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Macaíba/RN
Julho de 2019
CYNTHIA PATRICIA DE SOUSA SANTOS
Orientador:
Prof.ª Dr.ª Rosimeire Cavalcante dos Santos
Co-orientador:
Prof. Dr. Sérgio Marques Júnior
Macaíba/RN
Julho de 2019
ii
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ
iii
iv
À minha família por todo apoio durante essa trajetória
e aos meus amigos pelos conselhos e motivações
para chegar até aqui.
DEDICO
v
AGRADECIMENTOS
__________________________________________________________________________
Agradeço
vi
RESUMO GERAL
No Rio Grande do Norte há alta demanda industrial de madeira para energia, a exemplo da
indústria de cerâmica vermelha do estado que a utiliza na queima da argila. A madeira
apresenta características energéticas diferentes, conforme a espécie, mas a
comercialização desse combustível no RN é realizada com base apenas no volume de
madeira. O objetivo do estudo foi determinar a densidade energética em três diferentes
áreas sob manejo florestal sustentável no RN e realizar a avaliação técnica da Mimosa
tenuiflora e Anacardium occidentale na queima de tijolos. O estudo foi desenvolvido em
duas etapas. Na primeira etapa foram selecionadas 5 espécies florestais para a área I
(Campo Grande), 6 para a área II (Cruzeta) e 12 para a área III (Touros), conforme o índice
de valor de importância. De cada espécie foram abatidas três árvores para determinação da
densidade básica, poder calorífico superior, teor de cinzas, índice de valor combustível,
densidade energética das espécies e produtividade de energia por área. Na segunda etapa
foram avaliadas as madeiras de Anacardium occidentale e Mimosa tenuiflora durante a
queima de tijolos, conforme três tratamentos nas seguintes proporções de uso: (0JP) 100%
occidentale; (50JP) 50% tenuiflora + 50% occidentale; e (100JP) 100% tenuiflora. Foi
determinado o fator de empilhamento das madeiras de ambas as espécies, o consumo
médio total (m³), os teores de matérias voláteis, cinzas e carbono fixo, poder calorífico
superior, densidade básica, teor de umidade das madeiras, frequência de alimentação dos
fornos, curva da temperatura de queima, qualidade dos tijolos e a relação com a
temperatura, custo de aquisição das madeiras, a receita total e a receita total líquida da
venda dos tijolos. Houve diferença na densidade energética das espécies florestais e a área
III (Touros) apresentou alta produtividade em virtude do maior número de espécies
energéticas. O uso da Mimosa tenuiflora na queima de tijolos reduziu o consumo de
madeira e o custo de aquisição, além de aumentar a receita da venda de tijolos no
tratamento 50JP. A comercialização da madeira nativa de áreas sob manejo florestal deve
ser realizada não somente pelo volume, como também pela densidade energética e o seu
uso legal na indústria de cerâmica vermelha reduz o custo de aquisição do combustível e
agrega qualidade aos tijolos.
vii
GENERAL ABSTRACT
In Rio Grande do Norte, there is a high industrial demand for wood for energy, as is the case
with the red ceramic industry of the state that uses it in the burning of clay. The wood
presents different energetic characteristics, according to the species, but the
commercialization of this fuel in the RN is carried out based only on the volume of wood. The
objective of the study was to determine the energy density in three different areas under
sustainable forest management in the RN and to carry out the technical evaluation of
Mimosa tenuiflora and Anacardium occidentale in brick burning. The study was developed in
two stages. In the first stage, 5 forest species were selected for area I (Campo Grande), 6 for
area II (Cruzeta) and 12 for area III (Touros), according to the importance value index. Three
trees were collected from each species to determine basic density, upper calorific value, ash
content, fuel value index, species energy density and energy productivity per area. In the
second stage the wood of Anacardium occidentale and Mimosa tenuiflora during the burning
of the bricks was evaluated, according to three treatments in the following proportions of use:
(0JP) 100% occidentale; (50JP) 50% tenuiflora + 50% occidentale; and (100JP) 100%
tenuiflora. It was determined the stacking factor of the wood of both species, the average
total consumption (m³), the contents of volatile matter, ash and fixed carbon, higher calorific
value, basic density, wood moisture content, furnaces, temperature curve of burning, quality
of the bricks and the relation with the temperature, cost of acquisition of the woods, the total
revenue and net revenue from the sale of the bricks. There was a difference in energy
density of forest species and area III (Touros) presented high productivity due to the higher
number of energetic species. The use of Mimosa tenuiflora in the burning of bricks reduced
the consumption of wood and the cost of acquisition, besides increasing the revenue of the
sale of bricks in the treatment 50JP. The commercialization of wood native to areas under
forest management must be carried out not only by volume but also by energy density and its
legal use in the red ceramic industry reduces the cost of fuel acquisition and adds quality to
the bricks.
viii
SUMÁRIO
Página
INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................................. 1
REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................................... 3
2.1. Estoque de energia na madeira de espécies da Caatinga ........................................... 3
2.2. Qualidade da madeira para energia ................................................................................ 5
2.3. A indústria de cerâmica vermelha do Rio Grande do Norte ........................................ 7
2.4. Consumo de madeira pelo setor ..................................................................................... 9
2.5. Usos da Mimosa tenuiflora e Anacardium occidentale .............................................. 10
LITERATURA CITADA ............................................................................................................ 12
ARTIGO 1. ESTOQUE DE ENERGIA DA MADEIRA EM ÁREAS SOB MANEJO
FLORESTAL NO RIO GRANDE DO NORTE ......................................................................... 21
RESUMO ...................................................................................................................... 22
ABSTRACT ................................................................................................................... 22
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 23
MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 24
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 28
CONCLUSÕES ............................................................................................................. 32
AGRADECIMENTOS.................................................................................................32
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 33
ARTIGO 2. VIABILIDADE TÉCNICA DO USO DA Mimosa tenuiflora E Anacardium
occidentale COMO FONTE DE ENERGIA PARA QUEIMA DE TIJOLOS ......................... 41
RESUMO ...................................................................................................................... 42
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 43
MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................. 44
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 47
CONCLUSÕES ............................................................................................................. 55
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 55
ANEXO 1. NORMAS DA REVISTA SCIENTIA FORESTALIS DO ARTIGO 1 ............... 59
ANEXO 2. NORMAS DA REVISTA WOOD SCIENCE AND TECHNOLOGY DO
ARTIGO 2 .......................................................................................................................... 60
ix
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO DE LITERATURA
ARTIGO 1
Figura 3. Densidade energética em Mkcal/m³ nas madeiras das espécies estudadas, por
área.........................................................................................................................................39
ARTIGO 2
Fig. 3 Consumo médio total de madeira em m³ durante a queima de tijolos de acordo com
os tratamentos, sendo 0JP – 100% Anacardium occidentale, 50JP – 50% Anacardium
occidentale e 50% Mimosa tenuiflora e 100JP – 100% Mimosa tenuiflora
................................................................................................................................................48
x
LISTA DE TABELAS
REVISÃO DE LITERATURA
ARTIGO 1
Tabela 2. Densidade básica, poder calorífico superior, teor de cinzas e índice de valor
combustível das madeiras de espécies nativas amostradas em cada área sob manejo
florestal sustentável estudada................................................................................................38
ARTIGO 2
Tabela 4 Estimativa da receita da venda dos tijolos, por fornada, com base na quantidade
de produtos de primeira qualidade produzidos.......................................................................53
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
xii
1. INTRODUÇÃO GERAL
1
madeira de occidentale, sendo que o custo de aquisição da madeira de espécie nativa
legalizada é mais elevado.
