pavimentada

Figura 7. Localização do empreendimento em relação aos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova

22
Figura 8. Planta de rotas estaduais.

23
Figura 9. Planta de rotas.

24
3.3 Objetivos e justificativas

A busca de novas fontes limpas e renováveis de geração e da diversificação da matriz energética


brasileira, decorrente da crescente preocupação com o meio ambiente e do aumento na demanda por
energia, estimulou o desenvolvimento de novos projetos relacionados ao uso de fontes renováveis na
matriz total de energia, a exemplo de origem solar.

O Brasil apresenta um dos maiores índices de irradiação solar do mundo, visto que a maior parte do
território nacional se encontra próxima à linha do Equador, não apresentando assim grandes variações
de radiação solar ao longo do dia. Consequentemente, o Nordeste brasileiro se destaca como áreas
prioritárias de atenção devido ao potencial de irradiação solar na superfície e também proporcionar
amplas áreas não produtivas e antropizadas para instalação de projetos solares – principais atributos
para determinação da viabilidade do empreendimento. Outro fator importante é a oferta e
disponibilidade dos serviços energéticos a todo momento, em quantidade suficiente e a preços
acessíveis sendo definido como eficiência energética.

O Piauí reforçou sua posição de destaque no cenário energético do Brasil, ocupando o terceiro lugar
do País tanto na produção de energia eólica quanto na produção de energia fotovoltaica, segundo
relatório do mês de junho da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Atualmente são 1,46 GW
de produção de energia fotovoltaica (50 empreendimentos) na modalidade de geração centralizada e
previsão de aumento de capacidade em 867,22MW em construção para gerar mais 13,14 GW.

Dessa forma, além de configurar uma eficiente alternativa energética, do ponto de vista ambiental, a
produção de energia fotovoltaica pode ser considerada de baixo impacto, com as interferências
existentes se resumindo a etapa de implantação do empreendimento e limitando se a área
diretamente afetada pelas obras.

Assim, o projeto Complexo Fotovoltaico Canela tem por objetivo principal aproveitar tecnicamente a
fonte solar e produzir energia elétrica em escala comercial, visando o desenvolvimento econômico,
social e ambiental da região. Como objetivos específicos, podemos citar a geração e complementação
da demanda nacional de energia renovável, a diversificação das fontes de energia e garantia no
abastecimento nacional de energia elétrica e a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE)
relacionadas à matriz energética nacional.

25
4 DESCRIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO

No presente tópico, será realizada a descrição das características técnicas do Complexo Fotovoltaico
Canela, dando ênfase aos aspectos de projetos elétricos do empreendimento, implantação de
estruturas e detalhamento da operação e manutenção.

4.1 Descrição técnica do projeto

O terreno onde se localizará o empreendimento possui uma superfície de 1070,7 hectares, dos quais
655,31 hectares serão ocupados pela usina fotovoltaica. O terreno apresenta uma excelente
orientação ao norte, o que garante uma boa insolação, favorecendo elevado rendimento dos módulos.
Além disso não há objetos naturais ou construções próximas que possam interferir nas medições das
estações solarimétricas ou causar qualquer sombreamento nos módulos, o que garante um alto
desempenho da usina.

O Complexo Fotovoltaico Canela terá uma capacidade total instalada de 297 MW constituída de 6
usinas de 49,5 MW (63,54 MWp) com ±5%, equivalente a soma de potência STC, contemplando um
total de 99.000 módulos fotovoltaicos da marca Canadian Solar ou similar, modelo CS7N-655MB-AG-
655 Bifacial, que irá ocupar uma área total de 655,31 hectares.

4.2 Implantação do projeto

A unidade geradora de 49,5 MW será constituída por 33 arranjos da marca Canadian Solar CS7N-
655MB-AG-655 ou similar e um inversor de 1.500 kW Ingecon Sun – PowerMax B Series 1690TL B650
da marca Ingeteam ou similar, denominados de subgerador fotovoltaico. A Tabela 7 apresenta a forma
de instalação de cada arranjo subgerador fotovoltaico.

Tabela 7. Forma de instalação de cada arranjo subgerador.


Parâmetro Valor
Nº de módulos em série (STRING) 30 und
Nº de STRINGS em paralelo 100 und
Nº TOTAL de módulos 3.000 und

Os módulos instalados terão uma orientação de -60° até 60° entre o Leste e o Oeste e uma inclinação
de 0° em relação ao Norte. A área da instalação ocupará aproximadamente 655,31 hectares e
produzirá anualmente um total de 143.451,00 MWh por ano para unidade geradora de 49,5 MW.
Dessa forma, apresenta-se a seguir a implantação das placas solares de acordo com o arranjo proposta
para operação da usina solar.

26
Figura 10. Implantação do empreendimento.

A seguir será especificado e detalhado os componentes do sistema no que diz respeito às


especificações técnicas dos módulos e inversores.

27
Figura 11. Implantação do empreendimento.

28
Figura 12. Prancha de implantação

29
4.2.1 Módulos fotovoltaicos

As características dos módulos fotovoltaicos se resumem na Figura 13 que categoriza entre dados
elétricos e dados mecânicos.

Figura 13. Módulo fotovoltaico a ser implantado.

Tabela 8. Características técnicas dos módulos fotovoltaicos


Tipo Parâmetro Siglas Valor
Potência nominal (+5%) PMPP(W) 655
Tensão a Pmax VMPP(V) 37,5
Corrente a Pmax IMPP(A) 17,47
Dados Elétricos

Tensão em Circuito aberto VOC(V) 45,2


Corrente de curto-circuito ICC(A) 18,43
Tensão máxima do sistema VSIS(V) 1500
Coeficiente de temperatura de PMPP TK(PMPP) -0,35%/°C
Coeficiente de temperatura de VOC, temp. alta (>25°C) TK(VOC, temp.alta) -0,27%/°C
Valor máximo de fusível em série IR(A) 40
Comprimento 2384 mm
Dados Mecânicos

Largura 1305 mm
Peso 39,4 Kg
Espessura 35 mm
Superfície 3,09 m²
Cabos 4 mm²
30
Tipo Parâmetro Siglas Valor
Conexões 280 mm
Conectores MC4-EVO2 -
Diodo de by passe 3 -
Tipos de Células Mono-Si, 110 Cells -
Material de estrutura Alumminio -
Vidro temperado com
Tipo de cobertura 2,0 mm
Anti-reflexo

4.2.2 Inversores

Para a conversão do Sistema de Corrente Contínua (CC) em Corrente Alternada (CA) na unidade
geradora de 49,5 MW, serão utilizados por cada um dos 33 arranjos, constituído de 3.000 módulos ou
subgerador, um inversor do tipo Ingeteam/Ingecon Sun - PowerMax B Series 1690TL B650 ou similar,
com uma potência nominal por inversor de 1.500 kW.

A potência nominal de cada arranjo é limitada pelo inversor, e por consequência, a potência nominal
da instalação será 49,5 MW. O sistema dispõe de um controle eletrônico de potência equilibrado de
fases e produz uma desconexão imediata quando a frequência, a tensão ou ambas não estejam dentro
dos limites estabelecidos.

A composição modular do Ingeteam/Ingecon Sun - PowerMax B Series 1690TL B650 contribui para um
aumento substancial da eficiência para as etapas CC, buscando o ponto de potência máxima (MPPT).
Além disso, os inversores são equipados com mecanismos de proteção CC / AC exigidos pelo mais alto
padrão. Esta família de inversores foi projetada especificamente para aplicações em Média Tensão,
aumentando a confiabilidade através da operação independentemente do nível de potência, o que
facilita a continuidade, dois aspectos fundamentais para grandes plantas fotovoltaicas. As principais
características técnicas dos inversores Ingeteam/Ingecon Sun - PowerMax B Series 1690TL B650 são:
Tabela 9. Características técnicas dos inversores.
Parâmetro Valor Unidade
Dados de Entrada
Faixa de Tensão MPP (UFV) 939-1300 V
Tensão máxima CC 1.500 V
Corrente máxima CC 1850 A
N° entradas CC 15 -
MPPT 1 -
Dados de Saída
Potência nominal CA (30ºC) 1.689 kVA
Potência máxima CA ( 50ºC) 1.520 KVA
Corrente máxima CA 1.500 A
Tensão nominal CA 650 V
Frequência nomina CA 50Hz/60Hz -
Distorção Harmônica Total (THD) <3% -
Eficácia máxima 98,9 % mm
Eficácia europeia 98,5 % -

31
Parâmetro Valor Unidade
Temperatura de funcionamento -20°C a +57°C -
Humidade relativa 0-100% -
Grau de proteção IP54 -
Dimensões 2.820x2.270x825 mm -
Peso 1710 kg

4.2.3 Substações

A UFV será constituída de dois tipos diferentes de SE ELEVADORAS: o primeiro tipo de subestação em
número de 9 serão de Média Tensão e mais uma subestação elevadora para conexão ao Sistema de
Subtransmissão da Concessionária.

No que diz respeito a subestações elevadoras de média tensão, o complexo solar possuirá 9 unidades
do tipo abrigada e cada uma possuirá três compartimentos específicos, sendo estes:

• O primeiro compartimento destinado à instalação de inversores de 1500KW nominal AC, para


inversão da CC em CA da energia bruta obtida quatro conjuntos de subgeradores;
• O segundo compartimento será instalado transformador elevador de 650 V/ 34,5 KV com
potência nominal de 6,76 MVA (4 inversores) ou 5,07 MVA (3 inversores);
• O terceiro compartimento destinado à seccionadora tripolar, os transformadores de corrente
(TCs), os transformadores de potencial (TPs), o disjuntor e sistema de proteção, o sistema de
medição bruta, para-raios, o ramal de saída e as muflas.

As dimensões terão espaço suficiente para instalação dos equipamentos e materiais eletromecânicos
e sua eventual remoção, assim como livre circulação para operação e manutenção dos equipamentos,
obedecendo aos afastamentos de acordo com a norma técnica NBR 14039 da ABNT, as normas de
segurança NR – 17 (Ergonomia) e NR – 10 (Segurança em instalações e serviços em eletricidade). 15
Cada uma destas SE’s será conectada ao Barramento de 34,5 da KV da Subestação Coletora de Alta
Tensão, através de alimentadores aéreos classe 36 KV.

Já para a subestação elevadora de 34,5 KV (SE Coletora) ela será planejada para a instalação de até 02
transformadores trifásicos de 180 MVA – 34,5/500 kV. A conexão ao Sistema de Transmissão será feita
na Substação Queimada Nova II – 500 kV.

A implantação da SE Coletora 34,5/500 kV, será feito com a seguinte modulação:

• Módulo Infraestrutura Geral, com Arranjo Disjuntor e Meio (DJM), na SE ELEVADORA CANELA;
• 2X Módulos de Conexão de Transformador, 34,5/500 kV, Arranjo DJM no lado de 500 kV, na
SE ELEVADORA CANELA;
• 2X Módulo de equipamentos, Transformador Trifásico 34,5/500 kV, 160/185/210 MVA –
ONAN – ONAF – ONAF, na SE ELEVADORA CANELA;
• 1X Módulo de Entrada de Linha, em 500 kV, para Arranjo DJM, na SE ELEVADORA CANELA;
• 2X Módulos de Interligação Barras, em 500 kV, para Arranjo DJM, na SE ELEVADORA CANELA;

32
• Módulo de Infraestrutura Geral para Acessante, 500 kV , arranjo DJM, na SE QUEIMADA NOVA
II 500 kV;
• 1x Módulo de Entrada de Linha, no barramento de 500 kV, arranjo DJM, na SE QUEIMADA
NOVA II 500 kV, para receber a Linha de Transmissão 500 kV SE ELEVADORA CANELA – SE
QUEIMADA NOVA II 500 kV.

Toda esta implantação atenderá aos Procedimentos de Distribuição da REDE da ONS, e os padrões
técnicos da concessionária de distribuição acessada.

4.1.1 Sistema de corrente contínua

O Sistema de Corrente Contínua (CC) é constituído pelos cabos CC, conectores que se encontram
próximos dos módulos fotovoltaicos e Caixas de Conexão de Strings Nível 1 (CCS-1) que se encontram
antes dos inversores.

O cabeamento DC faz a conexão elétrica entre os módulos fotovoltaicos individuais e as Caixas de


Conexão, nas quais os strings com 30 módulos em série são arranjados em 2 strings por cada mesa.
Em seguida para a Caixa de Conexão de Strings Nível 1 (CCS-1), e daí para os inversores. Todos os cabos
da planta serão presos adequadamente de maneira a evitar balanços e tensões. Os conectores CC são
conectores que efetuam a conexão elétrica entre os cabos strings e os cabos das caixas de conexão
CCS-1 e da CCS-1 com os inversores.

Nas caixas de conexão String Nível 1 (CSS-1: 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12) são feitas as conexões em
paralelo de 10 strings de 30 módulos conectados em série, totalizando 10 entradas na Caixa de Nível
1 (CSS-1). No total, são utilizadas 10 Caixas do tipo CSS-1, totalizando 100 strings conectados em
paralelos ao Inversor, utilizando 10 das suas 12 entradas possíveis.

Além da sua utilização para conexão, também tem a função de proteção com grau IP 65 e são
constituídas por fusíveis cilíndricos tipos gR para CC, proteção de sobretensão tipo 2, classe II e
disjuntor CC. Cada grupo de strings tem uma entrada na Caixa de Conexão de Strings Nível 1 (CN1),
protegido mediante fusível de CC.

4.2.4 Sistema de medição de faturamento

O Sistema de Medição de Faturamento será instalado de acordo com o previsto nos Procedimentos de
Rede, Módulo 12, submódulos 12.1 e 12.2, além da Especificação Técnica do Sistema de Medição e o
Modulo 5 do PRODIST, utilizados nos pontos de conexão, estabelecida pelo ONS em conjunto com a
CCEE.

4.2.5 Operação e manutenção

A usina possui um custo de Operação e Manutenção estimado em R$/MW 50.511,84 (Cinquenta mil
quinhentos e onze reais e oitenta e quatro centavos) por ano em função da produção energética. Para
o complexo Solar, considerando a capacidade de geração, o valor total é de R$17.502.352,56
(dezessete milhões quinhentos e dois mil e trezentos e cinquenta e dois reais e quarenta e cinquenta
e seis centavos). A Tabela 10 apresenta o custo e seus respectivos valores mensais por MW instalado.
33
Tabela 10. Custo de operação e manutenção.
Custo Valor mensal (R$/MW)
Custo de mão de obra direta 795,00
Custo de mão de obra indireta 302,04
Material de consumo 84,32
Material de limpeza 92,96
Peças de reposição 1317,12
Serviços de Segurança Patrimonial 356,56
Seguros 1261,32

A implantação do Complexo Solar Canela envolverá 1.280 postos de trabalho, dos quais 345 serão de
mão-de-obra direta e 807 por efeito renda e emprego indireto. Este número será alcançado no pico
da obra. Como se trata de tecnologia pouco difundida no país, o grupo de trabalhadores será misto
entre profissionais tecnicamente capacitados de outras regiões do país e trabalhadores locais, de
forma que haja troca de experiência e transferência de know-how.

Para a fase de operação estima-se que o projeto gere em torno de 128 empregos, sendo 55 diretos e
73 indiretos por efeito renda. Na mão-de-obra direta estão previstos técnicos de operação e
manutenção, pessoal administrativo e de segurança patrimonial. A empresa adotará a opção de
contratar mão-de-obra originária da própria região, com recrutamento feito através de seleção com
apoio de entidades locais. Além disso, a empresa manterá programa interno de treinamento e
aperfeiçoamento através, da troca de experiência com os técnicos oriundos dos centros mais
adiantados do país, além de convênios com universidades e Centros de Ensino da Região. A Tabela 11
apresenta a estimativa de mão-de-obra para a área do empreendimento.

Tabela 11. Empregos gerados durante as fases do empreendimento.


Empregos / Fase Instalação Operação Total
Diretos 345 55 400
Indiretos 807 73 880

4.2.6 Cronograma de execução

A Tabela 12 apresenta o cronograma de execução da obra do Complexo Solar Canela. A obra terá início
com a implantação do canteiro de obras. Tal fase corresponde a construção de edificações que darão
apoio à implantação de toda a obra como salas administrativas, vestiários, refeitório, estacionamento
e áreas destinadas a logística. Em um segundo momento, tem-se início a preparação do terreno, ou
seja, são desenvolvidas atividades como limpeza do terreno, construção das vias de acesso internas,
preparação das drenagens e implantação das estruturas de fixação dos módulos.

Após a finalização dessa fase ocorre a instalação dos equipamentos. Na fase de montagem dos
equipamentos serão realizadas as fixações dos módulos fotovoltaicos às estruturas de fixação
previamente alocadas no terreno, além da passagem dos cabeamentos e montagem dos demais
equipamentos de auxílio ao funcionamento da central geradora. Concluídas as fases de montagem dos
equipamentos tem-se início a fase de operação, inicialmente sendo realizada na forma de teste e após
a conclusão dessa inicia-se a operação comercial.
34
Tabela 12. Cronograma de execução da obra de instalação
Fase 2024 2025
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2
Obtenção da Licença de Instalação
Obtenção da Licença de Operação
Implantação do Canteiro de Obras
Obras das estruturas e Preparação do terreno
Montagem dos Equipamentos
Operação em Teste
Operação Comercial

5 ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E LEGISLAÇÃO PERTINENTE

A definição da locação do projeto do empreendimento foi resultado de avaliação de diferentes


alternativas, baseada em diversos critérios relacionados a fatores facilitadores do processo de
implantação e operação. Perpassa por tal avaliação a hipótese de não implantação do
empreendimento, a legislação aplicável e os planos, programas e projetos existentes com os quais o
empreendimento poderá ser compatível.

5.1 Alternativas tecnológicas construtivas e de localização

O Nordeste brasileiro, de forma geral, inspira o aproveitamento de energia solar devido à grande
incidência de raios solares, conforme indica dados do Atlas Solarimétrico do Brasil desenvolvido pela
pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco –
CHESF, em parceria com o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito –
CRESESB.

A localização da Usina Fotovoltaica Canela tomou como orientação inicial a demarcação da área
destacada no mapa pela cor ocre. A área apresenta insolação global GHI de 2090,2 kWh/m2/ano,
segundo dados do Satelite Nasa-SSE, extraído no PVSyst.

Figura 14. Irradiação global horizontal na área de estudo (ISI-ER, 2022).

35
5.1.1 Alternativas locacionais

Nessa região de interesse, foram buscadas áreas próximas a infraestrutura elétrica já existente, em
especial à linha de transmissão, para facilitar a logística de transporte de equipamentos e
colaboradores. Para avaliar as alternativas locacionais do empreendimento, foram definidos critérios
de avaliação para tais áreas, referentes a: irradiação solar, proximidade com linhas de transmissão,
proximidade com subestações, proximidade com sede municipal, possibilidade de sombras,
disponibilidade de acessos pré-existentes, sobreposição com áreas protegidas por legislação (APPs,
unidades de conservação, terras quilombolas ou indígenas), relevo natural do terreno e situação
quanto a regularização fundiária. Na Tabela 1, são apresentados os critérios de avaliação locacional
para a Fazenda Alagoinha, que foi o imóvel escolhido para a implantação do empreendimento.

Tabela 13. Avaliação locacional do imóvel definido.


CRITÉRIOS FAZENDA GAIVOTA AVALIAÇÃO
Irradiação solar 5,5 KWh/m².dia POSITIVO
Distância de LT 0 km POSITIVO
Distância da sede municipal 2,31 km POSITIVO
Interferência na paisagem Sim NEGATIVO
Possibilidade de sombras Inexistente POSITIVO
Sobreposição com RH Não POSITIVO
Sobreposição com UCs Sim NEGATIVO
Proximidade com UC Não POSITIVO
Sobreposição com terras indígenas Não POSITIVO
Sobreposição com terras quilombolas Não POSITIVO
Área previamente degradada Parcialmente POSITIVO
Localização em ambiente costeiro Não POSITIVO
Localização em ambiente cárstico Não POSITIVO
Localização em área turística Não POSITIVO
Proximidade com patrimônio arqueológico, histórico e cultural Não POSITIVO
Rod. estadual pavimentada e
Vias de acesso pré-existentes POSITIVO
estradas vicinais internas
Relevo natural Plano a suave ondulado POSITIVO
Situação fundiária Propriedade regularizada POSITIVO
Interesse do proprietário da terra Sim POSITIVO

Considerando a avaliação realizada, observa-se que a Fazenda Alagoinha se apresentou como a


favorável para locação do empreendimento, dispondo de 17 dos 19 critérios de avalição como
favoráveis. Destaca-se, dentre os fatores favoráveis: a proximidade da área com a linha de transmissão
preexistentes e outras a serem implantadas, o que reduzirá a necessidade de novas intervenções; o
interesse do proprietário no arrendamento da área para a finalidade de geração de energia solar, sem
o qual o projeto seria inviabilizado na área; e a existência de estrutura viária no entorno, o que reduz
a necessidade de construção de novos acessos.

5.1.2 Hipótese de não implantação do empreendimento

No que se refere à avaliação da hipótese de não implantação do empreendimento, enfatiza-se a perda


do benefício socioambiental proporcionado pelo empreendimento, o qual trará publicidade, criação
de emprego e geração de renda a região onde será implantado. Considerando o contexto da região,
onde há uma crescente pressão antrópica observada no entorno, é pouco provável que a área se
mantenha predominantemente sem uso, no caso o empreendimento aqui descrito não seja
36
implantado. Outrossim, a adequabilidade da atividade pretendida à legislação de uso e ocupação do
solo municipal, indicada pelas certidões de uso e ocupação emitidas pela secretaria de agricultura,
recursos hídricos e meio ambiente de Lagoa do Barro do Piauí, é outro aspecto vantajoso da localização
definida.

Assim, dentre as possibilidades de não implantação do empreendimento (nem de outros


empreendimentos com a mesma atividade), considerando as características do entorno da área e o
macrozoneamento urbano, tem-se como principais hipóteses: o uso como área de agropecuária,
empreendimentos de moradia e extrativismo mineral.

O uso agrário da área, embora tenha importância para o contexto de segurança alimentar da região,
na situação em específico, apresenta desvantagens devido à proximidade e não aproveitamento de
equipamentos urbanos e da infraestrutura elétrica (linha de transmissão) próximos ao imóvel e a
reduzida geração de emprego e renda associados a essa atividade.

O uso da área para moradia tem como desvantagem principal que a localidade se encontra
relativamente distante da sede municipal, não dispondo de todos os equipamentos urbanos ainda bem
estabelecidos. Tal uso também incorre também em baixa geração de empregos e renda na fase de
operação/funcionamento.

O extrativismo mineral, que ocorre nas proximidades do imóvel, refere-se a uma atividade com maior
potencial de degradação ambiental, em que os recursos naturais aproveitados não são renováveis, e
resulta na alteração significativa na forma do terreno, na drenagem natural e na susceptibilidade a
efeitos erosivos.

Dessa forma, o uso da área para implantação de empreendimento de geração de energia solar refere-
se à alternativa mais adequada para o imóvel em questão, havendo aproveitamento de infraestrutura
elétrica já existente, com empreendimento de baixo potencial poluidor/degradador, o qual aproveita
recursos naturais renováveis. A Tabela 14 sintetiza a avaliação de diferentes hipóteses do uso da área,
considerando o que foi discutido.

Tabela 14. Avaliação das hipóteses de uso da área.


HIPÓTESES DE USO DA ÁREA
Atributos de avaliação
Agropecuária Moradia Extrativismo mineral Ger. de energia solar
Potencial de degradação Baixo Médio Alto Baixo
Geração de emprego e renda Baixo Alto (implantação) Médio Médio
Uso de recursos naturais renováveis Sim Não Não Sim
Aproveitamento da infra. elétrica (LT) Não Sim Não Sim
Aproveitamento da infra. viária Não Sim Sim Sim

5.1.3 Alternativas tecnológicas

No presente tópico, serão evidenciadas as características técnicas que motivam a definição da


alternativa tecnológica definida para o Complexo Fotovoltaico Canela, em especial para os painéis
fotovoltaicos a serem utilizados.

37
As duas principais tecnologias que dominam o mercado mundial de células fotovoltaicas são a
cristalina e a dos filmes finos, sendo a principal diferença entre elas referente ao material que as
compõem. As células cristalinas possuem como matéria prima o silício (Si) e dominam o mercado com
a aproximadamente 80% da produção mundial. Já as células de filme fino são formadas por materiais
como: silício amorfo (a-Si); silício microcristalino; telureto de cádmio (CdTe); cobre, índio e gálio
seleneto (CIS / CIGS), células solares fotovoltaicas orgânicas (OPV), entre outros. A tecnologia dos
filmes finos possui vantagens como a possibilidade de ser flexível, ser esteticamente mais bonita
(aparência homogênea), e a temperatura e sombreamento ter menos influência sobre ela. Apesar
disso, ela acaba perdendo mercado para a tecnologia cristalina principalmente por terem menos
eficiência e por isso exigirem maior espaço para instalação de um sistema de mesma capacidade de
geração de energia.

A tecnologia cristalina pode ser separada em monocristalina e policristalina. Ambas possuem a matéria
prima o silício (Si), mas a principal diferença é o método de fabricação e manipulação do silício. Os
módulos policristalinos são feitos a partir de vários pequenos cristais de silício. Estes vários cristais são
fundidos e dão origem a grandes blocos, e a partir destes blocos são produzidas as células
fotovoltaicas. Já os módulos monocristalinos são formados por um bloco único cristalino, mais puro.
Pelo fato de os módulos policristalinos serem formados por vários pequenos cristais, as fronteiras
presentes entre estes cristais dificultam a passagem de corrente elétrica. Por isso, módulos
monocristalinos são mais eficientes quando analisamos potência por área, pois possuem maior espaço
para os elétrons se mexerem e então gerarem energia.

Com o objetivo de aumentar a geração de energia nas usinas fotovoltaicas, recentemente diversos
fabricantes mundiais passaram a oferecer módulos solares que podem receber luz dos dois lados, o
que proporciona a captação solar refletida no solo no entorno da placa, aumentando a eficiência em
até 30% em relação aos módulos convencionais.

Considerando tais aspectos, o Complexo Fotovoltaico Canela utilizará painel monocristalino bifacial da
marca Canadian Solar ou similar, da série CS7N. Ressalta-se que, conforme ficha do fabricante, tais
equipamentos apresentam boa eficiência, maior tolerância a nebulosidade, baixa degradação anual,
dispondo de 30 anos de garantia na performance linear de geração. Dentre os modelos da série o
definido para o empreendimento (CS7N-655MB-AG) encontra-se entre os de maior eficiência.

Com isso, verifica-se que a alternativa tecnológica escolhida para o projeto, módulos monocristalino
bifacial Canandian Solar CS7N-655MB-AG, refere-se a uma opção que ocupará menor área devido a
sua elevada eficiência, além de apresentar boa durabilidade, resultando no menor uso de recursos
naturais resultantes da necessidade de troca de equipamentos.

5.2 Legislação pertinente

Este tópico tem por objetivo apresentar os principais aspectos relacionados a legislação ambiental
pertinente a temática em análise, sendo enumerados os instrumentos legais, como leis, portarias e
resoluções, relacionados à temática em questão, e estes subdivididos de acordo com seu nível: federal
(Brasil), estadual (Piauí) ou municipal (Lagoa do Barro do Piauí). A seguir, na Tabela 15 será apresentada
a lista de legislações pertinentes nas esferas federal, estadual e municipal.

38
Tabela 15. Legislações relacionadas à esfera federal, estadual e municipal.
Legislações Nível federal
Identificação Descrição
Lei 1988 Constituição Federal Brasileira
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação
Lei nº 9.433/1997 Define a Política Nacional de Recursos Hídricos;
Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e dá outras providências;
Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 Estatuto da Cidade, que regulamenta os Arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana;
Lei Complementar nº 140/2011 Define as competências da União, Estados e municípios na tutela do Meio Ambiente, as ações supletivas e dá outras providências;
Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de
Lei Complementar nº 12.651/2012 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências;
Portaria GM/MS Nº 888, DE 4 DE MAIO DE Altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de
2021 controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade;
Portaria SPHAN/IPHAN nº 07, de 01 de Estabelece procedimentos necessários à comunicação prévia, às permissões e às autorizações para pesquisas e escavações
dezembro de 1988 arqueológicas em sítios arqueológicos previstas na Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961.
Portaria IPHAN nº 230 Dispõe sobre os estudos arqueológicos necessários no âmbito das etapas do licenciamento ambiental.
Instrução Normativa IPHAN nº 001/2015 Estabelece procedimentos administrativos a serem observados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nos
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA;
CONAMA nº 009, de 03 de dezembro de Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização de Audiências Públicas em licenciamentos ambientais;
1987
Considera a necessidade de estabelecer procedimento simplificado para o licenciamento ambiental, com prazo máximo de
CONAMA nº 272, de 27 de junho de 2001 sessenta dias de tramitação, dos empreendimentos com impacto ambiental de pequeno porte, necessários ao incremento da
oferta de energia elétrica no País;
CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente;
CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos sólidos da construção civil;
Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a
CONAMA nº 369, de 28 de março de 2005
intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP;
CONAMA nº 397, de 03 de abril de 2008 Altera o inciso II do § 4o e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA
no 357, de 2005;
CONAMA nº 462/2014 Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia elétrica a partir de fonte
eólica em superfície terrestre, altera o art. 1º da Resolução CONAMA n.º 279, de 27 de julho de 2001, e dá outras providências.
Legislações Nível estadual
Constituição 1989 Constituição do Estado do Piauí
Altera e acrescenta dispositivos à Resolução CONSEMA nº 040, de 17 de agosto de 2021, que estabelece o enquadramento dos
RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 46 empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado do Piauí, destacando os considerados de impacto
de âmbito local, para o exercício da competência municipal no licenciamento ambiental e dá outras providências.
Estabelece as regras de inscrição no Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Portaria nº 13, de 22 de fevereiro de 2022
Recursos Ambientais e de recolhimento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado do Piauí.
Altera a Lei n/ 5.959, de 20 de dezembro de 2009, que institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado do Piauí
Lei n° 7.220, de 28 de maio de 2019 TCFA/PI, institui o Cadastro Técnico Estadual de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais-
CTE e dá outras providências
Lei n° 5.959, de 29 de dezembro de 2009 Institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado do Piauí- TCFA/PI
Lei n° 4.854, de 10 de julho de 1996 Dispõe sobre a Política de Meio Ambiente do Estado do Piauí, e dá outras providências
Lei n° 4.797, de 24 de outubro de 1995 Cria a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado do Piauí
Dispõem sobre os procedimentos para a cobrança e parcelamento de multa decorrente de infração ambiental, de que trata a Lei
Lei n° 6.165, de 25 de janeiro de 2012
n° 4.854, de 10 de julho de 1996, e dá providências
Instrução Normativa nº 005/2020 - Institui, no âmbito da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos–SEMAR/PI, as diretrizes técnicas e os
Alterada pela IN nº006/2020 e IN nº procedimentos referentes à autorização de supressão de vegetação nativa e a outras autorizações florestais, à reposição florestal
007/2022 obrigatória, à concessão de créditos de reposição florestal e às atividades de silvicultura.
Lei nº 5.178, de 27 de dezembro de 2000 Dispõe sobre a Política Florestal do Estado do Piauí, e dá outras providências
Altera e acrescenta dispositivos à Instrução Normativa nº 02 de 19 de maio de 2022, que regulamenta os procedimentos para
Instrução Normativa SEMAR nº 08, de 28 apuração de infrações administrativas por condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a imposição das sanções, a defesa ou
de dezembro de 2022 impugnação, o sistema recursal e a cobrança de multa e sua conversão em prestação de serviços de recuperação, preservação e
melhoria da qualidade ambiental, no âmbito da SEMAR/PI.
Dispõe sobre a homologação de dispositivos da Resolução CONSEMA ° 33, de 16 de junho de 2020, que estabelece o
Resolução CONSEMA n° 40, de 17 de enquadramento dos empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental no Estado do Piauí, destacando os
agosto de 2021 considerados de impactos de âmbito local para exercício da competência municipal no licenciamento ambiental e dá outras
providências
Resolução CONSEMA n° 008, de 22 de maio Instituir critérios para cálculo dos valores da compensação ambiental, cobrada no licenciamento de empreendimentos/ atividades
de 2007 de mineração, reconhecidos como causadores de significativo impacto ambiental.
Dispõem sobre as diretrizes do licenciamento ambiental, estabelece os prazos e procedimentos para a emissão de licenças,
Lei n° 6.947, de 09 de janeiro de 2017
declarações e autorização ambientais e dá outras providências
Instrução Normativa SEMAR n° 07, 04 de Estabelece os procedimentos, informações e documentos necessários à instrução de processos de licenciamento ambiental, além
março de 2021 de outros atos e instrumentos emitidos pela SEMAR e dá outras providências.
Dispõem sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, institui o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá
Lei n° 5.165, de 17 de agosto de 2000
outras providências
Dispõe sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, como unidade do Grupo de Proteção Integral, e institui o
Lei n° 5.977, de 24 de fevereiro de 2010
Programa Estadual de Apoio às Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPNs e dá outras providências
Lei n° 7.044, de 09 de outubro de 2017 Institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Piauí- SEUC-PI e dá outras providências
Legislações Nível municipal – Lagoa do Barro do Piauí
Lei municipal nº 1/2009 Lei orgânica municipal
Lei municipal n° 203/2019 Política Municipal do Meio Ambiente
Lei municipal n° 204/2019 Dispõe sobre a Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente
Lei municipal n° 202/2019 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente e dá outras providências
Lei municipal n° 200/2019 Dispõe sobre o Uso e Ocupação do Solo Urbano no município de Lagoa do Barro do Piauí
Lei municipal n° 144/2016 Aprova o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos e dá outras providências
Lei municipal n° 206/2019 Dispõe sobre o uso e manejo adequado do solo e dos recursos hídricos, estabelecendo técnicas apropriadas de plantio
39
5.3 Planos, programas e projetos

A seguir, na Tabela 16 será apresentada a lista de planos, programas e projetos pertinentes nas esferas
federal, estadual e municipal.

Tabela 16. Planos, programas e projetos relacionados na esfera federal.


Planos, programas e projetos - Nível federal
Identificação Descrição
Criado pelo Decreto 4873/2003, continuado pelo 9.357 de 27/04/2018,
Programa Luz para todos garante distribuição de energia a todas comunidades e propriedades
rurais do Brasil.
Criado pelo Decreto 7535/2011, voltado para a universalização do
Programa Água para todos serviço à toda região do Semiárido, a qual depende do provimento e
distribuição de energia elétrica;
Programa de Desenvolvimento Criado pelo Decreto de 27 de dezembro de 1994, com objetivo de
Energético dos Estados e atender às localidades isoladas não supridas de energia elétrica pela rede
Municípios – PRODEEM convencional, obtendo essa energia de fontes renováveis locais.
Planos, programas e projetos - Nível estadual
Este Plano representa um esforço empreendido pelo Governo do Estado
do Piauí, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento (SEPLAN)
com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Plano Piauí 2030 (PNUD). Em sua elaboração, há uma inovação ao tentar articular um
planejamento estadual com um movimento internacional que privilegia
a Agenda 2030 e as metas empreendidas para os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Planos, programas e projetos - Nível municipal
Plano diretor participativo de Lagoa do Barro do Piauí, tendo como
Plano diretor fundamento e gestão participativa e o desenvolvimento humano, social
e econômico local e sustentável.

6 ÁREAS DE INFLUÊNCIA

As áreas de influência designam a área geográfica que pode sofrer as consequências, diretas e indiretas
do empreendimento (Sanchéz, 2013). A Resolução Conama 01/1986, que em seu Artigo 5º estabelece:

Art.5 - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios


e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes
diretrizes gerais: […]

III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza; […]

Assim as áreas de influência de um empreendimento podem ser definidas como o espaço suscetível
de sofrer alterações como consequência da sua implantação, manutenção e operação ao longo de sua
vida útil. Considerando que os impactos a serem causados pelo empreendimento dispõem de
diferentes características, torna-se necessária a subdivisão das áreas de influência.

De acordo com Sanchéz (2013), a definição da abrangência e do alcance dos estudos ocorre
normalmente nos termos de referência. Considerando tais definições, bem como diretrizes habituais
para empreendimentos similares ao aqui descrito elaboradas pelo órgão licenciador (SEMARH), foram

40
realizadas as definições da área diretamente afetada (ADA), área de influência direta (AID) e área de
influência indireta (AII) conforme exposto a seguir.

Seguindo as orientações presentes no TR disponibilizado pelo órgão ambiental competente houve a


definição de uma Área de Estudo Regional (AER) em conjunto com a Área de Estudo Local (AEL), a qual
engloba a Área Diretamente Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência
Indireta (AII).

6.1 Área de estudo regional – AER

A área de estudo regional corresponde a área como referência para o diagnóstico regional realizado
considerando a bacia hidrográfica e a microbacia na qual se localiza o empreendimento, conforme
termo de referência para elaboração do estudo da SEMARH.

6.2 Área de estudo local – AEL

A área de estudo local envolve as delimitações da ADA, AID e AII do empreendimento. Nela foram
produzidas as análises com base nos dados obtidos a partir das prospecções de campo dos diferentes
meios.

6.2.1 Área Diretamente Afetada – ADA

Uma delimitação mínima da área de estudo corresponde à própria área a ser ocupada pelo
empreendimento, usualmente chamada de área diretamente afetada, que se refere à área de
implantação e de seus componentes ou instalações auxiliares (Sanchéz, 2013). Assim, no presente
estudo a Área Diretamente Afetada foi definida como a área do empreendimento, englobando jogos
de painéis, linhas de transmissão, subestações e inversores, além de administração e outras áreas de
apoio.

6.2.2 Área de influência direta – AID

A resolução CONAMA 462/2014, que trata do licenciamento ambiental de empreendimentos de


geração de energia fotovoltaica, propõe em seu anexo I a definição de áreas de influência direta e
indireta, para fins de estudos ambientais:

A área de influência Direta (AID) é aquela cuja incidência dos impactos da implantação e
operação do empreendimento ocorre de forma direta sobre os recursos ambientais,
modificando a sua qualidade ou diminuindo seu potencial de conservação ou aproveitamento.
Para sua delimitação, deverão ser considerados os limites do empreendimento, incluindo as
subestações, nas áreas destinadas aos canteiros de obras, as áreas onde serão abertos novos
acessos, e outras áreas que sofrerão alterações decorrentes da ação direta de
empreendimento, a serem identificadas e delimitadas no decorrer dos estudos.

Com base em tal definição e em diretrizes habituais do órgão licenciador para empreendimentos
próximos, foi definida a Área de Influência Direta do estudo como sendo a Área Diretamente Afetada
acrescida de uma faixa de 1000 metros (1Km) no entorno, para a análise do meio físico e biótico,
conforme exposto na Figura 17. Salienta-se que a AID do meio socioeconômico foi definida em 2 Km.

41
6.2.3 Área de Influência Indireta – AII

A área de influência indireta abrange um espaço que é afetado pelo projeto como um todo, mas no
qual os impactos e efeitos decorrentes do empreendimento são considerados menos significativos do
que nos territórios das outras duas áreas de influência (ADA e a AID). De acordo com o Anexo I da
resolução Conama 462/2014, a área de influência indireta pode ser definida como:

A Área de Influência Indireta (AII) é aquela potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos
da implantação e operação do empreendimento de serviços e equipamentos públicos e as
características urbano-regionais a ser identificada e delimitada no decorrer dos estudos
(CONAMA 462/2014).

Com base em tais definições e, considerando a região da área do empreendimento, no presente


estudo, foi considerada como área de influência indireta para os meios biótico e físico, as áreas
circunvizinhas em raios de 2000 metros (2Km) a partir da ADA do empreendimento, conforme exposto
na Figura 16, também representada em formato de prancha na Figura 17. Salienta-se que a área de
influência indireta para a análise do meio socioeconômico foi definida como os limites municipais de
Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova.

Figura 15. Localização da AER e ARL Figura 16. Localização da ADA, AID e AII do empreendimento
Fonte: ECOENG (2023) Fonte: ECOENG (2023)

42
Figura 17. Mapa de áreas de influência.

43
7 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental apresenta-se como uma importante ferramenta analítica para a


determinação do quadro atual da paisagem a ser afetada pela implantação de empreendimentos de
naturezas diversas. Seu principal objetivo é promover uma análise integrada direcionada a
interpretação das conexões entre os diferentes elementos que estruturam o meio ambiental,
permitindo dessa forma avaliar o seu potencial e sua fragilidade, auxiliando na determinação dos
impactos ambiental associados a execução das atividades do empreendimento.

A referida etapa foi elaborada através da consulta a dados primários adquiridos in loco, através da
prospecção de campo, bem como a partir de dados secundários coletados em sólidas bases
bibliográficas e em bancos de dados oficiais relacionados as temáticas especificas. Visando garantir
maior coerência na apresentação das informações e suas respectivas metodologias este estudo
apresentará em cada tópico a abordagem metodológica utilizada.

É importante ressaltar que a elaboração dos diagnósticos dos diferentes meios (Físico, Biótico e
Socioeconômico) seguiu as determinações apresentadas no Termo de Referência (TR) disponibilizado
pelo órgão ambiental competente.

7.1 Meio Físico

Conforme exposto no tópico destinado a definição das áreas de influência do empreendimento o


diagnóstico do meio físico foi analisado seguindo escalas de estudo regional (AER) estabelecida como
as sub-bacias que drenam a região do empreendimento e escala de estudo local (AEL) a qual
compreende a definição da Área Diretamente Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de
Influência Indireta (AII) do empreendimento.

O processo de análise do meio físico das áreas de influência do empreendimento Complexo


Fotovoltaico Canela, localizado nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, ambos
localizados no estado do Piauí, apresenta-se como uma etapa fundamental no processo de avaliação
dos impactos ambientais. Visando cumprir os objetivos previamente estabelecidos para o diagnóstico
do meio físico, este tópico examinará as condições ambientais regionais e locais. A campanha de
prospecção dos elementos do meio físico foi realizada entre os dias 26 e 30 de junho de 2023.

Do ponto de vista de sua estruturação, neste tópico estão presentes as informações relacionadas aos
aspectos funcionais e morfológicos do meio físico, abarcando assim a climatologia, geologia,
geomorfologia, pedologia, recursos hídricos, espeleologia e níveis de pressão sonora. No tópico a
seguir serão apresentadas as metodologias específicas de cada elementos que compõem o meio físico
do empreendimento.

7.1.1 Metodologia para levantamento dos dados

A discussão acerca do meio físico das áreas de influência do empreendimento tem início com a
caracterização climática e meteorológica da região do empreendimento. Para tanto foram analisados
os dados de temperatura e precipitação de quatro estações meteorológicas localizadas no entorno do

44
empreendimento. Tais dados foram processados pelo Departamento de Ciências Atmosféricas da
UFCG e as informações das estações pode ser visualizado na Tabela 17.

Tabela 17. Informações das estações climatológicas para a caracterização da AER


Estação Localização Distância da
N° UF Operador
Nome Código Lat. long. ADA
1 Queimada Nova 3777119 PI ANA 8°37’ 41°25’ 18,29
2 Paulistana 3764273 PI ANA 8°8’ 41°9’ 48,66
3 Remanso 3795389 BA ANA 9°41’ 42°4’ 147,31
5 Petrolina 3789703 PE ANA 9°23’ 40°30’ 148,92

Para a análise que engloba a ARL foi utilizado a estação climatológica mais atualizada e com a maior
quantidade de dados disponíveis, com localização próxima as áreas de influência do empreendimento.
A estação de São João do Piauí, localizada a aproximadamente 81,75 Km da ADA foi selecionada para
a caracterização das condições meteorológicas locais. Nesta estação foram analisadas as variáveis de
precipitação, temperatura, umidade relativa do ar, insolação, nebulosidade e intensidade dos ventos,
em um período entre 1990 e 2022. As informações das referidas estações podem ser visualizadas na
Tabela 18.

Tabela 18. Informação da estação climatológica utilizada na análise


Estação Localização Distância da
N° UF Operador
Nome Código Lat. long. ADA
1 São João do Piauí 82879 PI INMET -8.365 -42.2502 81,75 Km

Após o a análise das condições climáticas e meteorológicas foram analisadas as informações sobre os
aspectos geológicos. Para tanto foram realizadas consultas a trabalhos de conclusão de curso,
dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidas para a região sul do estado do Piauí. Já em
relação aos produtos cartográficos, foram utilizados dados vetoriais elaborados por Uchôa Filho et al.
(2019) na escala de 1:250.000, que apresentam a integração geológica-geofísica da Faixa Riacho do
Pontal, abrangendo toda a extensão das áreas de influência do empreendimento.

Tais produtos serviram para o auxílio na identificação dos litotipos, bem como dos contados existentes
entre as diferentes unidades. As descrições dos grupos litológicos foram obtidas junto ao Relatório
Técnico da Faixa Riacho do Pontal (UCHÔA FILHO et al., 2019), em conjunto com Relatório da
Geodiversidade do estado produzido por Pfaltzgraff, Torres e Brandão (2010), e relatórios técnicos da
geologia estadual, sendo o da folha SC.24-V-A-I elaborado por Freitas (2017) o mais utilizado.

Ainda em relação ao diagnóstico da geologia também foram identificados os processos minerários


ativos através da consulta ao Sistema de Informação Geográfica da Mineração (SIGMINE) da Agência
Nacional de Mineração (ANM). Os dados primários relacionados a geologia foram obtidos através da
visita in loco as diferentes áreas de influência do empreendimento, sendo utilizados ferramentas como
o AlpineQueeste, Avenza Maps e o Timestamp Câmera Free.

Para o diagnóstico das unidades geomorfológicas foi utilizado como principal fonte de dados o
“Mapeamento de Recursos Naturais do Brasil”, elaborado pelo IBGE na escala de 1:250.000. A partir
de uma visão macro do relevo, proporcionada pelo IBGE, foram sendo analisadas as unidades de maior

45
detalhe através dos trabalhos realizados na região. Além das bibliografias de base teórica, também foi
utilizado como norte técnico o Manual Técnico de Geomorfologia produzido pelo IBGE (2009).

Em relação aos aspectos pedológicos da AER e AEL do empreendimento foram analisados diferentes
perfis pedológicos ao longo das áreas de estudo (Figura 18), tais pontos serviram para a caracterização
morfológica (textura, estrutura, cor) dos solos locais. Para tanto, foram utilizadas ferramentas como:
pá, fita métrica, canivete e câmera fotográfica. A fim de auxiliar na análise morfológica dos perfis foram
utilizadas as seguintes produções técnicas: Manual Técnico de Pedologia (IBGE, 2015), Manual de
descrição e Coleta de Solo no Campo (Santos et al., 2005) e o Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos (EMBRAPA, 2018).

Figura 18. Análise morfológica de perfis na AEL do


Figura 19. Utilização de drones
empreendimento

Após a análise das condições geológicas, geomorfológicas e pedológicas das áreas de estudo do
empreendimento, foi possível a discussão acerca da geotecnia da área, interpretando questões
relativas à suscetibilidade a ocorrência de processos erosivos, movimentos de massa e pontos de
acumulação hídrica. Por fim, compõe o diagnóstico do meio físico os recursos hídricos da área em
relação aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, para os primeiros a análise ocorre através do
caminhamento e identificação dos cursos d’água em campo, com posterior classificação quanto a
natureza do seu escoamento: efêmero, intermitente ou perene.

O diagnóstico do meio físico das áreas de influência do empreendimento também contou com o
monitoramento dos níveis de pressão sonora, sendo a metodologia especifica desse tópico descrita
em seu tópico correspondente. É válido destacar que foi empregado para a análise de alguns
elementos do meio físico (geologia, geomorfologia, pedologia e recursos hídricos) o emprego de
veículo aéreo não tripulado (VANT/Drone) com o intuito de comprovar e determinar os limites físico-
geográficos, conforme ilustra Figura 19.

7.1.2 Clima e condições meteorológicas

O entendimento do clima e das condições meteorológicas para o contexto do diagnóstico ambiental


reside na ação deste enquanto agente transformador das paisagens, através das variáveis
46
meteorológicas de precipitação, temperatura, insolação e vento. A características dessas variáveis,
atuam na determinação dos processos pedológicos, na esculturação do relevo, na dinâmica hídrica e
na fisionomia dos vegetais. A diretriz do empreendimento e suas respectivas áreas de influência estão
inseridas no contexto climático da região Nordeste do Brasil (NEB), na porção sul do Piauí, localizada
nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, distante cerca de 616 Km do litoral
setentrional brasileiro. Visto a sua localização, as condições climáticas e meteorológicas são marcadas
por forte irregularidade na distribuição espacial e temporal da precipitação e forte incidência de
temperaturas ao longo de todo o ano.

7.1.2.1 Caracterização climática regional (AER)

A dinâmica atmosférica regional é comandada através da atuação de sistemas atmosféricos


multiescalares. Segundo Molion e Bernardo (2002), atuam no NEB diferentes sistemas escalares, os
quais são classificados em fenômenos de grande escala, mesoescala e microescala de atuação. De
modo geral existem cerca de 6 sistemas que produzem eventos de precipitação e condições a
temperatura na região nordeste do Brasil, sendo eles: as frentes frias, as brisas terrestres e marinhas,
os ciclones na alta e baixa troposfera e a Zona de Convergência Intertropical (SILVA; GALVÍCIO; COSTA,
2017), incluindo-se também as Linhas de Instabilidade e os Complexos Convectivos de Mesoescala.
Para a região do empreendimento o único sistema acima citado que não possui expressão na área do
empreendimento são as frentes frias.

A seguir serão abordados brevemente o entendimento atual sobre os sistemas atmosféricos atuantes
no NEB. Em relação aos sistemas atmosféricos de grande escala merecem destaque a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) e os Eventos ENOS (El niño e La niña). A ZCIT pode ser entendida
como um sistema formado através da confluência dos ventos alísios de nordeste e sudeste, a qual dá
origem a uma região de alta nebulosidade de deslocamento sazonal entre os hemisférios norte e sul.
A ZCIT varia de sua posição mais ao norte (14°N), entre os meses de agosto e setembro, até sua posição
mais ao Sul (4°S), entre os meses de março e abril (MOLION; BERNARDO, 2002; FERREIRA; MELO, 2005;
DINIZ; PEREIRA, 2015).

Essa variação entre o hemisfério norte e sul ocorre, pois, a ZCIT está sobreposta ao equador térmico
(isoterma de máxima temperatura do globo) que por sua vez varia conforme o deslocamento da terra
em relação ao sol (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007). Ou seja, durante o verão no hemisfério
setentrional a ZCIT movimenta-se para o norte e durante o verão no hemisfério meridional alcança o
hemisfério sul (AYOADE, 2003). É importante destacar que para além da variação térmica do globo, a
ZCIT também varia anualmente devido à variabilidade espaço-temporal da Temperatura da Superfície
do Mar, influenciada pelos anos de ocorrência do El niño e La niña, a depender de qual fenômeno
esteja atuando pode haver ganhos ou perdas substanciais de precipitação no NEB.

Por sistemas de mesoescala entende-se os sistemas de atuação mais regional, comandando, por
exemplo, as condições climáticas de alguns setores do NEB. De acordo com Jesus (2008), os sistemas
de mesoescala possuem uma escala de atuação vertical entre os 2000 Km e 10 Km, com um
desenvolvimento horizontal entre 12 Km e 100 metros. Quanto a temporalidade das variações
meteorológicas o autor indica que os sistemas de mesoescala atuam por várias horas até alguns dias.
Dentre os principais sistemas atmosféricos de mesoescala atuantes no NEB destacam-se os Vórtice
47
Ciclone de Altos Níveis (VCAN), os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs), as Brisas Marinhas
e Terrestres e as Linhas de Instabilidade (LI).

O VCAN segundo Kayano e Andreoli (2009), possuem origem sobre o oceano principalmente durante
os meses de verão no hemisfério sul entre 0° e 30° S. De acordo com os autores trata-se de um sistema
de centro seco com alta umidade em sua periferia, com deslocamento quase nulo, mas que podem
mover-se de leste a oeste. As chuvas associadas a esse sistema dependem do posicionamento de sua
periferia, se sobre o continente, as chuvas ocorrem no litoral, se sobre o oceano as chuvas ocorrem no
continente. É válido destacar que esse sistema possui em média de 7 a 10 dias de duração (MOURA;
SOBRINHO; SILVA, 2019).

As brisas marinhas e terrestres possem uma forte expressividade climática nas zonas litorâneas do
NEB. De acordo com Ferreira e Melo (2005), elas ocorrem devido ao processo de resfriamento desigual
entre o continente e o oceano o que promove diferentes campos de pressão alterando o
direcionamento do vetor que transporta a umidade, sendo esses sistemas não atuantes nas áreas de
influência do empreendimento.

Por fim, tem-se os sistemas de microescala, os quais são entendidos por Jesus (2008), como sistemas
que possuem escala vertical entre 10Km a alguns metros, com o desenvolvimento horizontal abaixo
dos 100 metros. Quanto a sua temporalidade das variações atmosféricas o autor indica que elas não
passam de alguns minutos do dia. Para o NEB o principal fator determinante nas condições
microclimáticas é o relevo, que atua no sentido da promoção da chuva orográfica ocasionando
também a diminuição nas médias de temperatura.

De acordo com Ayoade (2013), as chuvas orográficas são formadas através de uma corrente de
umidade, que, ao ser forçada a ascender devido ao contato com o relevo, sofre o processo convectivo,
pois, passa a perder sua temperatura. O estado do Piauí possuí uma extensa área em que as médias
de temperatura tendem a ser consideravelmente mais amenas quando comparadas com seu entorno.
Tais pontos de maior amenidade climática estão localizados na região da Serra da Ibiapaba.

Buscando caracterizar a dinâmica climática regional, foram observados no estado do Piauí os


diferentes sistemas atmosféricos responsáveis por determinar o comportamento climático da região.
A Figura 20 ilustra o comportamento da precipitação mensal no estado, indicando como atuam no
estado os diferentes sistemas. Nota-se que na porção norte atua mais intensamente a ZCIT,
promovendo chuvas entre janeiro e maio, já na porção central do estado ocorre uma área de transição
entre os fatores meteorológicos das regiões norte e sul do estado. Nessa área o regime pluviométrico
ocorre entre dezembro e abril. Por fim, na região sul do estado, o regime pluviométrico é comandado
sobretudo pela atuação dos restos de frentes, condicionando chuvas entre novembro e março.

A Figura 21 apresenta a distribuição espacial da precipitação anual. A porção norte do estado registra
os maiores valores, ocorrendo uma região com valores entre 1800 e 2000 mm/ano, já para a região
em que estão localizadas as áreas de influência do empreendimento, as médias anuais de precipitação
ficam na faixa dos 600 a 800 mm/ano.

48
Figura 20. Delimitação dos regimes pluviométricos Figura 21. Comportamento anual da precipitação no
(MEDEIROS, 2007) estado (EMBRAPA, 2004)

Em relação ao comportamento da temperatura máxima a Figura 22 indica que predominam no estado,


englobando também as áreas de influência do empreendimento, a isoterma dos 32 aos 34°C, sendo
este o intervalo mais intenso para o estado. Já em relação a temperatura média (Figura 23)
predominam no estado a isoterma entre 28 e 30°C, sendo essa também a presente nas áreas de
influência do empreendimento. Por fim, a Figura 24 ilustra o comportamento anual da temperatura
mínima, sendo a média registrada para a região do empreendimento a isoterma entre 20 e 22°C. As
regiões mais amenas no estado correspondem a regiões mais elevadas como a Serra da Ibiapaba.

Figura 22. Comportamento anual da Figura 23. Comportamento anual da Figura 24. Comportamento anual da
temp. máxima temperatura média temperatura mínima

49
De acordo com Lima e Andrade Junior (2020), as condições das diferentes massas de ar, associadas
aos diversos fatores geográficos (relevo, solo, latitude) definem as condições climáticas e
meteorológicas do estado, ou seja, condicionam o comportamento da precipitação, temperatura e do
balanço hídrico, podendo a partir da análise desses elementos ocorrer a determinação dos tipos
climáticos estaduais. Os autores realizaram a classificação climática para o estado do Piauí a partir da
metodologia de KÖPPEN-GEIGER, na qual são consideradas a sazonalidade e os valores médios anuais
e mensais da temperatura do ar e da precipitação. De acordo com a Figura 25 estão presentes no Piauí
3 tipos climáticos, a saber: “As” – quente e úmido, “Aw” – quente e úmido e “BSh” – semiárido.

Figura 25. Classificação climática proposta por KÖPPEN para o Piauí (Alvares et al. 2014)

Ainda de acordo com os autores, o tipo “As” caracteriza-se por possuir o registro das chuvas no
verão/outono, ocasionadas principalmente pelo deslocamento sazonal da ZCIT. A estação chuvosa
dessa região estende-se de janeiro a maio, sendo os meses de fevereiro/março/abril o trimestre
considerado chuvoso e agosto/setembro/outubro o trimestre seco. Já o tipo “Aw” – quente e úmido
caracteriza-se pelas chuvas de verão que atingem o centro-sul e sudoeste do estado, condicionadas
essencialmente pela massa Equatorial Continental de ar quente. Nesse tipo climático o período
chuvoso ocorre entre novembro e março, sendo os meses de dezembro/janeiro/fevereiro o trimestre
chuvoso e junho/julho/agosto o trimestre seco.

Por fim, tem-se o tipo “BSh” – semiárido, o qual é caracterizado por uma curta estação chuvosa no
verão, resultante da diminuição das precipitações oriundas da massa de ar Equatorial Continental. De
acordo com Lima e Andrade Junior (2020), no domínio do tipo climático BSh as secas se manifestam
com maior frequência e intensidade, gerando impactos acentuados na produção agrícola e no
abastecimento hídrico das cidades. Destaca-se que as precipitações pluviométricas variam de 400 mm
a 1.000 mm, sendo a o trimestre chuvoso os meses de janeiro/fevereiro/março e o seco o intervalo

50
entre os meses de julho e setembro. É valido salientar que as áreas de influência do empreendimento
em análise estão localizadas sobre o domínio desse tipo climático.

Visando caracterizar a região do empreendimento, a sequência de gráficos a seguir apresentam o


comportamento climáticos das estações meteorológicas mais próximas da área de estudo. A partir dos
dados de precipitação e temperatura foi possível a determinação do período considerado chuvoso e
seco para a região. Seguindo a definição de seca de Bagnouls e Gaussen (1953), onde os autores
consideram mês seco aquele cujo total das precipitações em milímetros é igual ou inferior ao dobro
da temperatura média (P≤2T), temos para a área que o período chuvoso corresponde os quatro
primeiros meses do ano e o período seco mais intenso os meses de maio a outubro.

100 29 160 30
90 140
28 29
80
120
28

Precipitação (mm)
70
27
Precipitação (mm)

Temperatura (°C)
Temperatura (°C)

100
60 27
50 26 80
26
40 60
25
30 25
40
20
24 24
20
10
0 23 0 23
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação Temperatura Precipitação Temperatura

Gráfico 1. Climograma da estação de Queimada Nova/PI Gráfico 2. Climograma da estação Paulistana/PI


140 28 120 29

120 28
100
27 27

Temperatura (°C)
Precipitação (mm)

100
Precipitação (mm)

Temperatura (°C)

80
26
80
26 60 25
60
24
40
40
25 23
20
20 22

0 24 0 21
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação Temperatura Precipitação Temperatura

Gráfico 3. Climograma da estação de Remanso/BA Gráfico 4. Climograma da estação de Petrolina/PE

O período chuvoso para a estação de Queimada Nova ocorre entre os meses de janeiro e abril, sendo
o mês de março o mais chuvoso com média de 92 mm/mês e agosto o mês menos chuvoso com apenas
1,3 mm de média. Já o período chuvoso na estação de Paulistana ocorre entre os meses de dezembro
e abril, sendo março o mês mais chuvoso com média de 135,1 mm e julho/agosto os meses mais secos
com média de 0,6 mm. A estação de Remanso, localizada no estado da Bahia a aproximadamente 147
Km da ADA do empreendimento, possui um período chuvoso mais intenso, que ocorre entre os meses
de novembro e abril, sendo março o mês mais chuvoso com 115,1 mm de média e agosto o mais seco
com o registro de apenas 0,3 mm de média. Por fim, a estação de Petrolina no estado de Pernambuco
51
tem como meses considerados chuvosos o intervalo entre dezembro e março, sendo este último o
mais chuvoso com 101,7 mm de média e agosto o mais seco com média de 1,8 mm.

Em relação ao comportamento anual, a estação de Remanso é considerada a mais chuvosa (575,8


mm/ano), seguida pela estação de Paulistana (559 mm/ano), Petrolina (435,6 mm/ano) e Queimada
Nova (442,4 mm/ano). Tais valores indicam que a área em questão possui características climáticas
fortemente associadas ao clima semiárido. Em relação a temperatura média registrada nas diferentes
estações a média variou entre 25,95 °C e 27,01°C. Nota-se que para as quatro estações analisadas o
período mais ameno do ano dar-se entre os meses de maio e julho, sendo este último o mais ameno.

Caracterização meteorológica local

a) Precipitação

O Gráfico 5 apresenta as médias mensais de precipitação para a estação pluviométrica de São João do
Piauí entre 1992 e 2022. Nota-se que há grande variação nos registros pluviométricos ao longo dos
meses do ano, ocorrendo uma concentração dos totais nos três primeiros meses do ano e uma
significativa diminuição no meio do ano. Seguindo a definição de mês seco definido por Bagnouls e
Gaussen (1953), o período chuvoso na estação de São João do Piauí corresponde ao intervalo entre os
meses de novembro e abri (6 meses), sendo os meses de janeiro/fevereiro/março o trimestre chuvoso
(mês de fevereiro considerado o mais chuvoso com média de 130,5 mm). Já o período seco ocorre
entre os meses de maio e setembro, sendo o mês de agosto o de menor média pluviométrica, com
apenas 0,1 mm. A média mensal de precipitação ao longo do ano para o período analisado foi de 52,9
mm.

140,0 130,5 2022


2020
116,1 116,8 2018
120,0
2016
2014
100,0
2012
Precipitação (mm)

81,7 2010
80,0 72,6 2008
67,7
2006
2004
60,0
2002
2000
40,0 1998
22,5 23,8 1996
20,0 1994
1992
1,7 0,5 0,1 1,3
0 200 400 600 800 1000
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Precipitação (mm)

Gráfico 5. Precipitação média mensal na estação de São João Gráfico 6. Comportamento anual da precipitação
do Piauí, entre 1992 e 2022 (1992 – 2022)

Os valores mensais identificados para a estação, corroboram com as análises realizadas por Medeiros
(2017), onde o autor determinou que para o sul do Piauí a quadra chuvosa ocorre entre os meses de
novembro e março, sendo influenciada por restos de frentes frias, conforme ilustrado na Figura 20.

52
Em relação ao comportamento anual da precipitação os valores presentes no Gráfico 6 indicam que a
média anual para a estação pluviométrica de São João do Piauí é de 626,9 mm/ano, possuindo grande
sazonalidade temporal. Dentre os anos analisados na série histórica 1993 foi o ano com a menor média,
onde foi registrado apenas 262,2 mm, já o ano de 2018 é considerado o ano mais chuvoso na estação
analisada com registro de 893,7 mm nesse ano. É importante destacar que as variações sazonais dos
totais pluviométricos são resultado direto da atuação dos diferentes sistemas atmosféricos atuantes
sobre o NEB.

b) Temperatura

Em relação ao comportamento da temperatura o Gráfico 7 apresenta os valores máximos, médios e


mínimos da temperatura registradas para a estação climatológica de São João do Piauí. O primeiro
semestre do ano é marcado pelo registro de temperaturas mais amenas, sendo o mês de março o mais
frio com temperatura máxima de 32,41°C, média de 26,61° C e mínima de 22,2° C. Já o período mais
quente do ano corresponde ao intervalo entre os meses de setembro e dezembro, sendo o mês de
outubro o mais quente do ano com temperatura máxima de 36,95°C, média de 30,38 °C e mínima de
24,6°C.

38,00

36,00

34,00
Temperatura (°C)

32,00

30,00

28,00

26,00

24,00

22,00

20,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Máx. Média Min.

Gráfico 7. Normais mensais de temperatura na estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022
Fonte: INMET (1995;2022). Organizado por: ECOENG (2023)

c) Umidade Relativa do Ar

A variável da umidade relativa possui total relação com o comportamento da precipitação e das médias
de temperaturas registradas ao longo do dia, nesse sentido é uma variável que possui uma forte
variabilidade horária quanto comparada com as demais variáveis climatológicas. O Gráfico 8 apresenta
a média da umidade relativa na estação de São João do Piauí, entre 1995 e 2022. Nota-se que o
primeiro semestre possui maiores médias, sendo março o mês mais úmido (75,82%) e o segundo
semestre o período mais seco, sendo o mês de setembro o mais seco com 41,92% de média.

53
80,00 75,82
73,13
69,55 70,76
70,00
63,27
61,05
60,00 55,31
52,87
Umidade relativa (%)

49,47
50,00 44,49 45,96
41,92
40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Gráfico 8. Média da Umidade Relativa do Ar (%) na estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022
Fonte: INMET (1995;2022). Organizado por: ECOENG (2023)

d) Insolação e Nebulosidade

A insolação pode ser entendida como o período no qual o sol ilumina determinada superfície terrestre,
possuindo nesse sentido relação inversa com a precipitação e a nebulosidade, entendidas como
obstáculos naturais a penetração da insolação. Para a região do empreendimento foi utilizada a
estação climatológica de São João do Piauí para a qual os dados mensais estão expostos no Gráfico 9.
Os meses considerados chuvosos, ou seja, o intervalo entre os meses de novembro e abril, possuem
as menores taxas de insolação e valores mais elevados de nebulosidade. Na média histórica analisada
o mês de fevereiro possui a menor média, com apenas 178,75 horas de insolação, já o mês de agosto
possui a maior média com 312,91 horas, resultado direto da diminuição dos totais pluviométricos na
área.

350,00 7,00
2021
Nebulosidade (décimos)

300,00 6,00 2019


2017
250,00 5,00
Insolação (horas)

2015
2013
200,00 4,00 2011
2009
150,00 3,00
2007
100,00 2,00 2005
2003
50,00 1,00 2001
1999
0,00 0,00 1997
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1995
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Insolação Nebulosidade
Insolação (horas)

Gráfico 9. Relação entre a nebulosidade e insolação na Gráfico 10. Comportamento anual da insolação na
estação de São João do Piauí entre 1995 e 2022 estação São João do Piauí
Fonte: INMET (1995;2022). Organizado por: ECOENG (2023)

Conforme pode ser visualizado no Gráfico 9 a nebulosidade possui relação inversa com as médias de
insolação. Quando no primeiro semestre do ano são registrados os menores valores de insolação, as
médias de nebulosidade são consideravelmente mais elevadas. Já no segundo semestre do ano, os
valores de nebulosidade decaem fortemente, devido a diminuição dos totais pluviométricos e a maior
incidência de luminosidade na área. O acumulado da insolação nos diferentes anos da série histórica
54
pode ser visualizado no Gráfico 10. Destaca-se a média de insolação dos anos analisados para a estação
é de 2898,05 horas.

e) Ventos

Para a análise dos regimes dos ventos foram utilizados os dados de velocidade média dos ventos
existentes na estação de São João do Piauí (2002 - 2022), os quais estão presentes no Gráfico 11.
Conforme os dados disponibilizados, o período de maior intensidade dos ventos ocorre entre os meses
de junho e setembro, quando as médias ficam superiores aos 3,0 m/s, sendo registrado no mês de
agosto a maior média (3,25 m/s). No primeiro semestre do ano é quando são registrados os ventos
menos intensos, sendo o mês de março o de menor incidência com média mensal de 1,60 m/s.

7,0

6,0

5,0
Velocidade (m/s)

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Velo. Máxima Velo. Média

Gráfico 11. Velocidade máxima e média dos ventos (m/s) na estação de São João do Piauí entre 2002 e 2022
Fonte: INMET (2002;2022). Organizado por: ECOENG (2023)

7.1.3 Geologia

O presente tópico tem como objetivo descrever e analisar os aspectos relacionados a estrutura
geológica regional e das áreas de influência do empreendimento. Seu objetivo é fornecer informações
técnicas acerca da litologia local para que possam ser respaldados os usos pertinentes a implantação
e operação do empreendimento em tela. Para tanto, nos próximos tópicos serão abordados
inicialmente aos aspectos geológicos regionais, seguido por uma discussão local, na qual foram
evidenciadas questões morfológicas, dinâmicas e estruturais das unidades litoestatigráficas
identificadas in loco.

7.1.3.1 Geologia Regional

O estado do Piauí apresenta ao longo de sua extensão territorial uma geologia relativamente
homogênea, a qual foi agrupada por Almeida et al. (1977 apud LIMA; BRANDÃO, 2010) em três
províncias geotectônicas, a saber: Borborema, Parnaíba e Costeira. De modo geral, as litologias mais
antigas do estado são encontradas nas áreas do cristalino, as quais foram afetadas pela Orogênese
Brasiliana, durante o arqueano-proterozico. Já a província Parnaíba, compreendida por uma bacia
intracratônica possui idade paleozoica e apresenta espessura de pouco mais de 3.000 metros. Por fim,
a província Costeira corresponde a maior parte das litologias cenozoicas do estado, sendo composta

55
basicamente por sedimentos inconsolidados e não-metamorfizados de idade terciária (Barreiras) e
quaternária (depósitos de origem fluvilagunar, fluviomarinha, marinha e eólica).

As respectivas áreas de estudo do empreendimento estão inseridas em apenas um contexto geológico


(Borborema), recebendo influência também da Província do Parnaíba, conforme evidenciado ao longo
desse diagnóstico. De acordo com Melo (2011), a Província Parnaíba é composta por quatro sítios
deposicionais, a saber: bacia do Parnaíba, bacia das Alpercatas, bacia do Grajaú e bacia do Espigão
Mestre, conforme pode ser visualizado na Figura 26. A bacia do Parnaíba, unidade geotectônica
influencia parte das áreas de influência do empreendimento ocupa de acordo com Augusto et al.
(2017), aproximadamente 50% de toda a extensão da província.

Figura 26. Unidades geotectônicas da Província Parnaíba Figura 27. Evolução Tectônica da Província Sedimentar do
Fonte: Silva et al. (2003) Parnaíba. Fonte: Silva et al. (2003)

De acordo com Freitas (2017), a Província do Parnaíba é limitada a norte, pelo Arco Ferrer; a leste pela
Tauá; a sudeste pelo lineamento Senador Pompeu; a oeste pelo Lineamento Tocantins-Araguaia; e a
nordeste pelo Arco Tocantins. Conforme pode ser visualizado na Figura 27, os quatro sítios
deposicionais da Província possuem diferenciações quanto a sua estrutura. As bacias de idade Cretácea
do Espigão-Mestre e do Grajaú caracterizam-se pelo tipo IS (Depressão Interior) e MS (Depressão
Marginal), respectivamente. A bacia das Alpercatas de idade Jurássico-Cretáceo é do tipo IF (Fratura
Interior) e a bacia do Parnaíba tem sua evolução tectônica associada ao tipo IS (Depressão Interior),
semelhante registada na Bacia do Espigão-Mestre.

De acordo com Silva et al. (2004), a bacia do Parnaíba foi implantada sobre os riftes cambro-
ordovicianos de Jaibras, Jaguarapi, Cococi/Rio Jucá, São Julião e São Raimundo Nonato, conforme pode
ser visualizado na Figura 26. Para Góes et al. (1993 apud AUGUSTO et al., 2017), é adotada a hipótese
de que a implantação da Bacia do Parnaíba deu-se a partir da fragmentação de um supercontinente
no Neoproterozoico, o que deixou como subproduto um sistema de fraturas dando origem a
Depressão Intracratônica do Parnaíba.

Segundo informações presentes em Freitas Filho (2018), a bacia do Parnaíba abrange cerca de 600.000
Km2 da porção noroeste do NEB, englobando os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará, Ceará e
Bahia. Segundo as análises de Lima e Brandão (2010), a bacia do Parnaíba é composta por três
56
supersequências, uma de idade Siluriana (Grupo Serra Grande), outra de idade Devoniana (Grupo
Canindé) e por fim uma de idade Carbonífero-Triássica (Grupo Balsa), tais supersequências foram
definidas por Goés e Feijó (1994). Freitas (2017, p. 19), resume a composição litológica desse
compartimento da seguinte forma “Trata-se de uma bacia com expressivo registro sedimentar de
rochas do Paleozoico, ocorrendo, também, rochas mesozoicas e sedimentos cenozoicos que cobrem
grandes áreas”. É válido salientar que o embasamento da bacia do Parnaíba é composto por maciços
arqueanos (Granja e Goiás), crátons sinbrasiliano (São Luís e Núcleo Cratônico Central), cinturões
orogênicos brasilianos (Gurupi, Araguaia e terrenos da Província Borborema), conforme descrito por
Nunes (1993 apud FREITAS, 2017).

Além da presença nas áreas de influência das coberturas cenozoicas que recobrem partes da bacia do
Parnaíba, existe na área um desenvolvimento expressivo da Província Borborema na área. De acordo
com Gomes e Vasconcelos (1991), a província da Borborema, com uma superfície de
aproximadamente 380.000 Km2, abrange a maior parte dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte,
Parnaíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além da porção norte do estado da Bahia e sudeste do Piauí.

Conforme visto na Figura 28 a Província Borborema é compartimentada em diferentes domínios, a


saber: Médio Coreaú (MC), Ceará Central (CC), Jaguaribeano (JG), Rio Piranhas Seridó (PS), São José de
Campestre (JC), Zona Transversal (ZT), Pernambuco-Alagoas (PA), Sergipano (SE) e Riacho do Pontal
(RP). Para as áreas de influência do empreendimento em análise estão presentes as litologias
associadas do domínio Faixa Riacho do Pontal, a qual será mais bem detalhada a seguir.

57
Figura 28. Compartimentação tectônica da Província Borborema
Fonte: Medeiros et al. (2017)

De acordo com análises elaboradas por Caxito e Uhlein (2013), a faixa Riacho do Pontal identificada
por Brito Neves 1975 bordeja a margem norte do Cráton do São Franscisco no limite entre os estados
do Piauí, Pernambuco e Bahia. De acordo com os autores trata-se de uma região caracterizada por
intensa atividade magmática, deformacional e metamórfica ocorridas entre Neoproterozoico tardio e
o Cambriano (~630-500 Ma). De acordo com Freitas (2017), esse termo foi empregado por Brito Neves
para caracterizar uma extensa área de exposição de metassedimentos, abrangendo litotipos do
Complexo Gnássico-Migmatítico-Granulítico da província São Franscisco.

Salienta-se que a faixa Riacho do Pontal encontra-se compartimentada em diferentes compartimentos


tectônicos. Santos e Caldasso (1978), indicaram a existência de três compartimentos a saber: sul,
nordeste e noroeste, os quais foram denominados por Oliveira (1998), como Zona interna, zona central
e zona externa, conforme pode ser visualizado na Figura 29 e na Figura 30 a qual apresenta uma seção
lito-estrutural da faixa Riacho do Pontal. A seguir serão apresentadas algumas características básicas
desse compartimento.
58
Figura 29. Mapa geológico simplificado da faixa Riacho do Pontal
Fonte: Caxito e Uhlein (2013)

Figura 30. Seção lito-estrutural da Faixa Riacho do Pontal


Fonte: Caxito e Uhlein (2013)

A zona interna é composta por sequências metavulcanossedimentares, as quais foram intrudidas por
várias suítes ígneas. De acordo com Caxito e Uhlein (2013), essa zona encontra-se compartimentada
em dois sub-domínios: Santa Filomena/Paulistana e Morro Branco. Englobam as litologias desses sub-
domínios os complexos: Santa Filomena, Paulistana, Morro Branco, Brejo Seco, São Francisco de Assis
além da suíte afeição. A zona Central (onde encontram-se as áreas de influência do empreendimento),
é caracterizada segundo os autores por possuir uma estrutura sinformal de direção leste-oeste e
aproximadamente 10 a 20 Km de largura. Essa zona é composta pelo complexo Monte Orebe, sendo
esta entendida como uma sequência matavulcanossedimentar composta principalmente por litologias
metavulcânicas básicas. Por fim, tem-se a zona externa caracterizada como uma típica faixa de
dobramentos de antepaís. Nessa zona está presente o grupo Casa Nova com as Formações: barra
bonita e mandacaru.

59
Conforme pode ser visualizado na Figura 30 nas zonas central e interna há o predomínio da tectônica
do tipo casca grossa, com envolvimento do embasamento na deformação brasiliana, já na zona externa
a tectônica presente é do tipo casca fina com o deslocamento das supracrustais de forma fria sobre
seu embasamento conforme apresentado por Caxito e Uhlein (2013).

A Tabela 19 apresenta a unidade e a litologia presente na área de estudo regional (AER) do


empreendimento, conforme mapeamentos elaborados por Uchoa Filho et al. (2019). No contexto
regional da microbacia nota-se que os depósitos Colúvio-eluviais predominam em 31,69% da área,
seguido pela unidade Minadozinho (17,33%), litofácie Barra Bonita – quartzito micáceo (16,85%),
micaxisto (15,98%) e a litofácie mandacaru – Micaxisto que abrange 11,14% da área. AS demais
litologias apresentaram valores inferiores a 10% de ocorrência na área. No tópico a seguir será descrita
a geologia da AEL (área de estudo local) a qual engloba a ADA, AID e AII do empreendimento.

Tabela 19. Áreas de abrangência das unidades geológicas considerando a AER do empreendimento
Unidade Litologia Área (Km2) Área (%)
Und. Santa Filomena (quartzo Quartzo xisto 2,53 0,64
xisto)
Und. Macambira - 0,11 0,03
Und. Monte Orebe Metabasalto, Metachert, Muscovita-biotita xisto, 5,05 1,27
Muscovita Quartzito
Litofácie Barra Bonita (Mármore) Mármore 3,47 0,87
Litofácie Barra Bonita (Micaxisto) Micaxisto 63,75 15,98
Litofácie Barra Bonita (Quartzito Quartzito 67,22 16,85
Micáceo)
Suíte Intrusiva Serra da Aldeia Quartzo monzodiorito e monzonito, Granito, 0,221 0,06
Sienogranito
Depósitos Colúvio Eluviais Areia, Cascalho e Argila 126,39 31,69
Und. Minadozinho Pragnaisse, Xisto aluminoso, Mármore 69,11 17,33
Litofácie Mandacaru (Micaxisto) Mica xisto 44,44 11,14
Und. Morro do Estreito Ortognaisse granodiorítico, Metadiorito, Muscovita 16,59 4,16
(Migmatito) quartzito, Migmatito, Mármore
Total 398,89 100

7.1.3.2 Geologia Local

As áreas de influência do empreendimento estão inseridas em diferentes contextos geológicos,


conforme pode ser visualizado na Figura 31. Conforme os mapeamentos realizados pela Uchoa Filho
et al. (2019), as áreas de influência do empreendimento são compostas por litologias associadas ao
Complexo Monte Orebe, Depósitos Colúvio-eluviais, Complexo Morro do Estreito e Grupo Casa Nova
(Fm. Mandacaru e Barra Bonita).

60
Figura 31. Unidades geológicas presentes na área do empreendiemento

A Tabela 20 apresenta as unidades litológicas considerando a Área de Influência Indireta do


empreendimento. Nota-se que os depósitos Colúvio-eluviais abrangem 75,40% da área, seguido pela
Formação Mandacaru (18,84%), Und. Morro do Estreito (5,26%), Und. Monte Orebe (1,20%), Lito Barra
Bonita (micaxisto) com 1,19% e lito Barra Bonita (mármore) com 0,11% de abrangência.

Tabela 20. Áreas de abrangência das unidades geológicas considerado a AII do empreendimento
Unidade Litologia Área (Km2) Área (%)
Und. Monte Orebe Metabasalto, Metachert, Muscovita-biotita xisto, 0,72 1,20
Muscovita Quartzito
Lito. Barra Bonita (Mármore) Mármore 0,07 0,11
Lito. Barra Bonita (Micaxisto) Micaxisto 0,72 1,19
Lito. Mandacaru (Mixaxisto) Micaxisto 10,16 18,84
Depósitos colúvio-eluviais Areia, Cascalho e Argila 45,51 75,40
Und. Morro do Estreito Ortognaisse granodiorítico, Metadiorito, Muscovita 3,18 5,26
(Migmatito) quartzito, Migmatito, Mármore
Total 60,36 100,00

61
Figura 32. Unidades geológicas das áreas de influência do empreendimento

62
a) Depósitos Colúvio-eluviais

Os depósitos colúvio-eluviais abrangem 41,51 Km2 ou 75,40% quando considerada toda a extensão da
AII do empreendimento, ou seja, é a litologia mais abrangente das áreas de influência. Na carta
geológica produzida por Uchoa Filho et al. (2019), tais depósitos do neógeno são classificados pelos
autores como sequências detrítica composta por areias mal classificadas de granulometria muito fina
a grosseira, apresentando horizontes de conglomerados quartzosos. Para Freitas (2017), tais depósitos
possuem granulometria variada, com uma variação de cor entre o creme e o amarelo, os quais são
resultado direto da atuação das formas intempéricas sobre as rochas da formação Cabeças,
Pimenteira, Ipú e Barra Bonita, além dos granitos da Suíte Intrusiva Serra da Aldeia.

Salienta-se que os elúvios caracterizam-se pela transformação in situ dos sedimentos ali depositados,
gerando muitas vezes pacotes de solos bem definidos horizontalmente. Já o material coluvial tem sua
origem, ou seja, foram depositados a partir do transporte por fluxos gravitacionais, dando origem a
pacotes de sedimentos mal selecionados, sem uma estrutura nítida de sedimentação.

Uchoa Filho et al. (2019) ao analisarem a litologia da faixa do pontal indicam que nas folhas Riacho
Queimadas e Barragem os sedimentos incluem depósitos de tálus, acumulados em quebras bruscas de
relevo e/ou reentrâncias do terreno. De acordo com os autores, tais depósitos que também englobam
os bancos arenosos e sedimentos areno-argilosos com níveis de cascalhos quartzosos, com gênese in
situ, estão fortemente associados a uma topografia plana.

Quando visualizada todo o contexto geológico da faixa do Riacho do Pontal os depósitos colúvio-
eluviais são mais expressivos nas porções ocidentais da área de trabalho recobrindo unidades dos
grupos Serra Grande (Fm. Ipu) e Canindé (Fm. Cabeças e Pimenteiras) da bacia do Parnaíba, além das
sequências pré-cambrianas como as suítes intrusivas Afeição, Serra da Aldeia e Itaporanga, Grupo Casa
Nova e as rochas do Complexo Monte Orebe.

Nas áreas de influência do empreendimento os depósitos colúvio-eluviais ocorrem


predominantemente sob relevo planos (Figura 33 e Figura 35), ocorrendo também em áreas mais
dissecadas como indicado na Figura 36 e Figura 38. Além disso, os depósitos colúvio-eluviais presentes
nas áreas de influência do empreendimento apresentaram granulometria que varia em áreas de
granulometria de areia fina (Figura 34) e areia média com pedregulhos, conforme indicado na Figura
37 e Figura 38.

63
Figura 33. Área de ocorrência dos depósitos colúvio- Figura 34. Granulometria areia fina do depósito presente
eluviais na AII na AII

Figura 35. Coloração creme do depósito na AID Figura 36. Depósitos colúvio-eluviais recobertos por
vegetação em relevo suave-ondulado na ADA

Figura 37. Depósito avermelhado e cascalhento na AII Figura 38. Vista parcial da área de ocorrência na AII

b) Grupo Casa Nova

O grupo Casa Nova foi incialmente definido por Barbosa (1964) com a denominação Grupo Salgueiro,
sendo posteriormente rebatizada por Souza et al. (1979) para Complexo Casa Nova devido sua ampla
expressividade entorno da cidade Casa Nova, na margem norte da Barragem de Sobradinho (BA). No
mapeamento da Folha Riacho do Caboclo Santos e Silva Filho (1990) compartimentaram o complexo

64
Casa Nova em duas unidades: Barra Bonita e Mandacaru, reportando a primeira uma sedimentação
em domínio plataformal, e a segunda a um domínio marinho profundo. No entanto, em 2003 Bizzi et
al. Elevou o complexo Casa Nova a Grupo e as duas unidades a categoria de Formação.

De acordo com Caxito e Uhlein (2013), as supracrustais do Grupo Casa Nova, ou seja, as rochas do
embasamento metamorfizadas a partir de protolitos sedimentares ou ígneos, caracterizam a Zona
Externa da Faixa Riacho do Pontal, representando uma típica faixa de dobramentos. A origem das
rochas desse grupo é interpretada a partir do empilhamento de um pacote sedimentar detrítico
depositado sobre uma bacia de margem passiva. A atuação do metamorfismo resultou em uma
complexa associação de litótipos, com a predominância de micaxistos, quartzoxistos, metacóseos e
metagrauvacas e, em menor proporção, quartzitos, paragnaisses e metacalcários (UCHOA FILHO et al.,
2019).

De acordo com Caxito e Uhlein (2013), a Formação Barra Bonita é composta por rochas metapelíticas
de granulometria fina, além de muscovita quartzitos, com intercalações lenticulares decamétricas e
abundância de mármore calcítico. Ainda de acordo com os autores predominam nessa formação mica
xistos e filitos acinzentados, com quartzo, biotita, muscovita, granada e em menor os feldspatos, como
principais minerais constituintes. De acordo com Santos e Silva Filho (1990 apud CAXITO e UHLEIN,
2013), essa formação foi classicamente interpretada como uma sequência marinha rasa, plataformal.
Na área do empreendimento, a formação Barra Bonita limita-se a porção SW das áreas de influências,
concentrando-se apenas na AII, ocupando 0,72 Km2 (1,19%) da área total da ADA.

Freitas (2017), indica que esse pacote litológico é por muitas vezes capeado por uma cobertura arenosa
e detrito-laterítica, presente na região. A esse respeito, é importante destacar que os pontos em que
foi possível a identificação dessa formação nas áreas de influência do empreendimento ocorre
limitadas as áreas com presença de feições erosivas intensas, as quais dissecaram o terreno e
exumaram a formação Barra Bonita.

Ainda de acordo com Freitas (2017, p. 38), os micaxistos dessa formação, “apresentam granulação fina
a média, com aspecto sedoso e brilhante, coloração cinza clara a cinza-esverdeada e tonalidade
amarronzada e avermelhada, quanto intemperizados, foliadas, com xistosidade bem desenvolvida,
muitas vezes crenuladas e microdobradas”. A constituição desses micaxistos são basicamente
quartzos, feldspatos, biotita, muscovita e secundariamente clorita, sericita e granada. Salienta-se que
petrograficamente são classificadas como biotita-muscovita quartzo xisto, de granulação fina, foliadas,
fitadas, e mostram finas bandas alteradas, ora ricas em quartzo, ora ricas em micas (FREITAS, 2017).

A Figura 39 apresenta um ponto de afloramento da formação Barra Bonita, com a presença nítida e
expressiva da rocha xistosa de coloração que varia de cinza-esverdeada (Figura 39) a
amarronzada/avermelhada (Figura 40) devido ao intenso processo de intemperismo ocorrido na
rocha. É interessante destacar que por todo o afloramento foi possível a identificação de veios de
quartzo em associação com a rocha (Figura 39 e Figura 40), ou em pacotes pedológicos resultantes da
pedogênese ocorrida, que devido a maior resistência frente a rocha xistosa são facilmente localizados
nos horizonte do solo (Figura 42).

65
Figura 39. Afloramento de micaxisto na AII Figura 40. Afloramento de micaxisto (veios de quartzo)

Figura 41. Feição erosiva que exumou a litologia na AII do Figura 42. Pacote pedológico resultante do intemperismo
empreendimento da formação Barra Bonita, com veios de quartzo.

Ainda nas áreas de influência ocorre, em uma pequena mancha de 0,07 Km2 ou 0,11% da área
conforme mapeamentos de Uchoa Filho et al. (2019), a unidade da Formação Barra Bonita,
concentrada apenas na porção SW da AII. A sequência de figuras abaixo representa o ponto da área
de influência onde afloram os Mármores. É possível notar na Figura 44 um aspecto laminado com
dobras abertas além de estruturas paralelas, conforme pode ser visualizado na Figura 45. Salienta-se
que este afloramento se encontra exumado por drenagens locais (Figura 46).

Figura 43. Vista parcial do afloramento de Mármore na Figura 44. Mármore laminado com dobras abertas na AII
AII do empreendimento
66
Figura 45. Afloramento de mármore fortemente Figura 46. Área de afloramento dos Mármores na AII
laminado

A formação Mandacaru, inserida no contexto geológico do Grupo Casa Nova, aflora em grande parte
da porção leste da AII e AID do empreendimento, abrangendo 10,16 Km2 ou 18,84% das áreas de
influência do empreendimento. A formação Mandacaru compreende uma sequência metaturbidítica,
composta por micaxistos de predominância composicional de biotita, muscovita, quartzo e feldspato,
os quais são intercaladas por metagrauvaca de expressividade centimétrica (CAXITO; UHLEIN, 2013;
FREITAS, 2017; UCHOA FILHO et al., 2019).

É indicado pela literatura voltada a interpretação geológica da formação Mandacaru que os micaxistos
presentes na área possuem coloração acinzentada, com granulometria que varia de fina a média e
xistosidade acentuada. De acordo com Caxito e Uhlein (2013) é considerado um ambiente marinho
profundo de caráter turbidítico (tipo flysch) para a gênese da Formação Mandacaru. Salienta-se que
tal litologia não foi identificada a partir de afloramentos, sendo sua ocorrência inferida apenas a partir
dos mapeamentos de Uchoa Filho et al. (2019).

c) Complexo Morro do Estreito

O Complexo Morro do Estreito localiza-se na porção NE das áreas de influência (AID e AII) abrangendo
3,18 Km2 ou 5,26% das áreas de influência do empreendimento, ocorrendo na forma de sua unidade
de migmatito. De acordo com Uchoa Filho (2019), esse complexo é formado por migmatitos e
ortognaisses, os quais apresentam restos de rochas supracrustais, constituindo-se segundo Bizzi et al.
(2003 apud UCHOA FILHO et al., 2019), o embasamento da Faixa Riacho do Pontal.

De acordo com Uchoa Filho et al. (2019), os litotipos que formam esse complexo correspondem
principalmente a ortognaisses de composição granodiorítica, de forma menos expressiva diorítica,
mesocráticos, os quais possuem uma coloração que varia de cinza claro ao escuro, migmatizados
através de processos de fusão parcial. Destaca-se que para as áreas de influência do empreendimento
não foi possível a identificação de pontos de afloramento no terreno.

d) Complexo Monto Orebe

O Complexo Monte Orebe, ocorre em uma estreita faixa com orientação SW-NE entre a AID e AII do
empreendimento, ocupando apenas 0,72 Km2 ou 1,20% da área. De acordo com Caxito e Uhlein (2013),
67
o complexo Monte Orebe pode ser entendido como uma sequência metavulcanossedimentar,
composta por rochas metavulcânicas básicas, as quais englobam por exemplo: xistos-verdes,
anfibolitos e mataturfos, os quais podem ser intercalados por metachert, granada-macaxisto,
metagrauvacas e quartzo-xistoso.