Para compreender a oferta sustentável da lenha legalizada, deve-se considerar a
diversificação de ecossistemas e tipologias florestais em ambientes que possuem
características físicas, químicas e climatológicas distintas (PAREYN et al., 2015). Assim, é
possível avaliar a produtividade em lenho das espécies exploradas, e sua associação à
avaliação da qualidade da madeira para energia, o que se torna um fator importante para o
planejamento de venda e compra desse combustível para que seja compatível à
capacidade limite de produção.
No Rio Grande do Norte não há exploração da madeira, sob legalização, em volume
suficiente para as demandas dos setores doméstico, comercial e industrial. Além desse
fato, não se considera a diferença na produção de energia da madeira oriunda da
exploração em áreas com localizações distintas, uma vez que a ocorrência de espécies e
as características destas possivelmente variam e, nem tampouco, leva-se em consideração
a necessidade de análises sobre a viabilidade econômica da comercialização e uso da
madeira, enquanto recurso energético, de diferentes espécies (SANTOS et al., 2013).
Soma-se a isto o fato de que, seja qual for a espécie explorada, o valor de venda da
madeira não é considerado conforme o potencial energético e sim, o preço é determinado
pela oferta e procura.
A utilização da madeira como fonte de energia, seja ela proveniente de resíduos
florestais ou de espécies nativas sob manejo florestal, deve estar alicerçada na
compreensão da produção de volume de madeira, somado às características energéticas
das espécies, bem como a viabilidade financeira de se utilizar uma fonte de preço baixo,
porém de produção energética inferior ou de uma fonte com preço mais elevado que
fornece mais energia.
De modo a determinar a oferta de madeira em áreas sob manejo e, entender como
esse combustível obtido de forma sustentável pode agregar vantagens competitivas no setor
de cerâmica vermelha do RN, o presente trabalho teve como objetivo estudar a quantidade
de energia estocada em três diferentes áreas sob manejo florestal no Rio Grande do Norte,
a qualidade da madeira de Annacardium occidentale e Mimosa tenuiflora durante a queima
de peças cerâmicas e a avaliação técnica de custos e receitas do uso das duas espécies
como combustível.
2
2. REVISÃO DE LITERATURA
3
uso da lenha ou do carvão vegetal como fonte de energia através da geração de calor
(PAREYN, 2010; ALMEIDA et al., 2015). Essas espécies apresentam poder calorífico
superior de 4.150 kcal/kg (Mimosa tenuiflora), 4.062 kcal/kg (Aspidosperma pirifolium) e
4.388 kcal/kg (Croton sp.) (LIMA, 1996; OLIVEIRA et al.,1999; OLIVEIRA, 2003).
A composição desse combustível na matriz energética de alguns estados do Nordeste é
recorrente como no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, em que o incremento de
produção de biomassa florestal para fins energéticos em planos de manejo florestal
sustentável (PMFS) aumentou em um período avaliado pelo INT (2016) de 2012 a 2015.
No plano de manejo florestal sustentável, diversas variáveis são quantificadas a partir do
inventário florestal para a produção de madeira como o diâmetro a 1,30 m do solo (DAP),
altura estimada (H), qualidade do fuste (QF) e o volume em lenho, sendo esse último uma
informação imprescindível para comercialização da madeira quando se trata para uso
energético (FRANCEZ, 2010). Embora o volume de um plantio forneça subsídios para a
avaliação do estoque de madeira e análise do potencial produtivo das florestas, é importante
associar as investigações para obtenção de valores de rendimento em lenho das espécies
exploradas aos resultados da avaliação da qualidade da madeira para energia, na
caracterização de espécies com alto valor energético, seja o uso dessas na queima direta
ou na produção de carvão vegetal, com alto rendimento e baixo custo (EMBRAPA, 2006;
THOMAS et al., 2006).
Ainda que o inventário seja utilizado como referência para a comercialização das
madeiras provenientes do manejo florestal, essa prática se dá apenas pela informação do
volume lenhoso, o que não considera a variedade do potencial energético das espécies
presentes em cada área. A partir da associação dessas informações é possível estimar a
quantidade de energia armazenada que segundo Santos et al. (2013), a produtividade ou
capacidade de produção de energia pelas espécies florestais inseridas em PMFS é tão
importante quanto o conhecimento das características tecnológicas.
Há poucos estudos científicos publicados quanto a determinação da quantidade de
energia estocada nas madeiras de espécies florestais que ocorrem numa área sob manejo.
Algumas pesquisas como a realizada por Virgens et al (2017), verificaram a quantidade de
biomassa estocada (kg arv-1) em um fragmento arbóreo da Caatinga no estado da Bahia,
afirmando que o conhecimento da estimativa de biomassa produzida é importante quando
se trata da capacidade de produção de madeira de determinada área para produção de
energia.
Dessa forma, a estimativa da produção de biomassa é realizada considerando todas
partes da planta como as folhas, fustes e galhos, sendo que, para as indústrias que utilizam
as espécies florestais do bioma como fonte de energia, a madeira proveniente dos fustes é a
principal parte comercializada. Além disso, o comércio da madeira não pode estar
4
relacionado somente a densidade básica da madeira, já que esse combustível é um material
heterogêneo e a quantidade de energia estocada na madeira de cada espécie e até mesmo
de cada indivíduo pode variar.
Outro estudo que evidencia a importância da comercialização com base no
conhecimento da qualidade da madeira para energia, realizado por Brand (2017), objetivou
quantificar e determinar a qualidade da biomassa para geração de energia elétrica em um
fragmento da Caatinga sob manejo sustentável, no estado do Piauí e a associação do
estudo à investigação do melhor período de colheita da biomassa, bem como ao tempo de
estocagem. A partir disso, Brand (2017), afirma que há variação do potencial de produção de
energia conforme a diversidade de espécies inseridas, segundo a diferença na qualidade da
madeira. A Mimosa tenuiflora (jurema preta) foi a espécie que mais se destacou quanto a
densidade, dominância e produção de energia em um estudo realizado por Lima Júnior
(2015), em uma área sob manejo da Caatinga, evidenciando a importância da correlação
desses aspectos quando se trata da comercialização da madeira de espécies nativas para
energia.
Portanto, a fim de compreender a oferta sustentável da lenha legalizada deve-se
considerar a diversificação de ecossistemas e tipologias florestais em ambientes que
possuem características físicas, químicas e climatológicas distintas, e, dessa maneira,
avaliar a produtividade (volume de madeira) em cada área para que a exploração seja
compatível à capacidade limite de produção.
5
espaçamento e local de origem (SILVA, 2004; SOUZA et al., 1986). Essa variação ocorre em
função da composição estrutural anatômica da madeira e a presença das substâncias
extrativas, que se formam de acordo com as condições de idade, sítio, clima e tratos
silviculturais (HENRIQUES JÚNIOR, 2017).