Autores como Santos e Caldasso (1978) e Angelim (1988), subdividiram esse complexo em duas
unidades: uma com características metavulcânicas básicas e mataultramárficas com metassedimentos
subordinados e outra metassedimentar, formado por micaxistos, metarritimitos, metagrauvacas e
calcissilicáticas. Ao analisar esse complexo presente na folha Riacho das Queimadas Freitas (2017),
indica que os afloramentos se encontram muito intemperizados, fator limitante a interpretação
geológica desse complexo. Ademais o autor indica que na folha Riacho das Queimadas esse complexo
ocorre na forma de uma estreita faixa, com orientação NE-SW, petrograficamente presentes
feldspatos, clorita, serpentina, wollastonita, muscovita quartzito e biotita-feldspato-muscovita xisto.

Salienta-se que durante as prospecções de campo não foi possível a identificação das litologias
associadas ao complexo Monte Orebe, sendo sua ocorrência inferida através dos mapeamentos
prévios da área. Por fim, a Tabela 21 apresenta os pontos de afloramentos identificados na AEL do
empreendimento. Destaca-se que eles foram escassos, ocorrendo na ADA do empreendimento apenas
as coberturas sedimentares dos depósitos colúvio-eluviais, e na AID e AII as litologias metamórficas
dos complexos Monte Orebe, Morro do Estreito e Grupo Casa Nova (Fm. Barra Bonita e Mandacaru).

Tabela 21. Pontos de Afloramento identificados na AEL


PONTO TIPO ÁREA COORDENADAS SIRGAS 2000 UTM 24L
LAT LONG
PA01 Solo desnudo AII 9066563 m S 221462 m E
PA02 Exumado por feição erosiva AII 9064908 m S 221477 m E
PA03 Exumado por canal de drenagem Próximo a AII 9060812 m S 221635 m E

7.1.3.3 Recursos Minerais e Processos Minerários

Para a verificação dos processos minerários na área de influência direta do empreendimento foram
consultados os dados presentes no portal de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). A Figura
47 apresenta a espacialização dos processos ativos para a região em que se localiza a diretriz do
empreendimento. Nota-se que nos limites das áreas de influência do empreendimento existem
processos minerários ativos, os quais são apresentados na Tabela 22.

68
Figura 47. Processos minerários ativos na ANM

A partir dos dados presentes na Figura 47 e Tabela 22 afirma-se que nas áreas de influência do
empreendimento existem 8 (oito) processos minerários ativos, referentes a 7 substâncias minerais
(minério de ferro, argila, calcário, fosfato, granito, mármore e areia). Dos oito processos ativos (5)
encontram-se na fase de autorização de pesquisa, 2 (dois) na fase de requerimento de pesquisa e
apenas 1 (um) na fase de licenciamento.

Ademais destaca-se que a maior área com processo ativo corresponde ao processo relacionado ao
mármore que ocupa 913,8 ha das áreas de influência, abrangendo uma pequena porção da NE da ADA
do empreendimento.

Tabela 22. Descritivo dos processos minerários ativo, considerando o limite da AII do empreendimento
AREA
PROCESSO FASE NOME SUBS USO
TOTAL AII
803702/2008 1958 19,6 Autorização de Mineradora Brasil LTDA Minério de Industrial
Pesquisa Ferro
803189/2011 4,09 4,09 Licenciamento Moacir Texeira do Nascimento Argila Cerâmica
803026/2014 630,87 175,9 Autorização de Cohiso Construção Hidrogeológica e Calcário Fabricação de
pesquisa Sondagem Cal
803179/2015 1391,67 57,0 Requerimento de Terrativa Minerais LTDA Fosfato Fertilizantes
pesquisa
803180/2015 1923,1 435,4 Requerimento de Terraativa Minerais LTDA Fosfato Fertilizantes
pesquisa
803159/2018 992,88 66,3 Autorização de Vulcano Export Mineração Granito Revestimento
pesquisa Exportação e Importação
803073/2020 990,56 913,8 Autorização de Blue Sky Mineração LTDA Epp Mármore Revestimento
pesquisa
803142/2022 49,19 49,19 Autorização de Antônio Rosa dos Santos Areia Construção Civil
Pesquisa

69
Figura 48. Processos minerários ativos na AID do empreendimento

70
7.1.4 Geomorfologia

A análise geomorfológica no campo das ciências ambientais responde tanto a questões evolutivas
quanto a questões dinâmicas atuais. A observação e análise do conjunto das características presentes
nas distintas morfologias presentes na superfície terrestre é na atualidade fundamentada, pois a sua
interpretação garante que sejam desenvolvidos usos mais conscientes para as distintas unidades de
relevo.

A partir dessa noção a discussão dos tópicos a seguir está voltada para a caracterização geomorfológica
regional e local das áreas de influência do empreendimento, sendo, portanto, observadas as
características dinâmicas (naturais e antrópicas) existentes nas unidades de relevo da área.

7.1.4.1 Geomorfologia Regional (AER)

Devido à forte complexidade de processos endógenos e exógenos atuantes em diferentes unidades


litológicas, o nordeste brasileiro exibe um quadro estrutural diverso, no qual podem ser identificados
compartimentos estruturais como: planaltos, depressões, chapadas e tabuleiros. O estado do Piauí,
inserido no macro-contexto estrutural e escultural do NEB também registra em seus limites territoriais
uma diversidade de unidades geomorfológicas. De acordo com Lima e Augustin (2010) cerca de 80%
do relevo do estado do Piauí foi elaborado sobre a influência das rochas da Província estrutural
Parnaíba e uma pequena porção do relevo estadual foi elaborado sobre a Província da Borborema e
Costeira.

Salienta-se que o processo de classificação morfológica do estado do Piauí apresenta certa incipiência
quanto a produção técnica. Poucos foram os esforços realizados no sentido de uma sistematização e
cartografização das diferentes unidades de relevo. Apesar disso, trabalhos como os do Dantas e
Ferreira (2010) e Lima (2013), servem como norte referencial na construção do entendimento
geomorfológico do estado. A classificação proposta pelo Dantas e Ferreira (2010), indica a existência
de 18 unidades, conforme exposto na Tabela 23.
Tabela 23. Unidades de relevo presentes no estado do Piauí
Código Nome Código Nome
R1a Planícies Fluviais ou Fluviolacustres R3a2 Superfícies Aplainadas Degradadas
R1d Planícies Fluviomarinhas R3b Inselbergs
R1f Campo de Dunas R4a1 Domínio das Colinas Amplas e Suaves
R2a1 Tabuleiros R4a2 Domínio das Colinas Dissecadas
R2a2 Tabuleiros Dissecados R4b Domínio dos Morros e Serras Baixas
R2b2 Baixos Platôs Dissecados R4c Domínio Montanhoso
R2b3 Planaltos R4d Escarpas Serranas
R2c Chapadas e Platôs R4e Degraus estruturais e Rebordos erosivos
R3a1 Superfícies Aplainadas Conservadas R4f Vales Encaixados

Já na obra de Lima (2013), seis grandes compartimentos, a saber: Planície Costeira, Tabuleiros Pré-
Litorâneos, Baixos Planaltos do Médio-Baixo Parnaíba, Planalto Oriental da Bacia do Maranhão-Piauí,
Chapadões do Alto-Médio Parnaíba e Depressões Periféricas. Salienta-se que cada macro-
compartimento apresentado possui um significativo número de formais locais como: dunas móveis,
tabuleiros, cimeiras, vales, pedimentos, inselbergs, morros de testemunho dentro outras formas.
71
Santos (2001) ao analisar o quadro geomorfológico do parque Nacional de Sete Cidade, descreve o
contexto geomorfológico do estado. De acordo com a autora a região em que o estado do Piauí está
localizado é conhecida como Meio Norte do País, área de transição entre o domínio morfoclimático da
caatinga e o domínio amazônico. As características amazônicas são identificadas a noroeste do Rio
Mearim (MA); a sudeste do Piauí surge o cristalino com características morfológicas do Brasil central.

A bacia do Parnaíba, maior compartimento geológico dessa região, apresenta de forma geral linhas
suaves. Estudos clássicos elaborados no estado por Ab’Saber considera a morfologia do Piauí como um
sistema de cuestras concêntricas, esculpidas em sedimentos da bacia intracratônica soerguida. A área
periférica da bacia apresenta vertentes muito íngremes e um reverso pouco declivoso em direção ao
Rio Parnaíba.

Para Santos (2001), existem dois linhas de cuestra no estado. A primeira linha apresenta-se
intensamente festonada, e divide o estado do Piauí com os estados do Ceará, Bahia e Pernambuco. Já
a segunda linha, de menor tamanho, se estende desde o rio Longá até o Rio Gurguéia. A primeira linha
de cuestra é formada a partir dos conglomerados e arenitos das formações Serra Grande e
Pimenteiras, sendo a serra da Ibiapaba o principal exemplar desse segmento, com alturas superiores
aos 900 metros. De acordo com a autora a segunda linha de cuestra está a uns 100 Km a oeste do
“front” da Serra da Ibiapaba. A seguir serão descritos, os diferentes compartimentos presentes no
estado.

a) Depressão Periférica

Tal compartimento com espacialização geográfica inserida na porção sudeste do Piauí, possui como
limites norte a porção sul da Serra da Ibiapaba, no Leste a Chapada do Araripe, a oeste os chapadões
do médio-baixo Parnaíba e ao sul a Serra de Tabatinga. Esse compartimento do relevo está estruturado
sobre as rochas cristalinas do estado, sendo esculturalmente identificada como uma área deprimida,
com nível de base local de 300 metros de altitude delimitada por escarpas de até 600 metros.
Facilmente são identificadas nesse compartimento do relevo formas como: inselbergs, pedimentos e
vales encaixados.

b) Chapadões do Alto-Médio Parnaíba

Esse compartimento corresponde a área planáltica do estado do Piauí, inserida na região sul do estado,
destacando-se as seguintes serras: Bom Jesus do Gurguéia, Semitumba, Vermelha, Uruçuí, Grande e
Penitente. Tem início com o contato com a depressão periférica, delimitando as fronteiras dos estados
do Piauí, Maranhão e Bahia. Essas superfícies tabulares, registram decaimento em relação a topografia
na direção sul-norte. Como formas geomorfológicas passiveis de identificação estão: morros de
testemunho, vales sedimentares e planaltos.

c) Planalto Oriental da Bacia Sedimentar do Parnaíba

De acordo com Santos (2001), esse compartimento do relevo ocorre no contato leste com o estado do
Ceará. Compreende uma área de estrutura monoclinal de cuestra, cujo mergulho das camadas é de 5°
na direção leste/oeste. Esse compartimento do relevo, conforme apresentado anteriormente,

72
corresponde a primeira linha de cuestra denominada “Serra da Ibiapaba”. Destaca-se que o front dessa
estrutura está voltado para as depressões sertanejas do estado do Ceará e o reverso para o estado do
Piauí. A partir do canyon do Rio Poti, esse alinhamento passa a ser conhecido como Serra Grande,
apresentando altitudes mais moderadas e escarpa intensamente festonada. As formas
geomorfológicas identificadas nesse compartimento do relevo referem-se ao reverso da cuestra, aos
vales encaixados e aos relevos ruiniformes, destacando-se tais formas nos municípios de Castelo, São
Miguel do Tapuio, Piripiri e Piracuruca.

d) Baixos Planaltos do Médio-Baixo Parnaíba

Esse compartimento do relevo está esculturado a partir das formações Longá, Pedra do Fogo,
Itapecuru e manchas da Formação Barreiras, também sendo possível a identificação de diques de
basalto no sul do compartimento. Trata-se de um compartimento geomorfológico que apresenta
reflexos do mergulho geral das camadas sub-horizontais da cuestra da Ibiapaba. A dissecação na forma
de interflúvios tabulares, originou mesas em pequenos planaltos tabulares, com duas formas de
ocorrência preferencial. A primeira ocorre de forma adensada, formando um agrupamento de mesas
e a segunda de forma espaçada originando os vales fluviais. Como formas geomorfológicas destacam-
se: os agrupamentos de mesas, planaltos rebaixados, morros de testemunho, morrotes, áreas
deprimidas e as planícies flúvio-lacustre dos Rios Parnaíba e Longá.

e) Tabuleiros Pré-Litorâneos e Planície Costeira

Esse compartimento refere-se a uma área tubuliforme que apresenta cotas altimétricas máximas de
60 metros. As rochas que estruturam esse compartimento são as litologias da Formação Barreiras, com
arenitos brancos e róseos avermelhados de granulação variada. Já em relação a planície costeira, essa
trata-se do menor compartimento do estado, correspondendo a faixa litorânea do estado, localizada
entre a baía das Canárias a oeste, e a Barra do Timonha a leste. Morfologicamente a linha de costa é
retilínea, quebrada apenas por algumas baías originadas pelas pontas Pedra do Sal, Atalaia, ponta do
Anel e da Timonha.

A Figura 49 apresenta a espacialização dos compartimentos de relevo presentes no estado do Piauí, os


quais foram propostos por Lima (2013) enquanto a Figura 50 apresenta uma proposta mais recente
elaborada por Dantas e Ferreira (2010). De modo geral as linhas mestres dos compartimentos das duas
propostas são semelhantes, o que demonstra a unidade do relevo estadual. No tópico a seguir será
apresentada a morfologia do relevo das áreas de influência do empreendimento.

73
Figura 49. Proposta de compartimentação Figura 50. Compartimentação geomorfológica do estado
geomorfológica do estado do Piauí (Lima, 2006) do Piauí (Dantas e Ferreira, 2010)

7.1.4.2 Geomorfologia Local (AEL)

Apesar das áreas de influência do empreendimento possuírem certa diversidade litológica com a
presença de geologias cristalinas e sedimentares, os compartimentos de relevo observados na área
não são muito distintos, visto que há um predomínio das litologias sedimentares na área, conforme
pode ser visualizado no tópico do diagnóstico da geologia.

A Figura 51 apresenta a espacialização dos compartimentos de relevo da área, nota-se que ocorrem
na área os tabuleiros, as superfícies aplainadas degradadas e as colinas dissecadas e morros baixos. Os
tabuleiros predominam na porção central e oeste das áreas de influência, enquanto superfícies
aplainadas divide-se em dois segmentos, um na porção NE e outra na porção SE, por fim o domínio
dos morros das colinas dissecadas e morros baixos concentram-se em uma estreita faixa na porção
centro-leste das áreas de influência. A Tabela 24 apresenta os valores das áreas de abrangência dos
compartimentos de relevo na área.

74
Figura 51. Unidades geomorfológicas da região do empreendimento

Tabela 24. Valores de abrangência dos compartimentos de relevo nas áreas de influência do empreendimento
Compartimento Área (Km2) Porcentagem (%)
Tabuleiros 45,70 75,71
Superfícies aplainadas degradadas 11,62 19,24
Domínio de colinas dissecadas e morros baixos 3,04 5,04

Conforme indicado na tabela predominam na área o compartimento dos tabuleiros, abrangendo


75,71% ou 45,70 Km2, seguido pelas superfícies aplainadas degradadas com 11,62 Km2 (19,24%) e pelo
domínio das colinas que abrange apenas 3,04 Km2 ou 5,04% da área. A Figura 52 ilustra o
compartimento do relevo das áreas de influência do empreendimento, a partir dela é possível notar
que a ADA do empreendimento possui cotas altimétricas entre os 390 metros e 440 metros de altitude,
sendo muito homogênea a distribuição das cotas altimétricas.

Figura 52. Modelo Digital de Superfície do Complexo Solar Canela


75
A Figura 53 apresenta o comportamento da declividade das áreas de influência do empreendimento.
Observa-se que na ADA do empreendimento predominam as superfícies suaves-onduladas na porção
centro-sul e norte. Na porção leste da AID e AII, foram identificadas áreas de relevo forte-ondulado.
Regionalmente, nota-se a presença de superfícies consideradas montanhosas, principalmente quando
associadas às encostas das serras locais, como a presente entre os municípios de Lagoa do Barro do
Piauí e Queimada Nova.

Figura 53. Declividade das áreas de influência do empreendimento

A Figura 54 sintetiza as informações sobre o comportamento do relevo nas áreas de influência do


empreendimento, com a apresentação das cotas altimétricas. Nota-se que a ADA possui cotas que
variam dos 410 aos 420 metros, sendo a porção leste das áreas de influências as mais declivosas. Tais
informações aqui apresentadas são sintetizadas em forma de prancha na Figura 56.

Figura 54. Planta Planialtimétrica das áreas de influência do empreendimento

76
Figura 55. Mapa das unidades geomorfológicas da região de inserção do empreendimento

77
Figura 56. Mapa planialtimétrico da região de inserção do empreendimento

78
a) Tabuleiros

Quando adotada uma visão da compartimentação de diferentes táxons do relevo, a área em que
ocorrem os tabuleiros localiza-se em uma zona de transição entre a morfoestrutura do cinturão
orogênico brasiliano, representado pela província Borborema (Faixa do Riacho do Pontal), com a bacia
sedimentar do Parnaíba. Esculturalmente está presente na área a morfoescultura das superfícies
aplainadas (depressão), podendo ser nela visualizados padrões colinosos e tabulares. Os tabuleiros em
específico, representam a maior unidade de relevo das áreas de influência do empreendimento,
abrangendo aproximadamente 100% da ADA e 75,71% da área total das áreas de influência.

Tal unidade foi estruturada sobre o domínio da litologia sedimentar dos depósitos colúvio-eluviais e
garantem para a área um aspecto extremamente plano, raramente dissecado por canais de drenagem.
A morfologia plana apresenta baixa capacidade para a promoção de processos erosivos mais intensos
como ravinas e voçorocas, ou movimentos gravitacionais de massa (deslizamentos), visto a
inexistência de desníveis topográficos que funcionam como intensificadores da erosão laminar e linear
do solo. Outro fator fundamental que auxilia na quase inexistência de processos erosivos no
compartimento dos tabuleiros é a boa capacidade de infiltração que o pacote sedimentar possui,
diminuindo assim o fluxo hídrico superficial. A sequência figuras abaixo ilustram o compartimento dos
tabuleiros.

Figura 57. Visada da unidade dos tabuleiros na AID Figura 58. Visada da unidade dos tabuleiros na AID

Figura 59. Visada da unidade dos tabuleiros na ADA Figura 60. Visada da unidade dos tabuleiros na ADA

79
Figura 61. Vista parcial da unidade dos tabuleiros na ADA Figura 62. Vista parcial da unidade dos tabuleiros na AII

b) Superfícies Aplainadas degradadas

De acordo com Ferreira e Dantas (2010), o Domínio das Superfícies Aplainadas, também denominadas
por Patamares do Rio Parnaíba (IBGE, 1995), pode ser entendida como uma vasta superfície de
arrasamento promovida a partir de processos erosivos generalizados, condicionando diferentes níveis
altimétricos, entre os 50 e 300 metros de altitude. Seus limites ocorrem, a leste, com o Planalto da
Ibiapaba, a norte, com a Planície Costeira, a sul, com os compartimentos planálticos e com a Depressão
Sertaneja. Destaca-se que é nesta extensa unidade de relevo rebaixada em que estão localizadas as
principais drenagens estaduais com destaque para os rios Parnaíba, Longá, Poti, Canindé e Piauí.

Na área do empreendimento em análise as superfícies aplainadas ocorrem na sua forma degradada,


ou seja, trata-se de superfícies de aplainamento suavemente-onduladas, as quais são resultados dos
processos de arrasamento geral dos terrenos e posterior retomada erosiva proporcionada por incisões
da rede de drenagem local (FERREIRA; DANTAS, 2010). Ainda de acordo com os autores, esse
compartimento do relevo é estruturado por uma monótona superfície de relevo suave-ondulado, sem
caracterizar um ambiente colinoso, pois as cotas altimétricas são consideravelmente baixas ou
apresentam longas rampas de baixa declividade.

Na área do empreendimento as superfícies aplainadas ocorrem em 11,62 Km2 ou 19,24% do total das
áreas de influência, abrangendo uma pequena parte da ADA e distribuindo-se com maior intensidade
entre os setores NE e SE da AID e AII do empreendimento. A sequência de figuras a seguir apresentam
diferentes visadas do relevo local das áreas de influência do empreendimento. Nelas é possível notar
a presença de um relevo plano, com a presença de pequenos morros (Figura 63 e Figura 66) e áreas
alagáveis, conforme pode ser visualizado na Figura 65.

80
Figura 63. Vista parcial da unidade das superfícies Figura 64. Vista parcial da unidade das superfícies
aplainadas degradadas aplainadas degradadas

Figura 65. Aspecto dissecado do relevo no domínio das Figura 66. Aspecto colinoso do relevo no domínio das
superfícies aplainadas degradadas superfícies aplainadas degradadas

A sequência de figuras apresentada serve para reafirmar o caráter plano, por vezes, ligeiramente
suave-ondulado e forte ondulado que as áreas de influência do empreendimento possuem. Em relação
a ocorrência de processos erosivos, essa unidade configurada predominantemente sobre as litologias
cristalinas, possui maior suscetibilidade natural à ocorrência de processos erosivos, visto a presente
de maiores graus de declividade.

Outro fator determinante na maior suscetibilidade a ocorrência de processos erosivos nesse


compartimento do relevo ocorre devido a maior incipiência dos horizontes pedogenéticos presentes
nesse relevo, que são naturalmente mais suscetíveis a processos de erosão. A sequência de figuras a
seguir apresenta algumas feições erosivas identificadas nesse compartimento.

81
Figura 67. Feição erosiva presenta na AII Figura 68. Feição erosiva (ravina) na AII

Figura 69. Feição erosiva linear na AII Figura 70. Vertente erosiva presente na AII

c) Domínio de colinas dissecadas e morros baixos

O domínio das colinas dissecadas e morros baixos abrange uma pequena porção da faixa centro-leste
da AII do empreendimento, ocupando apenas 3,05 Km2 ou 5,04% da área total delimitada pelas áreas
de influências. Trata-se de um compartimento estruturado sobre as rochas metamórficas da faixa
riacho do pontal, mais especificamente sobre as litologias associados ao complexo Monte Orebe e a
Formação Mandacaru.

Tal compartimento é caracterizado pela presença de um relevo mais ondulado, devido a maior atuação
de processos de dissecação da rede de drenagem. De acordo com Ferreira e Dantas (2010), esse
domínio representa relevos de degradação produzido em qualquer litologia, com a presença de
vertentes convexo-côncavas com topos arredondados ou aguçados. Ainda de acordo com os autores,
esse compartimento geomorfológico no estado possui cotas altimétricas que variam de 30 a 80 metros
e inclinação das vertentes entre 5° e 20°.

Já em relação ao compartimento de morros e serras baixas os autores afirmam que se trata de um


compartimento composto por morros convexos-côncavos dissecados e topos arredondados ou
aguçados em cristas, com altitudes que variam dos 80 aos 200 metros, com inclinações das vertentes
entre 15° e 35°. Na área do empreendimento a área mapeada como pertencente a esse
compartimento apresenta feições mais comuns as colinas dissecadas, conforme pode ser visto na
82
Figura 71 e Figura 74. Apesar da predominância dessa morfologia, próximo a AII do empreendimento
é encontrada feições que podem ser enquadradas na categoria dos morros baixos (Figura 72).

Figura 71. Feição colinosa na AII Figura 72. Estrutura em morros próxima a AII

Figura 73. Relevo dissecado por drenagem na AII Figura 74. Feição colinosa na AII

Do ponto de vista dinâmico esse compartimento possui maior suscetibilidade a ocorrência de


processos erosivos, visto que o relevo mais declivoso condiciona maiores taxas de escoamento
superficial. Foi neste compartimento que foram localizadas o maior quantitativo de feições erosivas,
ocorrendo durante as prospecções de campo a identificação de ravinas (Figura 75), sulcos erosivos
(Figura 76) e vertentes com sinais de escorregamento conforme pode ser visualizado na Figura 77.

Figura 75. Feição erosiva (ravina) na AII Figura 76. Feição erosiva (sulcos erosivos)

83
Figura 77. Colina com feição erosiva Figura 78. Vertente erosiva

Com o intuito de sintetizar as informações apresentadas neste tópico a Figura 79 apresenta três perfis
topográficos traçados nos limites das áreas de influência, traçados a partir do sentido E-W. O segmento
A-B localizado na porção norte do empreendimento possui elevação máxima de 433 metros e mínima
de 405 metros incorrendo um desnível topográfico de 28 metros, possuindo uma declividade média
de 1,5%. Já o segmento C-D localizado na porção central do empreendimento possui cota máxima de
427 metros e mínima de 396 resultando em um desnível topográfico de 31 metros, com uma
declividade média de 2,0%. Por fim, o último segmento (E-F) possui cota altimétrica máxima de 462 e
mínima de 417 registrando um desnível topográfico de 45 metros, com uma declividade média de
1,9%. É possível notar a partir dos perfis traçados que a as áreas de influência do empreendimento
possuem as características morfológicas comuns ao compartimento das superfícies aplainadas
degradadas da depressão sertaneja do estado do Piauí.

Figura 79. Perfis topográficos E-W das áreas de influência do empreendimento.

No perfil topográfico delineado no sentido N-S (Figura 80), nele a cota altimétrica máxima foi de 446
metros e a mínima de 393 incorrendo um desnível topográfico de 53 metros e uma declividade 1,4%.
A partir da imagem afirma-se que a porção sul do empreendimento possui cotas altimétricas mais
elevadas, as quais diminuem gradativamente no sentido norte.

84
Figura 80. Perfil topográfico N-S na área do empreendimento

7.1.4.3 Cavidades

A espeleologia refere-se ao estudo das cavernas, sua gênese e evolução do meio físico (GÈZE, 1968
apud PILÓ e AULER, 2019), englobando também a análise do seu povoamento biológico atual ou
passado. O estudo espeleológico é um ramo de análise interdisciplinar, pois envolve um significativo
número de campos científicos para a interpretação dos ambientes analisados. Essa colocação é
corroborada a partir da definição da espeleologia dada pela Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (EPA), na qual define-se que a espeleologia é: o estudo científico das cavernas,
incluindo aspectos das ciências como a geomorfologia, geologia, hidrologia, química e biologia. De
acordo com Piló e Auler (2019), a espeleologia engloba ainda estudos da arqueologia, paleontologia.

O Brasil ao longo dos últimos anos vem construindo uma base sólida a respeito dos estudos
espeleológicos, pois há um grande potencial de ocorrência de cavidades no território nacional. O
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) é atualmente a principal fonte de
dados de cavernas nacional, que atua na sistematização de um banco de dados com a localização das
estruturas, além da disponibilização de uma rica produção técnica e científica do cárster brasileiro.

Para além do ambiente científico, no país há jurisdição também em andamento. O decreto Federal nº
6.640, de 7 de novembro de 2008, conceitua o termo cavidade natural em seu parágrafo único como:

“todo e qualquer espaço subterrâneo acessível pelo ser humano, com ou sem abertura
identificada, popularmente conhecida como caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna ou
buraco, incluindo seu ambiente, conteúdo mineral e hídrico, a fauna e a flora ali
encontrados e o corpo rochoso onde os mesmos se inserem, desde que tenham sido
formados por processos naturais, independentemente de suas dimensões ou tipos de
rocha encaixante” (BRASIL, 2008).

No ambiente científico, os calcários assumem um papel de importância nas paisagens cársticas, pois,
de acordo com Christofoletti (1980), as rochas carbonáticas apresentam uma baixíssima resistência
em relação ao intemperismo geoquímico e uma forte resistência em relação ao intemperismo
mecânico. Isso faz com que as rochas calcárias, frente a qualquer contato com a água, sejam
rapidamente dissolvidas, podendo gerar grutas e cavernas. Para além das formas subterrâneas, o
cárster pode exibir feições superficiais, as quais estão intimamente ligadas ao ambiente subterrâneo.

De acordo com Auler e Piló (2019, p. 42), as regiões cársticas apresentam certas peculiaridades, como
“a ausência de rios superficiais, já que a maior parte da água flui por condutos subterrâneos, e o fato
da rocha (normalmente calcários e dolomitos, mas também sal, gesso, arenitos e quartzitos) ser
85
dissolvida por água ácida, gerando feições peculiares como lapiás, dolinas, sumidouros, surgências e
no ambiente subterrâneo, as cavernas”.

Para a análise das cavidades naturais subterrâneas das áreas de influência do empreendimento foram
utilizados previamente os mapeamentos realizados por Jansen; Cavalcanti e Lambém (2012). O grau
de potencialidade à ocorrência de cavidades do Brasil foi uma metodologia desenvolvida por Jansen
(2009), na qual a autora estabeleceu 5 classes: Muito Alta, Alta, Média, Baixa e por fim, a classe de
Ocorrência Improvável. Para tanto, a autora partiu de produtos que estabeleciam a litologia no
território nacional. A Tabela 25 apresenta o enquadramento realizado pelos autores.

Tabela 25. Grau de Potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a Litologia
LITOTIPO GRAU
Calcário, Dolomito, Evaporito, Formação ferrífera bandada, Itabirito e Jaspilito Muito Alto
Calcrete, Carbonatito, Mármore, Metacalcário e Marga Alto
Arenito, Conglomerado, Filito, Folhelho, Fosforito, Grauvaca, Metaconglomerado, Metapelito,
Médio
Metassiltito, Micaxisto, Milonito, Quarzito, Pelito, Riolito, Ritmito, Rocha calci-silicática, Siltito e Xisto
Demais litotipos (Anortosito, Arcóseo, Augengnaisse, Basalto, Charnockito, Diabásio, Diamictito,
Enderbito, Gabro, Gnaisse, Granito, Granitóide, Granodiorito, Hornfels, Kingito, Komatito, Laterita,
Baixo
Metachert, Migmatito, Monzogranito, Olivina gabro, Ortoanfibolito, Sienito, Sienogranito, Tonalito,
Trondhjemito, entre outros).
Ocorrência
Aluvião, Areia, Argila, Cascalho, Lamito, Linhito, Demais sedimentos, Turfa e Tufo
Improvável
Fonte: Jansen, Cavalcanti e Lamblém (2012)

A Figura 81 apresenta a distribuição das classes de potencialidade na área do empreendimento de


acordo com Jansen, Cavalcanti e Lamblém (2012). A partir da classificação proposta nota-se que a
região onde a diretriz do empreendimento está localizada possui três classes de ocorrência: ocorrência
improvável, médio e baixo, ocorrendo predominantemente na ADA a classe “ocorrência improvável”,
e uma pequena faixa enquadrada como de potencial médio. A predominância da classe “improvável”
dar-se essencialmente pela predominância dos depósitos colúvio-eluviais.

Figura 81. Potencial espeleológico da área do empreendimento


86
Segundo dados do CECAV (2022) o Piauí é o nono estado com o maior registro de cavidades no país,
totalizando 518 registros em seus limites, o que representa 2,21% dos registros em território nacional.
O estado do Piauí possui um total de 40 municípios com registro de cavidades, conforme apresentado
na Tabela 26. Destaca-se as seguintes localidades com mais de 10 registros: Guaribas a localidade com
o maior registro (110), seguido por Coronel José Dias (80), Brejo do Piauí (49), João Costa e Piracuruca
(45), São Raimundo Nonato (40), Dom Inocência (21), Caracol (17), Castelo do Piauí (16) e Jurema (11).

Tabela 26. Quantitativo de Cavidades Naturais no Piauí


MUNICÍPIO TOTAL MUNICÍPIO TOTAL MUNICÍPIO TOTAL
Guaribas 110 São Braz do Piauí 6 Novo Oriente do Piauí 2
Coronel José Dias 80 Luís Correia 5 Pedro II 2
Brejo do Piauí 49 Pio IX 5 Lagoa do Barro do Piauí 2
João Costa 45 Valença do Piauí 5 Santa Filomena 2
Piracuruca 45 Queimada Nova 5 Baixa do Grande Ribeiro 1
São Raimundo Nonato 40 São João do Piauí 4 Batalha 1
Dom Inocêncio 21 Simões 4 Beneditos 1
Caracol 17 Massapê do Piauí 3 Campo Maior 1
Castelo do Piauí 16 São Miguel do Tapuio 2 Jatobá do Piauí 1
Jurema 11 Bom Princípio do Piauí 2 São João da Cana Brava 1
Cristino Castro 9 Caxingó 2 São João da Fronteira 1
Caldeirão Grande 8 Cocal 2 Sebastião Leal 1
Assunção do Piauí 7 Juazeiro do Piauí 2
Piripiri 6 Milton Brandão 2

Lagoa do Barro do Piauí, município onde localiza-se a ADA do empreendimento registra a ocorrência
de 2 cavidades naturais na base de dados do CECAV, possuindo em seus limites classes de
potencialidade enquadrada como: muito alta, alta, média, baixa e ocorrência improvável. Já Queimada
Nova, município englobado pelas áreas de influência do empreendimento, possui 5 cavidades
registradas no banco de dados, conforme apresentado na Tabela 27. É importante salientar que três
do total de cinco cavidades registradas no município de Queimada Nova, na verdade estão localizadas
nos limites municipais de Lagoa do Barro do Piauí, havendo um erro na base do CECAV.

Tabela 27. Informações das Cavidades presentes nos municípios do empreendimento


Coordenadas Distância ADA
Número do registro Nome Município
Latitude Longitude (Km)
Lagoa do Barro do 15,80
029116.00001.22.05565 Caverna LTB003 -8,5967360 -41,5715970
Piauí
027460.00002.22.08650 Pedra Branca Queimada Nova -8,7340600 -41,5154100 29,25
027459.00001.22.08650 Cav 13 Queimada Nova -8,7350000 -41,5148000 29,35
029118.00005.22.08650 Caverna R031 Queimada Nova -8,7415830 -41,5068300 30,03
Lagoa do Barro do 30,47
029117.00002.22.05565 Caverna R030 -8,7455570 -41,5057940
Piauí
028617.00004.22.08650 Cav P032 Queimada Nova -8,6636780 -41,4765420 21,46
028616.00003.22.08650 Cav P031 Queimada Nova -8,6640480 -41,4760620 21,51

É importante salientar que durante as prospecções de campo não foram identificadas cavidades
naturais nas áreas de influência do empreendimento. Ademais a cavidade mais próxima a ADA do
empreendimento está localizada a 15,80 Km, enquanto a mais distante a 30,47 Km.
87
Figura 82. Mapa do Potencial espeleológico, considerando a AER e AEL do empreendimento

88
7.1.5 Pedologia

De acordo com Santos et al. (2005), os solos apresentam características morfológicas que lhe são
próprias, resultado direto de seu processo evolutivo e a partir das quais se torna possível a
identificação, classificação e descrição dos diferentes tipos de solo. Para tanto é necessário se ter em
mente que os solos são o resultado do efeito integrado entre o clima, organismos vivos que agem
sobre o material de origem, sendo condicionados por determinado relevo por certo período (LEPSH,
2011).

7.1.5.1 Pedologia Regional (AER)

Conforme visto no tópico do diagnóstico climático, a região do empreendimento está localizada no


contexto climático do semiárido, o que por sua vez condiciona as características pedológicas da região.
Em processo de análise sobre a pedologia da região semiárida Gama e Jesus (2020), indicam que
ocorrem dez classes de solo das treze registradas pelo Sistema de Classificação de Solos do Brasil. De
acordo com Marques et al. (2014) os solos identificados na região apresentam feições morfológicas,
físicas, químicas e mineralógicas bastantes distintas umas das outras.

A maior diferenciação é produzida entre os solos que ocorrem nas áreas cristalinas e sedimentares,
por exemplo, os solos de regiões cristalinas registram aspectos pedregosos, rochosos, textura arenosa,
sendo eles pouco desenvolvidos. Por outro lado, os solos das áreas sedimentares do estado, registram
um forte desenvolvimento, ou seja, os processos pedogenéticos foram intensos, resultando em solos
profundos com o bom grau de drenagem e textura argilosa.

Gama e Jesus (2020) apresentaram em termos percentuais o valor de abrangência espacial das
distintas classes pedológicas presentes no semiárido nordestino. Os Neossolos ocupam 27,32% da
região, seguidos pelos Latossolos (25,94%), Argissolos (15,59%), Luvissolos (12,18%), Planossolos
(10,84%) e Cambissolos (6,02%). Conforme pode ser visualizado no tópico dos aspectos geológicos, o
estado do Piauí possui uma diversidade de ambientes geológicos (Província Borborema, Parnaíba e
Costeira) o que resultou inevitavelmente em uma diversidade de classes pedológicas.

As diretrizes do empreendimento estão inseridas na porção sul do estado onde predominam as


litologias cristalinas da faixa riacho do pontal em conjunto com os depósitos sedimentares, resultando
assim em solos com distintas características morfológicas, pois os materiais de origem possuem
grandes diferenciações.

Levando em consideração a Área de Estudo Regional (AER), para a análise das características
pedológicas, os mapeamentos realizados pelo IBGE (2021) indicam que ocorrem na área 6 (seis) classes
pedológicas. A classe pedológica predominante na área de estudo regional, corresponde ao Neossolo
Quartzarênico ocupando uma área total de 118,54 Km2 (29,72%), seguida pelo Luvissolo Crômico com
94,84 Km2 (23,78%), Latossolo Amarelo com 90,85 Km2 (22,77%), Neossolo Litólico com 81,62 Km2
(20,46%), Latossolo Vermelho-Amarelo com 11,74 Km2 (2,94%) e pelo Argissolo Vermelho-Amarelo
com apenas 1,18 Km2 ou 0,30% da AER. A Tabela 28 apresenta os valores de área (Km2) das diferentes
classes pedológicas identificadas na Área de Estudo Regional.

89
Tabela 28. Valores (área Km2) das classes pedológicas da AER
CLASSE PEDOLÓGICA ÁREA KM2 ÁREA (%)
Latosso Amarelo 90,85 22,77
Latosso Vermelho-Amarelo 11,74 2,94
Argissolo Vermelho-Amarelo 1,18 0,30
Neossolo Litólico 81,62 20,46
Neossolo Quartzarênico 118,54 29,72
Luvissolo Crômico 94,87 23,78
Corpo d'água 0,09 0,02
Área total ERA 398,89 100,00

Com base nos valores presentes em porcentagem nota-se que há para a área uma distribuição
homogênea entre as classes pedológicas, não havendo, portanto, uma dominância de determinada
classe em detrimento de outra. Na Tabela 29 são apresentadas as contidas no mapeamento pedológico
do IBGE em relação as demais classes pedológicas que podem ocorrem em associação as mapeadas
para a área.

Tabela 29. Unidades de Mapeamento de Solo na ERA


SIGLA UNIDADE DE MAPEAMENTO ASSOCIAÇÃO DE SOLOS
LAd Latossolo Amarelo ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO + I PLANOSSOLO HÁPLICO + LATOSSOLO
VERMELHO-AMARELO

LVAd Latossolo Vermelho-Amarelo I ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO + I LATOSSOLO AMARELO

PVAe Argissolo Vermelho-Amarelo I NEOSSOLO LITÓLICO + I PLANOSSOLO HÁPLICO + I NEOSSOLO


QUARTZARÊNICO
RLd Neossolo Litólico I ARGISSOLO AMARELO + I NEOSSOLO QUARTZARÊNICO + I ESPODOSSOLO
FERRI-HUMILÚVICO
RQo Neossolo Quartzarênico I ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO + I PLANOSSOLO HÁPLICO

TCo Luvissolo Crômico I LUVISSOLO CRÔMICO + I PLANOSSOLO HÁPLICO + I LUVISSOLO HÁPLICO

No tópico a seguir, serão descritas as classes de associação pedológica identificadas na área em que a
diretriz do empreendimento está localizada. Antes da discussão das classes pedológicas da AEL serão
apresentadas as classes pedológicas registradas apenas na AER, a saber: Neossolo Litólico, Latossolo
Vermelho-Amarelo e Argissolo Vermelho.

Os Neossolos de acordo com a EMBRAPA (2018), compreende a classe pedológica formada por
material mineral ou orgânico, os quais não apresentam alterações expressivas em relação ao material
de origem, visto a baixa intensidade de atuação dos processos pedogenéticos (adição, remoção,
translocação e transformação). Isso se deve sobretudo a baixa eficiência dos processos pedogenéticos
ou a forte resistência dos materiais de origem. A classe que ocorre exclusivamente na AER corresponde
a subordem Litólico.

De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos a classe do Neossolo em relação ao 2°


nível categórico (subordem) possui 4 classificações: Litólico, Flúvico, Regolítico e Quartzarênico. Na

90
área do empreendimento foi possível a identificação e descrição de duas classes: Quartzarênico e
Litólico.

O Neossolo Litólico segundo a EMBRAPA (2018) envolve os solos com contato lítico ou lítico
fragmentário dentro de 50 cm a partir da superfície, os quais devem apresentar horizonte A
diretamente sobre um horizonte C ou Cr ou sobre a rocha matriz. Neste sentido, são considerados
solos rasos, normalmente cascalhentos e pedregosos, sendo também comum estágios elevados de
rochosidade superficial. Quanto a textura estes solos são predominantemente classificados a partir de
texturas média, no entanto podem exibir texturas arenosas e até mesmo argilosas, dependendo
exclusivamente do material de origem.

Já em relação a classe do Latossolo a EMBRAPA (2018) indica esses solos são bem característicos de
regiões equatoriais e tropicais, desenvolvidos sobretudo por amplas e antigas superfícies de erosão,
terraços fluviais ou pedimentos. Do ponto de vista estrutural ocorrem em relevos acidentados ou
planos, sendo o produto da piogênese de diferentes tipos de rochas e sedimentos.

A base para a definição do Latossolo segundo a EMBRAPA (2018), é a presença de horizonte B


lotossólico, resultado de uma avançada atuação dos processos de latolização, ou seja, a remoção da
sílica e bases do perfil pedológico. O critério para a definição do latossolo é baseada no
desenvolvimento de um horizonte B latossólico abaixo de qualquer horizonte A, com pouco ou quase
nulo aumento de argila de A para B.

Conforme informações da EMBRAPA, esses solos em avançado estágio de intemperização são


classificados como evoluídos devido à intensidade dos processos pedogenéticos que ocorreram. Isso
implica que ao longo do tempo, esses solos foram sujeitos a uma série de transformações químicas e
físicas que resultaram em características identificadas no presente.

Esses solos possuem características de drenagem bastante variáveis, as quais são condicionadas
essencialmente pelas características dos solos da região onde foram originados. Sua profundidade
raramente é inferior a 1 metro, possuindo sequência de horizontes A, B, C com pouca diferenciação de
sub-horizontes e transições usualmente difusas ou graduais.

Por fim, tem-se a classe dos Argissolos. De acordo com a EMBRAPA (2018), os Argissolos são
entendidos como solos de constituição mineral, os quais apresentam o desenvolvimento de um
horizonte B textural. Salienta-se que o horizonte Bt encontra-se abaixo de qualquer tipo de horizonte
superficial, exceto o hístico. São solos marcados pela concentração nos teores de argila nos horizontes
subsuperficiais, podendo apresentar ou não uma relação de decréscimo em relação aos horizontes
subjacentes. Ainda de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, essa classe pedológica
apresenta grande variabilidade quanto a sua profundidade, drenagem e coloração.

91
7.1.5.2 Pedologia Local (AEL)

Na área de estudo local (AEL) foram identificadas três classes de associação pedológica, a saber:
Latossolo Amarelo, Neossolo Quartzarênico e Luvissolo Crômico, conforme mapeamentos elaborados
pelo IBGE (2021), as quais podem ser visualizadas na Figura 83, também representada em forma de
prancha na Figura 84.

Conforme pode ser visualizado na Tabela 30 e Figura 83 a classe pedológica predominante na área do
empreendimento é a do latossolo Amarelo a qual ocupa 36,77 Km2 ou 60,92% da área total das áreas
de influência, seguido pelo Luvissolo Crômico com 11,85 Km2 (19,64%) e Neossolo Quartzarênico com
11,74 Km2 ou 19,45% da área total.

Tabela 30. Valores (área Km2) das classes pedológicas da AEL, considerando a AID
Classe Pedológica Área Km2 Área (%)
Latossolo Amarelo 36,77 60,92
Neossolo Quartzarênico 11,74 19,45
Luvissolo Crômico 11,85 19,64
Área total AID 60,36 100

Figura 83. Classes pedológicas identificadas na região do empreendimento

92
Figura 84. Mapa das Classes de Solos identificadas no empreendimento

93
a) Latossolo Amarelo

Esta classe de associação pedológica corresponde a classe de maior predominância nas áreas de
influência do empreendimento ocupando um total de 60,92% da área total com abrangência espacial,
principalmente, na porção centro-norte do empreendimento. Conforme exposto na discussão
regional, essa classe possui diferentes subordens, relacionadas essencialmente ao valor do matiz
presente nos horizontes superficiais, ocorrendo no empreendimento em análise na subordem
Amarelo, ou seja, matiz 7,5YR nos primeiros 100 cm do horizonte B.

A Figura 85 apresenta um perfil de latossolo amarelo produzido a partir de um corte de estrada. Nele
é possível perceber a presença significativa de atividade biológica, com a ocorrência de raízes nos
horizontes superficiais. A partir das prospecções de campo foi identificado uma textura argilosa,
estruturada sob a forma de blocos angulares. Localmente, nas áreas de influência do empreendimento
essa classe possui forte influência dos depósitos colúvio-eluviais, ocorrendo superficialmente na área
a presença de extensos depósitos arenosos, conforme pode ser visualizado na Figura 86.

Figura 85. Perfil de Latossolo Amarelo Figura 86. Vista parcial da área de ocorrência

Quanto a ocorrência de processos erosivos, essa classe possui grande variabilidade, condicionada
essencialmente por características de relevo (ondulado ou plano), textura (média, argilosa) e uso
(agrícola, natural). Nas áreas de influência do empreendimento foram identificadas pequenas feições
erosivas conforme pode ser visualizado na Figura 75 e Figura 76.

b) Neossolo Quartzarênico

Essa classe pedológica distribui-se por 11,74 Km2 (19,45%), ocupando toda a faixa centro-sul das áreas
de influência do empreendimento. Conforme apresentado na discussão regional da pedologia, a classe
dos Neossolos pode ocorrer sob a forma de 4 subclasses, sendo registrada na AEL a subclasse
Quartzarênico. De acordo com a EMBRAPA (2018), os solos enquadrados nessa classe não apresentam
contato lítico ou lítico fragmentário dentro de 50 cm a partir da superfície, possuindo assim a sequência
de horizontes A-C. Possuem textura arenosa ou areia franca em todos os horizontes até pelo menos
150 cm, ou até o contato lítico.

94
Nas áreas de influência do empreendimento foram analisados dois perfis pedológicos, conforme
apresentado na Figura 87 e Figura 89. Nos dois perfis analisados foram identificadas texturas arenosas,
as quais estão estruturadas na forma de grãos simples (Figura 88), apresentando coloração amarelada,
além da ausência de pedregosidade e rochosidade superficial, conforme pode ser visualizado na Figura
90.

Figura 87. Área da ocorrência do Neossolo Quartzarênico Figura 88. Textura arenosa e estrutura em grão simples

Figura 89. Perfil de Neossolo Quartzarênico Figura 90. Vista parcial da área de ocorrência

Na área do empreendimento não foram identificadas feições erosivas associadas a processos fluviais,
ou seja, aqueles produzidos pela ação hídrica. Isso se deve sobretudo a boa capacidade de infiltração
que essa classe de solo possui, visto que os horizontes são profundos e a estrutura dos agregados
facilita a percolação. Apensar de não ser afetada de maneira significativa pela ação hídrica, as
prospecções realizadas na área indicaram que há forte incidência dos efeitos dos ventos na
remobilização dos agregados do solo, caracterizando processos de erosão eólica.

c) Luvissolo Crômico

De acordo com a EMBRAPA (2018), os luvissolos compreendem solos de constituição mineral, não
hidromórficos, os quais apresentam horizonte B textural. Nas áreas de influência do empreendimento
distribuem-se por toda a faixa leste da AII e em pequenas porções da faixa NE e E da AII, ocupando
uma área total de 11,85 Km2 ou 19,64% da área.

95
Ainda de acordo com informações da EMBRAPA (2018), são solos tipicamente pouco profundos,
embora contenham o horizonte Bt, especialmente devido às variadas origens que influenciam sua
formação. De acordo com Lepsh (2011), a subordem crômico é característica de solos de pouca
profundidade, sendo comumente encontrados em regiões semiáridas. De maneira geral, a transição
entre os horizontes ocorre de forma clara e abrupta, podendo ou não apresentar camadas superficiais
com pedregosidade. Isso é reflexo direto da influência dos processos de intemperização e das distintas
condições de formação ao longo do tempo.

A Figura 91 e Figura 92 apresentam dois perfis de Luvissolo Crômico presentes nas áreas de influência
do empreendimento. Neles é possível perceber um bom desenvolvimento pedológico, pois não há a
presença do horizonte C próximo a superfície. Os dois perfis são caracterizados pela presença de
horizonte A, de coloração avermelhada, alta pedregosidade e forte presença de processo erosivos.
Esta classe ocorre nas regiões de relevo mais movimentado na área do empreendimento conforme
demonstrado na Figura 93.

Figura 91. Perfil de Luvissolo Crômico produzido em Figura 92. Perfil de Luvissolo Crômico
feição erosiva

Figura 93. Vista parcial da área de ocorrência Figura 94. Pedregosidade superficial presente no
Luvissolo Crômico

96
7.1.6 Recursos Hídricos

A avaliação de recursos hídricos é fundamental para o diagnóstico ambiental de uma área, pois permite
a visualização da hidrografia e disponibilidade hídrica na região, observação de fluxos d’água e suas
direções de escoamento, identificação de áreas naturalmente propensas a eventos erosivos pelo
carreamento de sedimentos, mapeamento de áreas protegidas por lei, dentre outros. Com isso, no
presente tópico, serão discutidas as características da área no âmbito de recursos hídricos, com
enfoque na caracterização da bacia hidrográfica e águas superficiais presentes.

7.1.6.1 Águas superficiais

A área de estudo encontra-se na região hidrográfica do Rio Parnaíba, mais especificamente na Bacia
Hidrográfica do Canindé (Figura 95), cujo principal curso hídrico é o Rio Canindé, que desemboca no
Rio Parnaíba. De acordo com dados do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR, 2010), a
BH Canindé dispõe de uma área de uma área de 75.683 km², com volume anual produzido de 1.742,32
hm³ e vazão específica de 0,73 l/s.km². A área do empreendimento situa-se sobre três microbacias
contidas na BH do Canindé, sendo elas: do Riacho das Gameleiras, do Riacho do Bom Jardim e de
afluente do Rio dos Pilões, conforme se evidencia na Figura 96.

Figura 95. Bacias Hidrográficas do PI (SEMAR, 2010). Figura 96. Microbacias

Na área de influência do empreendimento, de acordo com a base de dados da Agência Nacional de


Águas (ANA, 2017), o curso d’água mais expressivo é o Riacho do Bom Jardim, que corta a AID, fluindo
na direção S-N, e seguindo para o sentido leste após a desembocadura de drenagem afluente que
passa pela ADA. Tal curso em direção SW-NE até o Rio dos Pilões, a aproximadamente 9 km da ADA,
que, por sua vez, flui em direção ao Riacho do Salto, afluente direto do Rio Canindé, cuja confluência
ocorre no município de Paulistana/PI, a cerca de 40 km da ADA. No que se refere a massas d’água, em
97
que se incluem lagoas (naturais) e açudes (artificiais), na base de dados, não são observadas
acumulações dentro da ADA e áreas de influência. A Figura 97 apresenta o mapa dos recursos hídricos
próximos à área de influência do empreendimento, conforme bases de dados. Aliado a análise do perfil
de elevação do terreno (Figura 98), conclui-se que a direção de escoamento superficial resultante na
área ocorre de sudoeste para nordeste (SW-NE); tal fluxo corresponde também a movimentação de
águas subsuperficiais, já que estas estão inteiramente sujeitas à ação da gravidade.

Figura 97. Recursos hídricos próximos (ANA). Figura 98. Drenagens e MDE (ANA; ALOS-PALSAR, 2011).

Com vistas ao aporte de informações para a definição do traçado real da rede hidrográfica presente
na área de influência, foi aplicado o modelo de acumulação de fluxos (Flow Accumulation) através do
modelo digital de elevação do terreno. O método consiste na obtenção do modelo digital de elevação,
sendo em seguida removidas as depressões espúrias do terreno, definidas as direções de escoamento
e calculadas as acumulações de fluxo de cada célula analisada, sendo tais valores atribuídos à camada
vetorial de drenagens gerada. A Figura 99 exibe o resultado obtido, sendo indicado o traçado das
drenagens resultantes, ponderadas pelo número de células acumuladas à montante; ademais, é
também indicada a sub-bacia do Riacho da Palmeira, cujas águas escoam pela ADA.

98
Figura 99. Mapa das drenagens traçadas pelo modelo de acumulação de fluxos.

A vetorização obtida condiz com as bases de dados e informações obtidas em campo. Ressalta-se, no
entanto, que a modelagem foi realizada a partir de elevação de terreno obtida em fevereiro de 2000
(SRTM), podendo assim haver representações de fluxo diferentes do que é observado atualmente,
devido às modificações antrópicas ocorridas no período.

A figura a seguir apresenta o mapa de recursos hídricos da área de influência do presente estudo,
englobando os cursos d’água próximos, massas d’água naturais e artificiais (açudes), o posicionamento
na Bacia Hidrográfica do Rio Canindé e o mapa de indicação do fluxo de escoamento da área de
interesse, observado pela sobreposição das drenagens com o modelo digital de elevação da área.

99
Figura 100. Planta de Recursos Hidricos

100
A partir das campanhas realizadas presencialmente nas áreas diretamente afetada e de influência, que
ocorreu após o período chuvoso, foram investigados os recursos hídricos presentes, sendo realizados
registros fotográficos em solo e aéreos, quando identificados. Através do imageamento aéreo, foram
mapeadas 24 massas d’água na área de estudo, referentes a pequenos açudes, sendo 2 na ADA, 11 na
AID e 11 na AII.

Ademais, foram mapeados os cursos d’água, que na área de estudo se referem a canais de drenagem
efêmeras, sendo o mais expressivo o Riacho Bom Jardim, que corta a porção leste da AID e AII. As
figuras a seguir exibem registros aéreos de alguns dos pequenos açudes, que se apresentam de forma
difusa na área de estudo e a Figura 105e Figura 106 exibem as drenagens observadas na área.

Figura 101. Açude presente na ADA. Figura 102. Açude presente na ADA.

Figura 103. Açude presente na AID. Figura 104. Açude presente na AII.

Figura 105. Canal de drenagem no interior da ADA. Figura 106. Riacho Bom Jardim cortando a AID.

Além do imageamento aéreo, foi realizado caminhamento no percurso do Riacho Bom Jardim, sendo
obtidos registros expostos na Figura 107 e Figura 108. Destaca-se que não foi verificada lâmina d’água
ativa no curso, apenas nas proximidades de reservatórios, evidenciando o seu regime efêmero.

101
Figura 107. Riacho Bom Jardim na AID. Figura 108. Riacho Bom Jardim na AII.

A partir das informações obtidas em campo, paralelamente às imagens de satélite (Google Earth e
CBERS4A), topografia da área e bases de dados disponíveis, foi elaborado o mapa de recursos hídricos
da área diretamente afetada e área de influência, sendo indicados as massas d’água (açudes) e cursos
d’água (drenagens). A Figura 109 apresenta o resultado do mapeamento, sendo apresentada também
em mapa na Figura 111 junto com os registros de campo que auxiliaram na demarcação.

Figura 109. Mapa de recursos hídricos.

O mapeamento de recursos hídricos permite paralelamente a identificação de áreas de preservação


permanente (APP) dentro das áreas de influência do empreendimento, conforme definido para Lei
12.651/2012. No Art. 4º da referida lei, são indicadas as delimitações de APP.

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas,


para os efeitos desta Lei:

102
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima
de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
[…]
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença
ambiental do empreendimento;
[…]
§ 4º Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um)
hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do
caput , vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do
órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

A Figura 110 apresenta o resultado da aplicação das definições legais de APP sobre os recursos hídricos
mapeados no presente estudo. Para a delimitação de cursos hídricos, considerou-se o caput do inciso
I, em que são excluídos os rios efêmeros da reserva de APP e a alínea “a” para o caso dos dois riachos
verificados; quanto aos reservatórios artificiais com áreas superiores a 1 hectare, foi considerada faixa
de 50 metros.

Figura 110. Mapa de áreas de preservação permanente.

103
Figura 111. Mapa de recursos hídricos da ADA e AID com registros in loco.

104
7.1.6.2 Possíveis Fontes Poluidoras

As possíveis fontes poluidoras identificadas na área de estudo referem-se principalmente ao


esgotamento sanitário do centro municipal e residências rurais próximas na área de estudo, a qual,
não dispondo de serviço público de coleta de esgotos, está sujeita à contaminação difusa pelos
sistemas individuais de disposição final de esgotos. Na Figura 112, é exposto açude na AID cujo mau
cheiro percebido in loco indicou disposição de esgotos; na Figura 113, verifica-se açude eutrofizado na
ADA, com vegetação sobrenadante, mas sem mau cheiro. Registra-se ainda que foi observada
disposição de resíduos sobre leito de canal de drenagem fora da área de influência, conforme exposto
na Figura 114. A Figura 115 indica o posicionamento das fontes de poluição observadas em campo.

Figura 112. Açude com esgoto. Figura 113. Açude eutrofizado. Figura 114. Resíduos sobre drenagem.

Figura 115. Mapa das fontes poluidoras identificadas.

105
7.1.6.3 Balanço Hídrico

Para a obtenção do balanço hídrico da área de estudo, foram delimitadas as bacias em que se
encontram as áreas de influência, além de serem consideradas as informações disponíveis no Plano
Estadual de Recursos Hídricos do Piauí.

Para a área de estudo regional, que se refere às 3 microbacias, delimitadas a partir das bases de dados
ora descritas no tópico anterior, dispõem-se de uma área com extensão de 500,89 km². Considerando
que a vazão específica da bacia do Canindé é de 0,73 l/s.km² (Plano Estadual de Recursos Hídricos) e
aplicando a regionalização de vazões, escoam pela área de estudo regional aproximadamente 365,65
l/s. A Figura 116 exibe a demarcação das microbacias com sua extensão.

Figura 116. Mapa da de microbacias da AEL.

106
7.1.6.4 Hidrogeologia

Nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, distinguem-se dois domínios
hidrogeológicos: rochas cristalinas e coberturas colúvio-eluviais, conforme evidenciam a Figura 117 e
Figura 118 (CPRM, 2004).

Figura 117. Geologia de Lagoa do Barro do Piauí (CPRM, 2004). Figura 118. Geologia de Queimada Nova (CPRM,
2004).

De acordo com base de dados de aquíferos da ANA (2013), a área de estudo está integralmente
inserida nos domínios hidrogeológicos do Fraturado Semiárido (embasamento cristalino). As rochas
cristalinas representam o que é denominado comumente de “aquífero fissural” e compreendem uma
variedade enorme de rochas pré-cambrianas, representadas por granitos e as pertencentes ao
Complexo Sobradinho-Remanso e às unidades Lagoa do Alegre, Brejo Seco e Barra Bonita, que
englobam gnaisses, filitos, itabiritos, xistos e quartzitos. Como basicamente não existe uma porosidade
primária nesse tipo de rocha, a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade
secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios,
descontínuos e de pequena extensão. Nesse contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são
pequenas e a água, em função da falta de circulação, dos efeitos do clima semiárido e do tipo de rocha,
é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições definem um potencial hidrogeológico baixo
para as rochas cristalinas, sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa de
abastecimento nos casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos
prolongados de estiagem (CPRM, 2004).

Os depósitos colúvio-eluviais, por sua vez, correspondem a coberturas de sedimentos detríticos e com
idade tércio-quaternária. Embora recubram cerca de 40% da área do município, têm pouca expressão
como mananciais para captação de água subterrânea, em função das suas reduzidas espessuras e das
características litológicas inadequadas ao armazenamento de água superficial (CPRM, 2004).

107
Figura 119. Hidrogeologia da área de estudo (ANA, 2013).

A estratigrafia do aquífero acompanha a sua geologia, conforme exposto na Figura 120. A partir dos
dados do SIAGAS, observou-se que a profundidade dos poços de abastecimento que explotam água
do aquífero dispõem de profundidade variando entre 60 e 126 metros.

Figura 120. Estratigrafia hidrogeológica da região de estudo (CPRM, 2011).

7.1.6.5 Uso e Classificação das águas

No presente tópico, serão discutidos os usos identificados para os recursos hídricos presentes na área
de influência a partir do diagnóstico realizado, bem como a classificação das águas de acordo com a
legislação aplicável.

108
No que se refere às águas subterrâneas, foi consultada a base de dados do SIAGAS (CPRM, 2023), sendo
identificada a sobreposição de 14 poços com a área de estudo local, sendo 4 na ADA, 3 na AID e 7 na
AII. Dentre os usos cadastrados para as águas dos poços, lista-se: abastecimento humano,
dessedentação animal e irrigação. A Figura 121 apresenta o mapa com o posicionamento dos referidos
poços, classificados de acordo com o uso indicado.

Figura 121. Uso da água subterrânea nas áreas de influência (SIAGAS).

No que se refere à qualidade da água subterrânea, de acordo com diagnósticos realizados pela CPRM
(2004), a maior parte das águas subterrâneas dos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada
Nova são classificadas como salina ou salobra. Na área de estudo, conforme a classificação proposta
pela CPRM (2004), 4 poços dispõem de água salina, 3 salobra e os demais, não dispõe de parâmetros
para o enquadramento.

O teor de sólidos totais dissolvidos médio é de 3.124,64 mg/l, sendo adequada para o abastecimento
doméstico apenas em 1 poço (valor inferior a 1.000 mg/l) para esse parâmetro (de acordo com Portaria
GM/MS nº 888/2021). Para a área de estudo, a partir dos dados do SIAGAS, tem-se como resultado da
qualidade das águas o exposto na Tabela 31.

Tabela 31. Qualidade da água subterrânea na área de estudo.


Parâmetro Unidade ADA AID AII
Nº de poços unid. 4 3 7
Condutividade elétrica µS/cm² 4729 10700 2017
Sólidos Totais Dissolvidos mg/l 3074 6955 1311
Odor - Inodoro Inodoro Inodoro
Aspecto visual - Límpida Límpida Límpida
Classificação - Salgada Salgada Salobra

109
Em relação ao uso das águas superficiais, através do levantamento de informações em campo, foi
identificado o uso associado aos açudes presentes na área de estudo, sendo predominante a
dessedentação anima, conforme ratificam os registros da Figura 122, Figura 123 e Figura 124. Ademais,
em comunidade na AII, foi observado caminhão-pipa (Figura 125), provavelmente atrelado à captação
das águas superficiais na área de estudo para abastecimento humano.

Figura 122. Dessedentação animal na AII. Figura 123. Tomada d’água para dessedentaçaõ animal na
AII.

Figura 124. Dessedentação animal na AID. Figura 125. Caminhão-pipa na AII.

O Plano Estadual de Recursos Hídricos do estado do Piauí versa sobre a classificação de rio Longá, cuja
bacia hidrográfica é a que está situada a área de estudo, indicando que a classe atual é 3, sendo
proposta alteração para classe 2, conforme resolução CONAMA nº 357/2005. Considerando tal
resolução, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, em seu art. 4º são definidas as classificações das águas doces, conforme exposto a
seguir:

Art. 4º As águas doces são classificadas em:

[…]

III - classe 2: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

110
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
Resolução CONAMA no 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer,


com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

e) à aquicultura e à atividade de pesca.

IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) à pesca amadora;

d) à recreação de contato secundário; e

e) à dessedentação de animais.

[…]

No Plano Estadual de Recursos Hídricos foi realizada avaliação da qualidade das águas de rios
pertencentes à bacia do Rio Canindé, em que está situado o empreendimento. A Tabela 32 apresenta
os resultados obtidos no estudo realizado. Os resultados obtidos nas amostragens indicam que a
qualidade da água do rio é compatível com os limites máximos permissíveis definidos para classe 3 de
águas doces da resolução CONAMA 357/05.

Tabela 32. Qualidade da água superficial na bacia do Rio Canindé.


PONTO DE MONITORAMENTO Temperatura (°C) pH Cond. Elétrica (µS/cm) Oxigênio Dissolvido (mg/L)
Fazenda Talhada 29,6 7,2 489,3 4,3
Fazenda Tapagé 28,5 6,5 311,5 4,6
Francisco Ayres 30,2 7,3 398,3 5,6
Média 29,4 7,0 399,7 4,8
LMP (Classe 2) - 6a9 - 5 (mín)
LMP (Classe 3) - 6a9 - 4 (mín)

7.1.7 Níveis de Pressão Sonora

Entende-se por som o fenômeno vibratório resultante de variações da pressão no ar, as quais se
propagam de forma longitudinal. De acordo com Fernandes (2010), o som é caracterizado através de
três variáveis: frequência, intensidade e timbre. Também podemos entender o som como toda e
qualquer modificação de frequência que se propaga através de ondas longitudinais e tridimensionais,
promovendo assim modificações na sensação auditiva (MELLO, 1999; PAULA et al., 2007).

Os sons visto a sua natureza (frequência, intensidade e timbre), podem ser tanto harmoniosos quanto
inconvenientes ou perturbadores. De acordo com Paz (2004), os ruídos podem ser definidos como sons
desprovidos de harmonia, ou um som indesejável (HANSEN, 2005). Na análise do ruído, o fator humano
ganha foco primordial, pois bem como descreveu Fernandes (2010), o ruído possui duas definições
possíveis: uma subjetiva, pela qual entende-se o ruído como uma sensação ruim, desagradável
(portanto varia de pessoa para pessoa) e outra definição física, onde o ruído passa a ser entendido
como um fenômeno acústico aperiódico sem componentes harmônicos definidos.

111
7.1.7.1 Requisitos Legais

No Brasil a legislação que rege acerca dos ruídos é a resolução CONAMA 001/1990, a qual considera
os níveis excessivos de ruídos como poluição do meio ambiente, sendo um problema que vem sendo
continuamente agravado principalmente nos centros urbanos do país, mas que também possui
reflexos nas áreas rurais de muitos municípios brasileiros. Nesta resolução é determinado os valores
máximos estipulados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), presentes na Norma
Técnica ABNT 10.151/2020 “Acústica – Medição e avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, Aplicação
de uso geral”.

A referida norma técnica NBR 10.151 (ABNT, 2020), considera recomendáveis, para o conforto
acústico, os níveis máximos de ruídos externos apresentados na Tabela 33.

Tabela 33. Limites de níveis de pressão sonora em função dos tipos de áreas habitadas e do período.
RLAEQ LIMITES DE NÍVEIS DE PRESSÃO
TIPOS DE ÁREA SONORA (DB)
Período diurno Período noturno
Área de residências rurais 40 35
Áreas estritamente residencial urbana ou de hospitais e escolas 50 45
Área mista predominantemente residencial 55 50
Área mista com predominância de atividades comerciais e/ou
60 55
administrativas
Área mista com predominância de atividades culturais, lazer e turismo 65 55
Área predominantemente industrial 70 60

Ressalta-se que conforme estabelecido na referida norma, a classificação do tipo de uso e ocupação
do solo (características da área), deve ser realizada através da observação local, durante as medições
dos níveis de ruídos.

7.1.7.2 Procedimentos metodológicos

Para a caracterização do ruído ambiental no entorno do empreendimento foi utilizada a metodologia


descrita na NBR 10.151/2020 “Acústica – Medição e avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, Aplicação
de uso geral” na ABNT.

As medições foram realizadas in loco nos períodos diurno e noturno, atendendo as instruções técnicas
contidas na NBR. O período de monitoramento diurno correspondeu ao período entre as 07:01 horas
(sete horas e um minuto) até as 17:59 horas (dezessete horas e cinquenta e nove minutos) do mesmo
dia já o período noturno iniciou-se as 18:00 (seis horas) e vai até as 07:00 (sete horas) do dia seguinte.

É válido salientar que para a medição dos níveis de pressão sonora do local do empreendimento foram
realizados alguns procedimentos metodológicos. Destaca-se que não foram realizadas medições em
condições atmosféricas adversas (precipitações pluviométricas, trovoadas, ou sob condições
ambientais de vento e temperatura em desacordo com as especificações das condições de operação
do instrumento de medição), os quais são estabelecidos pelo fabricante. O aparelho de medição foi
posicionado conforme especificações da norma técnica, ou seja, a uma distância entre 1,2 e 1,5 metros
112
do solo e a 2 metros de paredes ou outros objetos que possam interferir na medição. As configurações
do aparelho utilizado foram as seguintes: curva de ponderação “A”, com circuito de resposta rápida
(modo fast). O efeito do vento sobre o microfone foi minimizado a partir da utilização de protetores.

Ainda durante as medições, foram registradas informações básicas como: número do ponto de
medição, velocidade do vento, temperatura média, descrição da área, sons ambientes, coordenadas,
hora inicial, data de medição, as quais servem no apoio a elaboração desse estudo. Para a realização
das medições foi utilizado como instrumento de medição o Digital Soud Level Meter PT6708, com faixa
de medição entre 30 e 130 dBA. Ressalta-se que o aparelho está em conformidade com o IEC651 Tipo
2 e ANSI S1.4 Tipo 2.

Foram definidos 6 (seis) pontos de medição distribuídos entre a ADA, AID e AII do empreendimento.
As coordenadas dos pontos amostrais podem ser visualizadas na Tabela 34, os quais são representados
na Figura 126. É válido destacar que a escolha da localização deles seguiu uma distribuição nas áreas
de influência, assim como a presença de residências próximas, as quais tendem a receber mais
intensamente os impactos produzidos pelo empreendimento nas fases de instalação.

Tabela 34. Pontos de medição de ruídos no entorno do empreendimento


PONTO ÁREA COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – Tipo de Área Conforme NBR 10.551
ZONA 24 L

LATITUDE LONGITUDE
PR1 ADA 9063496 224280 Área de residências rurais
PR2 ADA 9063464 223818 Área de residências rurais
PR3 AID 9064370 225265 Área de residências rurais
PR4 AID 9069097 222856 Área de residências rurais
PR5 AII 9063674 222098 Área de residências rurais
PR6 AII 9062632 222233 Área de residências rurais

Destaca-se que para a avaliação dos níveis de pressão sonora, os ruídos de fundo foram classificados
em: provenientes de interferência humana (conversas, uso de ferramentas), tráfego de veículos e
interferência natural (sons de animais, vento na vegetação).

113
Figura 126. Pontos de medição dos ruídos

114
7.1.7.3 Resultados do monitoramento dos níveis de Pressão Sonora

A Tabela 35 apresenta os valores registrados para o monitoramento realizado no período diurno nas
áreas de influência do empreendimento. A partir da visualização dos dados presentes na Tabela 35 e
a sua representação no Gráfico 12 nota-se que todos os seis pontos analisados apresentaram valores
acima do indicado na NBR 10.551.

Tabela 35. Resultado das medições dos níveis de ruído no período diurno
PONTO ÁREA MIN 1 MIN 2 MIN 3 MIN 4 MIN 5 LAeq Limite NRB 10.151
PR1 ADA 48,2 46,6 46,8 54,1 55 50,14 40
PR2 ADA 41,7 41,9 41,5 42,2 43,2 42,1 40
PR3 AID 42,9 41,9 41,6 41,2 41,5 41,82 40
PR4 AID 45,8 46 45,5 45,6 41,5 44,88 40
PR5 AII 42,4 42,9 41,7 42 41,4 42,08 40
PR6 AII 58,4 42,9 41,3 41,5 42,2 45,26 40

60

50

40
dB (A)

30

20

10

0
PR1 PR2 PR3 PR4 PR5 PR6

Laeq Limite NBR 10.551

Gráfico 12. Nível Contínuo Equivalente (LAeq) de cada ponto de ruído no período diurno

Conforme as observações realizadas in loco os ruídos de fundo mais comuns para esse período
correspondem aos produzidos por interferências naturais, tais como: vento na vegetação, sons de
galos, insetos, bodes, gado e pássaros. Além das interferências de origem natural também houve o
registro de interferência humana como: conversas em residências próximas, uso de ferramentas, sons
de televisões. O PR1 foi o ponto de monitoramento que mais superou o estipulado na NRB, ficando
25,35% acima do valor base, seguido pelo PR6 que apresentou valores 13,15% acima do estabelecido,
PR4 com 12,2% de média acima. Já os pontos PR2, PR3 e PR5 apresentaram valores próximo ao
indicado para a tipologia de área e horário. O PR3 ficou apenas 4,55% acima do valor estipulado,
seguido pelo PR5 (5,2%) e PR2 com média 5,25% acima do estabelecido.

A Tabela 36 apresenta os valores registados para o monitoramento realizado no período noturno nas
áreas de influência do empreendimento. A partir da visualização da Tabela 36 e a sua representação
no Gráfico 13 nota-se que todos os seis pontos monitorados mais uma vez apresentaram valores
superiores ao indicado na NRB 10.551.

115
Tabela 36. Resultado das medições dos níveis de ruído no período noturno
PONTO ÁREA MIN 1 MIN 2 MIN 3 MIN 4 MIN 5 LAeq Limite NRB 10.151
PR1 ADA 58,2 55,9 56,5 54,8 52,9 55,66 35
PR2 ADA 49,4 49,3 48,7 49 48,7 49,02 35
PR3 AID 51 50,5 49,6 50,5 49,6 50,24 35
PR4 AID 46,2 45,3 47,2 46,7 48,1 46,7 35
PR5 AII 47,1 45,4 44,8 45,2 44,5 45,4 35
PR6 AII 49,8 49,8 49,8 49,6 49 49,6 35

60

50

40
db (A)

30

20

10

0
PR1 PR2 PR3 PR4 PR5 PR6

Laeq Limite NBR 10.551

Gráfico 13. Nível Contínuo Equivalente (LAeq) de cada ponto de ruído no período noturno

Conforme as observações realizadas no momento do monitoramento os ruídos de fundo mais comuns


para esse período correspondem aos ruídos provocados pela interferência natural, tais como: sons de
grilos, galos, latidos de cachorro, pássaros e insetos. Além disso para o período noturno também foi
registrada interferências produzidas por conversas em residências próximas além do tráfego de
veículos de diferentes portes. Em termos percentuais, o PR1 apresentou valor 59,03% acima do
inicialmente estipulado na norma técnica, seguido pelo PR3, superando em 43,54%, PR6 com 41,71%
acima do indicado, PR2 com 40,06%, PR4 com 33,43% e PR5 com 29,71% acima do valor
preestabelecido na norma técnica.

A seguir na sequência de tabelas são apresentados as informações e registros fotográficos dos 6 (seis)
pontos monitorados nas áreas de influência do empreendimento.

116
Tabela 37. Ficha do Ponto de Medição PR1
PR1 Descrição da área: Área plana, próxima a lavouras e residências Data: 29/06/2023
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9063496 m N LONG. 224280 m E
Hora: 16:21 Hora: 19:15
Diurno Noturno
Vento (m/s): 2,0 Temperatura (°C): 29,6 Vento (m/s): 0 Temperatura (°C): 25
NRB: 40 Medido: 50,14 NBR: 35 Medido: 55,66

Ruído de Fundo: Sons de galos, pássaros vento na Ruído de Fundo: Sons de latido de cachorros, grilos e
vegetação, trânsito de veículos (carros) insetos

Tabela 38. Ficha do Ponto de Medição PR2


Descrição da área: Área plana com vegetação herbácea, localizada
PR2 Data: 29/06/2023
próxima a uma residência
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9063464 m N LONG. 223818 m E
Hora: 16:31 Hora: 19:04
Diurno Noturno
Vento (m/s): 2,55 Temperatura (°C): 29,6 Vento (m/s): 0 Temperatura (°C): 25
NRB: 40 Medido: 42,1 NBR: 35 Medido: 49,02

Ruído de Fundo: Sons de vento na vegetação, pássaros e Ruído de Fundo: Sons de grilos, conversas em residências
bodes próximas, carro trafegando

117
Tabela 39. Ficha do Ponto de Medição PR3
Descrição da área: Área plana com vegetação arbustiva localizada
PR3 Data: 29/06/2023
próxima a residências
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9064370 m N LONG. 225265 m E
Hora: 16:06 Hora: 19:28
Diurno Noturno
Vento (m/s): 1,7 Temperatura (°C): 27,1 Vento (m/s): 0,5 Temperatura (°C): 26,5
NRB: 40 Medido: 41,82 NBR: 35 Medido: 50,24

Ruído de Fundo: Sons de vento na vegetação, pássaros e


Ruído de Fundo: Sons de grilos, chocalho de gado e guinés
insetos

Tabela 40. Ficha do Ponto de medição PR4


PR4 Descrição da área: Área plana próxima a residência Data: 29/06/2023
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9069097 m N LONG. 222856 m E
Hora: 17:31 Hora: 18:02
Diurno Noturno
Vento (m/s): 1 Temperatura (°C): 28,7 Vento (m/s): 0 Temperatura (°C): 27,7
NRB: 40 Medido: 44,88 NBR: 35 Medido: 46,7

Ruído de Fundo: Sons de grilos, galinhas, chocalho de Ruído de Fundo: Sons de chocalho de gado, pássaros,
gado, pássaros, galos e porcos galos e porcos

118
Tabela 41. Ficha do Ponto de Medição PR5
Descrição da área: Área plana, próxima a residência com vegetação
PR5 Data: 29/06/2023
herbácea e arbustiva
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9063674 m N LONG. 222098 m E
Hora: 17:02 Hora: 18:41
Diurno Noturno
Vento (m/s): 0,9 Temperatura (°C): 29 Vento (m/s): 0 Temperatura (°C): 25
NRB: 40 Medido: 42,08 NBR: 35 Medido: 45,4

Ruído de Fundo: Sons de conversas em residências, Ruído de Fundo: Sons de grilos, latido de cachorro,
tráfego de veículos e sons de pássaros pássaros e tráfego de caminhões em rodovia

Tabela 42. Ficha do Ponto de Medição PR6


Descrição da área: Área de relevo suave-ondulado, com vegetação
PR6 Data: 29/06/2023
arbustiva, próximo a residências
COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 – ZONA 24 L
LAT. 9062632 m N LONG. 222233 m E
Hora: 16:45 Hora: 18:53
Diurno Noturno
Vento (m/s): 1,0 Temperatura (°C): 29 Vento (m/s): 0 Temperatura (°C): 26,1
NRB: 40 Medido: 45,26 NBR: 35 Medido: 49,6

Ruído de Fundo: Sons de pássaros, insetos, carro


Ruído de Fundo: Sons de grilos, veículos e conversas em
trafegando, conversas em residências próximas, galos e
residências próximas
uso de ferramentas

119
7.1.8 Considerações Finais sobre o Meio Físico

Localizada na região sul do Piauí nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, o
Complexo Solar Canela do ponto de vista climático, conforme destacado no diagnóstico das condições
climáticas possui seu período chuvoso entre os meses de novembro e março. Em relação ao acumulado
da precipitação dentre as estações analisadas a de São João do Piauí apresentou o maior valor (626,9
mm/ano), seguido por Remanso/BA (575,8 mm/ano), Paulistana/PI (559,0 mm/ano), Petrolina/PE
(435,6 mm/ano) e Queimada Nova/PI (442,4 mm/ano). A temperatura média da região analisada ficou
entre 25,95 °C e 27,01 °C. Tais valores de precipitação e temperatura enquadram a região do
empreendimento no clima semiárido, conforme indicado por Alvares et al. (2014).

Conforme apresentado no diagnóstico do meio físico do ponto de vista geológico a área está inserida
no contexto da Província Borborema apresentando uma sequência de rochas metamórficas além de
uma extensa área de depósitos colúvio-eluviais. A atuação de condições atuais e pretéritas de
diferentes tipos climáticos atuantes na litologia regional produziram uma relativa diversidade de
compartimentos de relevo e classes pedológicas.

Em relação ao relevo estão presentes na área 3 (três) compartimentos, a saber: Tabuleiros, Domínio
de Colinas e Serras Baixas e as Superfícies Aplainadas Degradadas. Morfologicamente a área possui um
relevo expressivamente plano por toda a extensão da ADA, sendo apenas a porção leste da AID e AII
mais declivosa. Sobre a estrutura geomorfológica estão presentes 3 classes de associação pedológica:
Neossolo Quartzarênico, Latossolo Amarelo e Luvissolo Crômico, os quais associados ao relevo
predominantemente plano apresentam baixa ocorrência de processos erosivos de origem hídrica,
devido as maiores taxas de infiltração da área. A única exceção ocorre em relação ao Luvissolo Crômico
que possui maior suscetibilidade a ocorrência de processos erosivos.

Compõem os elementos da análise geomorfológica e geológica os aspectos relacionados as cavidades


naturais. Com base nas informações contidas no CECAV a área de estudo regional do empreendimento
conta com a presença de apenas uma cavidade no município de Lagoa do Barro do Piauí. Salienta-se
que durante as prospecções de campo não foram identificadas nos limites das áreas de influência.

Em relação aos recursos hídricos, as áreas de influência estão inseridas na bacia hidrográfica do
Canindé, sendo drenada pelas microbacias do Rio Pilões, Riacho das Gameleiras e Riacho do Bom
Jardim. A área conta com drenagens efêmeras e alguns pontos de barramento utilizados sobretudo
para o desenvolvimento de agricultura e dessedentação animal.

Por fim, destaca-se a realização do monitoramento dos níveis de pressão sonora das áreas de
influência do empreendimento. Com base nos 6 (seis) pontos de monitoramento realizados pode-se
se afirmar que naturalmente a área apresenta níveis de ruídos intensos, promovidos sobretudo pelo
perturbações influência antrópica (veículos, trânsito de automóveis) e naturais (vento na vegetação,
sons de gado, insetos e pássaros.

120
7.2 Meio Biótico

Para a realização do diagnóstico do meio biótico da área de estudo, foram utilizadas algumas
metodologias para fauna e flora as quais serão apresentadas a seguir. Teve-se como objetivo a
caracterização e avaliação do ecossistema da área de interesse, na qual a partir de levantamentos
bibliográficos secundários, identificaram-se espécies e suas interações. Analogamente realizou-se o
mapeamento da área quanto a fauna e flora para assim observar e cruzar as informações levantadas
para se obter o diagnóstico local primário.

7.2.1 Flora

Este capítulo apresenta os resultados do levantamento florístico executado para o Complexo


Fotovoltaico Canela, no município de Lagoa do Barro do Piauí, estado do Piauí. A compreensão da
composição florística e das formações florestais é essencial, uma vez que fornece informações valiosas
para a conservação, recuperação e manejo dos ecossistemas (BORÉM; RAMOS, 2001; VELAZCO et al.,
2015). Segundo CHAVES et al. (2013), a preservação da biodiversidade é um dos desafios enfrentados
devido ao alto grau de perturbação causada pelas atividades humanas nos ecossistemas naturais do
Brasil.

Tomando como base as visitas realizadas em campo e a bibliografia pertinente à região (IBGE, 2012),
o empreendimento será implantado em áreas sob o domínio do Bioma Caatinga (Figura 127). Dado
que a flora da região onde o empreendimento está localizado pertence ao domínio do Bioma Caatinga,
o objetivo deste estudo é descrever os ecossistemas nas áreas identificadas, analisar sua distribuição,
identificar as interferências e avaliar sua importância biogeográfica. Além disso, serão selecionadas
áreas de estudo com base na diversidade de ambientes, a fim de garantir que a pesquisa seja
representativa de todo o mosaico ambiental.

Figura 127. Espacialização dos biomas nacionais e o empreendimento em análise

121
Figura 128. Espacialização dos biomas nacionais e o Complexo Solar Canela

122
7.2.1.1 Levantamento Florístico

O principal objetivo da caracterização qualitativa da área foi coletar informações registradas sobre as
características de cada indivíduo, incluindo gênero, espécies, suas respectivas famílias, hábito e onde
foi observada na área de estudo (área de influência e/ou área diretamente afetada). Esse
levantamento de dados qualitativos é fundamental para compreender e interpretar comportamentos
específicos, com o objetivo de compreensão e avaliar a biodiversidade da área de estudo e sua
respectiva área de influência que pode ser impactada.

a) Caracterização Regional da Flora

A Caatinga, um dos mais singulares biomas brasileiros, é uma região de extrema importância e
peculiaridades. Presente predominantemente no Nordeste do Brasil, é o único bioma exclusivamente
nacional, não sendo encontrado em nenhum outro lugar do mundo. Suas características únicas e sua
riqueza biológica tornam a Caatinga um dos biomas mais fascinantes e, ao mesmo tempo, um dos mais
ameaçados (SOUSA, 2023; MMA 2020).

Com um clima semiárido, marcado por longos períodos de estiagem e chuvas escassas e irregulares, a
Caatinga apresenta uma paisagem singular. Sua vegetação é adaptada às condições extremas de seca,
com plantas resistentes e adaptadas à escassez de água. Dentre elas, destacam-se arbustos, árvores
de pequeno porte, cactos e plantas suculentas, que conferem ao bioma uma aparência peculiar
(ARAÚJO FILHO, 2020).

A Caatinga abriga uma biodiversidade surpreendente, com diversas espécies endêmicas, ou seja,
encontrada apenas nessa região. Além disso, é o lar de uma variedade de animais adaptados às
condições adversas do bioma, como aves, répteis, insetos e insetos. A fauna e a flora da Caatinga
desempenham papéis de manutenção do equilíbrio ecológico da região, bem como na oferta de
recursos naturais e serviços ambientais para as comunidades que dependem do bioma (SANTOS,
2021).

No entanto, apesar de sua importância, a Caatinga enfrenta grandes desafios. A expansão da


agricultura, a exploração excessiva de recursos naturais, a desertificação e as mudanças climáticas
representam ameaças seguras para a sobrevivência dessa sobrevivência frágil. A preservação e a
adoção de práticas sustentáveis são fundamentais para garantir a proteção desse bioma único, bem
como a sustentabilidade das comunidades que dependem dele.

Apesar das aparentes adversidades, a Caatinga abriga uma vegetação resiliente e única, composta por
uma variedade de plantas adaptadas à escassez de água. Encontrem-se na região arbustos espinhosos,
árvores de porte baixo, cactos e suculentas, que apresentam estratégias especiais de sobrevivência,
como folhas preservadas, caules espinhosos e raízes profundas para aproveitar ao máximo a
respiração disponível. Além disso, a Caatinga é conhecida por suas árvores nativas, como o umbuzeiro
(Spondias tuberosa), a baraúna (Melanoxylon brauna) e a jurema (Mimosa sp.), que desempenham

123
papéis essenciais na manutenção do ecossistema, fornecendo alimento e abrigo para a fauna local
(MORAES, 2016; TERRA, 2014).

A Savana-Estépica empregada para denominar tipologias vegetais campestres, em geral, com estrato
lenhoso decidual e espinhoso, distribuídas em diferentes quadrantes do Território Nacional: no Sertão
Árido Nordestino (Caatinga) e disjunções no Estado de Roraima, na Região Chaquenha Mato-
Grossense-do-Sul e no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul. A área mais representativa da Savana-
Estépica brasileira compreende a Caatinga do Sertão Árido Nordestino (IBGE, 2012).

A Savana-Estépica possuem quatro disjunções que diferenciam em certo grau de identidade que parte
do ponto de vista estrutural, ou seja, fitofisionomicamente, e, também, por suas peculiaridades. São
elas Savana-Estépica florestada, arborizada, parque e Gramíneo-lenhosa (IBGE, 2012).

Diante disto, é de grande importância a realização de estudos ambientais que apresentem


caracterizações da vegetação deste bioma, de forma a facilitar o planejamento e adoção de medidas
que favoreçam a sua conservação.

b) Caracterização Local da Flora

O presente estudo trata-se de um diagnóstico ambiental da flora das Áreas de Influência Direta (AID)
e Diretamente Afetada (ADA) que é a área onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Canela, de
fundamental importância para servir como referencial na elaboração (e posterior execução) das
medidas de prevenção, mitigação e compensação ambiental.

O estudo da flora foi conduzido por meio de levantamento florístico, no qual foram coletados dados
primários e secundários. As coletas primárias foram realizadas de forma sistemática, percorrendo-se
as áreas de interesse para diagnóstico das espécies presentes. Durante o levantamento, as espécies
foram classificadas em termos de taxonomia, hábito, forma de vida, estado de conservação atual e
tipologia da vegetação.

A identificação das espécies foi feita utilizando manuais e guias de campo como recursos auxiliares
(Coleta de dados secundários). Além disso, foram tiradas fotografias das espécies que não puderam
ser identificadas no campo, permitindo sua posterior identificação no escritório. Essa abordagem
combinada de recursos de campo e análise posterior garantiu a precisão na identificação das espécies
estudadas.

De forma geral, as fitofisionomias identificadas na área do empreendimento são representadas, de


acordo com classificação do IBGE (2012), por:

Savana-Estépica Florestada é estruturado em dois nítidos estratos: um, superior, com predominância
de nanofanerófitas periodicamente decíduas e mais ou menos adensadas por grossos troncos em
geral, profusamente esgalhados e espinhosos ou aculeados; e um estrato inferior gramíneo-lenhoso,
geralmente descontínuo e de pouca expressão fisionômica (IBGE, 2012).

124
c) Área de Influência Direta e Indireta

A Área de Influência Direta corresponde ao raio de 1000 metros a partir da Área Diretamente Afetada
(ADA) do empreendimento, enquanto a Área de Influência Indireta corresponde a um raio de 2000
metros entorno da ADA.

Nos limites da área de influência foram encontradas diversas fisionomias de vegetação, que variam
desde fragmentos arbustivo-arbóreas, com ocorrência de áreas densas a levemente esparsada como
áreas antropizadas, de plantio agrícola, área de pastagens, construção.

Com relação as espécies nativas encontradas nas áreas, foram similares ao observado na área do
empreendimento, indivíduos arbóreos densos, medindo de 3 a 5 metros de altura, indivíduos de
arbusto presente na área. A formação encontrada na área é bem típica do bioma caatinga. As áreas
antropizadas, é predominante por plantação agrícola e área de pastagem devido as comunidades
próximas onde a formação vegetação dessas áreas são antrópicas, vistas como paisagismo, além das
vias de acessos que é predominante na área de influência.

Ao longo da área de influência, são encontradas espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas


representadas principalmente pelas famílias Fabaceae, Euphorbiaceae, Poaceae e Anacardiaceae.
Outras famílias apresentam representantes com uma menor riqueza de espécies, como Sapotaceae,
Rutaceae e Rhamnaceae.

Da Figura 129 até a Figura 140, são mostradas algumas formações vegetais encontradas na AII do
empreendimento.

125
Figura 129. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 130. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 131. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 132. Formação vegetal encontrada na área de influência do
empreendimento. empreendimento. empreendimento. empreendimento.

Figura 133. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 134. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 135. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 136. Formação vegetal encontrada na área de influência do
empreendimento. empreendimento. empreendimento. empreendimento.

Figura 137. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 138. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 139. Formação vegetal encontrada na área de influência do Figura 140. Formação vegetal encontrada na área de influência do
empreendimento. empreendimento. empreendimento. empreendimento.

126
Figura 141. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 142. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 143. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 144. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA
do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento.

Figura 145. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 146. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 147. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 148. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA
do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento.

Figura 149. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 150. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 151. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA Figura 152. Fitofisionomia do Bioma Caatinga encontrada na ADA
do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento. do empreendimento.

127
d) Cobertura Vegetal

O uso e ocupação do solo é um aspecto fundamental da avaliação socioeconômica de uma área, pois
possibilidade a visualização clara da interação humana com o ambiente natural. Com isso, torna-se
possível a definição do grau de antropização, bem como da verificação de atividades compatíveis com
o contexto da região. Nesse âmbito, no presente tópico, será discutido o uso e ocupação do solo da
área diretamente afetada e das áreas de influência, considerando disposições legais sobre zoneamento
urbano e ambiental, atividades exercidas, infraestrutura pública disponível e o uso e cobertura do solo
propriamente dito.

No que concerne ao zoneamento urbano, menciona-se que foi obtida a certidão de uso e ocupação do
solo emitida pela prefeitura de Lagoa do Barro do Piauí, a qual indica adequabilidade do tipo do
empreendimento proposto à sua localidade. A certidão indica que a área estudada se situa em zona
rural e o empreendimento, em acordo com a legislação aplicável de uso e ocupação do solo no
município.

Para reconhecimento do uso e cobertura do solo da área, foi realizado o mapeamento através de
imageamento de satélite. Para a área de influência indireta, foi utilizada a ferramenta Mapbiomas
proposta por Souza et al. (2020), a qual disponibiliza dados sobre uso e cobertura do solo obtidos
através de imagens de satélites da série LANDSAT e SENTINEL, com aplicação de algoritmo de
classificação de pixel. A ferramenta classifica o uso e cobertura em 5 classes: floresta, formações
naturais não-florestais, agropecuária, área não vegetada (onde estão incluídas as manchas urbanas),
corpos d’água e feições não identificadas. A Figura 281 apresenta o resultado do mapeamento das
áreas de influência.

Figura 153. Uso e cobertura do solo das áreas de influência (MapBiomas, 2021).

O resultado indica que as coberturas predominantes nos municípios da AII se referem a florestas e
agropecuária, esta última presente de forma difusa ao longa de toda extensão rural do município. Na
128
porção central dos municípios, há delimitação de área não vegetada referente à sede municipal e
respectiva zona urbana.

Na área de influência direta e diretamente afetada, as coberturas que predominam referem-se à


formação savânica (Figura 154) e mosaico de agricultura e pastagem (Figura 155). A cobertura savânica
é típica da região de estudo, sendo o aspecto de vegetação natural, com cobertura relativamente
esparsa.

Figura 154. Formação savânica na ADA. Figura 155. Mosaico de agricultura e pastagem na ADA.

Outra cobertura expressivamente presente na área refere-se ao uso agropecuário. Sobretudo na


porção norte da AID, foram observadas áreas de campos de pastagem para criação de gado (Figura
156) identificadas pela vegetação majoritariamente rasteira e pela presença dos animais propriamente
ditos, sendo comum em proximidade a açude. Quando a vegetação recobridora apresenta-se
majoritariamente em extrato herbáceo, mas não sem as características de área de pastagem, foi
realizada classificação como formação campestre (Figura 157).

Figura 156. Campo de pastagem na ADA. Figura 157. Formação campestre na AID.

A Figura 158 e Figura 159 exibem o mapeamento resultante de uso e cobertura do solo da ADA e AID,
realizado a partir da ferramenta MapBiomas, de imagens de satélite Google Earth e CBERS4A do ano
de 2022, além dos dados obtidos in loco. A Tabela 43 expressa os percentuais das classes de cobertura
na ADA e AID.

129
Figura 158. Uso e cobertura do solo da ADA e AID.

Tabela 43. Cobertura de classes na AEL.


Classe Percentual na ADA Percentual na AID Percentual na AEL (ADA+AID)
Formação Savânica 82,53% 82,44% 82,46%
Mosaico de Agricultura e Pastagem 8,98% 10,18% 9,97%
Pastagem 6,38% 4,19% 4,58%
Formação campestre 1,87% 2,86% 2,68%
Formação Florestal 0,21% 0,15% 0,16%
Áreas não vegetadas 0,02% 0,13% 0,11%
Área urbana 0% 0,02% 0,02%
Açudes 0% 0,03% 0,03%

130
Figura 159. Mapa de uso e cobertura do solo da ADA e áreas de influência.

131
7.2.1.2 Metodologia para o levantamento florístico

A caracterização florística foi conduzida por meio da coleta de dados primários e secundários. Para
isso, foram realizadas observações diretamente nas Áreas de Influência (AI) e na Área Diretamente
afetada (ADA) pelo empreendimento. As coletas de dados foram feitas tanto no local, durante as visitas
às áreas de estudo, quanto através da análise de informações existentes provenientes de fontes
secundárias. Essa abordagem combinada permitiu obter um panorama abrangente da flora presente
nas áreas relacionadas ao empreendimento.

Os dados secundários foram obtidos por meio de pesquisas junto aos moradores locais, bem como
através de consultas a coletas botânicas e estudos realizados em áreas próximas ao empreendimento.
Essa abordagem permite uma base de comparação da cobertura vegetal natural, fornecendo
informações adicionais e complementares às coletas de dados primários. A inclusão dos dados
secundários enriqueceu o estudo, oferecendo uma visão mais abrangente e contextualizada da flora
na região de interesse. A identificação das espécies contou com o auxílio de manuais e guias de campo,
sendo realizadas fotografias em loco para posterior identificação no escritório daquelas espécies que
não puderam ser identificadas no campo. Para a classificação em termos de nomenclatura,
endemismo, origem e hábitos, foi consultado o site oficial Flora do Brasil 2020, uma importante
referência botânica reconhecida pela sua atualização e abrangência. Essa abordagem combinada de
recursos impressos e consulta online permitiu uma identificação precisa e confiável das espécies,
garantindo a qualidade e a consistência dos resultados obtidos no estudo.

A análise dos status de conservação foi realizada com base na Lista Nacional Oficial das Espécies da
Flora Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente (Portaria MMA Nº 300/2022). Além
disso, também foi consultado o Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013), elaborado pelo Centro
Nacional de Conservação da Flora/Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Livro
Vermelho adota o sistema de classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza
(International Union for Conservation of Nature – IUCN). Essas fontes forneceram informações
confiáveis e atualizadas sobre o status de conservação das espécies estudadas, contribuindo para a
compreensão do seu grau de ameaça e a necessidade de ações de conservação adequadas.

Para a caracterização qualitativa da flora, foram estabelecidos 16 pontos de amostragem, conforme


apresentado na Figura 160. Desses pontos, 3 foram localizados na Área de Influência (AII), 3 na AID e
10 na Área Diretamente Afetada (ADA). Em cada ponto de amostragem, foi realizado um
caminhamento em um raio de 100 metros a partir do ponto central. Durante o caminhamento, todas
as espécies herbáceas, arbustivas, arbóreas, epífitas e lianas encontradas foram registradas em uma
planilha dedicada para esse fim. Essa abordagem sistemática permitiu uma caracterização abrangente
da flora presente em cada área de estudo, proporcionando uma visão mais detalhada da diversidade
vegetal.

132
Figura 160. Pontos de amostragem realizados na área de influência e área diretamente afeada para identificação de espécies vegetais.

133
A Tabela 44 mostra a relação das espécies vegetais identificadas nas Áreas de Influência (AI) e Área
Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento, juntamente com informações sobre o estado de
conservação e a ocorrência de endemismo. A tabela apresenta uma descrição detalhada de cada
espécie, incluindo seu nome científico, estado de conservação conforme as diretrizes adotadas. Esses
dados permitem uma análise mais precisa da diversidade e da importância biogeográfica da flora
encontrada nas áreas afetadas pelo empreendimento.

A partir do levantamento florístico na área amostral, foram identificadas 55 espécies, agrupadas em


51 gêneros e 23 famílias. Das 23 famílias inventariadas, a família Fabaceae apresentou a maior
quantidade de espécies (14 spp.), seguida pelas famílias Euphorbiaceae (8 spp.), Cactaceae (5 spp.),
Anacardiaceae (3 spp), Poaceae (3 spp), Malvaceae (2 spp), Combretaceae (2 spp), Asteraceae (2 spp)
e Apocynaceae (2 spp). As demais famílias tiveram no máximo 01 espécie inventariada. O Gráfico 14
ilustra a distribuição das famílias encontradas no estudo.

Fabaceae 14
8
Cactaceae 5
3
Anacardiaceae 3
2
Combretaceae 2
2
Apocynaceae 2
FAMÍLIAS

1
Plantaginaceae 1
1
Nyctaginaceae 1
1
Lamiaceae 1
1
Capparaceae 1
1
Bromeliaceae 1
1
Sapotaceae 1
1
Arecaceae 1
0 2 4 6 8 10 12 14 16

Nº DE INDIVÍDUOS
Gráfico 14. Relação de famílias e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral.

Da Figura 161 à Figura 176 são apresentadas algumas espécies encontradas na área de influência e área do
empreendimento.

134
Tabela 44. Lista das espécies vegetais encontradas nas Áreas de Influência (AI) e Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR Hábito ENDEMISMO VULNERAB.
Anacardiaceae Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl. aroeira Árvore - NA
Anacardiaceae Mangifera indica L. mangueira Árvore Cultivada NA
Anacardiaceae Spondias tuberosa Arruda umbuzeiro Arbusto, Árvore NE, SE NA
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. pereiro Árvore - NA
Apocynaceae Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton algodão-de-seda Arbusto Naturalizada NA
Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore carnaúba Palmeira CE, NE, N NA
Asteraceae Centratherum punctatum Cass. perpétua-roxa Erva, Subarbusto - NA
Asteraceae Emilia fosbergii Nicolson pincel Erva - NA
Bromeliaceae Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. & Schult.f. macambira Erva NE LC
Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett imburana Arbusto, Árvore - NA
Cactaceae Cereus jamacaru DC. mandacaru Suculenta NE, CE, N, SE NA
Cactaceae Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck palma-forrageira Arbusto Naturalizada NA
Cactaceae Pilosocereus pachycladus F.Ritter facheiro Arbusto, Árvore, suculenta NE, SE NA
Cactaceae Tacinga inamoena (K.Schum.) N.P.Taylor & Stuppy quipá Subarbusto, suculenta NE, SE DD
Cactaceae Xiquexique gounellei (F.A.C.Weber) Lavor & Calvente xique xique Suculenta NE, SE NA
Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl feijão-bravo Arbusto, Árvore - NA
Combretaceae Combretum leprosum Mart. mofumbo Arbusto, Árvore, Liana/volúvel/ - NA
Combretaceae Terminalia argentea Mart. & Zucc. maria-preta Arbusto, Árvore - LC
Cucurbitaceae Momordica charantia L. melão-caetano Liana/volúvel/
trepadeira Naturalizada NA
Euphorbiaceae Cnidoscolus quercifolius Pohl favela Arbusto, Árvore NE, SE LC
Euphorbiaceae Croton blanchetianus Baill. marmeleiro Arbusto, Árvore
trepadeira NE, SE LC
Euphorbiaceae Croton conduplicatus Kunth quebra-faca Arbusto, Subarbusto - NA
Euphorbiaceae Croton grewioides Baill. alecrin Arbusto, Subarbusto - NA
Euphorbiaceae Jatropha gossypiifolia L. pinhão-roxo Arbusto, Erva, Subarbusto - NA
Euphorbiaceae Jatropha mollissima (Pohl) Baill. pinhão-bravo Arbusto, Árvore - NA
Euphorbiaceae Manihot carthagenensis (Jacq.) Müll.Arg. maniçoba Arbusto, Árvore - NA
Euphorbiaceae Sapium glandulosum (L.) Morong burra-leiteira Arbusto, Árvore - NA
Fabaceae Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart farinha-seca Arbusto - LC
Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico Arbusto, Árvore - NA
Fabaceae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó Arbusto, Árvore - LC
Fabaceae Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P.Lewis catingueira Arbusto, Árvore NE, SE NA
Fabaceae Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P.Lewis arapiraca Árvore NE, SE NA
Fabaceae Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth. jurema-de-embira Arbusto, Árvore NE, SE NA
Fabaceae Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. jurema-preta Arbusto, Árvore, Subarbusto - NA
Fabaceae Piptadenia retusa (Jacq.) P.G.Ribeiro, Seigler & Ebinger jurema-branca Arbusto, Árvore - NA
Fabaceae Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson catanduva Arbusto, Árvore NE, SE NA
Fabaceae Prosopis juliflora (Sw.) DC. algaroba Árvore Naturalizada NA
Fabaceae Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose espinheiro-preto Arbusto, Árvore - NA
Fabaceae Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby canafistula Árvore - NA
Fabaceae Swartzia macrostachya Benth. grão-de-bode Árvore NE, SE, CE NA
Fabaceae Vigna unguiculata (L.) Walp. feijão-de-corda Liana/volúvel/ Cultivada NA
Heliotropiaceae Myriopus salzmannii (DC.) Diane & Hilger - Arbusto, Liana/volúvel/ - NA
Lamiaceae Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze bamburral Arbusto, Erva, Subarbusto
trepadeira - NA
Malvaceae Herissantia crispa (L.) Brizicky malva-branca Arbusto, Erva, Subarbusto
trepadeira - NA
Malvaceae Sida cordifolia L. malva Erva, Subarbusto - NA
Meliaceae Azadirachta indica A.Juss. nim Árvore Cultivada NA
Nyctaginaceae Guapira campestris (Netto) Lundell joão-mole Arbusto, Subarbusto NE, N NA
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms pau-de-alho Árvore NE, N, SE, S, CE NA
Plantaginaceae Stemodia maritima L. aquatica Erva - NA
Poaceae Aristida adscensionis L. capim-panasco Erva Naturalizada NA
Poaceae Eragrostis pilosa (L.) P.Beauv. capim-mimoso Erva Naturalizada NA
Poaceae Poaceae Cenchrus ciliaris L. capim-bufel Erva Naturalizada NA
Polygonaceae Polygonum hydropiperoides Michx. erva-de-bicho (aquatica) Erva - NA
Rhamnaceae Sarcomphalus joazeiro (Mart.) Hauenschild juazeiro Árvore NE, SE, CE LC
Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn. quixabeira Arbusto, Árvore - LC
Vulnerabilidade: NA = Não Ameaçada, LC = pouco preocupante; (Portaria MMA nº 300/dezembro de 2022); Endemismo: N = Norte; NE = Nordeste; CO = Centro-Oeste; SE = Sudeste; S = Sul. (Flora do Brasil 2020).

135
Figura 161. Feijão-bravo (Cynophalla flexuosa). Figura 162. Arapiraca (Chloroleucon dumosum). Figura 163. Marmeleiro (Croton blanchetianus). Figura 164. Jurema-de-embira (Mimosa ophthalmocentra).

Figura 165. Maniçoba (Manihot carthagenensis). Figura 166. Algaroba (Prosopis juliflora). Figura 167. Angico (Anadenanthera colubrina). Figura 168. Facheiro (Pilosocereus pachycladus).

Figura 169. Imburana (Commiphora leptophloeos). Figura 170. Umbuzeiro (Spondias tuberosa). Figura 171. Juazeiro (Sarcomphalus joazeiro). Figura 172. Jurema-preta (Mimosa tenuiflora).

136
Figura 173. Macambria (Bromelia laciniosa). Figura 174. Melão-caetano (Momordica charantia). Figura 175. Pinhão-bravo (Jatropha mollissima). Figura 176. Quixabeira (Sideroxylon obtusifolium).

137
a) Áreas Agrícolas Antropizadas

Conforme observado em campo, a área do empreendimento possui áreas agrícolas e antropizadas,


assim como a área de influência por possuir algumas comunidades abrigar algumas comunidades rurais
que intensifica essa formação antrópica. Foi possível observar áreas extensas de pastagens, além de
áreas agrícolas com plantação de feijão, de palma, plantio de frutíferas e área com presença de
vegetação herbácea. A Figura 177 até a Figura 182 ilustram esses itens.

Figura 177. Áreas agrícolas e antropizadas Figura 178. Áreas agrícolas e antropizadas

Figura 179. Áreas agrícolas e antropizadas Figura 180. Áreas agrícolas e antropizadas

Figura 181. Áreas agrícolas e antropizadas Figura 182. Áreas agrícolas e antropizadas

138
b) Espécies exóticas

Uma espécie exótica invasora é definida como aquela que possui uma capacidade eficaz de reprodução
e é capaz de se dispersar para áreas distantes do local original de introdução, estabelecendo-se e
invadindo a nova região geográfica (MORO et al., 2012). Foi observada a ocorrência de cinco espécies
exótica nos ecossistemas interceptados pelo empreendimento, sendo elas: Mangifera indica,
Calotropis procera, Prosopis juliflora e Azadirachta indica, representadas da Figura 183 até a Figura
186.

Figura 183. Nim (Azadirachta indica). Figura 184. Mangueira (Mangifera indica).

Figura 185. Algaroba (Prosopis juliflora). Figura 186. Algodão-de-seda (Calotropis procera).

Mangifera indica, popularmente conhecida como mangueira, é uma espécie exótica originária do sul
da Ásia, amplamente cultivada em diversas partes do mundo. A mangueira é valorizada pela sua fruta
suculenta, a manga, que é consumida tanto in natura quanto em uma variedade de produtos. No
entanto, devido à sua capacidade de adaptação e rápida propagação, a mangueira pode tornar-se uma
espécie invasora, competindo com a flora nativa e alterando os ecossistemas. Suas sementes são
disseminadas por animais e água, facilitando a sua propagação em ambientes naturais. Estudos sobre
a biologia e os impactos da Mangifera indica como uma espécie invasora podem ser encontrados na
literatura especializada, fornecendo informações importantes para entender e gerenciar os efeitos
dessa espécie sobre os ecossistemas.
139
Calotropis procera, também conhecida como algodão-de-seda ou flor-de-seda, é uma espécie exótica
invasora que tem despertado preocupação em várias regiões. Originária da África e da Ásia, essa planta
apresenta características que lhe conferem uma notável capacidade de adaptação e reprodução em
diferentes ambientes. Sua dispersão é facilitada pela presença de sementes leves e aerodinâmicas,
que podem ser transportadas pelo vento por longas distâncias. Uma vez estabelecida, a Calotropis
procera cresce rapidamente e forma densas populações, competindo com espécies nativas e alterando
os ecossistemas.

Prosopis juliflora, conhecida como algaroba, é uma espécie exótica invasora originária das regiões
áridas e semiáridas das Américas Central e do Sul. Introduzida em várias partes do mundo para fins de
reflorestamento, controle de erosão e produção de madeira e forragem, a Prosopis juliflora
demonstrou uma capacidade de adaptação notável, espalhando-se rapidamente em ambientes
naturais. Suas sementes são altamente resistentes e podem ser dispersas por meio de animais, água e
vento, o que contribui para sua ampla distribuição. A espécie forma densas populações, suprimindo a
vegetação nativa e reduzindo a disponibilidade de água em áreas afetadas.

Azadirachta indica, popularmente conhecida como nim, é uma espécie exótica invasora originária do
subcontinente indiano. Amplamente valorizada por suas propriedades medicinais e pesticidas
naturais, a Azadirachta indica foi introduzida em várias partes do mundo para uso na agricultura e na
medicina tradicional. No entanto, sua capacidade de se adaptar a diferentes condições climáticas e sua
habilidade de produzir uma grande quantidade de sementes viáveis contribuem para sua propagação
como uma espécie invasora. A planta possui um rápido crescimento e forma populações densas,
competindo com a vegetação nativa e alterando os ecossistemas locais.

Todas elas são descritas em detalhes por Moro et al. (2012), que alertam para a necessidade de
monitoramento e controle efetivo visando mitigar seus impactos negativos sobre a biodiversidade e a
saúde dos ecossistemas.

c) Espécies endêmicas

Para a classificação de endemismo, foi consultado o site FLORA DO BRASIL 2020. Uma espécie
endêmica é aquela espécie que ocorre somente em uma determinada área ou região geográfica. O
endemismo é causado por quaisquer barreiras físicas, climáticas e biológicas que delimitem com
eficácia a distribuição de uma espécie ou provoquem a sua separação do grupo original.

Com relação ao endemismo, das 55 espécies identificadas no estudo, apenas 17 foram classificadas
como endêmicas no Brasil, com ocorrência na região Nordeste, de acordo com a consulta realizada no
site FLORA DO BRASIL 2020. No entanto, a espécie Bromelia laciniosa, representada na Figura 187 e
na Figura 188, é endêmica exclusivamente na região Nordeste.

140
Figura 187. Bromelia laciniosa Figura 188. Bromelia laciniosa

d) Espécies Ameaçadas de Extinção

De acordo com o PORTARIA MMA Nº 300/2022 (que define a Lista das Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção), espécies ameaçadas de extinção são aquelas que possuem alto risco de
desaparecimento na natureza em futuro próximo.

A pesquisa realizada no site da Flora do Brasil 2020 e na Portaria MMA Nº 148/2022 indicaram as
espécies Bromelia laciniosa, Terminalia argentea, Cnidoscolus quercifolius, Croton blanchetianus,
Albizia niopoides, Bauhinia cheilantha. Sarcomphalus joazeiro e Sideroxylon obtusifolium categorizadas
como “Pouco preocupante” (LC), que representa a impossibilidade de as espécies serem extintas com
as atuais condições. A espécie Tacinga inamoena é categorizada como “Dados insuficientes” (DD), que
indica que não existem informações adequadas para fazer uma avaliação, direta ou indireta, do risco
de extinção dessa espécie, com base na sua distribuição e/ou status da população. As demais espécies
levantadas neste estudo não se enquadraram em nenhum status de conservação adotados pelo site
Flora do Brasil 2020 e receberam a sigla “NA”, ou seja, ainda não foram submetidas aos critérios de
avaliação de risco.De acordo com as consultas realizadas, não foram encontradas espécies ameaçadas
de extinção dentre as espécies identificadas no estudo.

7.2.1.3 Levantamento fitossociológico

A ênfase do levantamento quantitativo reside na mensuração numérica da frequência e intensidade


dos comportamentos dos indivíduos. Essas medidas oferecem precisão e podem fornecer subsídios
valiosos para embasar decisões mais informadas. O procedimento em campo para o inventário
florestal é subdividido em etapas, começando pela identificação de espécies, que respalda a definição
de parcelas, além do levantamento florístico; demarcação de parcelas; e, por fim, medição dos
atributos dendrométricos dos indivíduos contidos nas parcelas. Os dados dendrométricos coletados
em campo foram inseridos no programa Microsoft Excel, a partir do qual foram realizados os cálculos
estatísticos relacionados ao inventário.

141
A população foi inventariada a partir de dezoito parcelas, distribuídas aleatoriamente pela área onde
será implantado o empreendimento, em locais que dispunham de vegetação lenhosa passível de
supressão. As parcelas foram desenhadas utilizando-se o formato geométrico de um quadrado, com
dimensões de 20 x 20 m, perfazendo uma área de 400 m², totalizando 7.200 m² (0,72 ha) de área
amostral. A Tabela 45 apresenta as coordenadas UTM (Datum SIRGAS 2000 - ZONA 24 L) centrais das
parcelas amostrais e a Figura 190 apresentam a disposição das parcelas na área.

Tabela 45. Coordenadas das parcelas realizadas.


Parcelas Latitude Longitude Parcelas Latitude Longitude
P1 9068545.33 m N 223727.69 m E P10 9066222.92 m N 224906.78 m E
P2 9068337.64 m N 223175.83 m E P11 9065033.54 m N 223904.84 m E
P3 9068131.02 m N 224401.15 m E P12 9064995.80 m N 224536.39 m E
P4 9067875.85 m N 223933.29 m E P13 9064123.49 m N 223859.41 m E
P5 9067815.23 m N 223618.80 m E P14 9063778.41 m N 223470.49 m E
P6 9067221.45 m N 224890.04 m E P15 9063405.00 m N 224931.98 m E
P7 9067146.39 m N 224519.16 m E P16 9062969.28 m N 224048.29 m E
P8 9066929.10 m N 224177.34 m E P17 9062961.93 m N 224536.82 m E
P9 9066292.50 m N 224514.98 m E

Figura 189. Localização das parcelas amostrais

142
Figura 190. Localização das parcelas amostrais na área do empreendimento

143
a) Instrumentos de medição

Na área inventariada foram considerados e coletados os seguintes dados: espécies florestais,


classificadas pelos seus nomes populares, científicos e família botânica; Circunferência na Base (CNB,
em centímetros); Circunferência à Altura do Peito (CAP, em centímetros); e altura (em metros).

Para a realização do inventário foi utilizada uma série de equipamentos, tanto para permitir o
deslocamento com segurança na área, quanto para a realização das medições. A Tabela 46 exibe o
material de campo utilizado com suas respectivas quantidades.

Tabela 46. Lista dos equipamentos utilizados no levantamento em campo.


MATERIAL DE CAMPO QUANT. MATERIAL DE CAMPO QUANT.
Veículo 1 Fita métrica 2
Smartphone com aplicativo de georreferenciamento 1 Trena de fibra - 50 metros 1
Tablet com planilhas (fichas) de campo 1 Tinta spray (vermelha) 3
Canivete 1 Vara graduada 2
Facão 2 Fita zebrada (m) 2.000
Foice 1 Protetor solar 1
Garrafa térmica de água - 5 litros 1 Chapéu com protetor de pescoço 3
Kit primeiros socorros 1 Perneira (par) 3
Lanterna recarregável 1 Luvas de Raspa de couro (par) 2
Prancheta 1 Óculos (par) 3
Caneta ou grafite 1

Para mensurar os indivíduos de forma padronizada, foram adotados os seguintes critérios, presentes
na Tabela 47 além de esquema exposto na Figura 191.

Figura 191. Situações comuns encontradas no campo para medição do DAP.

144
Tabela 47. Demonstrativo para mensuração dos indivíduos.
As árvores com bifurcações ocorridas acima de 30 cm foram consideradas como um só indivíduo e os diversos fustes
foram mensurados na altura do peito. Quando as bifurcações ocorriam abaixo de 30 cm, as árvores foram consideradas
como indivíduos distintos.
Circunferência à Altura do Peito (1,30 cm do solo) igual ou superior a 7 cm (CAP ≥ 7 cm), que corresponde a um Diâmetro
à Altura do Peito (DAP) igual ou maior que 2,23 cm (DAP ≥ 2,23 cm);
Os CAPs foram medidos com fita métrica, de acordo com as situações encontradas em campo. As alturas foram medidas
com vara graduada com precisão de 10 cm.

b) Sistema de Amostragem

O método escolhido no Inventário Florestal foi a Amostragem Aleatória Casual. A amostragem


aleatória casual é um processo de amostragem onde o critério de probabilidade se estabelece através
da aleatorização das unidades amostrais (HUSCH et al., 1972). A Tabela 48 apresenta, as vantagens da
amostragem aleatória, de acordo com HUSCH et al. (1972).

Tabela 48. Vantagens da amostra aleatória.


1 Produz estimativas sem tendências na população;
2 Permite estimar o erro da amostragem;
3 Todas as combinações possíveis da população (n) apresentam igual chance de participação da amostra;
4 É um processo fundamental de seleção a partir do qual derivam todos os demais procedimentos de amostragem,
visando aumentar a precisão das estimativas e reduzir os custos de levantamento.

c) Cálculos dendrométricos realizados

Pode-se conceituar dendrometria como um ramo da Ciência Florestal que se encarrega da


determinação ou estimativa dos recursos florestais, com a finalidade de predizer o volume de material
disponível (SILVA, 1979). A seguir a Tabela 49 expõe as variáveis dendrométricas avaliadas, indicando
sua relevância ao estudo, bem como as fórmulas matemáticas adotadas para sua obtenção, expostas
na Tabela 50.

Tabela 49. Fórmulas de atributos dendrométricos.


ATRIBUTO FÓRMULA VARIÁVEIS
Volume cilíndrico 𝜋 DAP = Diâmetro na altura do peito
𝑉𝐶 = 𝐷𝐴𝑃²𝐻
4 H = Altura
Diâmetro na altura do peito 𝐶𝐴𝑃 𝐶𝐴𝑃 CAP = Circunferência na altura do peito
𝐷𝐴𝑃 = =
𝜋 3,1416
Volume sólido 𝑉𝑆𝑝 VSha = Volume empilhado/ha;
𝑉𝑆ℎ𝑎 = 10.000 VSp = Volume empilhado/parcela;
𝑆𝑝
Sp = Área
Volume empilhado 𝑉𝐸𝑝 VEha = Volume empilhado/ha;
𝑉𝐸ℎ𝑎 = × 10000 VEp = Volume empilhado/parcela;
𝐸𝑝
Ep = Área
Área basal 𝜋 × 𝐷²
𝐴𝐵 =
40000
Volume 𝑉𝐶𝑐 = 𝐴𝐵 × 𝐻𝑇 × 𝐹𝑓 (𝑚3 ) AB = Área Basal;
HT = Altura Total;
Ff = Fator de forma

145
Tabela 50. Descritivos das variáveis dendrométricas
Volume cilíndrico É o volume hipotético de uma árvore, supondo que o tronco é um cilindro cujo
diâmetro é o diâmetro do tronco a 1,30 m. Normalmente é expresso em m³.
DAP médio corresponde ao diâmetro à altura do peito, medido no fuste a 1,30m de altura do solo.
Neste Inventário Florestal, foi realizada a medição da Circunferência à Altura do Peito
(CAP) com uso de uma fita métrica e depois o valor da CAP foi convertido para DAP.
Altura média A altura é uma informação essencial para a determinação do volume de madeira de
árvores. Com a altura de uma árvore, pode-se também estimar a sua área basal.
Volume sólido É o volume que realmente se utiliza da árvore, sendo expresso em m³.
Volume empilhado trata-se do volume de madeira utilizável de uma ou mais árvores, quando os troncos
são cortados em toras e empilhados. Esse volume é medido por uma unidade chamada
Estéreo (st). Na conversão de metro cúbico (m3) para estéreo (st), foi utilizado o Fator
de Empilhamento de 2,65, seguindo a Instrução Normativa SEMAR Nº 5 de 2020 para
Lenha proveniente de Lenha Nativa do Nordeste. O volume sólido pode ser
transformado em volume empilhado (VE) utilizando-se o fator de empilhamento.
Equação volumétrica utilizada equação que resulta no volume de madeira de cada árvore.
Fator de Forma é definido pela razão entre o volume total da árvore e o volume de um cilindro igual à
altura total da árvore (CAMPOS et al, 2014). Neste trabalho, o fator de forma tem o
significado de um fator de conversão, uma vez que o volume total da árvore é todo
volume aproveitável, incluindo o volume do fuste e dos galhos. A realização do
presente estudo teve como principal intuito a estimativa do rendimento lenhoso para
fins de supressão vegetal, onde foi adotado um valor de fator de forma médio, sendo o
Ff igual a 0,9 adotado para o Bioma Cerrado. O cálculo do volume foi realizado pelo
somatório do volume das árvores. Os resultados das variáveis dendrométricas –
número de árvores (N) Área Basal (AB) e Volume – referem-se aos resultados de toda a
área. As variáveis Diâmetro Médio (D méd) e Altura Total (HT) referem-se às médias do
povoamento.

d) Dados obtidos e tratamentos utilizados para análise

Os dados botânicos obtidos na área foram avaliados com a utilização do software Excel 2012®,
permitindo a obtenção das frequências absoluta e relativa, dominâncias e índice de valor de
importância. A Tabela 51 e Tabela 52 apresentam as variáveis analisadas.

Tabela 51. Fórmulas de dados fitossociológicos.


DADOS FÓRMULA VARIÁVEIS DADOS FÓRMULA VARIÁVEIS
Densidade 𝑛𝑖 Dominância 𝐴𝐵𝑖
𝐷𝐴 = ni = nº indivíduo 𝐷𝐴𝑖 =
absoluta 𝐴 Absoluta ℎ𝑎
Densidade 𝐷𝐴𝑖 Dominância 𝐴𝐵𝑖
𝐷𝑅 = × 100 𝐷𝑂 𝑅𝑖 = × 100
Relativa ∑ 𝐷𝐴 Relativa ∑ 𝐴𝐵
Oci = nº de
Frequência 𝑂𝐶𝐼 Índice de valor de
𝐹𝐴 = × 100 unidades 𝐼𝑉𝐼𝑖 = 𝐷𝑅𝑖 + 𝐹𝑅𝑖 + 𝐷𝑂 𝑅𝑖
absoluta 𝑈𝐴 Importância
levantadas
5 Ni = N°de indivíduos da
𝐻′ = ∑ (𝑝𝑖 𝑥 𝐿𝑛 𝑝𝑖)
Frequência 𝑂𝐶𝐼 Índice de 𝑖 espécie i:
𝐹𝑅 = × 100
Relativa ∑ 𝑂𝐶 Shannon-Weaver 𝑛𝑖 N = N° total de
𝑝𝑖 =
𝑁 indivíduos levantados

Tabela 52. Descritivo das variáveis analisadas.


Densidade Absoluta (DA) É o número de indivíduos de cada espécie ou do conjunto de espécies que
compõem uma comunidade vegetal por unidade de superfície.
Densidade Relativa (DR) A densidade diz respeito ao número de indivíduos total de uma mesma espécie por
unidade de área, e a densidade relativa revela, em porcentagem, a participação de
cada espécie em relação ao número total de indivíduos de todas as espécies.
Frequência absoluta (FA) A porcentagem da unidade em que foi registrado um dado táxon i, ou a
probabilidade de uma espécie aleatoriamente sorteada conter o táxon i. Expressa
146
pela porcentagem do número de unidades de vegetação em que i ocorre (Oci)
dividido pelo número total de unidades.
Frequência Relativa (FR) Relação em porcentagem da ocorrência do táxon i pela somatória de ocorrências
para todos os táxons do componente analisado.
Dominância (Do) Expressa a influência ou contribuição de táxon na comunidade, calculada
geralmente em valores indiretos da biomassa.
Dominância Absoluta (DA) É a área basal total em m² que o táxon i ocupa no censo, por unidade de área,
calculada pela somatória da área de todos os indivíduos de i.
Dominância Relativa (DoR) Representa a contribuição da biomassa do táxon em relação ao total da biomassa
do componente analisado.
Índice de valor de Importância (IVI) A importância de uma espécie dentro da comunidade pode ser expressa pelo IVI,
descrito composto pelos parâmetros relativos de densidade, frequência e
dominância. Este parâmetro permite a ordenação das espécies hierarquicamente
segundo sua importância na comunidade.
Índice de valor de Cobertura (IVC) O IVC é calculado pela soma da densidade relativa com a dominância relativa de
determinada espécie.
Índice de Shannon-Weaver É um índice que avalia a diversidade de espécies vegetais. Trata-se da informação
entrópica da distribuição, considerando as espécies como símbolos e o tamanho da
respectiva população como uma probabilidade.

7.2.1.4 Resultados e discussão do levantamento fitossociológico

De acordo com os dados quantitativos obtidos nas 18 parcelas amostrais, foram inventariados 821
indivíduos, distribuídos em 29 espécies, agrupadas em 24 gêneros e 10 famílias, sendo que uma
espécie não foi identificada.

A Tabela 53 apresenta a lista de espécies encontradas na área amostral das parcelas juntamente com
a análise fitossociológica da vegetação encontrada, na qual se visualizam as espécies lenhosas
amostradas com seus respectivos parâmetros calculados.

Tabela 53. Lista das espécies e famílias botânicas encontradas na área amostral e parâmetros fitossociológicos das
respectivas espécies.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME Nº RelDe RelFr RelDo IVC IVI (%)
Anacardiaceae Astronium urundeuva POPULAR
aroeira 3
de 0,37
(%) 1,49
(%) 1,06
(%) 0,71
(%) 0,97
Anacardiaceae Spondias tuberosa umbuzeiro 1
Ind. 0,12 0,75 1,31 0,72 0,73
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium pereiro 8 0,97 1,49 1,22 1,10 1,23
Burseraceae Commiphora leptophloeos imburana 7 0,85 2,99 3,86 2,36 2,57
Capparaceae Cynophalla flexuosa feijão-bravo 1 0,12 0,75 0,09 0,11 0,32
Combretaceae Combretum leprosum mofumbo 14 1,71 5,97 0,49 1,10 2,72
Combretaceae Terminalia argentea maria-preta 52 6,33 8,96 9,56 7,95 8,28
Euphorbiaceae Cnidoscolus quercifolius favela 18 2,19 3,73 2,11 2,15 2,68
Euphorbiaceae Croton blanchetianus marmeleiro 150 18,27 10,45 6,17 12,22 11,63
Euphorbiaceae Croton conduplicatus quebra-faca 16 1,95 3,73 0,63 1,29 2,10
Euphorbiaceae Croton grewioides alecrin 10 1,22 2,24 0,59 0,90 1,35
Euphorbiaceae Jatropha gossypiifolia pinhão-roxo 1 0,12 0,75 0,13 0,13 0,33
Euphorbiaceae Jatropha mollissima pinhão-bravo 74 9,01 11,19 4,41 6,71 8,20
Euphorbiaceae Manihot carthagenensis maniçoba 9 1,10 3,73 1,35 1,22 2,06
Euphorbiaceae Sapium glandulosum burra-leiteira 5 0,61 1,49 1,29 0,95 1,13
Fabaceae Albizia niopoides farinha-seca 9 1,10 2,99 0,75 0,92 1,61
Fabaceae Anadenanthera colubrina angico 18 2,19 1,49 4,01 3,10 2,56

147
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME Nº RelDe RelFr RelDo IVC IVI (%)
Fabaceae Bauhinia cheilantha POPULAR
mororó 5
de 0,61
(%) 1,49
(%) 0,24
(%) 0,43
(%) 0,78
Fabaceae Cenostigma pyramidale catingueira 227
Ind. 27,65 10,45 26,52 27,08 21,54
Fabaceae Chloroleucon dumosum arapiraca 66 8,04 3,73 11,62 9,83 7,80
Fabaceae Mimosa ophthalmocentra jurema-embira 16 1,95 4,48 1,72 1,83 2,72
Fabaceae Mimosa tenuiflora jurema-preta 2 0,24 1,49 0,23 0,24 0,66
Fabaceae Piptadenia retusa jurema-branca 4 0,49 2,24 0,61 0,55 1,11
Fabaceae Pityrocarpa moniliformis catanduva 65 7,92 5,22 11,60 9,76 8,25
Fabaceae Senegalia polyphylla espinheiro 21 2,56 2,24 3,92 3,24 2,91
Fabaceae Swartzia macrostachya preto
grão-de-bode 2 0,24 1,49 0,82 0,53 0,85
NI 1 NI 1 NI 1 2 0,24 0,75 0,05 0,14 0,35
Nyctaginaceae Guapira campestris joão-mole 2 0,24 0,75 0,26 0,25 0,42
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia pau-de-alho 13 1,58 1,49 3,38 2,48 2,15
Total 821 100 100 100 100 100
Nº de Ind - Número de Indivíduos; DeRel - Densidade Relativa; FrRel – Frequência Relativa; DoRel - Dominância Relativa; IVI-
Índice do Valor de Importância; IVC - Índice do Valor de Cobertura.

O Gráfico 15 apresenta a quantidade de indivíduos das espécies amostradas em campo. A espécie que
apresentou a maior quantidade de indivíduos foi a Cenostigma pyramidale, com um total de 227
indivíduos na área amostral, seguida pelas espécies Croton blanchetianus (150 indivíduos), Jatropha
mollissima (74 indivíduos), Chloroleucon dumosum (66 indivíduos), Pityrocarpa moniliformis (65
indivíduos) e Terminalia argentea (52 indivíduos). As demais espécies obtiveram uma quantidade
menor que 30 indivíduos, cada uma delas, sendo que 11 espécies obtiveram uma quantidade menor
que 05 indivíduos inventariados (Cynophalla flexuosa, Jatropha gossypiifolia, Spondias tuberosa,
Guapira campestris, Mimosa tenuiflora, Swartzia macrostachya, Astronium urundeuva, Piptadenia
retusa, Bauhinia cheilantha, Sapium glandulosum e a espécie não identificada).

O Gráfico 16 apresenta a quantidade de indivíduos das famílias amostradas em campo. A família que
apresentou a maior quantidade de indivíduos foi a Fabaceae, com um total de 435 indivíduos,
representando 54,98% do total de indivíduos inventariados, sendo que a maioria deles é da espécie
Cenostigma pyramidale. Em seguida, as famílias Euphorbiaceae, Combretaceae e Phytolaccaceae
também apresentaram boa quantidade indivíduos, com um total de 283, 66 e 13 indivíduos,
respectivamente. As demais famílias apresentaram uma quantidade inferior a 10 indivíduos cada uma
delas. Das 9 famílias inventariadas, a família Fabaceae apresentou a maior quantidade de espécies (11
spp.), seguida pelas famílias Euphorbiaceae (8 spp.), Combretaceae (2 spp.) e Anacardiaceae (2 spp.).
As demais famílias obtiveram apenas uma espécie inventariada.

O Gráfico 17 evidencia a Densidade Relativa das espécies inventariadas. Quanto à Densidade Relativa,
este parâmetro expressa a relação entre o número de indivíduos de uma espécie (Ni) e o número de
indivíduos de todas as espécies (N). Para este parâmetro, a espécie Cenostigma pyramidale foi a mais
representativa neste estudo, com um percentual de 27,65%, seguida pela Croton blanchetianus, que
apresentou 18,27%, Jatropha mollissima, que apresentou 9,01%, Chloroleucon dumosum, que
apresentou 8,04%, Pityrocarpa moniliformis que apresentou 7,92% e Terminalia argentea, que
apresentou 6,33%. As demais espécies apresentaram índice de densidade relativa menor que 3%. As
espécies menos representativas neste estudo foram Aspidosperma pyrifolium, Commiphora
leptophloeos, Sapium glandulosum, Bauhinia cheilantha, Piptadenia retusa, Astronium urundeuva,
Swartzia macrostachya, Mimosa tenuiflora, Guapira campestris, Spondias tuberosa, Jatropha
148
gossypiifolia, Cynophalla flexuosa e a espécie não identificada, as quais obtiveram índice de densidade
relativa menor que 1% na área amostral.

O Gráfico 18 apresenta os resultados de Dominância Relativa para as espécies encontradas na área


amostral. Quanto à Dominância Relativa, este parâmetro se refere à relação entre a área basal
absoluta de uma determinada espécie e a área basal de todas as espécies. A espécie que apresentou
o maior valor de dominância relativa na amostragem foi a Cenostigma pyramidale com 26,52%, em
seguida de Chloroleucon dumosum (11,62%), Pityrocarpa moniliformis (11,60%), Terminalia argentea
(9,56%) e Croton blanchetianus (6,17%). As demais ficaram abaixo de 5%, sendo a espécie
desconhecida foi a menor dominância relativa, com 0,05%.

O Gráfico 19 apresenta a Frequência Relativa das espécies inventariadas. Esse parâmetro informa com
que frequência a espécie ocorre nas unidades amostrais. A espécie Jatropha mollissima apresentou a
maior frequência relativa neste inventário, 11,19%, tendo sido inventariada em 15 parcelas amostrais.
As espécies Cenostigma pyramidale e Croton blanchetianus também obteve elevado índice de
frequência relativa (10,45%), tendo sido encontrada em 14 parcelas. Em seguida as espécies Terminalia
argentea (8,96%) presente em 12 parcelas, e a espécie Combretum leprosum (5,97%) encontrada em
8 parcelas e a espécie Pityrocarpa moniliformis (5,22%) encontrada em 7 parcelas amostrais. As demais
espécies obtiveram frequência relativa menor que 5%, as quais foram inventariadas em no máximo 6
parcelas amostrais, com destaque para Cynophalla flexuosa, Jatropha gossypiifolia, Spondias tuberosa,
Guapira campestris e a espécie não identificada as quais obtiveram a menor frequência relativa
(0,785%), tendo sido encontradas em apenas uma parcela amostral.

No Gráfico 20 é expresso o Índice do Valor de Cobertura para cada espécie amostrada no inventário
florestal. Com relação ao Índice de Valor de Cobertura (IVC), podemos inferir que a importância de
uma espécie se caracteriza pelo número de árvores e suas dimensões (abundância e dominância), não
levando em consideração se elas apareçam isoladas ou em grupos (BONETES, 2003). Índices de IVI
baixos representam espécies raras em um determinado ambiente. De acordo com os dados obtidos
em campo, a espécie Cenostigma pyramidale se destacou com o maior percentual para este índice
(27,08%), ressaltando a sua elevada abundância e dominância na área amostral. Em seguida, as
espécies Croton blanchetianus, Chloroleucon dumosum e Pityrocarpa moniliformis apresentou o maior
IVC, com índice de 12,22%, 9,87% e 9,76%, respectivamente. Treze espécies apresentaram IVC abaixo
de 1% (Croton grewioides, Albizia niopoides, Sapium glandulosum, Bauhinia cheilantha, Piptadenia
retusa, Astronium urundeuva, Swartzia macrostachya, Mimosa tenuiflora, Guapira campestris,
Spondias tuberosa, Jatropha gossypiifolia, Cynophalla flexuosa e a espécie não identificada), o que
infere que tais espécies apresentaram baixos valores de área basal e quantidade de indivíduos na área
amostral.

No Gráfico 21 é apresentado o Índice de Valor de Importância (IVI) para as espécies encontradas nas
unidades amostrais. Com relação ao Índice Valor de Importância (IVI), de acordo com MEDEIROS
(2005), este parâmetro indica a importância ecológica de uma determinada espécie na comunidade,
sendo constituído pela soma de todos os valores dos parâmetros relativos. A espécie Cenostigma
pyramidale apresentou o maior valor para esse parâmetro (21,54%), seguida pelas espécies Croton
149
blanchetianus (11,63%), Terminalia argentea (8,28%), Pityrocarpa moniliformis (8,25%), Jatropha
molíssima (8,20%) e Chloroleucon dumosum (7,80%), mostrando que as famílias botânicas se
apresentam bem distribuídas na área do estudo. No presente estudo, as espécies Bauhinia cheilantha,
Astronium urundeuva, Swartzia macrostachya, Mimosa tenuiflora, Guapira campestris, Spondias
tuberosa, Jatropha gossypiifolia, Cynophalla flexuosa e a espécie não identificada apresentaram os
menores IVI dentre as espécies inventariadas, com índices abaixo de 1%.

Estes resultados mostram que a espécie Cenostigma pyramidale é a espécie de maior importância
ecológica local por se apresentar em maior quantidade, maior área basal e maior frequência na área
amostral. Tal fato se deve à sua capacidade de adaptação as condições locais de solo e clima, bem
como por ter boa capacidade de interação com as demais espécies, dentre outros fatores. A grande
dominância dessa espécie sugere que a área possui um estágio inicial a médio de regeneração e em
alguns pontos há indícios de antropização na área de interesse.

Com relação aos dados dendrómetricos, foi determinada a Altura (m), o Diâmetro da Altura do Peito -
DAP (cm), a Área Basal - AB (m³) e o Volume (m³) por espécie, estimado para a área amostral (0,72 ha)
e por hectare, como se pode observar na Tabela 54.

Tabela 54. Espécies inventariadas e estimativa média de Altura (m), Diâmetro à Altura do Peito-DAP (cm) e Volume (m³)
total para a área amostral e por hectare.
NOME CIENTÍFICO Altura DAP AB (m²) AB Vol Vol Vol (st) Vol
(m) (cm) (m²/ha) (m³) (m³/ha) (st/ha)
Albizia niopoides 3,26 4,82 0,0166 0,0230 0,0482 0,0670 0,1645 0,2285
Anadenanthera colubrina 4,00 7,50 0,0886 0,1231 0,3190 0,4430 1,0877 1,5107
Aspidosperma pyrifolium 3,80 6,47 0,0271 0,0376 0,0925 0,1285 0,3155 0,4382
Astronium urundeuva 4,00 9,76 0,0233 0,0324 0,0841 0,1167 0,2866 0,3981
Bauhinia cheilantha 3,50 3,69 0,0054 0,0075 0,0169 0,0235 0,0578 0,0803
Cenostigma pyramidale 3,25 5,30 0,5860 0,8138 1,7160 2,3833 5,8516 8,1272
Chloroleucon dumosum 3,20 6,66 0,2568 0,3567 0,7533 1,0462 2,5686 3,5675
Cnidoscolus quercifolius 3,97 5,52 0,0465 0,0646 0,1661 0,2307 0,5664 0,7867
Combretum leprosum 3,00 3,03 0,0109 0,0152 0,0297 0,0413 0,1013 0,1407
Commiphora leptophloeos 4,14 11,53 0,0853 0,1184 0,3157 0,4384 1,0764 1,4950
Croton blanchetianus 3,02 3,27 0,1362 0,1892 0,3689 0,5124 1,2579 1,7471
Croton conduplicatus 2,91 3,20 0,0140 0,0195 0,0371 0,0516 0,1266 0,1758
Croton grewioides 3,03 3,88 0,0130 0,0181 0,0350 0,0486 0,1194 0,1658
Cynophalla flexuosa 3,50 5,09 0,0020 0,0028 0,0064 0,0089 0,0219 0,0304
Gallesia integrifolia 3,92 8,09 0,0747 0,1038 0,2673 0,3712 0,9113 1,2658
Guapira campestris 4,00 6,05 0,0058 0,0080 0,0207 0,0288 0,0707 0,0982
Jatropha gossypiifolia 2,50 6,14 0,0030 0,0041 0,0067 0,0093 0,0227 0,0315
Jatropha mollissima 2,97 3,86 0,0974 0,1352 0,2608 0,3623 0,8894 1,2353
Manihot carthagenensis 3,62 6,33 0,0297 0,0413 0,0992 0,1378 0,3384 0,4700
Mimosa ophthalmocentra 3,51 5,40 0,0380 0,0528 0,1189 0,1651 0,4054 0,5630
Mimosa tenuiflora 3,75 5,73 0,0052 0,0072 0,0174 0,0242 0,0593 0,0824
NI 3,00 2,55 0,0010 0,0014 0,0028 0,0038 0,0094 0,0130
Piptadenia retusa 3,88 5,89 0,0135 0,0188 0,0478 0,0664 0,1629 0,2263
Pityrocarpa moniliformis 3,98 6,80 0,2563 0,3559 0,9152 1,2711 3,1208 4,3344
Sapium glandulosum 4,00 8,06 0,0286 0,0397 0,1028 0,1428 0,3505 0,4868

150
NOME CIENTÍFICO Altura DAP AB (m²) AB Vol Vol Vol (st) Vol
(m) (cm) (m²/ha) (m³) (m³/ha) (st/ha)
Senegalia polyphylla 3,81 6,57 0,0867 0,1204 0,2898 0,4026 0,9884 1,3727
Spondias tuberosa 4,00 19,19 0,0289 0,0402 0,1041 0,1446 0,3549 0,4929
Swartzia macrostachya 3,50 10,50 0,0181 0,0252 0,0604 0,0838 0,2058 0,2859
Terminalia argentea 3,62 6,65 0,2112 0,2933 0,7031 0,9766 2,3977 3,3301
TOTAL 3,54 6,47 2,21 3,07 7,01 9,73 23,89 33,18

O Gráfico 22 mostra a Altura média das espécies encontradas na área amostral. No tocante à altura
média dos indivíduos inventariados, pode-se perceber que houve uma pequena variação em torno da
média população, que foi de 3,54 m. A espécie que apresentou maior média de altura foi Commiphora
leptophloeos a qual atingiu 4,14 m. Em seguida, Anadenanthera colubrina, Astronium urundeuva,
Guapira campestris, Sapium glandulosum e Spondias tuberosa, as quais atingiram 4,00 m, para as todas
citadas. Quando encontradas em campo, estas espécies, normalmente, apresentam fustes altos, sendo
uma característica quando encontrada em área de regeneração avançada. A espécie que apresentou
a menor média de altura foi a Jatropha gossypiifolia, que obteve média de 2,50 m, típico das espécies
apresentar porte baixo.

O Gráfico 23 mostra o DAP médio das espécies encontradas na área amostral. Dentre as espécies
inventariadas, houve relativa variação com relação à média da população, que foi de 6,47 cm, com
destaque a espécie Spondias tuberosa, que obteve DAP médio de 19,19 cm. Além disso, as espécies
que apresentaram maiores médias de DAP foram Commiphora leptophloeos, Swartzia macrostachya,
Astronium urundeuva, Gallesia integrifolia e Sapium glandulosum, que atingiram médias de 11,53 cm,
10,50 cm, 9,76 cm, 8,09 cm e 8,06 cm, respectivamente. Tais espécies apresentam, por natureza
específica, troncos com elevada espessura em área de regeneração avançado. A espécie não
identificada obteve a menor média de DAP (2,55 cm). Médias de altura e de DAP refletem diretamente
na área basal destas espécies e na sua taxa de ocupação na área estudada.

O Gráfico 24 mostra o Volume lenhoso médio (m³/ha) das espécies encontradas na área amostral.
Como pode-se observar, a espécie Cenostigma pyramidale apresentou o maior volume lenhoso dentre
as espécies inventariadas, com um total de 2,3833 m³/ha, um valor superior às demais espécies. Tal
espécie obteve um número muito elevado de indivíduos inventariados, o que contribuiu para a
elevação do seu volume lenhoso. As espécies Pityrocarpa moniliformis, Chloroleucon dumosum,
Terminalia argentea, Croton blanchetianus e Anadenanthera colubrina também apresentaram um
volume considerável, atingindo 1,2711 m³/ha, 1,0462 m³/ha, 0,9766 m³/ha, 0,5124 m³/ha e 0,4430
m³/ha, respectivamente. Outras espécies obtiveram um volume pouco expressivo devido sua baixa
quantidade de indivíduos inventariados e pelas suas características morfológicas, como troncos pouco
espessos e baixas alturas.

151
Cenostigma pyramidale 227
150 Fabaceae 435
Jatropha mollissima 74
66
Pityrocarpa moniliformis 65 Euphorbiaceae 283
52
Senegalia polyphylla 21
18 Combretaceae 66
Anadenanthera colubrina 18
16
Croton conduplicatus 16 Phytolaccaceae 13
14
Gallesia integrifolia 13

FAMÍLIAS
ESPÉCIES

10
Apocynaceae 8
Manihot carthagenensis 9
9
Burseraceae 7
Aspidosperma pyrifolium 8
7
Sapium glandulosum 5 Anacardiaceae 4
5
Piptadenia retusa 4
3 NI 2
Swartzia macrostachya 2
2
Mimosa tenuiflora 2 Nyctaginaceae 2
2
Spondias tuberosa 1
1 Capparaceae 1
Cynophalla flexuosa 1

0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500

Nº DE INDIVÍDUOS Nº DE INDIVÍDUOS
Gráfico 15. Relação de espécies e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral. Gráfico 16. Relação de famílias e quantidade de indivíduos encontrados na área amostral.

152
Cenostigma pyramidale 27,65 Cenostigma pyramidale 26,52
18,27 6,17
Jatropha mollissima 9,01 Jatropha mollissima 4,41
8,04 11,62
Pityrocarpa moniliformis 7,92 Pityrocarpa moniliformis 11,60
6,33 9,56
Senegalia polyphylla 2,56 Senegalia polyphylla 3,92
2,19 2,11
Anadenanthera colubrina 2,19 Anadenanthera colubrina 4,01
1,95 1,72
Croton conduplicatus 1,95 Croton conduplicatus 0,63
1,71 0,49
Gallesia integrifolia 1,58 Gallesia integrifolia 3,38
ESPÉCIES

ESPÉCIES
1,22 0,59
Manihot carthagenensis 1,10 Manihot carthagenensis 1,35
1,10 0,75
Aspidosperma pyrifolium 0,97 Aspidosperma pyrifolium 1,22
0,85 3,86
Sapium glandulosum 0,61 Sapium glandulosum 1,29
0,61 0,24
Piptadenia retusa 0,49 Piptadenia retusa 0,61
0,37 1,06
Swartzia macrostachya 0,24 Swartzia macrostachya 0,82
0,24 0,05
Mimosa tenuiflora 0,24 Mimosa tenuiflora 0,23
0,24 0,26
Spondias tuberosa 0,12 Spondias tuberosa 1,31
0,12 0,13
Cynophalla flexuosa 0,12 Cynophalla flexuosa 0,09

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

% %
Gráfico 17. Densidade relativa das espécies encontradas na área amostral. Gráfico 18. Dominância relativa das espécies encontradas na área amostral.

153
Cenostigma pyramidale 10,45 Cenostigma pyramidale 27,08
10,45 12,22
Jatropha mollissima 11,19 Jatropha mollissima 6,71
3,73 9,83
Pityrocarpa moniliformis 5,22 Pityrocarpa moniliformis 9,76
8,96 7,95
Senegalia polyphylla 2,24 Senegalia polyphylla 3,24
3,73 2,15
Anadenanthera colubrina 1,49 Anadenanthera colubrina 3,10
4,48 1,83
Croton conduplicatus 3,73 Croton conduplicatus 1,29
5,97 1,10
Gallesia integrifolia 1,49 Gallesia integrifolia 2,48
ESPÉCIES

ESPÉCIES
2,24 0,90
Manihot carthagenensis 3,73 Manihot carthagenensis 1,22
2,99 0,92
Aspidosperma pyrifolium 1,49 Aspidosperma pyrifolium 1,10
2,99 2,36
Sapium glandulosum 1,49 Sapium glandulosum 0,95
1,49 0,43
Piptadenia retusa 2,24 Piptadenia retusa 0,55
1,49 0,71
Swartzia macrostachya 1,49 Swartzia macrostachya 0,53
0,75 0,14
Mimosa tenuiflora 1,49 Mimosa tenuiflora 0,24
0,75 0,25
Spondias tuberosa 0,75 Spondias tuberosa 0,72
0,75 0,13
Cynophalla flexuosa 0,75 Cynophalla flexuosa 0,11

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

% %
Gráfico 19. Frequência relativa das espécies encontradas na área amostral. Gráfico 20. Índice do Valor de Cobertura das espécies encontradas na área amostral.

Cenostigma pyramidale 21,54 Commiphora leptophloeos 4,14


11,63 4,00
Jatropha mollissima 8,20 Sapium glandulosum 4,00
7,80 4,00
Pityrocarpa moniliformis 8,25 Astronium urundeuva 4,00
8,28 4,00
Senegalia polyphylla 2,91 Pityrocarpa moniliformis 3,98
2,68 3,97
Anadenanthera colubrina 2,56 Gallesia integrifolia 3,92
2,72 3,88
Croton conduplicatus 2,10 Senegalia polyphylla 3,81
2,72 3,80
Gallesia integrifolia 2,15 Mimosa tenuiflora 3,75
ESPÉCIES

ESPÉCIES
1,35 3,62
Manihot carthagenensis 2,06 Terminalia argentea 3,62
1,61 3,51
Aspidosperma pyrifolium 1,23 Swartzia macrostachya 3,50
2,57 3,50
Sapium glandulosum 1,13 Bauhinia cheilantha 3,50
0,78 3,26
Piptadenia retusa 1,11 Cenostigma pyramidale 3,25
0,97 3,20
Swartzia macrostachya 0,85 Croton grewioides 3,03
0,35 3,02
Mimosa tenuiflora 0,66 NI 1 3,00
0,42 3,00
Spondias tuberosa 0,73 Jatropha mollissima 2,97
0,33 2,91
Cynophalla flexuosa 0,32 Jatropha gossypiifolia 2,50
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50
%
METROS

154
Gráfico 21. Índice do Valor de Importância das espécies encontradas na área amostral. Gráfico 22. Gráfico da Altura média da vegetação encontrada na área amostral.

Spondias tuberosa 19,19 Cenostigma pyramidale 2,3833


11,53 1,2711
Swartzia macrostachya 10,50 Chloroleucon dumosum 1,0462
9,76 0,9766
Gallesia integrifolia 8,09 Croton blanchetianus 0,5124
8,06 0,4430
Anadenanthera colubrina 7,50 Commiphora leptophloeos 0,4384
6,80 0,4026
Chloroleucon dumosum 6,66 Gallesia integrifolia 0,3712
6,65 0,3623
Senegalia polyphylla 6,57 Cnidoscolus quercifolius 0,2307
6,47 0,1651
Manihot carthagenensis 6,33 Spondias tuberosa 0,1446
ESPÉCIES

6,14 0,1428
Guapira campestris 6,05 Manihot carthagenensis 0,1378

ESPÉCIES
5,89 0,1285
Mimosa tenuiflora 5,73 Astronium urundeuva 0,1167
5,52 0,0838
Mimosa ophthalmocentra 5,40 Albizia niopoides 0,0670
5,30 0,0664
Cynophalla flexuosa 5,09 Croton conduplicatus 0,0516
4,82 0,0486
Croton grewioides 3,88 Combretum leprosum 0,0413
3,86 0,0288
Bauhinia cheilantha 3,69 Mimosa tenuiflora 0,0242
3,27 0,0235
Croton conduplicatus 3,20 Jatropha gossypiifolia 0,0093
3,03 0,0089
NI 1 2,55 NI 1 0,0038

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 0,0000 0,5000 1,0000 1,5000 2,0000 2,5000 3,0000

CENTÍMETROS (m³/ha)

Gráfico 23. Gráfico do Diâmetro à Altura do Peito (DAP) médio da vegetação encontrada na área amostral. Gráfico 24. Gráfico do Volume (m³) da vegetação encontrada na área amostral.

155
7.2.1.5 Conclusões do levantamento fitossociológico

Quanto ao diagnóstico da flora, a cobertura vegetal registrada nas áreas de influência (AI) e
diretamente afetada (ADA) do empreendimento é típica do Bioma Caatinga, com pelo menos 55
espécies vegetais, dentre os estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo. Para fins de caracterização da
vegetação, foi adotada a classificação descrita no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 2012)
para a Caatinga, denominada Savana-Estépica Florestada. A área do empreendimento é formada em
sua maioria por presença de vegetação arbustiva-arbórea.

Foram registradas 55 espécies endêmicas do Brasil, 17 espécies são indicadas como endêmicas do país
e duas endêmicas da região Nordeste, as quais constituem elementos importantes do ecossistema
semiárido e servem como alimento e abrigo para várias espécies da fauna local.

Não foram identificadas espécies consideradas ameaçadas de extinção nas áreas de influência direta
e indireta e na área diretamente afetada do empreendimento.

A composição florística e a riqueza de espécies arbustivo-arbóreas se apresentaram de forma bastante


semelhante à encontrada em inventário florestal realizado em outra área do Bioma Caatinga próxima
à do presente estudo, com destaque para a espécie Cenostigma pyramidale, que apresentou os
maiores índices de valor de cobertura e de valor de importância, valores bastante elevados em relação
aos obtidos pelas demais espécies, confirmando a sua dominância no povoamento.

7.2.1.6 Áreas de Preservação Permanente – APP

As Áreas de Preservação Permanente (APP’s) são definidas pelo Art. 3, inciso II, da Lei Federal nº
12.651, de 25 de maio de 2012, como “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas”, sendo que se constituem de ambientes com especial regime de uso e proteção.

A seguir são apresentadas as Áreas de Preservação Permanente de acordo com o Art. 4, da Lei nº
12.651/2012 que possivelmente possam estar associadas a área do empreendimento:

“I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
• 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos 10 (dez) metros de largura;
II - As áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
• 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de
• superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;”

O Código Florestal, em seu Art. 8º, determina que “a intervenção ou a supressão de vegetação nativa
em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de
interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei”.
156
Ainda, de acordo com o Código Florestal, Art. 3º, inciso VIII, alínea “b”, são consideradas atividades de
utilidade pública “(...) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de
transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados
pelos municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia (...). Desta forma, alinhado ao Código
Florestal, visto que o empreendimento visa o escoamento de energia solar e é considerado de utilidade
pública, informamos que a área de intervenção não irá sobrepor áreas de preservação permanente,
conforme pode ser visualizado na Figura 192.

Figura 192. Visualização das Área de Preservação Permanente – APP mais próximas da área a ser implantado o
empreendimento.

7.2.1.7 Reserva Legal

A Reserva Legal (RL) é definida pelo Art. 3, inciso III, da Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012,
como “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do Art.
12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel
rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”.

O Art. 12 institui que “Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,
observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel”.

No bioma Caatinga o percentual de RL é de 20% (vinte por cento). A Figura 193 apresenta o imóvel
onde está localizado o empreendimento e sua área de Reserva Legal.

157
Figura 193. Localização da reserva legal.

158
7.2.1.8 Unidade de Conservação

As Unidades de Conservação (UCs) são espaços ambientais que têm importantes características
naturais e são legalmente instituídas pelo Poder Público, conforme o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC). Seu principal objetivo é a conservação, e manutenção da diversidade biológica.

Segundo a Lei N°. 6.938, de 1981, as Unidades de Conservação (UC´s) correspondem a um dos
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e podem ser criadas pelos governos federal,
estadual e municipal. As UC's compreendem áreas de relevância ambiental dentro de determinadas
regiões, quer seja pela representatividade robusta de um ecossistema, pela beleza cênica de um
determinado local ou visando a sustentabilidade do uso destas. Os diferentes enquadramentos, bem
como os regimes especiais de manejo são regulamentados pelo Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – SNUC de forma a garantir sua adequada proteção (instituído pela Lei N°.
9.985, de 18 de julho de 2000).

Para fins de conhecimento, entre as áreas protegidas mais próximas da área do empreendimento,
sejam elas federais, estaduais ou municipais, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) (dados disponíveis em: http://www.icmbio.gov.br/portal/) e as respectivas
gestões estaduais e municipais envolvidas, o empreendimento não se encontra em Unidades de
Conservação, estando à 98 km da Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe, à 103 km do
Refúgio de Vida Silvestre Tatu Bola, à 121 km do Parque Estadual Serra do Areal, à 77 km da Área de
Proteção Ambiental do Lago de Sobradinho (Figura 194), à 91 km da Parque Nacional da Serra da
Capivara.

A APA Chapada do Araripe é uma unidade de conservação federal, gerida pelo Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. Foi Criada através do Dec. de 04 de agosto de 1997 e
possui pouco mais de um milhão de hectares entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, incluindo
território de 33 municípios. A região da APA Chapada do Araripe abriga uma série de atributos de
especial proteção relacionados à biodiversidade, paisagem, cultura, registros arqueológicos,
paleontológicos, espeleológicos, coleções hídricas importantes, entre outros. Além de incluir
territórios quilombolas, manifestações culturais típicas e o modo de vida peculiar da chapada. A APA
Chapada do Araripe ainda contribui para o agrupamento de 20 unidades de conservação da
biodiversidade na região, nas esferas federal, estadual, municipal e particulares, que estão
sobrepostas, justapostas ou muito próximas ao território da APA Chapada do Araripe, constituindo o
Mosaico do Araripe que trabalha desde 2012 para seu reconhecimento junto do Ministério do Meio
Ambiente.

O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Tatu-bola, localizado nos municípios de Lagoa Grande, Santa Maria
da Boa Vista e Petrolina, possui uma área de 110.110,25 hectares e foi titulado em março de 2015,
através do decreto nº 41.546. O RVS também se destaca, pela sua localização no Bioma Caatinga, o
qual, é exclusivamente brasileiro, possui uma grande diversidade de fauna e flora e tem sofrido com
desmatamento e com uma acelerada degradação, se tornando assim, um dos biomas mais ameaçado
do mundo. Em toda a área mapeada do Refúgio de Vida Silvestre Tatu Bola há ocorrência de espécies
159
endêmicas, raras, vulneráveis e ameaçadas de extinção, como o Tatu-bola. Eles são os menores e
menos conhecidos tatus do Brasil. O tatu-bola-do-Nordeste (Tolypeutes tricinctus) é endêmico ao
Brasil e vive predominantemente na Caatinga e em algumas áreas do Cerrado, sofrendo um alto grau
de ameaça devido principalmente à caça e à destruição do seu hábitat. Com isso, a espécie integra a
Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, indicada como “Em Perigo”, e a
Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN, sendo categorizada
como “Vulnerável”.

O Parque Estadual Serra do Areal, localizado no município de Petrolina – PE possui uma área total de
1.596,55 hectares e foi titulado em 2014, através do Decreto n° 40.550/14. A vegetação da área
corresponde a um mosaico onde predomina a caatinga arbustivo-arbóreo, entremeada por trechos de
caatinga arbustiva. Na unidade de conservação, ainda encontramos as espécies Myracrodruon
urundeuva Allemão (aroeira) e Schinopsis brasiliensis Engl. (baraúna), as quais estão incluídas na lista
oficial de espécies da flora brasileira ameaçada de extinção.

A criação da APA Lago do Sobradinho considerou a qualidade das águas do Lago de Sobradinho,
formado pela barragem de uso múltiplo, dada a importância da recuperação ambiental de seus
tributários e de seu entorno. A APA está localizada na sub-bacia do Baixo Médio São Francisco, no
entorno do lago de sobradinho, nos municípios de Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado, Sento Sé e
Sobradinho. A poligonal tem área estimada de 1.000.000 ha.

O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979, para preservar vestígios arqueológicos da
mais remota presença do homem na América do Sul. Sua demarcação foi concluída em 1990 e o parque
é subordinado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Por sua
importância, a Unesco o inscreveu na Lista do Patrimônio Mundial em 13 de dezembro de 1991, e
também na Lista Indicativa brasileira como patrimônio misto. Em 1993, o Parque passou a constar do
Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, do Iphan. Na área tombada foram localizados
cerca de 400 sítios arqueológicos. A maioria deles contém painéis de pinturas e gravuras rupestres de
grande valor estético e arqueológico. A área faz parte de um dos 63 parques nacionais do Brasil e está
entre as dez que protege a caatinga, sendo constituída de quase 40% da caatinga protegida no país.
Com uma área de aproximadamente 130 mil hectares, está localizado no sudeste do Estado do Piauí e
ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias.
Em seu entorno foi criada uma Área de Preservação Permanente (APP) com dez quilômetros de raio,
que constitui um cinturão de proteção suplementar. Com isso, os sítios estão protegidos e íntegros no
que concerne à sua preservação física e à sua compreensão. Situado no domínio morfoclimático das
caatingas, em uma região fronteiriça de duas grandes formações geológicas – a bacia sedimentar
Maranhão-Piauí e a depressão periférica do rio São Francisco –, com vegetação e relevo diversificado
e paisagens de beleza surpreendente, possui pontos de observação privilegiados de vales, serras e
planícies. Apresenta, também, um dos conjuntos de sítios arqueológicos mais relevantes das Américas,
que têm fornecido dados e vestígios importantes para uma revisão geral das teorias estabelecidas
sobre a entrada do homem no continente americano.

160
Figura 194. Unidades de Conservação (UC’s) mais próximas das áreas de influência do empreendimento.

161
7.2.1.9 Áreas prioritárias para conservação

As “Áreas e Ações Prioritárias” são um instrumento que o poder público detém, para tomada de
decisão, com a finalidade de implementar medidas para a conservação, utilização sustentável e
recuperação de ecossistemas. Dentre as ações, está a criação de Unidades de Conservação (UC),
fiscalização, regularização ambiental, dentre outras (MMA, 2017).

De acordo com o documento Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de
Benefícios da Biodiversidade Brasileira, publicado em 2018, sendo a 2ª atualização, no bioma na qual
o Complexo Fotovoltaico Canela se encontra, foram identificadas 292 áreas consideradas prioritárias
para a conservação da biodiversidade, que correspondem a 51% da área da Caatinga. Desse total de
292 áreas, 72 já se encontravam protegidas, enquanto o restante (220) eram novas áreas, sendo 67 de
importância Muito Alta, 45 de importância Alta e 28 Insuficientemente Conhecidas (MMA, 2007).

A área em questão não se encontra alocada em uma Área Prioritária para a Conservação da Caatinga,
sendo que as áreas prioritárias mais próximas são CA175 (Caboclo) que possui importância Biológica
“Alta” e Prioridade na Ação “Extremamente Alta”, e também da CA165 (Barragem Pedra Redonda) que
possui importância Biológica “Muito Alta” e Prioridade na Ação “Extremamente Alta”, conforme pode
ser visualizado na Figura 195 e Figura 196 .

Figura 195. Áreas prioritárias para a conservação da Biodiversidade na Caatinga.

162
Figura 196. Prancha das áreas prioritárias para a conservação da Biodiversidade da Caatinga

163
7.2.2 Fauna

O estudo da fauna regional, que visa descrever as comunidades de animais vertebrados e


invertebrados, analisar os recursos ambientais e suas interações classificando a importância ecológica,
social e econômica, é fundamental para o embasamento das políticas de desenvolvimento visando à
sustentabilidade ambiental. A identificação das espécies dominantes, endêmicas, ameaçadas de
extinção, migratórias e com diferentes distribuições geográficas, permite caracterizar a situação
ambiental da área antes da implantação do empreendimento, além de prever as ações de conservação
e manejo da biota local mais adequadas a serem realizadas, levando em consideração as
especificidades ecológicas das comunidades presentes.

A Caatinga abriga diversos grupos de animais e é rica em endemismos, ao contrário do estigma que
por vezes é veiculado de que neste Bioma de clima semiárido há uma baixa biodiversidade. Nos últimos
anos, o aumento das pesquisas ecológicas e taxonômicas no Bioma têm mudado esta perspectiva,
culminando no registro de aproximadamente 1.400 espécies de animais vertebrados, sendo 23%
endêmicos do Bioma (Garda et al., 2018).

7.2.2.1 Metodologia Geral

Os dados primários para o presente estudo foram obtidos em uma campanha de campo entre os dias
26 e 31 de junho de 2023. Foram priorizados os grupos comumente pesquisados em estudos de
impacto ambiental: Mastofauna terrestre, Mastofauna alada, Avifauna e Herpetofauna. Para cada
grupo foram utilizadas suas respectivas listas de nomenclatura. A lista de répteis e anfíbios seguiu
Costa e Bérnils (2018) e Segalla et al. (2021), a lista de aves seguiu Pacheco et al. (2021) e a lista de
mamíferos seguiu Abreu et al. (2020). As espécies ameaçadas de extinção e de interesse
conservacionistas foram avaliadas de acordo com MMA (2022), CITES (2023) e IUCN (2022).

As metodologias utilizadas para o diagnóstico faunístico da área foram diversificadas e combinadas,


com o intuito de se obter resultados mais assertivos, considerando as peculiaridades da avaliação,
como os diferentes grupos de espécies, otimização logística e de tempo e disponibilidade de dados
prévios. O fluxograma exposto na Figura 1 sintetiza o processo metodológico adotado.

Figura 1. Fluxograma da metodologia aplicada.

164
Com relação ao levantamento faunístico baseado em dados secundários, foi realizado de maneira a
considerar como válidas apenas espécies com potencial ocorrência na área de estudo, utilizando-se
artigos científicos, teses, dissertações e informações técnicas oficiais relacionadas aos municípios de
Lagoa do Barro do Piauí/PI, Queimada Nova/PI e nas proximidades.

Foram utilizados os dados obtidos em estudos de empreendimentos de geração de energias presentes


nos municípios de Lagoa do Barro/PI, Luiz Correa/PI e Bom Princípio do Piauí/PI. A escolha dos estudos
se deu pela proximidade física dos dados disponíveis com a área do empreendimento em questão,
obtendo-se assim dados mais próximos da realidade local. Os três processos consultados têm a mesma
tipologia do empreendimento objeto deste estudo, usina fotovoltaica, conforme listados na Tabela 55.

Tabela 55. Estudos de licenciamento ambiental realizados para obtenção de dados secundários de fauna
Empreendimento Tipo Empresa Responsável Estudo ambiental Município
PARQUE SOLAR LAGOA DO USINA FOTOVOLTAICA ATLANTIC ENERGIAS Estudo de Impacto Lagoa do
BARRO RENOVÁVEIS S.A. Ambiental – EIA Barro do
(1) Piauí/PI
COMPLEXO FOTOVOLTAICO USINA FOTOVOLTAICA BIOMETRIA Estudo de Impacto Bom
MARRUÁS SOLAR CONSULTORIA E Ambiental – EIA Princípio do
(2) PROJETOS Piauí-PI
COMPLEXO FOTOVOLTAICO USINA FOTOVOLTAICA INTERNACIONAL Estudo de Impacto Luiz
RAIOS DE SÃO FRANCISCO ENERGIAS RENOVÁVEIS Ambiental – EIA Correa/PI
(3) LTDA- IER

Para obtenção do diagnóstico ambiental foram considerados os principais grupos de fauna, com a
ocorrência das espécies verificadas por meio de pesquisa bibliográfica e estudos de campo e
confirmadas por análise de dados, classificação e identificação das espécies.

Em campo, foram realizadas entrevistas com os moradores da comunidade, para complementar os


conhecimentos e as informações das listas de espécies de possível ocorrência para a região. Esse
método é importante para gerar uma maior riqueza nos dados inventariados, permitindo assim
registrar a ocorrência de espécies que apresentam padrões migratórios, sazonais ou raros. As
entrevistas foram realizadas de forma não estruturada, abrangendo questionamentos sobre quais
espécies ocorrem na região, quais espécies eram mais presentes no dia a dia, se existia a prática de
caça predatória, dentre outros assuntos pertinentes ao estudo.

Na busca ativa em campo, foi utilizado o método do caminhamento (transecto), realizado ao longo das
áreas de influência com o auxílio do aplicativo AlpineQuest para marcação das trilhas e pontos de
registro. O método consiste na busca visual de indivíduos e/ou vestígios como pegadas, tocas, rastros
e fezes. Os registros foram realizados com uma câmera fotográfica Nikon P520 e um smartphone com
o aplicativo TimeStamp, que insere data, horário e georreferencia as fotos.

Para análise dos resultados faunísticos foram utilizados os softwares Past e Excel. O Past foi utilizado
para confecção das curvas de rarefação, que mostram como se comporta a riqueza em função do
esforço amostral e para estimar a riqueza de espécies com os estimadores Jackknife 1 e Chao 2. O Excel
foi utilizado para compor as tabelas de espécies e gráficos de barras.

165
Especificamente para Avifauna, a curva de rarefação foi construída com base nas listas produzidas,
enquanto abundância e frequência de ocorrência foram obtidas por meio dos dados de pontos de
escuta. A abundância foi calculada através do Índice Pontual de Abundância (IPA), conforme a equação
IPA = Ni x Pt, onde Ni é o número de contatos com uma espécie e Pt é o número total de pontos
amostrais. Para Mastofauna e Herpetofauna, foi utilizada a Abundância Relativa, dada pelo número de
avistamento dos indivíduos de uma espécie (Ni) em relação ao número total de indivíduos da
comunidade naquele local ou na amostragem (N), representada por Ni/N.

A frequência de ocorrência da Avifauna foi obtida através do número de contatos com a espécie
presentes em cada amostra. Foi calculado o Índice de Similaridade de Jaccard para obter o grau de
semelhança entre as áreas de habitats (Área Antropizada, Área Arbustiva e Área Arborizada) das
comunidades de aves diagnosticadas na campanha. Para a Mastofauna foram comparados os dias de
captura em armadilhas e para a Herpetofauna foram comparados os transectos utilizados.

a) Mastofauna

Para o levantamento de dados primários relativos às espécies de mamíferos na área, além da busca
ativa, que consiste em buscas por indivíduos e vestígios, foi utilizada a seguinte metodologia específica:

- Armadilhamento fotográfico: a investigação da Mastofauna presente nas áreas de influência do


empreendimento foi feita através da instalação de armadilhas fotográficas (camera traps), como
evidencia a Figura 197, e foi realizada no período 26 a 30 de junho de 2023, totalizando
aproximadamente 720 horas de captação. Ao longo do período de cinco dias de amostragem foram
utilizadas seis câmeras fotográficas modelo HC-801A/B (Figura 198). As câmeras, com sensor de
movimento e visão noturna, foram posicionadas em pontos estratégicos (corpos hídricos, tocas,
lugares com indicativo de fezes) ao longo da área (Tabela 56), com iscas odoríferas (mistura de
sardinha, abacaxi e tempero completo) no campo de visão da armadilha. Esse método é amplamente
utilizado para registrar a ocorrência de mamíferos, mas também podem captar aves e répteis de porte
maior. Ele permite uma amostragem qualitativa da Mastofauna e complementa a obtenção de dados
ecológicos, devendo ser associado com outras técnicas de amostragem e obtenção de dados (Srbek-
Araujo et al., 2017).

A Figura 199 apresenta a localização das câmeras instaladas durante o período de análise, também
representada em forma de prancha na Figura 200.

Tabela 56. Coordenadas dos pontos amostrais por área de influência


Pontos amostrais Coordenadas UTM – SIRGAS 2000 24 L Áreas de influência
LATITUDE LONGITUDE
ARM 01 9067596.18 221413.02 ADA
ARM 02 9066760.32 224121.98 ADA
ARM 03 9067099.48 224475.15 ADA
ARM 04 9064954.61 223818.95 ADA
ADA
ARM 05 9063738.30 224876.84 AID
ADA
ADA
ARM 06 9063426.54 226017.33 AII
ADA
ADA
ADA
ADA
ADA
ADA
ADA
ADA
AID
ADA
ADA 166
AID
ADA
AID
AII
ADA
AID
AII
AID
AII
AID
AII
AII
AII
Figura 197.Instalação da câmera. Figura 198. Câmera posicionada.

Figura 199. Localização das Câmeras Trap

167
Figura 200. Localização das Câmeras instaladas

168
b) Avifauna

Para o levantamento de dados primários relativos às espécies de aves na área, foram utilizadas as
metodologias de Ponto de escuta e Lista de Mackinnon, detalhadas a seguir:

- Ponto de escuta: foram determinados 20 pontos de escuta distribuídos espaçadamente 200m de um


para o outro ao longo das áreas de influência (Tabela 57). O observador permaneceu por 10 minutos
em cada ponto, onde contabilizou e identificou as espécies, como mostra a Figura 201. Ao finalizar, o
observador se desloca para o ponto seguinte e permanece o mesmo tempo;

- Lista de Mackinnon: esse método configura-se em uma amostragem qualitativa, no qual são
elaboradas listas de 10 espécies ao longo dos caminhamentos, conforme Figura 202. As espécies
visualizadas ou ouvidas foram registradas de forma a permitir análise da riqueza de espécies da área.

Tabela 57. Coordenadas dos pontos amostrais por áreas de influência


Pontos Amostrais Coordenadas Áreas de influência
LATITUDE LONGITUDE
PM 01 9063583.59 224718.38 ADA
PM 02 9063647.29 224442.23 ADA
PM 03 9064186.62 223704.54 ADA
PM 04 9066236.13 224395.60 ADA
PM 05 9066317.71 224701.14 ADA
PM 06 9066555.32 224030.56 ADA
PM 07 9066963.60 224375.94 ADA
PM 08 9067184.63 224714.87 ADA
PM 09 9068909.85 222821.41 ADA
PM 10 9068528.77 223457.15 ADA
PM 11 9068661.54 224076.12 ADA
PM 12 9067563.30 221415.07 ADA
PM 13 9062929.75 224285.25 ADA
PM 14 9068038.71 224162.14 ADA
PM 15 9067958.22 223260.33 ADA
PC 16 9063139.46 226019.16 AID
PC 17 9062567.02 225287.11 AID
PC 18 9066942.19 220914.06 AID
PC 19 9061157.16 223808.14 AII
PC 20 9070572.28 226055.04 AII

169
Figura 201. Ponto de escuta. Figura 202. Ponto de avistamento.
c) Herpetofauna

Para o levantamento de dados primários relativos às espécies de répteis e anfíbios na área, foram
utilizadas as metodologias de Busca auditiva e Busca por caminhamento, conforme descritas a seguir:

- Busca auditiva: As buscas auditivas por pontos foram empregadas para o diagnóstico de anfíbios,
sendo executadas no período noturno (Figura 203). O observador realizou dois pontos, onde
permaneceu por 30 minutos em cada (Tabela 58), registrando visual e auditivamente as espécies.

- Busca ativa por caminhamento: a busca ativa por caminhamento (transectos), foi realizada nos
períodos diurno e noturno, ao longo de cinco transectos, cada um com extensão de 500m (Tabela 59).
As buscas consistiram no vasculhamento de microambientes propícios para a herpetofauna (Figura
204), tais como: serapilheira, tronco em decomposição, cercas, bromélias, poças temporárias, buracos
e tocas no chão. Registros ocasionais durante as atividades de campo, como répteis e anfíbios vivos ou
mortos e rastros e/ou ecdises, também foram inseridos no estudo.

Tabela 58. Coordenadas dos pontos amostrais por área de influência


Pontos amostrais Coordenadas Áreas de influência
LATITUDE LONGITUDE
PAB 01 9069086.87 222864.04 AID
PAB 02 9064806.96 221359.85 AID
PAB 03 9064305.93 225274.98 AID

Tabela 59. Busca ativa por transectos nas áreas de influência


Transectos Coordenadas Áreas de influência
LATITUDE LONGITUDE LATITUDE LONGITUDE
TRANS 01 9067495.00 223120.00 9067790.00 223513.00 ADA
TRANS 02 9066656.00 224130.00 9066992.00 224489.00 ADA
TRANS 03 9066340.00 224247.00 9066307.00 224745.00 ADA
TRANS 04 9063919.00 223565.00 9064323.00 223766.00 ADA
TRANS 05 9064999.00 223905.00 9065294.00 224288.00 ADA

170
Figura 203. Busca auditiva para diagnóstico de anfíbios. Figura 204. Busca ativa por caminhamento.

7.2.2.2 Resultados do Levantamento Faunístico

A seguir, serão apresentados os resultados obtidos para cada grupo da fauna durante as campanhas
de prospecção.

a) Mastofauna

A Caatinga atualmente abriga 183 espécies de mamíferos, sendo 45 de médio e grande porte e 11
delas endêmicas, sendo grande parte representada por roedores e morcegos (Carmignotto e Astúa et
al., 2017 e Garda et al., 2018). Dentre os Biomas brasileiros, a Caatinga possui menos estudos
relacionados à mastofauna, contudo, essa perspectiva vem mudando com o aumento do interesse em
catalogar as espécies e compreender as interações entre o meio biótico e abiótico. Além disso, com o
advento de novas tecnologias, como o armadilhamento fotográfico, o número de inventários e
investigações ecológicas vem crescendo nos últimos anos (Marinho et al., 2018). Porém, boa parte
deste Bioma segue desconhecido ou subamostrado.

A mastofauna registrada em campo foi composta por 14 espécies, sendo 12 registradas diretamente
(observação e vestígios) e quatro citadas em entrevistas com a comunidade, a exemplo do Punaré
(Thrichomys laurentius), Preá (Galea spixii), Veado-catingueiro (Subulo gouazoubira) e Mocó (Kerodon
rupestris). Na campanha de caminhamento na área, em que foram buscados vestígios da presença de
animais da mastofauna, foram observadas pegadas de Guaxinim (Procyon cancrivorus, Figura 205) e
fezes de Preá (Galea spixii, Figura 206). Foram incluídas na lista quatro espécies obtidas via dados
secundários provenientes de estudos regionais citados anteriormente, totalizando 18 espécies de
mamíferos registradas para as áreas de influência do empreendimento.

171
Figura 205. Pegada de guaxinim (Procyon cancrivorus) Figura 206. Fezes de preá (Galea spixii)

A Figura 207 apresenta o registro de algumas espécies identificadas na área do empreendimento,


obtidas durante o monitoramento da fauna.

172
Tabela 60. Lista de espécies de mastofauna com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do empreendimento segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e dados de
estudos regionais.
Categoria de ameaça
Família Nome científico Nome comum Hábito1 End. Forma de registro5 Área (ADA, AID, AII)
CITES2 IUCN3 MMA4
Didelphidae Didelphis albiventris cassaco Sa N AF, BI-2,3 ADA - - -
Dasypodidae Euphractus sexcinctus tatu-peba Te/Fo N AF, BI-1 ADA - - -
Tolypeutes tricinctus tatu-bola Te/Fo N BI-1 - - VU EN
Dasypus novemcinctus tatu-galinha Te/Fo N BA, BI-1,3 ADA - - -
Dasypus septemcinctus tatu Te/Fo N BI-1 - - - -
Echimyidae Thrichomys laurentinus punaré Te N EN, BI-1,3 - LC
Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla tamanduá Te N AF, BI-1 ADA - LC LC
Callithricidae Callithrix jacchus sagui Arb N AF, BI-1 ADA - - -
Caviidae Galea spixii preá Te N EN, VE, BI-1,3 ADA - - -
Kerodon rupestris mocó Te S EN, BA, BI-1 ADA LC VU
Cervidae Subulo gouazoubira veado-catingueiro Te N EN, BI-1,3 - - - -
Canidae Cerdocyon thous raposa Te N AF, BI-1,2,3 ADA - - -
Felidae Herpailurus yagouaroundi gato-mourisco Te N BA, BI-1 ADA Ap. I e II LC VU
Leopardus pardalis jaguatirica Te N BI-2 - Ap. I LC -
Leopardus emiliae gato-do-mato Te N AF, BI-1,3 ADA Ap.I VU EN
Procyonidae Procyon concrivorus guaxinim Te N VE, BI-3 ADA - - -
Mephitidae Conepatus semistriatus jaritataca Te N BI-1,3 - - - -

Dasyproctidae Dasyprocta sp. cutia Te N AF ADA - LC -


¹Hábito:Te (Terrícola); Arb (Arborícola); Sa (Semi-arborícola); Fo (Fossorial); Sax (Saxícola); Aq (Aquático). ²Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de
Extinção - CITES 2019 (www.cites.org): Ap. I (apêndice I), Ap. II (apêndice II); ³Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN 2019
(www.iucnredlist.org): EN (Em Perigo), VU (Vulnerável), CR (Criticamente Ameaçado); LC (Pouco Preocupante), DD (Deficiente de Dados); 4Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
(Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022); 5Forma de registro: EN (Entrevista), BA (Busca Ativa), RO (Registro Ocasional), VO (Vocalização), AF (Armadilha Fotográfica), VE (Vestígio), BI (Referências
Bibliográficas:1 ATLANTIC ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A., 2 BIOMETRIA CONSULTORIA E PROJETOS , 3 INTERNACIONAL ENERGIAS RENOVÁVEIS LTDA- IER

173
Figura 207. Planta levantamento da Mastofauna

174
Da mastofauna registrada diretamente em campo, 12 são espécies de hábito terrestre e duas são
semiarborícolas ou arborícolas, distribuídas em oito famílias (Gráfico 25). A família Felidae teve dois
indivíduos representantes e as demais tiveram apenas um indivíduo. As espécies registradas são
comuns na região do estudo, com aparições frequentes, e possuem ampla distribuição geográfica,
ocorrendo em áreas com cobertura vegetal e em áreas antropizadas.