Em suma, as madeiras provenientes da vegetação da Caatinga apresentam alta
densidade, sendo destacadas as espécies Bauhinia cheilantha (0,97 g.cm-3) e Mimosa
tenuiflora (0,90 g.cm3) no estudo realizado por Santos et al. (2013), na região do Seridó,
estado do Rio Grande do Norte. A madeira que apresenta alta dureza caracteriza-se pelo
maior teor de lignina e celulose, configurando maior rendimento energético no processo de
combustão por proporcionar maior poder calorífico por unidade de volume (PAULA, 1993;
VALE, 2000; SARDINHA, 2002). No entanto, a alta densidade implica na dificuldade de
iniciar a queima, mas após essa etapa a combustão torna-se intensa (MACHADO NETO et
al., 2015).
A umidade ou o teor de umidade, contido na madeira de uma espécie florestal com
finalidade energética, corresponde à quantidade de água presente no combustível em
função da massa seca submetida à ignição no processo de combustão (WHITE, 2018). O
teor de umidade é um parâmetro coligado ao desempenho da madeira no processo de
combustão, pois ocorre perda de energia durante esse processo, caso a madeira possua
alto teor de umidade, uma vez que parte da energia que seria utilizada na reação exotérmica
é fornecida para retirar a água presente no combustível (SILVA et al., 2015). Dessa forma,
quanto maior a quantidade de água presente na madeira, maior será o consumo dessa
biomassa (SILVA et al., 2015).
Uma das formas de mensurar o teor de umidade presente na madeira é através da
diferença de massa de amostras, pesando-as antes e depois da exposição a em uma estufa
a 103 ± 2°C até massa constante, segundo a metodologia descrita pela ABNT NBR 14929
(2003).
O poder calorífico é um parâmetro termoquímico que expressa o potencial de
fornecimento de energia da madeira de determinada espécie (SENELWA; SIMS, 1999;
SANTOS et al., 2011). Essa análise se baseia na quantidade de energia liberada quando
uma massa conhecida de combustível queima completamente. Dessa maneira, esses
valores podem variar de acordo com outras características da madeira, especialmente suas
propriedades químicas, sendo diretamente proporcional ao teor de lignina e extrativos
presentes na biomassa e inversamente proporcional ao teor de umidade (SANTANA, 2009;
ALMEIDA, 2010; FURTADO et al., 2012).
A quantidade de energia pode ser mensurada de três formas: poder calorífico superior,
poder calorífico inferior e poder calorífico útil (SANTOS, 2010). Para Van Wylen (1998),
citado por Klautau (2008), o poder calorífico superior é a quantidade de calor liberado na
6
combustão com água liberada na forma líquida, enquanto que o poder calorífico inferior é
aquele cuja a água formada durante a combustão não é condensada (DOAT, 1997). O poder
calorífico útil é derivado do poder calorífico inferior, no entanto descarta-se a influência do
teor de umidade da biomassa (VALE et al., 2000).
Figura 1. Distribuição das indústrias de cerâmica vermelha no Rio Grande do Norte. (Fonte:
Projeto EELLA, 2017).
7
De acordo com o diagnóstico realizado pelo SEBRAE (2012), identifica-se que a
região do Seridó é a que movimenta grande parte da economia ceramista no estado (Tabela
1).
8
desempenho de um combustível, na oferta de energia para reação, além da implicação
desse uso na qualidade final do produto.
Os produtos cerâmicos são submetidos a uma curva de queima correspondente a
temperaturas entre 800 a 1000 ºC, dividida em três etapas: aquecimento do forno à
temperatura máxima necessária; permanência do produto à temperatura máxima em
determinado tempo; resfriamento do forno (FIEMG, 2013). No forno câmara semi-contínuo,
a primeira fase ocorre em parte sem a alimentação de combustível, uma vez que o calor é
recebido da câmara anterior. Dessa maneira, a partir da estabilização da temperatura do
calor recebido, ocorre a alimentação do forno até atingir a temperatura máxima para que
ocorra a transformação da composição da massa cerâmica durante o processo de
sinterização.
Durante o processo de queima do material argiloso diversas mudanças podem ser
observadas na sua composição. De acordo com Pinheiro e Holanda (2010), durante a
primeira etapa do processo ocorre uma pequena dilatação, seguida de retrações. As
retrações que ocorrem na primeira etapa correspondem à aproximação das partículas, pela
perda de água, formação da metacaulinita e o início da sinterização. Durante a segunda
etapa, inicia-se a sinterização do produto cerâmico, com a recristalização da massa
argilosa e posterior vitrificação (PINHEIRO; HOLANDA, 2010).
A sinterização é uma etapa importante por influenciar na qualidade final do produto
cerâmico. Um dos mais recorrentes problemas quanto à fabricação de um material é o
surgimento de trincas, que são geradas pela variação de temperatura, onde as partículas
se contraem mais que a matriz, observando então a ocorrência de trincas no material
(BRAGANÇA; BERGMANN, 2004a; BRAGANÇA; BERGMANN, 2004b).
9
Tabela 2. Consumo de madeira pelo setor de cerâmica vermelha do Brasil.
Produção Consumo
UF Nº de empresas
(10³ milheiros/mês) (m³/milheiro)
RS 795 356 1,22
SC 625 213 1,26
PR 620 288 1,25
SP 750 731 1,22
RJ 207 220 1,21
MG 740 426 1,28
ES 110 50 1,26
BA 520 210 1,24
SE 156 38 1,28
AL 70 23 1,26
PE 90 68 1,24
PB 66 41 1,24
RN 186 111 1,19
CE 412 207 1,30
PI 123 77 1,25
MA 91 53 1,29
GO 350 170 1,27
DF 16 5 1,23
TO 100 40 1,27
MS 120 24 1,23
MT 150 21 1,22
RO 80 20 1,25
AM 100 43 1,29
AC 21 9 1,24
PA 500 46 1,38
AP 40 5 1,42
RR 30 2 1,25
(Fonte: SCHWOB et al., 2017)
10
demanda de energia com um custo acessível frente a madeira nativa (MIRANDA, 1989;
SANTOS, 2013; TAVARES, 2014; SANTOS, 2015).
A espécie Mimosa tenuiflora pertence à família Fabaceae é amplamente distribuída
na Caatinga, principalmente nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia (OLIVEIRA et al., 2009). É uma espécie pioneira nas
áreas onde ocorre, arbustiva, apresenta caules de diâmetros pequenos, tem alta capacidade
de rebrota e suas folhas caem no fim do período de chuvas (AZEVÊDO et al., 2012;
MATTOS et al., 2015; AZEVÊDO et al., 2017).
Embora seja amplamente utilizada para fins energéticos, a literatura cita outros usos
da espécie tenuiflora: aplicação moveleira por possuir estabilidade, resistência e rigidez em
móveis e pequenas estruturas (ROCHA et al., 2015); além disso, as folhas apresentam alto
teor de taninos que podem ser aplicados no curtimento de couros, tratamento de água, etc.
(AZEVÊDO et al., 2017); outros estudos indicam o uso farmacêutico, no tratamento da
mastite de búfalas (PEREIRA, 2010) e pododermatite em ovinos, através de uma pasta
composta pelo pó da casca da tenuiflora e mel (SANTANA et al., 2008). Segundo Souza et
al. (2008), a jurema preta apresenta propriedades alucinógenas e foi muito utilizada pelos
povos indígenas para curar doenças.
A madeira da tenuiflora apresenta características favoráveis para o fornecimento de
energia como alto poder calorífico, alta densidade básica e resistência à degradação térmica
(SILVA 2012). Alguns estudos, como o realizado por Santos (2013), verificaram que a
densidade básica da madeira da jurema preta é de 0,90 g.cm-3 e o poder calorífico de 4.823
kcal/kg, sendo esses valores considerados elevados.