2,5

2
Quantidade

1,5

0,5

Gráfico 25. Classificação dos mamíferos registrados em campo quanto às famílias (ECOENG, 2023).

A curva cumulativa de espécies obtida para a mastofauna (Gráfico 2) aponta para uma não
estabilização. Esse fator ocorre devido à baixa riqueza registrada em campo e suas baixas densidades
populacionais, portanto, os resultados obtidos podem ser enriquecidos a partir de novas campanhas
de amostragem. Para comprovar essa possibilidade, elaborou-se uma análise com os estimadores de
riqueza Jackknife 1 e Chao 2 que, por sua vez, corroboraram essa possibilidade, com estimativas de 14
e 12 espécies para a área, respectivamente.

16
14 14
12 12
10 10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6

Curva jackknife 1 chao 2

Gráfico 26. Curva do coletor e estimadores de riqueza da mastofauna terrestre (ECOENG, 2023).

Os valores referentes aos parâmetros de diversidade podem ser consultados na Tabela 61. Com
relação aos índices de biodiversidade, o índice de Shannon-Weiner obtido foi H’=1,00, indicando uma
baixa diversidade; o índice de Simpson foi de D=0,56, indicando uma baixa dominância na comunidade;
175
e o índice de equitabilidade de Pielou foi de J=0,91, indicando uma boa uniformidade da distribuição
dos indivíduos entre as espécies existentes.

Tabela 61. Parâmetros de diversidade da comunidade de mastofauna.


Parâmetro Valor
Riqueza absoluta (n) 16
Riqueza (Jackknife) 14
Riqueza (Chao 2) 12
Diversidade Shannon H’ 1,00312
Diversidade Simpson 0,56534
Equitabilidade 0,91754

Com relação à abundância relativa (AR) das espécies da mastofauna diagnosticada para área do
empreendimento, temos Cerdocyon thous com AR= 2; Didelphis albiventris com AR= 0,6; Dasyprocta
sp. com AR= 0,6 e; as demais espécies com valores de AR abaixo de 0,4, conforme Gráfico 3, sendo
Cerdocyon thous a mais abundante, seguida por Didelphis albiventris e Dasyprocta sp.

2,5

2
Abundância relativa

1,5

0,5

0
Cerdocyon Euphractus Leopardus Tamandua Dasyprocta sp Didelphis Herpailurus Dasypus
thous sexcinctus emiliae tetradactyla albiventris yagouaroundi novemcinctus

Espécies

Gráfico 27. Abundância Relativa das espécies de mamíferos registrados durante o diagnóstico faunístico (ECOENG,
2023).

Com relação à abundância absoluta ou número de indivíduos por espécie, Cerdocyon thous foi a mais
frequente durante o diagnóstico, seguida por Didelphis albiventris e Dasyprocta sp (Gráfico 28).

12

10

0
Cerdocyon Euphractus Leopardus Tamandua Dasyprocta Didelphis Herpailurus Dasypus
thous sexcinctus emiliae tetradactyla aguti albiventris yagouaroundi novemcinctus

Gráfico 28. Números de registros feitos em campo, durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

176
Por meio da análise de similaridade, obtida via índice de Jaccard, pode-se observar a formação de um
agrupamento entre o segundo e quarto dias de campo, com percentagem de similaridade acima de
50% (Gráfico 5). De acordo com Kent e Coker (1992), os valores maiores ou iguais a 0.5 indicam alta
similaridade, mostrando assim que eles detêm alta similaridade entre si e diferem dos demais.

Gráfico 29. Similaridade entre os dias de campo durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

Houve o registro de quatro espécies categorizadas em algum grau de ameaça de extinção. Contudo,
apenas três foram encontradas nas áreas de influência do empreendimento, o gato-mourisco
(Herpailurus yagouaroundi), o gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae) e o mocó (Kerodon
rupestris). Já o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) foi registrado por meio de dados secundários.
Herpailurus yagouaroundi está categorizada na lista MMA (2022) como Vulnerável (VU) e na lista IUCN
(2022) como Pouco preocupante (LC). Leopardus emiliae encontra-se classificado na lista do MMA
(2022) como Em Perigo (EN) e na lista IUCN (2022) como Vulnerável (VU). Kerodon rupestris encontra-
se classificado na lista do MMA (2022) como Vulnerável (LC) e como Pouco Preocupante (LC) na lista
IUCN (2022). Por fim, Tolypeutes tricinctus se encontra como Em Perigo (EN) na lista do MMA (2022) e
como Vulnerável (VU) na lista IUCN (2022).

Em relação à presença de espécies na Lista CITES (2022), temos para a área de estudo uma classificada
no Anexo II da referida lista, Cerdocyon thous, e três espécies classificadas no Anexo I, Leopardus
emiliae, Herpailurus yagouarouindi e Leopardus pardalis.

Em relação ao endemismo, destacamos Kerodon rupestris como uma espécie endêmica da Caatinga
(Bonvicino et al., 2008). É bastante ameaçada pela caça, tendo suas populações extremamente
reduzidas ou extintas em áreas densamente povoadas da Caatinga. A presença destes animais em
áreas rochosas é sinal de que a área apresenta certo grau de conservação.

Houve ainda por meio de entrevista o registro do veado-catingueiro Subulo gouazoubira e da cutia
Dasyprocta sp., registrados diretamente do campo, cuja pressão da caça esportiva ou de subsistência,
177
predação por cães ferais e incidência de patógenos vêm causando o declínio populacional dessas
espécies, levando também a extinções locais em áreas mais perturbadas na Caatinga (Bezerra et al.,
2014).

Evidenciamos que, dentre as espécies da região que despertam o interesse cinegético, ou seja,
espécies alvo da atividade de caça, estão Subulo gouazoubira, Dasyprocta sp., Euphractus sexcinctus,
Galea spixii e Trichomyus laurentius. Destaca-se ainda a importância dos subprodutos de Subulo
gouazoubira na crença popular, sendo utilizados na farmacologia local.

As espécies de interesse epidemiológico, ou seja, aquelas relacionadas à proliferação de doenças


infecciosas ou doenças zoonóticas, presentes na região foram Didelphis albiventris, Euphractus
sexcinctus, Galea spixii, Trichomyus laurentius e Cerdocyon thous. Estas podem ser acometidas por
doenças transmissíveis e que provocam proliferação em humanos, como mal de chagas (para Didelphis
albiventris), raiva (para todos os da ordem Carnivora), leishmaniose (para todos os canídeos e felídeos)
e hanseníase (para Euphractus sexcinctus).

As espécies indicadoras de qualidade ambiental encontradas na área de empreendimento foram o


gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae), o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi), o veado-
catingueiro (Subulo gouazoubira) e o mocó (Kerodon rupestris). A presença dessas espécies indica que
a área apresenta um bom grau de conservação. Contudo, a presença de animais domésticos próximos
à área do empreendimento indica uma antropização crescente e, consequentemente, uma progressiva
diminuição da qualidade ambiental. Estes animais domésticos podem potencialmente competir por
recursos com a fauna nativa e serem vetores de doenças para a mesma.

b) Mastofauna Alada

Os estudos e pesquisas acerca da ecologia e biologia da fauna de quirópteros tem avançado em


diversas áreas do Brasil nos últimos anos, todavia, o bioma Caatinga encontra-se deficitário de
trabalhos publicados nesse tema (Gregorin et al., 2008). Os morcegos são animais importantes para o
estabelecimento do equilíbrio ambiental, sendo classificados como bioindicadores. Com sua dieta
diversificada (nectarívoros, hematófagos e frutívoros), ocupam diversos níveis tróficos, alimentando-
se de frutos, insetos, sangue, partes de plantas, pólen, néctar e de vertebrados como peixes, anfíbios,
répteis e outros morcegos. Além disso, podem ser onívoros, generalistas e oportunistas. Os morcegos
realizam ainda importantes serviços ecossistêmicos, como a polinização, o controle biológico e a
dispersão de sementes, além de possuírem relevância médica.

No Brasil são reconhecidas as ocorrências de 182 espécies de morcegos, sendo cerca de 90 espécies
presentes na Caatinga, o que representa 50% da diversidade de morcegos do país. Destas, apenas três
são endêmicas (Xeronycteris vieirai, Lonchophylla inexpectata e Chiroderma vizottoi).

Os dados secundários obtidos para mamíferos alados mostram uma riqueza regional de pelo menos
79 espécies de morcegos (Tabela 62). A maior diversidade de espécies está na família Phyllostomidae,
com 42 espécies, seguida de Mollossidae, com 14 espécies. Dentre as espécies com provável

178
ocorrência na área do empreendimento, destacam-se Furipterus horrens (Figura 208) e Natalus
macrourus (Figura 209).

Figura 208. Furipterus horrens. Figura 209. Natalus macrourus.

Dentre as espécies ameaçadas de extinção, houve o registro de Natalus macrourus, classificada como
Vulnerável (VU) pela Portaria 148/2022 do MMA, e Furipterus horrens, classificada também como
Vulnerável (VU) pela mesma Portaria. Em relação ao endemismo, nenhuma espécie endêmica da
Caatinga foi registrada. Algumas espécies apresentam endemismo para o Brasil, todavia, a maioria
apresenta ampla distribuição.

No que se refere à importância médica, muitos morcegos podem apresentar soropositividade para o
vírus da raiva. Contudo, devido aos hábitos alimentares frugívoros, nectarívoros ou insetívoros, há um
baixo risco de contaminação de seres humanos, a não ser pela manipulação direta com o indivíduo
infectado, vivo ou morto. A exceção é o morcego hematófago Desmodus rotundus, que apresenta
importância médica e sanitária devido à sua preferência alimentar por sangue de mamíferos, o que o
configura como um potencial transmissor da raiva e de outras doenças como a histoplasmose, mal das
cadeiras, encefalite equina e brucelose.

179
Tabela 62. Lista de espécies da mastofauna alada com ocorrência esperada nas áreas de influência do empreendimento, com base em dados secundários.

Categoria de ameaça
Família Nome científico Nome comum Hábito alimentar End. Forma de registro³
IUCN1 MMA2
Emballonuridae Peropteryx macrotis morcego Insetívoro - BI-1,3 LC -
Peropteryx sp. morcego Insetívoro - BI-3 LC -
Centronycteris maximiliani morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Diclidurus albus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Rhynchonycteris naso morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Saccopteryx bilineata morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Saccopteryx leptura morcego Insetívoro - BI-1,2 LC -
Furipteridae Furipterus horrens morcego Insetívoro - BI-1,2 LC VU
Molossidae Eumops sp. morcego Insetívoro - BI-1,3 LC -
Eumops auripendulus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Eumops delticus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Eumops perotis morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Molossus molossus morcego-de-cauda-grossa Insetívoro - BI-1,2,3 LC -
Molossus sp. morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Molossops temminckii morcego Insetívoro - BI-1,2 LC -
Molossus rufus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Neoplatymops mattogrossensis morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Nyctinomops sp. morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Nyctinomops aurispinosus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Nyctinomops laticaudatus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Nyctinomops macrotis morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Promops centralis morcego Insetívoro - BI-3 LC -
Natalidae Natalus macrourus morcego-orelha-de-funil Insetívoro - BI-1 NT VU
Noctilionidae Noctilio albiventris morcego-pescador Insetívoro - BI-1,3 LC -
Noctilio leporinus morcego-pescador Insetívoro - BI-1,3 LC -
Phyllostomidae Glossophaga soricina morcego-beija-flor Nectarívoro - BI-1,2 LC -
Artibeus planirostris morcego Frugívoro - BI-1,2 LC -
Anoura geoffroyi morcego-focinhudo Nectarívoro - BI-1,2 LC -
Artibeus lituratus morcego-de-cara-branca Frugívoro - BI-2 LC -
Artibeus fimbriatus morcego-de-cara-branca Frugívoro - BI-2 LC -
Artibeus obscurus morcego Frugívoro - BI-2 LC -
Chiroderma villosum morcego Frugívoro - BI-2 LC -
Chiroderma sp. morcego Frugívoro - BI-2 LC -
Desmodus rotundus morcego-vampiro Hematófago - BI-1,2 LC -
Diphylla eucadata morcego-vampiro-de-perna-peluda Hematófago - BI-2 LC -
Dermanura cinérea morcego Frugívoro - BI-2 LC -
Micronycteris megalotis morcego Insetívoro - BI-2 LC -
Micronycteris sanborni morcego Insetívoro - BI-2 LC -
Diphylla ecaudata morcego-vampiro Hematófago - BI-1 LC -
Carollia perspicillata morcego Frugívoro - BI-1,2 LC -
Carollia brevicauda morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Chrotopterus auritus morcego-orelhudo Carnívoro - BI-1 LC -
Diaemus youngii morcego-vampiro-de-asas-brancas Hematófago - BI-1 LC -
Macrophyllum macrophyllum morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Lophostoma brasiliense morcego Onívoro - BI-2 LC -
Lophostoma silvicolum morcego Onívoro - BI-2 LC -
Lophostoma carrikeri morcego Onívoro - BI-2 LC -
Lonchorhina aurita morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Micronycteris minuta morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Mimon bennettii morcego Onívoro - BI-1,2 LC -
Mimon crenulatum morcego Onívoro - BI-2 LC -
Gardnerycteris crenulatum morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Gardnerycteris sp. morcego Insetívoro - BI-1 LC -

180
Phylloderma stenops morcego Onívoro - BI-1 LC -
Phyllostomus elongatus morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Phyllostomus hastatus morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Platyrrhinus lineatus morcego-de-linha-branca Frugívoro - BI-1,2 LC -
Phyllostomus discolor morcego Onívoro - BI-1,2 LC -
Rhinophylla pumilio morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Sturnira lilium morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Sturnira tildae morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Tonatia maresi morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Trachops cirrhosus morcego Onívoro - BI-1 LC -
Trinycteris nicefori morcego Insetívoro - BI-2 LC -
Vampyrum spectrum morcego-espectral Carnívoro - BI-2 NT -
Uroderma bilobatum morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Uroderma magnirostrum morcego Frugívoro - BI-1 LC -
Mormoopidae Pteronotus gymnonotus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Pteronotus personatus morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Thyropteridae Thyroptera tricolor morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Vespertilionidae Eptesicus furinalis morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Histiotus velatus morcego-orelhudo Insetívoro - BI-1 LC -
Lasiurus ega morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Lasiurus blossevilli morcego-vermelho Insetívoro - BI-1 LC -
Myotis lavali morcego-borboleta Insetívoro - BI-3 LC -
Myotis albescens morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Myotis nigricans morcego-borboleta Insetívoro - BI-2 LC -
Myotis riparius morcego Insetívoro - BI-1 LC -
Rhogeessa hussoni morcego Insetívoro - BI-1 LC -
¹Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN 2019 (www.iucnredlist.org): EN (Em Perigo), VU (Vulnerável), NT (Quase Ameaçada), CR (Criticamente Ameaçado); LC (Pouco Preocupante), DD (Deficiente de Dados);
²Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022); ³Forma de registro: EN (Entrevista), BA (Busca Ativa), RO (Registro Ocasional), VO (Vocalização), AF (Armadilha Fotográfica), VE (Vestígio), BI (Referências
Bibliográficas: 1 ATLANTIC ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A., 2 BIOMETRIA CONSULTORIA E PROJETOS , 3 INTERNACIONAL ENERGIAS RENOVÁVEIS LTDA- IER

181
c) Avifauna

A avifauna constitui um dos mais conhecidos e diversos grupos de vertebrados, apresentando ampla
distribuição e relevância ecológica. No Brasil, há um total de 1.971 espécies (18,2% da diversidade
mundial), das quais 293 são endêmicas (CBRO, 2023). Já o bioma Caatinga possui cerca de 548 espécies
de pássaros pertencentes a 74 famílias, representando 28,6% do total do número de espécies do Brasil
(Araújo e Silva, 2017).

A avifauna registrada em campo teve um total de 86 espécies para o estudo em dados primários. A
riqueza de aves obtida pelos dados secundários na comunidade científica WikiAves mostra, nas regiões
circunvizinhas da instalação do empreendimento, registros de pelo menos 94 espécies para o
município de Queimada Nova/PI e 123 espécies para o município de Lagoa do Barro do Piauí/PI
(WikiAves, 2023). Neste estudo foram contabilizadas apenas as dez famílias mais representativas,
sendo Tyrannidae a de maior riqueza (11 espécies), seguida por Thraupidae e Columbidae, ambas com
sete espécies cada.

Figura 210. Gaviãozinho. (Gampsonyx swainsonii). Figura 211. Garça-pequena (Egretta thula).

Figura 212. Gavião-caramujeiro. (Rostrhamus sociabilis). Figura 213. asa-de-telha-pálido (Agelaioides fringillarius).

182
Figura 214. Caburé (Glaucidium brasilianum). Figura 215. Alma-de-gato (Piaya cayana).

Figura 216. Papa-lagarta-acanelado (Coccyzus Figura 217. Bico-chato-amarelo


melacoryphus). (Tolmomyias flaviventri).

Figura 218. Bacurauzinho-da-caatinga (Nyctidromus Figura 219 Quiriquiri (Falco sparverius).


hirundinaceus).

183
Figura 220. Planta com a espécies de avifauna identificadas na área do empreendimento

184
Tabela 63. Lista de espécies de aves com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do empreendimento segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e
dados de estudos regionais.
Categoria de
Área de
ameaça
Status de Forma de ocorrência
Família Nome científico Nome popular Hábito End.
migração registro (ADA, AID,

MMA
CITES

IUCN
AII)
Accipitridae Rupornis magnirostris gavião-carijó Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA, AID Ap.II LC -
Rostrhamus sociabilis gavião-caramujeiro Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA Ap.II - -
Heterospizias meridionalis gavião-caboclo Aa - Re VO, BA, BI-1,2,3 AID, AII Ap.II - -
Ardeidae Egretta thula garça-branca-pequena Aa - Re BA, BI-1,2 AID - LC -
Ardea alba garça-branca-grande Aa - Re BA, BI-1,3 AID - LC -
Bucconidae Nystalus maculatus rapazinho-dos-velhos Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Cariamidae Cariama cristata seriema Aa - Re VO, BI-1,3 ADA - LC -
Cathartidae Coragyps atratus urubu-preto Aa - Re BA, BI-1,2,3 AID, ADA - LC -
Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Caprimulgidae Hydropsalis torquata bacurau-tesoura Aa - Re BA, BI-3 ADA - LC -
Hydropsalis parvula bacurau-chitã Aa - Mig BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Nyctidromus hirundinaceus bacurauzinho-da-caatinga Aa - Res BA, BI-1 ADA - LC -
Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero Aa - Re BA, BI-1,2,3 AID - LC -
Columbidae Columbina picui rolinha-picuí Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Columbina squammata rolinha-fogo-apagou Aa - Re VO, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Columbina talpacoti rolinha-roxa Aa - Re BI-1,2,3 AID - LC -
Columbina minuta rolinha-minuta Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Leptotila verreauxi juriti Ge - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Zenaida auriculata avoante Aa - Re VO, BI-1,2 ADA, AII - LC -
Patagioenas picazuro asa-branca Aa - Re BA, BI-1 ADA - LC -
Cracidae Ortalis superciliaris aracauã-de-sobrancelhas Fl - Re VO ADA - LC -
Corvidae Cyanocorax cyanopogon gralha-cancã Ge - Re BA, BI-1,3 ADA - LC -
Cuculidae Guira guira anu-branco Aa - Re BA, BI-1,3 ADA - LC -
Crotophaga ani anu-preto Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Coccyzus melacoryphus papa-lagarta-acanelado Aa - Mig BA, BI-1,3 ADA, AII - LC -
Piaya cayana alma-de-gato Ge - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Dendrocolaptidae Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado - - Re BA, BI-1,2 ADA LC
Falconidae Falco sparverius quiriquiri Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA Ap.II LC -
Micrastur ruficollis gavião-caburé Aa - Re VO, BI-1 ADA Ap.II LC -

185
Categoria de
Área de
ameaça
Status de Forma de ocorrência
Família Nome científico Nome popular Hábito End.
migração registro (ADA, AID,

MMA
CITES

IUCN
AII)
Milvago chimachima falcão-carrapateiro Aa - Re BA, BI-1,3 AID Ap.II LC -
Caracara plancus carcará Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA Ap.II LC -
Herpetotheres cachinnans acauã Ge - Re BA, BI-1,2 ADA, AID Ap. II LC
Fringillidae Euphonia chlorotica fim-fim Ge - Re BA, VO, BI-1,3 ADA - LC -
Furnariidae Pseudoseisura cristata casaca-de-couro Ge S Re BA, VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Furnarius rufus joão-de-barro Ge - Re VO, BI-1 ADA - LC -
Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora Aa - Mig BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Icteridae Icterus jamacaii corrupião Ge S Re BA, BI-1,3 ADA, AID - LC -
Icterus pyrrhopterus encontro Ge - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Molothrus bonariensis chupim Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Agelaioides fringillarius asa-de-telha-pálido Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo Aa - Re BA, BI-1,3 AID, ADA - LC -
Passeridae Passer domesticus pardal Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Passerellidae Zonotrichia capensis tico-tico Aa - Re BA, BI-1 ADA - LC -
Picidae Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Picumnus pygmaeus picapauzinho-pintado Fl - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Veniliornis passerinus pica-pau-pequeno Ge - Re BA, BI-1,3 ADA - LC -
Polioptilidae Polioptila atricapilla balança-rabo-do-nordeste Ge - Re BA, BI-1,2 ADA, AID - LC -
Psittacidae Eupsittula cactorum periquito-da-caatinga Ge S Re BA, VO, BI-1,2 ADA Ap.II LC -
Amazona aestiva papagaio-verdadeiro Fl - Re VO, BI-1 AID Ap.II NT -
Amazona amazonica papagaio-do-mangue Fl - Re VO ADA Ap.II LC -
Forpus xanthopterygius tuim Aa - Re BA, VO, BI-1,2,3 ADA Ap.II LC -
Rhynchocyclidae Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo Fl - Re VO, BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio Ge - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-de-olho-de-ouro Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Scolopacidae Tringa solitaria maçarico-solitário Aa - Re BA, BI-1,2 ADA, AII - LC -
Strigidae Athene cunicularia coruja-buraqueira Aa - Re BA, VO, BI-1,2,3 ADA Ap.II LC -
Glaucidium brasilianum caburé Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Formicivora melanogaster formigueiro-de-barriga-preta Fl - Re BA, VO, BI-1 ADA - LC -
Taraba major choró-boi Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Thamnophilus doliatus choca-barrada Ge - Re VO, BI-1,2 ADA - LC -

186
Categoria de
Área de
ameaça
Status de Forma de ocorrência
Família Nome científico Nome popular Hábito End.
migração registro (ADA, AID,

MMA
CITES

IUCN
AII)
Thraupidae Coryphospingus pileatus tico-tico-rei-cinza Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Paroaria dominicana cardeal-do-nordeste Ge S Re BA, BI-1,3 ADA - LC -
Sporophila albogularis golinho Ge S Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Thraupis sayaca sanhaço-cinzento Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Thraupis palmarum sanhaço-do-coqueiro Ge - Re VO, BI-1 ADA - LC -
Sicalis flaveola canário-da-terra Ge - Re VO, BI-1 AID - LC -
Coereba flaveola sibite Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Tinamidae Crypturellus parvirostris inhambu-chororó Aa - Re VO, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Nothura maculosa codorna-amarela Aa - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Trochilidae Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho Ge - Re BA, BI-1,2,3 AII, ADA Ap.II LC -
Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA Ap.II LC -
Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra Aa - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Cantorchilus longirostris garrinchão-do-bico-grande Aa - RE BA, BI-1 ADA, AID - LC -
Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira Aa - Re BA, VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Tyrannidae Pitangus sulphuratus bem-te-vi Aa - Mig BA, VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Myiarchus tyrannulus maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado Ge - Res BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Phaeomyias murina bagageiro Aa - Nd VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Tyrannus melancholicus suiriri Aa - Mig BA, VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Myiozetetes similis bentevizinho Ge - Res BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
Xolmis irupero noivinha Ge - Res BA, BI-1 ADA - LC -
Empidonomus varius peitica Ge - Mig BA, BI-1,3 ADA - LC -
Sublegatus modestus guaracava-modesta Ge - Mig VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro Aa - Re BA, VO, BI-1,2,3 ADA, AID - LC -
Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu Fl - Re VO, BI-1,2,3 ADA - LC -
Vireo chivi juruviara Fl - Mig VO, BI-1,2,3 AII - LC -
Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari Ge - Re BA, BI-1,2,3 ADA - LC -
¹Hábito: Aa – Áreas Abertas, Ge – Generalista, Fl – Florestal. ²Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção - CITES 2019
(www.cites.org): Ap. I (apêndice I), Ap. II (apêndice II); ³Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN 2019
(www.iucnredlist.org): EN (Em Perigo), VU (Vulnerável), NT (Quase Ameaçada), CR (Criticamente Ameaçado); LC (Pouco Preocupante), DD (Deficiente de Dados); 4Lista Nacional Oficial de Espécies
da Fauna Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022), 5Forma de registro: EN (Entrevista), BA (Busca Ativa), RO (Registro Ocasional), VO (Vocalização), AF (Armadilha
Fotográfica), VE (Vestígio), BI (Referências Bibliográficas: 1-ATLANTIC ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A., 2-BIOMETRIA CONSULTORIA E PROJETOS , 3-INTERNACIONAL ENERGIAS RENOVÁVEIS LTDA-
IER).
187
A família com maior riqueza registrada foi Tyrannidae, com 13 espécies, seguida por Thraupidae, com
9 espécies, Icteridae, com 7 espécies, Columbidae e Falconidae, ambas com 6 espécies,
Thamnophilidae, com 5 espécies, Picidae e Psittacidae, ambas com 4 espécies, Ardeidae e
Rhynchocyclidae, ambas com 3 espécies (Gráfico 30).

14
12
Número de representantes

10
8
6
4
2
0

Famílias
Gráfico 6. Número de espécies por família de avifauna (ECOENG, 2023).

A curva cumulativa de espécies obtida para a avifauna aproximou-se de uma estabilização. Com a
realização de novos estudos para a área, há essa possibilidade, comprovada através dos valores
obtidos nos estimadores de riqueza Jackknife 1 e Chao 2, com 103,1 e 95,99 espécies, respectivamente.
(Gráfico 31).

120

100 103,1
95,99
86
80

60

40

20

0
0 5 curva 10 jackknife 1 15 chao 2 20 25

Gráfico 7. Curva do coletor e estimadores de riqueza da avifauna (ECOENG, 2023).

Com relação aos índices de biodiversidade (Tabela 64), o índice de Shannon-Weiner obtido foi H’=2,80,
indicando uma alta diversidade; o índice de Simpson foi de D=0,92, indicando uma alta dominância na
comunidade; e o índice de equitabilidade de Pielou foi de J=0,94, indicando uma alta uniformidade da
distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes.

188
Tabela 64. Parâmetros de diversidade da comunidade de avifauna.
Parâmetro Valor
Riqueza absoluta (n) 86
Riqueza (Jackknife) 103,1
Riqueza (Chao 2) 95,99
Diversidade Shannon H’ 2,8044
Diversidade Simpson 0,925585
Equitabilidade 0,946825

O método do ponto de escuta proporcionou o registro de 86 espécies. Com relação à abundância das
espécies da avifauna, o Índice Pontual de Abundância (IPA) apontou Eupsittula cactorum (IPA= 3,7),
Paroaria dominicana (IPA= 3,4), Columbina picui (IPA= 2,75), Mimus saturninus (IPA= 2,7), Pitangus
sulphuratus (IPA= 2,65) e Coryphospingus pileatus (IPA= 2,15) como mais abundantes, conforme
Gráfico 32.
Índice Pontual de Abundância

4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0

Gráfico 8. Índice Pontual de Abundância das aves registradas durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

Com relação à abundância absoluta ou número de indivíduos por espécie, as aves mais abundantes
foram Eupsittula cactorum, Paroaria dominicana, Columbina picui, Mimus saturninus e Pitangus
sulphuratus (Gráfico 33).

80
70
60
50
40
30
20
10
0

Gráfico 33. Aves mais abundantes durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

189
As espécies mais frequentes em campo também foram Eupsittula cactorum, Paroaria dominicana,
Columbina picui, Mimus saturninus e Pitangus sulphuratus, como evidencia o Gráfico 34.
Frequência de ocorrência

16
14
12
10
8
6
4
2
0

Gráfico 34. Frequência de espécies de aves durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

Por meio da análise de similaridade, obtida via índice de Jaccard, pode-se observar os agrupamentos
formados no que diz respeito à similaridade dos habitats, tendo as áreas Arbustiva e Antropizada com
maior similaridade entre si, conforme o Gráfico 35. Os valores maiores ou iguais a 0,5 indicam alta
similaridade, mostrando assim que o grupamento formado por ambos os habitats demonstra alta
similaridade com a área Arborizada.

Área Arbustiva Área Antropizada Área Arborizada

Gráfico 35. Similaridade entre os habitats durante o diagnóstico avifaunístico (ECOENG, 2023)

Obteve-se um total de sete espécies consideradas endêmicas do Brasil, sendo cinco endêmicas da
Caatinga: Eupsittula cactorum, Pseudoseisura cristata, Icterus jamacaii, Paroaria dominicana e
Sporophila albogularis. Não houve ocorrência de nenhuma espécie classificada como ameaçada de
extinção, tanto pela lista da IUCN (2022) quanto pela Portaria 148/2022 do MMA.

190
As espécies de aves que despertam o interesse cinegético são: Nothura maculosa, Columbina picui,
Columbina minuta, Columbina talpacoti, Columbina squammata, Leptotila verreauxi. Já as espécies
alvo de captura para criação como animal de estimação, temos Eupsittula cactorum, Icterus jamacaii,
Paroaria dominicana, Coereba flaveola, Sporophila albogularis, Euphonia chlorotica e Turdus
rufiventris. Foram registradas 15 espécies que estão presentes no Apêndice II da lista CITES (2022):
Rupornis magnirostris, Rostrhamus sociabilis, Heterospizias meridionalis, Falco sparverius, Micrastur
ruficollis, Milvago chimachima, Caracara Plancus, Herpetotheres cachinnans, Eupsittula cactorum,
Amazona aestiva, Amazona amazonica, Forpus xanthopterygius, Athene cunicularia, Chrysolampis
mosquitos e Chlorostilbon lucidus.

As aves encontradas durante a realização das atividades de campo são em sua maioria consideradas
residentes (79 espécies), embora algumas possuam status de migrantes parciais e migrantes totais
(sete espécies). O papa-lagarta-de-asa-vermelha (Coccyzus americanos), por exemplo, é considerada
visitante sazonal. Já o urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura) é considerado vagante. Vale
ressaltar que as espécies consideradas como migrantes neste estudo são aquelas que se realizam
movimentações cíclicas na Caatinga, acompanhando o ciclo das chuvas. O empreendimento não se
encontra inserido nas Áreas Importantes para Aves Migratórias do Relatório de Rotas e Áreas de
Concentração de Aves Migratórias no Brasil (CEMAVE/ICMBio, 2020), conforme pode ser visualizado
na Figura 221.

191
Figura 221. Planta de localização das áreas de aves migratórias

192
d) Herpetofauna

A Caatinga abriga uma grande diversidade e muitos endemismos de répteis e anfíbios. São conhecidas
hoje 224 espécies de répteis, 30% delas endêmicas. Destas, temos 112 serpentes (22 endêmicas), 79
lagartos (38 endêmicas) e 23 anfisbênias (9 endêmicas). Dentre os anfíbios, são conhecidas 98
espécies, distribuídas em 12 famílias e, dentre estas, 20 foram consideradas endêmicas, porém apenas
quatro são restritas aos ambientes caracterizados pela vegetação xerofítica típica da Caatinga (Garda
et al., 2018).

No que se refere aos dados primários obtidos através de campanhas na área de estudo, durante o
caminhamento pelo local, foram registradas 15 espécies (Tabela 65), sendo quatro de anfíbios e 11 de
répteis. As famílias com maior riqueza de espécies foram Gekkonidae e Leptodactylidae, ambas com 3
espécies cada, seguidas por Tropiduridae, Colubridae e Teiidae com duas espécies cada, e Bufonidae,
Iguanidae e Viperidae, com uma espécie cada. As figuras a seguir exibem os registros fotográficos dos
da herpetofauna, bem como vestígios de sua presença na área de estudo.

Figura 222. Rã- assobiadora (Leptodactylus fuscus). Figura 223. Lagartixa (Tropidurus hispidus).

Figura 36. Jararaca-da-seca (Bothrops erythromelas). Figura 37. Sapo-cururu (Rhinella diptycha).

193
Figura 38. Rã (Leptodactylus macrosternum). Figura 39. Técnico na busca ativa.

Figura 38. Sapo-de-areia (Rhinella granulosa) Figura 38. Bribinha-da-caatinga (Lygodactylus klugei)

194
Figura 224. Prancha com as espécies de herpetofauna identificadas no estudo

195
Tabela 65. Lista de espécies de répteis e anfíbios com ocorrência confirmada ou esperada para as áreas de influência do
empreendimento segundo levantamentos de campo, consulta à literatura e dados de estudos regionais.
Família Nome científico Nome Háb. En Forma de Área Categoria de ameaça
comum registro5 CITES
IUCN3 MMA

Boidae Boa constrictor jiboia Te/Arb - BI-1,2 - LC -


Bufonidae Rhinella diptycha sapo-cururu Te - BA, BI-1,3 ADA, - LC -
AID
Rhinella granulosa sapo Te - BA, BI-1,3 AID - LC -
Chelidae Mesoclemmys cágado-do- Te - BI-2 - LC -
tuberculata nordeste
Colubridae Boiruna sertaneja cobra-preta Te - BI-3 - LC -
Dipsadidae Philodryas nattereri corre-campo Te/Arb - BA, BI-1,2 ADA - LC -
Gekkonidae Hemidactylus agrius briba-da- Te/Arb S BA, BI-2 AID - LC -
caatinga
Hemidactylus brasilianus briba Te/Arb - BI-1 - LC -
Lygodactylus klugei bribinha-da- Arb S BA ADA - LC -
caatinga
Gymnodactylus geckoides briba Te - BA AII - LC -
Gymnophthalmidae Vanzosaura multiscutata lagarto-de- Te/Arb - BI-1 - LC -
rabo-
vermelho
Hylidae Scinax x-signatus perereca-de- Arb - BI-1,3 - LC -
banheiro
Scinax fuscovarius perereca Arb - BI-3 - LC -
Iguanidae Iguana iguana iguana Arb - BA, BI-1, 3 ADA - LC -
Leptodactylidae Leptodactylus troglodytes rã cavadeira T - BI-1,3 - LC -
Leptodactylus fuscus rã- T - BA, VO, BI- AII - LC -
assobiadora 1,3
Leptodactylus rã-manteiga T - BA, BI-3 ADA, - LC -
macrosternum AII
Leptodactylus vastus rã-pimenta Te - BI-1,3 - LC -
Physalaemus cuvieri rã-cachorro Te - BA, BI-3 ADA - LC -
Physalaemus albifrons sapo Te - BI-1 - LC -
Physalaemus cicada sapo Te - BI-1 - LC -
Pleurodema diplolister sapinho-da- Te - BI-1 - LC -
areia
Mabuyidae Brasiliscincus heathi calango-liso Te - BI-2 - LC
Phyllodactylidae Phyllopezus pollicaris lagartixa-de- Te - BI-1, 2 - LC -
pedra
Sphaerodactylidae Coleodactylus lagarto Te - BI-3 - LC -
meridionalis
Teiidae Salvator merianae tejuaçu Te - BI-1,2,3 Ap.II LC -
Ameiva ameiva bico-doce Te - BA, BI-1,2,3 ADA, - LC -
AID
Ameivula ocellifera calango- Te - BA, BI-2,3 ADA - LC -
listrado
Gymnophthalmidae Micrablepharus calango-de- T/Arb - BI-1 LC -
maximiliani cauda-azul
Tropiduridae Tropidurus semetaeniatus lagartixa-de- Te S BA, BI-2 ADA LC -
lajedo
Tropidurus hispidus lagartixa SArb - BA, BI-1,2,3 ADA, - LC -
AID
Viparidae Bothrops erythromelas jararaca Te S BA AID - LC -
Taxonomia segue Sociedade Brasileira de Herpetologia-SBH (2019). ¹Hábito: Te (Terrícola); Arb (Arborícola); Bro (Bromelícola); Fo
(Fossorial); Sax (Saxícola); Aq (Aquático). ²Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres
Ameaçadas de Extinção - CITES 2019 (www.cites.org): Ap. I (apêndice I), Ap. II (apêndice II); ³Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de
Extinção da União Internacional para Conservação da Natureza - IUCN 2019 (www.iucnredlist.org): LC (pouco preocupante), DD
(Deficiente de Dados); 4Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022),
5Forma de registro: EN (Entrevista), BA (Busca Ativa), RO (Registro Ocasional), VO (Vocalização), AF (Armadilha Fotográfica), VE (Vestígio),

196
Família Nome científico Nome Háb. En Forma de Área Categoria de ameaça
comum registro5 CITES
IUCN3 MMA

BI (Referências Bibliográficas: 1-ATLANTIC ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A., 2-BIOMETRIA CONSULTORIA E PROJETOS, 3-INTERNACIONAL
ENERGIAS RENOVÁVEIS LTDA- IER).

As famílias com maiores riquezas de espécies registradas foram Leptodactylidae e Gekkonidae ambas
com três espécies cada, seguidas por Tropiduridae e Teiidae, com duas espécies cada, e as demais com
uma espécie cada, como evidencia o Gráfico 36.

3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0

Gráfico 36. Abundância de espécies por família da herpetofauna da área em estudo (ECOENG, 2023).

A curva cumulativa de espécies obtida para a herpetofauna se aproximou de uma assíntota, conforme
mostra o Gráfico 37. Porém, há possibilidade de outros registros de espécies no local, com estimativas
até 18,2 espécies, com o aumento dos estudos para área do empreendimento.

20
18,2
15 15,6
15

10

0
0 1 2 3 4 5 6
Curva Jackkinife 1 Chao 2

Gráfico 37. Curva do coletor e estimadores de riqueza da herpetofauna (ECOENG, 2023).

Em relação aos índices de biodiversidade (Tabela 66), o índice de Shannon-Weiner obtido foi H’=1,67,
indicando diversidade relativamente baixa; o índice de Simpson foi de D=0,77, indicando uma alta
dominância na comunidade; e o índice de equitabilidade de Pielou foi de J=0,91, indicando uma alta
uniformidade da distribuição dos indivíduos entre as espécies existentes.
197
Tabela 66. Índices de diversidade da Herpetofauna
Parâmetros Valor Parâmetros Valor
Riqueza absoluta (n) 15 Diversidade Shannon H’ 1,6744
Riqueza (Jackknife) 18,2 Diversidade Simpson 0,77254
Riqueza (Chao 2) 15,6 Equitabilidade 0,91174

Com relação à abundância relativa (AR) das espécies da herpetofauna diagnosticada para área do
empreendimento, temos Tropidurus hispidus (AR= 6), Ameivula ocellifera (AR= 4,4) e Tropidurus
semitaeniatus (AR= 4,4) como as mais abundantes, conforme Gráfico 38.

7
Abundância relativa

6
5
4
3
2
1
0

Gráfico 38. Abundância Relativa das espécies da herpetofauna registradas no diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

Com relação à abundância absoluta ou número de indivíduos por espécie, as três espécies citadas
anteriormente também foram as mais abundantes em termos absolutos (Gráfico 39).

16
14
12
10
8
6
4
2
0

Gráfico 39. Números de registros feitos em campo, durante o diagnóstico faunístico (ECOENG, 2023).

Por meio da análise de similaridade, obtida via índice de Jaccard, pode-se observar a formação de
agrupamentos entre os transectos cinco e seis e deles com o transecto 2, e um agrupamento entre od
transectos 1 e 4 (Gráfico 40). Os valores maiores ou iguais a 0,5 indicam alta similaridade.

198
Transectos

Gráfico 40. Similaridade entre os transectos durante o diagnóstico herpetofaunístico (ECOENG, 2023).

As espécies da herpetofauna registradas para a área do empreendimento não constam nas listas
oficiais de espécies ameaçadas de extinção.

A maioria das espécies são de ampla distribuição, embora haja os registros de quatro espécies
endêmicas do bioma Caatinga: Lygodactylus klugei, Hemidactylus agrius, Tropidurus semetaeniatus e
Bothrops erythromelas.

Em relação à importância médica, foram registradas três serpentes na área do estudo que podem
causar acidentes ofídicos: Philodryas nattereri, Micrurus ibiboboca e Bothrops erythromelas. Todavia,
Micrurus ibiboboca foi registrada apenas através de dados secundários e não na área do
empreendimento do presente estudo.

Algumas das espécies levantadas podem ser consideradas cinegéticas, uma vez que as comunidades
locais têm o hábito cultural da caça e consumo destes animais. Dentre estas estão o teiú (Salvator
merianae) e a Iguana (Iguana Iguana). O teiú está presente na lista CITES (2022), no Apêndice II.

e) Conclusões do Levantamento Faunístico

Para o presente estudo do empreendimento, após campanha de levantamento contemplando os


períodos diurno e noturno, foi possível verificar uma fauna composta predominantemente por
espécies de ampla distribuição geográfica e que apresentam certa plasticidade quanto a mudanças de
hábitats, ou seja, ocorrem em vários ambientes, especialmente nas savanas abertas.

199
Nas áreas de influência do empreendimento e na região como um todo foram registradas neste estudo
196 espécies de vertebrados, sendo 16 espécies da mastofauna terrestre, 79 de morcegos (ordem
Chiroptera), 86 de avifauna e 15 da herpetofauna (répteis e anfíbios).

Em relação ao endemismo, obteve-se uma espécie de mamífero endêmica da Caatinga, sete espécies
de aves endêmicas do Brasil (das quais cinco são endêmicas da Caatinga), e quatro espécies de répteis
endêmicos da Caatinga. Para anfíbios e morcegos não se registrou nenhuma espécie endêmica da
Caatinga. Foram registradas, ainda, sete espécies de aves migratórias, seis ave de interesse cinegético
e sete aves alvos de criação (xerimbabo). Para mamíferos, foram registradas seis espécies de interesse
cinegético e para répteis apenas uma espécie de interesse cinegético.

As aves migratórias presentes no diagnóstico faunístico são espécies que comumente se deslocam na
Caatinga seguindo o ciclo sazonal das chuvas. Estas não utilizam, portanto, as rotas de aves migratórias
apontadas pelo CEMAVE/ICMBIO (2020).

Dentre as espécies registradas neste estudo, três delas são consideradas como ameaçadas de extinção:
Leopardus emiliae (gato-do-mato), considerado “Em Perigo” e “Vulnerável” à extinção em caráter
nacional (MMA, 2022) e global IUCN (2023) respectivamente; Herpailurus yagouaroundi (jaguarundi)
considerado “Vulnerável” à extinção em caráter nacional (MMA, 2022); e Kerodon rupestris (mocó),
considerado “Vulnerável” à extinção em caráter nacional (MMA, 2022). Tendo em vista o processo de
fragmentação que se estabelecerá com a implantação do empreendimento, recomenda-se ações
específicas para o levantamento, monitoramento e conservação destas espécies. Destaca-se ainda a
importância da manutenção de ambientes críticos para tais espécies, que devem ser alvos de esforços
de conservação, como os lajeiros e ambientes rochosos, que são habitat de Kerodon rupestris, espécie
ameaçada, endêmica e cinegética.

As principais medidas mitigadoras a serem realizadas para instalação do empreendimento solar


fotovoltaico são a manutenção de habitats propícios para as espécies, evitando a supressão da
vegetação de áreas com fisionomia de savana estépica com diferentes estrados, a proibição de caça
na área do empreendimento e o desenvolvimento de medidas para evitar a mortalidade,
especialmente de aves e morcegos, por contato ou colisão com as placas solares, devendo ser realizado
o monitoramento afim de verificar a ocorrência de tais eventos em caso do licenciamento do
empreendimento.

200
7.3 Meio socioeconômico

Para o diagnóstico do meio socioeconômico da área de estudo, foram examinados os diferentes


aspectos antrópicos, os quais podem interferir na dinâmica do empreendimento. O objetivo foi
caracterizar as demografias municipais, juntamente com aspectos relacionados à infraestrutura
urbana, patrimônio histórico e cultural, presença de comunidades indígenas e quilombolas, estrutura
produtiva e de serviços, condições de saúde pública, configuração da paisagem e padrões de uso e
ocupação do solo.

O presente subcapítulo tem como objetivo à análise do contexto socioeconômico que circunda o
empreendimento em questão. Por meio de um diagnóstico detalhado, buscou-se compreender e
descrever os diferentes aspectos que compõem a realidade local e regional que afetam direta ou
indiretamente as áreas de influência previamente delimitadas. O diagnóstico aqui apresenta aborda
sete tópicos: aspectos demográficos, infraestrutura social e organizacional; patrimônio histórico,
cultural e arqueológico; estrutura produtiva e serviços; caracterização das condições de saúde e
doenças endêmicas; paisagem e uso e ocupação do solo.

Além disso, o foco principal de tal análise é conhecer as comunidades locais inseridas nas áreas de
influência e avaliar os possíveis impactos (positivos e negativos) associados ao empreendimento em
tela. Salienta-se que uma análise cuidadosa da realidade local, permitirá que as medidas mitigadoras
e compensatórias sejam mais efetivas na área.

Para efeitos deste estudo, os limites territoriais dos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada
Nova foram considerados como Área de Influência Indireta (AII) do meio socioeconômico. No que se
refere à Área de Influência Direta (AID) social, definiu-se um raio de 2000 metros ao redor da Área
Diretamente Afetada (ADA). Essa delimitação é apropriada, considerando a distância na qual os efeitos
provenientes do empreendimento poderão ser mais perceptíveis e intensos, visto o porte dele. Os
limites dessas áreas podem ser visualizados na Figura 225 e Figura 226 também representada em
formato de prancha na Figura 227.

Figura 225. AII do meio socioeconômico Figura 226. ADA e AID do meio socioeconômico

201
Figura 227. Áreas de influência – Meio socioeconômico

202
7.3.1 Metodologia para levantamento dos dados

Para o diagnóstico dos aspectos socioeconômicos foram utilizados como fonte de consulta, os
principais bancos de dados socioeconômicos do país e do estado do Piauí, como o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE); Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS);
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD); Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Anísio Texeira (INEP). Em relação aos dados estaduais foram utilizados principalmente os dados da
Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAPI) que abordam com maior detalhamento as questões
referentes a saúde e doenças.

Além da coleta de dados secundários realizadas em escritório, foram conduzidas coletas de dados
primários por meio de pesquisas de campo. Essas pesquisas envolveram visitas técnicas às áreas de
influência do empreendimento, onde foram realizadas entrevistas com moradores locais e gestores
municipais. Além disso, também foi realizado um levantamento do mobiliário urbano presente nas
sedes municipais. Salienta-se que os levantamentos de campo ocorreram entre 26 e 30 de junho de
2023. As figuras a seguir apresentam algumas entrevistas realizadas para a construção desse
diagnóstico.

Figura 228. Aplicação de questionário junto a moradores Figura 229. Aplicação de questionário junto a moradores

Figura 230. Aplicação de questionário junto a gestor Figura 231. Aplicação de questionário junto a gestor
municipal municipal
203
A localização dos pontos onde foram realizadas as entrevistas pode ser visualizada na Tabela 67 e sua
espacialização na Figura 232, também apresentada no formato de prancha na Figura 233. A Figura 234
e Figura 235 apresentam o distanciamento das comunidades em relação a ADA do empreendimento.

Tabela 67. Questionários Aplicados por localidade


Localidade Município Quant. Localidade Município Quant.
Barreiro da Roça 1 Alto do Vistoso 1
Caieira 1 Vargem Grande 1
Lagoa do Barro do Piauí
Tamburil 3 Baixão do Pedro 1
Extrema Lagoa do Barro do Piauí 1 Baixa Verde 1
Bela Vista 1 Lagoinha 1
Queimada Nova
Tanquinho 1 Bom Jardim 1
Conjunto Hab. João Elói 1

Figura 232. Localização das comunidades visitadas

Em relação as entrevistas com os gestores municipais elas foram aplicadas com os representantes de
Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova de três pastas, a saber: Secretaria Municipal de Assistência
Social, Secretaria Municipal da Fazenda e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura. As
entrevistas com os gestores municipais têm o objetivo de caracterizar a gestão municipal bem como
compreender a dinâmica geral do município. Para a aplicação das entrevistas com as comunidades e
com os gestores foi utilizado como ferramenta o aplicativo KoboCollect.
204
Figura 233. Localização dos pontos de realização das entrevistas

205
Figura 234. Distanciamento das comunidades em relação a ADA

206
Figura 235. Detalhamento da localização das comunidad es

207
7.3.2 Aspectos sociais e demográficos

Neste tópico serão apresentados e discutidos a caracterização dos aspectos sociais e demográficos
para a área de influência indireta do meio socioeconômico, ou seja, os dados municipais de Lagoa do
Barro do Piauí e Queimada Nova.

7.3.2.1 Caracterização histórico-geográfica da AII

Lagoa do Barro do Piauí, município localizado na mesorregião sudeste piauiense, na microrregião alto
médio Canindé, na porção sudoeste do estado. O município possui uma área total de 1.329 Km2, limita-
se com os municípios de Dom Inocêncio, Capitão Gervásio de Oliveira, Campo Alegre do Fidalgo, São
Francisco de Assis do Piauí, Queimada Nova e com os estados de Pernambuco e Bahia. O município
está a aproximadamente 542 Km da capital Teresina.

De acordo com o Portal Cidades IBGE, Lagoa do Barro do Piauí foi elevado à categoria de município em
1992, pela Lei Estadual n° 4477, de 02 de abril de 1992, sendo desmembrada do município de São João
do Piauí. De acordo com o Plano Municipal de Cultura do município, seu nome advém de uma “lagoa
de barro de louça” que existia nos arredores da cidade, a qual era explorada pelos moradores como
fonte matéria-prima para a fabricação de tijolos, telhas e demais objetos na década de 1950.

O município de Queimada Nova também está inserido na microrregião do Alto Médio Canindé, faz
fronteira com Lagoa do Barro do Piauí, Alfrânio e Paulistana, possuindo uma área total de 1.283,36
Km2. De acordo com o portal IBGE Cidades, a localidade antes pertencente ao município de Paulistana
foi elevada à categoria de município pela Lei Estadual n°4.728 de 26 de dezembro de 1994.

7.3.2.2 Composição da população

Segundo os dados do mais recente censo demográfico realizado pelo IBGE em 2022, a população do
município de Lagoa do Barro do Piauí totalizou 4.995 habitantes, resultando em uma densidade
demográfica de 3,75 hab/Km2. Análises dos censos anteriores revelam que em 2010, a população
contava com 4.523 habitantes, refletindo uma densidade de 3,40 hab/Km2. Já no censo de 2000, a
população registrada era de 4.450 habitantes, apresentando uma densidade populacional de 3,34
hab/Km2.

Já Queimada Nova em 2022 registrou uma população de 8.738 habitantes, resultando em uma
densidade demográfica de 6,81 hab/Km2. Os registros censitários de 2010 indicam uma população
residente de 8.553 habitantes, com uma densidade demográfica de 6,66 hab/Km2. Por fim, o censo de
2000 apontou uma população de 8.332 habitantes, representando uma densidade demográfica de
6,49 hab/Km2. A Tabela 68 apresenta o histórico do número de habitantes para os municípios
analisados e traça um comparativo com a população do estado do PI da região Nordeste do Brasil.

208
Tabela 68. Número de habitantes e densidade demográfica nos municípios analisados
POPULAÇÃO (HAB) DENSIDADE DEMOGRÁFICA (HAB/KM²)
UNID. GEOGRÁFICA
2000 2010 2022 2000 2010 2022
Nordeste 47.782.487 53.081.950 54.657.621 30,66 34,06 35,07
Piauí 2.843.428 3.118.360 3.271.199 11,30 12,39 13,00
Lagoa do Barro do Piauí 4.450 4.523 4.995 3,34 3,40 3,75
Queimada Nova 8.332 8.553 8.738 6,49 6,66 6,81
Fonte: IBGE (2000; 2010; 2022)

Com base nos dados apresentados na tabela acima, pode-se observar a evolução populacional dos
municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova. Entre os anos de 2000 e 2022, a população
de Lagoa do Barro do Piauí aumentou 12,24%. Já entre os dois últimos censos (2010-2022), o
crescimento foi de 10,43%, representando um aumento real de 472 habitantes. No caso de Queimada
Nova, a análise dos dados apresenta uma evolução populacional diferente. Entre 2000 e 2022, a
população cresceu apenas 4,87%. Considerando o período entre os últimos dois censos (2010-2022),
o crescimento foi de 2,16%, representando um crescimento real de 185 habitantes.

A Tabela 69 apresenta a composição da população em relação ao sexo de seus habitantes com base
nos últimos dois censos. Nota-se que tanto em 2010 quanto em 2022 a composição dos habitantes em
ambos os municípios é formada pela maioria dos habitantes homens.

Tabela 69. População por sexo


Município 2010 2022
Homens Mulheres Homens Mulheres
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Lagoa do Barro do 2.321 51,32 2.202 48,68 2.591 51,87 2.404 48,13
Piauí
Queimada Nova 4.280 50,04 4.273 49,96 4.426 50,65 4.312 49,35
Fonte: IBGE (2010; 2022)

Ainda em relação aos aspectos demográficos é importante que sejam analisados a composição da
população quanto a idade dos habitantes. O Gráfico 41 e Gráfico 42 apresentam a composição da
população de Lagoa do Barro do Piauí para os anos de 2022 e 2010. Em 2022 a faixa etária mais
expressiva corresponde ao intervalo entre os 35 e 39 anos, enquanto em 2010 era entre 15 e 19 anos.
O maior contingente populacional encontra-se entre 25 e 49 anos com 1908 habitantes, seguido pelo
grupo entre 0 e 24 anos (1854 hab.) e 50 ao 69 (854 hab.).

Já o Gráfico 43 e Gráfico 44 apresentam, respectivamente, a composição da população de Queimada


Nova em 2022 e 2010. Para o ano de 2022 a faixa etária mais expressiva corresponde ao grupo entre
20 e 24 anos (735 hab.), enquanto em 2010 era o grupo entre 10 e 14 (909 hab.). O maior contingente
populacional encontra-se entre os 25 e 49 anos com 3.283 habitantes, seguido pelo grupo entre 0 e 24
anos (3.080 hab.) e 50 aos 69 (1692 hab.).

209
100 Mais 1 0 0
95 a 99 anos 1 1 2 1
90 a 94 anos 12 8 6 7
85 a 89 anos 11 13 6 12
80 a 84 anos 36 33 21 25
75 a 79 anos 56 70 25 30
70 a 74 anos 71 66 56 36
65 a 69 anos 74 76 77 76
60 a 64 anos 108 86 65 99
55 a 59 anos 120 123 87 82
50 a 54 anos 139 128 83 82
45 a 49 anos 171 143 113 106
40 a 44 anos 196 189 144 124
35 a 39 anos 234 186 142 144
30 a 34 anos 200 175 183 149
25 a 29 anos 202 212 185 183
20 a 24 anos 210 199 212 191
15 a 19 anos 203 184 270 251
10 a 14 anos 199 168 236 230
5 a 9 anos 172 176 218 213
0 a 4 anos 175 168 190 161

Mulher Homem Mulher Homem

Gráfico 41. Pirâmide etária Lagoa do Barro do Barro do Piauí Gráfico 42. Pirâmide etária Lagoa do Barro do Barro
(2022) do Piauí (2010)

Mais de 100 2 1 1 0
95 a 99 anos 2 6 0 3
90 a 94 anos 9 19 7 9
85 a 89 anos 28 35 13 41
80 a 84 anos 58 74 41 47
75 a 79 anos 115 93 50 67
70 a 74 anos 105 136 88 109
65 a 69 anos 134 130 132 112
60 a 64 anos 182 203 125 157
55 a 59 anos 261 258 142 145
50 a 54 anos 276 248 196 200
45 a 49 anos 308 265 235 243
40 a 44 anos 361 329 278 284
35 a 39 anos 330 301 273 260
30 a 34 anos 357 361 341 305
25 a 29 anos 373 298 322 322
20 a 24 anos 347 388 433 407
15 a 19 anos 366 360 478 408
10 a 14 anos 283 284 455 454
5 a 9 anos 253 270 377 385
0 a 4 anos 276 253 293 315

Mulher Homem Mulher Homem

Gráfico 43. Pirâmide etária Queimada Nova (2022) Gráfico 44. Pirâmide etária Queimada Nova (2022)

7.3.2.3 Distribuição espacial da população


No contexto dos aspectos demográficos, é imprescindível analisar a distribuição espacial da população
em áreas urbanas e ruais. A Tabela 70 expõe os dados relacionados à distribuição espacial da
210
população nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova. Observa-se que, nos anos
analisados, a população rural em ambos os municípios é consideravelmente superior à urbana, apesar
de um aumento significativo ter sido registrado em Queimada Nova.

Tabela 70. População residente por situação do domicílio e unidade geográfica


População Urbana (hab.) População Rural (hab.) Taxa de Urbanização
Unidade Geográfica
2000 2010 2000 2010 2000 2010
Nordeste 32.975.425 38.821.258 14.766.286 14.260.692 69,07 73,13
Piauí 1.788.590 2.050.959 1.054.088 1.067.401 62,90 65,77
Lagoa do Barro do Piauí 842 994 3.608 3.529 18,92 21,97
Queimada Nova 729 1.156 7.603 7.397 8,74 13,51
Fonte: IBGE (2000; 2010)

A análise dos dados indica que entre 2000 e 2010, a população urbana de Lagoa do Barro do Piauí
cresceu 18,05%, enquanto a população rural no mesmo período decresceu em -2,19%. Em relação a
Queimada Nova, a população urbana cresceu 58,57%, enquanto a população rural também diminuiu,
registrando uma perda de aproximadamente de -2,70%, seguindo a tendência do município vizinho.

A taxa de urbanização em Lagoa do Barro do Piauí, em 2010, atingiu 21,97%, em comparação a 18,92%
registrados em 2000. Já em Queimada Nova, a taxa de urbanização foi de 13,51% em 2010, enquanto
no ano de 2000 era de apenas 8,74%.

7.3.2.4 População economicamente ativa

De acordo com o IBGE a População Economicamente Ativa (PEA) compreende o potencial de mão-de-
obra com que pode contar os diferentes setores produtivos. Ainda de acordo com o IBGE para o cálculo
da PEA são consideradas categorias como: População ocupada e população desocupada, sendo a PEA
obtida pela soma da população ocupada e desocupada com 16 anos ou mais de idade. A Tabela 71
apresenta o quantitativo do PEA para os dois municípios analisados nesse estudo.

Tabela 71. PEA para os municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova
Município Homens Mulheres Total
2000 2010 2000 2010 2000 2010
Lagoa do Barro do Piauí 886 522 331 370 1.217 892
Queimada Nova 1.824 1.916 750 1.043 2.574 2.959
Fonte: IBGE (2000; 2010)

Nota-se que o município de Queimada Nova possui um maior contingente populacional disponível para
ser absorvido pelos diferentes setores produtivos. É válido salientar que Lagoa do Barro do Piauí
apresentou uma significativa no quantitativo da população economicamente ativa.

No contexto da análise da PEA é importante que sejam apresentadas as relações secundárias que
envolvem o universo do trabalho, dentre elas a educação e os setores de atuação dessa população. A
partir da visualização da Tabela 72 é possível notar que em todos os níveis de ensino houve uma
significativa melhora na porcentagem da escolaridade.

211
Tabela 72. Porcentagem da população ocupada em relação aos diferentes níveis de ensino.
Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Escolaridade dos ocupados 2000 2010 2000 2010
% dos ocupados com ensino fundamental 7,64 31,15 9,39 27,83
completo
% dos ocupados com ensino médio completo 2,92 21,13 5,86 16,49
% dos ocupados com ensino superior completo - 9,82 - 2,95
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Pnud Brasil, Ipea e FJP, 2022

A Tabela 73 apresenta o quantitativo das taxas de ocupação e desocupação para os municípios de


Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova para os anos de 2000 e 2010.

No que se refere à taxa de ocupação em Lagoa do Barro do Piauí, o grupo de 15 a 17 anos possuía uma
taxa 29,67% de atividade no ano de 2000, reduzindo para 8,87% em 2010. Para o grupo acima dos 18
anos a taxa de atividade era de 47,32%, em 2000, diminuindo para 29,87% em 2010. Já em relação à
taxa de desocupação, em 2000, para o grupo na faixa etária entre 15 e 17 anos era de 16,75%,
enquanto em 2010 foi de 10,83%. Por fim, quanto ao grupo acima de 18 anos a taxa de desocupação
registrada em 2000 foi de 15,33%, sendo reduzida para 8,67% em 2010.

Em Queimada Nova a taxa de atividade entre os 15 e 17 anos nos anos 2000 era de 26,43% diminuindo
para 22,25% em 2010. Para o segundo grupo analisado a taxa de atividade era de 47,41% em 2000,
aumentando levemente no ano de 2010, com o registro de 49,96% do grupo etário ocupado. Já em
relação a desocupação, em 2000, para o grupo entre 15 e 17 anos, a taxa era de 21,60%, diminuindo
substancialmente para 10,15% em 2010. Para a população acima dos 18 anos, a taxa de desocupação
era de 7,68% (2000), reduzindo para 6,24% em 2010.

Tabela 73. Quantitativo das taxas de ocupação e desocupação


Variável Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
2000 2010 2000 2010
Taxa de atividade – 15 a 17 29,67 8,87 26,43 22,25
Taxa
anos de atividade – 18 anos 47,32 29,87 47,41 49,96
Taxa de desocupação – 15 a
ou mais 16,75 10,83 21,60 10,15
17 anos
Taxa de desocupação – 18 15,33 8,67 7,68 6,24
anos ou mais Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Pnud Brasil, Ipea e FJP, 2022.

Quanto a ocupação por setor de atividade econômica os dados estão presentes na Tabela 74. Nota-se
que tanto no ano 2000 quanto no ano de 2010 o segmento econômico que mais ocupava os habitantes
de Lagoa do Barro do Piauí tanto quanto os de Queimada Nova, era o setor agropecuário, seguido pelo
setor de serviços e da construção. Em relação ao setor menos expressivo tem-se no ano de 2010 o
setor do extrativismo mineral e o industrial de utilidade pública.

212
Tabela 74. Ocupação por setor entre 2000 e 2010
Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Variável
2000 2010 2000 2010
% dos ocupados no setor agropecuário 67,43 61,23 66,79 62,00
% dos ocupados no setor extrativo mineral - - 2,29 -
% dos ocupados no setor de transformação 3,89 1,41 6,94 1,85
% dos ocupados no setor de serviços industriais de utilidade 0,57 - 0,72 0,38
pública
% dos ocupados no setor de construção 11,01 4,34 7,54 8,54
% dos ocupados no setor comércio 2,35 2,59 2,08 4,42
% dos ocupados no setor de serviços 13,81 28,35 13,64 19,69

7.3.2.5 Movimentos migratórios

No que se refere aos movimentos migratórios, os dados do censo de 2010 apontam que residiam no
município de Lagoa do Barro do Piauí 563 habitantes que não eram naturais do município. Destes, 190
não eram do estado do Piauí, e um registro identificava um habitante sem nacionalidade brasileira,
como evidenciado na Tabela 75. Em Queimada Nova, por sua vez, havia 1.104 habitantes não naturais
do município, dos quais 599 não eram naturais do estado do Piauí. Além disso, um registro apontava
a presença de um habitante estrangeiro, conforme presente na Tabela 75.

Tabela 75. Quantitativo de não naturais nos municípios analisados


Categoria Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Não naturais do município 563 1014
Não naturais da unidade da federação 190 599
Estrangeiros 1 1
Fonte: IBGE (2010)

A Tabela 76 apresenta o quantitativo em relação ao tempo de residência de pessoas não naturais dos
municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova. Nota-se que há um maior quantitativo de
habitantes na faixa de 10 anos ou mais de residência.

Tabela 76. Pessoas residentes, não naturais da federação por tempo de residência
Categoria Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Menos de 1 anos 14 30
1 a 2 anos 31 90
3 a 5 anos 3 59
6 a 9 anos 23 49
10 anos ou mais 119 371
Total 190 599
Fonte: IBGE (2010)

Em entrevistas realizadas com os moradores foi indicado que não é comum os habitantes das
comunidades dos referidos municípios se deslocarem para outros estados ou municípios em busca de
emprego e renda. Foi relatado que no passado o fenômeno da migração era algo cotidiano, com ônibus
saindo toda semana para outros estados, mas após a chegada dos complexos eólicos no município esse
deslocamento deixou de ocorrer.

213
7.3.3 Infraestrutura social e organizacional

7.3.3.1 Assentamento humano

O município de Lagoa do Barro do Piauí de acordo com os dados do censo demográfico de 2010 possui
1.164 domicílios dos quais 1.090 (93,65%) são constituídos por alvenaria com revestimento, 74 (6,35%)
de alvenaria sem revestimento, conforme indicado na Tabela 77. Já Queimada Nova possui 2.193, dos
quais 1123 (51,21%) são construídos por alvenaria com revestimentos, 1039 (47,36%) de alvenaria sem
revestimentos. Para além desses tipos de revestimentos também há o registro de construções em taipa
revestida e não revestidas.

Tabela 77. Tipo de material de revestimento das habitações em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova
Tipo do material das Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
paredes externas Total Porcentagem (%) Total Porcentagem (%)

Alvenaria com revestimento 1.090 93,65% 1123 51,21%


Alvenaria sem revestimento 74 6,35% 1039 47,36%
Madeira aparelhada - - 13 0,59%
Taipa revestida - - 13 0,61%
Taipa não revestida - - 5 0,23%
Madeira aproveitada - - - -
Palha - - - -
Outro material - - - -
Total 1164 100% 2193 100%
Fonte: IBGE (2010)

A Tabela 78 apresenta as condições encontradas nos domicílios dos municípios de Lagoa do Barro do
Piauí e de Queimada Nova, relacionadas ao abastecimento de água e ao fornecimento de energia
elétrica. De acordo com os dados disponíveis para Lagoa do barro do Piauí 24,51% da população possui
acesso a água encanada e 96,85% possuem acesso à energia elétrica em seus domicílios. Já em
Queimada Nova 15,52% têm água encanada e 96,01% têm acesso a energia elétrica.

Tabela 78. Condições de moradia quanto ao saneamento básico e energia elétrica nos municípios analisados
Variável Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
% da população em domicílios com água encanada - 2010 24,51% 15,52%
% de pessoas em domicílios com energia elétrica - 2010 96,85% 96,01%
Fonte: IBGE (2010).

7.3.3.2 Educação

De acordo com os dados da Sinopse da educação realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Texeira – INEP no ano de 2022 do município de Lagoa do Barro do Piauí
possuía 1.357 matrículas ativas, as quais estão distribuídas da seguinte maneira: 238 na educação
infantil, 780 no ensino fundamental, 162 no ensino médio, 64 na educação profissional, 125 na
educação de jovens e adultos (EJA) e 55 na educação especial.

214
Em relação aos recursos humanos responsáveis por atuar no ensino, existem no município de Lagoa
do Barro do Piauí um total de 62 docentes distribuídos da seguinte maneira: 16 na educação infantil,
37 no ensino fundamental e 15 no ensino médio. Já em relação os recursos físicos, ou seja, os
estabelecimentos ondem ocorrem as atividades educacionais, o município possui 8 unidades
distribuídas conforme Tabela 79.

Queimada Nova possuía 1.886 matrículas ativas, as quais estão distribuídas da seguinte maneira: 310
na educação infantil, 1106 no ensino fundamental, 374 no ensino médio, 150 na educação profissional,
40 na educação de jovens e adultos (EJA) e 41 na educação especial. Em relação aos recursos humanos
responsáveis por atuar no ensino, existem no município de Queimada Nova um total de 83 docentes
distribuídos da seguinte maneira: 22 na educação infantil, 53 no ensino fundamental e 20 no ensino
médio. Já em relação aos recursos físicos o município possui 7 unidades distribuídas conforme
presente na Tabela 79.

Tabela 79. Quantitativo dos equipamentos educacionais por zona nos municípios analisados
Lagoa do Barro do Piauí
Zona Privada Estadual Municipal Total
Urbana - 1 3 4
Rural - - 4 4
Total - 2 7 8
Queimada Nova
Zona Privada Estadual Municipal Total
Urbana - 1 3 4
Rural - - 3 3
Total - - - 7
Fonte: INEP (2022).

A sequência de figuras abaixo apresenta as unidades educacionais identificadas nas zonas urbanas dos
municípios analisados.

Figura 236. Escola Municipal urbana - Lagoa do Barro do Figura 237. Escola estadual urbana - Lagoa do Barro do
Piauí Piauí

215
Figura 238. Escola Municipal Urbana - Queimada Nova Figura 239. Creche municipal urbana - Queimada Nova

Em relação as taxas de analfabetismo, os dados de 2013 apresentados no Atlas do desenvolvimento


Humano no Brasil, o qual analisa aos dados dos censos demográficos de 2000 e 2010, indicam que ao
longo dos anos as taxas por faixa etária vêm apresentando quedas substanciais, principalmente entre
a faixa etária entre os 15 e 17 anos que apresentou a menor taxa no ano mais recente, conforme pode
ser visualizado na Tabela 80.

Tabela 80. Taxa de analfabetismo por faixas etárias


Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Faixa etária
2000 2010 2000 2010
11 a 14 anos 18,74% 6,23% 17,32% 9,41%
15 a 17 anos 12,07% 2,79% 13,50% 4,78%
18 a 24 anos 17,15% 7,99% 21,39% 7,32%
25 anos ou mais 49,58% 36,20% 50,71% 40,70%
Fonte: Atlas do desenvolvimento Humano no Brasil (2023)

7.3.3.3 Saúde

Em relação aos estabelecimentos de saúde, estes podem ser visualizados na Tabela 81. Eles foram
consultados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES do Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil – DATASUS. Conforme os dados apresentados Lagoa
do Barro do Piauí possui 11 equipamentos de saúde e Queimada Nova possui 12 equipamentos, todos
eles administrados pelo setor público.

Tabela 81. Unidades de Saúde presentes em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova (CNES, 2023)

Equipamento Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova

Central de abastecimento 1 1
Unidade básica 2 5
Unidade de apoio diagnose e terapia (sadt isolado) 1 2
Posto de saúde 5 -
Unidade móvel de nível pré-hospitalar na área de urgência 1 1
Polo academia da saúde 1 1
Unidade Móvel Terrestre - 1
Central De Gestão Em Saúde - 1
Total 11 12
216
Em relação aos equipamentos de saúde administrados pelo setor público destacam-se que em Lagoa
do Barro do Piauí, Academia da Saúde Maria Ribeiro de Jesus, Base Descentralizada Samu Lagoa Do
Barro Do Piauí, PS Ambrosina Alves Coelho, PS De Roberta Dias Dos Santos, PS Jose Cleilson Amorim
De Souza, PS Juliana Mendes da Luz, PS Maria das Dores de Jesus, SMS de Lagoa do Barro do Piauí, UBS
Etelvina Mendes de Sousa e UBS Joao Bosco Siqueira Dias.

Para Queimada Nova, são essas os equipamentos administrados pelo setor público, Academia da
Saúde Queimada Nova, Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológico, Odontomóvel,
Secretaria Municipal de Queimada Nova, UBAS Adão de Sousa Coelho, UBAS Diolinda da Conceição
Mae Aurora, UBS Francelina Francisca Nunes, UBS Lourenco Mendes Teixeira e UBS Mario Barbosa
Sobrinho.

A sequência de figuras abaixo apresenta alguns estabelecimentos de saúde existentes nos dois
municípios analisados.

Figura 240. UBS em Lagoa do Barro do Piauí Figura 241. Unidade do SAMU Lagoa do Barro do Piauí

Figura 242. Hospital em Lagoa do Barro do Piauí Figura 243. Academia de saúde Queimada Nova

217
Figura 244. Unidade saúde Queimada Nova Figura 245. Unidade de Saúde Queimada Nova

Ainda em relação aos recursos físicos, o município de Lagoa do Barro do Piauí conta com equipamentos
de diagnósticos por imagem, equipamentos de odontologia, equipamentos para manutenção da vida
e equipamentos por métodos gráficos. Por sua vez, Queimada Nova, conta com equipamentos de
odontologia, segundo dados presentes no CNES.

Já em relação aos recursos humanos, ou seja, o efetivo dos profissionais de saúde existentes, Lagoa do
Barro do Piauí possui um total de 35 profissionais entre enfermeiros (8), médico da família (6),
odontólogo (5), fisioterapeuta (4), psicólogo clínico (6), nutricionista (5) e farmacêutico (1). Queimada
Nova possui um total de 23 profissionais, entre enfermeiros (2), médico da família (1), odontólogo (7),
fisioterapeuta (5), psicólogo clínico (1) e nutricionista (7). A Tabela 82 apresenta os valores para os dois
municípios.

Tabela 82. Profissionais de saúde existentes no município de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova
Especialidades Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Assistente Social - -
Farmacêutico 1 -
Enfermeiro 8 2
Fisioterapeuta 4 5
Nutricionista 5 7
Odontólogo 5 7
Psicólogo Clínico 6 1
Médico da Família 6 1
Total 35 23
Fonte: DATASUS (2023)

A Tabela 83 apresenta uma série histórica entre os anos de 2010 e 2022 relacionada aos nascidos vivos.
Conforme pode ser visualizado Queimada Nova apresenta maior quantidade de nascimentos, em
relação a Lagoa do Barro do Piauí.

Tabela 83. Nascidos vivos residentes nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova (SESAPI, 2023)
ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Lagoa do Barro
60 61 70 65 72 78 65 67 83 63 76 77 65
do Piauí
Queimada Nova 89 111 86 77 93 95 96 107 87 100 102 109 99

218
A Tabela 84 apresenta o número de óbitos por município, nota-se que ao longo dos anos os municípios
vêm registrando aumentos no quantitativo das mortes com destaque para Queimada Nova.

Tabela 84. Número de óbitos segundo município


ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Lagoa do Barro do
19 23 26 23 23 27 27 30 26 33 32 35
Piauí
Queimada Nova 29 35 36 50 38 56 51 60 43 51 65 53
Fonte: DATASUS (2023)

7.3.3.4 Segurança Social

Neste tópico são apresentados os equipamentos referentes a segurança e a assistência social dos
municípios analisados. Em relação ao município de Lagoa do Barro do Piauí houve o registro de
Unidade de policiamento (Figura 246), conselho tutelar (Figura 247), CREA (Figura 248), Sec. de
Assistência Social (Figura 249), além de um centro de serviço de convivência e fortalecimento de
vínculos (Figura 250).

Da mesma forma, o município de Queimada Nova possui uma boa estrutura de serviços de segurança
social. Nesta localidade foram identificadas: casa dos conselhos (Figura 251), CRAS (Figura 252), sala
da cidadania (Figura 253), conselho tutelar (Figura 254), além de uma unidade de polícia militar (Figura
255).

Figura 246. Polícia Militar - Lagoa do Barro do Piauí Figura 247. Conselho tutelar Lagoa do Barro do Piauí

219
Figura 248. CREAS da cidade Lagoa do Barro do Piauí Figura 249. Sec. de Assistência Social, Ciadania e Trabalho

Figura 250. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Figura 251. Casa dos Conselhos de Queimada Nova
Vínculos

Figura 252. CRAS – Queimada Nova Figura 253. Sala da Cidadania

220
Figura 254. Conselho Tutelar – Queimada Nova Figura 255. Polícia Militar – Queimada Nova

A Tabela 85 apresenta dados referentes a mortalidade, compartimentando essa variável em óbitos por
acidentes de trânsito e por homicídio. Em relação a taxa bruta os dois municípios possem números
semelhantes,

Tabela 85. Taxa de mortalidade nos municípios analisados


ANO
VARIÁVEL MUNICÍPIO
2013 2014 2015 2016 2017
Lagoa do Barro do Piauí 5,04 5,03 5,90 5,90 6,55
Taxa Bruta de Mortalidade
Queimada Nova 5,72 4,33 6,37 5,78 6,79
Lagoa do Barro do Piauí - - - - -
Taxa mortalidade – Homicídios
Queimada Nova 0 0 0 0 0
Lagoa do Barro do Piauí 65,67 21,88 43,68 43,67 21,82
Taxa mortalidade – acidente de trânsito
Queimada Nova 11,44 - 45,48 - 56,55
Fonte: Atlas Brasil (2013; 2017)

7.3.3.5 Organização social

Durante as visitas técnicas as sedes municipais não foram possíveis a identificação de nenhuma
organização social como: Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), sedes de sindicatos
rurais ou diferentes ONGs. Apesar de durante as visitas técnicas de campo não ter ocorrido a
visualização de tais estruturas é importante destacar que não são excluídas a sua existência nos
respectivos municípios.

7.3.3.6 Demais mobiliários urbanos

As figuras a seguir ilustram os diferentes mobiliários urbanos identificados nos limites das sedes
administrativas de Lagoa do Barro do Piauí (Figura 256) e de Queimada Nova (Figura 257), destaca-se
a presença de bancos públicos, casas lotéricas, cemitérios, agências dos correios, mercado público,
câmara municipal, cartórios e prédios públicos como a sede administrativa (prefeitura) e secretarias
municipais.

221
Figura 256. Equipamentos urbanos de Lagoa do Barro do Piauí

222
Figura 257. Equipamentos urbanos de Queimada Nova

223
Figura 258. Planta dos equipamentos urbanos de Lagoa do Barro do Piauí

224
Figura 259. Planta dos equipamentos urbanos de Queimada Nova

225
7.3.4 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

Após a apresentação dos dados relacionadas à infraestrutura social e organizacional, podem ser
analisados os dados referentes ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) dos
municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova. O IDHM é utilizado para aferir o grau de
desenvolvimento humano de uma determinada sociedade, considerando três variáveis: educação
(medida pela taxa de alfabetização e pela taxa de matrículas), saúde (medida pela expectativa de vida)
e renda (medida pelo rendimento per capita). A Tabela 86 apresenta o resultado do IDHM para os anos
de 2000 e 2010.

Tabela 86. IDHM em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova


Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
ANOS 2000 2010 2000 2010
IDHM Educação 0,108 0,358 0,092 0,368
IDHM Longevidade 0,623 0,744 0,619 0,758
IDHM Renda 0,415 0,474 0,387 0,490
IDHM 0,303 0,502 0,280 0,515

A partir dos dados da Tabela 86 é possível notar que houve uma evolução significativa no índice final,
passando de 0,303 para 0,502 em Lagoa do Barro do Piauí e de 0,280 para 0,515 em Queimada Nova,
resultado que para os dois municípios é classificado como baixo. Tal evolução, apesar de ser analisada
de forma integrada teve seus resultados melhorados, principalmente a partir do IDHM Longevidade.

Analisando a tabela, para o município de Lagoa do Barro do Piauí, verifica-se que no ano 2000 o IDHM
Educação era de 0.108, já no ano de 2010 passou a ser de 0,358. Quanto ao IDHM Longevidade,
também houve um crescimento no índice, variando de 0,623 para 0,744, isso porque a esperança de
vida ao nascer nos anos 2000 era de 64,26 anos, passando a ser de 70,10 anos em 2010. O IDHM Renda
passou de 0,415 nos anos 2000 para 0,474 em 2010.

Já para o município de Queimada Nova, verifica-se que no ano 2000 o IDHM Educação era de 0.092, já
no ano de 2010 passou a ser de 0,368. Quanto ao IDHM Longevidade, também houve um crescimento
no índice, variando de 0,619 para 0,758, isso porque a esperança de vida ao nascer nos anos 2000 era
de 64,26 anos, passando a ser de 70,10 anos em 2010. O IDHM Renda passou de 0,387 nos anos 2000
para 0,490 em 2010.

Para os dois municípios o aumento no valor dos índices do IDHM no intervalo de tempo analisado
indica um progresso no acesso aos serviços de saúde e de educação, bem como uma melhoria na
condição econômica da população local.

7.3.5 Estrutura produtiva e serviços

Para compreender a realidade das áreas de influência do empreendimento, faz-se necessário analisar
os aspectos relacionados à infraestrutura urbana dos municípios, tais como saneamento básico
(esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais, abastecimento de água e resíduos sólidos),
sistema viário, transporte, energia e comunicação, bem como é preciso caracterizar as atividades.
226
Com relação à infraestrutura dos municípios de acordo com as vertentes de saneamento básico, têm-
se que o serviço de abastecimento de água dos municípios é feita pelas próprias prefeituras e a
concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica é a Companhia Equatorial Energias.

7.3.5.1 Esgotamento Sanitário

Lagoa do Barro do Piauí possui 2,01% de seu esgoto manejado de forma adequada, por meio de
sistema centralizados de coleta e tratamento ou de solução individuais. Do restante, 0,5% são
coletados, mas não é tratado e 97,48% não é tratado nem coletado. De acordo com os dados do Atlas
Esgotos da ANA na zona urbana de Lagoa do Barro do Piauí há cerca de 241 domicílios, dos dois 2
contam com a rede geral como principal forma de destinação do esgoto, enquanto 6 utilizam a fossa
séptica e 232 utilizaram a fossa rudimentar. Já em relação a zona rural há o registro de 922 domicílios,
desses 597 contam com a fossa rudimentar com principal meio de esgotamento, 21 destinam o esgoto
para valas e 290 não possuem nenhuma forma de esgotamento. É importante destacar que nas áreas
de influência do empreendimento, localizadas no município de Lagoa do Barro do Piauí, as residências
das áreas de influência contam principalmente com a fossa rudimentar.

Em relação a Queimada Nova dados do Atlas do Esgoto da ANA o município não maneja seu esgoto de
forma adequada, seja por meio de sistema centralizados de coleta e tratamento ou de soluções
individuais. Estima-se que 0,09% do esgoto é coletado, mas não é tratado e 99,91% não é coletado
nem tratado. Na zona urbana desse município há cerca de 176 domicílios dos quais todos utilizam a
fossa rudimentar como principal meio de esgotamento sanitário. Já a zona rural conta com 2015
domicílios, sendo de desses 781 contam com fossa rudimentar, 67 utilizam a vala de vala, 4 estão
conectados a rede geral, 33 possuem fossa séptica, 29 utilizam outros tipos de escoadores e 1101 não
possuem nenhuma forma de esgotamento.

7.3.5.2 Abastecimento de Água

Em lagoa do Barro do Piauí, de acordo com os dados processados pelo Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS, 2021), 100% da população do município possui acesso aos
serviços de abastecimento de água, sendo que a média para o estado do Piauí é 78,26% e do país de
84,2%. Os dados indicam que os domicílios possuem canalização em pelo menos um cômodo e que o
consumo médio de água é de 119L/hab./dia, abaixo do consumo médio nacional (143,10 L/hab./dia).

Diversas são as formas de captação de água para o abastecimento, podendo ser subterrânea através
de poços, ou superficiais em açudes e cacimbas. Na zona urbana 192 domicílios são abastecidos pela
rede pública, 1 através de poço artesiano, 17 através do armazenamento da água da chuva em
cisternas e 31 domicílios indicaram outras formas de abastecimento. Na zona rural 81 domicílios são
abastecidos pela rede geral, 11 através de poços, 522 através de cisternas e 308 possuem outros tipos.

Em Queimada Nova, 34,6% da população tem acesso aos serviços de abastecimento, número muito
inferior à média estadual e nacional. O consumo médio de água por habitante é de 41,80 L/dia, valor
muito abaixo da média nacional. Na zona urbana desse município não há o abastecimento através da

227
rede pública nem poços artesianos, 3 domicílios são abastecidos através de cisternas e 176 possuem
outras formas de abastecimento. Em sua zona rural 106 domicílios são atendidos pela rede geral, 234
por poços, 383 através de cisternas e 1.292 possuem outras formas de abastecimento.

7.3.5.3 Resíduos Sólidos

A Lei Federal n° 11.445/2007 estabelece que a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos são
constituídos pela disponibilização e manutenção de atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, varrição manual e mecanizada, limpeza e conservação urbana, transporte,
tratamento, destinação e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares
e dos resíduos de limpeza urbana.

Em Lagoa do Barro do Piauí, segundo o SNIS (2020), o responsável pelo serviço de coleta de resíduos
sólidos é a Prefeitura Municipal. Segundo dados declarados pela Prefeitura Municipal ao SNIS (2020),
26,28% da população total é atendida com coleta de Resíduos Domiciliares. Vale destacar a diferença
da taxa de cobertura da população urbana, de 100%, frente à população rural que é de 5,5%. A
existência de coleta seletiva independe da forma (porta a porta, em postos de entrega voluntária ou
outra modalidade) e de sua abrangência em cada município, ou seja, a prática da coleta seletiva pode
ocorrer somente em uma pequena parte, em iniciativas pontuais.

Em Queimada Nova, segundo SNIS (2020), o responsável pelo serviço de coleta de resíduos sólidos
também é a prefeitura. Segundo dados declarados pela Prefeitura Municipal ao SNIS (2020), em
Queimada Nova, 13,52% da população total é atendida com coleta de Resíduos Domiciliares. A
existência de coleta seletiva independe da forma (porta a porta, em postos de entrega voluntária ou
outra modalidade) e de sua abrangência em cada município, ou seja, a prática da coleta seletiva pode
ocorrer somente em uma pequena parte, em iniciativas pontuais, como também em todo o território.

7.3.5.4 Drenagem e manejo de águas pluviais

Segundo a Lei federal n° 11.445/2007, além das atividades, infraestruturas e instalações operacionais
de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para absorver as vazões de cheias,
o manejo de águas pluviais também inclui o tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas,
assim como a limpeza e a fiscalização preventiva das redes.

Em Lagoa do Barro do Piauí, o responsável pelo manejo das águas pluviais é a própria prefeitura,
segundo o SNIS (2021). O município não dispõe de um Plano de Política Municipal de Saneamento.
Quanto à infraestrutura de drenagem urbana, constata-se que o município não conta com um sistema
de drenagem e manejo de águas fluviais. Em Queimada Nova o responsável pelo manejo das águas
pluviais é a Secretaria de Obras, Habitação e Urbanismo (SNIS, 2021). O município não dispõe de um
Plano de Política Municipal de Saneamento, assim como não possui um sistema de drenagem e manejo
de águas fluviais.

228
7.3.5.5 Transporte e estrutura viária

No que diz respeito à estrutura viária de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, os municípios são
cortados pela seguinte rodovia estadual: a PI-459, que se inicia no entroncamento da BR-407 na cidade
de Acauã, e se estende até a BR-465 na cidade de Campo Alegre do Fidalgo.

No tocante à frota de veículos a Tabela 87 apresente os dados para os anos de 2012 e 2022, coletados
a partir do IBGE. Conforme os dados nota-se que Lagoa do Barro do Piauí possuía em 2012 um total de
220 veículos e em 2022 um total de 1.104 veículos. No ano de 2022 a maior frota do município
correspondia aos automóveis (365 unidades), seguido pelas motocicletas (354 unidades). Já Queimada
Nova possuía no ano de 2012 um total de 445 veículos, registrando no ano de 2022 um total de 2.203
veículos, sendo as motocicletas o meio de transporte mais comum (946 unidades), seguido pelos
automóveis (594 unidades).

Tabela 87. Frota de veículos em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova nos anos de 2012 e 2022
Veículo Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
2012 2022 2012 2022
Automóvel 37 365 26 594
Caminhão 3 42 8 130
Caminhão trator - - - 2
Caminhonete 52 249 37 379
Camioneta 5 29 2 34
Ciclomotor - - -
Micro-ônibus 2 18 3 13
Motocicleta 115 354 343 946
Motoneta 6 23 21 55
Ônibus 6 18 5 35
Reboque - 3 - 11
Semi-reboque - - - 2
Triciclo - - - 1
Utilitário - 3 - 1
Total 220 1104 445 2203
Diferença entre os totais 884 1758

De acordo com informações coletadas in loco nas duas cidades, os moradores entrevistados nas áreas
de influência do empreendimento apontam que o acesso às comunidades é considerado regular,
apresenta um tráfego que varia de intenso à baixo e não é comum a ocorrência de acidentes. As vias
de acesso são predominantemente não pavimentadas (na ADA, AID e AII) e nas zonas urbanas há o
registro de muitas ruas pavimentadas, ou em processo de pavimentação, conforme apresenta a Figura
260 e Figura 261.

229
Figura 260. Rua não pavimentada em Lagoa do Barro do Figura 261. Rua sendo pavimentada em Queimada nova
Piauí
7.3.5.6 Comunicação

Em relação à comunicação em Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, o serviço de telefonia móvel
está disponível através das operadoras Claro, com um sinal que varia de bom a regular, segundo
informações dos moradores locais. Vale destacar que somente em dois pontos de entrevista foi
relatado que não há a presença de sinal de telefonia móvel. Com base nas entrevistas é possível afirmar
que os municípios contam com a presença de sinal de internet, televisão e rádio. Ainda em relação a
comunicação, os dois municípios contam com a presença de agencias de Correios, e Queimada Nova
conta a presença de uma rádio municipal.

As figuras abaixo apresentam alguns elementos de comunicação identificados durantes as visitas


técnicas nas sedes dos municípios.

Figura 262. Unidade dos Correios Lagoa do Barro do Piauí Figura 263. Unidade dos correios de Queimada Nova

230
Figura 264. Atena Via Rádio, Lagoa do Barro do Piauí Figura 265. Rádio municipal em Lagoa do Barro do Piauí

Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) de 2022 indicam que no município de


Lagoa do Barro do Piauí houve 4.378 acessos de telefonia móvel em dezembro de 2022, sendo a
tecnologia predominante a 4G, utilizada em 84,9% dos acessos. Para o mesmo período no município
de Queimada Nova houve o registro de 8.442 acessos, sendo a tecnologia 4G a mais utilizada, sendo
registrada em 81,9% dos acessos, conforme apresenta a Tabela 88.

Tabela 88. Acessos de telefonia móvel nos municípios


Município Acessos de telefonia móvel Densidade do serviço* Acesso por tecnologia (%)
4G 3G 2G
Lagoa do Barro do Piauí 4.378 84,2 84,9 10,0 4,1
Queimada Nova 8.442 93,3 81,9 14,1 4,0
Fonte: ANATEL (2023) * acessos a cada 100 habitantes

Ainda de acordo com dados da ANATEL 33,5% dos moradores ou 35,5% dos domicílios de Lagoa do
Barro do Piauí eram cobertos por serviços de telefonia móvel, representando uma área de 11,7% do
município. Quando analisado o ranking de cobertura móvel 4G a operadora Claro cobria 33,22% dos
moradores e a TIM 30,72%. Já no município de Queimada Nova, a taxa de cobertura por morador era
de 43,5% e de domicílios 44,8%, representando uma área de 30,1% do município. No ranking de
cobertura móvel 4G, a TIM cobria 40,39% dos moradores, seguida pela Claro (29,08%) e Vivo (21,70%).

7.3.5.7 Energia

No que tange a distribuição de energia elétrica nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada
Nova, este serviço é de responsabilidade da Companhia Equatorial Energia. Em entrevistas realizadas
com os moradores das comunidades localizadas nas áreas de influência, foi constatado que as
residências possuem energia elétrica e há em muitos pontos iluminação pública nas ruas, com exceção
das comunidades localizadas mais afastadas das principais vias de acesso. Os municípios contam com
a presença de quatro linhas de transmissão conforme apresentado na Figura 269, sendo elas: LT 500
kV CURRAL-PIAUÍ II |QUEIMADA NOVA 2C V1 PI; LT 500 kV MILAGRES II | QUEIMADA NOVA 2 C C3
CE/PI; LT 500 kV BURITIRAMA | QUEIMADA NOVA 2C L 2 BA/PI; LT 500 kV U SOBRADINHO | S. JOÃO
DO PIAUÍ C C2 BA/PI.

231
Figura 266. Iluminação pública em Lagoa do Barro do Figura 267. Iluminação pública em Queimada Nova
Piauí

Figura 268. Iluminação na zona rural Figura 269. Linhas de transmissão nos municípios

Os municípios em que a diretriz do empreendimento está localizada possui numerosos projetos de


geração de energia elétrica já construídos, conforme apresentado na Tabela 89. Conforme dados
presentes na tabela atualmente (01/11/2023) estão em operação 29 parques eólicos nos dois
municípios, cuja espacialização pode ser verificada, conforme pode ser visualizado na Figura 270 e
Figura 271.

Tabela 89. Parques eólicos em operação


MUNICÍPIO EMPREENDIMENTO FASE
Queimada Nova Ventos de Santa Ângela 01; 06; 07; 08; 09; 15; 19; 21 Operação
Aura Lagoa do Barro 01; 02; 03; 04; 05; 06; 07 Operação
Lagoa do Barro do Piauí Aura Queimada Nova 01; 02; 03 Operação
Ventos de Santa Ângela 02; 03; 04; 05; 10; 11; 14; 16; 17; 18; 20 Operação
Fonte: ANEEL (2023)

Já em relação a construção de usinas fotovoltaicas o município de Lagoa do Barro do Piauí possui 20


usinas registradas na ANEEL que ainda não tiveram sua construção iniciada. Já em Queimada Nova há
uma UFV registrada já em operação, com potencial outorgada de 10 kW.

232
Figura 270. Linhas de transmissão presentes nos municípios

233
Figura 271. Prancha de Localização dos parques eólicos

234
7.3.5.8 Atividades econômicas

Neste tópico serão analisados os setores primários, secundários e terciários dos municípios, sendo,
portanto, analisadas as principais atividades econômicas de expressividade regional e local. Os dados
foram obtidos a partir de diferentes pesquisas estatísticas realizadas pelo IBGE como: Pesquisa da
Pecuária Municipal (PPM), Produção Agrícola Municipal (PAM), Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) e o Censo agropecuário.

a) Setor primário

Para a caracterização do setor primário foram utilizados os dados presentes na PAM, PPM e no Censo
Agropecuário, pesquisas elaboradas pelo IBGE. A Tabela 90 apresenta o quantitativo da produção das
lavouras agrícolas de gêneros temporários para os municípios analisados no ano de 2022. Foram
registrados o cultivo de apenas 3 gêneros temporários, sendo o milho o mais cultivado em ambos os
municípios. É importante salientar que não houve o registro de nenhuma cultura permanente no
município.

Tabela 90. Quantidade produzida (toneladas) das lavouras temporárias em 2022


Quantidade
Gênero
Queimada Nova Lagoa do Barro do Piauí
Feijão 73 114
Milho 108 124
Mandioca 103 60
Fonte: PAM (2022)

Os dados do censo agropecuário realizado no ano de 2017 indicam que existem no município de
Queimada Nova um total de 1.004 estabelecimentos agrícolas, sendo os estabelecimentos destinados
a pecuária os predominantes (567 unidades), seguido pelo de produção de lavouras temporárias (337).
Já o município de Lagoa do Barro do Piauí possuía 1.877 estabelecimentos, sendo os de pecuárias a
tipologia predominante (1.084 unidades), seguido pelos estabelecimentos de lavouras temporárias
com 442 unidades.

Tabela 91. Quantitativo de estabelecimentos por grupo de atividades econômica


Tipo do estabelecimento Quantidade
Queimada Nova Lagoa do barro do Piauí
Produção de lavouras temporárias 337 442
Horticultura e floricultura - 3
Produção de lavouras permanentes 2 2
Produção de sementes e mudas certificadas 3 -
Pecuária e criação de outros animais 567 1084
Produção florestal – florestas plantadas 18 26
Produção florestal – floresta nativas 77 318
Pesca - -
Aquicultura - 2
Total 1004 1877
Fonte: Censo agropecuário (2017)

Conforme exposta na Tabela 91 os estabelecimentos de criação animal possuem maior expressividade


nos municípios. Nesse sentido, são apresentados os dados do efetivo dos diferentes tipos de rebanho
235
na Tabela 92. Lagoa do Barro do Piauí tem maior expressividade no rebanho caprino (26.002 cabeças),
seguido pelo rebanho ovino (20.265) e bovino (3.541). Em Queimada Nova o rebanho mais expressivo
também é o Caprino (43.048 cabeças), seguido pelo ovino (37.745 cabeças) e bovino com 5.450
cabeças. Com base nesses valores é possível afirmar que Queimada Nova possui um maior
desenvolvimento na agricultura quando comparado com Lagoa do Barro do Piauí.

Tabela 92. Quantitativos (cabeças) dos rebanhos nos municípios analisados


Tipo de rebanho Quantidade
Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Bovino 3.541 5.450
Equino 385 438
Suíno 2.620 4.100
Caprino 26.002 43.048
Ovino 20.265 37.745
Galináceos 7.973 14.500
Fonte: PPM (2022)

b) Setor secundário

Para analisar a estrutura do setor secundário, a Tabela 93, exibe informações sobre unidades
empresariais, o número de pessoas empregadas e a média salarial da indústria nos municípios de Lagoa
do Barro do Piauí e Queimada Nova no ano de 2021, conforme o Cadastro Central de Empresas
(CEMPRE).

Tabela 93. Unidades empresariais/pessoal ocupado e salário dos segmentos industriais


Lagoa do barro Queimada Nova
Classificação Nacional de
Pessoal Pessoal
Atividades econômicas Quantitativo Salário Quantitativo Salário
Ocupado Ocupado
Indústrias extrativas - - - 1 - -
Fabricação de produtos alimentícios - - - 2 - -
Fabricação de bebidas - - - - -
Fabricação de produtos de fumo - - - - -
Fabricação de produtos têxteis - - - - -
Confecção de artigos de vestuário e
- - - 1 - -
acessórios
Fabricação de produtos de borracha e
- - - 1 - -
de material plásticos
Fabricação de produtos de minerais
- - - - -
não-metálico.
Metalurgia - - - - -
Fabricação de produtos de metal,
- - - 1 - -
exceto máquinas e equipamentos
Manutenção, reparação e instalação
- - - 1 - -
de máquinas e equipamentos.
Fonte: IBGE – CEMPRE (2021)

No município de Lagoa do Barro não existe informações desses quesitos apresentados na tabela. Já no
município de Queimada Nova, foi apurado 7 unidades empresariais, com destaque para o segmento

236
de Comercio de produtos alimentícios, com um quantitativo de 2 unidades. Destaca-se que os dados
com menos de três informantes não foram registrados no banco de dados do CEMPRE, e por esse
motivo algumas informações não constam na tabela.

c) Setor Terciário

A partir da visualização da Tabela 94 é possível afirmar que em Lagoa do Barro do Piauí o segmento do
comercio de reparação de automotores e motocicletas é o mais comum com 25 unidades, empregando
um total de 46 pessoas. Já o segmento de alojamento e alimentação, apesar de possuir apenas 7
unidades, emprega um total de 70 pessoas. No município de Queimada Nova, o comercio de reparação
também é o mais expressivo com 32 unidades, empregando 123 pessoas. No entanto, o segmento que
mais emprega pessoas nesse município é a administração pública com 369 pessoas ocupadas.

Tabela 94. Quantitativo de empresas e organizações do setor terciário


Classificação Nacional de Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova
Atividades econômicas Quantitativo Pessoal Salário Quantitativo Pessoal Salário
Eletricidade e Gás - Ocupado
- - - Ocupado
- -
Água, esgoto, atividades de - - - - - -
gestão de resíduos e
Construção 1 - - 1 - -
descontaminação.
Comercio de reparação de
25 46 333 32 123 1.474
automotores e motocicletas
Transporte, armazenagem e
- - - 1 - -
correio
Alojamento e alimentação 7 70 696 - - -
Informação e comunicação - - - - - -
Atividades financeiras, de - - - 1 - -
seguros e serviços
Atividades imobiliárias
relacionados - - - - - -
Atividades profissionais, técnicas
- - - 2 - -
e cientificas
Atividades administrativas e
2 - - 4 23 212
serviços complementares
Administração pública, defesa e
2 - - 7 369 10.885
seguridade social
Educação 1 - - 6 - -
Saúde humana e serviços sociais 1 - - - - -
Outras atividades de serviços - - - - - -
Fonte: IBGE (2021)

d) Síntese das atividades econômicas

O Gráfico 45 apresenta a evolução do PIB Per Capita para os dois municípios analisados, nota-se que
nos anos iniciais de análise o PIB Per Capita nos dois municípios eram equivalentes, mas a partir de
2018 houve um crescimento vertiginoso nos valores de Lagoa do Barro do Piauí. Tal fenômeno também
pode ser verificado em relação ao PIB municipal. Queimada Nova sempre esteve um pouco à frente

237
do município de Lagoa do Barro do Piauí, até 2018, quando este ultrapassou de maneira significativa
o município vizinho.

80000 450000

70000 400000

350000
60000
300000
50000

R$ X 1000
250000
R$

40000
200000
30000
150000

20000
100000

10000 50000

0 0
20102011201220132014201520162017201820192020 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova Lagoa do Barro do Piauí Queimada Nova

Gráfico 45. Gráfico do PIB Per capita Gráfico 46. Gráfico do PIB Municipal

A Tabela 95 apresenta a composição do PIB municipal para Lagoa do Barro do Piauí, nota-se que em
2020 o setor que mais contribuía para a receita municipal era a indústria, seguida pelos impostos e
pela administração.

Tabela 95. Composição do PIB por setor da economia em Lagoa do Barro do Piauí
Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Agropecuária 1802 2487 1692 2036 2523 2939 2518 3700 3148 2804 3392

Indústria 440 533 654 374 752 908 852 1064 64370 217635 196081

Serviços 2771 3238 3871 4600 5358 5974 6169 8682 38422 55034 22879
Administração, defesa,
educação 10581 11879 13407 15772 16450 19404 19557 21085 23932 26982 30526

Impostos 666 677 1236 978 888 1149 1209 2776 46974 143182 99889
Fonte: IBGE (2010; 2020)

A Tabela 96 apresenta a composição para o município de Queimada Nova. Diferente da realidade


identificada no município vizinho, o setor que mais contribui em Queimada Nova é o setor da
administração, seguido pelo setor de serviços e indústria.

Tabela 96. Composição do PIB por setor da economia em Queimada Nova


Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Agropecuária 3524 5115 3518 3887 4002 4418 5102 5359 5744 4117 6535
Indústria 794 1009 1159 750 1449 1865 1907 2146 2082 2531 20469
Serviços 6244 7795 8985 11174 14256 16379 19412 20536 22290 30855 35391

Administração, defesa, educação 18512 20597 23128 26033 27303 31075 31719 35155 38427 42266 45016

238
Anos 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Impostos 1465 1622 1907 2460 2795 3940 4677 5105 6484 8926 12084
Fonte: IBGE (2010; 2020)

7.3.6 Aspectos históricos, culturais e arqueológicos

De acordo com o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, primeiro instrumento legal de


proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro, o patrimônio cultural material é definido como um
conjunto de bens móveis e imóveis existentes no País cuja conservação é de interesse público, tanto
pela sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quanto por seu excepcional valor
arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico. Já o patrimônio cultural imaterial é definido pelas
tradições e expressões orais, inserindo a língua como veículo, dança, música e artes da interpretação
convencionais, os hábitos sociais, os rituais e comemorações festivas, os conhecimentos, os usos
relacionados à natureza e ao mundo, e os métodos artesanais tradicionais (IEPÉ, 2006).

Em relação ao patrimônio material, a lista mais recente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN), com data de agosto de 2023, indica que não existe nos municípios de Lagoa do Barro
do Piauí e Queimada Nova bens tombados referente a construções. Além da listagem de bens
tombados o IPHAN disponibiliza uma lista relacionada ao Patrimônio Cultural Ferroviário do país.
Dados mais recentes dessa listagem (05/05/2023), indicam que não existem nenhum bem ferroviário
tombado nos municípios.

Apesar da não catalogação de nenhum bem material pelo IPHAN, a partir de conversas com moradores
locais quando questionados da existência de prédios com relevância histórica sempre foi indicado a
existência das Igrejas Matrizes, conforme apresentado nas imagens abaixo.

Figura 272. Igreja Matriz de Lagoa do Barro do Piauí Figura 273. Igreja Matriz de Queimada Nova

Em relação ao patrimônio arqueológico a base de dados do IPHAN indica que existem em Lagoa do
Barro do Piauí 31 sítios e em Queimada Nova 15 sítios, conforme apresentado, respectivamente na
Tabela 97 e Tabela 98.

239
Tabela 97. Sítios arqueológicos presentes no município de Lagoa do Barro do Piauí
NOME COORDENADAS NATUREZA CLASSIFICAÇÃO SÍNTESE
Abrigo Sítio do Meio -41.561188, -8.770019 Bem Arqueológico Pré-colonial Arte Rupestre e lítico | Sítio formado por um bloco de rocha xistosa com paredões que
formam um pequeno abrigo.
Areia Branca -41.531947, -8.700073 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Corresponde a uma ocupação céu aberto, exclusivamente lítica.
Barreiro -41.43593302, -8.70510137 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Sítio a céu aberto marcado pela presença de vestígios líticos dispersos em
superfície.
Barrerinho -41.53486, -8.616997 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio multicomponencial a céu aberto localizado em área de vale, afluente do Riacho da
Gameleira.
Cachoeira -41.488516, -8.763068 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio Rupestre / grafismos
Cacimbas -41.504513,-8.756302 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio a céu aberto com escassos objetos líticos dispersos em meio a blocos e
afloramentos de micaxisto.
Córrego Seco -41.538585,-8.697092 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Corresponde a uma ocupação a céu aberto, representada por objetos líticos.
Cumbuca -41.574954,-8.564011 Bem Arqueológico Histórico O sítio arqueológico corresponde a uma ocupação a céu aberto.
Entre córregos -41.527376, -8.667038 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio lito-cerâmico a céu aberto, sobre relevo de vale encaixado a leste da Serra da
Gamela.
Gameleira -41.516338,-8.526181 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio Rupestre| localizado na calha do Riacho Gameleira
João e Maria -41.456203,-8.757333 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Corresponde a uma ocupação a céu aberto, representada por objetos líticos e
fragmentos cerâmicos
Malhadinha -41.53679,-8.587651 Bem Arqueológico Histórico Sítio. O sítio corresponde a utensílios domésticos de materiais.
Mata Burro -41.50832,-8.542526 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Corresponde a uma ocupação céu aberto, exclusivamente lítica.
Morro do Brejo Seco -41.606876,-8.455826 Bem Arqueológico Pré-colonial Oficina de Sílex do PI/ Sem classificação
Pedra do córrego -41.65804486,-8.70879118 Bem Arqueológico Pré-colonial É um Sítio lítico a céu aberto denominado “Pedra do Córrego'', apresenta textura
arenosa, silexito.
Poço das Araras 1 -41.521731,-8.70015 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio a céu aberto com objeto lítico dispersos sobre a superfície.
Riacho da Areia -41.528768,-8.699977 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio a céu aberto com objeto lítico dispersos sobre a superfície.
Ruína da Lagoa Seca -41.417606,-8.684287 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio. Lítico, cerâmico e histórico.
Santo Antônio -41.467135,-8.730367 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio de arte rupestre a céu aberto. As gravuras, feitas por incisões, encontram-se nas
paredes de um afloramento rochoso de micaxisto.
Córrego da Gameleira -41.54769481,-8.5891334 Bem Arqueológico Pré-colonial O Sítio Arqueológico Córrego da Gameleira é um sítio pré-colonial lítico à céu aberto,
unicomponencial.
Mucambo -41.613988,-8.663925 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio Arqueológico | Sem classificação
Pilões de Bonito -41.60275577,-8.6204014 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio Arqueológico Pilões de Bonito, o qual se refere a um conjunto de pilões ou
almofarizes.
T14-15 -41.633124,-8.760443 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio lítico a céu aberto e de arte rupestre (pinturas) nas margens do Riacho da Arei.
Sítio Arqueológico T4 -41.544976,-8.750429 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio corresponde a uma ocupação pré-histórica, composto por objetos líticos lascados
em sílex.
Sítio Arqueológico T17 -41.65685081,-8.74856379 Bem Arqueológico Pré-colonial Bem Arqueológico, do tipo Sítio. Sítio lítico a céu aberto localizado a 300m do Riacho
Itaquatiara.
Tanque -41.477175,-8.751412 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio multicomponencial a céu aberto com materiais (líticos, cerâmicas e louças) dispersas
sobre a superfície do terreno.
Tanque Real -41.514644,-8.620564 Bem Arqueológico Histórico O sítio representa uma casa contendo cinco cômodos. Uma área de 114m² construída de
adobe e tijolão queimado com telhado de telha de barro.
Xique Xique I -41.458231,-8.741116 Bem Arqueológico Pré-colonial Corresponde a uma ocupação a céu aberto, representada por objetos líticos dispersos em
superfície.
Xique Xique II 41.461948, -8.74411 Bem Arqueológico Pré-colonial Corresponde a uma ocupação a céu aberto, representada por objetos líticos dispersos em
superfície.
Zé Damião -41.505333,-8.749889 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio a céu aberto com objetos líticos dispersos sobre a superfície do terreno.

Tabela 98. Sítios arqueológicos em Queimada Nova/PI


NOME COORDENADAS NATUREZA CLASSIFICAÇÃO SÍNTESE
Barrinha -41.48369893,-8.67473505 Bem Arqueológico Pré-colonial Foram identificados vestígios dispersos em superfície, com a presença de peças líticas
lascadas.
Carqueja -41.44477714,-8.64857933 Bem Arqueológico Pré-colonial Esta ocupação Carqueja corresponde a um sítio lítico a céu aberto, de superfície, composto
por materiais lascados e brutos, tais como núcleos, lascas e instrumentos.
Casa de Farinha -41.50634151,-8.72957664 Bem Arqueológico Histórico Sítio Histórico localizado nas proximidades de um acesso vicinal com a presença de
caatinga nativa em seu entorno.
Coíte -41.44367419,-8.6465349 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio Arqueológico multicomponencial, do tipo lítico-cerâmico a céu aberto, localizado em
área plana ao lado de um afluente do rio Mansinho.
Curtume -41.43334736,-8.65624362 Bem Arqueológico Histórico Sítio histórico localizado no pátio da residência correspondendo a estruturas de produção
de couro.
Estepe -41.46885007,-8.69001388 Bem Arqueológico Pré-colonial O sítio Estepe corresponde a um sítio a céu aberto, de superfície, compondo escassos
objetos líticos e fragmentos cerâmicos. Corresponde a um sítio multicomponencial,
reocupado ao longo do tempo.
Gamela 1 -41.497832,-8.639182 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio a céu aberto, com fragmentos cerâmicos dispersos em meio à catinga arbustiva.
Jiboia -41.452469,-8.51851 Bem Arqueológico Pré-colonial O sítio encontrasse em um local de fluxo hídrico intermitente, onde ocorreu a instalação
(1980) de uma barragem particular.
Mansinho -41.471713,-8.677777 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio. Lítico, cerâmico e histórico| Sítio de ocupação multicomponencial, histórico e pré-
histórico, localizado às margens do Riacho Mansinho em meio à caatinga arbórea.
Poço da pinga -41.415647,-8.653455 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio apresenta líticos e arte rupestre inserido em paredões rochosos, envolto por caatinga
arbórea com acúmulo de poço d'água do Riacho Sumidouro.
Poço escuro -41.424737,-8.653217 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Arte rupestre| Sítio inserido em paredões rochosos às margens do Riacho Sumidouro
localizado na comunidade Quilombola do Sumidouro.
Roça Nova 41.463481, -8.653629 Bem Arqueológico Pré-colonial e Histórico Sítio. Lítico, cerâmico e histórico| Sítio localizado nas proximidades de um acesso vicinal
com a presença de catinga arbustiva em seu entorno.
-41.46894216,-8.69159479 Bem Arqueológico Histórico Sítio. É um sítio histórico preservado que registra a história do Quilombo Sumidouro, pois
pertenceu a principal família hereditária dos Quilombolas.
Vieira -41.43923086,-8.59803245 Bem Arqueológico Histórico Sítio histórico com intrusão de vestígios líticos localizado no município de Queimada Nova.
entre as torres T192 e T193.
Volta do Riacho 41.444559, -8.499536 Bem Arqueológico Pré-colonial Sítio. Sítio Rupestre localizado na calha do córrego intermitente afluente do Riacho Pau-
Ferro

240
Na região do empreendimento foram identificados 22 sítios arqueológicos conforme apresentado na
Figura 274, estando o mais próximo localizado a uma distância de 6,28 Km, denominado Sítio
Arqueológico Malhadinha. A nomenclatura dos demais sítios arqueológicos da região podem ser
verificados na Figura 275. É importante salientar que nos limites das áreas de influência do
empreendimento não foram identificados nenhum bem histórico ou arqueológico.

Figura 274. Sítios arqueológicos presentes na região do empreendimento

241
Figura 275. Prancha de Loc alização dos Sítios Arqueológicos

242
7.3.7 Caracterização das comunidades tradicionais e assentamentos rurais

De acordo com o Sistema Indigenista de Informações pertencente a Fundação Nacional dos Povos
Indígenas (FUNAI), existe no estado do Piauí apenas três terras indígenas homologadas, uma delas
denominada Kariri da Serra Grande (Figura 276), localizada no município de Queimada a 552 km de
Teresina, e 26 Km da ADA do empreendimento. De acordo com os dados do último censo demográfico
o município de Lagoa do Barro do Piauí possui 7 habitantes indígenas e Queimada Nova possui 174
habitantes autodeclarados indígenas, conforme pode ser visualizado na Tabela 99.

Tabela 99. Dados do censo demográfico – Indígenas


Quesito de declaração indígena
Município Localização do domicílio
Cor ou raça indígena Se considera indígena
Em terras indígenas -
Lagoa do Barro do Piauí
Fora de terras indígenas 7
Em terras indígenas 106 8
Queimada Nova
Fora de terras indígenas 59 1
Fonte: IBGE (2022)

É válido destacar que além do território Kariri da Serra Grande, o estado do Piauí possui outros dois
territórios demarcados pelo Instituto de Terras do Piauí (INTERPI), sendo eles: comunidade tabajara e
Tabajara Tapuio Itamaraty, localizadas respectivamente nos municípios de Piriri e Lagoa de São
Francisco. Tais territórios não se encontram no banco de dados da FUNAIS e não dispõem de seus
limites em brancos de dados.

Figura 276. Localização de território indígenas próximo a área do empreendimento

243
ZFigura 277. Prancha de localização dos territórios indígenas

244
Conforme o Decreto n° 4887/03, as comunidades remanescentes de quilombos constituem “grupos
étnico-raciais, segundo critérios de auto atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de
relações territoriais especificas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica sofrida”

Os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), indicam
que ocorrem no estado do PI um total de 13 territórios distribuídos em 11 municípios, desses
municípios Queimada Nova, conta com dois territórios, conforme presente na Tabela 100.

Tabela 100. Áreas Quilombolas no estado do PI e sua distância em relação a ADA do empreendimento
Município Nome da Área Distância da ADA
Sumidouro 20 Km
Queimada Nova
Tapuio 14 Km
Sabonete 77 Km
Isaias Coelho Morrinho 72 Km
Fazenda Nova 68 Km
Assunção do Piauí Sítio Velho 295 Km
Esperantina Olho d’água dos Pires 515 Km
Pedro Laurentino/São João do Piauí Riacho dos Negros 82 Km
Campinas do Piauí Volta do Campo Grande 91 Km
Paulistana Contente 66 Km
Matias Olímpio / Campo Largo do Piauí Vila São João / Cavalos 532 Km
São Raimundo Nonato Lagoas 152 Km
São Miguel do Tapuio Maacos 303 Km
Fonte: INCRA (2023)

A partir da consulta ao banco de dados da Fundação Cultural Palmares, o município de Queimada Nova
possui 6 comunidades certificadas, conforme presente na Tabela 101.

Tabela 101. Territórios quilombolas presentes no município de Queimada Nova


MUNICÍPIO NOME DA COMUNIDADE NÚMERO DE HABITANTES SITUAÇÃO
Queimada Nova Tapuio 29 Certificada
Sumidouro 26 Certificada
Pitombeira 63 Certificada
Baixa da Onça Sem registro Certificada
Volta do Riacho Sem registro Certificada
Mucambo Sem registro Certificada
Fonte: FCP (2023)

A Figura 278 apresenta a espacialização dos territórios quilombolas nos municípios analisados e no seu
entorno imediato.

245
Figura 278. Prancha de localização dos territórios quilombolas

246
Em relação à presença de assentamentos rurais os municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada
Nova não possuem nenhum assentamento registrado, sendo o mais próximo localizado no município
de Campo Alegre do Fidalgo/São Francisco de Assis/Bela Vista do Piauí e Nova Santa Rita. Nos limites
desses municípios está inserido o Projeto de Assentamento Chapada do Papagaio, a uma distância
aproximada de 33 Km da ADA do empreendimento, conforme pode ser visualizado na Figura 279,
também representada em forma de prancha na

Figura 279. Assentamentos rurais próximos as áreas de influência do empreendimento

247
Figura 280. Prancha de localização dos projetos de assentamento da região do empreendimento

248
7.3.8 Uso e ocupação do Solo

O uso e ocupação do solo é um aspecto fundamental da avaliação socioeconômica de uma área, pois
possibilidade a visualização clara da interação humana com o ambiente natural. Com isso, torna-se
possível a definição do grau de antropização, bem como da verificação de atividades compatíveis com
o contexto da região. Nesse âmbito, no presente tópico, será discutido o uso e ocupação do solo da
área diretamente afetada e das áreas de influência, considerando disposições legais sobre zoneamento
urbano e ambiental, atividades exercidas, infraestrutura pública disponível e o uso e cobertura do solo
propriamente dito.

No que concerne ao zoneamento urbano, menciona-se que foi obtida a certidão de uso e ocupação do
solo emitida pela prefeitura de Lagoa do Barro do Piauí, a qual indica adequabilidade do tipo do
empreendimento proposto à sua localidade. A certidão indica que a área estudada se situa em zona
rural e o empreendimento, em acordo com a legislação aplicável de uso e ocupação do solo no
município.

Para reconhecimento do uso e cobertura do solo da área, foi realizado o mapeamento através de
imageamento de satélite. Para a área de influência indireta, foi utilizada a ferramenta Mapbiomas
proposta por Souza et al. (2020), a qual disponibiliza dados sobre uso e cobertura do solo obtidos
através de imagens de satélites da série LANDSAT e SENTINEL, com aplicação de algoritmo de
classificação de pixel. A ferramenta classifica o uso e cobertura em 5 classes: floresta, formações
naturais não-florestais, agropecuária, área não vegetada (onde estão incluídas as manchas urbanas),
corpos d’água e feições não identificadas. A Figura 281 apresenta o resultado do mapeamento das
áreas de influência.

Figura 281. Uso e cobertura do solo das áreas de influência (MapBiomas, 2021).

O resultado indica que as coberturas predominantes nos municípios da AII se referem a florestas e
agropecuária, esta última presente de forma difusa ao longa de toda extensão rural do município. Na
249
porção central dos municípios, há delimitação de área não vegetada referente à sede municipal e
respectiva zona urbana.

Na área de influência direta e diretamente afetada, as coberturas que predominam referem-se à


formação savânica (Figura 154) e mosaico de agricultura e pastagem (Figura 155). A cobertura savânica
é típica da região de estudo, sendo o aspecto de vegetação natural, com cobertura relativamente
esparsa.

Figura 282. Formação savânica na ADA. Figura 283. Mosaico de agricultura e pastagem na ADA.

Outra cobertura expressivamente presente na área refere-se ao uso agropecuário. Sobretudo na


porção norte da AID, foram observadas áreas de campos de pastagem para criação de gado (Figura
156) identificadas pela vegetação majoritariamente rasteira e pela presença dos animais propriamente
ditos, sendo comum em proximidade a açude. Quando a vegetação recobridora apresenta-se
majoritariamente em extrato herbáceo, mas não sem as características de área de pastagem, foi
realizada classificação como formação campestre (Figura 157).

Figura 284. Campo de pastagem na ADA. Figura 285. Formação campestre na AID.

A Figura 286 e Figura 287 exibem o mapeamento resultante de uso e cobertura do solo da ADA e AID,
realizado a partir da ferramenta MapBiomas, de imagens de satélite Google Earth e CBERS4A do ano
de 2022, além dos dados obtidos in loco. A Tabela 43 expressa os percentuais das classes de cobertura
na ADA e AID.

250
Figura 286. Uso e cobertura do solo da ADA e AID.

Tabela 102. Cobertura de classes na AEL


Classe Percentual na ADA Percentual na AID Percentual na AEL (ADA+AID)
Formação Savânica 82,53% 82,44% 82,46%
Mosaico de Agricultura e Pastagem 8,98% 10,18% 9,97%
Pastagem 6,38% 4,19% 4,58%
Formação campestre 1,87% 2,86% 2,68%
Formação Florestal 0,21% 0,15% 0,16%
Áreas não vegetadas 0,02% 0,13% 0,11%
Área urbana 0% 0,02% 0,02%
Açudes 0% 0,03% 0,03%

251
Figura 287. Uso e cobertura do solo da ADA e AID.

252
7.3.9 Paisagem

A paisagem entendida por Bertrand (2004, p. 141) como “determinada porção do espaço, o resultado
da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que,
reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável,
em perpetua evolução” é uma categoria geografia que permite recortar (ainda que preserve as
características do todo) determinada porção do espaço para a elaboração de análises integradas.
Nesse sentido, a paisagem dos municípios em que o Complexo Fotovoltaico Canela está localizado,
deve ser lida e interpretada a partir dos grandes meios que a estruturam, ou seja, através dos
elementos do meio físico, biótico e antrópico.

O Complexo Fotovoltaico Canela localiza-se entre os municípios de Queimada Nova e Lagoa do Barro
do Piauí, ambos na mesorregião sudeste do estado do Piauí. A distância em linha reta entre os
municípios é de 15.35 km e a distância de condução é de 17 km. O município de Lagoa do Barro do
Piauí está localizado ao norte de Queimada Nova, fazendo fronteira com os municípios São Francisco
de Assis do Piauí, Queimada Nova e Capitão Gervásio Oliveira, localizando-se a 542 km da capital do
estado, Teresina. O município possui uma extensão territorial de 1.331,025 Km2, no entanto, apenas
0,74 Km2 corresponde a área urbanizada, confirmando o caráter predominantemente rural da região.
Já Queimada Nova, é vizinho dos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Alfrânio, localizando-se a
553 Km de Teresina. O município possui uma extensão territorial de 1.283,369 km², dos quais apenas
1,15 km² corresponde à área urbanizada, o que configura, semelhantemente à Lagoa do Barro do Piauí,
uma paisagem majoritariamente rural.

O terreno onde se localizará o empreendimento possui uma superfície de 1070,7 hectares, dos quais
655,31 hectares serão ocupados pelo complexo. É importante salientar que, a área ocupada pelo
empreendimento se localiza próxima ao maior parque eólico da América do Sul, o parque Lagoa dos
Ventos, localizado nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio.

Conforme apresentado no diagnóstico do meio físico, a região dos municípios está inserida em uma
zona de transição entre o contexto sedimentar da Bacia Parnaíba e cristalino da Faixa Riacho do Pontal.
Sobre essas litologias foram produzidas diferentes formas de relevos, sendo possível o registro de
superfícies fortemente aplainadas, assim como serras e outros relevos residuais. Essa estrutura
geomorfológica passou nos últimos anos a ser intensamente explorada pelo segmento enérgico, com
a fixação de parques eólicos nas serras dos municípios.

As médias climatológicas da precipitação apresentam forte limitação temporal e espacial e quando


analisados os dados das altas temperaturas, a região apresenta um déficit hídrico muito significativo,
reduzindo a capacidade produtivo da agricultura e pecuária local. Em relação a cobertura vegetal
destaca-se a presença de uma vegetação de porte arbustivo muito antropizada, com a presença de
espécies como marmeleiro, mofumbo, mandacaru, pereiro e aroeira.

Vale destacar que a Unidade de Conservação mais próxima é o Parque Nacional Serra da Capivara, que
está a 180 km de distância do município de Lagoa do Barro do Piauí e a 204 km do município de

253
Queimada Nova. Nos municípios estão presentes corpos hídricos de caráter efêmero e intermitentes,
pertencentes a bacia hidrográfica do Canindé, destaca-se que esses corpos hídricos (rios, açudes,
riachos) são essenciais para a fauna local.

Regionalmente, os aspectos relacionados ao desenvolvimento econômico e a crescente ocupação do


solo definiram a configuração da paisagem atual. Para a área em análise, verifica-se, através de
sobrevoos feitos com aeronave remotamente pilotada, que a paisagem do local apresenta
características naturais com forte presença de vegetação nativa, além de características antrópicas,
devido ao processo de implantação das comunidades rurais.

Após a implantação do empreendimento, acredita-se que não haverá geração de impactos de grandes
magnitudes na paisagem do local, visto que é pretendido a ocupação de uma usina fotovoltaica em
área que não há construção de mobiliários urbanos e áreas construídas de grandes dimensões. A
paisagem da região já vem sendo alterada pela instalação de outros empreendimentos e demais
alterações antrópicas. Neste cenário, o principal agente estruturador da paisagem na escala regional
decorre da construção de inúmeros parques eólicos.

O diálogo com os moradores presentes na área de influência do empreendimento permitiu


compreender quais são as suas percepções a respeito dos aspectos paisagísticos. Os residentes
mencionaram que, de acordo com sua percepção acerca da paisagem, há a presença de área de mata,
caracterizando-a como uma área de mata nativa preservada e com presença da fauna local. Em relação
à percepção da paisagem sob o viés antrópico, a população pontuou que houve uma mudança drástica
na paisagem, em decorrência da instalação do parque eólico, com o advento dos aerogeradores no
horizonte.

A Figura 288 apresenta alguns registros de drones realizados nas áreas de influência do
empreendimento para caracterização da paisagem local.

254
Figura 288. Prancha de registros de drones

255
7.3.10 Caracterização das condições de saúde e doenças endêmicas

A fim de possibilitar uma avaliação do impacto do empreendimento na ocorrência de doenças


endêmicas, sexualmente transmissíveis e dos casos relacionados ao vírus SARS-CoV-2, este tópico
elabora uma análise dos dados quantitativos levantados a partir do banco de informações do Portal da
Saúde - Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI).

Para a verificação dos valores em relação aos registros dos casos das doenças endêmicas foram
consultados além dos dados de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, municípios sede do
empreendimento, dados disponíveis de municípios próximos. Em relação às arboviroses dengue, zika
e chikungunya, os últimos boletins epidemiológicos do ano de 2022 (52ª semana) e 2023 (1º a 40ª
semana) indicam que os municípios de Lagoa do Barro do Piauí e de Queimada Nova, além de
municípios próximos ao empreendimento, não apresentaram registros de tais doenças.

O mesmo se dá para a doença Monkeypox, que se alastrou na região Nordeste a partir do ano de 2022,
e de acordo com o Painel Epidemiológico Mpox do Piauí, o estado obteve 40 casos confirmados, porém
nenhum registro para os municípios supramencionados. Em relação a malária, os dados
disponibilizados pelo Ministério da Saúde, a partir da construção de uma série história dos dados
notificados para o estado do Piauí, indicaram que nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada
Nova e região, não houve nenhum caso da doença nos últimos 10 anos.

Em relação aos dados de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), os dados mais recentes na SESAPI
de fevereiro de 2023, não especifica o quantitativo para todos os municípios do estado. Nesse sentido,
serão apresentados os dados para a situação epidemiológica completa do estado. Conforme pode ser
visualizado na Tabela 103, os casos de AIDS no estado do Piauí vêm diminuindo significativamente,
passando de 865 casos em 2018 para 533 em 2022.

Tabela 103. Casos de AID notificados entre 2018 e 2022


Localidade 2018 2019 2020 2021 2022
Piauí 865 934 718 762 533
Fonte: SESAPI (Nota técnica, 04/2023)

Em relação ao SARS-CoV-2, de acordo com o Painel Epidemiológico Covid-19 do Piauí fornecido pela
SESAPI, cujo dados mais recentes são do dia 02/09/2023, é possível observar o panorama da doença
no estado do Piauí e nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e de Queimada Nova, conforme pode
ser visualizado na Tabela 104.

Tabela 104. Casos confirmados e óbitos de Covid-19


Localidade Casos confirmados Óbitos
Piauí 433.695 8398
Lagoa do Barro do Piauí 1074 11
Queimada Nova 1350 6
Fonte: SESAPI (Painel Epidemiológico Covid-19)

256
7.3.11 Comunidades nas áreas de influência

Para a delimitação da Area de Influência Direta (AID) do meio socioeconômico, foram considerados
2000 metros a partir do limite da Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento, enquanto
para a Área de Influência Indireta (AII) considerou-se os limites municipais de Lagoa do Barro do Piauí
e Queimada Nova. Realizou-se um levantamento in loco para a identificação das comunidades, vias de
acesso e casas presentes nos raios de influência. As comunidades visitadas estão localizadas nas zonas
rurais de ambos os municípios.

Na ADA do empreendimento estão presentes duas comunidades, formadas por apenas duas
residências, a saber: Baixa Verde e Baixão do Pedro. Já nas demais áreas de influência estão presentes
11 comunidades: Barreiro da Roça, Caiera, Tamburil, Extrema, Bela Vista, Tanquinho, João Eloi, Alto do
Vistoso, Vargem Grande, Lagoinha e Bom Jardim.

As comunidades presentes nas áreas de influência ocorrem tanto na forma dispersa (casas isoladas ou
pequenos agrupamentos) quanto na forma concentrada na forma de bairros. De modo geral, o
município de Queimada Nova possui maior dinamicidade econômica, quando comparado com Lagoa
do Barro do Piauí. Naquele município estão presentes pequenos comércios como: padarias,
lanchonetes, lojas de diferentes segmentos, oficinas, materiais de construção, pousadas e
restaurantes. Já no entorno/limite das áreas de influência do empreendimento a característica
predominante é o desenvolvimento de atividades rurais, mesmo que de forma muito incipiente. Do
ponto de vista paisagístico predominam na área porções de vegetação nativa e antropizadas. As
residências em sua grande maioria são edificações com infraestrutura de alvenaria, possuindo divisões
internas com mais de um ambiente e presença de banheiros.

Em relação aos equipamentos direcionados a educação pública não houve o registro destes nas zonas
rurais dos municípios, sendo tais equipamentos concentrados nos limites das sedes administrativas.
Os moradores das demais zonas administrativas necessitam do transporte escolar para o
deslocamento até a cidade. No que compreende aos serviços de saúde, assim como nos serviços
educacionais há uma concentração nas sedes administrativas. Apesar disso é válido salientar que os
moradores são atendidos por agentes de saúde, com uma frequência diferentes para cada
comunidade. As visitas têm o intuito de promover ações preventivas e o acompanhamento de
pacientes, reportando às equipes superiores medidas a serem tomadas.

Do ponto de vista econômico, as entrevistas realizadas junto aos moradores indicam que as principais
fontes de renda das famílias é a produção agropecuária, a aposentadoria rural e o trabalho assalariado.
Tais fontes resultam em um rendimento mensal de até um salário-mínimo para as famílias locais.

A Figura 289 e Figura 290 apresenta a localização e o detalhamento das comunidades visitadas
durantes as atividades de campo. As coordenadas dos pontos de amarração podem sem conferidas na

Tabela 105.

257
Figura 289. Localização das comunidades visitadas Figura 290. Detalhamento para as comunidades

Tabela 105. Pontos de coordenadas das comunidades visitadas


COORDENADAS UTM – SIRGAS 2000 -ZONA 24 L
CÓDIGO NOME DISTÂNCIA DA ADA
LATITUDE LONGITUDE
C01 BARREIRO DA ROÇA 9069111.98 222841.41 0,60 Km
C02 CAIEIRA 9067012.43 220911.08 1,90 Km
C03 TAMBURIL 9064301.51 222136.42 1,10 Km
C04 EXTREMA 9065095.54 222904.48 0,65 Km
C05 BELA VISTA 9063190.32 222005.14 1,30 Km
C06 TANQUINHO 9063138.52 221635.84 1,65 Km
C07 JOÃO ELOI 9062660.67 221465.32 2,00 Km
C08 ALTO DO VISTOSO 9062595.79 222345.77 1,35 Km
C09 VARGEM GRANDE 9062544.67 223354.74 0,65 Km
C10 BAIXÃO DO PEDRO 9063493.00 223829.12 DENTRO DA ADA
C11 BAIXA VERDE 9063403.54 224203.10 DENTRO DA ADA
C12 LAGOINHA 9064410.26 225274.36 0,55 Km
C13 BOM JARDIM 9064871.08 226022.98 0,75 Km

Nos próximos tópicos serão apresentados a caracterização das comunidades visitadas a partir da
observação local e dos questionários aplicados.

258
Figura 291. Pracha de Localização das comunidades

259
Figura 292. Prancha de detalhamento das comunidades visitadas

260
7.3.11.1 Comunidades na ADA

Na ADA do empreendimento foram identificadas duas comunidades, a saber: Baixa Verde e Baixão do
Pedro. É importante salientar que essas duas localidades são compostas por poucas residências
habitadas.

a) Sítio Baixão do Pedro

O sítio rural Baixão do Pedro é caracterizada por possuir 1 habitante. No que concerne a infraestrutura
do sítio, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria e o acesso se dá através de via não
pavimentada.

Figura 293. Única residência habitada Figura 294. Residência não habitada na comunidade

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de poço e cisterna. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não
possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, o morador descreveu a área como segura
e conta com a presença do policiamento, com frequência não definida.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária.
No entorno, as principais atividades econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte.
Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município
de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que
a visita é feita mensalmente.

Para os aspectos sociais, o morador não está ligado a nenhuma associação ou movimento social.
Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que
diz respeito as principais reivindicações do morador aos órgãos públicos, foi citada a necessidade da
limpeza da estrada.

Quando perguntado sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para o morador da comunidade, foram citados a geração de emprego e renda e a
261
dinamização econômica. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento, foram citados o incômodo do barulho para os animais e a maior taxa de incidência
solar.

b) Baixa verde

O sítio Baixa Verde é caracterizado por possuir 1 famílias e 3 moradores. No que concerne a
infraestrutura do sítio, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando
abastecimento público de energia elétrica nas residências, acesso através de vias não pavimentadas e
sem iluminação. Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade através da operadora Claro,
com sinal de cobertura classificado como bom.

Figura 295. Residência não habitada na comunidade Figura 296. Plantação de Capim

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de poço e cisterna. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não
possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura, apesar de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária.
No entorno, as principais atividades econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte.
Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município
de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que
a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais, a comunidade está ligada a uma associação e de
produtores. Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na
comunidade. No que diz respeito as principais reivindicações da comunidade aos órgãos públicos, não
foi citada nenhuma demanda específica.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e o

262
aluguel e indenizações. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento foi citado que não haveria problemas.

7.3.11.2 Comunidades na AID

Na AID do empreendimento, conforme mencionado anteriormente estão presentes 11 comunidades,


a saber: Barreiro da Roça, Caiera, Tamburil, Extrema, Bela Vista, Tanquinho, João Eloi, Alto do Vistoso,
Vargem Grande, Lagoinha e Bom Jardim. A seguir serão descritos os aspectos observados durantes as
visitas técnicas e os resultados obtidos junto as entrevistas com os moradores.

a) Sítio Barreiro da Roça

De acordo com a entrevista com os moradores o sítio Barreiro da Roça é caracterizado por possuir 3
famílias e 8 moradores e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa do Barro do Piauí,
há o total de 5 famílias e 11 habitantes. No que concerne a infraestrutura do sítio, o padrão de
construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas
residências, acesso através de vias não pavimentadas e sem presença de iluminação. Os serviços de
telefonia não estão presentes na comunidade.

Figura 297. Ponto de barramento com criação animal Figura 298. Aplicação de entrevistas com moradores

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de cisternas e caminhão-pipa. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o
sítio não possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em
uma forma inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a
área como segura, apesar de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predominam a produção


agropecuária e o auxílio de programas sociais, a exemplo do Bolsa Família. No entorno, as principais
atividades econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal
núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do
Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita
mensalmente. Para os aspectos sociais, a comunidade está ligada a uma associação e de produtores.
263
Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que
diz respeito as principais reivindicações da comunidade aos órgãos públicos foram citada a limpeza do
barreiro.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e a
dinamização da economia. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento foi citado o acesso de pessoas estranhas às áreas que poderia vir a culminar no
aumento da criminalidade.

b) Comunidade Caeira

Segundo questionário aplicado com moradores a comunidade Caieira é caracterizada por possuir
aproximadamente 10 famílias e 60 habitantes e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de
Lagoa do Barro do Piauí, há o total de 16 famílias e 56 habitantes. No que concerne a infraestrutura da
comunidade, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento
público de energia elétrica nas residências e acesso através de vias asfaltadas e iluminadas. Os serviços
de telefonia estão presentes na comunidade através da operadora Claro, com sinal de cobertura
classificado como razoável.

Figura 299. Aplicação de questionários com os moradores Figura 300. Curral na comunidade

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de cisternas e caminhão-pipa, pois há a escassez de água quando o período chuvoso
se encerra. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a comunidade não possui coleta
pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma inadequada
de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como segura, apesar
de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predomina o trabalho


assalariado e a aposentadoria rural. No entorno, as principais atividades econômicas desenvolvidas
são a agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde,

264
comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de
agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais,
a comunidade não está ligada a nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer,
não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais
reivindicações da comunidade aos órgãos públicos não foram citadas demandas de melhoria.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e a
dinamização da economia. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento, não foram citados problemas.

c) Sítio Bom Jardim

O sítio Bom Jardim é caracterizado por possuir 11 famílias e 50 habitantes. Em relação ao movimento
migratório da comunidade, foi citado que há imigração especialmente entre os moradores mais jovens.
No que concerne a infraestrutura da comunidade, o padrão de construção dos domicílios é em
alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas residências, acesso através de
vias não pavimentadas e não iluminadas. Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade
através da operadora Claro, com sinal de cobertura classificado como bom.

Figura 301. Aplicação de questionários com moradora Figura 302. Área de pastagem na comunidade

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de cisternas e poços, pois há a escassez de água quando o período chuvoso se
encerra. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não possui coleta pública e realiza
a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma inadequada de manejo. Em
relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como segura, apesar de não haver
policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária.
No entorno, as principais atividades econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte.
Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município

265
de Queimada Nova. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita
é realizada, porém, sem frequência definida. Para os aspectos sociais, a comunidade não está ligada a
nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer não foram citadas atividades ou
festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais reivindicações da comunidade aos
órgãos públicos, não foram citadas demandas de melhoria.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foi citado a geração de emprego e renda. Já no
que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do empreendimento não foram
citados problemas.

d) Sítio Lagoinha

O sítio Lagoinha é caracterizado por possuir 12 famílias e 25 moradores, de acordo com a Secretaria
Municipal de Saúde de Lagoa do Barro do Piauí. No que concerne a infraestrutura do sítio, o padrão
de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica
nas residências, acesso através de vias não pavimentadas e sem presença de iluminação. Os serviços
de telefonia estão presentes na comunidade através da operadora Claro, com sinal de cobertura
classificado como bom.

Figura 303. Aplicação de questionários com morador Figura 304. Casa na comunidade

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de cisternas e poços. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não
possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura, apesar de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária
e o auxílio de programas sociais, a exemplo do Bolsa Família. No entorno, as principais atividades
econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal núcleo de
serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em

266
relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente.
Para os aspectos sociais, a comunidade não está ligada a nenhuma associação ou movimento social.
Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que
diz respeito as principais reivindicações da comunidade aos órgãos públicos foram citadas a limpeza
do terreno.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda,
pagamento de arrendamento, aluguel e indenizações. Já no que diz respeito aos aspectos negativos
advindos da implantação do empreendimento, foi citado que não haveria problemas.

e) Sítio Bela Vista

De acordo com entrevista com moradores o sítio Bela Vista é caracterizado por possuir 2 famílias e 10
moradores e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa do Barro do Piauí, há o total de
4 famílias e 20 habitantes. No que concerne a infraestrutura do sítio, o padrão de construção dos
domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas residências,
acesso através de vias não pavimentadas e sem presença de iluminação. Os serviços de telefonia estão
presentes na comunidade através da operadora Claro, com sinal de cobertura classificado como ruim.

Figura 305. Residência na comunidade

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de cisterna. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não possui
coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura, apesar de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária
e o auxílio de programas sociais, a exemplo do Bolsa Família. No entorno, as principais atividades
econômicas desenvolvidas são a agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal núcleo de
serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em

267
relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente.
Para os aspectos sociais, a comunidade está ligada a uma associação e de produtores. Quanto as
opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que diz
respeito as principais reivindicações da comunidade aos órgãos públicos foram citadas a limpeza da
rua e a criação de um roçado.

f) Sítio Tanquinho

De acordo com os moradores o sítio Tanquinho é caracterizado por possuir 20 famílias e 60 moradores
e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa do Barro do Piauí, há um total de 12
famílias e 36 habitantes. No que concerne a infraestrutura do sítio, o padrão de construção dos
domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas residências,
acesso através de vias não pavimentadas. Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade
através da operadora Claro, com sinal de cobertura classificado como bom.

Figura 306. Aplicação de questionários Figura 307. Vias de acesso

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de poço e anteriormente com caminhão pipa, todavia desde 2020 não houve mais
episódios de escassez de água. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, o sítio não possui
coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura, apesar de não haver policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores do sítio, predomina a produção agropecuária.
No entorno, as principais atividade econômica exercida é a agricultura. Em relação ao principal núcleo
de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em
relação a presença de agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente.
Para os aspectos sociais, a comunidade está ligada a uma associação e de produtores. Quanto as
opções de lazer, não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que diz
respeito as principais reivindicações da comunidade aos órgãos públicos foram citadas a necessidade

268
do conserto do poço e das estradas. Em relação à percepção dos habitantes sobre a paisagem da área,
foi citado que a paisagem tem mudado com a chegada das usinas eólicas.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e o
pagamento de arrendamento. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação
do empreendimento foi citado o desmatamento e o afastamento da fauna.

g) Conjunto Habitacional João Elói

De acordo com informações dos moradores o Conjunto Habitacional João Elói é caracterizado por
possuir aproximadamente 40 famílias e 50 habitantes e, de acordo com a Secretaria Municipal de
Saúde de Lagoa do Barro do Piauí, há um total de 28 famílias e 70 habitantes. No que concerne a
infraestrutura da comunidade, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando
abastecimento público de energia elétrica nas residências e acesso através de via não pavimentadas.
Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade através da operadora Claro, com sinal de
cobertura classificado como razoável.

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através da rede pública. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a coleta é
realizada pela prefeitura. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura e conta com a presença do policiamento semanal.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predomina o trabalho


assalariado. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado
o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade,
foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais, a comunidade não está ligada a
nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer, foi citada a celebração
tradicional da Nossa Senhora Rainha dos Anjos. No que diz respeito as principais reivindicações da
comunidade aos órgãos públicos foram citadas o calçamento das vias. Em relação à percepção dos
habitantes sobre a paisagem da área, foi citado que a mata se encontra preservada.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e a
dinamização da economia. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento foram citados o desmatamento e a poeira.

h) Comunidade Alto do Vistoso

A comunidade rural Alto do Vistoso é caracterizado por possuir aproximadamente 5 famílias e 30


habitantes e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa do Barro do Piauí, há o total de
5 famílias e 20 habitantes. No que concerne a infraestrutura da comunidade, o padrão de construção
dos domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas residências

269
e acesso através de via não pavimentadas e sem iluminação. Os serviços de telefonia estão presentes
na comunidade através da operadora Claro, com sinal de cobertura classificado como razoável.

Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é


realizado através de poço e cisterna. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a comunidade
não possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma
forma inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área
como segura e conta com a presença do policiamento, apesar de não ter uma frequência definida.

Figura 308. Cisterna de placa presente na comunidade Figura 309. Cisterna na comunidade

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predomina a produção


agropecuária. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado
o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade,
foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais, a comunidade não está ligada a
nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades
ou festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais reivindicações da comunidade
aos órgãos públicos, não foi citada nenhuma demanda específica. Em relação à percepção dos
habitantes sobre a paisagem da área, foi citado que antigamente havia mais roças do que atualmente.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados: geração de emprego e renda e
aluguel e indenizações. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do
empreendimento, não foram citados problemas.

i) Comunidade Vargem Grande

A comunidade rural Vargem Grande é caracterizada por possuir apenas 1 família, segundo informações
dos moradores. No que concerne a infraestrutura da comunidade, o padrão de construção dos
domicílios é em alvenaria, apresentando abastecimento público de energia elétrica nas residências e
acesso através de via não pavimentadas e sem iluminação.

270
Em relação ao esgotamento sanitário, a fossa séptica é utilizada. O abastecimento de água potável é
realizado através de cisterna. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a comunidade não
possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura, apesar de não contar com a presença do policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predominam a produção


agropecuária e o trabalho assalariado. No entorno, a principal atividade econômica desenvolvida é a
agricultura. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e educação, foi citado
o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de saúde na comunidade,
foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais, a comunidade não está ligada a
nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer, não foram citadas atividades
ou festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais reivindicações da comunidade
aos órgãos públicos, foi citada a necessidade da limpeza da estrada.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foi citado a geração de emprego e renda. Já no
que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação do empreendimento, não foram
citados o desmatamento e o aumento da temperatura e sensação térmica.

j) Comunidade Extrema

A comunidade rural Extrema é caracterizada por possuir aproximadamente 1 família. No que concerne
a infraestrutura da comunidade, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando
abastecimento público de energia elétrica nas residências e o acesso se dá através de via não
pavimentada e não iluminada. Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade através da
operadora Claro, com sinal de cobertura classificado como razoável.

Figura 310. Casa presente na localidade Figura 311. Banheiro externo a residência

Em relação ao esgotamento sanitário, é realizado a céu aberto. O abastecimento de água potável é


realizado através de poço. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a comunidade não

271
possui coleta pública e realiza a prática de queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma
inadequada de manejo. Em relação à questão da segurança, a comunidade descreveu a área como
segura e não conta com a presença do policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predominam a produção


agropecuária e a aposentadoria rural. No entorno, as principais atividades econômicas desenvolvidas
sãos a agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde,
comércio e educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de
agentes de saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais,
a comunidade não está ligada a nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer,
não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais
reivindicações da comunidade aos órgãos públicos, foi citada a necessidade da limpeza da estrada. Em
relação à percepção dos habitantes sobre a paisagem da área, foi citado que existe bastante mata
nativa e que o terreno é plano.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados a geração de emprego e renda, a
dinamização econômica e o pagamento de arrendamento. Já no que diz respeito aos aspectos
negativos advindos da implantação do empreendimento, não foram citados problemas.

k) Comunidade Tamburil

De acordo com informações repassadas pelos moradores a comunidade rural Tamburil é caracterizada
por possuir entre 20 e 30 famílias e de 100 a 250 habitantes. De acordo com a Secretaria Municipal de
Saúde de Lagoa do Barro do Piauí, há o total de 25 famílias e 86 habitantes. No que concerne a
infraestrutura da comunidade, o padrão de construção dos domicílios é em alvenaria, apresentando
abastecimento público de energia elétrica nas residências e o acesso se dá através de via não
pavimentada e não iluminada. Os serviços de telefonia estão presentes na comunidade através da
operadora Claro, com sinal de cobertura que varia entre razoável e bom.

Figura 312. Estrada que corta a comunidade Figura 313. Estrutura de distribuição de energia

272
Figura 314. Padrão construtivo Figura 315. Paisagem Local

Em relação ao esgotamento sanitário, é realizado através da fossa séptica. O abastecimento de água


potável é realizado através de poço, cisterna e caminhão pipa. Há a escassez de água quando o período
chuvoso se encerra, fazendo com que os moradores precisem comprar um caminhão pipa. No que diz
respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a comunidade não possui coleta pública e realiza a prática de
queimar os resíduos gerados, o que consiste em uma forma inadequada de manejo. Em relação à
questão da segurança, a comunidade descreveu a área como segura e não conta com a presença do
policiamento.

Em relação às principais fontes de renda dos moradores da comunidade, predomina a produção


agropecuária e o trabalho assalariado. No entorno, a principal atividade econômica desenvolvida é a
agricultura e a pecuária de corte. Em relação ao principal núcleo de serviços como, saúde, comércio e
educação, foi citado o município de Lagoa do Barro do Piauí. Em relação a presença de agentes de
saúde na comunidade, foi citado que a visita é feita mensalmente. Para os aspectos sociais, a
comunidade não está ligada a nenhuma associação ou movimento social. Quanto as opções de lazer,
não foram citadas atividades ou festas tradicionais na comunidade. No que diz respeito as principais
reivindicações da comunidade aos órgãos públicos, foram citadas a necessidade de abertura de
estradas, o atendimento médico, material de construção e o abastecimento de água efetivo. Em
relação à percepção dos habitantes sobre a paisagem da área, foi citado que a mata se encontra
preservada e que houve um aumento de torres de eólica na paisagem com o passar dos anos.

Quando perguntados sobre os benefícios que poderão ser trazidos pela implantação do
empreendimento para os moradores da comunidade foram citados a geração de emprego e renda e o
pagamento de arrendamento. Já no que diz respeito aos aspectos negativos advindos da implantação
do empreendimento, foram citados o desmatamento, a privação de liberdade dos moradores e a fuga
dos animais.

A Tabela 106 apresenta uma síntese das informações sobre as comunidades analisadas.

273
Tabela 106. Síntese das informações das comunidades
CONHECIMENTO QUAIS AS PRINCIPAIS PERCEPÇÃO SOBRE OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DA UFV CANELA PARA A
NOME DO COMUNIDADE
COMUNIDADE ESCOLARIDADE HISTÓRICO RENDA PRINCIPAL DA FAMIÍA SOBRE A UFV DEMANDAS DOS
ENTREVISTADO
CANELA? MORADORES LOCAIS POSITIVA NEGATIVA
A comunidade existe há mais Material de construção e Desmatamento e privação
Jenilson Souza Ensino Médio Produção agropecuária Sim Geração de emprego e renda
de 40 anos abertura de estradas de liberdade
TAMBURIL

A comunidade existe há mais Geração de emprego e renda, pagamento de


Josimar da Silva Ensino Fundamental Produção agropecuária Não Não tem demandas Desmatamento
de 60 anos arrendamento

A comunidade existe a pelo Produção agropecuária e Atendimento médico e


Maria Neuza Sem escolaridade Sim Pagamento de arrendamento Impacto na fauna
menos 60 anos aposentadoria rural abastecimento de água
Acesso de pessoas
BARREIRO DA A comunidade existe a mais Produção agropecuária e Geração de emprego e renda e dinamização
Carmosita Dias Sem escolaridade Sim Limpeza do barreiro estranhas e aumento da
ROÇA de 50 anos programas sociais (Bolsa Família) econômica
criminalidade
Trabalho assalariado e Geração de emprego e renda e dinamização
CAIEIRA Neverton Santos Ensino Superior Não sabe informar Sim Não tem demandas Não há problema
aposentadoria rural econômica

A comunidade existe há mais Produção agropecuária e trabalho Geração de emprego e renda, pagamento de
EXTREMA Josias Silva Ensino Médio Sim Limpeza da estrada Não há problema
de 50 anos assalariado arrendamento e dinamização da economia

BOM JARDIM Fábio Ensino Médio Não sabe informar Produção agropecuária Sim Não tem demandas Geração de emprego e renda Não há problema

A comunidade existe há pelo Produção agropecuária e Geração de emprego e renda, pagamento de


LAGOINHA Gervásio Ribeiro Ensino Fundamental Sim Limpeza do terreno Não há problema
menos 100 anos programas sociais (Bolsa Família) arrendamento e aluguel e indenizações

Produção agropecuária e
BELA VISTA Rafael Ensino Fundamental Não sabe informar Não Limpeza da rua, um roçado Não consta Não consta
programas sociais (Bolsa Família)
A comunidade existe há mais
Conserto do poço e das Geração de emprego em renda e pagamento de Desmatamento e impacto
TANQUINHO José Júlio Ensino Fundamental de 80 anos e já era uma Produção agropecuária Sim
estradas arrendamento na fauna
propriedade familiar
O conjunto existe há pelo Geração de emprego e renda e dinamização
JOÃO ELOI Cirlene Nunes Ensino Fundamental Trabalho assalariado Não Calçamento das vias públicas Desmatamento e poeira
menos 5 anos econômica

O conjunto existe há pelo Geração de emprego e renda e aluguem e


ALTO DO VISTOSO Valdenor Neto Não consta Produção agropecuária Sim Não tem demandas Não há problema
menos 32 anos indenizações

A comunidade existe há pelo Produção agropecuária e trabalho Desmatamento e aumento


VARGEM GRANDE Maria Sem escolaridade Sim Limpeza de estradas Geração de emprego e renda
menos 50 anos assalariado da temperatura

O sítio existe há mais de 48 Geração de emprego e renda e dinamização Aumento da incidência


BAIXÃO DO PEDRO Bernardo Ribeiro Não consta Produção agropecuária Não Limpeza da estrada
anos econômica solar e barulho

A comunidade existe há mais Geração de emprego e renda e aluguel e


BAIXA VERDE Lindomar Ribeiro Ensino Superior Produção agropecuária Sim Não pede nada Não há problema
de 70 anos indenizações

274
8 ANÁLISE INTEGRADA

A avaliação ambiental de uma área é uma tarefa que engloba diversos fatores, compartimentados,
para fins descritivos nos meios físico, biológico e socioeconômico. No entanto, a forma com que essas
características se manifestam dar-se de maneira integrada, havendo diversas relações de
interdependência. Nesse sentido, a abordagem integrativa na análise de uma área é fundamental para
um melhor entendimentos dos fatores, permitindo o entendimento holístico das condições presentes,
além da definição de alternativas e soluções mais adequadas para futuras realidades. Nesse sentido,
no presente tópico, será discutida a análise da área de estudo, integrando as diferentes vertentes
abordadas no diagnóstico ambiental.

A paisagem possui um papel fundamental para diferentes tipos de sociedades, ora sendo concebida
como palco das ações humanas ora como recurso para uma diversidade de usos e interações humanas.
Esse elemento é o reflexo direto entre as interconexões entre a sociedade e o meio ambiente,
refletindo os sinais da agricultura, mineração, urbanização, além dos aspectos culturais.

A categoria analítica da paisagem, representa para os estudos ambientais o melhor recorte


metodológico para a interpretação integrada do meio ambiente, pois o seu conteúdo concentra todos
os fluxos de matéria e energia resultantes das interações entre os elementos do meio físico, biótico e
socioeconômico. Há na literatura uma extensa produção teórica e técnica acerca das análises
integradas com destaque para Bertrand (2004), Rodrigues, Silva e Cavalcanti (2017) e Cavalcanti
(2018), tais obras, apresentam aportes metodológicos que permitem avaliar o meio ambiente a partir
de perspectivas que destacam quais as interações, os fluxos de matéria e energia, existentes no
ambiente.

A partir das informações obtidas no diagnóstico ambiental, avalia-se que a área pretendida para a
instalação do Complexo Fotovoltaico Canela dispõe de características que a tornam atrativa para
implantação do empreendimento, bem como para a aplicação de estratégias de conservação e
controle ambiental. A seguir, serão destacados alguns aspectos do diagnóstico realizado que
preponderam na avaliação integrada da área.

A análise do meio físico indicou inscrição da área na região semiárida do estado do Piauí dispondo de
alta incidência solar, pluviosidade reduzida e bem definida, além de condições pouco oscilantes ao
longo do ano em termos de temperatura, insolação, nebulosidade – características que corroboram
na definição locacional do empreendimento. Essas condições climáticas relacionam-se com às
características dos recursos hídricos superficiais da área, os quais dispõem de regime hídrico
intermitente ou efêmero, sendo pertencentes a bacia hidrográfica do Rio Canindé. Nas campanhas
realizadas notou-se a clara definição dos canais de drenagem natural da área, devido as morfologias
presentes no relevo local; tais drenagens ocorrem em um relevo que varia de plano a suave-ondulado.

A geologia homogênea condicionou nas áreas de influência do empreendimento uma singela variação
de classes pedológicas, as quais apresentam texturas que variam de arenosa a argilosa e tendem a ser
susceptíveis a ocorrência de processos erosivos.

275
A integração entre clima, solos, relevo e recursos hídricos possui como resultado direto a configuração
da estrutura vegetal da área. Regionalmente a área encontra-se integralmente inserida nos domínios
do bioma da caatinga, dispondo assim de uma grande relevância ecológica e biológica, pois trata-se do
único bioma exclusivamente brasileiro. Quanto a fitofisionomia as análises indicam que ocorre na área
a Savana-Estépica Florestada, o qual é estruturado em dois nítidos estratos: um superior, com
predominância de nanofanerófitas periodicamente decíduas e mais ou menos adensados por grossos
troncos em geral, profusamente esgalhados e espinhosos ou aculeados; e um estrato inferior
gramíneo-lenhoso, geralmente descontínuo e de pouca expressão fisionômica.

A cobertura vegetal interage ainda com à fauna local, que pela sua heterogeneidade propicia a geração
de uma variabilidade de habitats. Nas áreas de influência e na região como um todo foram registradas
16 espécies da mastofauna terrestre, 79 de morcegos (ordem Chiroptera), 86 de avifauna e 15 da
herpetofauna (répteis e anfíbios), resultando em 196 espécies de vertebrados presentes na região. Em
relação às espécies ameaçadas de extinção (em perigo ou vulneráveis), houve o registro de três
espécies: Leopardus emiliae (gato-do-mato); Herpailurus yagouaroundi (jaguarundi) e Kerodon
rupestris (mocó). Tendo em vista o processo de fragmentação que se estabelecerá com a implantação
do empreendimento, recomenda-se ações específicas para o levantamento, monitoramento e
conservação destas espécies. Destaca-se ainda a importância da manutenção de ambientes críticos
para tais espécies, que devem ser alvos de esforços de conservação, como os lajeiros e ambientes
rochosos, que são habitat de Kerodon rupestris, espécie ameaçada, endêmica e cinegética.

Do ponto de vista do meio socioeconômico as áreas de influência do empreendimento estão na zona


rural dos municípios de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova, o que resultou na presença de 13
comunidades, as quais estão distribuídas entre as zonas urbanas e rural do município. Dessas 16
comunidades apenas duas estão localizadas de forma isolada (uma residência para cada) nos limites
da ADA do empreendimento, sendo as demais localizadas de forma dispersa na AID do meio
socioeconômico.

As análises realizadas neste tópico evidenciam uma sólida interconexão entre os três meios
diagnosticados neste estudo, onde cada um atua como base estruturante para o outro. Vale ressaltar,
no âmbito local, que os usos humanos, atualmente nas áreas próximas a ADA do empreendimento são
direcionadas essencialmente para atividades agropecuárias e habitacionais, sendo escassa a presença
de atividades industriais e comerciais.

Conforme exposto na discussão geoecológica da paisagem apresentada por Rodriguez, Silva e


Cavalcanti (2017), a paisagem apresenta distintos tipos de estruturas as quais revelam as diferentes
morfologias paisagísticas e integrações existentes na superfície terrestre. A partir da abordagem
geoecológica a paisagem geográfica pode ser analisada através de sua estrutura vertical, horizontal e
vetorial. Entende-se pela estrutura vertical as composições e inter-relações entre os elementos da
paisagem no sentido vertical, ou seja, como os processos que ocorrem desde a atmosfera, passando
pela superfície edáfica até a rocha mãe ocorrem (BEROUCHACHVILI; BERTRAND, 1978). A estrutura
horizontal, é observada a partir das relações em superfície entre as diferentes unidades de paisagem

276
(KHOROSHEV, 2016; RODRIGUEZ; SILVA; CAVALCANTI, 2017; MIRANDA, 2022), ou seja, a diferenciação
vertical condiciona diferentes estruturas horizontais.

O diagnóstico ambiental delineado neste estudo até o momento proporciona uma compreensão da
estrutura vertical da paisagem das áreas de influência. Essa análise detalhada tem conectado os
elementos fundamentais do meio físico, biótico e antrópico. Com essa prévia visualização dessa
estrutura, torna-se possível abordar e analisar as integrações que ocorrem na dimensão horizontal da
paisagem. Apesar de naturalmente ocorrerem diferenciações de manchas de paisagens é a partir das
ações antrópicas que esse processo se torna mais acentuado, pois a paisagem natural passa a ser
fortemente fragmentada pelas atividades humanas.

Interagem diretamente com a estrutura vertical e condicionam parte da estrutura horizontal,


elementos como: imóveis rurais e urbanos, assentamentos, empreendimentos, áreas de preservação
permanente, reservas legais, infraestrutura (rodovias, acessos, linha de transmissão), os quais podem
ser definidos como barreiras geográficas ou simplesmente pontos de fragmentação paisagística. A
implantação de novos empreendimentos, como o caso do Complexo Solar Canela, gera
inevitavelmente a fragmentação da paisagem (mesmo que já previamente fragmentada),
proporcionando assim impactos adversos na paisagem.

Quando inserimos esse empreendimento no contexto do bioma da Caatinga, relacioná-lo com


fragilidades ambientais já presentes em um macro-contexto torna-se fundamental. Para a área como
um todo, destacam-se a localização de fragmentos de vegetação original e a sua relação com áreas já
antropizadas, o avanço da supressão da cobertura vegetal natural e a implantação de infraestruturas
diversas, gerando todos esses novos elementos perturbações no ambiente natural. Quando
observados os dados do MapBiomas em relação as áreas naturais e antrópicas dos municípios de Lagoa
do Barro do Piauí e Queimada Nova e dos municípios limítrofes, a taxa das classes antrópicas
representam 22,41% e as coberturas naturais representam 75,54% da área. Quando consideramos os
limites da AII do empreendimento, as coberturas naturais representam 82,74 % da área, sendo apenas
17,26% da área composta por classes antrópicas.

Através da abordagem ecológica que direciona seus esforços para o entendimento dos efeitos da
estrutura espacial sobre os processos ecológicos (TURNER, 1989), foram observados os fragmentos de
paisagem pré-existentes e o cenário futuro da implantação. O mosaico, a partir da abordagem
ecológica, pode ser entendido como o conjunto de habitats com as condições mais ou menos
favoráveis para determinada espécie ou comunidade (METZGER, 2001). Nesse sentido, entender a
capacidade de deslocamento das espécies e a fragmentação das paisagens e seus efeitos nas espécies
é essencial.

Nesse sentido, é possível afirmar que a paisagem da área de estudo já é marcada por importante grau
de fragmentação. Os municípios em que o empreendimento está sobreposto, como um todo,
apresentam um número significativo de imóveis rurais, que recortam as áreas naturais com o uso
agrícola, principalmente. A esse respeito, Metzger (2001), indica que “as paisagens onde há um intenso
parcelamento das propriedades privadas vão apresentar mosaicos extremamente heterogêneos,
277
contendo muitos fragmentos pequenos de vegetação e parcelas reduzidas de campos agrícolas ou de
pastagens. Por outro lado, paisagens em áreas de latifúndio vão ser muito mais homogêneas”. A Figura
316 apresenta o mosaico paisagístico presente nas áreas de influência do empreendimento.

Figura 316. Estrutura da paisagem das áreas de influência do empreendimento.

De acordo com Antogiovanni et al. (2018), o grau de perturbação dos fragmentos vegetacionais
remanescentes varia de acordo com a proximidade com diferentes vetores, como ocupação humana,
infraestrutura, áreas de pasto, áreas de supressão vegetal e queimadas. A fragmentação pré-existente,
por si só, já traz consigo impactos na distribuição dos fluxos de matéria e energia. Com a perspectiva
de implantação do Complexo Solar Canela, essa fragmentação tende a ser mais acentuada. Diante
disso, torna-se essencial adotar práticas de planejamento e gestão eficazes para os fragmentos
existentes. Isso engloba a implementação de estratégias que minimizem os efeitos negativos da
fragmentação, como a promoção de corredores ecológicos, a restauração de áreas degradadas do
entorno, e a proteção de habitats cruciais para a fauna e flora locais.

Em conformidade com a ecologia da paisagem, locais que se conformam em mosaicos, possibilitam o


estabelecimento de conexões entre fragmentos vegetais de modo a assegurar uma paisagem
sustentável. Nesse contexto de conexões, os recursos hídricos e suas respectivas áreas de preservação
permanente, têm papel fundamental, pois representam muitas vezes corredores ecológicos entre
fragmentos de vegetação, os quais são protegidos por lei quanto ao seu uso. Assim, visando garantir a
sustentabilidade da região, é fundamental que sejam estabelecidos corredores ecológicos integrando
parques, reservas, fragmentos vegetacionais e áreas de preservação permanente de maneira a se

278
obterem gerências integradas para assegurar a manutenção da paisagem e do fluxo gênico além da
sobrevivência da biodiversidade a médio e longo prazo.

Um corredor ecológico implica não somente uma ligação entre áreas protegidas e áreas com uma
biodiversidade importante, mas o combate à fragmentação de habitats e uma importante ferramenta
na promoção da conservação da natureza, bem como uma iniciativa para a implementação de uma
estratégia integradora na gestão compartilhada dos ecossistemas de uma região. Isso facilita a
articulação, regional (áreas prioritárias para a conservação) e local (APPs, Reservas Legais, parques),
além de fortalecer a perspectiva da conservação da Caatinga.

Por mais que a implantação do empreendimento venha colaborar com o processo já instalado de
fragmentação na paisagem da área, o seu entorno imediato é composto por áreas de reserva legal e
APPs, pontos de acumulação hídrica que podem e devem ser utilizados como corredores ecológicos,
facilitando a conectividade entre os fragmentos da paisagem local.

9 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Neste capítulo serão avaliados e interpretados os impactos ambientais resultantes do processo de


implantação do empreendimento em questão. Nesta avaliação serão estimados aspectos e impactos
ambientais comumente relacionados aos usos potenciais predispostos, considerando as fases de
planejamento, instalação e operação do empreendimento.

Sendo um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), o processo Avaliação de


Impacto Ambiental é um mecanismo fundamental para os estudos que estão direcionados a verificar
as alterações produzidas a partir da implantação de um novo elemento na paisagem. O objetivo é
garantir a possibilidade de antecipar as consequências futuras decorrentes da implantação e operação
de atividades modificadoras do meio ambiente para tomadas de decisões no presente que possam
acarretar significativa degradação da qualidade do meio ambiente (Resolução CONAMA 01/1986;
SANTIAGO et al., 2015).

Para tanto é fundamental que possamos compreender o real significado do termo “impacto
ambiental” para que assim, seja possível interpretá-lo. A resolução CONAMA 01/86 apresenta a
conceituação técnico jurídica do termo de impacto ambiental da seguinte maneira:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,


sendo causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes das atividades
antrópicas que, de forma direta ou indireta, possam afetar a saúde, a segurança e o
bem-estar da população e suas atividades sociais e econômicas, bem como a biota
(fauna e flora), as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a biota e a
qualidade dos recursos ambientais.

Outra conceituação, muito consolidada no meio técnico-científico é apresentada por Sánchez (2013),
na qual o autor entende o impacto ambiental como modificações nos processos naturais ou sociais, os
quais possuem origem essencialmente na ação antrópica. Por ser produto direto das ações antrópicas,

279
é fundamental que no processo de avaliação de impactos sejam contempladas as diferentes esferas
que compõem o meio, ou seja, a esfera física, biótica e social (SOUSA, 2006).

É consenso entre os estudos de AIA a aplicação de algumas váriaveis padrões, que sempre devem estar
associadas ao impacto para que a sua natureza seja revelada. Os termos de referências dos órgãos
ambientais estatuais, baseados nas instruções normativas do CONAMA, apresentam essas variáveis e
garantem que os processos sejam mais eficientes. O inciso II do Art. 6º da CONAMA (01/86), indica
essas variáveis, a saber: magnitude, importância, natureza (positivos e negativos; benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu
grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e
benefícios sociais (Resolução CONAMA 01/1986).

Para a efetividade do processo é preciso ser eficiente em dois aspectos. Em primeiro lugar é necessário
possuir um bom entendimento do projeto, de seus diversos componenetes, das obras e demais
atividades necessárias para sua implantação, operação, assim como das atividades relacionadas à
desativação do empreendimento, em segundo lugar a realização de um bom diagnósticos dos
elementos que estruturam o ambiente a ser afetado (VILÀS, 1992; SÁNCHEZ, 2013). Somente assim
conhecendo os aspectos ambientais e a estrutura do meio, poderam ser analisados os impactos.

Desse modo, o tópico que se segue apresenta a identificação, descrição e análise dos impactos
ambientais pertinentes a implantação do empreendimento UFV CANELA SOLAR, com o intuito de
orientar na conjectura das medidas mitigadoras para que possam atenuar os aspectos adversos do
empreendimento e potencializar os aspectos benéficos, garantindo assim a sustentabilidade
ambiental e eficiência do empreendimento.

9.1 Metodologia

No campo da avaliação dos impactos ambientais existe uma grande diversidade de técnicas e métodos
direcionados a identificação deles, sendo essencial a existência de um rigor metodológico na hora da
escolha de qual método será utilizado. Isso se faz necessário visto cada empreendimento está inserido
em uma realidade única, na qual, as interconexões entre os elementos do meio e as atividades
antrópicas resultam em impactos específicos.

Sánchez (2013) alerta que há diversos tipos de ferramentas utilizáveis para auxiliar na identificação
dos impactos ambientais, sendo que todos os métodos de trabalho demandam um razoável domínio
dos conceitos subjacentes; uma compreensão detalhada do projeto analisado e de todos os seus
componentes; e um razoável entendimento da dinâmica socioambiental do local ou região
potencialmente afetada.

Portanto, para identificar os impactos ambientais deve-se conhecer bem suas causas ou ações
tecnológicas. Por isso, é usual que, antes da identificação propriamente dita dos impactos, seja
elaborada uma lista das atividades que compõe o empreendimento. Dessa forma, previamente à
aplicação da metodologia para a identificação e caracterização dos impactos ambientais, elencou-se

280
primeiramente os processos inerentes à atividade envolvida considerando os projetos e memorial
técnico do empreendimento.

Para o estudo em tela, optou-se pela utilização do método de matrizes de interação, o qual pode ser
entendido como uma listagem de controle bidimensional que relaciona os fatores com as ações (nesse
caso os impactos com os atributos), possibilitando a avaliação dos impactos gerados pela implantação
do empreendimento, a partir das ações que causam um maior número de impactos e aquelas que
afetam de forma relevante os fatores ambientais (SANCHEZ, 2013). Moraes e D’aquino (2016),
apontam que a eficiencia desse método reside na possibilidade de indentificação de impactos diretos,
ou seja, qual meio estar sendo mais afetado a partir de quais ações transformadoras.

Os atributos adotados para a análise efetiva dos impactos ambientais tomou como base a metodologia
proposta por Sánchez (2013) etambém conforme termo de referência orientador do estudo emitido
pelo órgão ambiental de análise competente na qual utilizou-se os seguintes atributos: natureza,
escala, importância, magnitude, duração, reversibilidade, temporalidade, abrangência, significância e
probabilidade. Para a quantificação do grau de alteração dos impactos ambientais foram adotados
pesos que indicam a qualificação dos mesmos de acordo diferentes atributos, conforme metodologia
de ponderação proposta por Block (1999) e modelo matemático da matriz de Leopold conforme Rocha
et al. (2001). A Tabela 107 apresenta o detalhamento dos atributos e os pesos adotados conforme
metodologia de Sanchez (2013), Block (1999) e Rocha et al. (2001).

Tabela 107. Critérios de avaliação dos Impactos Ambientais


ATRIBUTO CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO REPRESENTAÇÃO PONTUAÇÃO
Quando a alteração se constituir em um ganho para a
Positivo + +
qualidade ambiental.
Natureza
Quando a alteração se constituir em danos para a
Negativo - -
qualidade ambiental.
Quando os efeitos ocorrem apenas nas imediações da
Local ação associada. Adotou-se a ADA e AID como influência El 1
local.
Quando os efeitos se propagam por áreas geográficas com
influência regional. Adotou-se os limites municipais de
Regional Er 3
Escala Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova como influência
regional (AII).
Quando os efeitos se propagam por áreas geográficas
mais abrangentes. Adotou-se os limites de áreas externas
Estratégico Ee 5
ao limite municipal de Lagoa do Barro do Piauí e
Queimada Nova.
Quando os efeitos possuem baixa importância no cenário
Baixa Ib 1
global dos impactos
Quando os efeitos possuem média importância no cenário
Importância Média Im 3
global dos impactos
Quando os efeitos possuem alta importância no cenário
Alta Ia 5
global dos impactos
Quando os efeitos desaparecem após o término da ação
Temporário Dt 1
causadora do impacto.
Quando os efeitos da alteração ambiental podem ser
Duração Cíclicos Dc 3
intermitentes.
Quando os efeitos permanecem mesmo cessando a ação
Permanente Dp 5
impactante.
Quando as condições ambientais podem retornar ao
Reversível Rr 1
estado de equilíbrio.
Reversibilidade
Quando os efeitos sobre o ambiente permanecem mesmo
Irreversível Ri 5
após a finalização da ocorrência do impacto.

281
Quando o impacto se manifesta imediatamente após sua
Imediato Ti 5
causa.
Quando é necessário algum tempo mediano para o
Temporalidade Médio prazo Tm 3
impacto se manifestar.
Quando é necessário um tempo longo para o impacto se
Longo prazo Tl 1
manifestar.
Quando ocorrida a partir de uma ação que não esteja
Indireta Ai 1
relacionada com a ação propriamente dita.
Abrangência
Quando ocorre diretamente de uma ação desenvolvida
Direta Ad 5
durante a atividade.
Quando os efeitos possuem baixa probabilidade de
Baixa Pb 1
acontecer no cenário global dos impactos
Quando os efeitos possuem média probabilidade de
Probabilidade Média Pm 3
acontecer no cenário global dos impactos
Quando os efeitos possuem alta probabilidade de
Alta Pa 5
acontecer no cenário global dos impactos
Fonte: Adaptado de Sánchez (2013), Block (1999), Rocha et al. (2001), IDEMA (2023).

A partir dos critérios estabelecidos, a avaliação final dos impactos é caracterizada em função da
graduação da relevância dos aspectos. De modo que a significância de um determinado impacto é
obtida pela soma dos valores de cada variável (natureza, escala, importância, duração, reversibilidade,
temporalidade, abrangência e probabilidade), conforme adaptação da metodologia de Sanchez (2013),
Block (1999) e Rocha et al. (2001).

A significância poderá assumir valores de 7 (menor valor total) até 35 (maior valor total), sendo
considerado os valores de 7 à 14 os impactos ambientais não significativos, de 14 à 23 como de
moderada significância e maior que 23 como muito significante, conforme apresentado na Tabela 108
e a Figura 317.

Tabela 108. Escala de classificação da significância dos impactos ambientais.


AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Não significativa (desprezível) somatório <14


Classificação Significância moderada 14 ≤ somatório ≤ 23
Muito significativo somatório > 23
Fonte: Adaptado de Sanchez (2013), Block (1999) e Rocha et al. (2001).

Não significativa Significância Moderada Muito Significativo

< 14 14 - 23 > 23
Figura 317. Escala de significância.
Fonte: ECOENG (2023)

Por fim, para definição da magnitude de cada impacto ambiental foi utilizada a metodologia de
combinação de atributos apresentada em Sanchez (2013) que consiste em estabelecer uma correlação
entre dois ou mais atributos de forma que resulte em uma terceira classificação. Nesse caso foi
utilizada a combinação associada dos critérios de significância versus duração através do produto dos
valores atribuídos a cada uma. Para isso, foi realizada uma nova atribuição de valores à significância
sendo o resultado da multiplicação de 20 a 80 para os impactos “não significativos”, 80 a 140 para os
moderados e de 140 a 200 para os significativos. O valor resultante da magnitude se deu conforme o
esquema apresentado na Tabela 109 e Figura 318.

282
Tabela 109. Escala de classificação da magnitude dos impactos ambientais.
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Baixa produto < 80


Classificação Média 80 ≤ produto ≤ 140
Alta produto > 140
Fonte: Adaptado de Sanchez (2013), Block (1999) e Rocha et al. (2001).

Baixa Média Alta


< 80 80 - 140 >140
Figura 318. Escala de magnitude.
Fonte: ECOENG (2023)

Após a listagem dos impactos ambientais e atributos elencados, para a melhor visualização das
informações geradas, utilizou-se as matrizes de identificação conforme metodologia de Leopold et al.
(1971), no qual são compostas de linhas e colunas contendo as principais ações ou atividades que
compõe o empreendimento analisado, os aspectos ambientais e seus impactos ambientais associados,
identificando objetivamente as interações possíveis entre os componentes do projeto e os elementos
do meio.

9.2 Identificação dos Impactos Ambientais

Nos tópicos a seguir, serão descritos os impactos ambientais previstos para a implantação e operação
do Complexo Fotovoltaico Canela. As fases prévia, de implantação e operação são abordadas no início
da descrição do tópico, de maneira a abarcar os principais impactos observados em cada etapa, de
acordo com as atividades desenvolvidas. Em seguida, é tratada a descrição individual de cada impacto
ambiental observado ao longo das três etapas de implantação do complexo, considerando no
detalhamento do impacto aqueles que são observados em mais de uma etapa. Ressalta-se que a
ordem de apresentação dos impactos não tem relação direta com a sequência de instalação do
empreendimento.

9.2.1 Fase prévia

À fase prévia são atribuídas as etapas de estudos e avaliações da área de interesse anteriormente à
implantação do empreendimento. Tal etapa, embora não disponha de significativos impactos
ambientais adversos associados, é fundamental para o suporte no planejamento e desenvolvimento
técnico dos projetos e estudos detalhados a serem posteriormente realizados. Os impactos ambientais
da fase prévia são atrelados aos estudos preliminares, estudos ambientais e estudo de viabilidade
econômica, conforme descritos neste tópico.

Dentre os estudos preliminares, destacam-se o reconhecimento inicial da área de estudo, com visita à
área para coleta de informações técnicas, bem como para identificação do acesso à área e observação
das características de ocupação atuais; ademais, é elaborada a planta topográfica com base em dados
públicos para definição de traçado planialtimétrico do terreno. Para a realização de tais estudos, é

283
necessária a contratação de profissionais especializados, os quais farão o reconhecimento in loco e,
junto aos dados já previamente disponíveis, serão definidos aspectos fisiográficos preliminares e
planialtimétricos da área.

O estudo ambiental consiste na realização do reconhecimento e diagnóstico ambiental da área


pretendida para implantação do empreendimento, bem como de suas áreas de influência por
intermédio de empresa especializada. Para o Complexo Fotovoltaico Canela foi solicitada a
apresentação de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), no qual
são definidos os impactos a serem causados, as medidas de mitigação e os programas de controle
ambiental. Assim, os impactos previstos para essa etapa estão relacionados aos levantamentos e
monitoramentos ambientais realizados in loco na área e os resultados obtidos, referindo-se
principalmente à caracterização ambiental obtida da área, que permite o planejamento de uso racional
da área e a sugestão de medidas compensatórias adequadas, mas também estando associados a
possíveis acidentes com fauna e incertezas causadas às comunidades do entorno.

O estudo de viabilidade econômica envolve uma análise detalhada das perspectivas financeiras e
econômicas do projeto. Isso inclui a avaliação dos custos de implantação, operação e manutenção do
parque fotovoltaico, bem como a estimativa das receitas formadas pela geração de energia solar. O
objetivo é determinar se o investimento é financeiramente sustentável e se os retornos esperados
justificam os custos associados ao projeto. A avaliação financeira é relacionada com a avaliação das
características naturais da área, atreladas a sua potencialidade econômica. Nesse contexto, é
necessária a contratação de equipes/profissionais especializados, os quais trarão os resultados da
avaliação, que permitem a caracterização da potencialidade econômica da região e da área, gerando
expectativas quanto à implantação do empreendimento pretendido.

9.2.2 Fase de instalação

Após a conclusão dos estudos componentes da fase prévia, com a respectiva aprovação do órgão
ambiental, é dado início à fase de autorização e posterior instalação do parque fotovoltaico, incluindo
a elaboração dos projetos atrelados à implantação do empreendimento, e execução quando da
aprovação da licença de instalação pelo órgão ambiental. A fase de instalação do empreendimento
está dividida nas seguintes etapas: elaboração de projetos do empreendimento, canteiro de obras,
oferta de equipamentos viários, transporte de mão-de-obra, movimentos de terra, bota-fora,
instalação de painéis solares e limpeza geral da obra. Ressalta-se que a etapa de instalação é a
correspondente ao maior fluxo de atividades modificadoras na área de estudo, sendo a etapa de maior
geração de impactos ambientais do empreendimento.

Inicialmente, com a elaboração dos projetos de instalação é observada maioria de impactos positivos
com o desenvolvimento de projetos técnicos para a área e contratação de equipe especializada para
tal. Após a aprovação dos projetos pelo órgão ambiental, é iniciada a instalação do canteiro de obras,
que é a etapa em que a construtora e demais profissionais responsáveis pela obra são contratados,
sendo realizadas a facilitação de acessos ao empreendimento, a supressão vegetal e limpeza do
terreno; em seguida é executada a instalação das estruturas provisórias referentes à construção do
284
parque fotovoltaico, tais como banheiros, escritórios, dentre outros; os materiais da obra e
equipamentos do empreendimento são adquiridos; e as atividades do funcionamento do canteiro são
iniciadas.