Embora apresente características energéticas superiores aos resíduos florestais, a
utilização da madeira da Mimosa tenuiflora está condicionada à emissão do DOF, que por
sua vez, agrega valor a esse combustível tornando o preço de aquisição mais elevado e
conduzindo o ceramista a adquirir fontes de qualidade energética inferior, como a madeira
da Anacardium occidentale, porém mais viáveis economicamente (TAVARES, 2014; EELLA,
2016; SOUSA JÚNIOR, 2018).
A espécie Anacardium occiddentale, popularmente conhecida como cajueiro, é nativa
do Brasil e apresenta destaque na economia nacional com a produção de 250 mil toneladas
de castanha (OLIVEIRA, 2008; FREIRE et al., 2017). Da árvore, praticamente todas as
partes são utilizadas: a madeira, o fruto e o pseudofruto; a sua aplicabilidade vai além da
produção de suco, da castanha processada e da utilização da madeira como fonte de
energia. Alguns estudos verificaram que a occidentale tem potencial para uso farmacológico
como antioxidante de atividades microbianas, anti-inflamatório a partir de extrato da folha,
(SOUZA et al., 2017; BAPTISTA et al., 2018).
11
A respeito do uso da madeira da occidentale, há poucos estudos sobre a
caracterização energética e da qualidade desse combustível para tal fim. Por ser acessível,
com preço de aquisição (R$ 30,00 st) inferior ao da madeira nativa (R$ 38,00 st), além da
não exigência do DOF, essa fonte tem apresentado alta demanda pelo setor de cerâmica
vermelha (TAVARES, 2014; EELLA, 2016). Segundo o EELLA (2016), a madeira do cajueiro
possui 4.500 kcal/kg de poder calorífico e está disponível atualmente em menor quantidade
quando comparada com a madeira nativa, cerca de 3,5 milhões de estéreos por ano, frente
a 5 milhões de estéreos por ano da Caatinga.
LITERATURA CITADA
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ALMEIDA, G. et al. Alterations in energy properties of eucalyptus wood and bark subjected to
torrefaction: the potential of mass loss as a synthetic indicator. Bioresource Technology,
Essex, v.101, n.24, p.9778- 9784, dez. 2010.
12
AZEVÊDO, S. M. A. et al. Crescimento de plântulas de jurema preta (Mimosa tenuiflora
(Wild) Poiret) em solos de áreas degradadas da Caatinga. Engenharia Ambiental, Espírito
Santo do Pinhal, v. 9, n. 3, p.150-160, jul. 2012.
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Geografia da UFC. http://dx.doi.org/10.4215/rm2015.1401.0009
20
ARTIGO 1
GRANDE DO NORTE
21
Estoque de energia da madeira em áreas sob manejo florestal no Rio Grande do
Norte
Energy stock in areas under forest management in the state of Rio Grande do
Norte
ABSTRACT – The objective of this work was to determine the energy density in three
different areas under sustainable forest management in Rio Grande do Norte (RN).
From the access to the forest inventory of each area, the selection of the species with
70% of representativity based on the importance value index (IVI) was carried out, as
well as the knowledge about the real volume of wood. From each species, three trees
with characteristics that represented each stand were harvested, and samples were
taken for the analyzes of basic density, upper calorific value, ash content of the wood
and the value of fuel value was estimated. Considering the values of the analyzes
performed and the volume of wood, the quantity of energy stored by species and are
was determined. The experiment was evaluated according to a completely randomized
design, with 5 treatments (species) in area I, 6 in area II and 12 in area III, with three
replicates in each area. The wood of the species Croton sonderianus presented a higher
value of calorific value for the three areas and the Mimosa tenuiflora had a higher value
of basic density and heat power in areas I and II. The same occurred for Caesalpinia
leiostachya, Caesalpinia pyramidalis, Piptadenia moniliformis, Pilosocereus pachycladus
and unidentified (mercador) in area III, which resulted in a higher energy density in this
area when compared to the others. In this way, the commercialization of the wood for
energy purposes must be based on the energy density that a certain area under forest
management has and not only on the volume of wood.
Keywords: Biomass. Caatinga. Firewood. Wood quality.
22
1. INTRODUÇÃO
milhões de estéreos de madeira por ano, e em 2017 a lenha foi responsável por 7,8%
que 50% da cobertura florestal original foi reduzida (ALMEIDA et al., 2015). As
demandas por madeira de espécies nativas podem ser supridas de forma sustentável
Dessa forma, tal prática é idealizada por um conjunto de técnicas que visam
de cada floresta (ANDRADE et al., 2019). No Rio Grande do Norte, a Lei Florestal
6.679/1995 estabelece que qualquer exploração dos recursos da floresta nativa só pode
Segundo Carvalho (2018), até o início do ano de 2018, o Rio Grande do Norte possuía
23
Contudo, é importante considerar a associação da análise do rendimento em
florestais, seja para queima direta (combustão) ou para a produção de carvão vegetal,
al., 2013; LIMA JÚNIOR et al., 2015). Também não há considerações importantes como
importante conhecer a densidade energética, que pode ser fornecida por espécies
presentes em área sob manejo florestal. Dentro deste contexto, o objetivo deste
madeira de espécies que ocorrem em três diferentes áreas sob manejo, localizadas no
2. MATERIAL E MÉTODOS
três áreas sob regime de manejo florestal localizados no interior do estado do Rio
Grande do Norte. O plano de manejo da Fazenda Belo Monte (área I) possui sete anos
Grande/RN, sob coordenadas 05º 52’ 10.1” S e 37º 18’ 44.4” W, dispondo de uma área
sob manejo de 901.16 hectares com rendimento médio de 169.89 st/ha. Segundo a
24
Bruno Não Cálcico e a precipitação média anual é de 400 a 750 mm, com período
Apresenta área manejada de 777.42 ha e rendimento médio de 137 st/ha. Está em seu
oitavo ano de exploração e possui ciclo de corte com planejamento para 15 anos. O
clima é classificado como muito seco e semi-árido, a pluviosidade média anual é cerca
de 588.8 mm, com período chuvoso de fevereiro a abril e o solo é do tipo latossolo
manejo possui oito anos de exploração, com ciclo de corte de 15 anos em 600 ha de
de estudo.
ENTRA FIGURA 1
importância (IVI). O cálculo do IVI foi realizado a partir da consideração dos dados de
(2013).
25
2.3 Amostragem
De cada espécie selecionada foram abatidas três árvores com boas condições
25% de distância entre eles, até atingir três centímetros de diâmetro do fuste principal.
Para as árvores bifurcadas abaixo da altura do peito (1.30m de altura do solo) e com
mais de um fuste, foi selecionado o fuste central para a retirada dos discos (Figura 2).
subdivididos em cunhas opostas passando pela medula. Duas dessas foram destinadas
para determinação do poder calorífico superior e teor de cinzas da madeira (Figura 2).