Tais ações referem-se a aspectos de geração de impactos ambientais nas áreas de influência,
resultando principalmente na perda das características naturais da área em prol da implantação do
complexo. Os impactos adversos que se destacam nessa etapa são a redução de abundância da flora
e fauna natural da área, incorrendo em alterações paisagísticas e possibilidade de ocorrência de
processos erosivos, geração de poeira e barulho das máquinas, o que pode afetar as comunidades
próximas. Por outro lado, cabe destacar que, para além dos impactos adversos, existem a geração de
impactos benéficos como a geração de emprego e renda, maior circulação de capital na localidade e
uma maior visibilidade do munícipio no cenário nacional e estadual para a atração de novos
investimentos.

Depois da instalação do canteiro de obras é realizada a limpeza do terreno, e em tem-se início as


atividades de terraplenagem, para correções topográficas no terreno do empreendimento. Esta
atividade consiste na remobilização do solo dentro dos limites do empreendimento, podendo
inclusive, ocorrer a deposição de solos. Essa ação possui como principal impacto adverso a perda das
características morfológicas do solo original, uma vez que ocorre a sua compactação, além da adição
de características químicas e físicas distintas de seu estado natural devido a deposição de solos
distintos.

Por fim, depois de já preparado o terreno, iniciam-se as obras de implantação, com instalação de
painéis solares. Destacam-se como impactos adversos nessa etapa, as alterações pontuais da
paisagem, e microclima, devido a instalação das novas estruturas; a geração de resíduos sólidos da
construção civil; além dos impactos comuns as outras etapas como a geração de pressão sonora e
material particulado.

Apesar da fase de instalação do empreendimento gerar a ocorrência de impactos ambientais adversos,


estes serão compensados ou mitigados a partir da execução dos diferentes programas propostos.
Outro ponto a ser destacado é que também são gerados impactos positivos, principalmente na esfera
socioeconômica, como a valorização imobiliária da área, arrecadação de tributos, geração de
empregos diretos e indiretos, entre outros.

9.2.3 Fase de Operação

Comumente, as fases de operação dos empreendimentos não possuem uma geração de impactos
expressivos, visto que há uma concentração destes nas fases de instalação. A fase operacional de um
parque fotovoltaico acarreta impactos ambientais abrangentes. Estes incluem o uso de recursos
hídricos para a limpeza dos painéis solares, a modificação da paisagem e dos ecossistemas locais, o
gerenciamento adequado de resíduos, os potenciais efeitos de ruído e vibração, bem como a reflexão
de radiação solar.

285
Tais impactos, embora menos imediatos que os da construção, demandam uma gestão ambiental
proativa, garantindo a conformidade regulatória e a adoção de medidas de mitigação, além de
monitoramento constante para assegurar a sustentabilidade da operação do parque.

A Tabela 110 traz a matriz de avaliação de impactos ambientais resultantes das fases prévia, de
implantação e de operação do empreendimento, sendo apresentada a respectiva avaliação quali-
quantitativa, quanto aos fatores de avaliação definidos.

9.3 Matriz de Impactos Ambientais

Como forma de sintetizar e resumir os impactos ambientais analisados, obtém-se a matriz de impactos
que apresenta a síntese quantitativa dos atributos analisados correlacionando as etapas do projeto
(planejamento, implantação e operação), os meios afetados e a classificação dos impactos.

286
Tabela 110. Identificação dos impactos ambientais relacionados.

Meio Antrópico

Reversibilidade

Temporalidade

Probabilidade
Meio Biótico

Abrangência

Significância
Importância
Meio Físico

Magnitude
Natureza

Duração
Escala
Etapa do projeto ID Impacto

Fase Prévia
1 Crescimento do setor de serviços técnicos X + Ee 5 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 45 BAIXA
2 Definição dos aspectos fisiográficos do terreno X X + El 1 Ia 5 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 17 MODERADO 17 BAIXA
3 Definição de parâmetros para uso racional da área X X X + Er 3 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 17 MODERADO 51 BAIXA
Estudos preliminares 4 Alteração à flora e fauna X - El 1 Ib 1 Dc 3 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pa 5 21 MODERADO 63 BAIXA
5 Geração de renda X + Er 3 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
6 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 11 INSIGNIFICANTE 11 BAIXA
7 Conhecimento de carências da comunidade X + El 1 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 45 BAIXA
8 Caracterização do meio físico X + El 1 Im 3 Dt 1 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
9 Caracterização da flora e fauna X + El 1 Im 3 Dt 1 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
10 Abertura de picadas para caracterização da flora X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
11 Risco de acidentes com a fauna X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
12 Proposta de controle e monitoramento ambiental X X X + El 1 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 95 MÉDIA
13 Delimitação das áreas de interesse ambiental X X X + El 1 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 95 MÉDIA
Estudos Ambientais 14 Planejamento de uso e ocupação racional do solo X X X + El 1 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 95 MÉDIA
15 Crescimento do setor de serviços técnicos X + Er 3 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 45 BAIXA
16 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 57 BAIXA
17 Análise do uso eficiente de terras degradadas X X X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 21 MODERADO 105 MÉDIA
18 Análise de potencial educativo na comunidade local X + El 1 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 39 BAIXA
19 Incertezas na população X - Er 3 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 39 BAIXA
20 Incentivo à pesquisa e inovação tecnológica X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
21 Caracterização das potencialidades da região X + Er 3 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 57 BAIXA
Estudos de
22 Geração de expectativas de mercado X + Ee 5 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 45 BAIXA
Viabilidade
23 Crescimento do setor de serviços técnicos X + Ee 5 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 45 BAIXA
Econômica
24 Aumento da arrecadação tributária X + Ee 5 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 19 MODERADO 57 BAIXA
Fase de Instalação
25 Elaboração de projetos civis e de infraestrutura X X + El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ad 5 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
26 Aumento da expectativa otimista da população X + El 1 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 13 INSIGNIFICANTE 39 BAIXA
27 Geração de emprego e renda X + Er 3 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 17 MODERADO 17 BAIXA
28 Aumento do poder de compra da população local X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 15 MODERADO 15 BAIXA
29 Crescimento e diversificação do setor de comércio/serviço X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 11 INSIGNIFICANTE 11 BAIXA
30 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 15 MODERADO 15 BAIXA
31 Insegurança pelo aumento de circulação de pessoas X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pm 3 17 MODERADO 17 BAIXA
32 Programa de educação para comunidade local X + El 1 Ib 1 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 75 BAIXA
33 Aumento da pressão por serviços básicos X - El 1 Ib 1 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ad 5 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
34 Risco de acidente de trânsito X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
35 Aumento do tráfego urbano X - Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
36 Alterações paisagísticas X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
Canteiro de obras 37 Produção de material particulado X X - El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pm 3 19 MODERADO 19 BAIXA
38 Perda de potencial florístico X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pm 3 23 MODERADO 115 MÉDIA
39 Afugentamento da fauna X - El 1 Im 3 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 25 SIGNIFICATIVO 25 BAIXA
40 Produção de resíduos sólidos e efluentes X X X - El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 21 MODERADO 21 BAIXA
41 Variação dos níveis de pressão sonora X X - El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 21 MODERADO 21 BAIXA
42 Variação da qualidade da água X X X - Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 21 MODERADO 21 BAIXA
43 Variação da qualidade do solo X X X - Er 3 Ib 1 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
44 Riscos de acidentes de trabalho X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
45 Supressão vegetal para instalação do canteiro X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
46 Riscos de proliferação de doenças X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 11 INSIGNIFICANTE 11 BAIXA
47 Redução da abundância da fauna X - El 1 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pa 5 27 SIGNIFICATIVO 135 MÉDIA
48 Fragmentação de habitat da flora local X - El 1 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 31 SIGNIFICATIVO 155 ALTA
49 Facilitação de corredores ecológicos X + Ee 5 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
Oferta de 50 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - El 1 Ia 5 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 17 MODERADO 51 BAIXA
equipamentos viários 51 Variação da acessibilidade interlocal X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
52 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - El 1 Ia 5 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 17 MODERADO 51 BAIXA
53 Aumento da oferta de empregos X + Er 3 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 15 BAIXA
54 Variação dos níveis de pressão sonora X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
Transporte de 55 Produção de material particulado X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 23 MODERADO 23 BAIXA
mão-de-obra 56 Afugentamento da fauna X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
57 Variação da pressão sobre sistema viário X - Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
58 Alteração do fluxo de veículos X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
59 Riscos de acidentes de percurso X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
60 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X X - El 1 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 45 BAIXA
61 Alteração geotécnica e geomorfológica do terreno (corte e aterro) X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
62 Aumento da suscetibilidade ao processo de desertificação X X X - Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 17 MODERADO 85 MÉDIA
Movimentos de terra 63 Alteração das condições hídricas X - Er 3 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 15 BAIXA
64 Perturbação à fauna X - El 1 Im 3 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 25 SIGNIFICATIVO 25 BAIXA
65 Variação dos níveis de pressão sonora X - El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 21 MODERADO 21 BAIXA
66 Produção de material particulado X X - El 1 Im 3 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 21 MODERADO 21 BAIXA
67 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - El 1 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 45 BAIXA
68 Redução da abundância da flora X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pm 3 23 MODERADO 115 MÉDIA
Bota-fora
69 Redução da abundância da fauna X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pm 3 23 MODERADO 115 MÉDIA
70 Aumento da oferta de empregos X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
71 Variação dos níveis de pressão sonora X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
72 Produção de material particulado X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pa 5 19 MODERADO 19 BAIXA
73 Acidentes de atropelamento de fauna X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pb 1 19 MODERADO 19 BAIXA
Instalação de 74 Risco de acidente de percurso e montagem X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
Painéis Solares 75 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
76 Aumento da oferta de empregos X + Er 3 Im 3 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 15 MODERADO 15 BAIXA
77 Alterações paisagísticas X - Er 3 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pa 5 33 SIGNIFICATIVO 165 ALTA
78 Aumento do consumo de água - instalação de painéis X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 11 INSIGNIFICANTE 11 BAIXA
79 Otimização dos aspectos paisagísticos X X + Er 3 Ia 5 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
80 Controle sanitário e ambiental X + El 1 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pa 5 17 MODERADO 85 MÉDIA
Limpeza e
81 Controle de vetores X + El 1 Ia 5 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
finalização
82 Produção de material particulado X X - El 1 Ia 5 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pm 3 21 MODERADO 21 BAIXA
da obra
83 Redução dos impactos de implantação X X X + El 1 Im 3 Dc 3 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pa 5 15 MODERADO 45 BAIXA
84 Riscos de acidente de trabalho X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
Fase de Operação
85 Aumento da expectativa otimista da população X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pa 5 23 MODERADO 115 MÉDIA
86 Geração de emprego e renda X + Er 3 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
Contratação de
87 Aumento do poder de compra da população local X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 17 MODERADO 85 MÉDIA
pessoal
88 Crescimento do setor de comércio/serviço X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
89 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pa 5 21 MODERADO 105 MÉDIA
90 Variação dos níveis de pressão sonora X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ad 5 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
91 Variação da pressão sobre sistema viário X - Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Ti 5 Ai 1 Pb 1 13 INSIGNIFICANTE 13 BAIXA
Transporte de
92 Riscos de acidentes de percurso X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
mão-de-obra
93 Produção de material particulado X X - El 1 Ib 1 Dt 1 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
94 Afugentamento da fauna X - El 1 Ib 1 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ad 5 Pb 1 23 MODERADO 115 MÉDIA
95 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - El 1 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 13 INSIGNIFICANTE 39 BAIXA
96 Redução da abundância da flora X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 21 MODERADO 105 MÉDIA
Uso e ocupação
97 Redução da abundância da fauna X - El 1 Im 3 Dp 5 Ri 5 Ti 5 Ai 1 Pb 1 21 MODERADO 105 MÉDIA
do solo
98 Variação da qualidade da água X X X - Er 3 Ib 1 Dt 1 Rr 1 Tm 3 Ad 5 Pb 1 15 MODERADO 15 BAIXA
99 Favorecimento de uso racional e sustentável X X + Ee 5 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA

287
Meio Antrópico

Reversibilidade

Temporalidade

Probabilidade
Meio Biótico

Abrangência

Significância
Importância
Meio Físico

Magnitude
Natureza

Duração
Escala
Etapa do projeto ID Impacto

100 Aumento da arrecadação tributária X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA


101 Aumento da oferta de empregos X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
102 Variação da disponibilidade de energia elétrica X + Ee 5 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
103 Indução ao desenvolvimento industrial X + Ee 5 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
104 Indução ao desenvolvimento de comércio e serviços X + Ee 5 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
Oferta de Energia 105 Variação do suporte de serviços básicos X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 17 MODERADO 85 MÉDIA
Elétrica 106 Variação da qualidade de vida do estado X + Ee 5 Ib 1 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 75 BAIXA
107 Incremento tecnológico X + Ee 5 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tl 1 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
108 Conhecimento e monitoramento ambiental X X X + Er 3 Im 3 Dp 5 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pm 3 19 MODERADO 95 MÉDIA
109 Aquecimento do mercado imobiliário X + Ee 5 Ib 1 Dc 3 Rr 1 Tm 3 Ai 1 Pb 1 15 MODERADO 45 BAIXA
110 Redução da emissão de gases de efeito estufa X X X + Ee 5 Ib 1 Dp 5 Ri 5 Tl 1 Ai 1 Pm 3 21 MODERADO 105 MÉDIA
111 Aproveitamento de fonte energética renovável X + Ee 5 Ia 5 Dp 5 Ri 5 Tm 3 Ai 1 Pa 5 29 SIGNIFICATIVO 145 ALTA
Legenda: Natureza | (+) = Positiva; (-) = Negativa. Escala | El = Local; Er = Regional; Ee = Estratégico. Importância | Ib = Baixa; Im = Média; Ia = Alta. Duração | Dt = Temporário; Dc = Cíclico; Dp = Permanente. Reversibilidade |
Rr = Reversível; Ri = Irreversível. Temporalidade | Ti = Imediato; Tm = Médio Prazo; Tl = Longo Prazo. Abrangência | Ai = Indireta; Ad = Direta. Probabilidade| Pb = Baixa; Pm = Média; Pa = Alta.

288
9.4 Descrição individual dos impactos ambientais

No âmbito das atividades industriais e de infraestrutura, a apresentação detalhada dos impactos


ambientais desempenha um papel de essencial importância na apreensão dos efeitos ocasionados
pelas ações antropogênicas sobre os ecossistemas naturais. A identificação minuciosa e a avaliação
abrangente desses impactos constituem alicerce fundamental para aferir os possíveis resultados
negativos advindos de um empreendimento sobre o meio ambiente. Por meio da delineação
sistemática dos potenciais impactos, suas raízes causais e implicações, torna-se viável a adoção de
estratégias de mitigação, o planejamento de medidas corretivas e o fomento do uso sustentável dos
recursos naturais. Mediante essa análise aprofundada, os intervenientes podem embasar suas
decisões em informações concretas, as quais permitem a consonância do desenvolvimento com a
conservação ambiental, contribuindo, assim, para a instauração de um equilíbrio duradouro entre
atividades humanas e os ecossistemas em questão. A seguir, serão descritos de maneira individual os
impactos ambientais listados para o desenvolvimento do Complexo Fotovoltaico Canela.

9.4.1 Aproveitamento de fonte energética renovável

O aproveitamento de fontes energéticas renováveis, como a energia solar em parques fotovoltaicos,


é traduzido como um impacto positivo significativo, incluindo redução das emissões de gases
poluentes, uso de fontes inesgotáveis, criação de empregos verdes, independência energética,
desenvolvimento tecnológico, valorização de terras, contribuição para a sustentabilidade global,
baixos custos operacionais e melhoria da imagem corporativa. Essas vantagens promovem um cenário
mais sustentável, econômico e socialmente benéfico.

9.4.2 Redução da emissão de gases de efeito estufa

A redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) em parques fotovoltaicos é um impacto positivo
diretamente relacionado à conversão de energia solar em eletricidade, sem a necessidade de
processos de combustão de combustíveis fósseis. Isso resulta em um notável decréscimo nas emissões
de dióxido de carbono (CO2) e outros GEE associados à geração convencional de energia elétrica. A
implementação do Complexo Fotovoltaico Canela contribui, portanto, para a mitigação das mudanças
climáticas, ao reduzir a pegada de carbono e o potencial de aquecimento global.

A escolha de fontes energéticas renováveis, como a solar, alinha-se aos objetivos de redução das
emissões estipulados em acordos internacionais e políticas ambientais. Além disso, a diminuição das
emissões de GEE proporciona benefícios adicionais, como a melhoria da qualidade do ar local, a
redução da dependência de combustíveis fósseis e o estímulo ao desenvolvimento de tecnologias
limpas. Dessa maneira, os parques fotovoltaicos emergem como um componente essencial na
transição para uma matriz energética mais sustentável e na promoção de um ambiente global mais
resiliente às mudanças climáticas.

289
9.4.3 Alteração das condições hídricas

A implantação do Complexo Fotovoltaico Canela requer intervenções no entorno de cursos d'água, o


que pode resultar em impactos na morfologia hídrica e no assoreamento desses cursos. Esses impactos
são decorrentes de atividades diretas e indiretas, como movimentação e compactação do solo,
impermeabilização, remoção da cobertura vegetal e geração de sedimentos que podem ser
transportados para os cursos d'água. Essa situação exige a implementação de medidas adequadas para
mitigar os efeitos negativos da intervenção e preservar a qualidade dos corpos d'água afetados. Nos
casos em que há fluxo hídrico, é esperado também maior concentração de sólidos totais e em
suspensão, culminando na elevação da turbidez, entre outros elementos que compõe a geologia da
região.

Em termos de impacto potencial, estima-se que durante a fase de implantação ocorrerá a maior
incidência de aspectos relacionados a este impacto, marcadamente a movimentação de solo, remoção
da cobertura vegetal, impermeabilização e compactação do solo, tanto pelas atividades construtivas
de implantação de estruturas e acessos quanto ao maior tráfego de pessoas e veículos na área do
empreendimento.

Quanto ao impacto projetado, avalia-se que, apesar das múltiplas fontes e da notável produção de
sedimentos, o impacto negativo é considerado de pequena relevância durante a fase de implantação.
Isso se deve à implementação de medidas de controle ambiental, como o Programa de Controle e
Monitoramento de Processos Erosivos, o Programa de Controle e Monitoramento de Emissão de
Particulados e o Programa de Proteção e Monitoramento dos Recursos Hídricos. Os dois primeiros
programas focam principalmente na mitigação e controle da liberação de sedimentos, enquanto o
último concentra-se no monitoramento das condições naturais dos sistemas hídricos e no
acompanhamento do estado dos cursos d'água possivelmente impactados.

Em relação ao impacto projetado, é avaliado que durante a fase de operação, este impacto de caráter
negativo é considerado pouco significativo. Isso se deve à reduzida incidência de fatores contribuintes
para esse impacto, bem como à implementação das medidas de controle ambiental em vigor, como o
Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos, o Programa de Controle e
Monitoramento de Emissão de Particulados e o Programa de Proteção e Monitoramento dos Recursos
Hídricos.

9.4.4 Alteração geotécnica, geomorfológica do terreno (corte e aterro), e paisagísticas

A implantação do Complexo Fotovoltaico Canela implicará em intervenções que terão impactos na


morfologia do terreno. Diversas atividades estão diretamente e indiretamente envolvidas nesse
impacto, incluindo a supressão da vegetação, remoção das camadas superficiais do solo, modelagem
do terreno (terraplanagem, taludes de corte e aterro, criação e melhorias de vias de acesso, entre
outras) e a modificação da paisagem por meio da instalação de estruturas e o trânsito de veículos e
maquinaria pesada.

290
A remoção da vegetação nos locais onde os painéis fotovoltaicos serão instalados, assim como nas vias
de acesso internas, acarretará uma transformação na paisagem, que atualmente é
predominantemente caracterizada pela vegetação nativa de caatinga. No que tange à terraplanagem
e à modelagem do terreno, essas atividades também causarão alterações morfológicas locais, embora
a topografia geralmente seja pouco acidentada, com áreas de transição de declividades pouco
pronunciadas. Portanto, é antecipado que ocorram modificações na paisagem nessa seção da área
destinada ao empreendimento.

Durante a fase de planejamento do empreendimento, não estão previstas ações que resultem na
alteração da morfologia natural da área. As atividades se limitarão à abertura de perfis para a
realização de sondagens em pontos específicos, que, embora afetem as condições do solo localmente,
não terão um impacto significativo na morfologia como um todo. Portanto, nesta fase, o impacto na
morfologia do terreno é considerado insignificante.

Em termos de impacto potencial, durante a implantação do empreendimento estima-se que as


atividades e seus processos relacionados a este impacto ocorrerão amplamente, porém sem ocorrer
grandes inversões de relevo. Ocorrerá instalação do canteiro de obras, execução de terraplanagem,
abertura de vias de acesso, pátios de estocagem, entre outras instalações necessárias para a
implantação do empreendimento. Portanto, este impacto é classificado como negativo, de duração
constante, pois está atrelado a todo o período de obras.

Durante a fase de operação do empreendimento não ocorrerão ações relacionadas à alteração da


morfologia natural na área, apenas de manutenção das estruturas da implantação. Sendo assim,
optou-se por considerar o impacto na morfologia como insignificante durante esta fase.

9.4.5 Aumento da suscetibilidade ao processo de desertificação

O aumento da suscetibilidade ao processo de desertificação é um impacto que pode decorrer da


implantação de empreendimentos, como um parque fotovoltaico, em regiões caracterizadas por
condições áridas, semiáridas e subúmidas secas. A desertificação envolve a degradação progressiva do
solo e da vegetação, resultante de uma combinação de fatores naturais e atividades humanas
inadequadas, levando à redução da produtividade biológica e da capacidade de suporte da terra.

No contexto específico do parque fotovoltaico, as atividades que contribuem para esse impacto
incluem a supressão da vegetação natural, a exposição do solo devido a operações de construção e a
compactação do solo resultante do tráfego de equipamentos e veículos. Esses processos podem
comprometer a estrutura física, a retenção de umidade e a capacidade de regeneração do solo,
tornando-o mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas e influências antrópicas.

Para mitigar esse impacto, é necessário implementar estratégias de manejo sustentável do solo, como
a adoção de práticas de conservação, o uso de técnicas de recuperação de solos degradados e a
promoção do reflorestamento com espécies nativas. Além disso, a monitorização contínua das
condições do solo e a educação ambiental das partes interessadas desempenham um papel vital na

291
minimização da suscetibilidade ao processo de desertificação em áreas impactadas por
empreendimento fotovoltaicos.

9.4.6 Consumo de água – instalação e manutenção de painés

O consumo de água em empreendimentos fotovoltaicos é geralmente baixo em comparação com


muitas outras atividades industriais. Os sistemas fotovoltaicos não requerem água para a geração de
energia elétrica, pois a conversão da luz solar em eletricidade ocorre diretamente nos painéis solares,
sem a necessidade de processos de resfriamento ou vaporização que requerem grandes volumes de
água. No entanto, pode haver um consumo mínimo de água associado às atividades de limpeza dos
painéis solares para manter a eficiência de conversão, especialmente em regiões com baixa
precipitação ou alta concentração de poluentes atmosféricos.

É importante destacar que o baixo consumo de água nos empreendimentos fotovoltaicos é uma
vantagem significativa em termos de sustentabilidade ambiental, especialmente em áreas propensas
a escassez hídrica ou onde a conservação dos recursos hídricos é uma preocupação.

9.4.7 Caracterização dos aspectos fisiográficos da área

A caracterização dos aspectos fisiográficos da área é uma etapa fundamental na avaliação ambiental
do empreendimento. Esses aspectos referem-se às características físicas e topográficas do terreno,
influenciando diretamente diversos processos naturais e impactos potenciais.

Na análise fisiográfica, são considerados elementos como a topografia, que inclui altitudes,
declividades e formas de relevo presentes na área. Também são avaliados os tipos de solos, sua
permeabilidade, capacidade de retenção de água e suscetibilidade à erosão. A hidrografia é outro
aspecto relevante, incluindo corpos d'água, padrões de drenagem e a potencial vulnerabilidade a
inundações.

Além disso, a cobertura vegetal nativa e a distribuição de diferentes tipos de ecossistemas são
examinadas para compreender como a intervenção do empreendimento pode afetar a biodiversidade
local. A análise dos aspectos climáticos, como padrões de chuva, ventos dominantes e insolação,
também é essencial para compreender a interação entre o empreendimento e o ambiente
circundante.

Este impacto é definido como positivo, uma vez que a caracterização completa dos aspectos
fisiográficos possibilita uma avaliação mais precisa dos possíveis impactos ambientais, uma adequada
delimitação das áreas de interesse ambiental, e a definição de medidas mitigatórias e de manejo
adequadas, contribuindo para uma integração mais sustentável do empreendimento com o ambiente
local.

292
9.4.8 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento

Durante a implantação do Complexo Fotovoltaico Canela, serão realizadas ações que têm o potencial
de interferir na cobertura superficial do solo, resultando em sua exposição. Entre essas atividades, que
estão diretamente ligadas a esse impacto, destacam-se a supressão da vegetação, o decapeamento do
solo e a reconformação do terreno, incluindo terraplanagem, criação de taludes de corte e aterro,
instalação de estruturas, bem como o tráfego intenso de veículos e máquinas pesadas. Tais atividades
têm o efeito de alterar as propriedades naturais do solo, expondo horizontes subsuperficiais mais
suscetíveis à ocorrência de erosões. Apesar do empreendimento estar situado em uma zona climática
que apresenta baixa pluviosidade, a ocorrência deste impacto não pode ser desconsiderada.

Ao longo da fase de implantação do empreendimento, é previsto que as atividades e processos


associados a esse impacto ocorram de maneira mais frequente. Isso inclui a instalação do canteiro de
obras, a execução de terraplanagem, a abertura de vias de acesso e outras instalações necessárias para
a implantação bem-sucedida do empreendimento. A exposição do solo devido à remoção da cobertura
vegetal tende a aumentar a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais. Além disso, a
exposição do solo às chuvas diretas contribui para a ocorrência dos processos erosivos.

Durante a fase de operação estima-se que ocorrerá uma incidência reduzida de aspectos relacionados
a este impacto, relacionado aos acessos, nos quais o tráfego de pessoas e veículos será reduzido na
área do empreendimento.

Com a execução do Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos – PCMPE, Programa


de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD e implantação do Sistema de Drenagem bem planejado
pela engenharia, o impacto de desenvolvimento e acirramento de processos erosivos pode ser
atenuado.

9.4.9 Produção de material particulado

A implantação do Complexo Fotovoltaico acarreta um aumento significativo no tráfego veicular e na


utilização de maquinário pesado, durante as fases de implantação, operação e encerramento. Este
aumento da atividade contribui de maneira abrangente para o impacto na qualidade do ar, direta e
indiretamente, devido à ocorrência de diversos fatores. Entre esses, incluem-se a geração de partículas
finas, o incremento no movimento de veículos, a compactação do solo resultante da movimentação
de maquinário, a eliminação da cobertura vegetal, a emissão de partículas em suspensão e os gases
provenientes da combustão.

Durante a fase de implantação do empreendimento, é projetado que as atividades associadas a esse


impacto apresentem uma persistência mais acentuada. Isso se deve à utilização intensiva de
maquinário e caminhões nas operações tecnogênicas, que englobam manipulação de solo e rocha em
atividades como construção de estradas de serviço, escavações, aterros, edificações e transporte de
materiais. Essas operações tendem a concentrar partículas e gases, como dióxido de enxofre,
monóxido e dióxido de carbono, hidrocarbonetos totais, óxidos de nitrogênio e material particulado

293
suspenso na camada limite atmosférica. Essa concentração está principalmente associada à
combustão de combustíveis fósseis, resultando na emissão de poluentes do ar.

Esses elementos em conjunto potencializam o efeito sobre a qualidade do ar, desencadeando a


dispersão de poluentes no ambiente circundante. É necessário enfatizar a importância da aplicação de
medidas mitigadoras, como a adoção de tecnologias de controle de emissões veiculares, o uso de
equipamentos adequados para minimizar a geração de poeira e particulados durante as operações de
construção, e a implementação de práticas de manejo de solo que reduzam o impacto da compactação
e erosão. Estas ações são essenciais para reduzir os impactos negativos na qualidade do ar, garantindo
a sustentabilidade ambiental durante todas as fases do empreendimento.

Em termos de impacto previsto, considera-se que este impacto de natureza negativa durante a
implantação é significativo, sendo sua incidência atenuada pela existência de medidas de controle
como os Programas de Controle e Monitoramento de Emissão de Particulados, o Programa de Controle
e Monitoramento de Processos Erosivos, assim como pela manutenção preventiva de máquinas e
controles de engenharia, que atuarão na forma de mitigar e controlar a qualidade do ar no
empreendimento.

9.4.10 Produção de resíduos sólidos e efluentes

A produção de resíduos sólidos e efluentes é uma preocupação inerente à implantação de parques


fotovoltaicos. Durante as etapas de construção, operação e fechamento, diversas atividades
contribuem para a geração desses resíduos e efluentes. Isso inclui embalagens de materiais, restos de
construção, resíduos de manutenção, entre outros. Além disso, a água utilizada para limpeza de
equipamentos e áreas operacionais pode gerar efluentes contaminados.

A gestão adequada desses resíduos e efluentes é fundamental para minimizar impactos ambientais.
Nesse sentido, serão implementados Planos de gerenciamento de resíduos, incluindo medidas de
segregação, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos. A adoção de
práticas sustentáveis, como a reciclagem de materiais e o reuso de água, contribui para a redução do
impacto ambiental associado a esses resíduos e efluentes.

9.4.11 Controle e monitoramento ambiental

O controle e monitoramento ambiental são pilares fundamentais na gestão de parques fotovoltaicos,


abrangendo todas as fases do empreendimento. Este processo implica na avaliação sistemática dos
impactos ambientais derivados das atividades realizadas.

Por meio da implementação de programas de monitoramento detalhados, é possível supervisionar


criteriosamente as condições ambientais. Isso engloba a análise constante da qualidade do ar, da água
e do solo, assim como a vigilância das comunidades bióticas. Ademais, a monitorização se estende à
quantificação de emissões de poluentes, ruídos, vibrações e à gestão de resíduos.

294
Os dados coletados durante a monitorização possibilitam a adaptação operacional e medidas
corretivas, visando à redução dos impactos negativos. Relatórios regulares, tanto internos quanto para
fins regulatórios, atestam a aderência e o comprometimento ambiental do empreendimento. A
incorporação de tecnologias de ponta, incluindo sistemas de sensoriamento e plataformas de gestão
integrada, amplifica a eficácia do controle e monitoramento ambiental, fortalecendo a
sustentabilidade contínua do parque fotovoltaico.

9.4.12 Variação da qualidade da água e do solo

A implantação do Complexo Fotovoltaico Canela requer a exposição das superfícies dos terrenos nas
áreas em construção. Diversas atividades estão envolvidas, tanto diretamente quanto indiretamente,
resultando no impacto de alteração das propriedades dos solos. Essas atividades englobam a abertura
de acessos, remoção da vegetação, movimentação, compactação e impermeabilização dos solos, bem
como a geração de tráfego intenso de veículos e pessoas. Esses fatores têm potencial para influenciar
negativamente as características físicas dos solos, seja através da remoção de horizontes superficiais
ou de intervenções que prejudiquem sua permeabilidade.

É importante destacar que a geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos e oleosos pode resultar
na contaminação dos solos por meio de vazamentos acidentais de combustíveis, óleos, lubrificantes,
entre outros. Esse tipo de contaminação pode acarretar alterações significativas nas propriedades
químicas dos solos. É essencial adotar medidas rigorosas de gestão ambiental para minimizar esses
impactos. Isso inclui a implementação de práticas de manejo de resíduos e efluentes, a adoção de
sistemas de contenção e drenagem adequados, e a monitorização constante das condições do solo
durante todo o processo de implantação do empreendimento, como parte dos esforços para mitigar
as mudanças indesejadas nas propriedades dos solos.

A implantação de empreendimentos fotovoltaicos pode desencadear também variações na qualidade


da água em seus arredores. Essas mudanças estão frequentemente associadas a atividades de
construção, operação e fechamento, bem como às interações com os componentes ambientais
circundantes. A remoção da vegetação, compactação do solo, movimentação de máquinas e veículos
e outras atividades correlatas podem influenciar na erosão do solo e no transporte de sedimentos para
cursos d'água, alterando a turbidez e a qualidade física da água.

Além disso, a presença de estruturas e superfícies impermeáveis, como painéis solares e pavimentos,
pode aumentar o escoamento superficial e diminuir a infiltração, afetando o ciclo hidrológico local.
Isso pode levar ao aumento da velocidade do escoamento e à erosão das margens dos cursos d'água,
impactando negativamente a qualidade da água.

Para avaliar e mitigar esses impactos, é crucial adotar medidas de controle ambiental, como a
implementação de sistemas de contenção de sedimentos, revegetação de áreas impactadas e adoção
de práticas de manejo sustentável do solo. Além disso, é fundamental monitorar regularmente a
qualidade da água em diferentes pontos do ambiente afetado, a fim de identificar quaisquer alterações
significativas e tomar ações corretivas, caso necessário. A mitigação eficaz da variação da qualidade da

295
água em empreendimentos fotovoltaicos requer uma abordagem integrada que combine
planejamento adequado, tecnologias de controle e monitoramento contínuo, garantindo a
preservação dos recursos hídricos locais.

9.4.13 Variação dos níveis de pressão sonora

A geração de ruídos é antecipada em várias ações essenciais para a realização do Complexo


Fotovoltaico Canela. Diversas atividades contribuem direta e indiretamente para a manifestação desse
impacto. Isso abrange o aumento do tráfego de veículos, o transporte de materiais, equipamentos e
pessoal, a movimentação de maquinário e veículos pesados para a criação de vias, a execução de obras
de construção e a montagem de diversos equipamentos ao longo das fases de implantação, operação
e encerramento.

Durante a implantação do empreendimento estima-se que as atividades e seus processos relacionados


a este impacto serão mais recorrentes. Ocorrerá o uso de máquinas e caminhões nas atividades de
terraplenagem e reconformação da morfologia do terreno (movimento de solo e rocha, estradas de
serviço, cortes, aterros e escavações, material de empréstimo, bota-fora), remoção da cobertura
vegetal, abertura de acessos, transporte de pessoas, materiais e operação de veículos pesados, e
demais atividades construtivas, o que aumentará consideravelmente o nível de ruído no local.

Na fase de operação, o parque fotovoltaico pode gerar pressão sonora devido ao funcionamento dos
inversores, equipamentos de refrigeração e ventilação, bem como possíveis ruídos provenientes da
manutenção e inspeção dos painéis solares. Vale salientar que tais ruídos são imperceptíveis à uma
distância de 100 metros da ADA. A pressão sonora resultante pode ser influenciada pela localização
dos equipamentos e sua proximidade com áreas sensíveis, como zonas residenciais.

Este impacto pode ser mitigado e controlado por meio da adoção de medidas preventivas e de
controle. Com a execução do Programa de Controle e Monitoramento de Ruídos e do Programa de
Saúde e Segurança do Trabalhador, é possível prevenir e mitigar os efeitos do impacto. Para os
trabalhadores, as medidas, na fase de Instalação, serão dadas pelo uso de EPIs (protetores auriculares)
devendo-se considerar as recomendações do Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador. Além
disso, é importante também que sejam realizadas manutenções periódicas nos veículos e máquinas,
sempre as mantendo em bom estado de conservação, desta forma é possível minimizar a emissão de
ruídos.

Em relação à população da AID as medidas deverão se concentrar no disciplinamento do horário de


funcionamento dos canteiros de obra e de uso das estradas por veículos pesados, sendo que outras
medidas poderão surgir depois da análise dos resultados do Programa de Controle e Monitoramento
de Ruídos, bem como do Programa de Comunicação Social.

9.4.14 Definição de parâmetros e do uso eficiente de terras degradadas

A implantação de sistemas fotovoltaicos em áreas degradadas possibilita o uso eficiente desses


terrenos, contribuindo para a recuperação ambiental e a geração de energia limpa. A conversão de
296
áreas previamente comprometidas, como antigas minas ou locais desgastados, em parques solares
reduz o impacto negativo no ambiente, evita a expansão urbana descontrolada e preserva
ecossistemas naturais. Essa abordagem representa uma solução sustentável ao promover a
reabilitação das terras e simultaneamente suprir demandas energéticas por meio de fontes
renováveis. No caso do Complexo Fotovoltaico Canela, a implantação do parque solar favorece a
sustentabilidade da região, a partir da definição de parâmetros de uso racional das áreas, e
aproveitamento das condições climáticas locais para geração de energia limpa. Este impacto é,
portanto, considerado positivo para o empreendimento.

Abertura de picadas para caracterização da flora

A abertura de picadas para caracterização florestal envolve a criação de trilhas estreitas para acesso
às áreas de vegetação existente. Essas picadas são estabelecidas com o propósito de coletar dados
relevantes sobre a flora, estrutura da vegetação e aspectos ambientais. Esse processo permite a
avaliação da diversidade de espécies, saúde da vegetação e possíveis impactos da instalação do parque
solar. A caracterização florestal é essencial para compreender a ecologia local, direcionar estratégias
de manejo e implementar ações de mitigação ambiental. O monitoramento contínuo dessas picadas
também facilita a avaliação do sucesso de medidas de conservação e gestão adotadas no contexto do
parque fotovoltaico.

9.4.15 Caracterização da flora e fauna

A caracterização da flora e fauna em um contexto ambiental, como em parques fotovoltaicos, pode


ter vários impactos significativos. A abordagem de coleta de dados sobre a flora e fauna, por meio de
métodos como levantamentos, observações e análises, pode alterar temporariamente o ambiente
natural, especialmente quando envolve manipulação de habitats ou espécies.

Esses impactos podem incluir perturbações nos habitats naturais devido à presença de profissionais e
equipamentos, causando estresse ou afugentamento de animais. Porém, observa-se também o
aspecto positivo deste impacto, com a divulgação de resultados dessas caracterizações que podem
influenciar a conscientização pública sobre a importância da conservação e sustentabilidade, o que
pode levar a pressões para a implementação de práticas de manejo mais cuidadosas nos parques
fotovoltaicos.

Para minimizar esses impactos, é fundamental planejar cuidadosamente a logística das atividades de
caracterização e considerar estratégias de mitigação, como a definição de áreas sensíveis onde a
intervenção será minimizada. Também é crucial garantir que o estudo ambiental contribua para o
desenvolvimento de medidas de conservação e gestão mais eficazes.

9.4.16 Facilitação de corredores ecológicos

A facilitação de corredores ecológicos é uma estratégia fundamental para promover a conectividade


entre habitats naturais fragmentados, como parte dos esforços de conservação da biodiversidade.
Esses corredores consistem em áreas que permitem que as espécies se desloquem entre diferentes
297
habitats, facilitando a migração, dispersão e fluxo gênico. A implantação de corredores ecológicos em
parques fotovoltaicos pode contribuir para minimizar os impactos negativos na fauna e flora,
promovendo a preservação dos ecossistemas.

Essa estratégia pode envolver a criação ou preservação de faixas de vegetação nativa, como matas
ciliares e áreas de vegetação natural, que conectam áreas de habitats fragmentados. Além disso, pode
incluir a adoção de medidas de manejo que reduzam as barreiras à movimentação da fauna, como a
implantação de passagens elevadas ou subterrâneas para animais cruzarem estradas ou outras
infraestruturas.

A facilitação de corredores ecológicos em parques fotovoltaicos pode não apenas beneficiar a


biodiversidade local, permitindo que as espécies se movam entre diferentes áreas, mas também
melhorar a resiliência dos ecossistemas em face das mudanças climáticas e outras ameaças. A
integração de corredores ecológicos no planejamento e gestão de projetos fotovoltaicos demonstra
um compromisso com a sustentabilidade e a coexistência harmoniosa entre energia renovável e
conservação da natureza.

9.4.17 Fragmentação de habitat da flora local

A fragmentação de habitat é um fenômeno que ocorre quando áreas contínuas de habitat natural são
divididas em fragmentos menores devido a atividades humanas, como urbanização, agricultura e
infraestrutura. No contexto da flora local, a fragmentação de habitat pode ter impactos significativos
sobre as espécies vegetais e os ecossistemas em que estão inseridas.

A fragmentação de habitat da flora local pode resultar na perda de biodiversidade, redução da


diversidade genética e dificuldades na dispersão de sementes e polinização. As populações de plantas
podem se tornar isoladas, o que aumenta o risco de extinção local. Além disso, a fragmentação pode
levar a mudanças nas condições microclimáticas e nos padrões de vento e umidade, afetando o
crescimento e a sobrevivência das plantas.

Em parques fotovoltaicos, onde há intervenções no terreno para instalação dos painéis solares, é
importante considerar os efeitos da fragmentação de habitat na flora local. Ações de manejo, como a
criação de corredores ecológicos ou a preservação de áreas de vegetação nativa, podem ajudar a
mitigar os impactos da fragmentação, permitindo que as espécies vegetais continuem a se dispersar e
interagir.

A conservação da flora no Complexo Fotovoltaico de Canela é parte integrante do Programa de Gestão


Ambiental do empreendimento, visando minimizar a fragmentação de habitat e promover a
coexistência equilibrada entre a geração de energia renovável e a preservação da biodiversidade
vegetal.

298
9.4.18 Perda do potencial florístico

A perda de potencial florístico, resultante da implantação de parques fotovoltaicos, envolve a redução


da diversidade e abundância das espécies vegetais presentes na área de intervenção. O desmatamento
necessário para instalar os painéis solares leva à eliminação de habitats naturais, interrompendo
processos ecológicos e diminuindo a disponibilidade de nichos para a flora local. Isso pode resultar na
diminuição da variabilidade genética das espécies, prejudicando a resiliência dos ecossistemas.

A mitigação desse impacto requer a realização prévia de estudos de avaliação da biodiversidade da


área afetada, identificando espécies-chave e ecossistemas vulneráveis. Estratégias de manejo podem
incluir a realocação de espécies raras, a criação de áreas de preservação e a adoção de práticas de
conservação como a revegetação com espécies nativas. Além disso, a facilitação de corredores
ecológicos entre áreas remanescentes pode permitir a dispersão de sementes e o movimento da
fauna, ajudando a mitigar a fragmentação do habitat e a perda de biodiversidade.

9.4.19 Atividade de supressão vegetal

A supressão vegetal é uma atividade intrínseca à implementação de parques fotovoltaicos, envolvendo


a remoção controlada da cobertura vegetal preexistente em áreas alocadas para a instalação dos
painéis solares e infraestrutura associada. Embora essa etapa seja imperativa para viabilizar o
empreendimento, sua execução requer uma abordagem técnica minuciosa e consideração dos
potenciais impactos ambientais inerentes.

A condução da supressão vegetal deve ser respaldada por estudos técnicos aprofundados, os quais
levam em consideração a diversidade biológica local, as características das espécies presentes e a
avaliação quantitativa e qualitativa dos impactos resultantes. Conformidade estrita com regulamentos
legais e diretrizes estabelecidas por autoridades ambientais é de suma importância para assegurar
aderência à legislação vigente.

A implementação de medidas mitigatórias e de compensação emerge como estratégia primordial para


atenuar os efeitos adversos da supressão vegetal. Tais medidas podem abranger programas de
restauração ecológica, recuperação de ecossistemas degradados e salvaguarda de habitats e espécies
sensíveis. Adicionalmente, a gestão apropriada dos resíduos derivados da supressão vegetal se coloca
como um componente relevante para prevenir potenciais impactos negativos.

O processo de supressão vegetal requer um enfoque diligente, no qual se reconciliam as demandas do


projeto com a conservação da biodiversidade, a preservação dos recursos hídricos e a manutenção da
integridade do solo. Por meio de um planejamento rigoroso e a adoção de medidas de mitigação
adequadas, é possível mitigar os efeitos indesejados e promover a sustentabilidade na concretização
de parques fotovoltaicos.

299
9.4.20 Afugentamento de fauna

O afugentamento da fauna em parques fotovoltaicos é um componente essencial das estratégias de


manejo ambiental para minimizar as chances de acidentes com fauna, e interações indesejadas de
animais nas proximidades das instalações solares. Este procedimento envolve a aplicação de táticas
que desencorajam a fauna de se aproximar ou estabelecer residência nas áreas de interesse, visando
a redução dos potenciais riscos e impactos negativos.

Tais táticas abrangem a implementação de medidas auditivas, visuais ou táteis com o objetivo de
perturbar o comportamento natural dos animais e criar um ambiente menos favorável para a sua
permanência. Exemplos práticos englobam a geração de ruídos intensos, a utilização de movimentos
visuais disruptivos, a instalação de barreiras físicas e cercas para impedir o acesso, além de dispositivos
luminosos que interfiram em padrões de comportamento animal.

Vale salientar que a execução das práticas de afugentamento deve ser baseada em princípios de bem-
estar animal, observando as regulamentações legais e éticas pertinentes. Adicionalmente, a eficácia
das estratégias adotadas necessita ser avaliada por meio de monitoramento constante, permitindo
ajustes em conformidade com as respostas e comportamentos da fauna. Este enfoque proativo
contribui para o estabelecimento de uma coexistência harmoniosa entre as instalações fotovoltaicas
e os ecossistemas circundantes.

9.4.21 Redução da abundância da fauna

O impacto do empreendimento na redução da abundância da fauna é uma preocupação significativa


na avaliação ambiental de projetos, incluindo parques fotovoltaicos. A implantação de infraestruturas
como parques solares pode resultar na diminuição da população de espécies animais presentes na
área devido a alterações no habitat, aumento de perturbações e barreiras físicas.

Essa redução na abundância da fauna pode ocorrer de várias maneiras, como perda de habitat devido
à ocupação das áreas pelo empreendimento, fragmentação do habitat pela construção de estruturas,
mudanças nas condições de alimentação, nidificação e reprodução devido à presença humana e ruídos
associados, bem como colisões com equipamentos.

Para mitigar esse impacto, estratégias de manejo da fauna são implementadas, incluindo a
identificação de áreas de habitat crítico a serem preservadas, a implementação de corredores
ecológicos para permitir a movimentação das espécies, o uso de barreiras físicas para evitar colisões e
o desenvolvimento de programas de afugentamento controlado.

A avaliação prévia dos potenciais impactos, o monitoramento constante da fauna afetada e a


adaptação das estratégias de manejo são cruciais para minimizar a redução da abundância da fauna e
garantir a coexistência harmoniosa entre o empreendimento e os ecossistemas locais.

300
9.4.22 Risco de acidentes e perda de indivíduos da fauna

O afugentamento da fauna, decorrente de fatores como a perda de habitat, aumento do ruído e a


intensificação da movimentação de máquinas e veículos, pode resultar na redução de indivíduos da
fauna. O processo de supressão da vegetação envolve o uso de motosserras e tratores, direcionados
de modo a afastar a fauna antes da atuação dessas máquinas. No entanto, em certas situações,
indivíduos da fauna podem perecer durante essas atividades. Esse risco é mais evidente para grupos
como répteis e animais fossoriais, que possuem menor mobilidade e preferências específicas de
habitat, incluindo espécies como Kerodon rupestris, Tropidurus semitaeniatus, Tropidurus hispidus,
Crotalus durissus, Bothrops erythromelas, Micrurus ibiboboca e os anfisbenídeos.

O aumento da circulação de veículos na área, combinado com a supressão vegetal que resulta no
afugentamento da fauna, intensifica a probabilidade de atropelamentos. Esse risco é particularmente
relevante para espécies de mamíferos de médio e grande porte, incluindo aquelas consideradas
ameaçadas, como Herpailurus yagouaroundi e Leopardus emiliae.

Estratégias incluídas nos programas de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna visam a reduzir a
ocorrência desses óbitos. Medidas educacionais para reduzir a velocidade nas vias e sinalizações
adequadas contribuem para minimizar as taxas de atropelamentos. A implementação de redutores de
velocidade em locais específicos é uma possível estratégia para mitigar esse impacto. Contudo, a
adoção dessa abordagem requer avaliação após a análise do monitoramento de atropelamentos,
conforme sugerido pelo Programa de Monitoramento e Proteção da Fauna.

9.4.23 Aumento do tráfego de veículos

O aumento do tráfego de veículos é um impacto inerente à fase de implantação e operação de do


Complexo Fotovoltaico Canela. Esse aumento resulta da mobilização de equipamentos, maquinário e
pessoal necessários para a construção, manutenção e operação das instalações. O impacto está
relacionado à geração de emissões atmosféricas, ruído e desgaste das vias de acesso, podendo
influenciar a qualidade do ar, a saúde humana e a infraestrutura viária.

A avaliação e gestão desse impacto requerem a implementação de medidas de controle, como o


estabelecimento de rotas específicas para o tráfego de veículos, a adoção de horários restritos para
circulação de veículos pesados, o controle de emissões atmosféricas por meio de tecnologias
adequadas e o monitoramento contínuo da qualidade do ar. Além disso, a realização de estudos de
tráfego e análises de impacto ambiental auxilia na identificação de medidas preventivas e mitigatórias.

A conscientização dos trabalhadores e colaboradores sobre práticas de condução seguras e


sustentáveis também desempenha um papel crucial na minimização do impacto do aumento do
tráfego de veículos. Com uma abordagem técnica e estratégica, é possível gerenciar eficazmente o
aumento do tráfego, reduzindo seus efeitos negativos e promovendo a sustentabilidade do
empreendimento.

301
9.4.24 Risco de acidentes de trabalho

O risco de acidente de trabalho em parques fotovoltaicos é uma preocupação inerente às atividades


envolvidas. As operações nos empreendimentos fotovoltaicos incluem a manipulação de
equipamentos pesados, trabalho em altura, interação com sistemas elétricos de alta tensão e
exposição a condições ambientais desafiadoras.

A avaliação e gestão desse risco demandam uma análise detalhada dos processos de trabalho,
identificação de perigos potenciais, quantificação da probabilidade de ocorrência e gravidade dos
acidentes. A implementação de medidas de controle seletivas, como o uso de equipamentos de
proteção individual apropriados, sistemas de segurança em altura, isolamento elétrico e sistemas de
bloqueio e etiquetagem, são fundamentais para mitigar tais riscos.

É essencial a adoção de práticas de gestão de segurança, incluindo a criação de procedimentos


operacionais padronizados, treinamento contínuo em segurança, auditorias regulares de segurança e
investigações detalhadas de incidentes. Isso contribui para uma cultura de segurança arraigada entre
os trabalhadores e ajuda a prevenir acidentes e incidentes.

A colaboração com especialistas em segurança ocupacional e a adesão estrita às normas e


regulamentos pertinentes, como as estabelecidas pela NR-10 e NR-35 no Brasil, garantem a
conformidade e o rigor na gestão do risco de acidentes de trabalho. A promoção de um ambiente de
trabalho seguro e a salvaguarda da integridade física e mental dos trabalhadores são metas centrais
em empreendimentos fotovoltaicos.

9.4.25 Variação da acessibilidade interlocal

A criação de novas vias de acesso em projetos fotovoltaicos tem implicações significativas na variação
da acessibilidade interlocal. A introdução dessas vias visa proporcionar uma infraestrutura de
transporte eficiente para o empreendimento, mas também influencia a conectividade entre diferentes
áreas geográficas.

A variação da acessibilidade interlocal está relacionada à melhoria da conectividade entre


comunidades, centros urbanos e áreas remotas, resultando em impactos sociais, econômicos e
ambientais. A acessibilidade melhorada pode estimular o desenvolvimento econômico regional,
facilitar o acesso a serviços básicos e promover a interação entre diferentes grupos sociais.

No entanto, é importante considerar os efeitos potenciais dessas vias de acesso na fragmentação de


habitats naturais, perturbação de ecossistemas sensíveis e alterações na dinâmica de tráfego local. A
avaliação cuidadosa dos impactos ambientais e sociais, juntamente com a implementação de medidas
mitigadoras, é crucial para minimizar e gerenciar os efeitos adversos.

A adoção de técnicas de planejamento sustentável, como a criação de corredores ecológicos ao longo


das vias de acesso, pode ajudar a preservar a conectividade entre áreas naturais e a mitigar a
fragmentação de habitats. Além disso, a consideração dos aspectos socioeconômicos e a consulta às
302
comunidades afetadas são essenciais para garantir que a criação de vias de acesso resulte em
benefícios líquidos para todas as partes envolvidas.

9.4.26 Variação da pressão sobre o sistema viário

A variação da pressão sobre o sistema viário refere-se às mudanças na demanda e capacidade das vias
devido a fatores como a implantação de um parque fotovoltaico. Isso envolve uma análise da carga de
tráfego e da capacidade das vias existentes, levando em consideração o aumento do movimento de
veículos e máquinas decorrente do empreendimento.

A instalação de um parque fotovoltaico pode influenciar a pressão sobre o sistema viário de várias
maneiras. A movimentação de equipamentos, materiais e pessoal durante as fases de construção,
operação e manutenção pode resultar em um aumento do tráfego na região circundante. Isso pode
levar a congestionamentos, deterioração das condições das estradas e possivelmente a danos às vias.

A avaliação da variação da pressão sobre o sistema viário requer o uso de metodologias de análise de
tráfego para prever o impacto do aumento do fluxo de veículos. É importante considerar a capacidade
atual das vias, a velocidade média de tráfego, os horários de pico e os padrões sazonais de uso das
estradas. Com base nessa análise, podem ser propostas medidas de mitigação, como melhorias nas
vias, readequação de horários de atividades intensivas em tráfego ou a implementação de sistemas de
transporte alternativos.

A gestão adequada da variação da pressão sobre o sistema viário é essencial para evitar problemas de
congestionamento, reduzir o desgaste das estradas e garantir a segurança tanto dos trabalhadores do
empreendimento quanto dos usuários das vias. Isso envolve o planejamento cuidadoso das operações
do parque fotovoltaico em sincronia com as demandas de tráfego da região, minimizando assim os
impactos negativos sobre a infraestrutura viária local.

9.4.27 Controle sanitário e ambiental (vetores)

O controle sanitário e ambiental representa um conjunto de estratégias e procedimentos destinados


a gerenciar, regular e monitorar aspectos intrinsecamente relacionados à saúde pública e ao equilíbrio
ecológico. Nos contextos de implantação e operação de um parque fotovoltaico, o controle sanitário
e ambiental se manifesta como um pilar fundamental para salvaguardar a integridade da saúde pública
e a preservação do ecossistema adjacente. Isso demanda a aplicação de diretrizes normativas,
regulamentações e boas práticas com a finalidade de atenuar, mitigar ou evitar riscos e repercussões
prejudiciais.

No âmbito sanitário, a abordagem compreende medidas proativas para prevenir doenças e promover
a saúde coletiva. Inclui a implementação de procedimentos de gerenciamento de resíduos sólidos, a
supervisão da proliferação de vetores de doenças, a avaliação sistemática da qualidade da água e do
ar, além do estabelecimento de condições seguras de trabalho para os operadores envolvidos no
empreendimento.

303
No contexto ambiental, o controle pauta-se pela preservação dos recursos naturais e pela mitigação
dos impactos nos ecossistemas circunvizinhos. Abrange práticas de construção sustentável,
monitoramento da qualidade do solo, salvaguarda da biodiversidade local, minimização da geração de
resíduos e promoção da utilização eficiente dos recursos naturais.

O controle sanitário e ambiental demanda um engajamento colaborativo entre diversas partes


interessadas, incluindo entidades reguladoras, instâncias de saúde pública, administradores do
empreendimento e a comunidade local. Programas de monitoramento contínuo, avaliações
ambientais e a ativação de planos emergenciais constituem componentes inalienáveis dessa
abordagem, garantindo a pronta identificação e a adequada resolução de quaisquer desvios dos
padrões normativos.

Em síntese, o controle sanitário e ambiental assume uma relevância primordial para sustentar a
viabilidade e a responsabilidade social inerentes a empreendimento como parques fotovoltaicos. Esse
enfoque busca harmonizar a progressão econômica com a tutela da saúde pública e a conservação do
meio ambiente, alicerçando-se na garantia de benefícios tangíveis sem comprometer a integridade
dos recursos naturais e a qualidade de vida das comunidades envolvidas.

9.4.28 Risco de proliferação de doenças

O impacto de risco de proliferação de doenças na implantação de um parque fotovoltaico envolve a


possível criação de condições favoráveis à disseminação de patógenos devido a atividades de
construção e operação. Isso ocorre devido a fatores como acúmulo inadequado de resíduos, emissão
de poluentes atmosféricos, alteração do ambiente e falta de infraestrutura sanitária. A supressão da
vegetação e a movimentação do solo podem perturbar habitats naturais, aumentando o risco de
doenças transmitidas por vetores como mosquitos. A erosão do solo pode impactar a qualidade da
água e a falta de higiene pode contribuir para doenças relacionadas à água.

Para mitigar esses riscos, é necessário adotar medidas preventivas e de controle, incluindo educação
em saúde, práticas de manejo de resíduos, tratamento de água e efluentes, controle de vetores e
práticas de construção sustentáveis. O planejamento deve considerar a colaboração com autoridades
de saúde e regulatórias para garantir a adoção de medidas adequadas. O aumento temporário da
população de trabalhadores pode sobrecarregar serviços de saúde, exigindo preparação para lidar com
demandas extras. Ações devem ser direcionadas para minimizar o risco de disseminação de doenças
entre trabalhadores e comunidades locais, assegurando a saúde e bem-estar de todos os envolvidos
no empreendimento.

9.4.29 Análise de potencial educativo na comunidade

A avaliação do potencial educativo das comunidades no entorno de um parque fotovoltaico pode


trazer impactos positivos significativos. Ao identificar e reconhecer o conhecimento local, as
habilidades e as necessidades educacionais da comunidade, o empreendimento pode estabelecer

304
programas de educação e conscientização que beneficiem tanto a população local quanto a própria
operação do parque.

Isso pode resultar em maior envolvimento e participação das comunidades nas atividades do parque,
aumentando o entendimento sobre energia renovável e sustentabilidade. As comunidades podem ser
capacitadas para compreender os benefícios da energia fotovoltaica, promovendo uma atitude mais
favorável em relação à tecnologia e à redução das emissões de carbono.

Além disso, a implementação de programas educativos pode impulsionar o desenvolvimento de


habilidades locais, criar oportunidades de emprego e empreendedorismo, bem como aumentar a
conscientização sobre a importância da preservação ambiental e da responsabilidade social. Esse
impacto positivo pode contribuir para uma relação harmoniosa entre o parque fotovoltaico e as
comunidades vizinhas, promovendo o desenvolvimento sustentável e a colaboração de longo prazo.

9.4.30 Aquecimento do mercado imobiliário

O aquecimento do mercado imobiliário é um impacto que pode ocorrer de forma indireta devido à
implantação de um parque fotovoltaico. A presença de um parque desse tipo pode influenciar
positivamente o mercado imobiliário local, impulsionando a demanda por propriedades nas
proximidades.

Essa valorização pode ocorrer devido a diversos fatores. A geração de energia limpa e renovável pelo
parque pode tornar a região mais atrativa para investidores e compradores preocupados com
sustentabilidade. Além disso, a melhoria das infraestruturas e acessibilidade proporcionadas pelo
desenvolvimento do parque pode contribuir para a valorização das propriedades na área.

Contudo, é importante considerar que esse impacto também pode trazer desafios, como a
possibilidade de gentrificação e aumento nos preços de moradia, o que pode afetar as comunidades
locais de baixa renda. Portanto, é necessário adotar medidas de planejamento e políticas que
garantam o equilíbrio entre o desenvolvimento do mercado imobiliário e o bem-estar das populações
locais.

9.4.31 Aumento da arrecadação tributária

O aumento da arrecadação tributária é um impacto positivo que pode ser observado em decorrência
da implantação de um parque fotovoltaico. A presença desse empreendimento pode contribuir para
um aumento das receitas tributárias nos níveis municipal, estadual e até mesmo federal.

A arrecadação de impostos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o


Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pode ser impactada positivamente, uma vez que a
instalação do parque pode levar a um aumento do valor das propriedades locais e à atividade
econômica na região.

305
Além disso, o empreendimento pode gerar empregos diretos e indiretos, resultando em maiores
contribuições para a Previdência Social e outros impostos relacionados à folha de pagamento.

Vale ressaltar, no entanto, que o aumento da arrecadação tributária também deve ser acompanhado
por uma gestão responsável desses recursos, garantindo que sejam aplicados de maneira eficaz em
benefício da comunidade local e do desenvolvimento sustentável da região.

9.4.32 Geração de expectativa da população e do mercado

A geração de expectativa otimista na população e no mercado é um efeito relevante associado à


implantação do Complexo Fotovoltaico Canela. Esse empreendimento pode influenciar positivamente
a percepção das pessoas e dos agentes econômicos em relação ao desenvolvimento da região.

A introdução de um parque fotovoltaico frequentemente é vista como um sinal de investimento,


progresso e comprometimento com fontes de energia limpa e sustentável. Isso pode gerar otimismo
entre os moradores locais, que enxergam a criação de novos empregos, oportunidades econômicas e
possíveis benefícios sociais e ambientais.

Além disso, a presença de um empreendimento desse tipo pode atrair a atenção de investidores e
empresas, contribuindo para aquecer o mercado local. A expectativa de desenvolvimento econômico
e atração de investimentos podem impulsionar o setor imobiliário, o comércio e serviços na região.

É importante que as expectativas geradas sejam gerenciadas de forma transparente e realista, com
comunicação clara sobre os impactos e benefícios do parque fotovoltaico. Isso contribuirá para manter
a confiança da população e do mercado, promovendo um ambiente favorável ao crescimento
sustentável.

Durante as visitas técnicas e contato e entrevistas com a comunidade local foi verificado o otimismo
da população quanto à implantação do empreendimento no sentido do aumento da atratividade da
área e geração de empregos e renda. Esse aspecto é melhor discutido no tópico do diagnóstico
socioeconômico deste estudo.

9.4.33 Aumento da pressão por serviços básicos

O aumento da pressão por serviços básicos é um efeito que pode surgir em decorrência da implantação
de um empreendimento como um parque fotovoltaico. À medida que novos projetos são
desenvolvidos em uma determinada região, é possível que haja um aumento na demanda por serviços
essenciais, como fornecimento de água, energia elétrica, saneamento, transporte público e acesso à
saúde.

A chegada de trabalhadores, fornecedores e pessoal ligado à operação e manutenção do parque


fotovoltaico pode sobrecarregar os sistemas locais de infraestrutura. As necessidades crescentes de
energia elétrica para o funcionamento do empreendimento, por exemplo, podem requerer melhorias
na rede elétrica local.

306
Esse aumento na pressão por serviços básicos pode tanto gerar oportunidades para o desenvolvimento
e modernização da infraestrutura como também criar desafios, especialmente em áreas com recursos
limitados. É crucial que os gestores e autoridades locais estejam preparados para planejar e
implementar melhorias na infraestrutura de forma a atender às novas demandas geradas pelo parque
fotovoltaico, garantindo o bem-estar da população e a sustentabilidade do empreendimento. Isso
envolve ações de planejamento urbano, investimentos em infraestrutura e a coordenação entre
diferentes setores governamentais e partes interessadas.

9.4.34 Aumento do poder de compra da população local

O aumento do poder de compra da população local pode ser um impacto positivo decorrente da
implantação do parque Fotovoltaico Canela. Com a geração de empregos diretos e indiretos, muitas
vezes surge um incremento na renda das famílias da região. Esse aumento de renda pode resultar em
um maior poder de compra, permitindo que os moradores locais tenham acesso a mais bens e serviços.

A entrada de novos postos de trabalho, tanto nas fases de construção quanto de operação do parque
fotovoltaico, pode impulsionar a economia local, contribuindo para o desenvolvimento da
comunidade. Além disso, o incremento da renda pode gerar um ciclo virtuoso, com maior demanda
por produtos e serviços locais, o que por sua vez estimula o crescimento de pequenos negócios e
comércios na área.

9.4.35 Caracterização das potencialidades da região

A caracterização das potencialidades da região em que um empreendimento, como um parque


fotovoltaico, será implantado tem impactos significativos no planejamento e na gestão do projeto. Ao
identificar e avaliar as potencialidades locais, como recursos naturais, infraestrutura existente,
capacidades econômicas e culturais da comunidade, é possível tomar decisões mais informadas e
direcionadas para maximizar os benefícios e minimizar os impactos negativos.

Positivamente, a caracterização adequada das potencialidades pode resultar em um planejamento


mais eficiente e uma alocação estratégica de recursos. Isso pode incluir o uso otimizado de
infraestruturas pré-existentes, a identificação de áreas apropriadas para instalação do
empreendimento e a seleção de tecnologias que se alinhem com os recursos disponíveis.

Além disso, ao considerar as potencialidades da região, é possível desenvolver programas de


capacitação e engajamento da comunidade local, visando ao desenvolvimento socioeconômico
sustentável. Isso pode incluir o treinamento de mão de obra local para oportunidades de emprego e a
promoção de iniciativas de responsabilidade social que beneficiem diretamente os moradores da
região.

No entanto, é importante destacar que a caracterização das potencialidades deve ser realizada de
maneira envolvendo a comunidade local e considerando suas perspectivas e preocupações no
planejamento e implementação do empreendimento, garantindo que os impactos positivos sejam
efetivamente alcançados e os impactos negativos minimizados.
307
9.4.36 Conhecimento de carências da comunidade

O conhecimento das carências da comunidade local tem um impacto direto no planejamento e na


implementação de projetos, como um parque fotovoltaico, proporcionando uma abordagem mais
sensível e eficaz. A identificação das carências locais permite que o empreendimento seja projetado
de forma a abordar questões específicas e contribuir para o desenvolvimento sustentável da região.

Ao entender as carências, como falta de acesso a serviços básicos, infraestrutura precária ou


oportunidades de emprego limitadas, o empreendimento pode ser projetado para gerar benefícios
tangíveis à comunidade. Por exemplo, pode-se considerar a criação de programas de capacitação
profissional para os moradores locais, gerando empregos e fortalecendo a economia local.

A abordagem das carências locais pode contribuir para a construção de uma relação de confiança entre
o empreendimento e a comunidade. Isso é fundamental para a aceitação do projeto e para mitigar
possíveis conflitos. Ao atender às necessidades identificadas, o empreendimento demonstra seu
compromisso com o bem-estar da comunidade, o que pode resultar em apoio e cooperação.

É importante abordar as carências de maneira sensível e colaborativa, envolvendo a comunidade


desde o início do processo. Isso evita a imposição de soluções que não atendam às reais necessidades
da população. Além disso, a avaliação contínua e a adaptação das ações em resposta ao feedback da
comunidade são essenciais para garantir que os impactos positivos sejam alcançados de forma eficaz.

9.4.37 Crescimento do setor de comércio/serviço

A implantação de um parque fotovoltaico pode ter um impacto significativo no crescimento do setor


de comércio e serviços na região. A presença de um empreendimento desse tipo atrai um aumento no
fluxo de pessoas, incluindo trabalhadores, prestadores de serviços e visitantes. Isso pode resultar na
demanda por uma variedade de produtos e serviços, como hospedagem, alimentação, transporte,
materiais de construção, manutenção e outras necessidades diárias.

O comércio local muitas vezes se beneficia desse aumento de demanda, visto que as pessoas procuram
suprir suas necessidades próximas ao local de trabalho ou visita. Empresas e empreendedores locais
podem aproveitar essa oportunidade para expandir seus negócios e gerar mais empregos. É
importante ressaltar que deve haver um planejamento adequado para garantir que a infraestrutura e
os serviços estejam preparados para atender ao crescimento da demanda, evitando problemas como
congestionamento, escassez de recursos e impactos negativos na qualidade de vida da comunidade
local.

9.4.38 Geração de emprego e renda

A implantação de um parque fotovoltaico tem o potencial de gerar empregos e renda significativos na


região onde é instalado. A construção, operação e manutenção de um parque fotovoltaico envolvem
uma variedade de atividades que demandam mão de obra qualificada e não qualificada.

308
Durante a fase de construção, há a necessidade de trabalhadores para a montagem das estruturas,
instalação dos painéis solares, construção de infraestrutura elétrica, entre outros. Além disso, serviços
de apoio como transporte, alimentação e acomodação também são requisitados, beneficiando os
setores de hospedagem, alimentação e transporte local.

Após a fase de construção, a operação e manutenção do parque fotovoltaico requerem equipes para
monitoramento, limpeza, inspeções regulares e reparos, gerando empregos estáveis a longo prazo.
Adicionalmente, o aumento do comércio local e dos serviços também contribui para a geração de
empregos indiretos.

Essa geração de empregos e renda não apenas beneficia os trabalhadores, mas também fortalece a
economia local, impulsiona o desenvolvimento socioeconômico da região e pode ajudar a diversificar
a base econômica, reduzindo a dependência de setores específicos. No entanto, é importante
considerar a capacitação da mão de obra local e garantir a sustentabilidade desses empregos a longo
prazo.

9.4.39 Incentivo à pesquisa e inovação tecnológica

A implantação de um parque fotovoltaico pode promover o incentivo à pesquisa e inovação


tecnológica em diversas áreas. A busca por eficiência energética, melhorias nos sistemas de captação
solar e armazenamento de energia, desenvolvimento de tecnologias de monitoramento e controle,
entre outros, impulsionam a colaboração entre empresas, instituições de pesquisa e universidades.

Empresas que operam no setor de energia solar frequentemente investem em pesquisa e


desenvolvimento para aprimorar suas tecnologias e torná-las mais eficientes, econômicas e
sustentáveis. Esses esforços podem gerar avanços significativos, resultando em novas soluções
tecnológicas que beneficiam não apenas a indústria de energia, mas também outras áreas
relacionadas.

Além disso, a implantação de um parque fotovoltaico pode estimular a criação de parcerias entre
instituições de pesquisa e universidades locais, proporcionando oportunidades para a realização de
estudos científicos, testes de tecnologias inovadoras e treinamento de profissionais especializados.

Esse ambiente de pesquisa e inovação contribui para a formação de um ecossistema tecnológico mais
robusto, promove a transferência de conhecimento e expertise, e pode resultar no surgimento de
startups e empresas de base tecnológica, impulsionando ainda mais o desenvolvimento econômico e
tecnológico da região.

9.4.40 Indução ao desenvolvimento industrial

A implantação de um novo parque fotovoltaico pode atuar como um catalisador para o


desenvolvimento industrial em uma determinada região. Esse tipo de empreendimento não apenas
gera energia limpa e sustentável, mas também cria um ambiente propício para o crescimento da
indústria local e para a diversificação econômica.
309
A presença de um parque fotovoltaico pode atrair investimentos de empresas ligadas à cadeia de valor
da energia solar, incluindo fabricantes de equipamentos fotovoltaicos, empresas de tecnologia,
prestadores de serviços de manutenção e operação, e fornecedores de componentes relacionados.
Isso impulsiona o surgimento de um ecossistema industrial que fomenta a inovação, a pesquisa e o
desenvolvimento de novas tecnologias.

Adicionalmente, a necessidade de infraestrutura de suporte para o parque fotovoltaico, como


estradas, redes elétricas, telecomunicações e outras instalações, cria oportunidades para o
desenvolvimento de empresas de construção civil e infraestrutura. O aumento da atividade econômica
também pode estimular a criação de empregos em diversos setores, contribuindo para o crescimento
da renda e do poder de compra na região.

Esse ciclo de desenvolvimento industrial não apenas impulsiona a economia local, mas também cria
um ambiente favorável para a atração de novos investimentos e para a promoção da competitividade
da região em níveis mais amplos, alinhando-se com estratégias de desenvolvimento sustentável e de
transição para uma matriz energética mais limpa e renovável.

9.4.41 Insegurança pelo aumento de circulação de pessoas

A implantação de um parque fotovoltaico pode levar a um aumento na movimentação de pessoas nas


comunidades locais. Embora isso possa trazer benefícios econômicos, também pode gerar
preocupações em relação à segurança entre os moradores. O aumento da atividade humana, muitas
vezes associado à chegada de trabalhadores e visitantes, pode criar um ambiente menos familiar e
confortável para os residentes.

A presença de pessoas desconhecidas pode causar apreensão sobre a ordem e a tranquilidade


habituais. Além disso, a introdução de indivíduos com diferentes origens culturais pode levar a uma
certa ansiedade sobre como essa diversidade será administrada. Para lidar com isso, é importante que
as empresas responsáveis pelo parque estabeleçam canais de comunicação abertos com as
comunidades, de modo a promover a compreensão mútua.

Colaborar com as autoridades locais para reforçar a segurança e implementar medidas de vigilância
pode ajudar a acalmar as preocupações da população. Ações como aumentar a presença policial ou
instalar sistemas de monitoramento podem contribuir para proporcionar tranquilidade aos
moradores. Ao abordar essas preocupações com sensibilidade e cooperação, é possível minimizar o
impacto negativo na sensação de segurança e promover uma convivência harmoniosa entre os novos
fluxos de pessoas e as comunidades locais.

9.4.42 Programa de educação para a comunidade

Um programa de educação direcionado à comunidade local é uma iniciativa valiosa associada à


implantação de um parque fotovoltaico. Tal programa tem como objetivo fornecer informações
relevantes e construir conhecimento nas comunidades circundantes sobre o empreendimento e suas

310
implicações. Por meio de sessões educativas, workshops e materiais informativos, as pessoas podem
compreender os aspectos técnicos, econômicos e ambientais do projeto.

Ao desenvolver um programa de educação, é possível informar os residentes sobre os benefícios do


parque fotovoltaico, como a geração de energia limpa e seus efeitos positivos na sustentabilidade
local. Além disso, o programa pode abordar os possíveis impactos, permitindo uma compreensão mais
ampla das mudanças que o empreendimento pode trazer para a área.

Esse tipo de programa é caracterizado como um impacto positivo trazido pelo empreendimento, e
pode estabelecer uma base sólida para a colaboração e o diálogo entre as partes interessadas.
Também pode capacitar os moradores a tomar decisões informadas e participar ativamente do
processo, contribuindo com ideias e sugestões. Ao fornecer informações precisas e transparentes, o
programa de educação pode ajudar a construir confiança e mitigar possíveis preocupações,
promovendo uma relação positiva entre o parque fotovoltaico e a comunidade local.

9.4.43 Variação da disponibilidade de energia elétrica

A implantação de um parque fotovoltaico pode influenciar a variação da disponibilidade de energia


elétrica na região. A introdução de uma fonte renovável como a energia solar pode resultar em um
aumento da oferta de energia, contribuindo para a diversificação da matriz energética local. Isso pode
levar a uma maior estabilidade no fornecimento de eletricidade, especialmente em regiões que
dependem fortemente de fontes convencionais e sujeitas a flutuações.

A geração constante de energia a partir do parque fotovoltaico, durante as horas de luz solar, pode
contribuir para reduzir os picos de demanda elétrica e diminuir a necessidade de acionar usinas
termoelétricas, que podem ser mais poluentes e caras de operar. Isso resulta em uma maior
confiabilidade do sistema elétrico, minimizando riscos de apagões e interrupções.

Ademais, a disponibilidade de energia renovável proveniente do parque fotovoltaico pode ser um


recurso valioso para atender a demanda crescente por eletricidade, tanto localmente quanto em uma
escala mais ampla. Isso pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, promovendo a
independência energética, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e contribuindo para a
mitigação das mudanças climáticas.

9.4.44 Variação da qualidade de vida do estado

A implantação de um parque fotovoltaico pode influenciar positivamente na variação da qualidade de


vida do estado. A introdução de uma fonte de energia limpa e renovável, como a solar, pode ter
diversos impactos positivos na região, conforme listados a seguir: Melhoria da Saúde Ambiental: A
redução da emissão de poluentes provenientes de fontes de energia convencionais, como usinas
termoelétricas a carvão, contribui para melhorar a qualidade do ar e diminuir problemas respiratórios
e de saúde associados à poluição atmosférica; Criação de Empregos: A construção, operação e
manutenção do parque fotovoltaico podem gerar oportunidades de emprego para a população local,
impulsionando a economia e aumentando a renda das comunidades; Desenvolvimento Econômico
311
Sustentável: A atração de investimentos em energia solar pode diversificar a economia do estado,
reduzindo a dependência de setores específicos. Isso contribui para um desenvolvimento mais
resiliente e equilibrado; Redução dos Custos de Energia: O aumento da capacidade de geração de
energia renovável pode levar a uma redução dos custos de eletricidade, aliviando o orçamento das
famílias e das empresas; Mitigação das Mudanças Climáticas: A geração de energia solar não emite
gases de efeito estufa, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e para a redução do
impacto ambiental; Estímulo à Inovação: A implantação de tecnologias solares avançadas pode atrair
empresas de alta tecnologia e centros de pesquisa, fomentando a inovação e o desenvolvimento de
novas soluções sustentáveis; Educação e Conscientização: A presença de um parque fotovoltaico pode
aumentar a conscientização da população sobre a importância das energias renováveis, incentivando
a adoção de práticas sustentáveis.

Portanto, a implantação do Complexo Fotovoltaico Canela pode ter um impacto positivo significativo
na qualidade de vida do estado, promovendo o desenvolvimento sustentável, a melhoria da saúde
ambiental e o bem-estar das comunidades locais.

9.5 Estatística dos impactos ambientais

Neste tópico, serão discutidos os resultados obtidos através da análise realizada, expondo estatísticas
e gráficos associados aos impactos previstos para o empreendimento em questão. Para o
empreendimento UFV Canela, foram identificados um total de 111 possíveis impactos, sendo 24 na
fase prévia, 60 na fase de implantação e 27 na fase de operação do empreendimento.

Na fase prévia registrou-se 19 impactos no meio social, 7 no meio físico e 9 no meio biótico,
observando uma distribuição relativamente concentrada no meio antrópico. A fase de implantação é
a primeira fase com maior número de impactos, apresentando a seguinte distribuição: 34 impactos no
meio social, 21 no meio físico e 26 no meio biótico. Por fim, na fase de operação do empreendimento,
foram verificados 27 impactos, distribuídos da seguinte forma: 20 no meio social, 7 no meio físico e 9
no meio biótico.

Em relação à natureza dos impactos, 56 (50,45%) deles possuem natureza positiva, enquanto os outros
55 (49,55%) possuem natureza adversa. A fase prévia concentra a maior quantidade de impactos
positivos (20), seguida pela fase de instalação (18) e pela fase de operação (18). Os impactos negativos
estão concentrados na fase de implantação (42), seguida pela fase de operação (9) e pela fase prévia
(4).

Quanto à escala dos impactos, 59 deles possuem impactos na escala local do empreendimento, 38 são
impactados na escala regional e 14 deles são influenciados na escala estratégica. Vale salientar que a
maioria dos impactos locais (41) se apresentam na fase de implantação do empreendimento, seguido
dos que se apresentam na fase prévia (11) e na fase de operação (7). Já os impactos de escala regional,
18 dos impactos estão concentrados na fase de implantação, 11 deles na fase de operação e 9 na fase
prévia. Com relação aos de escala estratégica, 9 dos impactos são gerados na fase de operação, 4 na
fase prévia e 1 na fase de instalação.

312
No que diz respeito à importância dos impactos, do total verificado 48 são classificados como de baixa,
49 como de médio e 14 como de alta importância. Dessa forma os impactos de baixa, média e alta
importância estão concentrados majoritariamente na fase de implantação do empreendimento, sendo
a fase que mais impacta o meio ambiente em diferentes graus de importância.

Em relação à duração dos impactos, ou seja, o tempo decorrido para o desaparecimento dos impactos
após a sua fonte causadora ser finalizada, a distribuição ocorre da seguinte maneira: 49 (44,14%) dos
impactos se manifestam temporariamente, 20 (18,02%) de forma cíclica e 42 (37,84%) possuem
temporalidade permanente. A fase de instalação concentra o maior número de impactos de natureza
temporária (37), seguida pela fase prévia (7) e pela fase de operação (5). Os impactos de duração
permanente estão concentrados na fase de operação (20), seguida pela fase de instalação (17) e pela
fase prévia (5). Por fim, os impactos de duração cíclica estão distribuídos principalmente na fase prévia,
sendo 12 impactos, enquanto a fase de implantação são 6 impactos e na de operação possui 2
impactos.

Quanto à reversibilidade, 75 (67,57%) dos impactos são considerados reversíveis, enquanto 36


(32,43%) são irreversíveis. Os impactos reversíveis estão concentrados na fase de implantação (39),
seguidos pela fase prévia (19) e pela fase de operação (17). Em relação aos impactos irreversíveis, a
fase de instalação concentra 21 impactos, seguida pela fase de operação (10) e pela fase prévia (5).

O parâmetro da temporalidade distribui-se da seguinte maneira: 48 (43,24%) dos impactos se


manifestam de forma imediata, 53 (47,75%) de médio prazo e 10 (9,01%) a longo prazo. Em relação
aos impactos de temporalidade imediata, 36 ocorrem na fase de instalação, 9 na fase de operação e 3
na fase prévia. Os impactos com temporalidade de médio prazo estão concentrados na fase prévia
(21), seguidos pela fase de implantação (20) e pela fase de operação (12). Por fim, os impactos que se
manifestam a longo prazo ocorrem na fase prévia (0), na fase de instalação (4) e na fase de operação
(6).

Quanto à abrangência, 84 (75,68%) dos impactos possuem incidência indireta, enquanto 27 (24,68%)
incidem diretamente no meio ambiente. Os impactos indiretos estão concentrados principalmente na
fase de implantação, com o registro de 36 impactos, seguidos pela fase prévia com 24 e pela fase de
operação com 24. Em relação aos impactos que incidem diretamente, a distribuição ocorre da seguinte
maneira: 24 na fase de implantação, 0 na fase prévia e 3 na fase de operação. É importante ressaltar
que a concentração de impactos diretos e indiretos na fase de implantação se deve às grandes
transformações que o meio ambiente sofre nessa etapa, além dos efeitos socioeconômicos da
implantação do empreendimento para a comunidade.

No que diz respeito à probabilidade de ocorrência dos impactos listados anteriormente 32 (28,83%)
deles possuem baixa probabilidade, 34 (30,63%) possuem média probabilidade e 45 (40,54%) deles
tem alta probabilidade de realmente ocorrer na área do empreendimento. A distribuição da
probabilidade por fase do empreendimento é a seguinte: na fase de instalação há 13 impactos de baixa
probabilidade, na fase prévia são registrados 8 e na fase de operação são identificados 11. Quanto aos
impactos de média probabilidade, encontramos 21 registros na fase de instalação, 3 na fase prévia e
313
10 na fase de operação. Por fim, os impactos de alta probabilidade de ocorrência apresentam 26
registros na fase de instalação, 6 na fase de operação e 13 na fase prévia.

Por fim, apresentamos os dois últimos elementos da avaliação de impacto ambiental do


empreendimento em questão: a significância e a magnitude. Em relação à significância, constatamos
que 79 (71,17%) dos impactos possuem significância moderada, 15 (13,51%) são considerados como
significativos e 17 (15,32%) são considerados insignificantes. A distribuição da significância por fase do
empreendimento é a seguinte: na fase de instalação, foram identificados 38 impactos de significância
moderada, na fase prévia são registrados 20 e na fase de operação são identificados 21. Quanto aos
impactos muito significantes, encontramos 11 registros na fase de instalação, 0 na fase prévia e 4 na
fase de operação. Por fim, os impactos não significantes apresentam 11 registros na fase de instalação,
2 na fase de operação e 4 na fase prévia.

Em relação à magnitude dos impactos, observamos que 71 (63,96%) foram classificados como de baixa
magnitude, 28 (25,23%) como de média magnitude e 12 (10,81%) como de alta magnitude. Na fase
prévia, foram registrados 19 impactos de baixa magnitude, 5 de média magnitude e nenhum de alta
magnitude. Na fase de implantação, identificamos 44 impactos de baixa magnitude, 8 de alta
magnitude e 8 de magnitude média. Por fim, na fase de operação, encontramos 8 impactos de baixa
magnitude, 4 de alta magnitude e 15 impactos de média magnitude.

Para uma melhor visualização e compreensão desses resultados, o Gráfico 47 e a Tabela 111 sintetiza
as informações apresentadas no texto, retratando a distribuição dos atributos que determinam a
natureza dos impactos identificados.

314
Alta 0 8 4
11

Média 5 8 15
Baixa 19 44 8
Significativa 0 11 4
10

Moderado 20 38 21
Insignificante 4 11 2
Alta 13 26 6
Média 3 21 10
9

Baixa 8 13 11
Direta 0 24 3
8

Indireta 24 36 24
Longo 0 4 6
Médio 21 20 12
7

Imediato 3 36 9
Irreversível 5 21 10
6

Reversível 19 39 17
Permanente 5 17 20
Cíclico 12 6 2
5

Temporário 7 37 5
Alta 1 9 4
Média 12 24 13
4

Baixa 11 27 10
Estratégico 4 1 9
Regional 9 18 11
3

Local 11 41 7
Antrópico 19 34 20
Biótico 9 26 9
2

Físico 7 21 7
Positivos 20 18 18
1

Negativo 4 42 9
Total 24 60 27
0 20 40 60 80 100 120
1- Natureza 2- Meio 3- Escala 4- Importância 5- Duração 6- Reversibilidade 7- Temporalidade 8- Abragência 9 - Probabilidade 10 - Significância 11 - Magnitude
Fase Prévia Fase Instalação Fase Operação

Gráfico 47. Classificação dos impactos de acordo com as categorias avaliadas


315
Tabela 111. Síntese quantitativa dos atributos analisado na AIA.
PRÉVIA INSTALAÇÃO OPERAÇÃO TOTAL
SOMA
ATRIBUTOS Positivo Negativo Positivo Negativo Positivo Negativo Positivo Negativo
Local 8 3 6 35 0 7 14 45 59
Escala Regional 8 1 11 7 9 2 28 10 38
Estratégico 4 0 1 0 9 0 14 0 14
Baixa 7 4 9 18 3 7 19 29 48
Importância Média 12 0 6 18 11 2 29 20 49
Alta 1 0 3 6 4 0 8 6 14
Temporário 5 2 12 25 0 5 17 32 49
Duração Cíclico 10 2 2 4 1 1 13 7 20
Permanente 5 0 4 13 17 3 26 16 42
Reversível 18 1 17 22 13 4 48 27 75
Reversibilidade
Irreversível 2 3 1 20 5 5 8 28 36
Imediato 0 3 2 34 2 7 4 44 48
Temporalidade Médio prazo 20 1 13 7 10 2 43 10 53
Longo prazo 0 0 3 1 6 0 9 1 10
Indireta 20 4 17 19 18 6 55 29 84
Abrangência
Direta 0 0 1 23 0 3 1 26 27
Baixa 6 2 4 9 3 8 13 19 32
Probabilidade Média 3 0 7 14 9 1 19 15 34
Alta 11 2 7 19 6 0 24 21 45
Insignificante 3 1 7 4 0 2 10 7 17
Significância Moderado 17 3 10 28 14 7 41 38 79
Significativo 0 0 1 10 4 0 5 10 15
Baixa 15 4 15 29 2 6 32 39 71
Magnitude Média 5 0 2 6 12 3 19 9 28
Alta 0 0 1 7 4 0 5 7 12
316
9.6 Impactos cumulativos

Impactos cumulativos ou acumulativos são aqueles que se acumulam no tempo ou no espaço, como
resultado da adição ou da combinação de impactos decorrentes de uma ou de diversas ações humanas.
Uma série de impactos insignificantes podem resultar em degradação ambiental significativa se
concentrados espacialmente ou caso se sucedam no tempo (SÁNCHEZ, 2020).

Dessa forma, a cumulatividade e sinergismo referem-se, respectivamente, à possibilidade de os


impactos se somarem ou se multiplicarem. Portanto, a avaliação de cumulatividade torna-se
importante para que os impactos que possam se acumular no tempo ou no espaço sejam previstos e,
então, evitados, mitigados ou compensados adequadamente. Tradicionalmente, a análise de impactos
ambientais não se ocupa de impactos insignificantes ou de baixa significância, tampouco de ações que,
tomadas individualmente, tenha baixo potencial de causar impactos significativos, pois tais situações
são tratadas por outros instrumentos de planejamento e a obrigatoriedade de atendimento a normas
e padrões. Mas para projetos sujeitos à preparação de um estudo ambiental, a consideração de
impactos cumulativos pode ser crucial para bem fundamentar uma decisão (SÁNCHEZ, 2020).

Dessa forma, para definição da metodologia a ser seguida para análise e detalhamento dos impactos
cumulativos apresenta-se a sequência de passos para a análise de impactos cumulativos definido por
Sánchez (2020) com base em estudos de Canter e Ross (2010), CEQ (1997), IFC (2012) e Hegmann et
al. (1999).

Tabela 112. Etapas da avaliação dos efeitos cumulativos associados.


2. Selecionar 3. Identificar limites espaciais
Definição do 1. Identificar questões
componentes ambientais e temporais para cada
escopo regionais de interesse;
relevantes; componente;
1. Compilar informações 2. Identificar as principais 3. Estabelecer principais
Diagnóstico
sobre os componentes causas passadas, atuais e relações de causa e efeito entre
focado
selecionados; possíveis causas futuras; as causas identificadas.
1. Identificar os efeitos 2. Prever a provável
3. Avaliar os efeitos do
Análise de incrementais diretos e situação futura de cada
projeto sobre cada componente
impactos indiretos dos projetos sobre componente se o projeto for
selecionada.
cada componente; implementado;

Dessa forma, a fim de identificar as questões regionais de interesse, os limites espaciais e temporais e
as componentes ambientais relevantes, serão apresentadas na tabela a seguir os parâmetros adotados
para o estudo em específico.

317
Tabela 113. Definição do escopo para avaliação dos efeitos cumulativos.
Meio Físico: Clima; Recurso Solar; Geologia; Geomorfologia; Topografia; Solo;
Recursos Minerais; Recursos Hídricos; Unidades de conservação
Questões regionais de Meio Biológico: Flora; Fauna
interesse Meio socioeconômico: Demografia; Infraestrutura urbana; Patrimônio histórico,
cultural, arqueológico; Comunidades tradicionais; Estrutura produtiva; Condições
de Saúde; Paisagem; Uso e ocupação do solo.
Área de Influência Direta: Área Diretamente Afetada acrescida de uma faixa de
Limites espaciais 500m no entorno.
Área de Influência Indireta: Município de Lagoa do Barro do Piauí e Queimada Nova
Limites temporais Fase prévia; Fase de Instalação; Fase de Operação

Vale salientar que a cumulatividade adotada tomou como base a fase e etapas de projeto prevendo o
uso e ocupação da área de influência direta e indireta do empreendimento. Destaca-se que a fase
prévia que diz respeito à elaboração dos estudos foram todos considerados não cumulativo em função
da natureza da fase e da não identificação de impacto substancial que perdure um limite temporal
considerável para a sua cumulatividade. A Tabela 114 apresenta a matriz de impactos elencados
juntamente com a análise da cumulatividade em função da área de influência.

No que diz respeito à natureza da cumulatividade analisada verifica-se de uma forma geral que a
maioria dos impactos cumulativos se encontram na fase de instalação do empreendimento (Gráfico
48), compreendendo o canteiro de obras, movimentação de terra, tráfego de veículos entre outros.

Cumulativos
prévia
Fase

Não Cumulativos
operação instalação

Cumulativos
Fase de Fase de

Não Cumulativos

Cumulativos

Não Cumulativos

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Gráfico 48. Comparativo de ocorrência da cumulatividade dos impactos em função das fases do empreendimento.

Ademais, destaca-se o equilíbrio da quantidade dentre os impactos elencados quanto à sua


cumulatividade, visto que 43% não apresentou cumulatividade e 57% são cumulativos. Dentre os
impactos cumulativos, 27 apresentaram natureza positiva e 37 negativas. Já no que diz respeito à
magnitude, dos impactos avaliados e cumulativos, 37 são de baixa magnitude, 16 de média magnitude
e 11 são de alta magnitude.

318
Tabela 114. Análise dos impactos cumulativos.

Magnitude
Natureza
Etapa do Questão de
ID Impacto F B A Cumulatividade
projeto interesse

Fase Prévia
1 Crescimento do setor de serviços técnicos X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
2 Definição dos aspectos fisiográficos do terreno X X + BAIXA Topografia Não cumulativo
3 Definição de parâmetros para uso racional da área X X X + BAIXA Uso e ocupação do solo Não cumulativo
Estudos 4 Alteração à flora e fauna X - BAIXA Flora e Fauna Não cumulativo
preliminares 5 Geração de renda X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
6 Aumento da arrecadação tributária X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
Infraestrutura Urbana;
7 Conhecimento de carências da comunidade X + BAIXA Não cumulativo
Comunidades
Geologia, Pedologia,
Geomorfologia, Recursos
8 Caracterização do meio físico X + BAIXA Hídricos, Clima e condições Não cumulativo
meteorológicas, Cavidades,
Sismicidade
9 Caracterização da flora e fauna X + BAIXA Fauna e flora Não cumulativo
Cumulativo para AID. Tal impacto será somado às próximas fases do empreendimento,
10 Abertura de picadas para caracterização da flora X - BAIXA Flora
sendo principalmente na parte da supressão vegetal.
11 Risco de acidentes com a fauna X - BAIXA Fauna Não cumulativo
Estudos 12 Proposta de controle e monitoramento ambiental X X X + MÉDIA Uso e ocupação do solo Não cumulativo
Ambientais
13 Delimitação das áreas de interesse ambiental X X X + MÉDIA Uso e ocupação do solo Não cumulativo
14 Planejamento de uso e ocupação racional do solo X X X + MÉDIA Uso e ocupação do solo Não cumulativo
15 Crescimento do setor de serviços técnicos X + BAIXA Infraestrutura Urbana Não cumulativo
16 Aumento da arrecadação tributária X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
17 Análise do uso eficiente de terras degradadas X X X + MÉDIA Flora; Uso e ocupação do Solo Não cumulativo
Condições de educação,
18 Análise de potencial educativo na comunidade local X + BAIXA Não cumulativo
Comunidade
19 Incertezas na população X - BAIXA Comunidades Não cumulativo
20 Incentivo à pesquisa e inovação tecnológica X + MÉDIA Comunidades Não cumulativo
21 Caracterização das potencialidades da região X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
Estudos de
22 Geração de expectativas de mercado X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
Viabilidade
23 Crescimento do setor de serviços técnicos X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
Econômica
24 Aumento da arrecadação tributária X + BAIXA Estrutura produtiva Não cumulativo
Fase Prévia
25 Elaboração de projetos civis e de infraestrutura X X + BAIXA Uso e ocupação do solo Não cumulativo
26 Aumento da expectativa otimista da população X + BAIXA Comunidades Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Usualmente esta etapa gera uma grande demanda por mão de
obra especializada e não especializada, que serão contratadas no local de implantação.
27 Geração de emprego e renda X + BAIXA Estrutura produtiva
Isto, aliado ao aumento da procura de serviços e determinadas atividades econômicas,
acarretará numa maior geração de empregos.
Cumulativo para AID e AII. Devido a injeção de recursos e investimentos na dinâmica
28 Aumento do poder de compra da população local X + BAIXA Estrutura produtiva econômica local e dos municípios, os quais podem vim através da aquisição de materiais,
equipamentos, alimentação, hospedagem, entre outros.
Cumulativo para AID e AII. O incremento de uma nova atividade, junto aos
29 Crescimento e diversificação do setor de comércio/serviço X + BAIXA Estrutura produtiva empreendimentos já existentes, acarreta no melhor desempenho do comércio, tendo em
vista que a demanda por serviços e aquisição de mercadorias eleva-se.
Cumulativo para AID e AII. A implantação de um novo empreendimento, somado aos
30 Aumento da arrecadação tributária X + BAIXA Estrutura produtiva empreendimentos já existentes, aumentará a arrecadação de impostos sobre serviços e
circulação de mercadorias.
Cumulativo para AID. A implantação do canteiro de obras acarretará na circulação de
31 Insegurança pelo aumento de circulação de pessoas X - BAIXA Infraestrutura Urbana pessoas não identificadas pela comunidade, o que somará à sensação de insegurança
existente na área.
Cumulativo para AID e AII. A implantação de um novo empreendimento, somado aos
32 Programa de educação para comunidade local X + BAIXA Aspectos educacionais empreendimentos já existentes, aumentará a necessidade de aplicação de programas
voltados para a comunidade local.
Cumulativo para AID. A implantação de um novo empreendimento acarretará no aumento
33 Aumento da pressão por serviços básicos X - MÉDIA Infraestrutura Urbana
da pressão por serviços de saneamento básico inexistentes nas comunidades.
Cumulativo para AID e para a AII. A implantação do canteiro de obras acarretará na
34 Risco de acidente de trânsito X - BAIXA Infraestrutura Urbana mudança do tráfego urbano do município temporariamente o que poderá acarretar
acidentes de trânsitos além do que já é esperado pela dinâmica viária.
Cumulativo para AID e para a AII. A implantação do canteiro de obras acarretará na
35 Aumento do tráfego urbano X - BAIXA Infraestrutura Urbana mudança do tráfego urbano do município temporariamente o que acarretará no aumento
do fluxo/ trânsito além do que já é esperado pela dinâmica viária.
Cumulativo para AID. A implantação do canteiro de obras acarretará na mudança da
paisagem direta, o que irá somar-se a mudança ocasionada por equipamentos urbanos e
36 Alterações paisagísticas X - ALTA Paisagem
empreendimentos já implantados, como é o caso das atividades agropecuárias,
residenciais, energéticas e comerciais.
Cumulativo para AID. A implantação do canteiro de obras acarretará na produção de
37 Produção de material particulado X X - BAIXA Solo, ar material particulado que se soma à produção de empreendimentos já implantados, ou
Canteiro obras na área
de obras Cumulativo para AID e AII. Na fase de instalação este impacto é bastante significativo,
38 Perda de potencial florístico X - MÉDIA Flora acumulando-se ainda a supressão causada pelo potencial instalação de outros
empreendimentos no entorno.
Cumulativo para AID e AII. Este é um impacto significativo na fase de instalação, pois
resulta da supressão vegetal. Com isso, há uma cumulatividade com o afugentamento de
39 Afugentamento da fauna X - BAIXA Fauna
fauna já ocorrido na antropização da área de influência, principalmente devido ao
desenvolvimento das atividades agropecuárias.
Cumulativo para AID e AII. Este impacto caracteriza-se como um incremento na geração
de resíduos sólidos do município onde será instalado o empreendimento. Com relação aos
40 Produção de resíduos sólidos e efluentes X X X - BAIXA Infraestrutura Urbana efluentes líquidos, é considerado como não cumulativo, tendo em vista que se trata de
um impacto local no qual haverá empresa locadora dos banheiros químicos responsável
pela destinação final.
Cumulativo para AID. A implantação do canteiro de obras acarretará na mudança sonora
pontualmente durante utilização de maquinários que poderá somar-se à sonoridade de
41 Variação dos níveis de pressão sonora X X - BAIXA Paisagem
outros empreendimentos já implantados, como é o caso das atividades agropecuárias,
residenciais, energéticas e comerciais.
Cumulativo para AID. A implantação do canteiro de obras poderá somar-se às mudanças
42 Variação da qualidade da água X X X - BAIXA Recursos Hídricos
na qualidade da água de recursos hídricos superficiais da área de influência do projeto.
Cumulativo para AID. Ainda que o empreendimento em si não gere substâncias ofensivas
ao solo, é possível que haja, na etapa de instalação, vazamento de óleo de maquinários ou
43 Variação da qualidade do solo X X X - ALTA Solo
automóveis juntamente com outros maquinários/veículos utilizados em empreendimento
vizinhos.
44 Riscos de acidentes de trabalho X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Na fase de instalação este impacto é bastante significativo,
45 Supressão vegetal para instalação do canteiro X - ALTA Flora acumulando-se ainda a supressão causada pelo potencial instalação de outros
empreendimentos no entorno.
46 Riscos de proliferação de doenças X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Na fase de implantação este impacto é resultante da supressão
47 Redução da abundância da fauna X - MÉDIA Fauna vegetal. Com isso, há uma cumulatividade com o afugentamento de fauna já ocorrido na
instalação dos empreendimentos existentes na área de influência.
Cumulativo para AID e AII. A fragmentação de habitat gerada pela implantação do
48 Fragmentação de habitat da flora local X - ALTA Fauna e flora empreendimento soma-se com a fragmentação de outras áreas, diminuindo o fluxo gênico
das espécies.
Cumulativo para AID e AII. A facilitação dos corredores ecológicos somados com as demais
49 Facilitação de corredores ecológicos X + ALTA Fauna e flora áreas existentes na influência do empreendimento impacta significativamente na fauna e
flora do local.

319
Magnitude
Natureza
Etapa do Questão de
ID Impacto F B A Cumulatividade
projeto interesse

50 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - BAIXA Solo Não cumulativo


Oferta de
Cumulativo para AID. A instalação do empreendimento poderá somar-se às demandas
equipamentos
51 Variação da acessibilidade interlocal X + BAIXA Infraestrutura Urbana significativa quanto ao transporte de colaboradores, material de construção, etc, e esse
viários
tráfego soma-se a presença de outros empreendimentos na região.
52 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - BAIXA Solo Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Usualmente esta etapa gera uma grande demanda por mão de
obra especializada e não especializada, que serão contratadas no local de implantação.
53 Aumento da oferta de empregos X + BAIXA Estrutura produtiva
Isto, aliado ao aumento da procura de serviços e determinadas atividades econômicas,
acarretará numa maior geração de empregos.
54 Variação dos níveis de pressão sonora X X - BAIXA Paisagem Não cumulativo
Cumulativo para AID. O transporte gerado durante a fase de instalação do
Transporte 55 Produção de material particulado X X - BAIXA Condições de Saúde empreendimento poderá somar-se à poluição do ar dos demais veículos que transitam a
de mão-de- região.
obra 56 Afugentamento da fauna X - ALTA Fauna Não cumulativo
Cumulativo para AID. A instalação do empreendimento poderá somar-se às demandas
57 Variação da pressão sobre sistema viário X - BAIXA Infraestrutura Urbana significativa quanto ao transporte de colaboradores, material de construção, etc, e esse
tráfego soma-se a presença de outros empreendimentos na região.
Cumulativo para AID. A instalação do empreendimento poderá somar-se às demandas
58 Alteração do fluxo de veículos X + BAIXA Infraestrutura Urbana significativa quanto ao transporte de colaboradores, material de construção, etc, e esse
tráfego soma-se a presença de outros empreendimentos na região.
59 Riscos de acidentes de percurso X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Os movimentos de terras a ser realizado para a instalação do
empreendimento poderá alterar na declividade natural e escoamento superficial de água
60 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X X - BAIXA Solo no solo que poderá somar-se à modificações topográficas de outros empreendimento
existentes na área de influência que poderá impactar na recarga de aquíferos ou fluxo
natural de recursos hídricos.
Cumulativo para AID. Os movimentos de terras a ser realizado para a instalação do
61 Alteração geotécnica e geomorfológica do terreno (corte e aterro) X - ALTA Geologia empreendimento poderá acarretar na mudança topográfica que poderá somar-se à
modificações geotécnicas de outros empreendimento existente na área de influência.
Cumulativo para AID e AII. A instalação do empreendimento poderá somar-se à remoção
62 Aumento da suscetibilidade ao processo de desertificação X X X - MÉDIA
vegetal de outras áreas criando maior suscetibilidade ao processo de desertificação.
Movimentos
Cumulativo para AID e AII. Os movimentos de terras a ser realizado para a instalação do
de terra
empreendimento poderá somar-se às alterações das condições hídricas (redução da
63 Alteração das condições hídricas X - BAIXA Recursos Hídricos
permeabilidade e percolação da água para recarga do aquífero; acúmulo de sedimentos
em águas superficiais, entre outros).
Cumulativo para AID e AII. Na fase de implantação este impacto é resultante da supressão
64 Perturbação à fauna X - BAIXA Fauna vegetal e movimentação de terra. Com isso, há uma cumulatividade com o afugentamento
de fauna já ocorrido na instalação dos empreendimentos existentes na área de influência.
Cumulativo para AID. A mobilização realizada para a instalação do empreendimento
65 Variação dos níveis de pressão sonora X - BAIXA Paisagem acarretará na mudança sonora pontualmente durante utilização de maquinários/veículos
que poderá somar-se à sonoridade de outros veículos existente na área de influência.
66 Produção de material particulado X X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Os movimentos de terras a ser realizado para a instalação do
empreendimento poderá alterar na declividade natural e escoamento superficial de água
67 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - BAIXA Solo no solo que poderá somar-se à modificações topográficas de outros empreendimento
existentes na área de influência que poderá impactar na recarga de aquíferos ou fluxo
natural de recursos hídricos.
Cumulativo para AID . Na fase de movimentação de terra poderá reduzir o potencial da
68 Redução da abundância da flora X - MÉDIA Flora flora com o aterramento da área, acumulando-se ainda a supressão e aterramento
Bota-fora causada pelo potencial instalação de outros empreendimentos no entorno.
Cumulativo para AID e AII. Na fase de implantação este impacto é resultante da supressão
69 Redução da abundância da fauna X - MÉDIA Fauna vegetal e movimentação de terra. Com isso, há uma cumulatividade com o afugentamento
de fauna já ocorrido na instalação dos empreendimentos existentes na área de influência.
Cumulativo para AID e AII. Usualmente há uma grande demanda por mão de obra
especializada e não especializada que serão contratadas no local de implantação. Isto,
70 Aumento da oferta de empregos X + BAIXA Estrutura produtiva
aliado ao aumento da procura de serviços e determinadas atividades econômicas,
acarretará numa maior geração de empregos.
Cumulativo para AID. O uso de maquinário para implantação do empreendimento poderá
Infraestrutura local; Pressão
71 Variação dos níveis de pressão sonora X X - BAIXA somar-se com o nível de pressão sonora do ambiente ou de outros empreendimentos
sonora
próximos.
Cumulativo para AID. A produção de particulado gerada pela implantação do
72 Produção de material particulado X X - BAIXA Infraestrutura local; Ar empreendimento poderá somar-se com o a produção já existente da área ou de outros
empreendimentos.
Cumulativo para AID. Os possíveis acidentes com a fauna podem ser intensificados com os
73 Acidentes de atropelamento de fauna X - BAIXA Fauna
já possíveis de acontecer no local ou na rodovia próxima, potencializando o impacto.
Infraestrutura local; Estrutura Cumulativo para AID. Os possíveis riscos de acidentes podem ser intensificados com os já
74 Risco de acidente de percurso e montagem X - BAIXA
viária possíveis de acontecer no local ou na rodovia próxima, potencializando o impacto.
Instalação de Cumulativo para AID e AII. A implantação de um novo empreendimento, somado aos
Painéis 75 Aumento da arrecadação tributária X + BAIXA Estrutura produtiva empreendimentos já existentes, aumentará a arrecadação de impostos sobre serviços e
Solares circulação de mercadorias.
Cumulativo para AID e AII. Usualmente há uma grande demanda por mão de obra
Estrutura produtiva, especializada e não especializada que serão contratadas no local de implantação. Isto,
76 Aumento da oferta de empregos X + BAIXA
Comunidades aliado ao aumento da procura de serviços e determinadas atividades econômicas,
acarretará numa maior geração de empregos.
Cumulativo para AID. As alterações a serem realizadas para a instalação do
Paisagem, Uso e ocupação do
77 Alterações paisagísticas X - ALTA empreendimento poderá acarretar na mudança que poderá somar-se à modificações
solo
paisagísticas de outros empreendimento existente na área.
Cumulativo para AID. O aumento do consumo de água será somado à demanda já
Recursos Hídricos;
78 Aumento do consumo de água - instalação de painéis X - BAIXA necessária para abastecer as comunidades próximas que não possuem abastecimento por
Infraestrutura Urbana
rede pública, dessa forma haverá uma acentuação do impacto.
79 Otimização dos aspectos paisagísticos X X + MÉDIA Paisagem Não cumulativo
80 Controle sanitário e ambiental X + MÉDIA Condições de Saúde Não cumulativo
81 Controle de vetores X + BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Limpeza geral Cumulativo para AID. A produção de particulado gerada pela implantação do
da obra 82 Produção de material particulado X X - BAIXA Infraestrutura local; Ar empreendimento poderá somar-se com o a produção já existente da área, de outros
empreendimentos ou de outras fases de instalação da UFV Canela.
83 Redução dos impactos de implantação X X X + BAIXA Infraestrutura Urbana Não cumulativo
84 Riscos de acidente de trabalho X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
Fase de Operação
85 Aumento da expectativa otimista da população X + MÉDIA Comunidades Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. Quando comparado a demanda por mão de obra na fase de
instalação, têm-se uma redução significativa na geração de empregos. Tal redução gera
86 Geração de emprego e renda X + ALTA Estrutura produtiva
uma ação em cadeia, pois impacta diretamente na estrutura produtiva da área,
impactando a atividade econômica.
Contratação
87 Aumento do poder de compra da população local X + MÉDIA Estrutura produtiva Não cumulativo
de pessoal
Cumulativo para AID e AII. Devido ao aumento de fornecimento energético sustentável
88 Crescimento do setor de comércio/serviço X + MÉDIA Estrutura produtiva
poderá impulsionar o crescimento no setor com a instalação de outros empreendimentos.
Cumulativo para AID e AII. A implantação de um novo empreendimento, somado aos
89 Aumento da arrecadação tributária X + MÉDIA Estrutura produtiva empreendimentos já existentes, aumentará a arrecadação de impostos sobre serviços e
circulação de mercadorias.
90 Variação dos níveis de pressão sonora X X - BAIXA Paisagem Não cumulativo
91 Variação da pressão sobre sistema viário X - BAIXA Infraestrutura Urbana Não cumulativo
Transporte de
92 Riscos de acidentes de percurso X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
mão-de-obra
93 Produção de material particulado X X - BAIXA Condições de Saúde Não cumulativo
94 Afugentamento da fauna X - MÉDIA Fauna Não cumulativo
Uso e 95 Ocorrência de processos erosivos e assoreamento X - BAIXA Solo Não cumulativo
ocupação 96 Redução da abundância da flora X - MÉDIA Flora Não cumulativo
do solo 97 Redução da abundância da fauna X - MÉDIA Fauna Não cumulativo

320
Magnitude
Natureza
Etapa do Questão de
ID Impacto F B A Cumulatividade
projeto interesse

Cumulativo para AID e AII. Este impacto caracteriza-se como um incremento na geração
de resíduos do município onde será instalado o empreendimento. Com relação aos
98 Variação da qualidade da água X X X - BAIXA Recursos Hídricos efluentes líquidos, é considerado como não cumulativo, tendo em vista que a quantidade
mínima de trabalhadores a fase de operação, apenas voltado para segurança e eventuais
manutenções.
Cumulativo para AID e AII. Devido aos Planos de Monitoramento e Medidas Mitigadoras
99 Favorecimento de uso racional e sustentável X X + ALTA Uso e ocupação do solo serem aplicadas durante toda a fase de operação, podem ainda contribuir como literatura
para um conhecimento macro da região.
Cumulativo para AID e AII. A operação de um novo empreendimento, somado aos
100 Aumento da arrecadação tributária X + MÉDIA Estrutura produtiva empreendimentos já existentes, aumentará a arrecadação de impostos sobre serviços e
circulação de mercadorias.
Cumulativo para AID e AII. Quando comparado a demanda por mão de obra na fase de
instalação, têm-se uma redução significativa na geração de empregos. Tal redução gera
101 Aumento da oferta de empregos X + MÉDIA Estrutura produtiva
uma ação em cadeia, pois impacta diretamente na estrutura produtiva da área,
impactando a atividade econômica.
Cumulativo para AID e AII. Dada a extensão do complexo solar, bem como a existência de
102 Variação da disponibilidade de energia elétrica X + ALTA Recurso Solar outros parques de geração de energia solar na região, conclui-se que a fonte energética
renovável será bastante aproveitada, portanto, sendo cumulativa.
Cumulativo para AID e AII. A instalação do complexo solar será mais uma nova atividade a
103 Indução ao desenvolvimento industrial X + MÉDIA Estrutura produtiva se instalar na região, trazendo aos munícipes um maior acesso ao conhecimento de
operações industriais e indução de implantação de novas atividades industriais na área.
Cumulativo para AID e AII. Devido ao aumento de fornecimento energético sustentável
104 Indução ao desenvolvimento de comércio e serviços X + MÉDIA Estrutura produtiva
poderá impulsionar o crescimento no setor com a instalação de outros empreendimentos.
Cumulativo para AID e AII. O complexo solar será uma nova atividade a se instalar na
Oferta de
região. Isso altera a realidade do uso do solo atual e a necessidade de serviços básicos de
Energia 105 Variação do suporte de serviços básicos X + MÉDIA Infraestrutura Urbana
suporte, saindo de um uso basicamente agropecuário para também promoção da
Elétrica
diversidade da matriz energética que poderá atrair novos empreendimentos.
106 Variação da qualidade de vida do estado X + BAIXA Comunidades Não cumulativo
Cumulativo para AID e AII. A instalação do complexo solar será mais uma nova atividade a
107 Incremento tecnológico X + MÉDIA Infraestrutura Urbana se instalar na região, trazendo aos munícipes um maior acesso ao conhecimento de
operações industriais e indução de implantação de novas tecnologias.
Cumulativo para AID e AII. Devido aos Planos de Monitoramento serem aplicadas durante
108 Conhecimento e monitoramento ambiental X X X + MÉDIA Gestão ambiental toda a fase de operação, podem ainda contribuir como literatura para um conhecimento
macro da região.
Cumulativo para AID e AII. Este impacto caracteriza-se como um incremento na
109 Aquecimento do mercado imobiliário X + BAIXA Estrutura produtiva
valorização imobiliária da área e o município.
Cumulativo para AID e AII. Dada a extensão do complexo solar, bem como a existência de
110 Redução da emissão de gases de efeito estufa X X X + MÉDIA Clima outros parques de geração de energia solar na região, conclui-se que há a sobreposição
dos efeitos e redução de forma relacionada do efeito estufa.
Cumulativo para AID e AII. Dada a extensão do complexo solar, bem como a existência de
111 Aproveitamento de fonte energética renovável X + ALTA Infraestrutura Urbana outros parques de geração de energia solar na região, conclui-se que a fonte energética
renovável será bastante aproveitada, portanto, sendo cumulativa.

Legenda: Natureza | (+) = Positiva; (-) = Negativa. Meio | F = Meio Físico; B = Meio Biótico; A = Meio Antrópico. Probabilidade| Pb = Baixa; Pm = Média; Pa = Alta.

321
10 MEDIDAS MITIGADORAS

A proposição de medidas mitigadoras refere-se a etapa mais importante do processo de avaliação de


impactos ambientais, pois corrobora com a viabilidade ambiental do empreendimentos através do
controle dos impactos adversos prognosticados e da potencialização dos impactos positivos.

Ressalta-se que se tratando da implantação de uma usina fotovoltaica, para fins de enquadramento,
conforme resoluções CONEMA nº 04/2006 e nº 02/2014, a atividade a ser desenvolvida possui
Potencial Poluidor Degradador “Pequeno” e o Porte é classificado como “Grande”. Dessa forma, dadas
as características intrínsecas da implantação, bem como de aspectos da operação, considerando que
os projetos elaborados e posteriormente executados atenderão aos aspectos legais e normativos
aplicáveis, possíveis adversidades ambientais causadas pelo empreendimento já serão essencialmente
evitadas ou minimizadas.

No entanto, é fundamental que sejam definidas medidas mitigadoras a partir de um processo de


avaliação de impactos ambientais, pois, dessa forma, além das características do tipo de
empreendimento, as especificidades ambientais da área de implantação do projeto serão
consideradas. Assim, no presente capítulo, serão descritas as medidas mitigadoras propostas para o
projeto, sendo subdividas e classificadas conforme os resultados da análise dos impactos ambientais
realizada no capítulo anterior. As medidas propostas foram classificadas de acordo com a fase do
projeto em que ocorrerão, o compartimento ambiental a que se relacionam, seu caráter e tipo.

As fases do projeto são as mesmas da avaliação de impactos ambientais: prévia, instalação e operação.
Para o caso da fase prévia especificamente, como os impactos identificados apresentam em geral
natureza positiva e baixa magnitude, além do fato de a fase estar atualmente em andamento, não
foram definidas medidas mitigadoras. Dessa forma, o tipo das medidas foi classificado em medidas
mitigadoras e potencializadoras. De forma geral, tal classificação se dá em conformidade com a
natureza do impacto ambiental associado à medida. Para os impactos negativos, propõe-se as medidas
mitigadoras, ou seja, que objetivam evitar ou reduzir impacto; para os positivos, são indicadas as
medidas potencializadoras, que buscam ampliar os benefícios naturalmente proporcionados pelo
empreendimento.

Os compartimentos ambientais das medidas mitigadoras, tal qual dos impactos ambientais, são o meio
físico, biótico e antrópico. Estes referem-se aos meios em que as medidas mitigadoras atuam e onde
os seus resultados poderão ser percebidos.

O caráter das medidas foi classificado como preventiva, corretiva ou compensatória. As preventivas
dizem respeitos às soluções que buscam evitar a geração dos impactos, controlando os aspectos
ambientais relacionados, estando atreladas normalmente a menores custos para implementação, mas
com maior necessidade de planejamento. As medidas corretivas são as que buscam reduzir os efeitos
de impactos que serão necessariamente gerados, sem a possibilidade ou com inviabilidade de serem
previamente evitados; tais medidas normalmente dispõem de maior custo de implementação. As
medidas compensatórias, tal qual as corretivas, se dão quando não há possibilidade ou viabilidade de

322
se evitar o impacto, mas também não há possibilidade de reversão a ser realizada especificamente na
área impactada, seja pela característica inerente ao impacto ou pelas atividades do empreendimento;
nesses casos, são definidas estratégias que visam, de forma sustentável, compensar a ação impactante
de uma área em outra área equivalente e/ou próxima à afetada.

A seguir, na Tabela 115, são expostas as medidas mitigadoras propostas para a fase prévia, de
implantação e fase de operação, conforme o processo de classificações descrito. Destaca-se que uma
mesma medida mitigadora proposta pode estar associada a diversos impactos ambientais
identificados na avaliação.

Foram propostas ao todo 111 medidas mitigadoras, sendo 35 delas relacionadas ao meio físico, 47 ao
meio biótico e 72 ao meio antrópico. Vale destacar que uma medida mitigadora pode estar associada
a mais de um meio. Na classificação do caráter, 88 das medidas tem caráter preventivo, 12 tem caráter
corretivo e 11 compensatório; tal ordenamento indica eficiência da proposição realizada, tendo em
vista que as medidas de caráter preventivo dispõem de custo de implementação, em geral, inferiores
às corretivas e compensatórias. Quanto ao tipo, 43 medidas foram classificadas como
potencializadoras e 68 como mitigadoras; essa distribuição se deu pois priorizou-se a proposição de
medidas mitigadoras para os impactos negativos, como forma de evitá-los ou reduzi-los, incorrendo
na predominância dessa classificação.

Menciona-se que a responsabilidade de execução das medidas mitigadoras, de forma geral, é


incumbida principalmente ao empreendedor, devendo ser compartilhada através de contrato com a
construtora contratada. Além disso, as entidades públicas regulamentadoras, tais como o SEMARH e
a prefeitura municipal, serão comunicadas através do processo de licenciamento ambiental, podendo
colaborar com execução e/ou divulgação das atividades previstas.

A efetividade das medidas mitigadoras e potencializadoras propostas precisará ser monitorada e


mensurada para avaliação da eventual necessidade de complementação, simplificação ou
readequando à realidade verificada do empreendimento. Esse processo de monitoramento, bem
como a descrição de medidas que requerem maior detalhamento quanto à execução, será realizado
no capítulo subsequente, referente aos Programas de Acompanhamento e Monitoramento dos
Impactos Ambientais.

323
Tabela 115. Medidas mitigadoras propostas
Etapas do Meios Caráter
ID Impacto associado Medida mitigadora Tipo
projeto F B A P C S
Medidas mitigadoras propostas – fase prévia
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não
1 Crescimento do setor de serviços técnicos X X P
esteja disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
2 Definição dos aspectos fisiográficos do terreno Realização de levantamento de campo para traçar as estratégias específicas necessárias para o estudo de implantação do empreendimento. X X P
Definição de parâmetros para uso racional da
3 Compatibilizar as necessidades do empreendimento com a disponibilidade de infraestrutura existente. X X P
Estudos área
preliminares 4 Alteração à flora e fauna As atividades de supressão da vegetação devem ocorrer apenas nos locais necessários para os estudos. X X M
5 Geração de renda Recomenda-se que os produtos consumidos sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não
6 Aumento da arrecadação tributária X X P
esteja disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
7 Conhecimento de carências da comunidade Sem medidas mitigadoras associadas a este impacto X X P
8 Caracterização do meio físico Executar os estudos e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
9 Caracterização da flora e fauna Executar os estudos e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
Abertura de picadas para caracterização da
10 Executar os estudos e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
flora
Executar as medidas do Plano de Monitoramento da Avifauna e Fauna Terrestre, em especial, utilização de equipamento de proteção
11 Risco de acidentes com a fauna X X M
individual (EPIs) e petrechos adequados para o manejo de fauna.
Proposta de controle e monitoramento
12 Destinar verba específica para o processo de reabilitação ambiental na fase orçamento do projeto executivo. X X X X M
ambiental
13 Delimitação das áreas de interesse ambiental Executar os planos de controle e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
Planejamento de uso e ocupação racional do
14 Executar os planos de controle e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
Estudos solo
Ambientais Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não
15 Crescimento do setor de serviços técnicos X X P
esteja disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
16 Aumento da arrecadação tributária Recomenda-se que sempre que possível os produtos e serviços sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Compatibilizar as necessidades do empreendimento com o uso ambiental da área e promover medidas mitigadoras para os impactos
17 Análise do uso eficiente de terras degradadas X X P
atrelados;
Análise de potencial educativo na comunidade Recomenda-se o diagnóstico do potencial atual educativo da comunidade bem como os pontos positivos e negativos para servir como
18 X X P
local subsídio na elaboração dos programas, projetos e ações
Prover treinamento aos colaboradores para evitar o fornecimento de informações sobre a obra, ficando à cargo dos responsáveis pela
19 Incertezas na população X X M
comunicação social.
Recomenda-se o diagnóstico do potencial tecnológico da comunidade bem como os pontos positivos e negativos para servir como subsídio
20 Incentivo à pesquisa e inovação tecnológica X X P
na elaboração dos programas, projetos e ações
21 Caracterização das potencialidades da região Recomenda-se que sempre que possível os produtos e serviços sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Estudos de
22 Geração de expectativas de mercado Recomenda-se que sempre que possível os produtos e serviços sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Viabilidade
23 Crescimento do setor de serviços técnicos Recomenda-se que sempre que possível os produtos e serviços sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Econômica
24 Aumento da arrecadação tributária Recomenda-se que sempre que possível os produtos e serviços sejam adquiridos na área de influência funcional do empreendimento; X X P
Medidas mitigadoras propostas – fase de instalação
25 Elaboração de projetos civis e de infraestrutura Compatibilizar as necessidades do empreendimento com a disponibilidade de infraestrutura existente. X X P
26 Aumento da expectativa otimista da população Criar ação de divulgação das etapas de implantação do empreendimento e notificar à comunidade possíveis impactos antecipadamente. X X P
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
27 Geração de emprego e renda X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Aumento do poder de compra da população Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
28 X X P
local disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
29 Crescimento do setor de comércio/serviço X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
30 Aumento da arrecadação tributária X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Insegurança pelo aumento de circulação de Prover treinamento aos colaboradores para utilizar identificação da empresa responsável pela implantação do empreendimento; divulgar e
31 X X M
pessoas comunicar aos moradores das áreas próximas as empresas responsáveis e sobre a estimativa de movimentação de pessoas
Prover treinamento para a comunidade local sobre quando deve reportar e a quem deve procurar em caso de emergência. Além disso sugere-
32 Programa de educação para comunidade local X X P
se o uso de cartilhas e informativos sobre as etapas, possíveis impactos e medidas atreladas.
33 Aumento da pressão por serviços básicos Manter o apoio à oferta dos serviços básicos; implementar o programa de comunicação social X X X M
Execução do Plano de Controle Ambiental das Obras (PCAO); e do Plano de Proteção do Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho,
34 Risco de acidentes de trânsito X X M
em especial, utilização de equipamento de proteção individual (EPIs).
35 Aumento do tráfego urbano A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades para mitigar horários de picos e trânsito no sistema viário municipal. X X M
Execução da reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras, de caixas e jazidas de empréstimo; de bota-foras; de trilhas, caminhos de
36 Alterações paisagísticas X X X M
serviço e estradas de acesso; de áreas de disposição de resíduos sólidos; e de outras áreas de apoio alteradas conforme solicitação do órgão.
37 Produção de material particulado Deve ser evitado que a área do canteiro de obras seja instalada em linha com a direção predominante dos ventos e nucleamentos urbanos; X X X M
Elaborar e executar projeto de reposição florestal como solução paisagística com espécies nativas, de modo a minimizar a modificação da
38 Perda de potencial florístico X X X M
paisagem local com a instalação dos painéis fotovoltaicos. A implantação de uma cerca viva é uma alternativa a ser avaliada.
Canteiro 39 Afugentamento da fauna As atividades de supressão da vegetação devem ocorrer apenas nos locais necessários para os estudos/obra/empreendimento X X M
de Obras Os operários envolvidos com a ação deverão receber orientação quanto ao descarte de materiais e quanto ao desenvolvimento do serviço,
40 Produção de resíduos sólidos e efluentes X X M
manuseio dos produtos e equipamentos a serem utilizados;
A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades, compatibilizando-o com a lei do silêncio aplicáveis para a região onde o
41 Variação dos níveis de pressão sonora X X X M
empreendimento será instalado;
Os equipamentos de tratamento de efluentes e resíduos sólidos bem como o destino final desse tratamento não podem situar-se próximos a
42 Variação da qualidade da água X X M
nascentes de cursos d'água;
Priorizar a realização de lavagem e manutenção dos veículos e equipamentos fora da área da obra, recorrendo-se a prestadores de serviço
43 Variação da qualidade do solo devidamente licenciados frente aos órgãos competentes. Dispor a área de canteiro de obras de solução sanitária adequada a região, contendo X X X M
pelo menos o conjunto Tanque Séptico, Filtro Anaeróbio e Sumidouro. Execução do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos e da Construção Civil.
Execução do Plano de Controle Ambiental das Obras (PCAO); e do Plano de Proteção do Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho,
44 Riscos de acidentes de trabalho X X M
em especial, utilização de equipamento de proteção individual (EPIs).
Quando o porte da cobertura vegetal removida permitir, deverá ser procedida a seleção de espécies para usos alternativos (postes, moirões,
serraria, carvão, etc); Os restolhos vegetais resultantes da limpeza da área poderão ser espalhados nas áreas a serem conservadas (faixa
45 Supressão vegetal para instalação do canteiro X X M
marginal das drenagens), onde a vegetação apresenta-se aberta, ou senão estocados para recuperação das áreas de empréstimo de materiais
ou do canteiro de obras; Implementação do Projeto de Reposição Florestal.
O canteiro deve ser construído de modo a oferecer condições sanitárias e ambientais adequadas, em função do contingente de trabalhadores
46 Riscos de proliferação de doenças X X X X M
que aportará a obra; implementar o programa de gestão ambiental.
Fazer o salvamento da fauna antes e durante da supressão vegetal e executar esta operação de acordo com o plano de salvamento proposto
47 Redução da abundância da fauna X X M
para a área;
Quando o porte da cobertura vegetal removida permitir, deverá ser procedida a seleção de espécies para usos alternativos (postes, moirões,
serraria, carvão, etc); Os restolhos vegetais resultantes da limpeza da área poderão ser espalhados nas áreas a serem conservadas (faixa
48 Fragmentação de habitat da flora local X X M
marginal das drenagens), onde a vegetação apresenta-se aberta, ou senão estocados para recuperação das áreas de empréstimo de materiais
ou do canteiro de obras; Implementação do Projeto de Reposição Florestal.
Executar as medidas do Programa de supressão vegetal e facilitação dos corredores ecológicos e do Programa de recuperação de áreas
49 Facilitação de corredores ecológicos X X M
degradas
Utilizar materiais drenantes sempre que possível, de maneira a reduzir a impermeabilização do solo. Nas áreas impermeabilizadas, as calhas
Ocorrência de processos erosivos e de drenagem podem atuar como direcionadores das águas pluviais para um local de infiltração adequado definido em projeto de d renagem
Oferta de 50 X X M
assoreamento pluvial. A execução do Plano de Controle dos Processos Erosivos e Monitoramento do Sistema de Drenagem Pluvial a medida mitigadora para
equipamentos
esse impacto ambiental.
viários
É de responsabilidade da empreiteira contratada para as obras a reabilitação ambiental das áreas de tráfego de maquinários, de acordo com
51 Variação da acessibilidade interlocal X X X X M
as determinações e critérios a serem estabelecidos. Executar o plano de sinalização de estradas, acessos e estruturas.
Utilizar materiais drenantes sempre que possível, de maneira a reduzir a impermeabilização do solo. Nas áreas impermeabilizadas, as calhas
Ocorrência de processos erosivos e de drenagem podem atuar como direcionadores das águas pluviais para um local de infiltração adequado definido em projeto de d renagem
52 X X M
assoreamento pluvial. A execução do Plano de Controle dos Processos Erosivos e Monitoramento do Sistema de Drenagem Pluvial a medida mitigadora para
esse impacto ambiental.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
53 Aumento da oferta de empregos X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades, compatibilizando-o com a lei do silêncio aplicáveis para a região onde o
54 Variação dos níveis de pressão sonora X X X M
empreendimento será instalado;
Transporte de
Quando da utilização de equipamentos mecânicos, deverão ser feitas previamente manutenção e regulagem destes, visando a evitar emissão
mão-de-obra 55 Produção de material particulado X X X M
abusiva de ruídos e gases, bem como o derramamento de óleos e graxas na área do projeto;
Fazer o salvamento da fauna antes e durante a supressão vegetal e executar esta operação de acordo com o plano de salvamento proposto
56 Afugentamento da fauna X X M
para a área;
A mobilização de equipamentos pesados para a área do empreendimento deverá ser feita em período de pouca movimentação nas estradas
57 Variação da pressão sobre sistema viário de acesso, recomendando-se fazê-la durante a semana e em horário de pouco fluxo; executar o plano de sinalização de estradas, acessos e X X M
estruturas.
Colocar, em pontos estratégicos, dispositivos de grande visibilidade destinados a proteger os operários, transeuntes e veículos durante a
58 Alteração do fluxo de veículos X X M
execução das obras na estrada, ressaltando-se que estes dispositivos devem apresentar sempre boas condições de uso;

324
59 Riscos de acidentes de percurso Manter as vias de acesso sinalizadas de acordo com o plano de sinalização de estradas, acessos e estruturas. X X M
Ocorrência de processos erosivos e Será obrigação exclusiva da empreiteira a reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras, de caixas e jazidas de empréstimo; de bota-
60 X X X M
assoreamento foras; de trilhas, caminhos de serviço e estradas de acesso; de áreas de disposição de resíduos sólidos; e de outras áreas de apoio alteradas;
Alteração geotécnica e geomorfológica do O solo orgânico removido durante a operação de limpeza de terrenos em local apropriado, para posterior utilização em atividades de
61 X X M
terreno (corte e aterro) reabilitação de áreas alteradas;
Aumento da suscetibilidade ao processo de
62 Aplicação do programa de recuperação das áreas degradadas X X X M
desertificação
Movimentos 63 Alteração das condições hídricas A área do canteiro de obras não deverá apresentar lençol freático aflorante, bem como estar situado próximo a nascentes de cursos d'água; X X M
de terra 64 Perturbação à fauna Os equipamentos como tratores e pás mecânicas devem trafegar com faróis ligados, com as extremidades sinalizadas e em baixa velocidade; X X M
A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades, compatibilizando-o com a lei do silêncio aplicáveis para a região onde o
65 Variação dos níveis de pressão sonora X X X M
empreendimento será instalado;
Umectação dos trechos de circulação dos veículos (caminhões, máquina pesadas, etc), sobretudo em locais onde existam habitaçõ es
adjacentes, e/ou fluxo de pessoas. A manutenção periódica e preventiva dos equipamentos também deve ser realizada, de modo a diminuir
66 Produção de material particulado X X X M
as emissões de GEEs. Deve-se elaborar e executar o Programa de Controle e Monitoramento de Emissões Atmosféricas; e também o Plano de
Controle Ambiental das Obras (PCAO).
Ocorrência de processos erosivos e
67 As áreas de bota-fora deverão ser reconformadas de modo a permitir usos alternativos posteriores, a partir da sua reabilitação ambiental; X X M
assoreamento
68 Redução da abundância da flora Recobrir às áreas de solo exposto com vegetação (sobretudo as inclinadas), a fim de protege-la dos processos erosivos; X X X M
Bota-fora Fazer o salvamento da fauna antes e durante o desmatamento e executar esta operação de acordo com o plano de salvamento proposto para
69 Redução da abundância da fauna X X M
a área;
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
70 Aumento da oferta de empregos X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades, compatibilizando-o com a lei do silêncio aplicáveis para a região onde o
71 Variação dos níveis de pressão sonora X X X M
empreendimento será instalado;
Umectação dos trechos de circulação dos veículos (caminhões, máquina pesadas, etc), sobretudo em locais onde existam habitaçõ es
adjacentes, e/ou fluxo de pessoas. A manutenção periódica e preventiva dos equipamentos também deve ser realizada, de modo a diminuir
72 Produção de material particulado X X X M
as emissões de GEEs. Deve-se elaborar e executar o Programa de Controle e Monitoramento de Emissões Atmosféricas; e também o Plano de
Controle Ambiental das Obras (PCAO).
Os equipamentos como tratores e pás mecânicas devem trafegar com faróis ligados, com as extremidades sinalizadas e em baixa velocidade;
73 Acidentes de atropelamento de fauna Fazer o salvamento da fauna antes e durante o desmatamento e executar esta operação de acordo com o plano de salvamento proposto para X X M
Instalação de
a área;
Painéis
74 Risco de acidente de percurso e montagem Manter as vias de acesso sinalizadas; X X M
Solares
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
75 Aumento da arrecadação tributária X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
76 Aumento da oferta de empregos X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Será obrigação exclusiva da empreiteira a reabilitação ambiental das áreas do canteiro de obras, de caixas e jazidas de empréstimo; de bota-
77 Alterações paisagísticas X X M
foras; de trilhas, caminhos de serviço e estradas de acesso; Deverá ser executado ainda o programa de recuperação de áreas degradadas.
Aumento do consumo de água - instalação de
78 Utilizar carro pipa para abastecimento de água dos colaboradores durante a instalação do empreendimento X X M
painéis
79 Otimização dos aspectos paisagísticos Executar o projeto de reposição florestal preferencialmente nas áreas abertas para a obra que não serão utilizadas na operação. X X M
80 Controle sanitário e ambiental Dispor em cláusulas contratuais com a construtora e colaboradores contratados sobre medidas de controle de impactos adversos X X X X P
O canteiro deve ser construído de modo a oferecer condições sanitárias e ambientais adequadas, em função do contingente de trabalhadores
81 Controle de vetores X X X X M
que aportará a obra; Deverá ser executado o plano de educação ambiental e de gestão ambiental.
Umectação dos trechos de circulação dos veículos (caminhões, máquina pesadas, etc), sobretudo em locais onde existam habitaçõ es
Limpeza
adjacentes, e/ou fluxo de pessoas. A manutenção periódica e preventiva dos equipamentos também deve ser realizada, de modo a diminuir
geral 82 Produção de material particulado X X X M
as emissões de GEEs. Deve-se elaborar e executar o Programa de Controle e Monitoramento de Emissões Atmosféricas; e também o Plano de
da obra
Controle Ambiental das Obras (PCAO).
É de responsabilidade da empreiteira contratada para as obras a reabilitação ambiental das áreas de acordo com as determinações e critérios
83 Redução dos impactos de implantação X X X X M
a serem estabelecidos.
Execução do Plano de Controle Ambiental das Obras (PCAO); e do Plano de Proteção do Trabalhador e Segurança do Ambiente de Trabalho,
84 Risco de acidentes de trabalho X X M
em especial, utilização de equipamento de proteção individual (EPIs).
Medidas mitigadoras propostas – fase de operação
85 Aumento da expectativa otimista da população Quando necessário, requisitar mão-de-obra da própria região do empreendimento, e preferencialmente do município envolvido; X X P
Recomenda-se que os materiais de consumo a serem utilizados no empreendimento sejam, sempre que possível, adquiridos na região de
86 Geração de emprego e renda X X P
influência do mesmo;
Contratação Aumento do poder de compra da população Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
87 X X P
de pessoal local disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
88 Crescimento do setor de comércio/serviço X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
89 Aumento da arrecadação tributária Quando necessário, requisitar mão-de-obra da própria região do empreendimento, e preferencialmente do município envolvido; X X P
A empreiteira deverá observar horário de operação das atividades, compatibilizando-o com a lei do silêncio aplicáveis para a região onde o
90 Variação dos níveis de pressão sonora X X X M
empreendimento será instalado;
A mobilização de equipamentos pesados para a área do empreendimento deverá ser feita em período de pouca movimentação nas estradas
91 Variação da pressão sobre sistema viário X X M
Transporte de de acesso, recomendando-se fazê-la durante a semana e em horário de pouco fluxo;
mão-de-obra 92 Riscos de acidentes de percurso Manter as vias de acesso sinalizadas; X X M
Quando da utilização de equipamentos mecânicos, deverão ser feitas previamente manutenção e regulagem destes, visando a evitar emissão
93 Produção de material particulado X X X M
abusiva de ruídos e gases, bem como o derramamento de óleos e graxas na área do projeto;
94 Afugentamento da fauna Definir acessos internos para o tráfego de equipamentos pesados, evitando assim a degradação dos ecossistemas na área do empreendimento; X X X X M
Ocorrência de processos erosivos e Visando a prevenção do surgimento de processos erosivos, é recomendado o monitoramento dos sistemas de drenagem de forma compatível
95 X X M
assoreamento com a estação climática.
Os restolhos vegetais resultantes da limpeza da área poderão ser espalhados nas áreas a serem conservadas (faixa marginal das drenagens),
Uso e 96 Redução da abundância da flora onde a vegetação apresenta-se aberta, ou senão estocados para recuperação das áreas de empréstimo de materiais ou do canteiro de obras; X X X M
ocupação Execução do plano de recuperação de áreas degradadas.
do solo Fazer o salvamento da fauna antes e durante o desmatamento e executar esta operação de acordo com o plano de salvamento proposto para
97 Redução da abundância da fauna X X M
a área;
98 Variação da qualidade da água Deve-se garantir a adequada disposição final do efluente gerado. X X M
99 Favorecimento de uso racional e sustentável Executar os planos de controle e monitoramento ambiental propostos para a área do empreendimento. X X X X M
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
100 Aumento da arrecadação tributária X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
Priorização de realização de negócios (contratações, aquisição de materiais e contratação de serviços) no Município e região, e caso não esteja
101 Aumento da oferta de empregos X X P
disponível, buscar na microrregião e assim sucessivamente.
102 Variação da disponibilidade de energia elétrica Sem medidas mitigadoras associadas, visto que a geração não prevê cobertura da área. X X P
103 Indução ao desenvolvimento industrial Manter o crescimento econômico da região atraindo novas indústrias com criação de parcerias. X X P
Indução ao desenvolvimento de comércio e
Oferta de 104 Manter o desenvolvimento do comércio e serviço com criação de novas parcerias. X X P
serviços
Energia
105 Variação do suporte de serviços básicos Manter o apoio à oferta dos serviços básicos; implementar o programa de comunicação social X X P
Elétrica
106 Variação da qualidade de vida do estado Manter crescente a expectativa e qualidade de vida local e regional. X X P
107 Incremento tecnológico Manter crescente o porte e incremento tecnológico local e regional. X X P
108 Conhecimento e monitoramento ambiental Aplicação dos programas, planos e monitoragem dos impactos ambientais relacionados X X X X M
109 Aquecimento do mercado imobiliário Divulgação do empreendimento e marketing para estabelecimento de novos nas áreas X X P
Redução do uso de energia convencional e ampliação do uso de energia sustentável, manter o aproveitamento da fonte energética renovável
110 Redução da emissão de gases de efeito estufa X X X P
local e regional.
111 Aproveitamento de fonte energética renovável Manter o aproveitamento da fonte energética renovável local e regional. X X P
Legenda: Meio | F = Meio Físico; B = Meio Biótico; A = Meio Antrópico. Caráter | P = Preventivo; C = Corretivo; S = Compensatório. Tipo | P = Potencializador; M = Mitigador

325
11 PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

No presente capítulo, serão apresentados os programas de acompanhamento e monitoramento dos


impactos ambientais previstos para o Complexo Fotovoltaico Canela. De forma complementar às
medidas mitigadoras propostas, os programas aqui abordados tratam do fornecimento de diretrizes
para a verificação da efetiva ocorrência dos impactos ambientais, da forma com que eles de fato
ocorrem e sua mensuração, subsidiando as estratégias de mitigação, potencialização e compensação,
quando necessárias.

Os programas propostos foram definidos a partir dos exigidos no termo de referência elaborado pela
SEMARH, além de outros julgados importantes a partir da avaliação de impactos e medidas
mitigadoras trazidas no presente estudo. Considerou-se também a perspectiva das comunidades no
entorno através da percepção diagnosticada nas entrevistas em campo do meio socioeconômico. A
seguir apresenta-se a lista de programas a serem descritos subsequentemente no presente estudo de
acordo com o âmbito de aplicação analisados.

Tabela 116. Listagem dos programas adotados.


MEIOS Nº PROGRAMAS E PLANOS
1 Programa de gerenciamento dos resíduos sólidos
2 Programa de controle e gerenciamento dos efluentes líquidos e oleosos
3 Programa de proteção e monitoramento de recursos hídricos
FÍSICO 4 Programa de controle e monitoramento de emissão de particulado
5 Programa de controle e monitoramento de ruídos
6 Programa de controle e monitoramento dos processos erosivos
7 Plano de desativação de canteiro de obras
8 Programa de supressão vegetal e facilitação de corredores ecológicos
BIÓTICO 9 Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna
10 Programa de recuperação de áreas degradadas
11 Programa de comunicação social
12 Programa de proteção do trabalhador
13 Programa de capacitação, contratação e desmobilização de mão de obra
SOCIAL 14 Programa de educação ambiental
15 Programa de sinalização de estradas, acessos e estruturas
16 Programa de gestão ambiental
17 Plano de emergências ambientais

326
11.1 Programa de gerenciamento de resíduos sólidos

FÍSICO Nº 01 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


Considerando as características dos resíduos sólidos a serem gerados na fase de obras para implantação do Complexo Fotovoltaico Canela, bem como o volume de
INTRODUÇÃO resíduos produzidos, são necessárias diretrizes que visem à sua adequada gestão. Neste contexto, incluem-se dispositivos para o controle da geração, segregação, coleta,
armazenamento, transporte, destinação e disposição final de todos os resíduos gerados pelo empreendimento.
A Lei Federal nº 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), embasada pela norma ABNT NBR 10.004/2004, cujo Artigo 3º define o
gerenciamento de resíduos sólidos como: o conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e
proporcionar aos resíduos gerados a adequada coleta, armazenamento, tratamento, transporte e destinação final adequada, visando à preservação da saúde pública e
JUSTIFICATIVA
a qualidade do meio ambiente. Diante desse contexto, o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é o documento que assinala e descreve as ações correlatas
ao seu manejo, observando suas características e riscos, no âmbito das estruturas e unidades geradoras de resíduos das diversas atividades, contemplando os aspectos
citados na definição apresentada pela PGRS para o gerenciamento de resíduos sólidos.
O objetivo básico deste Programa é assegurar que a menor quantidade de resíduos seja gerada durante a construção do Complexo Fotovoltaico Canela, de maneira que
OBJETIVOS os resíduos gerados sejam adequadamente coletados, armazenados e encaminhados para destinação final, de forma a não resultar em emissões de gases, líquidos ou
sólidos que representem impactos significativos sobre o meio ambiente e população local.
GRUPO ALVO Solo, Recursos Hídricos, Qualidade do Ar
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Longo Prazo
Lei Federal 12.305/10: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; Resolução CONAMA 275/01: Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na
coleta seletiva; Resolução CONAMA 307/02: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil; Portaria 280/2020: institui
o Manifesto de Transporte de Resíduos - MTR nacional; NBR 7500/2017: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos; NBR 9191/2008: Sacos plásticos para acondicionamento de lixo; NBR 10004/2004: Resíduos sólidos – Classificação; NBR 10006/2004: Procedimento para
REQUISITOS obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos; NBR 10007/2004: Amostragem de resíduos sólidos; NBR 11174/1990: Armazenamento de resíduos classes II - não
LEGAIS inertes e III – inertes; NBR 12235/1992: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos; NBR 13221/2010: Transporte terrestre de resíduos; NBR ISO 14001: Sistemas de
Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso.; NBR 12807/2013: Resíduos de serviços de saúde; NBR 12808/2016: Resíduos de serviço de saúde-
Classificação; NBR 12809/2013: Resíduos de serviços de saúde — Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde intraestabelecimento; NBR 12810/1993: Coleta de
resíduos de serviço de saúde – procedimento; Resolução CONAMA 358/05: Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras
providências.
O gerenciamento ambiental dos resíduos sólidos está baseado nos princípios da redução da geração, na maximização da reutilização e da reciclagem, além do apropriado
encaminhamento dos resíduos para destinação final, expressa na Resolução CONAMA 307/02. O empreendedor deverá promover e incentivar a realização de palestras
de treinamento a todos trabalhadores no canteiro de obras, a fim de conscientizá-los com relação aos procedimentos a serem realizados envolvendo as boas práticas
de gestão de resíduos descritas neste Programa. Na etapa da Licença prévia - LP, o documento apresentado é mais resumido, uma vez que se trata de um Programa
Ambiental. Dessa forma destaca-se as etapas a serem seguidas:
- Geração de Resíduos: A maior parcela de geração de resíduos ocorrerá durante a etapa de instalação da usina, principalmente na área do canteiro de obras e na frente
dos serviços de instalação dos painéis e montagem da infraestrutura das bases. Os resíduos gerados nessa etapa são em sua maioria, não perigosos e inertes, uma vez
que se trata de resíduos de construção civil, material de escritório, que se assemelham à entulhos, comercial e doméstico. No canteiro de obras poderão ser gerados
resíduos de serviços de saúde fruto de algum eventual acidente de trabalho. O volume de geração de resíduos durante a etapa de operação é baixo, uma vez que o
quadro de pessoal do Empreendimento é pequeno e não haverá obras a serem realizadas, estando os resíduos restritos à característica doméstica e, eventualmente
resíduos de serviço de saúde decorrentes de algum acidente de trabalho.
- Identificação dos Resíduos: Durante a fase de instalação serão gerados resíduos sólidos inorgânicos e orgânicos diversos, este último principalmente na área de refeição
dos trabalhadores. Haverá também os resíduos de construção civil, tais como ferros, concreto etc. Os resíduos orgânicos e inorgânico permanecerão até a etapa de
operação da usina, acabando apenas a geração dos resíduos oriundos das obras da fase de implantação. Todos serão identificados de acordo com a NR 10004 da ABNT,
METODOLOGIA E para posterior acondicionamento.
DESCRIÇÃO - Acondicionamento dos Resíduos: O acondicionamento dos resíduos deve ser em áreas adequadas, de preferência coberta e com piso impermeável, enquanto
aguardam as coletas que visem a reciclagem e/ou destinação adequada. O armazenamento deve se dar em bombonas plásticas ou construções em concreto com
cobertura e piso impermeabilizado a depender do tipo de resíduo. Independentemente do tipo que acondicionamento, o local deverá ser sinalizado conforme a
Resolução CONAMA nº 275/01. É extremamente importante que o local de acondicionamento seja totalmente isolado do contato com o solo, evitando assim
contaminações oriundas do chorume ou dos resíduos de óleo e graxa que estejam nos resíduos da construção civil. O acondicionamento dos resíduos do
Empreendimento será por meio de baia de alvenaria, devidamente impermeabilizadas e com calhas de contenção.
- Coleta e Transporte dos Resíduos: O gerente de obras do Empreendimento, ou um coordenador responsável, deverá se encarregar de instruir a equipe de coleta e
transporte dos resíduos gerados durante a implantação do Parque, devendo a coleta e transporte interno ser realizado diariamente, enquanto os procedimentos para
destinação final devem ser realizados em dias alternados evitando a acumulação. Os procedimentos de coleta e transporte durante a etapa de operação devem ser
executados por empresas devidamente habilitadas, com equipamentos corretos e de acordo com a demanda de geração. Recomenda-se a coleta pelo menos uma vez
na semana visando evitar a proliferação de pragas. O gerente de obras, ou coordenador responsável devem fiscalizar essas atividades.
- Destinação Final: Os resíduos gerados no Parque Solar, deverão ser destinados de forma adequada à sua composição, podendo o material reciclável ser encaminhado
para cooperativas de catadores devidamente licenciadas. Para os resíduos que não podem ser reciclados, devem ser transportados em caminhões basculantes com lona
de cobertura até a destinação final, que deverá acontecer em local devidamente licenciado, ficando o gestor do Programa responsável pelo arquivamento do MTR
(manifesto de transporte dos resíduos) e do CDF (Certificado de Destinação Final) – emitidos pelo SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos) do site do Ministério do Meio Ambiente – que comprovam a destinação correta do resíduos.
Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental; Programa de Emergência Ambiental; Programa de Proteção do Trabalhador; Programa de Gestão
INTER-RELAÇÃO
Ambiental; Programa de Capacitação, Contratação e Desmobilização de mão de obra local;
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, multimídia, transporte, material didático), e humano (coordenador responsável pela supervisão e especialistas responsáveis
NECESSÁRIOS pela execução das ações.
Promover a qualidade ambiental e sanitária das instalações do canteiro de obras e frentes de serviço; Aplicar o princípio da prevenção da poluição por meio de
METAS instrumentos do gerenciamento integrado dos resíduos sólidos; Promover o tratamento e disposição final adequada dos efluentes gerados durante a implantação e
operação do Empreendimento.
Quantidade de resíduos gerados mensalmente versus quantidade de resíduos corretamente destinados mensalmente; Quantidade de resíduos destinados à reciclagem;
INDICADORES DE
Número de vistorias planejadas versus número de vistorias realizadas; e Quantidade (%) de casos de não conformidades registradas pela equipe de gestão ambiental
DESEMPENHO
que foram corrigidas.

327
11.2 Programa de controle e gerenciamento dos efluentes líquidos e oleosos

FÍSICO Nº 02 PROGRAMA DE CONTROLE E GERENCIAMENTO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS E OLEOSOS


Considerando as características e volume dos efluentes líquidos a serem gerados na fase de obras para implantação do Complexo Fotovoltaico Canela, são necessárias
INTRODUÇÃO
diretrizes que visem à sua adequada gestão.
Para atendimento às exigências da Resolução CONAMA 430/2011, apresenta-se a seguir os procedimentos específicos para o tratamento dos efluentes gerados nas
JUSTIFICATIVA
diversas fases do Projeto, com vistas a garantir a manutenção da qualidade ambiental de sua região de inserção e o descarte dos efluentes gerados.
O objetivo deste programa é prover condições e procedimentos operacionais específicos para o adequado tratamento dos efluentes gerados no âmbito do Complexo
OBJETIVOS
Fotovoltaico Canela. Esse programa contempla, portanto, a implantação, operação e manutenção de estruturas de controle e tratamento.
GRUPO ALVO Solo e Recursos Hídricos
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Curto e Longo Prazo
Lei Federal 5.318/67: Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento; Resolução CONAMA 362/2005: Estabelece critérios para o
descarte de óleo lubrificante usado ou contaminado; Resolução CONAMA 362/05: Dispõe sobre a destinação final e rerrefino de óleo lubrificante; Resolução CONAMA
REQUISITOS
430/2011: Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional
LEGAIS
de Meio Ambiente; NBR 13.969/97: tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação;
NBR 12209/1992 Dispõe sobre projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário.
O gerenciamento tem caráter de prevenção, controle e monitoramento dos possíveis efluentes líquidos a serem gerados na fase de instalação, operação e fechamento
do empreendimento, de forma a evitar que esses sejam lançados diretamente nas águas superficiais ou afete indiretamente as águas subterrâneas. Para tanto, propõe-
se a execução das seguintes atividades conforme a seguinte divisão:
- Águas pluviais: As águas das chuvas provenientes de áreas limpas serão encaminhadas para o sistema de drenagem de águas pluviais e posterior descarte no corpo
d’água ou subterrâneo mais próximo, sem a necessidade de tratamento. Dessa forma é necessário a implantação de sistema de drenagem com decantação de sólidos
nas áreas construídas do canteiro de obra.
- Águas oleosas: Não está prevista a geração de efluentes oleosos derivados de estruturas para a manutenção e lavagem de veículos e equipamentos. Entretanto, em
METODOLOGIA E caso de eventuais reparos emergenciais, as áreas designadas para este fim deverão ser impermeabilizadas e com sistema de drenagem para coleta e separação de
DESCRIÇÃO efluentes oleosos. Neste caso, os efluentes oleosos coletados das operações emergenciais de manutenção de veículos e máquinas (óleos lubrificantes e hidráulicos)
serão destinados ao entreposto de resíduos, onde serão contidos em embalagens apropriadas, para posterior encaminhamento para empresas especializadas em
rerrefino/reciclagem. Dessa forma é necessário a implantação de sistema de separação de água e óleo nas áreas de manutenção de veículos que porventura venham
existir no canteiro de obra.
- Esgotos sanitários: Os sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário serão individualizados, sendo vedada a interligação entre quaisquer deles.
Para os esgotos gerados nas frentes de obra deverão ser disponibilizados banheiros químicos compatíveis com o número de trabalhadores por frente de serviço, sendo
recomendada uma unidade para cada 10 colaboradores. Os efluentes contidos nestes sanitários serão recolhidos por empresas especializadas, as quais serão
responsáveis por dar destinação final adequada aos mesmos. A contratação destas empresas deverá ser realizada antes da implantação do Canteiro, sendo as licenças
ambientais tempestivamente apresentadas ao órgão ambiental.
Programa de Educação Ambiental; Programa de Emergência Ambiental; Programa de Gestão Ambiental; Programa de Capacitação, Contratação e Desmobilização de
INTER-RELAÇÃO
mão de obra local;
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, multimídia, transporte, material didático), e humano (coordenador responsável pela supervisão e especialistas responsáveis
NECESSÁRIOS pela execução das ações.
Firmar um instrumento de controle de poluição ambiental e as devidas consequências para a saúde pública e desequilíbrio da fauna e da flora; Implementar, com rigor,
cada etapa do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados no empreendimento; Cumprir as legislações, normas, resoluções pertinentes e vigentes sobre o assunto;
METAS
Garantir processos de trabalho otimizados, mediante organização e limpeza do local de trabalho; Ordenar e fiscalizar os processos de gerenciamento dos resíduos sólidos
gerados pelas empresas subcontratadas.
INDICADORES DE Volume de efluentes gerado; Volume de efluente tratado; Número de ocorrências de danos ambientais identificadas; Número de ocorrências de danos ambientais
DESEMPENHO tratadas; Número de sistemas de tratamento de efluentes atendendo o padrão de lançamento estabelecido pela Resolução CONAMA 430/11.

11.3 Programa de Proteção e Monitoramento de Recursos Hídricos

FÍSICO Nº 03 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS


O Programa de Proteção e Monitoramento dos Recursos Hídricos busca garantir a manutenção de características adequadas associadas à qualidade e a quantidade dos
recursos hídricos, visando promover o uso racional por meio de tecnologias e procedimentos adequados, possibilitando a inibição dos riscos de desabastecimento,
contaminações, desperdícios, bem como eventuais conflitos pelo uso da água. Considerando que a área do projeto está inserida na região hidrográfica do Atlântico
INTRODUÇÃO
Nordeste Oriental, estando totalmente inserida nos domínios da bacia hidrográfica Canindé/Piauí verifica-se que o curso d’água mais expressivo é o Riacho da Gameleira
e o Riacho Bom Jardim. Como é característico da região, submetida às condições semiáridas, as drenagens presentes nessas áreas são, predominantemente, intermitentes
ou efêmeras.
O presente Programa se justifica, portanto, em função da necessidade de uma boa gestão de águas superficiais e subterrâneas, que constituem recursos de expressiva
JUSTIFICATIVA
importância na região avaliada, onde a disponibilidade hídrica superficial é reduzida devido às características climáticas.
O objetivo principal é de apresentar as principais diretrizes de um gerenciamento efetivo para o Projeto em questão, viabilizando a disponibilidade hídrica para o
OBJETIVOS suprimento das obras, sem ocasionar problemas no abastecimento de usuários localizados à jusante. Para isso, a avaliação quanto ao atendimento desse objetivo deverá
contar com metas estabelecidas, por meio de indicadores de avaliação e monitoramento das águas na região do Projeto.
GRUPO ALVO Recursos Hídricos, Qualidade de Vida, Atividades Produtivas
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim de
EXECUTORES assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Longo Prazo
Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA); Lei Federal n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997 – Institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH); Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais
REQUISITOS para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.; Resolução CONAMA n° 396, de 3 de abril
LEGAIS de 2008 – Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências; Norma ABNT NBR 9.897/1987 -
Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores – Procedimento; Norma CETESB 6.410/1988 – Dispõe sobre a amostragem e monitoramento das
águas subterrâneas.

328
FÍSICO Nº 03 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS
Diante da proximidade do empreendimento com recursos hídricos, o empreendedor irá implementar estratégias de proteção e preservação dos recursos hídricos, por
meio de técnicas de controle de processos erosivos e carreamento de sedimentos, reconstituição da cobertura vegetal e implantação de dispositivos componentes do
sistema de drenagem nas áreas onde houver intervenção, na medida em que as operações de movimentação de terra sejam encerradas.
Para a implantação do Complexo Solar Canela, haverá serviços de supressão de vegetação, limpeza do terreno, abertura de acessos e terraplenagem em diversas áreas.
No caso das instalações de acessos, passagens e estruturas sobre talvegues, destaca-se a grande importância de realizar seu planejamento prévio, sendo ideal que sejam
realizadas e concluídas antes do período das chuvas, no intuito de evitar o carreamento para as drenagens de materiais desagregados durantes as obras e antes da
aplicação das medidas de controle. Nesse sentido, é primordial que os dispositivos de drenagem a serem instalados sejam devidamente dimensionados para o
estabelecimento de estruturas com capacidade de suporte adequada às vazões de projeto, de acordo com o tempo de recorrência adequado. Salienta-se também que o
dimensionamento da rede de drenagem deve englobar principalmente as transposições de córregos ou riachos.
Para os acessos são previstas estruturas como valetas de proteção de corte, aterro compactado com material resultante da escavação, sarjeta triangular, meio fio, bueiros,
descidas d´água de aterros em degraus para redução da velocidade de escoamento e dissipador de energia.
METODOLOGIA Para o controle dos processos erosivos, as principais medidas a serem adotadas visam, essencialmente, garantir que o sistema de drenagem e a cobertura do solo evitem
E DESCRIÇÃO o escoamento superficial concentrado de águas pluviais e o transporte de sedimentos. Assim, os processos erosivos deverão ser contidos de forma preventiva ao
desencadeamento de impactos sobre os recursos hídricos. Medidas mais detalhadas de controle desses processos estão contempladas no Programa de Controle e
Monitoramento dos Processos Erosivos.
O acompanhamento das transformações que ocorrerão nos cursos de água da área de influência direta do Complexo Solar Canela permitirá que sejam estabelecidas e
adotadas ações de controle ambiental eventualmente necessárias. As atividades previstas aqui baseiam-se no planejamento, organização e realização das campanhas de
coletas de amostras de águas superficiais e subterrâneas, com posterior análise dos parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, em laboratórios devidamente
credenciados.
Parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos previstos para análise de água: pH, Temperatura da água e do ar, Condutividade Elétrica específica, Sólidos totais, Turbidez,
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Fósforo total, Óleos e Graxas, Oxigênio Dissolvido (OD), Nitrogênio total, Coliformes Totais e Termotolerantes e Escherichia coli.
De posse dos resultados das análises laboratoriais, os dados serão interpretados, permitindo a elaboração de relatórios de monitoramento. Resume-se o monitoramento
hidrológico e qualitativo pelos seguintes itens: Monitoramento de vazões de cursos de água; Monitoramento da qualidade das Águas Superficiais na área do
empreendimento e seu entorno; Monitoramento da qualidade das Águas Subterrâneas dos aquíferos mapeados nas áreas de influências do empreendimento.
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Comunicação Social; Programa de Educação
INTER-RELAÇÃO
Ambiental;
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, multimídia, transporte, material didático), Humano (coordenador responsável pela supervisão e especialistas responsáveis pela
NECESSÁRIOS execução das ações e Recursos Laboratoriais (Laboratório credenciado, frascos, fita de pH, termômetro e acondicionador de amostras)
Implantar e monitorar as condições dos dispositivos de drenagem objetivando assegurar a manutenção da qualidade ambiental dos recursos hídricos superficiais na área
diretamente afetada do empreendimento, considerando as escalas espacial e temporal, detectando as principais alterações em função da implantação do
empreendimento solar em questão; Antes da implantação do empreendimento, executar o levantamento prévio dos recursos hídricos e definir as redes de monitoramento
quali-quantitativas de recursos superficiais e subterrâneos; Caracterizar as condições dos dispositivos de drenagem e de qualidade da água e, assegurar a manutenção da
METAS qualidade ambiental dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos na área diretamente afetada do empreendimento, a ser comprovada através da análise das amostras
coletadas durante o Programa, considerando as escalas espacial e temporal, detectando as principais alterações em função da implantação do empreendimento
fotovoltaico em questão; Monitorar a eficácia dos procedimentos utilizados para evitar assoreamento, contaminação ou degradação dos recursos hídricos e implantar
medidas corretivas, quando necessário; Auxiliar na tomada de decisão quanto às ações, medidas de prevenção, mitigação e controle relacionadas aos impactos ambientais
resultantes do empreendimento nas águas superficiais.
Número de campanhas de monitoramento executadas em relação às campanhas planejadas; Quantidade de estruturas de drenagem pluvial em não-conformidade;
INDICADORES Número de corpos hídricos naturais vistoriados e respectivos relatórios técnicos; Informações qualitativas da qualidade das águas superficiais e subterrâneas e estatísticas
DE de atendimento aos padrões legais vigente; Parâmetros em não conformidade com os padrões estabelecidos na legislação aplicável e com os resultados da campanha
DESEMPENHO marco zero; Quantidade de atividades corretivas ou de recuperação acompanhadas pela equipe executora do Programa; Ocorrência de reclamações advindas das
comunidades de entorno relacionadas à mudança das características da água imputáveis ao Empreendimento.

11.4 Programa de controle e monitoramento de emissão de material particulado

FÍSICO Nº 04 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE EMISSÃO DE PARTICULADO


Durante a fase de implantação do Complexo Fotovoltaico Canela deverá haver a emissão de gases e sólidos em suspensão, decorrentes das atividades típicas desta etapa,
INTRODUÇÃO como a abertura de acessos, terraplanagem, a movimentação de máquinas e equipamentos, pavimentação, entre outros. Essas emissões deverão ser mitigadas e
monitoradas, em especial nas áreas habitadas próximas ao empreendimento e aos equipamentos sociais adjacentes.
A emissão de poluentes atmosféricos pode provocar danos à saúde humana e ao meio ambiente, além disso, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade
JUSTIFICATIVA da luz ou provocar odores desagradáveis. Sobre a saúde humana, a poluição atmosférica pode afetar o sistema respiratório podendo agravar ou mesmo provocar diversas
doenças crônicas tais como a asma, bronquite crônica, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, doenças do coração e cancro do pulmão.
Acompanhar as medições de concentração de poluição da região onde será implantado o Complexo Fotovoltaico Canela. Desse modo, controlar as possíveis formas e
fontes de poluição atmosférica decorrente das intervenções, apontando os principais métodos para o controle e/ou atenuação das emissões atmosféricas na área de
influência direta e indireta do Empreendimento. Complementarmente este programa também possui os objetivos específicos: Proporcionar ações para controlar as
OBJETIVOS
emissões de material particulado e fumaça preta de veículos e equipamentos vinculados ao Empreendimento; estabelecer medidas de controle das emissões atmosféricas;
Realizar ações preventivas para a reduzir a emissão de poluentes e particulados, associados ao ambiente da obra, bem como comunidades e vias próximas a área do
Empreendimento.
GRUPO ALVO Qualidade do Ar, Qualidade de Vida, Flora
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim de
EXECUTORES assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Médio Prazo
Resolução CONAMA nº 003/90 – Estabelece os padrões nacionais da qualidade do ar; Resolução CONAMA n.º 005/89, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle
da Poluição do Ar – PRONAR; Resolução CONAMA n.º 008/90, Dispõe sobre o estabelecimento de limites máximos de emissão de poluentes no ar para processos de
combustão externa de fontes fixas de poluição; Resolução CONAMA n.º 018/86, que dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos
REQUISITOS
Automotores – PROCONVE; Resolução CONAMA n.º 251/99, Dispõe sobre os critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento dos
LEGAIS
veículos automotores do ciclo Diesel, em uso no Território Nacional, a serem utilizados em programas de I/M; Portaria MINTER nº 100/80, que dispõe sobre a emissão de
fumaça por veículos movidos a óleo diesel; Norma NBR 6.016/2015 da ABNT: Gás de escapamento de motor Diesel - Avaliação de teor de fuligem com a escala de
Ringelmann.

329
FÍSICO Nº 04 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE EMISSÃO DE PARTICULADO
As ações destinadas à minimização de emissão de material particulados referem-se basicamente a medidas de controle da suspensão de poeira, com geração prevista na
circulação de veículos em vias não pavimentadas e no carregamento e revolvimento do solo, e medidas de controle e monitoramento de fumaça e particulados, a serem
emitidos diretamente dos escapamentos de veículos e outros equipamentos demandados na execução das obras. As ações para controle de material particulado previstas
para as áreas de canteiros de obras serão tratadas no âmbito dos processos de licenciamento específicos destes.
Nesse contexto, o Programa de Controle e Monitoramento de Material Particulado deverá centralizar a execução das atividades nas vias internas e externas que darão
METODOLOGIA acesso a obra, bem como nas vias de acesso as comunidades. A metodologia desenvolvida para subsidiar o Programa de Controle e Monitoramento de Emissão de
E DESCRIÇÃO Particulados deverá ser procedida a partir de duas vertentes:
Ações de controle e prevenção: Umidificação de vias e acessos, pátios e espaços construtivos; proteção das caçambas dos caminhões que transportam terra/agregados
com lona; controle de particulados e gases a partir da manutenção dos equipamentos e estruturas que emitam substâncias à atmosfera, seja pela queima de combustíveis
ou por dispersão de partículas; incentivo ao uso de EPI’s, em especial aos de proteção contra emissão de gases, particulados e fuligens;
Ações de monitoramento: monitoramento dos equipamentos e estruturas que emitam substâncias à atmosfera, pela de queima de combustíveis, a partir do Método
Escala Ringelmann.
Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Educação Ambiental; Programa de
INTER-RELAÇÃO
Comunicação Social;
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, multimídia, transporte, material didático), Humano (coordenador responsável pela supervisão e especialistas responsáveis pela
NECESSÁRIOS execução das ações, Recursos de proteção individual (máscara e óculos protetores), Recurso de infraestrutura (Lonas, caminhão pipa, manutenção de equipamentos e
máquinas).
Realizar ações de controle de emissão de material particulado durante as obras de implantação; Assegurar que os veículos atendam aos padrões para emissão de fumaça
estabelecidos pela legislação vigente; Diagnosticar e propor soluções a quaisquer interferências nocivas à saúde da população local, proveniente de possíveis alterações
METAS
na qualidade ambiental concernente à emissão de poluição atmosférica; Atendimento à 100% das reclamações registradas na ouvidoria do Programa de Comunicação
Social referentes às emissões atmosféricas das obras.
INDICADORES Número de registros de reclamações relacionadas à emissão de poluentes atmosféricos e material particulado (poeira) versus número de reclamações atendidas;
DE Quantidade (%) de veículos fora dos padrões para emissão de fumaça versus quantidade total de veículos e equipamentos presentes na obra; Quantidade (%) de casos de
DESEMPENHO não conformidades registradas pela equipe que foram corrigidas

11.5 Programa de controle e monitoramento de ruídos

FÍSICO Nº 05 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS


INTRODUÇÃO A implantação do Complexo Fotovoltaico Canela e a execução das obras associadas ao tráfego de veículos, máquinas e equipamentos, implicará na geração de ruídos.
Neste sentido, e considerando ainda a existência de comunidades rurais e residências situadas no entorno do projeto, o presente Programa é indicado para certificar que
JUSTIFICATIVA prevaleçam adequadas condições de qualidade e conforto ambiental na região, bem como para fornecer dados monitorados in loco de controle e acompanhamento das
possíveis repercussões do empreendimento sobre os níveis de ruído à luz da legislação vigente.
O objetivo deste Programa de Monitoramento é realizar medições de ruído no entorno das áreas de intervenção do empreendimento, no contexto da ADA e AID, visando
OBJETIVOS
avaliar as variações no conforto ambiental que possam ser provocadas pelas atividades das fases de implantação e no primeiro ano da operação.
GRUPO ALVO Qualidade de vida, Fauna
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim de
EXECUTORES assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Longo Prazo
REQUISITOS Resolução CONAMA 001/90: Dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos, das atividades industriais; Norma NBR 10.151/2020 da ABNT: Medição e avaliação de
LEGAIS níveis de pressão sonora em áreas habitadas — Aplicação de uso geral. Errata 1:2020.
O controle dos níveis de ruído na área destinada à instalação será realizado a partir de medidas preventivas e periódicas, descritas a seguir: Manutenção e Regulagem das
máquinas e motores; Uso de EPIs; Controle do Tráfego de Veículos; Atendimento às reclamações. As campanhas de medição terão como escopo caracterizar o ruído
METODOLOGIA ambiente existente durante a fase de implantação na área do Complexo Fotovoltaico Canela e entorno, estabelecendo uma comparação entre a linha base (background
E DESCRIÇÃO ou ruído residual, sem o empreendimento, estabelecido a partir de medições realizadas por este EIA) com os novos dados adquiridos ao longo do período determinado
para avaliação do impacto acústico decorrente da implantação (movimentação de maquinário) e operação do empreendimento. Quanto às questões relativas ao ruído
ocupacional, ressalta-se que os trabalhadores irão fazer uso de equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, de forma a atenuar a exposição ao agente de risco.
INTER-RELAÇÃO Programa de Comunicação Social; Programa de Proteção ao Trabalhador.
RECURSOS Tanto a elaboração como a execução do Programa de Monitoramento de Ruídos deverá ser realizada por Gestores e/ou Engenheiros Ambientais especialistas em
NECESSÁRIOS Segurança no trabalho, devidamente credenciados. Necessitará também dos recursos básicos materiais (infraestrutura, transporte e material didático), além de recursos
específicos para medições (decibelímetro e dosímetro) que serão escolhidos após mapeadas e definidas as necessidades específicas de cada medição.
Tentar manter os resultados das medições dos níveis de ruído dentro dos parâmetros estabelecidos pela campanha de background; evitar não conformidade gerada
METAS
quanto ao conforto acústico durante as obras; comparar os resultados do monitoramento com a legislação aplicável e com resultados da campanha de construção.
Número de pontos de amostragem fora do padrão estabelecido na legislação aplicável e acima das referências definidas na campanha marco zero (período diurno);
INDICADORES
Número de pontos de amostragem fora do padrão estabelecido na legislação aplicável e acima das referências definidas na campanha marco zero (período noturno);
DE
Número de monitoramentos realizados versus número de monitoramento previstos; Número de registros de reclamações relacionadas aos ruídos versus número de
DESEMPENHO
reclamações atendidas; quantitativo de registro de não conformidades atendidas versus não conformidades emitidas.

11.6 Programa de controle e monitoramento de processos erosivos

FÍSICO Nº 06 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS


O conjunto dos aspectos físicos que caracterizam a área de inserção do Complexo Fotovoltaico Canela, conforme exposto no Diagnóstico do Meio Físico, contribui para a
INTRODUÇÃO variação de suscetibilidade de processos erosivos a exposição do solo por meio da supressão de cobertura vegetal, tanto nas áreas de acessos quanto nos locais onde
serão instaladas as placas fotovoltaicas.
A exposição do solo proporciona a criação de sulcos decorrentes do escoamento superficial concentrado de águas pluviais, podendo ser acentuados pelo trânsito de
veículos, que por sua vez pode contribuir para maior compactação do solo. Assim, processos erosivos decorrentes do escoamento superficial podem ocorrer próximo às
JUSTIFICATIVA
estradas e trechos de drenagens intermitentes. Neste contexto, as intervenções previstas durante a fase de implantação poderão facilitar o surgimento e a evolução de
processos erosivos de dimensões variadas, fazendo com que seja necessário um acompanhamento sistemático de processos erosivos deflagrados naturalmente.
Este programa tem como objetivo geral controlar o surgimento de novos focos de erosão e monitorar os processos erosivos existentes na área de implantação do
OBJETIVOS
empreendimento, sobretudo na abertura de acessos e trechos de drenagem intermitente, norteando as medidas necessárias para mitigação de seus impactos.
GRUPO ALVO Relevo, Solos; Recursos Hídricos Superficiais
FASE Implantação, Operação e Desmobilização
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo

330
FÍSICO Nº 06 PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim de
EXECUTORES assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Médio Prazo
Norma Brasileira NBR 8044 (2018) – Projeto Geotécnico; Norma Brasileira NBR 10.703 TB 350 (1989) – Degradação do Solo; Norma Brasileira NBR 11682 (2009) ABNT –
REQUISITOS
Estabilidade de Encostas; Norma Brasileira NBR 6497 (1983) ABNT – Procedimentos para Levantamento Geotécnico; Norma Brasileira NBR 6484 (2001) ABNT – Execução
LEGAIS
de Sondagens de Simples Reconhecimento de Solos.
O monitoramento no âmbito deste Programa deverá ser realizado durante as etapas de implantação e operação do Empreendimento. Na etapa de implantação, os
monitoramentos ocorrerão regularmente, contudo, a frequência poderá ser intensificada de acordo com o avanço das obras e ainda considerar o período chuvoso. Esse
processo abrangerá três etapas:
Caracterizar e monitorar as áreas críticas existentes e de instabilidade geradas pelas construções: Deverão ser delimitadas as áreas críticas, através da identificação de
detalhes, como, por exemplo, pequenos deslizamentos, sulcos de erosão e até erosões laminares, por meio de vistorias in loco.
Elaborar os projetos de controle de processos erosivos: Essa etapa consiste na elaboração dos projetos de controle dos processos erosivos que possam ocorrer em função
METODOLOGIA
das atividades da obra identificadas. Esses projetos serão elaborados pelas empreiteiras responsáveis pela execução dos empreendimentos e deverão ser executados
E DESCRIÇÃO
quando do início das obras, com um caráter preventivo.
Ações de mitigação e contenção dos processos erosivos: Estabilização do Solo; Estruturas de Drenagem; Taludes de Cortes e Aterros; Técnicas de contenção de taludes;
Recomposição vegetal dos solos.
As fases do programa estão intimamente ligadas entre si e implantadas conforme cronograma específico. Salienta-se que o presente programa apresenta apenas a
orientação quanto às práticas recomendáveis a serem adotadas em casos de instabilidade de solos. No entanto, deverão ser detalhadas pelos empreendedores
responsáveis pela implantação dos empreendimentos.
INTER-RELAÇÃO Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Proteção e Monitoramento dos Recursos Hídricos.
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, transporte, multimídia e material didático) e humanos (coordenador habilitado responsável pela supervisão das obras, e
NECESSÁRIOS especialistas pela execução das ações).
Implantar, antes da operação do projeto, as obras necessárias para contenção/prevenção de desbarrancamento nas áreas críticas; Instalar dispositivos de controle dos
processos erosivos nas áreas sujeitas à erosão, principalmente em zonas com relevo movimentado e solos suscetíveis à erosão; Verificar permanentemente a eficácia dos
METAS
procedimentos utilizados para evitar a instalação de processos erosivos e implantar medidas corretivas, quando necessário; Conservar os acessos já existentes ou abertos
especificamente para transporte e movimentação na área.
INDICADORES Número de processos erosivos identificados antes da implantação do Empreendimento versus Número de processos erosivos identificados durante as obras; Quantidade
DE de processos erosivos controlados versus quantidade de processos identificados; Ocorrência de corpos hídricos com assoreamento identificados; Ocorrência de corpos
DESEMPENHO hídricos desassoreados; Reincidência de processos erosivos e assoreamento após a execução das medidas de controle propostas.