ENTRA FIGURA 2
imersão em água, descrito na norma NBR 11941 da ABNT (2003) e, a partir de uma
cinzas de cada espécie selecionada, utilizou-se uma mufla, em que a análise foi
26
geração de energia, foi realizado o cálculo do índice de valor combustível (IVC)
lenho por espécie em cada área, foram obtidas a partir do inventário florestal. A partir da
kcal/ha multiplicou-se a energia produzida por metro cúbico de madeira (kcal.m-³) pela
(espécies selecionadas com base no IVI) para área III, com três repetições (árvores–
amostra) por área. Os dados foram submetidos aos testes de Lilliefors para testar a
27
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
florestais na área III, que representaram pelo menos 70% do IVI de todo povoamento
ENTRA TABELA 1
menor extensão (600 ha). Segundo Brand (2017) quanto maior a diversidade de
qualidade da madeira com finalidade para uso energético, como a densidade básica e o
madeira. Dessa maneira, nota-se que a área III possui a maior produtividade em
da quantidade de energia potencial para oferta devem ser estimadas, pois as espécies
calorífico superior (kcal.kg-1), teor de cinzas e índice de valor combustível das madeiras
28
ENTRA TABELA 2
arbóreo do Rio Grande do Norte, realizado por Santos et al. (2016), identificou
mais densas.
de acordo com a área que estão presentes. Em cada plano de manejo o conhecimento
apenas à venda segundo o volume de madeira produzido. Santos et al. (2013), afirmam
pode ser observado para a densidade básica da madeira de Mimosa tenuiflora que
possui 799 kg.m-3 na área I e de 839 kg.m-3 na área II, a Piptadenia stipulacea que
29
Para determinar um combustível ideal é imprescindível a consideração das
Observa-se que o índice valor combustível varia para uma mesma espécie, como
por exemplo, o Croton sonderianus, que apresentou IVC cerca de três vezes maior na
área I em relação ao observado na área III (Tabela 2). Este mesmo fato foi observado
com a Piptadenia stipulacea que na área I apresentou IVC duas vezes maior que na
área III.
maiores são desejáveis para esse parâmetro (BAQIR, KOTHARI e SINGH, 2017).
algumas espécies que obtiveram altos valores de PCS e densidade básica, divergiram
30
Embora o IVC identifique as espécies com melhores características energéticas, o
estoque de energia em uma área sob manejo é determinado de acordo com a qualidade
ENTRA FIGURA 3
Mimosa tenuiflora (jurema preta) nas áreas I e II. Vale ressaltar que a
representatividade (IVI) dessa espécie foi maior na área I (23.3%). No entanto, não se
madeira proveniente do manejo florestal deveria ser selecionada com base na maior
utilização para outras finalidades das menos potenciais (MONTOYA, 2017). Os valores
apresentados na Figura 4.
ENTRA FIGURA 4
lenho (207 st/ha) quando comparada às áreas I (169.89 st/ha) e II (137 st/ha) apresenta
fator esse que responde a alta produtividade em kcal/ha frente as demais áreas
31
destaca por possuir maiores valores de densidade básica e poder calorífico superior e
4. CONCLUSÕES
tenuiflora nas áreas I e II, colaboraram com a maior densidade energética da madeira
por espécie. Já para a área III esses resultados foram observados para as espécies
área, o destaque foi para a área III, por esta apresentar maior número de espécies
presente na área.
5. AGRADECIMENTOS
32
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Financiamento 001.
6. REFERÊNCIAS
33
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35
Figura 1.Localização das áreas de estudo, dentro do estado do Rio Grande do Norte.
Figure 1.Location of study areas, within the state of Rio Grande do Norte.
Figura 2. Método de coleta das amostras para a realização das análises. Fonte: o autor.
Figure 2. Method of collecting the samples for the analysis. Source: the author.
36
Tabela 1. Espécies selecionadas para amostragem seguidas de seus valores de índice
de valor de importância, percentual representativo no povoamento florestal por área e
volume do lenho produzido em m3.ha-1.
Table 1. Species selected for sampling followed by their values of importance value,
representative percentage in the forest stand by area and volume of the wood produced
in m3.ha-1.
Produtividade
Área Espécie Nome popular IVI(%) IVI total
(m3.ha-1)
Mimosa tenuiflora Jurema preta 23.3
I Croton sonderianus Marmeleiro 21.3
Campo Aspidosperma pyrifolium Pereiro 13.7
72.4 45.17
Grande Piptadenia stipulacea Jurema branca 9.7
Anadenanthera colubrina Angico 4.4
Poincianella pyramidalis Catingueira 18.0
Aspidosperma pyrifolium Pereiro 15.5
II Croton sonderianus Marmeleiro 13.9
Cruzeta Mimosa tenuiflora Jurema preta 9.8 70.8 40.29
Piptadenia stipulacea Jurema branca 9.0
Bauhinia cheilantha Mororó 4,6%
4.6
Piptadenia moniliformis Catanduva 2.7
Croton sonderianus Marmeleiro 9.3
Poincianella pyramidalis Catingueira 7.4
Mimosa arenosa Calumbi 3.6
Combretum leprosum Mofumbo 3.4
III Caesalpinia leiostachya Pau ferro 3.2
70.6 60.88
Touros Piptadenia stipulacea Jurema branca 2.8
Ziziphus joazeiro Juazeiro 2.6
Senna spectabilis Canafístula 2.6
Zanthoxylum stelligerum Limãozinho 2.5
Não Identificada Mercador 2.3
Erythroxylum pungens Candeia 2.2
*IVI: índice de valor de importância. Fonte: PMFS Fazenda Belo Monte 2010; PMFS
Fazenda Estrela do Norte 2008; PMFS fazenda São Pedro 2009.
37
Tabela 2. Densidade básica, poder calorífico superior, teor de cinzas e índice de valor
combustível das madeiras de espécies nativas amostradas em cada área sob manejo
florestal sustentável estudada.
Table 2. Basic density, upper calorific value, ash content and fuel value index of the
native wood species sampled in each area under sustainable forest management.
DB PCS
Área Espécie TC (%) IVC
(kg.m-3) (kcal.kg-1)
Mimosa tenuiflora 799 a 4830 a 0.8 c 22.43 a
I Croton sonderianus 630 b 4800 a 0.5 c 30.74 a
Campo Aspidosperma pyrifolium 634 b 4823 a 1.4 b 9.85 b
Grande Piptadenia stipulacea 716 a 4748 b 1.0 c 13.92 b
Anadenanthera colubrina 710 a 4653 c 2.8 a 4.98 b
Poincianella pyramidalis 718 c 4504 c 4.6 a 3.09 b
Aspidosperma pyrifolium 678 d 4873 a 1.0 b 15.01 a
II Croton sonderianus 654 d 4786 a 0.6 b 21.74 a
Cruzeta Mimosa tenuiflora 839 a 4832 a 1.0 b 17.85 a
Piptadenia stipulacea 701 c 4676 b 1.4 b 12.13 a
Bauhinia cheilantha 798 b 4793 a 2.0 b 7.99 b
Piptadenia moniliformis 750 a 4726 a 1.2 c 13.15 b
Croton sonderianus 638 b 4813 a 1.3 c 10.40 b
Poincianella pyramidalis 791 a 4559 c 2.3 b 6.72 b
Mimosa arenosa 830 a 4700 b 1.6 c 10.35 b
III Combretum leprosum 699 b 4760 a 2.1 b 6.94 b
Touros Caesalpinia leiostachya 771 a 4809 a 0.9 c 23.06 a
Piptadenia stipulacea 647 b 4667 b 2.1 b 6.96 b
Ziziphus joazeiro 659 b 4562 c 2.7 a 4.70 b
Senna spectabilis 496 c 4761 a 0.8 c 12.46 b
Zanthoxylum stelligerum 722 a 4671 b 1.6 c 9.02 b
Não Identificada 793 a 4631 b 1.4 c 11.64 b
Erythroxylum pungens 674 b 4832 a 1.9 b 7.47 b
DB = densidade básica, PCS = poder calorífico superior, TC = teor de cinzas, IVC =
índice de valor combustível. Médias seguidas da mesma letra entre as espécies, para
uma mesma área e variável, não diferem entre si, a 5 % de significância, pelo teste
Skott-Knott.
38
Área I - Campo Grande
Marmeleiro
Pereiro
0 800 1600 3200B B 4000
2400 4800
Marmeleiro 0 800 Mkcal/m³ II - Cruzeta
1600
Área
2400 3200B 4000 4800
Área II - Cruzeta
Jurema Preta 0 800 1600 2400 3200 4000 A 4800
Jurema Preta Área II - Cruzeta
A
Mororó B
Mororó
Jurema Preta B A
Pereiro C
Pereiro
Mororó C B
Jurema Branca C
Jurema Branca
Pereiro CC
Catingueira C
Catingueira
Jurema Branca CC
Marmeleiro C
Marmeleiro
Catingueira CC
0 0 800 800 16001600 2400
Marmeleiro 2400 3200
3200C4000 4000 4800
4800
Mkcal/m³Área III
Área - Touros
III - Touros
0 800 1600 2400 3200 4000 4800
Calumbi
Calumbi Área III - ATouros
A
Pau ferro
Calumbi
Pau ferro AA A
Mercador
Pau ferro
Mercador A AA
Catingueira
Mercador AA
Catingueira A
Catingueira
Catanduva AA
Catanduva A
Catanduva
Limãozinho B A
Limãozinho B
Limãozinho
Mofumbo BB
Mofumbo B
Mofumbo
Candeia BB
Candeia
Candeia
Marmeleiro BC B
Marmeleiro
Marmeleiro
Jurema Branca C CC
Jurema
Jurema Branca
Branca
Juazeiro C CC
Juazeiro
Canafístula
Juazeiro D C C
Canafístula 0 800 1600 2400 D 3200 4000 4800
Canafístula D
0 800 Energia
1600(kcal/m³)
2400x 1000
3200 4000 4800
0 800 1600 2400 3200 4000 4800
EnergiaMkcal/m³
(kcal/m³) x 1000
Energia (kcal/m³) x 1000
Figura 3. Densidade energética em Mkcal/m³ nas madeiras das espécies estudadas,
por área
Figure 3. Energy density in Mkcal/m³ in the woods of the species studied, by area
39
*Médias seguidas da mesma letra entre as espécies, para uma mesma área, não
diferem entre si, a 5 % de significância, pelo teste Skott-Knott.
Área II - Cruzeta
40
ARTIGO 2
41
Viabilidade técnica do uso da Mimosa tenuiflora e Anacardium occidentale como fonte
energética para queima de tijolos
Cynthia Patricia de Sousa Santos¹, Rosimeire Cavalcante dos Santos², Adailton Jose
Epaminondas de Carvalho³, Renato Vinícius Oliveira Castro 4, Frans Germain Corneel
Pareyn5, Ananias Francisco Dias Júnior6, Sérgio Marques Júnior7, Carlos Alberto
Paskocimas8, Sarah Esther de Lima Costa9, Mateus Alves de Magalhães10
¹Mestranda em Ciências florestais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cynthiapss@live.com, +55 (84)
98779-3866;
²Engenheira florestal, Prof.ª Dr.ª, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, meire_caico@yahoo.com.br
³Engenheiro florestal, Florescer consultoria, fpc.projetos@gmail.com
4Engenheiro florestal, Prof. Dr., Universidade Federal de São João Del Rei, castrorvo@ymail.com
5Engenheiro florestal, Associação Plantas do Nordeste, franspar@rocketmail.com
6Engenheiro florestal, Prof. Dr., Universidade Federal do Espírito Santo, ananiasjr@usp.br
7Engenheiro agrônomo, Prof. Dr., Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sergio@ct.ufrn.br
8Engenheiro de materiais, Prof. Dr., Universidade Federal do Rio Grande do Norte, paskocimas.ufrn@gmail.com
9Mestranda em Ciências florestais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sarahcostaa@yahoo.com.br
10Doutorando em Ciência florestal, Universidade Federal de Viçosa, mateusmagalhaes91@gmail.com
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação técnica da Mimosa tenuiflora e
Anacardium occidentale na queima de tijolos, a fim de determinar o consumo de madeira, a
qualidade das peças cerâmicas e o custo de aquisição em diferentes proporções de
associação. Adotaram-se três tratamentos (associação das espécies) com quatro repetições
(queimas), a saber: 0JP - 100% Anacardium occidentale; 50JP - 50% de Mimosa tenuiflora +
50% Anacardium occidentale; e 100JP - 100% de Mimosa tenuiflora. Foi determinado o fator
de empilhamento, o consumo total de madeira (m³), os teores de matérias voláteis, cinzas e
carbono fixo, poder calorífico superior, densidade, umidade, frequência de alimentação dos
fornos, a curva de temperatura, a relação entre a temperatura e quantidade de tijolos de
primeira qualidade, classificação dos tijolos após a queima, o custo de aquisição, a receita
total e a receita total líquida da venda dos tijolos fabricados. Os dados foram submetidos aos
testes de Lilliefors, Cochran e a análise de variância pelo teste F, sendo as médias
comparadas pelo teste de Tukey. Considerou-se sempre o nível de significância de 5 %. A
madeira de Mimosa tenuiflora apresentou os melhores resultados de composição química,
poder calorífico superior e densidade básica, e dessa maneira, foi identificado nos
tratamentos 50JP e 100JP uma redução do consumo (m³) e do custo de aquisição. O uso da
occidentale para a queima de tijolos não é recomendada, pois apesar de apresentar menor
preço de compra, as características energéticas dessa madeira aumentam o consumo em
m³ e o custo total de aquisição desse combustível para uma queima.
42
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui mais de 7000 empresas de cerâmica vermelha e é caracterizada
como uma atividade econômica representativa para o país, visto que contribui com cerca de
1% do Produto Interno Bruto – PIB - nacional (RODRIGUES NETO, 2014; SEBRAE, 2015).
O Nordeste brasileiro é uma das regiões que apresenta alta produtividade de cerâmica
vermelha, como o estado do Rio Grande do Norte - RN, que possui 186 empresas ativas e
uma produção média de 111.000 milheiros/mês (SCHWOB et al., 2017).
A indústria de cerâmica vermelha têm buscado medidas para se manter produtiva e
sustentável, diante da restrição econômica do país e da busca mundial para as reduções de
emissões, tais como o uso de energias eficientes e renováveis, como, por exemplo, a
biomassa (SILVA; MÉXAS; QUELHAS, 2017; WELFLE, 2017). No RN, a fonte de energia
predominante para realizar a secagem e a queima dos produtos cerâmicos é a madeira e,
anualmente há uma demanda de 1,58x106m3 desse combustível (SCHWOB et al., 2017).