11.7 Plano de desativação do canteiro de obras

FÍSICO Nº 07 PLANO DE DESATIVAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS


Tendo em vista o período de estabelecimento e implantação do Complexo Fotovoltaico Canela é necessário a mobilização de pessoas e equipamentos atreladas ao
INTRODUÇÃO
canteiro de obras do empreendimento. Posteriormente a finalização da instalação, são consideradas ações e medidas que garantam a segurança ambiental da área.
O plano de desativação do canteiro de obras ora apresentado, engloba o rol de ações necessárias à demolição e à retirada das estruturas, bem como a destinação final
JUSTIFICATIVA
adequada dos resíduos gerados em acordo com as exigências legais.
O Plano de desativação do canteiro de obras tem como objetivo principal descrever as etapas que deverão ser seguidas na eventual desmontagem do canteiro de obras
OBJETIVOS
no final do período de implantação. Assim, se justifica a necessidade de se estabelecer as fases e etapas do trabalho de desativação e desmontagem dos equipamentos.
GRUPO ALVO Solos, Recursos Hídricos
FASE Implantação
CARÁTER Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Médio Prazo
Resolução CONAMA n° 429, de 28 de fevereiro de 2011 – Dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APP; Instrução Normativa
REQUISITOS IBAMA Nº 11, de 11 de dezembro de 2014. Estabelece procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada - PRAD ou Área Alterada, para
LEGAIS fins de cumprimento da legislação ambiental; Constituição Federal de 1988, em especial art. 225, que versa sobre a responsabilidade de preservar e restaurar os
processos ecológicos essenciais; Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
A partir da identificação das estruturas indicadas na Caracterização do Empreendimento e dos possíveis resíduos a serem gerados pelo mesmo, apresenta-se a seguir o
conjunto de ações e medidas necessárias ao controle e mitigação das atividades de fechamento, com particular enfoque no potencial para contaminação do solo e dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Adicionalmente, deverá ser avaliada no âmbito do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas a necessária
reintegração paisagística da área, tendo em vista a beleza cênica de sua região de inserção. No que concerne à desativação das estruturas e equipamentos é importante
assegurar que todas as ações de fechamento sejam realizadas por empresas especializadas, de competência reconhecida e devidamente credenciadas para o
METODOLOGIA E desenvolvimento desse tipo de atividade. Destaca-se que deverão ser atendidas as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civis,
DESCRIÇÃO conforme determinado na Resolução CONAMA nº 307/2002. Essa resolução estabelece as ações necessárias para o controle e mitigação dos impactos ambientais aos
diferentes tipos de resíduos gerados na construção civil. Já as sucatas metálicas, que porventura estiverem contaminadas por óleos, graxas e solventes, deverão ser
acondicionadas em caçambas dispostas em local apropriado (coberto, com piso impermeabilizado e bacia de contenção) de acordo com as normas ambientais em vigor.
Posteriormente, deverão ser encaminhados para tratamento, comercialização ou incineração. Com relação aos equipamentos eletromecânicos, instalações elétricas e
de comunicação, a desmontagem deverá ocorrer a partir dos cabos e eletrodutos, transformadores, monitores a serem acondicionados em área coberta, ventilada, de
fácil acesso, em baias identificadas. Estes resíduos são passíveis de serem comercializados, reaproveitados e/ou doados.
Programa de Comunicação Social; Programa de Controle e Monitoramento de Efluentes Líquidos e Oleosos; Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos – PGRS;
INTER-RELAÇÃO
Programa de Recuperação das Áreas Degradadas; Programa de Controle e Monitoramento de Emissão de Particulados.
RECURSOS Recursos básicos materiais (infraestrutura, transporte, multimídia, material didático, acondicionadores de resíduos, baias) e humanos (coordenador habilitado
NECESSÁRIOS responsável pela supervisão das obras, e especialistas pela execução das ações).
METAS Fechamento de estruturas; Acondicionamento e Destinação adequada de resíduos; Readequação ambiental das áreas desmobilizadas em condições próximas à original.
INDICADORES DE Quantidade de áreas recuperadas em hectare (ha); Quantidade de resíduo gerado e destinado.
DESEMPENHO

331
11.8 Programa de supressão vegetal e facilitação de corredores ecológicos

BIÓTICO Nº 08 PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL E FACILITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS


A implantação de um programa de supressão vegetal e facilitação de corredores ecológicos em um parque fotovoltaico é uma etapa essencial para a preparação da área
INTRODUÇÃO destinada à instalação dos painéis solares e infraestrutura associada. Esse programa visa direcionar e orientar as ações relacionadas à remoção controlada da vegetação
existente, assegurando que esse processo seja realizado de maneira responsável e em conformidade com as diretrizes ambientais e legais.
A justificativa para a implantação desse programa se baseia na necessidade de adequar a área de instalação dos painéis solares e infraestrutura às atividades do
empreendimento, cumprindo os requisitos legais e ambientais, através da supressão vegetal planejada e controlada para possibilitar a criação de espaços adequados à
implantação dos equipamentos, garantindo a facilitação de corredores ecológicos em locais verificados de presença de espécies sensíveis, com proteção e preservação
JUSTIFICATIVA
dos ecossistemas naturais que circundam essa área protegida. Pretende, ademais, contemplar a eficiência operacional e maximizar o aproveitamento da energia solar.
Adicionalmente, o programa deve ser implementado para minimizar os impactos ambientais, promovendo a preservação de espécies vegetais sensíveis e contribuindo
para a sustentabilidade do projeto.
O Programa em questão delineia os procedimentos para a supressão da vegetação necessária à implantação do Complexo Fotovoltaico Canela. Os objetivos específicos
englobam a conformidade legal, o respeito ao Código Florestal, às legislações estaduais relacionadas à política florestal e à proibição de derrubada de certas árvores. O
OBJETIVOS programa visa também minimizar os impactos ambientais, aproveitar eficientemente a biomassa vegetal, atender às diretrizes do SEMARH para espécies ameaçadas,
assegurar a segurança dos trabalhadores, promover a limpeza da área de implantação, aproveitar os recursos vegetais resultantes e colaborar com programas de
conservação da flora e fauna.
GRUPO ALVO Fauna e Flora
FASE Implantação
CARÁTER Orientativo; Mitigador
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Curto Prazo
Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências; Lei Federal n° 12.651, de 25 de maio de 2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de
19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida
Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências; Lei Federal Nº 12.727, de 17 de outubro de 2012, Altera a Lei No 12.651, de 25 de maio de
2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis No 6.938, de 31 de agosto de 1981, No 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e No 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; e revoga as Leis No 4.771, de 15 de setembro de 1965, e No 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória No2.166-67, de 24 de agosto de 2001,
REQUISITOS o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei No6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei No 12.651, de 25 de maio de 2012; ➢ Lei Estadual Nº 5.178 de
LEGAIS 27/12/2000 que dispõe sobre a política florestal do Estado do Piauí e dá outras providências; Lei Estadual No 3.888/83 que proíbe a derrubada de palmáceas e outras
árvores; Instrução Normativa MMA Nº 06, de 15 de dezembro de 2006 - Dispõe sobre a reposição florestal e o consumo de matéria-prima florestal, e dá outras
providências; Instrução Normativa IBAMA nº 21, de 24 de dezembro de 2014. Definições sobre o Documento de Origem Florestal (DOF); Portaria Normativa IBAMA nº
149, de 30 de dezembro de 1992. Dispõe sobre o registro de comerciante ou proprietário de motosserra, junto ao IBAMA; Portaria GM_MMA Nº 300, de 13 de dezembro
de 2022, "Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção"; Portaria do INMETRO n° 130, de dezembro de 1999 – Dispõe sobre estéreo de madeira;
Norma Regulamentadora (NR) 6 do Ministério de Trabalho – Equipamentos de proteção individual; Norma Regulamentadora (NR) 12 do Ministério de Trabalho–
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
O processo de supressão vegetal é delineado em quatro níveis de abordagem, cada um abordando diferentes aspectos do desenvolvimento executivo: As diretrizes
básicas, atividades pré-supressão, atividades de supressão e atividades pós-supressão.
- Diretrizes básicas: A supressão da vegetação e a limpeza da área no parque fotovoltaico serão realizadas somente após a autorização do órgão ambiental e seguirão
um processo gradual e planejado. A atividade de desmate será conduzida por uma equipe especializada, contando com um profissional gestor e responsável técnico,
acompanhados por especialistas em Ciências Biológicas. O processo seguirá diretrizes que incluem demarcação prévia das áreas, sinalização das Áreas de Preservação
Permanente (APPs), proibição do uso de fogo, utilização de equipamentos de proteção individual, aproveitamento do material lenhoso, e respeito aos proprietários e
moradores locais. O material lenhoso será reaproveitado, sendo destinado a diferentes usos, como mourões, estacas de cerca ou lenha, de acordo com as necessidades
e interesses da comunidade. A destinação responsável dos resíduos e a busca por uma harmonização entre as atividades e o ambiente local serão aspectos centrais no
processo de supressão vegetal.
- Atividades de pré-supressão: Para a eficácia e segurança da supressão vegetal no parque fotovoltaico, o processo será conduzido através das seguintes etapas:
1.Obtenção da Autorização para Supressão Vegetal: O SEMARH emitirá a Autorização de Supressão Vegetal (ASV) após analisar as informações técnicas fornecidas e o
Inventário Florestal, permitindo a execução das atividades de acordo com os procedimentos planejados e condicionantes estabelecidas;
2.Treinamento dos Funcionários: Antes do início das atividades, a equipe responsável pelo desmate passará por um treinamento ministrado por um técnico
especializado. Esse treinamento abordará as diretrizes estabelecidas na ASV e neste documento, bem como questões de segurança no trabalho e medidas emergenciais;
3.Demarcação da Área a ser Desmatada: A área a ser desmatada será demarcada com estacas indicadoras para garantir a delimitação clara e evitar danos à vegetação
fora da área autorizada, especialmente em Áreas de Preservação Permanente (APPs). A área será subdividida em talhões, permitindo um planejamento e ordenação
eficientes;
4.Planejamento: O planejamento considerará o tipo e porte da vegetação, estratégias de resgate da flora e afugentamento de fauna, tamanho das equipes, priorização
de áreas e cronograma de implantação do parque fotovoltaico. Técnicos responsáveis pelo resgate e afugentamento também participarão do planejamento para garantir
a integração das atividades.
METODOLOGIAE
- Atividades de supressão: O processo de supressão vegetal no parque fotovoltaico seguirá um conjunto de etapas cuidadosamente planejadas:
DESCRIÇÃO
1.Avaliação das Árvores a Suprimir: A equipe de resgate e afugentamento da fauna realizará uma avaliação criteriosa das árvores a serem suprimidas. Serão observadas
possíveis partes ocas, a presença de insetos perigosos e serpentes, além da tendência de queda. Essas medidas visam garantir a segurança da equipe e minimizar riscos
de acidentes.
2.Operação de Corte: A operação de corte será conduzida por operadores de motosserra devidamente treinados e certificados. As motosserras registradas e legalizadas
serão utilizadas para o corte das árvores. A técnica de corte será escolhida de acordo com o diâmetro da árvore. Os troncos serão preparados adequadamente para a
queda, garantindo a segurança da equipe.
3.Tratamento do Material Lenhoso: A madeira será dividida em seções de acordo com o diâmetro e a destinação. Os troncos de boa qualidade serão cortados em seções
pré-estabelecidas e empilhados para posterior transporte. Madeiras de baixa qualidade poderão ser cortadas em seções menores e utilizadas para contenção de fluxo
hídrico.
4.Definição e Uso de Pátio de Estocagem: Pátios de estocagem próximos à área de supressão serão definidos para o armazenamento ordenado do material lenhoso. A
disposição das pilhas será organizada conforme diâmetro e comprimento, permitindo o trânsito seguro de pedestres.
5.Supressão Mecanizada: O uso de tratores será empregado para destocar e empurrar a biomassa suprimida para as bordas da área. O uso de triturador de galhos
acoplado ao trator será avaliado para otimizar o material lenhoso. A equipe de resgate da fauna acompanhará a operação, dispensando a equipe de resgate da flora.
6.Manejo dos Resíduos Vegetais e Solo Superficial: A galhada será triturada para facilitar a decomposição e reduzir riscos de incêndio. O restolho orgânico e o solo
superficial serão manejados por tratores de esteira ou pneus com lâminas frontais. O material será empilhado nas bordas da área para posterior uso no processo de
reabilitação do solo.
- Atividades de pós-supressão: Após a conclusão da supressão vegetal, a continuidade das ações envolve a destinação do material lenhoso e a preparação da área para
a implantação do empreendimento:
1.Quantificação Volumétrica (Cubagem) e Destinação: O volume do material lenhoso será determinado por profissionais qualificados, com medições precisas de altura,
largura e comprimento das pilhas. O material lenhoso será categorizado em lenha, estacas, mourões e toras. Um laudo de cubagem será elaborado, assinado por um

332
BIÓTICO Nº 08 PROGRAMA DE SUPRESSÃO VEGETAL E FACILITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS
Técnico ou Engenheiro Florestal, e registrado com o número do CREA e ART. Após a aprovação pelo órgão ambiental, o material lenhoso será destinado ao proprietário
das terras ou a terceiros interessados, com transporte acompanhado por um Documento de Origem Florestal (DOF).
2.Destinação dos Resíduos Vegetais e Preparo do Terreno: Os resíduos resultantes da trituração da galhada e outros materiais vegetais serão direcionados ao Programa
de Recuperação de Áreas Degradadas ou para plantios de compensação. O terreno será conformado de modo a direcionar adequadamente a água pluvial, evitando
processos erosivos. Canais de drenagem, leiras e outras medidas de contenção de enxurradas serão configurados para proteger o solo durante e após as obras de
instalação das estruturas do empreendimento.
3.Desmobilização e Recuperação de Áreas Degradadas: Durante a desmobilização de estruturas provisórias da obra, como acessos provisórios e canteiros de obras, as
áreas correspondentes serão reconfiguradas. Os resíduos vegetais provenientes dos desmates serão utilizados para otimizar a revegetação dessas áreas e promover a
proteção do solo.
4.Relatórios: Serão gerados relatórios internos mensalmente para acompanhar o progresso das atividades. A cada seis meses, será emitido um relatório a ser enviado
ao órgão ambiental. Após a conclusão das atividades, os dados e relatórios serão consolidados em um único documento conclusivo, que será entregue ao órgão
ambiental. Esse relatório incluirá dados quantitativos sobre o material suprimido, volumes de madeira, estacas e lenha produzidos, localização dos estoques e suas
respectivas destinações.

Programa de Resgate da Flora; Programa de Afugentamento e Eventual Resgate de Fauna; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Controle e
INTER-RELAÇÃO Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Monitoramento de Ruídos; Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental; Programa de
Proteção ao Trabalhador e Segurança no Ambiente de Trabalho.
RECURSOS Levantamento da Fauna e Flora Nativa; Equipamento material para supressão consciente; Pessoal especializado para cubagem e execução da supressão; Implantação
NECESSÁRIOS do Processo de Monitoramento de áreas com espécies sensíveis.
Suprimir a cobertura vegetal da ADA dentro do cronograma previsto; Avaliar o volume lenhoso suprimido; Dar o melhor aproveitamento possível à biomassa vegetal
suprimida; Acordar o avanço das frentes de desmates com as equipes de resgate de fauna e flora; Destinar o material lenhoso aos proprietários das áreas suprimidas.
METAS
Destinar os resíduos vegetais e solo superficial para as áreas a serem reabilitadas conforme PRAD; Garantir manutenção de corredores vegetais em áreas de espécies
sensíveis.
Área suprimida em hectare e em percentual sobre a área total prevista para supressão; Volume lenhoso cubado por categoria (lenha, estacas, mourão, tora); Resíduos
INDICADORES DE
vegetais e solo superficial estocado; Volume lenhoso destinado; Quantidade de não conformidades identificadas; Manutenção de espécies sensíveis nos corredores
DESEMPENHO
ecológicos.

11.9 Programa de afugentamento de fauna

BIÓTICO Nº 09 PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E EVENTUAL RESGATE DA FAUNA


Para a implantação do Complexo Fotovoltaico Canela será necessária a supressão da vegetação nas áreas destinadas à sua instalação. A fauna associada à vegetação a
ser suprimida, por sua vez, tende a ser afugentada para o entorno. Nesse contexto, é proposto o Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna, o qual
INTRODUÇÃO
apresentará as diretrizes para Afugentamento e Eventual Resgate de Fauna, de forma a mitigar os impactos ambientais identificados para a Biota Terrestre, em
decorrência da implantação do empreendimento.
A Instrução Normativa do IBAMA s/nº de 2004 prevê em seu Artigo 11º que: “Para empreendimentos que preveem supressão de vegetação ou alagamento de áreas,
deverá ser realizado o resgate de fauna”. Para a instalação do Complexo Fotovoltaico Canela, prevê-se a supressão vegetal das áreas diretamente afetada pelo
JUSTIFICATIVA
empreendimento, onde serão instalados as placas fotovoltaicas e acessos, fazendo-se, portanto, necessária a implementação de ações que visem à mitigação deste
impacto.
O objetivo do Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna é realizar o acompanhamento sistemático das frentes de supressão vegetal na ADA do Complexo
Fotovoltaico Canela, a fim de direcionar a fauna local aos ambientes adjacentes, bem como realizar resgates ativos quando necessário. Desta forma, esse Programa tem
OBJETIVOS
como objetivo específico estabelecer procedimentos de captura, manejo, transporte e soltura de indivíduos dos respectivos grupos de fauna (Herpetofauna, Avifauna e
Mastofauna) aqui abordados.
GRUPO ALVO Fauna
FASE Implantação
CARÁTER Orientativo; Preventivo; Mitigador
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Médio Prazo
Lei Federal n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Lei
Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Lei Federal n° 5.197, de 03 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012,
que institui o Código Florestal Brasileiro; Lei Complementar nº 272, de 3 de março de 2004, que dispõe sobre a Política e o Sistema Estadual do Meio Ambiente; Instrução
Normativa IBAMA n° 146, de 10 de janeiro de 2007, que estabelece os critérios para procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento,
REQUISITOS
monitoramento, salvamento, resgate e destinação); Instrução Normativa IBAMA n° 179, de 25 de junho de 2008, que define diretrizes e procedimentos para destinação
LEGAIS
dos animais da fauna silvestre nativa e exótica apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente às autoridades competentes; Instrução Normativa do ICMBIO
Nº 23, de 31 de dezembro de 2014, que padroniza os procedimentos relativos ao funcionamento dos Centros de Triagem de Animais Silvestres - CETAS do IBAMA;
Resolução CFBio nº 301, de 8 de dezembro de 2012, que dispõe sobre os procedimentos de captura, contenção, marcação, soltura e coleta de animais vertebrados in
situ e ex situ, e dá outras providências; Portaria nº 148, de 07 de junho de 2022 do Ministério do Meio Ambiente, que apresenta a Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção; IUCN Red List, Lista da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2022.
O Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna deverá ser executado por biólogo (s) experiente (s) em captura e manejo de fauna silvestre dos grupos de
Herpetofauna, Avifauna e Mastofauna Terrestre e auxiliares. O Coordenador dessa equipe será o responsável pela elaboração das estratégias a serem implementadas
na execução do Programa. A equipe elencada para o respectivo Programa será responsável por treinar, capacitar e orientar os auxiliares de campo no acompanhamento
das frentes de desmate. A equipe de auxiliares deverá ser conduzida no sentido de orientar a supressão de modo direcionado, diminuindo a taxa de encontro com os
animais, à medida que esses forem sendo afugentados. Na necessidade de eventuais resgates, o manejo das espécies silvestres deverá ser feito exclusivamente por
profissionais gabaritados para tal, sendo integrado à equipe de biólogos – ou mantido em sistema de plantão via convênio - um médico veterinário com experiência no
manejo com animais silvestres.
O Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna deverá considerar as seguintes etapas sequenciais e seus respectivos procedimentos metodológicos a fim
METODOLOGIA E
de orientar o desenvolvimento das ações deste, tais como:
DESCRIÇÃO
− Emissão da Autorização para Supressão de Vegetação – ASV – e respectiva Autorização para Manejo da Fauna - AMF;
− Escolha de Instituições credenciadas e autorizadas, tais como Museus, Universidades e Zoológicos, para parcerias em caso de recebimento de animais eventualmente
capturados vivos ou coletados mortos (carcaças, peles, etc.) para serem incorporados em suas respectivas coleções;
− Assinatura de termos de parceria com Clínicas Veterinárias nos municípios próximos para realização de eventuais atendimentos a animais silvestres;
− Definição das técnicas, ações e procedimentos metodológicos específicos para cada grupo temático da fauna, com ênfase nas espécies ameaçadas, endêmicas e/ou
com pouca mobilidade dispersiva;
− Planejamento dos trabalhos de acompanhamento da supressão vegetal, afugentamento e ações de manejo e resgate de fauna;
− Avaliação e definição prévia de áreas potencialmente receptoras da fauna eventualmente resgatada;

333
BIÓTICO Nº 09 PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E EVENTUAL RESGATE DA FAUNA
− Treinamento e orientação dos auxiliares da equipe do Programa;
− Acompanhamento e direcionamento das ações de supressão vegetal na ADA, realizando o constante afugentamento de espécies e realizando eventuais resgates
apenas de indivíduos com baixa capacidade de deslocamento e dispersão;
− Relocação das espécies eventualmente capturadas in vivo para as áreas adjacentes previamente escolhidas;
− Orientações sobre o correto armazenamento, triagem e coleta de informações das espécies eventualmente coletadas, e direcionamento para as Instituições receptoras
parceiras previamente escolhidas.
Previamente ao início das atividades de supressão da vegetação na ADA, biólogos com experiência em entomofauna deverão inspecionar toda a área a fim de identificar
a presença de ninhos e colmeias de abelhas, vespas e marimbondos. A identificação desses pontos faz-se importante pela segurança dos trabalhadores que irão atuar
na supressão. Quando identificados (as), esses (as) deverão ser prontamente relocados (as) para áreas previamente escolhidas, garantindo a segurança dos
trabalhadores.Durante a execução do Programa de Afugentamento e Eventual Resgate da Fauna recomenda-se a colocação de placas de advertência nos acessos
próximos ao empreendimento, sinalizando aos motoristas para diminuírem a velocidade na via, evitando assim atropelamentos de fauna. Estes cuidados são de extrema
importância, visto que estas ações buscam evitar acidentes com motoristas e pedestres durante o período de execução da supressão da vegetação. Animais encontrados
sem vida deverão ser corretamente acondicionados em freezers, terem suas respectivas fichas preenchidas com os dados de procedência (local de captura e coordenadas
geográficas), data da coleta, coletor, sexo e os demais dados biométricos para, em seguida, serem direcionados aos Museus de Zoologia.
INTER-RELAÇÃO Programa de Supressão da Cobertura Vegetal; Programa de Educação Ambiental; Programa de Comunicação Social.
RECURSOS Levantamento da Fauna Nativa, a Demarcação dos Pontos de Amostragem e implantação do Processo de Monitoramento: Não é possível uma orçamentação precisa
NECESSÁRIOS dos recursos necessários, uma vez que os parâmetros que nortearão a definição dos serviços necessários e, por consequência, a execução dos mesmos, serão definidos
a partir da operacionalização do presente projeto ambiental.
METAS Minimizar a perda de indivíduos da fauna; Assegurar o afugentamento correto da fauna dispersa; Promover atendimento adequado à fauna afetada.
INDICADORES DE Número de animais afugentados durante a execução da supressão da vegetação; Número de óbitos durante a execução do Programa; Número de atendimentos
DESEMPENHO veterinários.

11.10 Programa de recuperação de áreas degradadas

BIÓTICO Nº 10 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é um componente essencial para garantir a minimização dos impactos ambientais decorrentes da implantação
INTRODUÇÃO e operação desse empreendimento. O PRAD busca restaurar, reabilitar e preservar as áreas que foram afetadas durante a fase de construção e operação do parque
fotovoltaico, promovendo a sustentabilidade ambiental e a conservação dos recursos naturais.
A justificativa para a implantação de um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) em um parque fotovoltaico reside na necessidade de reduzir os impactos
ambientais resultantes da construção e operação do empreendimento. O PRAD demonstra compromisso ambiental, assegura conformidade legal, conserva a
JUSTIFICATIVA
biodiversidade, previne erosão do solo, melhora a qualidade da água, promove responsabilidade social e fortalece a imagem corporativa. Além disso, o PRAD atende
aos requisitos de licenciamento, garantindo a sustentabilidade do projeto e o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental.
O objetivo geral do programa consiste em implementar ações operacionais preventivas e corretivas destinadas à recuperação de áreas degradadas ou alteradas, visando
a prevenção, correção, minimização e mitigação dos processos erosivos resultantes da implantação do empreendimento. Além disso, o programa visa promover a
OBJETIVOS
restauração das atividades biológicas no solo e a realização de tratamento paisagístico nas áreas afetadas. O enfoque principal recai sobre evitar a ocorrência de
problemas relacionados aos processos erosivos, que têm o potencial de comprometer a qualidade do solo e a integridade ambiental do território.
GRUPO ALVO Meio biótico e físico (relevo, solos, vegetação).
FASE Implantação, Operação e Fechamento.
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, devendo o Empreendedor fiscalizar (em caso de terceirização) a execução adequada deste Programa, a fim
EXECUTORES de assegurar a prática sustentável em todos os serviços realizados.
PERÍODO Curto a Longo Prazo
Constituição Federal de 1988, em especial art. 225, que versa sobre a responsabilidade de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais; Lei Federal nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Lei Federal n° 10.711, de 05 de agosto
de 2003 - Dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências; Lei Federal n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências; Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe
sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006;
revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
REQUISITOS providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 mai. 2012; Lei Federal n° 12.727, de 17 de outubro 2012 - Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe
LEGAIS sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006;
revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso
II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2º do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012; Resolução CONAMA n° 429, de 28 de fevereiro
de 2011 – Dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APP; Instrução Normativa IBAMA Nº 11, de 11 de dezembro de 2014.
Estabelece procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada - PRAD ou Área Alterada, para fins de cumprimento da legislação ambiental;
Estudo de Impacto Ambiental Complexo Fotovoltaico Canela – programas ambientais. Norma ABNT NBR 11.682/1991 - Trata da estabilidade dos taludes; Norma ABNT
NBR 15.789/2013 – Manejo de florestas nativas.
As etapas essenciais da metodologia de execução do PRAD são:
Diagnóstico e Avaliação: Realizar uma análise detalhada das áreas degradadas, identificando os danos ambientais e avaliando o impacto. Isso é fundamental para
entender a extensão da degradação. Estratégias de Recuperação: Definir estratégias específicas para cada tipo de degradação identificada, incluindo técnicas de
METODOLOGIA E revegetação, controle de erosão e tratamento do solo; Plantio e Manejo Vegetal: Selecionar espécies de plantas adequadas à restauração e realize o plantio seguindo
DESCRIÇÃO orientações específicas. Garanta o acompanhamento necessário para o estabelecimento das plantas; Controle de Erosão: Implementar medidas de controle de erosão,
como construção de barreiras físicas, estruturas de contenção e manejo do fluxo de água; Monitoramento Contínuo: Estabelecer um sistema de monitoramento para
avaliar regularmente o progresso da recuperação, identificando desafios e ajustando estratégias conforme necessário; Avaliação e Relatórios: Avaliar periodicamente os
resultados alcançados e prepare relatórios detalhados que documentem as ações realizadas, os resultados obtidos e quaisquer medidas de correção tomadas.
Programa de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Supressão Vegetal e corredores ecológicos; Programa de Resgate de Flora; Programa de
INTER-RELAÇÃO
Educação Ambiental.
RECURSOS Levantamento da Fauna e Flora Nativa; Equipamento material para supressão consciente; Recurso humano (pessoal especializado para cubagem e execução da
NECESSÁRIOS supressão; Implantação do Processo de Monitoramento de áreas com espécies sensíveis).
Elaborar o PRAD executivo das áreas degradadas; Recuperação e monitoramento dos focos erosivos cadastrados, apresentados na implantação do empreendimento;
METAS Promover a estabilidade dos terrenos a serem recuperados; Reconstituir a vegetação das áreas passíveis de recuperação; Restabelecer as condições originais do solo e
minimização das alterações de relevo das áreas interferidas pela construção do Complexo Fotovoltaico Canela.
Quantitativos de áreas degradadas identificadas; Quantitativos de áreas degradadas em recuperação; Número de inspeções previstas para monitoramento das áreas
INDICADORES DE
em recuperação versus realizadas; e Quantidade de mudas produzidas no Viveiro Florestal; Quantidade de replantios realizados; Quantidade de sementes e propágulos
DESEMPENHO
coletados e processados no Viveiro Florestal; Quantidade (%) de casos de não conformidade registradas pela equipe do PGA que foram corrigidas.

334
11.11 Programa de comunicação social

SOCIAL Nº 11 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


Este programa visa desenvolver uma abordagem abrangente e transparente para a implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Canela, através de um canal de
INTRODUÇÃO diálogo eficaz entre todas as partes interessadas, desde a comunidade local até as autoridades regulatórias, visando compartilhar informações técnicas detalhadas,
abordar preocupações legítimas e fomentar uma compreensão profunda dos aspectos envolvidos na implementação deste projeto.
A justificativa para implantação deste programa baseia-se na importância de estabelecer um diálogo transparente e informativo com todas as partes interessadas. A
complexidade técnica e os impactos associados à implantação de projetos fotovoltaicos demandam uma abordagem que promova o entendimento mútuo, esclareça
JUSTIFICATIVA dúvidas e mitigue preocupações. Além disso, a participação ativa da comunidade local e a criação de um ambiente de confiança são cruciais para o sucesso e a aceitação
do projeto. Portanto, o programa de comunicação social se torna um instrumento essencial para garantir uma interação positiva, informada e colaborativa entre a
empresa responsável, a comunidade, as autoridades e demais stakeholders, assegurando uma implementação sustentável e bem-sucedida do parque fotovoltaico.
O objetivo deste Programa é estabelecer um canal de diálogo e transparência entre o empreendedor e os setores sociais presentes na região onde se pretende instalar
OBJETIVOS o Complexo Fotovoltaico Canela, e divulgar de forma integrada as ações desenvolvidas por meio dos demais programas do presente estudo, visando a construção de
relações duradouras e de confiança que potencializem os impactos positivos e minimizem os impactos negativos do referido empreendimento.
GRUPO ALVO Social
FASE Prévia, Implantação e Operação
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Corretivo
AGENTES Empresa responsável pelo parque fotovoltaico e Empresa responsável pela construção da usina fotovoltaica, a fim de assegurar uma comunicação eficaz entre
EXECUTORES comunidades locais, empreendedor e autoridades regulatórias.
PERÍODO Longo Prazo
Lei Nº. 8.389/81: institui o Conselho de Comunicação Social na forma do artigo 224 da Constituição Federal; Norma ABNT NBR 26.000/2010: Dispõe sobre as diretrizes
REQUISITOS referentes à responsabilidade social; ISO 14000: dispõe sobre a importância da comunicação em todos os níveis da organização para um sistema de gestão ambiental
LEGAIS bem-sucedido; Princípios do Equador: Recomendações do IFC, que dispõe sobre diretrizes voluntárias para a avaliação e gestão de riscos ambientais e sociais em
projetos de financiamento, especialmente em setores como energia, mineração, infraestrutura e outros.
A metodologia proposta para o programa está alinhada ao conceito de comunicação como uma ferramenta para o processo de socialização e construção de
relacionamentos interativos. O programa será desenvolvido com base em pressupostos teórico-metodológicos que buscam garantir a participação das comunidades
locais em todas as etapas do empreendimento. As atividades de comunicação social serão implementadas desde antes do início efetivo da implantação, sendo
intensificadas durante a fase de construção. A comunicação social será vista como um processo que também auxiliará na coordenação dos diversos programas
relacionados à implantação do empreendimento, evitando a fragmentação de ações. Ela servirá como um canal crucial de ligação e interação entre os programas,
fornecendo suporte ao planejamento e monitoramento das ações. Dessa forma destacam-se as etapas a serem seguidas:
- Mapeamento de partes interessadas e de temas relevantes: A Norma SA 8000, focada em Responsabilidade Social, define "partes interessadas" como grupos ou
indivíduos preocupados ou afetados pela performance social da empresa. Portanto, muitos consideram que "stakeholder" e "parte interessada" são termos
equivalentes. Partes interessadas incluem pessoas, grupos ou organizações envolvidas no empreendimento, ou cujos interesses podem ser afetados pelo resultado das
ações da empresa. Conhecer esses públicos de forma aprofundada ajuda a prevenir passivos sociais, garantindo uma inserção respeitosa e segura da empresa. Será
realizado, portanto, mapeamento e fluxograma das partes interessadas e temas relevantes para o conhecimento do empreendimento, desenvolvendo estratégias de
comunicação adequadas às necessidades de cada grupo de stakeholders.
- Definição da estratégia de comunicação para cada público-alvo: O responsável pelo Programa de Comunicação Social, após identificar os stakeholders, deve
desenvolver estratégias de comunicação para melhorar o relacionamento com eles. Isso envolve definir tópicos relevantes para cada grupo, determinar os
representantes da empresa que dialogarão com os grupos, estabelecer formas de registro e avaliação para melhorias mútuas, e escolher ferramentas de
monitoramento. As estratégias devem considerar a melhor maneira de envolver o público-alvo, incluindo reuniões, visitas individuais, contatos institucionais,
atendimento local e distribuição de materiais informativos.
- Descrição dos principais conteúdos a serem abordados: O levantamento de conteúdos relevantes ocorre durante o mapeamento de stakeholders. Com base nessas
METODOLOGIA E informações, o empreendedor organiza a abordagem dos conteúdos, seguindo etapas como definição de mensagens-chave alinhadas aos interesses dos stakeholders,
DESCRIÇÃO escolha e treinamento de interlocutores, estabelecimento de rotinas de compartilhamento de informações, alinhamento interno, registro das manifestações e
implementação de indicadores para medir o sucesso das estratégias de diálogo. Os principais temas incluem divulgação de contratação de mão de obra, marcos de
obras, percepção pública sobre o empreendimento, ações ambientais, impacto socioeconômico e ações positivas.
- Definição dos meios de comunicação: O empreendedor deve adotar uma política proativa de comunicação, focando na interação presencial e ações participativas para
esclarecer e melhorar o relacionamento com a população afetada. O Programa de Comunicação Social se dirige a todos os stakeholders regionais e aqueles envolvidos
direta ou indiretamente no projeto. Os meios de comunicação serão definidos no intuito de reduzir tensões sociais, diminuir expectativas negativas, esclarecer dúvidas,
melhorar a comunicação entre empresa e comunidades, e fornecer informações sobre a sustentabilidade socioambiental de forma contínua.
- Reuniões Periódicas de Acompanhamento do Empreendimento: As reuniões periódicas com representantes das comunidades da AID, com poder público municipal
e com os principais representantes e associações da sociedade civil serão realizadas trimestralmente e repassarão informações do empreendimento e dos seus
programas sob a coordenação do Programa de Comunicação Social.
- Sistema de Acompanhamento de Demandas: O Sistema de Acompanhamento de Demandas é criado para registrar dúvidas, sugestões e reclamações da população
relacionadas aos aspectos ambientais, sociais, jurídicos e de obras do empreendimento. Além do registro, o sistema facilita o compartilhamento interno para uma
resposta adequada. As demandas podem ser registradas via telefone, email ou pessoalmente. Um formulário específico será usado, incluindo detalhes do fato, tipo de
informação, identificação do manifestante e a resposta da empresa, que será encaminhada ao setor apropriado para resolução. Os registros serão sistematizados para
análise estatística e o sistema proposto será aprovado pela equipe de Gestão Ambiental.
- Produção de Materiais Informativos: Essa atividade envolve a criação de conteúdo e gestão da produção de materiais de divulgação, incluindo a contratação de serviços
para insumos, impressão e equipamentos. A quantidade de material deve atender ao público-alvo e seguir a identidade visual do empreendimento, respeitando direitos
de terceiros e incluindo informações de licenciamento ambiental. Os materiais serão produzidos mensalmente ou conforme necessidade, em linguagem adequada ao
público. Temas sugeridos abrangem apresentação do empreendimento, energia solar, resultados dos Programas Ambientais, campanhas ambientais, marcos e
esclarecimento de dúvidas sobre obras. Materiais específicos serão feitos para os demais programas.
O Programa de Comunicação Social possui interface com todos os Programas apresentados para os meios físico, biótico e socioeconômico neste estudo, atuando como
INTER-RELAÇÃO
suporte às ações previstas em todos os programas, bem como proporcionando a divulgação das ações ambientais associadas ao empreendimento.
RECURSOS Recursos materiais (infraestrutura para minicursos, multimídia, transporte, material didático, panfletos, divulgação em rádio local e mídias digitais), e humano
NECESSÁRIOS (coordenador responsável pela supervisão e especialistas responsáveis pela execução das ações).
Estabelecer e manter um canal de comunicação eficaz e permanente entre o empreendedor e as comunidades afetadas pelo empreendimento; Fornecer subsídios aos
demais Programas Ambientais; Divulgar, continuamente, as vagas de emprego ofertadas pelo empreendimento, os impactos ambientais e as medidas de mitigação,
bem outras informações pertinentes; Identificar e compreender as peculiaridades do público-alvo externo, com o intuito de planejar as ações que serão desenvolvidas
METAS no âmbito do Programa; Mapear, antes do início das obras de construção, a infraestrutura e canais de comunicação disponíveis nas comunidades para o pleno
desenvolvimento do Programa; Elaborar e distribuir, na fase de implantação do empreendimento, materiais ilustrados que facilitem o entendimento dos públicos-alvo
acerca da segurança e o bem-estar da população e dos trabalhadores; Auxiliar o empreendedor na divulgação dos códigos, políticas e procedimentos internos junto aos
trabalhadores, principalmente os tópicos que se referem à relação desse público com o externo;
INDICADORES DE Quantidade de informativos/folders distribuídos; Número de registros realizados através da Ouvidoria, segregados por tipologia ou natureza das demandas; Quantidade
DESEMPENHO de veiculações em mídias locais; Total de participantes dos workshops; Percentual de atividades executadas.

335
11.12 Programa de saúde e proteção do trabalhador

SOCIAL Nº 12 PROGRAMA DE SAÚDE E PROTEÇÃO DO TRABALHADOR


O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador é essencial para garantir a integridade física e o bem-estar dos trabalhadores envolvidos nas atividades de implantação
INTRODUÇÃO do empreendimento. Além de ser uma obrigação legal, a implementação de medidas de segurança e saúde no ambiente de trabalho contribui para a criação de um
ambiente laboral mais seguro, produtivo e ético, fortalecendo a imagem da empresa e protegendo tanto os trabalhadores quanto a comunidade circunvizinha.
A justificativa para a implementação do Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador baseia-se em diversos fatores: Proteção da saúde e integridade dos
trabalhadores; Cumprimento das normas e regulamentos de segurança; Prevenção de acidentes e doenças ocupacionais; Melhoria da imagem corporativa e reputação;
JUSTIFICATIVA
Responsabilidade social e ética empresarial; Ambiente de trabalho mais seguro e produtivo; Redução de custos com afastamentos e processos legais; Promoção da
qualidade de vida dos trabalhadores; Minimização de impactos negativos na comunidade; Atendimento às expectativas dos órgãos reguladores.
O Programa visa acompanhar a aplicação das normas de segurança e saúde no trabalho em conformidade com a legislação vigente, com foco na prevenção de impactos
negativos na saúde e segurança da população local e dos trabalhadores. Os objetivos específicos incluem promover educação e capacitação sobre o uso de
OBJETIVOS
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), operação de equipamentos eletrificados e outros aspectos, além de estabelecer avaliações e monitoramento regulares das
condições de segurança e saúde dos trabalhadores.
GRUPO ALVO Social
FASE Implantação
CARÁTER Preventivo; Mitigador
A execução deste Programa, no que se refere às medidas de proteção aos trabalhadores, deverá ser feita pela(s) empresa(s) responsável(eis) pelas obras de implantação
AGENTES
do empreendimento. O acompanhamento, fiscalização e monitoramento deverá ser conduzido pela gerência ambiental do empreendedor, em interface também com
EXECUTORES
as equipes de Comunicação Social e Educação Ambiental.
PERÍODO Longo Prazo
Decreto-Lei nº5.452: Aprova as Consolidações das Leis do Trabalho; Lei Federal nº8.212: Dispõe sobre a Organização da Seguridade Social, Institui Plano de Custeio e
dá outras providências; Lei Federal nº8.213: Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá Outras Providências; Lei Federal nª6.514: Altera o Capítulo
V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho e dá outras Providências; Decreto Federal nº7.602: Dispõe sobre a
Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST; Portaria nº3.214: Aprova as NRs - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas
à Segurança e Medicina do Trabalho; NR 1: Disposições Gerais; NR 2: Inspeção Prévia; NR 3: Embargo ou Interdição; NR 4: Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho; NR 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; NR 6: Equipamentos de Proteção Individual – EPI; NR 7: Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional; NR 8: Edificações; NR 9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; NR 10: Segurança em Instalações e Serviços de
Eletricidade; NR 11: Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais; NR 12: Máquinas e Equipamentos; NR 15: Atividades e Operações Insalubres;
REQUISITOS
NR 16: Atividades e Operações Perigosas; NR 17: Ergonomia; NR 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR 20: Líquidos Combustíveis
LEGAIS
e Inflamáveis; NR 21: Trabalho à Céu Aberto; NR 23: Proteção Contra Incêndios; NR 24: Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NR 25: Resíduos
Industriais; NR 26: Sinalização de Segurança; NR 28: Fiscalização e Penalidades; NR 35: Trabalho em Altura; Manual de Segurança e Saúde no Trabalho: Indústria da
Construção Civil – Edificações; Norma de Higiene Ocupacional - NHO 01: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído; NHO 06: Avaliação da Exposição Ocupacional ao
Calor; NHO 08: Coleta de Material Particulado Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho; NBR 7.195: Cores para Segurança; NBR 14.280: Cadastro de Acidente do
Trabalho - Procedimento e Classificação; NBR 18.801: Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – Requisitos; NBR 7.678: Segurança na execução de obras
e serviços de construção; NBS OHSAS 18.001: Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – Requisitos; Resolução CONAMA 03: Dispõe sobre padrões de
qualidade do ar, previstos no PRONAR. As normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, que estabelecem o campo de aplicação da segurança
e saúde no trabalho fundamentado na Consolidação das Leis trabalhistas – CLT.
Este programa abrange todas as fases de implantação do empreendimento e requer a colaboração das empresas terceirizadas responsáveis pelas obras do Complexo
Fotovoltaico Canela. As medidas de segurança, integridade física e saúde dos trabalhadores devem ser implementadas em conformidade com a legislação trabalhista,
METODOLOGIA E incluindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as Normas Regulamentadoras (NRs) de Segurança e Medicina do Trabalho.
DESCRIÇÃO As estratégias metodológicas para cumprir os objetivos deste programa incluem a vigilância epidemiológica, comunicação de casos detectados às autoridades de saúde,
supervisão das ações de saúde dos trabalhadores pela empreiteira, estímulo à promoção da saúde, parcerias com serviços públicos para vigilância epidemiológica e
prevenção, divulgação de informações de saúde e educação ambiental, criação de ambientes de trabalho saudáveis, e foco na promoção de saúde em colaboração com
o Programa de Comunicação Social e Educação Ambiental.
O Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador apresenta interface operacional direta com as medidas que serão adotadas nos seguintes Programas, em especial:
INTER-RELAÇÃO
Programa de Comunicação Social; Programa de Sinalização das Obras e Programa de Educação Ambiental.
RECURSOS Recurso humano (equipe de coordenação e fiscalização das ações necessárias à execução do programa), recurso material (cartilhas informativas, planos de saúde)
NECESSÁRIOS
As metas do Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador incluem estabelecer convênios para assistência à saúde dos trabalhadores, assegurar que empresas
terceirizadas apresentem o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) durante o processo de contratação, apoiar e monitorar o cumprimento do
METAS PCMSO de acordo com a Norma Reguladora 07 do Ministério do Trabalho, realizar ações de prevenção de doenças endêmicas e sexualmente transmissíveis, criar e
implementar um Programa de Abordagem e Prevenção de Acidentes dos Trabalhadores, conduzir reuniões semanais de prevenção de acidentes (DDS e DSS), instalar
sinalizações informativas e de alerta, e oferecer treinamentos para desenvolvimento de atividades trabalhistas e prevenção de acidentes.
Estatística de acidentes envolvendo veículos da obra; Número de reclamações dos moradores da ADA e AID, bem como dos trabalhadores da obra, acerca da segurança
no ambiente de trabalho; Número de ações de prevenção a doenças endêmicas e sexualmente transmissíveis; Número de DDS previstos a serem realizados
INDICADORES DE
mensalmente versus o número executado; Número de colaboradores admitidos mensalmente versus número de colaboradores participantes das integrações e
DESEMPENHO
treinamentos; Número de inspeções de Segurança do Trabalho; Número de registros de quase acidente e/ou situações de risco com ações corretivas implementadas,
acompanhadas da Taxa de Frequência (TF) e Taxa de Gravidade (TG) de ocorrências.

336
11.13 Programa de Capacitação, Contratação e Desmobilização de Mão de Obra

SOCIAL Nº 13 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, CONTRATAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA


O programa de capacitação e contratação de mão de obra desempenha um papel crucial no contexto do empreendimento, visando à mobilização e qualificação da força
de trabalho local/regional. Este programa não apenas contribui para as atividades de implantação bem-sucedida do projeto, mas também desempenha um papel
INTRODUÇÃO fundamental na melhoria da qualificação profissional da população e no aumento das oportunidades de emprego na região. Ao estabelecer mecanismos eficazes de
planejamento, seleção e capacitação, o programa busca alcançar uma sinergia entre as necessidades do empreendimento e o potencial da mão de obra local, garantindo
o desenvolvimento sustentável tanto do projeto quanto das comunidades envolvidas.
Tendo em vista a política do empreendedor e boas práticas do licenciamento, a mão de obra a ser contratada nas diferentes etapas do empreendimento deverá ser
recrutada preferencialmente nos municípios da AII, de forma a internalizar e potencializar os efeitos positivos da geração de empregos na área em que ele se insere.
JUSTIFICATIVA Justifica-se, portanto, a implantação de mecanismos que disciplinem o recrutamento e a capacitação de trabalhadores da região do empreendimento, em atendimento
ao objetivo de maximizar as oportunidades de absorção de mão de obra local, o que aumentará a renda da população, possibilitando reflexos na cadeia produtiva como
um todo e benefícios socioeconômicos indiretos na sociedade.
O Programa visa mobilizar, contratar e capacitar a mão de obra local/regional para as atividades da implantação do empreendimento, melhorando a qualificação e
OBJETIVOS oportunidades de emprego na área. Objetivos adicionais incluem planejar e executar a capacitação, cadastrar e selecionar a mão de obra local, avaliar necessidades de
qualificação, e criar condições para aproveitar a mão de obra local de forma eficaz.
GRUPO ALVO Social
FASE Implantação
CARÁTER Potencializador; Preventivo; Compensatório.
AGENTES Empresa responsável pela execução das obras que será responsável pelo estabelecimento de parcerias junto a instituições de mobilização capacitação de mão de obra,
EXECUTORES sob supervisão da equipe de gerência ambiental e do meio socioeconômico do empreendedor, e em interface com a equipe de Comunicação Social.
PERÍODO Médio Prazo
Declaração Universal dos Direitos Humanos, art. 23; Constituição da República Federativa do Brasil, art. 6 ao 11; Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Decreto-Lei
REQUISITOS
Federal nº 5.452, de 1º de maio de 1943; Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, que aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da CLT,
LEGAIS
relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
São estabelecidas diretrizes gerais e específicas para garantir e otimizar o uso da mão de obra local e regional. As empresas envolvidas na implantação do empreendimento
são responsáveis por estabelecer parcerias com instituições locais para esse fim. As diretrizes incluem estratégias de divulgação das oportunidades, cadastro da mão de
obra disponível e realização de cursos de capacitação para as funções requeridas nas obras de implantação. A metodologia leva em conta a presença de entidades de
qualificação regional e instituições para o desenvolvimento econômico local. As funções de encarregado, servente, pedreiro, armador, montador, motorista de veículos
pesados e operador de máquinas são destacadas como potenciais para recrutamento e qualificação local. O programa segue etapas definidas para garantir a ordem e
sucesso do processo de mobilização.
- Envolvimento com instituições relacionadas à capacitação, qualificação e recrutamento de mão de obra: A atividade inicial envolve o mapeamento de entidades locais,
públicas ou privadas, para estabelecer parcerias que promovam o desenvolvimento eficaz do Programa de Capacitação e Contratação de Mão de Obra. Essas parcerias
compartilharão atividades como divulgação, cadastramento, seleção e encaminhamento da mão de obra, podendo incluir colaboração com outros órgãos regionais se
necessário. Além disso, serão promovidos cursos de qualificação profissional em parceria com instituições formadoras de mão de obra. A comunicação constante com as
prefeituras municipais assegurará apoio contínuo ao programa. Para garantir a mobilização oportuna da mão de obra de acordo com o cronograma, é recomendado
estabelecer contato com as entidades capacitadoras com antecedência suficiente.
- Divulgação: O Programa de Comunicação Social será utilizado para divulgar as vagas de trabalho por meio dos canais de comunicação disponíveis na área do projeto. O
METODOLOGIA responsável por esse programa deverá promover a divulgação das vagas e indicar o local de cadastramento para os trabalhadores interessados. Para evitar expectativas
E DESCRIÇÃO excessivas e o aumento repentino de pessoas na região, é aconselhável iniciar a divulgação das vagas um mês antes do início efetivo das obras.
- Cadastramento: O cadastramento dos candidatos às vagas disponíveis envolve o preenchimento de uma ficha de inscrição, que requer informações essenciais, como
nome completo, endereço, documentação pessoal (RG, carteira de trabalho, PIS, CPF), nível de escolaridade, profissão atual, função desejada e tempo de experiência na
função indicada. O cadastramento também considera a inclusão de pessoas com deficiência, de acordo com o Decreto Federal n° 3.298/1999. É recomendado que essa
atividade seja iniciada no mês anterior ao início das obras, com candidatos sendo informados sobre oportunidades de especialização, a natureza temporária dos empregos
e as condições de trabalho.
- Formalização do Processo de Recrutamento e Seleção: A incorporação de mão de obra seguirá um processo gradual, conforme indicado no histograma do projeto. O
recrutamento e seleção serão formalizados a tempo para contratações iniciais das obras, com a criação de um cadastro de candidatos, dando prioridade aos residentes
na região do projeto. Isso busca maximizar a contratação de mão de obra local e garantir que o processo esteja alinhado com o cronograma das fases iniciais das obras.
- Treinamento: O programa de capacitação visa proporcionar treinamento contínuo aos trabalhadores de acordo com as demandas do empreendedor/empreiteira. Os
cursos serão ministrados de acordo com a oferta de vagas requeridas, com responsabilidades definidas para os instrutores e a empresa executora. O empreendedor é
responsável por fornecer documentação, mobilizar participantes, prover infraestrutura e confirmar os treinamentos. Após a capacitação, a lista dos trabalhadores
treinados será enviada às empreiteiras/subcontratadas para seleção. Os treinamentos serão realizados ao longo do primeiro semestre de implantação, alinhados com o
cronograma das obras e antes do período de pico.
As ações previstas nesse Programa deverão, obrigatoriamente, estar vinculadas ao Programa de Comunicação Social, o qual dará suporte a todas as ações de interação
INTER-RELAÇÃO
entre o empreendedor, as prefeituras, entidades e a comunidade local.
RECURSOS Recursos materiais (material de divulgação de vagas de emprego em ambiente local e em mídias digitais), e humano (coordenador responsável pela supervisão e equipe
NECESSÁRIOS responsável por divulgação, contratação e treinamento de funcionários).
Priorizar a contratação de moradores das áreas de estudo local e regional do empreendimento para atuar na sua fase de implantação, admitindo-se o maior número
METAS possível de pessoas da região, desde que atenda aos critérios detalhados neste Programa; Indicar trabalhadores que desempenharam satisfatoriamente suas atividades
para outras frentes de trabalhos que, eventualmente estejam se instalando na região no período de desmobilização da mão de obra.
INDICADORES Número de pessoas capacitadas por meio dos cursos ofertados pelo empreendimento e que foram admitidas pelas empresas envolvidas em suas obras de construção;
DE Número de currículos recebidos; Número de trabalhadores contratados residentes das áreas de estudo do empreendimento; Percentual de trabalhadores oriundos das
DESEMPENHO áreas de estudo atuantes no empreendimento.

337
11.14 Programa de educação ambiental

SOCIAL Nº 14 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


O Programa de educação ambiental está inserido no contexto da implantação e operação do Complexo Solar Fotovoltaico, onde serão registradas alterações ambientais,
negativas e positivas, na área de estudo do empreendimento. Neste sentido, se faz necessária a aplicação de uma série de medidas voltadas à mitigação das interferências
INTRODUÇÃO
negativas e potencialização das positivas, a partir da disseminação de debates, discussões e reflexões a respeito da relação com o meio ambiente, nas diferentes áreas
de estudo do empreendimento. Trata-se de um processo de formação e informação ambiental baseado no conceito de Educação Ambiental.
A justificativa para a implantação do programa de educação ambiental no projeto da UFV Canela é fundamentada na importância de promover conscientização,
JUSTIFICATIVA engajamento e responsabilidade ambiental tanto entre os envolvidos no projeto quanto nas comunidades locais afetadas. O programa de educação ambiental visa mitigar
os impactos ambientais, fornecendo informações sobre os benefícios da energia renovável, as medidas de mitigação adotadas e incentivando práticas sustentáveis.
O programa de educação ambiental tem como objetivos conscientizar as partes envolvidas no projeto, engajar a comunidade, comunicar ações de mitigação, incentivar
práticas sustentáveis, promover o desenvolvimento local e construir uma relação positiva com a população. Através desse programa o empreendedor busca compartilhar
OBJETIVOS
informações, esclarecer dúvidas, demonstrar compromisso ambiental, capacitar e gerar aceitação, visando criar uma cultura de conscientização ambiental e
sustentabilidade duradoura.
GRUPO ALVO Social.
FASE Prévia, implantação e operação.
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Compensatório.
AGENTES Empreendedor, com equipe de profissionais experientes em educação social e ambiental.
EXECUTORES
PERÍODO Longo Prazo.
Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999: Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências; Resolução
CONAMA N° 422, de 23 de março de 2010, que estabelece diretrizes para as campanhas, ações e projetos de Educação Ambiental, conforme Lei n° 9.795, e dá outras
REQUISITOS
providências; Instrução Normativa Nº 2, de 27 de março de 2012: dispõe sobre as bases técnicas para programas de educação ambiental apresentados como medidas
LEGAIS
mitigadoras ou compensatórias, em cumprimento às condicionantes das licenças ambientais emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA.
Em consonância à Instrução Normativa IBAMA nº 02, de 27 de março de 2012, que dispõe sobre as bases técnicas para programas de educação ambiental apresentados
como medidas mitigadoras ou compensatórias de empreendimentos sob licenciamento ambiental federal, o presente Programa de Educação Ambiental é estruturado
em dois componentes – Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT) e Programa de Educação Ambiental direcionado aos grupos sociais da área de estudo.
Desse modo, apresentam-se os marcos metodológicos, bem como ações e atividades previstas para cada um destes componentes:
1) Componente I: Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT): O PEAT caracteriza-se pelo conjunto de ações que ocorrerão durante toda a fase de
implantação e operação do empreendimento que deverá contemplar quatro linhas básicas de ação, sendo elas: capacitação, diálogo permante, comunicação e
campanhas educativas. As atividades previstas para o PEAT no âmbito do licenciamento ambiental do Complexo Fotovoltaivo Canela são:
- Treinamento Introdutório para os trabalhadores: O treinamento introdutório tem o propósito de apresentar conceitos ambientais básicos, impactos do
empreendimento, riscos no trabalho e ações de mitigação. Visa ampliar a visão ambiental dos funcionários e incentivar consciência crítica e ações pró-ambientais. O
treinamento será organizado considerando a quantidade de funcionários, com treinamentos em grupo inicialmente e, se necessário, individualmente ou em pequenos
grupos devido à rotatividade. Temas incluem características socioambientais da região, impacto ambiental, medidas mitigadoras, consequências dos impactos, ética,
riscos, normas de segurança e saúde. Serão usados exemplos cotidianos para ensinar boas práticas ambientais e sociais aos trabalhadores.
- Diálogos Permanentes: Os diálogos permanentes constituem ações educativas que visam à troca de informações entre os trabalhadores no ambiente de trabalho. Esses
diálogos podem ocorrer durante o Diálogo Semanal de Segurança (DSS), onde conceitos ecológicos básicos, práticas de conservação e a relevância do empreendimento
na região são discutidos. A intenção é integrar as atividades laborais com questões ambientais, promovendo reflexões contínuas nas frentes de obra. Tópicos a serem
abordados nos DSS incluem aspectos bióticos e físicos da região (fauna, flora, habitats), gestão de resíduos sólidos, geração e destinação de resíduos, efluentes e seu
tratamento, poluição e suas medidas de controle, alterações nos recursos naturais causadas pelo empreendimento e medidas de mitigação.
- Materiais e Campanhas Educativas: Serão criados materiais educativos e informativos como manuais, cartilhas, cartazes e painéis para os funcionários do Complexo
Fotovoltaico Canela. Esses materiais abordarão diversos temas relacionados à preservação ambiental, tanto dentro quanto nos arredores do empreendimento. Eles serão
direcionados para os funcionários diretos e indiretos e enfocarão práticas que contribuem para a conservação ambiental nas atividades do parque. Essas peças de
comunicação serão exibidas em locais de alto tráfego para garantir que as informações estejam acessíveis a todos os funcionários. Serão realizadas campanhas educativas
por meio de palestras de 50 minutos cada, trimestralmente na fase de implantação do empreendimento e semestralmente na fase de operação. Essas campanhas visam
promover conhecimento e conscientização em diversas áreas, alinhando práticas ambientais e de segurança, assim como abordando temas de saúde e convivência.

METODOLOGIA 2) Componente II: Programa de Educação Ambiental direcionado aos grupos sociais da área de estudo: O Plano de Educação Ambiental (PEA) abrangerá estratégias de
E DESCRIÇÃO informação, educação, conservação e qualidade de vida para comunidades locais, utilizando oficinas, campanhas educativas, atividades lúdicas, cursos e
treinamentos. O Componente II do PEA se divide em dois módulos, conforme elencados a seguir:
a. Módulo I: Educação Ambiental para o corpo docente das Escolas Públicas da AID:
- Capacitação de professores: A capacitação de professores ocorrerá por meio de oficinas em escolas públicas na Área de Influência Direta (AID) ou localidades próximas.
O objetivo é formar multiplicadores com uma compreensão crítica dos problemas ambientais e a internalização de conceitos éticos e culturais, permitindo que a educação
ambiental seja contínua. Os tópicos do curso incluem legislação ambiental, metodologia de ensino em educação ambiental, abordagem multidisciplinar, Agenda 21,
fundamentos teóricos e históricos, democratização da educação ambiental, licenciamento ambiental e programas do empreendimento. A educação ambiental será
integrada como tema transversal, permeando disciplinas escolares e apoiada por bibliografias, vídeos e material didático.
- Oficinas e atividades lúdicas: é proposto a realização de 03 eventos anuais direcionados ao corpo docente, incluindo oficinas, atividades lúdicas, concursos de frases e
desenhos, vídeos, etc. Os temas abordados serão escolhidos com base nos resultados do Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP) e Leitura da Paisagem, realizados
nas atividades de capacitação. As atividades serão organizadas em colaboração com as Secretarias Municipais de Educação e as diretorias das escolas, incluindo a definição
de cronograma e seleção de temas.
b. Módulo II: Educação Ambiental para o corpo docente das Escolas Públicas da AID:
- Diagnóstico socioambiental participativo: O Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP) é um instrumento que visa mobilizar e empoderar grupos sociais afetados
pelo empreendimento. Ele busca construir uma visão coletiva da realidade local, identificar potencialidades, problemas e recomendações para lidar com os impactos
socioambientais do projeto. O DSP utiliza técnicas participativas para envolver diferentes grupos da área de influência, permitindo uma abordagem democrática no
diagnóstico. Seu objetivo principal é fortalecer esses grupos para que possam desempenhar um papel protagonista na gestão ambiental pública. O DSP busca identificar
problemas ambientais, lideranças locais, instituições parceiras, pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças para o desenvolvimento sustentável das comunidades.
As informações obtidas orientarão as ações do Programa de Educação Ambiental, garantindo que este esteja alinhado com a realidade local e os resultados do diagnóstico.
- Atividades e oficinas de educação ambiental: As atividades de educação ambiental para os moradores da Área de Influência Direta (AID) serão realizadas por meio de
oficinas trimestrais, iniciando após a concessão da Licença de Implantação (LI). Essas oficinas terão a participação de um grupo de multiplicadores com até 25 pessoas e
abordarão temas relacionados aos impactos da implantação do empreendimento e questões ambientais locais identificadas no Diagnóstico Socioambiental Participativo
(DSP). Cada oficina terá até 90 minutos de duração e utilizará linguagem simples, ilustrações como vídeos, slides e cartilhas para facilitar a compreensão dos temas.
- Materiais educativos: O Componente II do Plano de Educação Ambiental (PEA) envolve a criação de materiais educativos como manuais, cartilhas e cartazes alinhados
com informações do Diagnóstico Socioambiental Participativo (DSP). Esses recursos abordam temas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável para as

338
SOCIAL Nº 14 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
comunidades. O monitoramento contínuo das atividades será realizado, permitindo ajustes com base em registros fotográficos e formulários de avaliação. Isso contribuirá
para aprimoramentos e será refletido nos relatórios de acompanhamento do programa.

O Programa de Educação Ambiental possui interface com todos os Programas Ambientais a serem desenvolvidos durante a implantação do empreendimento, com
INTER-RELAÇÃO destaque, em termos de operacionalização, para os programas do meio socioeconômico, como o Programa de Comunicação Social e Programa de Proteção do
Trabalhador.
RECURSOS Recursos materiais (infraestrutura para minicursos, multimídia, transporte, material didático, panfletos, e mídias digitais), e humano (coordenador responsável pela
NECESSÁRIOS supervisão e especialistas responsáveis pela execução das ações).
Realizar o Diagnóstico Participativo; Estabelecer Parceria com instituições locais; Envolver escolas da AID, em especial àquelas ligadas às comunidades da AID; Proporcionar
participação das comunidades e trabalhadores do empreendimento nas ações previstas; Informar e sensibilizar os funcionários com relação à conservação dos recursos
METAS naturais, com especial atenção às questões relativas à fauna e flora; Esclarecer os públicos-alvo quanto aos impactos ambientais gerados em cada fase de implantação
do empreendimento e as respectivas ações de recuperação/compensação ambiental que serão adotadas; Promover a capacitação de educadores, bem como de outros
formadores de opinião existentes na localidade, a fim de atuarem como agentes multiplicadores na difusão de informações relacionadas à educação ambiental.
INDICADORES Número de moradores das comunidades da AID participantes das ações; Número de instituições municipais participantes das ações; Percentual de material educativo e
DE informativo distribuído com relação ao quantitativo elaborado; Número de escolas e entidades beneficiadas com as atividades educativas; Quantitativo de trabalhadores
DESEMPENHO participantes das ações; Grau de Satisfação dos participantes das ações; Número de registros de infrações de natureza ambiental; Número de multiplicadores capacitados.

11.15 Programa de Sinalização de estradas, acessos e estruturas

SOCIAL Nº 15 PROGRAMA DE SINALIZAÇÃO DE ESTRADAS, ACESSOS E ESTRUTURAS


Este programa trata das diretrizes e medidas preventivas que garantam a organização do tráfego interno e externo ao empreendimento, minimizando riscos, transtornos
e impactos à população local durante todas as fases de implementação do projeto. Com foco na otimização de trajetos, segurança dos trabalhadores e comunidades
INTRODUÇÃO
vizinhas, bem como na conformidade com as regulamentações, essa iniciativa desempenha um papel crucial na gestão eficaz dos acessos e tráfego no entorno do parque
fotovoltaico.
A implantação de um programa de sinalização e acessos em um parque fotovoltaico é justificada pelos seguintes fatores: Segurança Viária e Pública: Garantia da
integridade física de trabalhadores, comunidades locais e usuários das vias próximas; Ordenação do Tráfego: Otimização dos fluxos de tráfego para evitar
congestionamentos e facilitar a circulação; Cumprimento de Normas: Atendimento aos requisitos legais e regulatórios de trânsito e segurança; Minimização de
JUSTIFICATIVA
Transtornos: Redução de incômodos como aumento do tráfego e ruídos para as comunidades vizinhas; Transparência e Participação Pública: Compromisso com a
segurança das comunidades e envolvimento público nas decisões; Prevenção de Impactos Ambientais: Consideração de medidas para minimizar impactos ambientais
negativos.; Eficiência Operacional: Facilitação do tráfego de veículos e equipamentos, contribuindo para a operação eficiente do parque.
O Programa de Controle de Tráfego e Segurança tem como propósito coordenar a implementação de medidas preventivas e de gestão de tráfego durante a fase de
implantação do Complexo fotovoltaico Canela. Suas metas incluem a instalação de sinalização adequada nas vias de acesso, tanto para direcionar os trabalhadores quanto
OBJETIVOS
para assegurar a segurança da população local. Além disso, o programa busca adaptar vias existentes e comunicar de forma eficiente as alterações no fluxo de tráfego
aos usuários das estradas envolvidas, visando a minimização de riscos e transtornos ao longo das obras.
GRUPO ALVO Social.
FASE Implantação.
CARÁTER Preventivo; Mitigador.
AGENTES Construtora contratada para obras; Empreendedor.
EXECUTORES
PERÍODO Longo Prazo
REQUISITOS Todas as ações e medidas a serem executadas por meio deste Programa deverão seguir as diretrizes técnicas dos órgãos responsáveis pela infraestrutura viária
LEGAIS
A metodologia adotada para a execução do programa de sinalização de estradas, acessos e estruturas no Complexo Fotovoltaico Canela é fundamentalmente preventiva,
concentrando-se em ações que minimizem riscos e inconvenientes para a população local durante a fase de implantação. As etapas envolvem a confirmação detalhada
METODOLOGIA das vias de acesso, a instalação de sinalização adequada, a adaptação de acessos e entroncamentos, e a restrição do acesso a áreas de obras. A instalação de sinalização
E DESCRIÇÃO adequada será implantada através de Sinalização de Regulamentação, de Advertência, Educativa e Indicativa. Ressalta-se que para a efetivação da instalação das placas
deverão ser seguidas as orientações dos órgão responsáveis.

INTER-RELAÇÃO Este programa deverá ter relação direta com o Programa de Comunicação Social e o Programa de Educação Ambiental;
RECURSOS Recurso Material (placas de sinalização, material didático de alerta e sinalização), recurso humano (coordenador de execução e fiscalização do programa).
NECESSÁRIOS
As metas estabelecidas neste plano visam: Organizar a circulação tanto nas áreas internas como externas do empreendimento, promovendo uma gestão eficiente de
trajetos e horários para evitar riscos e reduzir interferências no tráfego; Minimizar os incômodos e transtornos causados pelo aumento do fluxo de tráfego durante a fase
de implantação do empreendimento; Implementar e utilizar canais de comunicação e participação pública para tratar das interferências das obras nos sistemas viários e
METAS
de tráfego, envolvendo a comunidade; Garantir a conformidade legal e evitar penalidades, notificando qualquer não conformidade legal ou multa relacionada às medidas
de controle de tráfego implantadas; Prevenir a ocorrência de acidentes resultantes das obras de implantação, com o objetivo de manter um ambiente seguro ao longo
de todo o período de execução.
INDICADORES Estatística de acidentes envolvendo veículos da obra; Número de reclamações associadas ao tráfego de veículos e adequação das medidas implantadas; Consolidação dos
DE dados do monitoramento do tráfego; Número de placas de sinalização e advertência instaladas; Quantidade de vias adequadas em relação ao total de vias existentes na
DESEMPENHO área de influência do empreendimento.

339
11.16 Programa de Gestão Ambiental

SOCIAL Nº 16 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL


A implantação de um Plano de Gestão Ambiental (PGA) em um parque fotovoltaico é uma abordagem essencial para assegurar a integração eficaz das atividades do
empreendimento com a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades circunvizinhas. O PGA é um instrumento estratégico que visa minimizar os impactos
INTRODUÇÃO
ambientais e sociais associados à implantação e operação do parque fotovoltaico, estabelecendo diretrizes e ações específicas para mitigação, controle e monitoramento
dos potenciais efeitos adversos
A implementação de um Plano de Gestão Ambiental (PGA) em um parque fotovoltaico é justificada pela necessidade de minimizar os impactos ambientais, atender à
legislação, promover o desenvolvimento sustentável, engajar as comunidades locais, evitar riscos e passivos futuros, melhorar a imagem corporativa, otimizar a eficiência
JUSTIFICATIVA
operacional, prevenir conflitos, garantir licenciamentos e autorizações, e contribuir para a qualidade de vida. O PGA é um instrumento que integra ações estratégicas
para proteção ambiental e responsabilidade social, maximizando os benefícios do empreendimento.
O Plano de Gestão Ambiental (PGA) tem como propósito garantir o planejamento e execução de medidas de controle e redução dos impactos ambientais e sociais
associados ao Complexo Fotovoltaico Canela durante toda sua operação. Entre os objetivos específicos do PGA, destacam-se:
Política Socioambiental: Estabelecer uma política abrangente que defina os princípios e objetivos ambientais e sociais, orientando o projeto para alcançar um desempenho
sólido nesses aspectos; Identificação de Riscos e Impactos: Desenvolver e manter um processo para identificar os riscos e impactos ambientais e sociais relacionados ao
OBJETIVOS
empreendimento; Gestão Responsável: Gerenciar as atividades da empresa em relação a políticas, diretrizes e programas ambientais, bem como assegurar a saúde e
segurança dos trabalhadores; Monitoramento de Impactos: Avaliar os impactos ambientais e medir os resultados das ações de controle ambiental implementadas;
Melhoria Contínua: Promover otimização de ganhos ambientais ao propor melhorias nos processos e metas para avanços contínuos; O PGA visa, portanto, integrar
aspectos socioambientais ao projeto, garantindo sua operação responsável e sustentável.
GRUPO ALVO Social.
FASE Prévia, implantação e operação.
CARÁTER Preventivo; Mitigador; Compensatório.
AGENTES O encarregado pela implementação e execução do Plano de Gestão Ambiental (PGA) é o empreendedor, que deverá constituir uma equipe dedicada composta por
EXECUTORES especialistas em gestão de projetos e gestão ambiental.
PERÍODO Longo prazo.
Durante a implantação e operação do Complexo Fotovoltaico Canela deverá ser procedida a atualização mensal da legislação ambiental aplicável ao empreendimento,
considerando as distintas esferas de governo (municipal, estadual e federal). Entre as principais legislações relativas ao licenciamento ambiental do empreendimento em
estudo cabem ser destacadas as seguintes Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA):
Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986: “define impacto ambiental e estabelece critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental
REQUISITOS
(alterada pelas Resoluções CONAMA nº 011/1986 e nº 237/1997)”;
LEGAIS
Resolução CONAMA n° 237, de 19 de dezembro de 1997: “dispõe sobre licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; listagem de atividades
sujeitas ao licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental”;
Resolução CONAMA nº 462, de 24 de julho de 2014: “Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia elétrica a
partir de fonte eólica em superfície terrestre, altera o art. 1º da Resolução CONAMA n.º 279, de 27 de julho de 2001, e dá outras providências”.
Abrangência: O PGA abrangerá a Área Diretamente Afetada e Área de Influência Direta (AID) do Complexo Fotovoltaico Canela, compreendendo as áreas onde estão
localizadas as estruturas do Empreendimento bem como as áreas nas quais há repercussões de seus impactos diretos e indiretos.
Materiais e Métodos: A metodologia de implantação do Plano de Gestão Ambiental (PGA) seguirá um conjunto de etapas estruturadas para garantir a eficácia na gestão
dos impactos ambientais e sociais ao longo do ciclo de vida do empreendimento. As principais etapas são:
Análise Preliminar e Planejamento: Inicialmente, é feita uma análise detalhada dos requisitos legais, das características do empreendimento e do ambiente circundante.
Com base nessa análise, é desenvolvido um planejamento estratégico que define as ações, metas e responsabilidades para cada programa ambiental.
Estruturação da Equipe: Montagem de uma equipe multidisciplinar de especialistas em gestão ambiental, engenharia, biologia, sociologia, entre outras áreas, para lidar
com os aspectos ambientais e sociais do projeto. Essa equipe será responsável por coordenar e implementar as ações do PGA.
Identificação de Impactos e Riscos: Realização de estudos detalhados para identificar os impactos ambientais e sociais potenciais associados à construção e operação do
METODOLOGIA parque fotovoltaico. Avaliação dos riscos e definição das estratégias de controle e mitigação.
E DESCRIÇÃO Definição dos Programas Ambientais: Com base na identificação de impactos, são definidos os Programas Ambientais específicos, cada um com suas ações, metas,
cronogramas e responsáveis. Esses programas podem abordar temas como manejo de vegetação, gestão de resíduos, monitoramento da qualidade da água, entre outros.
Execução das Ações: Implementação das ações definidas nos Programas Ambientais. Isso pode incluir medidas de controle, monitoramento contínuo de impactos e
realização de atividades de engajamento com a comunidade local.
Monitoramento e Avaliação: Monitoramento constante para verificar se as ações estão sendo executadas conforme o planejado e se os objetivos estão sendo alcançados.
Avaliação periódica dos resultados e, se necessário, ajuste das ações para garantir a eficácia do PGA.
Relatórios e Comunicação: Elaboração de relatórios regulares que documentam o progresso, resultados alcançados e eventuais desafios enfrentados durante a
implementação do PGA. Comunicação transparente com as partes interessadas, incluindo autoridades ambientais, comunidades locais e outros stakeholders.
Aperfeiçoamento Contínuo: O processo de implantação do PGA deve ser flexível e adaptável. Com base nas lições aprendidas e nos resultados obtidos, o plano pode ser
revisado e aprimorado ao longo do tempo para atender às necessidades emergentes.
O PGA está intrinsecamente interligado com todos os programas ambientais apresentados neste Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Este programa desempenha o papel
INTER-RELAÇÃO crucial de assegurar uma interface adequada e contínua entre os diversos programas ambientais, promovendo a integração eficaz de suas ações e garantindo a
coordenação harmoniosa das atividades visando à gestão responsável e sustentável do empreendimento.
RECURSOS Recursos materiais (infraestrutura para minicursos, multimídia, transporte, material didático, panfletos, e mídias digitais), e humano (coordenador responsável pela
NECESSÁRIOS supervisão e especialistas responsáveis pela execução das ações).
O Plano de Gestão Ambiental (PGA) do Complexo Eólico Queimada Nova III tem como metas fundamentais: Garantir o cumprimento de requisitos legais e normativos,
estabelecendo como serão aplicados; Monitorar e cumprir condicionantes ambientais da licença, propondo ações necessárias; Acompanhar os Programas Ambientais,
garantindo qualidade e cumprimento dos prazos; Realizar monitoramento ambiental constante em áreas de impacto das operações; Prevenir não-conformidades e adotar
METAS
medidas para evitar problemas; Acompanhar projetos sociais e interações com comunidades e stakeholders; Fiscalizar controles de engenharia e ações ambientais pela
empreiteira; Avaliar relatórios e sistematizar resultados dos Programas Ambientais; Identificar oportunidades de melhoria nos procedimentos de gestão; Estas metas
visam promover práticas socioambientais responsáveis e sustentáveis ao longo da vida útil do empreendimento.
Número de acidentes e emergências ambientais, bem como a sua gravidade, durante a Etapa de Implantação do empreendimento, obtidos através da compilação e
análise dos relatórios completos referentes a cada uma dessas ocorrências; Número e à qualificação das não-conformidades identificadas nas inspeções de campo e nas
INDICADORES auditorias internas formais, obtidos através da compilação e análise dos relatórios de não-conformidades e ações corretivas, a serem previstos no âmbito do PGA; Número
DE e à análise do conteúdo das demandas de diferentes partes interessadas locais e regionais registradas pela Assessoria de Comunicação; Número e ao conteúdo de ações
DESEMPENHO civis públicas e/ou outros instrumentos legais que venham a incidir sobre o empreendedor em decorrência da implementação do empreendimento; Número e à gravidade
de impactos ambientais não adequadamente mitigados constantes de autos de fiscalização, ou eventualmente de autos de infração, elaborados pelos órgãos ambientais
fiscalizadores.

340
11.17 Plano de emergências ambientais

SOCIAL Nº 17 PLANO DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS


Este plano estabelece diretrizes estratégicas e operacionais para lidar com incidentes e emergências, visando minimizar danos ao meio ambiente e à comunidade
INTRODUÇÃO circundante. Através de uma abordagem proativa e bem estruturada, o Plano de Emergências Ambientais desempenha um papel crucial na garantia da segurança
ambiental e na continuidade das operações do parque fotovoltaico, ao mesmo tempo em que respeita as diretrizes legais e regulatórias.
A implantação de um Plano de Emergências Ambientais para um parque fotovoltaico é justificada pela necessidade de prevenir impactos ambientais adversos, proteger
JUSTIFICATIVA a saúde pública, atender regulamentações, demonstrar responsabilidade social e ambiental, minimizar danos financeiros, garantir a continuidade das operações,
preservar a reputação corporativa. Esse plano assegura uma resposta eficaz a situações de risco e emergência, abrangendo aspectos ambientais, sociais e de segurança.
O PEA para o Complexo Fotovoltaico Canela tem como objetivos prevenir e minimizar impactos de emergências ambientais adversas, garantir atendimento de
OBJETIVOS
procedimentos de emergência, garantir conformidade regulatória em caso de emergências, manter operações contínuas e preservar a reputação corporativa.
GRUPO ALVO Social.
FASE Implantação, Operação.
CARÁTER Preventivo; Mitigativo.
AGENTES Empreendedor.
EXECUTORES
PERÍODO Longo Prazo.
REQUISITOS NBR ISO 14001:2015 – Sistemas de Gestão Ambiental; NR – 20 em seu item 20.14.2: Programa de respostas às emergências NR-9 – Programas de Prevenção e Riscos
LEGAIS Ambientais; NR-23 – Proteção contra incêndio;
A metodologia para a implantação do Plano de Emergência Ambiental (PEA) durante a construção da UFV Canela está dividida entre as seguintes etapas: Identificação de
Riscos Ambientais: Realizar uma análise detalhada das atividades de construção e operação do parque fotovoltaico para identificar os possíveis riscos ambientais, como
vazamentos de produtos químicos, incêndios, impactos em corpos d'água, etc; Avaliação de Vulnerabilidades: Identificar áreas ambientalmente sensíveis próximas ao
parque, como corpos d'água, habitats naturais e comunidades locais, que possam ser afetados em caso de emergência; Desenvolvimento de Procedimentos de Resposta:
Elaborar procedimentos claros de resposta a emergências para cada tipo de cenário identificado, incluindo acionamento de equipes, contenção de vazamentos, evacuação
de áreas sensíveis, entre outros; Treinamento e Capacitação: Treinar a equipe de trabalho sobre os procedimentos de resposta a emergências, incluindo o uso de
METODOLOGIA equipamentos de segurança, técnicas de contenção e evacuação. Realizar simulações periódicas para testar a eficácia dos procedimentos; Comunicação e Notificação:
E DESCRIÇÃO Estabelecer canais claros de comunicação interna e externa para notificar rapidamente as partes interessadas em caso de emergência. Isso inclui colaboração com
autoridades locais, comunidades vizinhas e agências reguladoras. Recursos e Equipamentos de Emergência: Garantir que os recursos necessários para responder a
emergências, como kits de derramamento, equipamentos de contenção, e materiais de primeiros socorros, estejam disponíveis e em boas condições. Monitoramento e
Atualização: Implementar sistemas de monitoramento ambiental contínuo para detectar precocemente possíveis incidentes. O plano deve ser revisado e atualizado
regularmente para se adequar a mudanças nas atividades e riscos; Testes de Campo e Simulações: Realizar exercícios de campo e simulações de situações de emergência
para avaliar a eficácia do plano, identificar lacunas e melhorar os processos de resposta. Avaliação Pós-Emergência: Após qualquer incidente, conduzir uma avaliação pós-
emergência para identificar lições aprendidas e oportunidades de melhoria no plano e nas práticas de resposta.
Este programa está relacionado diretamente ao Programa de Gestão Ambiental, Programa de Educação Ambiental e Comunicação social, além do Programa de Segurança
INTER-RELAÇÃO
e Saúde do Trabalhador.
RECURSOS Recursos materiais para realização de cursos e treinamentos de emergência, e impressão de folhetos de procedimento a ser realizado. Recurso humano (coordenador e
NECESSÁRIOS instrutores dos cursos para treinamento da equipe de funcionários).
Prevenção e Mitigação de Riscos: Estabelecer medidas proativas para prevenir incidentes ambientais, identificando potenciais riscos e implementando ações para mitigá-
los; Resposta Rápida a Emergências: Definir procedimentos claros e treinamento para a equipe em caso de acidentes ambientais; Mapeamento de Áreas Sensíveis:
Identificar áreas sensíveis próximas ao parque fotovoltaico, como corpos d'água, habitats naturais e comunidades locais, e desenvolver estratégias específicas para
METAS proteger essas áreas em caso de emergência; Comunicação e Engajamento: Estabelecer protocolos de comunicação para informar rapidamente as partes interessadas
sobre incidentes ambientais, promovendo a transparência e colaboração com autoridades reguladoras, comunidades locais e outras partes envolvidas; Treinamento e
Simulações: Realizar treinamentos regulares com a equipe de trabalho e simulações de emergência para garantir que todos estejam preparados para responder a situações
de crise.
INDICADORES Número de incidentes registrados; Número de emergências registradas; Número de funcionários com treinamento de reação a emergências; Tempo de comunicação de
DE possíveis acidentes aos órgãos responsáveis; Porcentagem de atendimento do procedimento de emergência em caso de sinistro.
DESEMPENHO

341
12 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A compensação ambiental é um instrumento de política pública que, intervindo junto aos agentes
econômicos, proporciona a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por
determinados empreendimentos, em seus custos globais. Ou seja, é um mecanismo financeiro de
contrapartida pelos efeitos de impactos ambientais não mitigáveis.

A compensação ambiental instituída na forma do art. 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e


regulamentada pelos arts. 31 a 34 do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, é um importante
instrumento para o fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

O mecanismo de compensação ambiental não tem por objetivo compensar impactos do


empreendimento que a originou, mas sim compensar a sociedade e o meio ambiente como um todo,
pelo uso autorizado de recursos naturais por empreendimento de significativo impacto ambiental,
“assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto
ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA” (Brasil, 2000).

A compensação ambiental consiste na obrigação de apoiar a implantação ou a manutenção de


unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral ou, no caso de ser afetada ou em virtude do
interesse público, também daquelas do Grupo de Uso Sustentável, sendo que neste último caso, a
unidade de conservação beneficiária deve ser de posse e domínio públicos. No âmbito do Instituto
Chico Mendes, os procedimentos com vistas ao cumprimento das obrigações relacionadas à
compensação ambiental foram regulamentados pela Instrução Normativa nº 7, de 10 de junho de
2020.

A compensação ambiental, portanto, visa compensar parcialmente as perdas em danos ou impactos


que não haverá como mitigar, como perda de habitat, perda de biodiversidade ou perda de patrimônio
cultural ou paisagístico, fatores últimos esses que o empreendimento não afetará. O Artigo 31 ° e 36°
da lei 9985/2000 diz que:

Art 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei n° 9.985,
de 2000, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo
relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos ambientais
negativos sobre o meio ambiente.

§ 1° O impacto causado será levado em conta apenas uma vez no cálculo.

§ 2° O cálculo deverá conter os indicadores do impacto gerado pelo empreendimento e das


características do ambiente a ser impactado.

§ 3° Não serão incluídos no cálculo da compensação ambiental os investimentos referentes


aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para
mitigação de impactos, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do
empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de
seguros pessoais e reais.”

342
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto
ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo
de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar
a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de
acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei.

§ 1° O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não
pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do
empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com
o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento.

§ 2° Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a serem


beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o
empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de
conservação.

§ 3° Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de


amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido
mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada,
mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias
da compensação definida neste artigo.

§ 4° A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em virtude do interesse público,
ser cumprida em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso
Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal.

Dessa forma, devem ser obedecidas as ações prioritárias para aplicação dos recursos de compensação
ambiental, descritas no Decreto 4.340/2002, quais sejam:

I - regularização fundiária e demarcação das terras;

II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo;

III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e


proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;

IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação;

V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e


área de amortecimento.

O empreendimento em foco consta do licenciamento de um empreendimento fotovoltaico estando


este correndo de maneira sequencial pelos trâmites legais necessários ao licenciamento ambiental.
Sendo assim, a compensação ambiental ocorre por ocasião do licenciamento conforme previsto e
solicitado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí

12.1 Cálculo do valor da compensação ambiental

Para avaliação dos impactos ambientais gerados e/ou previsíveis pelo empreendimento, são utilizados
os valores atribuídos a cada impacto identificado na listagem do Check List dos impactos referentes ao
empreendimento contidos no EIA/RIMA.

343
Segundo o art. 31-A do Decreto 4.340/2002, com redação dada pelo Decreto 6.848/09, o Valor da
Compensação Ambiental (VCA) derivada do licenciamento ambiental federal deve ser calculado pelo
produto do Grau de Impacto (GI) versus o Valor de Referência (VR) (Tabela 117).

O Grau de Impacto pode atingir valores de 0 a 0,5%, de acordo com o Decreto Federal nº 6.848, de 14
de maio de 2009. Para se determinar seu valor deve-se somar as seguintes variáveis: Impacto sobre a
biodiversidade (ISB); o Comprometimento de área Prioritária (CAP) e a Influência em Unidades de
Conservação (IUC) (Tabela 117).

No que diz respeito às variáveis necessárias para calcular o Grau de impacto, deve-se definir
primeiramente o Impacto sobre a biodiversidade (ISB), que tem como objetivo contabilizar os impactos
do empreendimento diretamente sobre a biodiversidade na sua área de influência indireta e direta do
projeto. Dessa forma seu valor possuirá variação entre 0 e 0,25%, de acordo com fórmula específica
que envolve o índice de magnitude, índice de biodiversidade, índice de abrangência e índice de
temporalidade (Tabela 117).

Para determinar o comprometimento de área prioritária (CAP) é utilizado uma relação entre a
significância dos impactos frente às áreas prioritárias afetadas. Portanto, para determinar seu valor
(Tabela 117), é aplicado uma relação entre as respectivas variáveis: índice de Magnitude (IM); índice
de comprometimento de área prioritária (ICAP) e o índice de temporalidade (IT).

Já a IUC varia entre 0 a 0,15% avaliando a influência do empreendimento sobre as unidades de


conservação ou em suas zonas de amortecimento, sendo que os valores podem ser considerados
cumulativamente até o valor máximo de 0,15%, conforme os valores apresentado na Para a definição
dos índices de avaliação deve-se considerar os valores de atributos respectivos para cada um em
função da categorização existente pelo Decreto Federal nº 6.848. Portanto o índice de magnitude pode
assumir valores de 0 a 3, assim como o índice de biodiversidade e o Índice comprometimento de áreas
prioritárias. Já o índice de abragência e o índice de temporalidade podem assumir valores entre 1 e 4,
conforme apresentado na Tabela 117.

Vale salientar que os pesos e os índices aqui apresentados tiveram como embasamento legal o que é
proposto pelo anexo do Decreto Nº. 6.848/2009. No entanto, de acordo com o mesmo decreto e o Art
2° Resolução CONAMA 371/2006 cabe ao órgão ambiental definir o valor adequado para a
compensação, visto que o mesmo é o que estabelecerá o grau de impacto do empreendimento.

344
Tabela 117. Etapas de cálculo para definição do valor da compensação ambiental.
Nº ATRIBUTO FÓRMULA VARIÁVEIS OBS
Valor de VCA = Valor da Compensação Ambiental; GI = Grau de impacto; VR = Valor de Referência;
1 Compensação 𝑉𝐶𝐴 = 𝐺𝐼 𝑥 𝑉𝑅
Ambiental
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade; CAP = Comprometimento de Área Prioritária; IUC = Influência em Unidades O Grau de Impacto pode
2 Grau de Impacto 𝐺𝐼 = 𝐼𝑆𝐵 + 𝐶𝐴𝑃 + 𝐼𝑈𝐶
de Conservação; atingir valores de 0 a 0,5%
𝐼𝑆𝐵 IM = Índice Magnitude; IB = Índice Biodiversidade; IA = Índice Abrangência; IT = Índice Temporalidade; O ISB terá seu valor
Impacto sobre
3 (𝐼𝑀 𝑥 𝐼𝐵 (𝐼𝐴 + 𝐼𝑇)) variando entre 0 e 0,25%.
biodiversidade =
140
IM = Índice Magnitude; O IT varia de 1 a 4; O CAP
Comprometimento de (𝐼𝑀 𝑥 𝐼𝐶𝐴𝑃 𝑥 𝐼𝑇)
4 𝐶𝐴𝑃 = ICAP = Índice Comprometimento de Área Prioritária: terá seu valor variando
área prioritária 70 IT = Índice Temporalidade; entre 0 e 0,25%.
G1: parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica, estação ecológica, entre outros = 0,15% A IUC varia entre 0,05 a
0,05% ≤ 𝐼𝑈𝐶 ≤ 0,15% G2: florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna = 0,10%; 0,15%
Influência em unidade
5 Ou G3: reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável =0,10%;
de conservação
𝐺5 ≤ 𝐼𝑈𝐶 ≤ 𝐺1 G4: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico e reservas do patrimônio natural = 0,10%;
G5: zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%
0 = Ausência de impacto significativo;
1 = Pequena magnitude do impacto ambiental negativo;
6 Índice de magnitude 0 ≤ 𝐼𝑀 ≤ 3
2 = Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambientais;
3 = Alta magnitude do impacto ambiental negativo;
0 = Biodiversidade se encontra muito comprometida;
Índice de 1 = Biodiversidade se encontra medianamente comprometida;
7 0 ≤ 𝐼𝑀 ≤ 3
biodiversidade 2 = Biodiversidade se encontra pouco comprometida;
3 = Área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou ameaçadas de extinção.
1 = Impactos limitados à área de uma microbacia;
2 = Impactos que ultrapassem a área de uma microbacia limitados à área de uma bacia de 3a ordem
8 Índice de abragência 1 ≤ 𝐼𝐴 ≤ 4
3 = Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 3a ordem e limitados à área de uma bacia de 1a ordem;
4 = Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 1a ordem
1 = Imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento;
Índice de 2 = Curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento;
9 1 ≤ 𝐼𝑇 ≤ 4
temporalidade 3 = Média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento;
4 = Longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento;
0 = Inexistência de impactos sobre áreas prioritárias
Índice
1 = Impactos que afetem áreas de importância biológica alta;
10 comprometimento de 0 ≤ 𝐼𝐶𝐴𝑃 ≤ 3
2 = Impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta;
áreas prioritárias
3 = Impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta

345
Com o propósito de determinar o montante da compensação ambiental, concebida como a
contrapartida do empreendedor pela exploração dos recursos ambientais e subsequente benefício
econômico, de acordo com o CONSEMA nº 008 de 22 de maio de 2007 caberá à SEMARH o
estabelecimento do grau de impacto ambiental. Ressalta-se que o ato da compensação ambiental não
exclui a possibilidade de responsabilização civil, administrativa ou penal por quaisquer eventuais danos
ao meio ambiente (DECRETO n° 31.278/2022).

Considerando a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) como o respectivo órgão
ambiental detentor do poder de análise e especificação do valor de compensação ambiental,
apresenta-se a seguir a metodologia de obtenção do valor de referência adotado pela instituição de
acordo com a Instrução Normativa nº 07 de 02 de março de 2021:

Art. 38. Quando se tratar de empreendimentos sujeitos ao EIA-RIMA, para efeito do cálculo da
Compensação Ambiental (CA), de que trata o art. 36 da Lei Federal nº 9.985/2000 e o art. 81 da
Lei Estadual nº 7.044, de 09 de outubro de 2017, será considerado o Grau de Impacto (GI) igual
a 0,5% para todos os casos, até que a SEMAR edite norma específica regulamentando a
metodologia de cálculo do GI, em conformidade com o art. 15, da Resolução CONAMA nº 371,
de 05 de abril de 2006.

Portanto, considera-se que o Grau de Impacto a ser adotado para o empreendimento equivale a 0,5%
calculado sobre o valor total de implantação do empreendimento/atividade.

12.2 Sugestão de aplicação do recurso

Conforme o art. 10, da Resolução CONAMA Nº 371, de 05 de abril de 2006, a qual estabelece diretrizes
aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos
advindos de compensação ambiental, o empreendedor “deverá apresentar no EIA/RIMA sugestões de
unidades de conservação a serem beneficiadas”.

Considerando tal disposto e a relativa proximidade da área do empreendimento com o Parque


Nacional da Serra da Capivara, sugere-se que parte do recurso seja aplicado para a manutenção e
gestão da fauna e flora do respectivo parque.

346
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este documento teve por objetivo apresentar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da área potencial
para implantação do Complexo Fotovoltaico Canela, situado nos municípios de Lagoa do Barro do
Piauí/PI e Queimada Nova/PI com vistas ao fornecimento de subsídios para a tomada de decisão
quanto à implantação de complexos fotovoltaicos, através da indicação de possíveis condições que
possam impelir restringibilidade ao uso e ocupação da área. A análise permitiu identificar condições
limitantes sobre o aspecto ambiental e urbanístico através do reconhecimento das características
naturais da área e comparação a instrumentos legais aplicáveis em níveis federal, estadual e municipal.

Assim sendo, considera-se que o empreendimento fomentará a economia local e a manutenção de sua
população, com impactos ambientais mitigados pelos planos programas e ações propostos. Portanto,
ressalta-se a união do desenvolvimento econômico da região, através do estabelecimento de
infraestrutura com aspectos de serviços e utilidade pública, além da manutenção de características
naturais da área e o atendimento das legislações urbanísticas e ambientais municipais, estaduais e
federais de regulamentação.

Submete-se este documento para avaliação e considerações.

347
REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Acústica – Medição e avaliação de níveis de


pressão sonora em áreas habitadas – Aplicação de uso geral, NBR 10.151: 2020, de 31 de março de
2020.

ABREU, E. F.; CASALI, D. M.; GARBINO, G. S. T.; LORETTO, D.; LOSS, A. C.; MARMONTEL, M.;
NASCIMENTO, M. C.; OLIVEIRA, M. L.; PAVAN, S. E.; TIRELLI; F. P. 2020. Lista de Mamíferos do Brasil.
Comitê de Taxonomia.

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ARAUJO H. F. P., SILVA J. M. C. 2017. A Avifauna da Caatinga: Biogeografia, Ecologia e Conservação.


Caatinga, 181–210.

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358
ANEXO

ANEXO I – ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART

ANEXO II – CERTIFICAÇÃO DE CALIBRAÇÃO DO DECIBELÍMETRO

359
A ECOENG oferece serviços de consultoria e assessoria na área ambiental, engenharia, arquitetura e
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A empresa é comprometida com um padrão de excelência no mercado, com uma cultura colaborativa
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