Dessa forma, 50% dessa madeira são oriundos de planos de manejo da Caatinga, da
mata nativa sem plano de manejo e da exploração da espécie exótica Prosopis juliflora
(SCHWOB et al., 2017). O uso da madeira de espécie nativa sob manejo está condicionado
ao pagamento de encargos ambientais e, a espécie nativa sob manejo florestal sustentável
mais comercializada é a Mimosa tenuiflora (jurema preta), por ser pioneira de alta ocorrência
e apresentar características favoráveis para a geração de energia (GALDINO et al., 2014;
SANTOS et al., 2013; SCHWOB; HENRIQUES; SZKLO, 2009). Os outros 50% são oriundos
de resíduos vegetais (SCHWOB et al., 2017).
Há preferência por fontes consideradas como resíduos vegetais, a exemplo da
madeira resultante após o processo de poda da espécie Anacardium occidentale (cajueiro),
devido à acessibilidade econômica e a isenção da emissão do Documento de Origem
Florestal - DOF (JÚNIOR, 2018). Mas, há de se considerar que, as propriedades da madeira
da Anacardium occidentale no que se refere ao uso para energia, são inferiores quando
comparadas às propriedades da madeira nativa (INT, 2016).
A qualidade da madeira utilizada como fonte de combustível é um dos fatores que
influencia significativamente o consumo de lenha, a produtividade e a qualidade das peças
cerâmicas, pelo fato de que a quantidade de calor fornecido e a estabilidade da temperatura
interferem nos referidos parâmetros (PUNNARAPONG; PROMWUNGKWA;
TIPPAYAWONG, 2017; NASCIMENTO, 2015).
Apesar de, a madeira utilizada na indústria de cerâmica vermelha ser caracterizada
como uma fonte de energia renovável é preciso avaliar a sua eficiência, em termos
energéticos e econômicos, quanto ao uso da espécie escolhida para tal finalidade. Esse fato
evidencia a necessidade de desenvolver estudos que identifiquem o desempenho desse
combustível com a finalidade de reduzir o consumo e o custo de aquisição, preservando a
43
qualidade das peças cerâmicas, em especial quando se utiliza a madeira nativa da
Caatinga.
Ainda que o valor de aquisição da madeira nativa seja maior que o de resíduos
florestais, a utilização da madeira de Mimosa tenuiflora, mesmo em proporções com a
madeira de Anacardium occidentale, pode gerar redução no consumo total e no custo com o
combustível na empresa de cerâmica vermelha. Além disso, pode agregar qualidade ao
produto cerâmico, conferindo maior número de peças de primeira qualidade, haja vista as
melhores propriedades energéticas da madeira dessa espécie.
O objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação técnica da utilização da Mimosa
tenuiflora, sob diferentes proporções de associação com a madeira de Anacardium
occidentale na queima de tijolos, a fim de determinar o consumo de madeira, a qualidade
das peças cerâmicas e o custo de aquisição nas diferentes proporções.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em uma indústria de cerâmica vermelha, localizada no
município de Apodi, RN. O forno utilizado para a fabricação dos tijolos foi o tipo “multi-
câmaras” e foram utilizados tijolos denominados tipo 19, cujas dimensões eram de 9 cm de
espessura x 19 cm de comprimento x 19 cm de altura, confeccionados com o mesmo lote de
argila.
O processo de queima nesse tipo de forno inicia-se com a transferência de calor da
câmara anterior (em processo de resfriamento) para a câmara em funcionamento por meio
dos canais de distribuição. A câmara que recebe calor inicia a etapa de esquente e ocorre a
estabilização da temperatura em torno de 500 °C.
Após essa etapa é realizada a deposição de madeira na câmara para promover a
combustão e atingir a temperatura de queima de 900 ºC que deve permanecer durante 20
horas. Para isso há o acompanhamento, por parte do responsável pelo processo, do registro
da temperatura através de um sistema de termopares acoplado às câmaras do forno e,
periodicamente são realizados os abastecimentos, de forma manual, com madeira para
manter a temperatura em 900 °C. Após o período de 20 horas, inicia-se o processo de
resfriamento da câmara, que ocorre com a suspensão do abastecimento de madeira e
abertura dos canais para realização da etapa de esquente da câmara seguinte e coleta dos
tijolos confeccionados para classificação em primeira e segunda qualidade.
Para avaliar o desempenho da madeira adotaram-se três tratamentos (proporção de
associação das madeiras de Mimosa tenuiflora e Anacardium occidentale): 0JP - 100%
Anacardium occidentale de um lote de madeira específico; 50JP - 50% de Mimosa tenuiflora
de um lote de madeira específico + 50% Anacardium occidentale de um lote de madeira
específico e, portanto, diferente do lote do 0JP; e 100JP - 100% de Mimosa tenuiflora de um
44
lote de madeira específico e, portanto, diferente do lote do 50JP. A opção de se utilizar a
madeira de Anacardium occidentale como tratamento testemunha, deu-se por ser esta a
fonte de energia que a empresa utiliza habitualmente no processo de queima. Além disso,
para cada tratamento referido foram realizadas quatro repetições (quatro queimas de lotes
de tijolos por tratamento).
As madeiras utilizadas no processo de queima foram organizadas no pátio, de forma
sobrepostas, formando montes de dimensões determinadas (4 m de comprimento x 1,75 m
de altura aproximadamente). Após a organização utilizou-se um gabarito de 1m², sendo este
posicionado na parte central de cada monte em que as peças de madeira localizadas na
parte interna do gabarito foram marcadas com tinta. Todas as peças marcadas foram
mensuradas nas áreas seccionais (m²) das extremidades e da parte central, além do
comprimento (m), conforme ilustrado na Figura 1.
Em que: ASi: áreas seccionais nas extremidades (1 e 3) e na parte central (2) de cada tora
(m²); C: comprimento da tora (m).
45
O fator de empilhamento de cada pilha foi determinado por meio da equação 2,
dividindo-se o volume empilhado (st) no gabarito (1m² x comprimento médio das toras) pelo
volume sólido (m³) obtido na cubagem das toras:
= (2)
𝑉 = (3)
46
atualização de capital em regime de capitalização composto. Tal procedimento foi
necessário porque a receita é obtida com 60% do valor percebido no ato da entrega do
produto e os outros 40% do valor percebidos 30 dias após a entrega do produto (valor
considerado no período 1). Para efetuar esta atualização de capital, foi aplicada uma taxa de
desconto de 0,96% a. m, baseada em taxas de juros aplicadas pelo BNDES em
financiamento de projetos para a indústria de cerâmica vermelha (ANICER, 2014).
Toda estimativa foi feita com base em valores mensais. Para estimar o elemento de
custo mensal, foram considerados apenas os custos com energia elétrica (R$ 18.000,00),
mão de obra (R$ 70.000,00), combustível (20.000,00) e a madeira (o custo a depender da
espécie utilizada). Mensalmente, a empresa realiza em média 55 queimas, valor este
utilizado para estimativa dos custos e receitas mensais.
A receita líquida total foi determinada pela diferença entre a receita total mensal e o
custo mensal, como também foi avaliada de acordo com o pior cenário (menor receita total e
maior custo) e o melhor cenário (maior receita total e menor custo).
O experimento foi avaliado segundo o delineamento inteiramente aleatorizado, sendo
três tratamentos (proporção de associação da madeira de Mimosa tenuiflora à madeira da
poda de Anacardium occidentale), com quatro repetições (queimas). Os dados foram
submetidos aos testes de Lilliefors para testar a normalidade, e Cochran para testar a
homogeneidade das variâncias. Em seguida, procedeu-se à análise de variância pelo teste
F, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey. Considerou-se sempre o nível de
significância de 5 %. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software R
2.13.1.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O conhecimento do fator de empilhamento, Figura 1, é importante para estimar o
consumo médio de madeira (m³) no processo de queima das peças cerâmicas. Dessa
forma, o fator de empilhamento foi diferente nos montes de madeira da occidentale (3,48 st
m-3) e tenuiflora (3,69 st m-3) e, consequentemente o volume de madeira estimado em m³ e
em st m-3 é diferente.
O gabarito definido para a organização das madeiras dos diferentes tratamentos,
embora tenha dimensões semelhantes, possui diferentes volumes de madeira, a considerar
a quantidade de espaços vazios presentes entre as peças de madeira e que pode ser
estimado pelo fator de empilhamento.
47
Fig. 2 Fator de empilhamento entre as peças de madeira contidas na pilha de dimensões
conhecidas, obtido para as espécies Anacardium occidentale e Mimosa tenuiflora, utilizadas
no estudo.
Sendo assim, observou-se que a Mimosa tenuiflora organizadas em “montes”,
apresentou maior fator de empilhamento (3,69 st m -3), conforme se observa na figura 3. Nos
PMFS da Caatinga do estado de Pernambuco adota-se o fator de empilhamento de 3,32 st
m-3 para as espécies contidas nos planos (MEUNIER; FERREIRA; SILVA, 2018). Esse maior
fator de empilhamento se deve a duas principais características da tenuiflora, que apresenta
fustes de pequeno diâmetro e tortuosos (PAULA NETO et al. (1993) apud NUNES e
SOARES (2017); LOPES et al., 2015).
O consumo médio total de madeira no tratamento 0JP foi superior aos demais,
demandando uma queima média de 5,49 m³ de madeira da Anacardium occidentale. No
tratamento 50JP foi possível reduzir o volume da Anacardium occidentale para 1,71 m³,
totalizando 3,42 m³ de madeira consumida no tratamento. O consumo médio no tratamento
100JP foi inferior aos demais, representando a queima de 2,68 m³ da madeira da Mimosa
tenuiflora, Figura 2.
Fig. 3 Consumo médio total de madeira em m³ durante a queima de tijolos de acordo com
os tratamentos, sendo 0JP – 100% Anacardium occidentale, 50JP – 50% Anacardium
occidentale e 50% Mimosa tenuiflora e 100JP – 100% Mimosa tenuiflora.
48
A partir disso, foi possível determinar o consumo de madeira em m³ e observou-se
que houve uma redução de 38% do consumo de madeira no tratamento 50JP e de 51% no
tratamento 100JP. O consumo de combustível é um fator diretamente ligado à qualidade da
madeira na promoção de energia para a reação, o qual pode ser influenciado pelos
componentes químicos no momento da queima.
Há diferença significativa no teor de matérias voláteis e teor de carbono fixo das
espécies occidentale e tenuiflora. Dessa maneira, na Tabela 1 estão apresentados os
valores dos respectivos componentes da madeira de Anacardium occidentale e Mimosa
tenuiflora de acordo com cada tratamento estudado.
49
Assim, a queima mais lenta de um combustível é preferida na produção de tijolos, pois para
o produto quanto maior tempo exposto à temperatura ideal de forma estável, melhor será a
sua qualidade (CABÓ et al., 2015).
Além desses teores, há diferença no poder calorífico superior e na densidade básica
das espécies, em que a tenuiflora apresenta maiores valores. É possível verificar que
mesmo com o teor de umidade baixo, o tratamento 0JP possui alto consumo de madeira, o
que evidencia a necessidade de averiguar as características energéticas da madeira.
50
fato de manter a temperatura estável, na figura 7 está apresentada a relação da temperatura
máxima atingida e quantidade de peças de primeira qualidade produzidas com as
proporções das madeiras de espécies selecionadas, conforme os tratamentos.
As características energéticas da madeira também influenciaram na frequência de
alimentação das câmaras. Em virtude dos resultados de matérias voláteis e carbono fixo,
como também a densidade básica e poder calorífico a frequência de alimentação no
tratamento 100JP foi menor, com intervalos por volta de 41 minutos. No tratamento 0JP o
intervalo de alimentação foi em média 29 minutos, o que implica que a energia contida na
madeira de occidentale é liberada mais rapidamente.
O fornecimento contínuo de calor durante a etapa de queima e a estabilidade da
temperatura são elementos que influenciam na qualidade do produto (tijolos) em termos de
coloração e integridade da peça. De modo a verificar o perfil térmico das câmaras durante o
processo de queima, na Figura 3 estão apresentadas as temperaturas obtidas durante a
queima dos tijolos na câmara, de cada repetição realizada em cada tratamento.
Fig. 4 Perfil térmico das câmaras durante a queima de tijolos. Em que: R1 = repetição 1, R2
= repetição 2, R3 = repetição 3 e R4 = repetição 4.
51
Fig. 5 Porcentagem de produtos de primeira qualidade em razão à temperatura máxima
obtida pelo fornecimento de calor das madeiras estudadas.
52
Embora exista o apelo sustentável para o uso da madeira, como fonte limpa e
renovável de energia, é importante verificar a eficiência em termos econômicos da sua
utilização. Através dos dados apresentados na tabela 3, foi possível observar que, nos
tratamentos 50JP e 100JP, houve redução quanto ao custo de aquisição desse combustível.
Quanto à estimativa dos custos de aquisição, foi possível verificar que, apesar do
preço de compra da occidentale ser menor, e por essa razão é comumente utilizada nas
indústrias de cerâmica vermelha do RN, o consumo desse combustível é maior por ser
menos eficiente energeticamente, o que reflete no maior custo final de aquisição.
Considerando-se que os custos operacionais de produção são similares,
independentemente do uso da occidentale ou da tenuiflora, a utilização da madeira de
tenuiflora como fonte de energia no processo de queima de tijolos, reduziu o custo de
aquisição da lenha, que pode gerar economia para a empresa em torno de 17% a 19% por
câmara em funcionamento, a depender do tratamento utilizado.
Além da redução do custo de aquisição da madeira, houve incremento de 5,62% na
receita da venda dos tijolos ao fazer o uso da proporção de madeira indicada no tratamento
50JP, conforme pode ser observado na tabela 4:
Tabela 4 Estimativa da receita da venda dos tijolos, por fornada, com base na quantidade de
produtos de primeira qualidade produzidos.
Venda(R$) TOT(R$)
Tratamento QUANT REC(%)
MIN MAX MIN MAX
0JP 89% 290,00 340,00 2.581,00 3.026,00 -
50JP 94% 290,00 340,00 2.726,00 3.196,00 5.62%
100JP 88% 290,00 340,00 2.552,00 2.992,00 -1.12%
QUANT = porcentagem de peças de primeira qualidade, MAX = valor máximo de venda de 1 milheiro de tijolo em
2019, MIN = valor mínimo de venda de 1 milheiro de tijolo em 2019, TOT = total da receita em cada tratamento,
REC = porcentagem do incremento ou redução na receita em relação ao tratamento 0JP, conforme os
tratamentos.
53
utilizar uma espécie diferente, a temperatura pode ter oscilado além do aceitável,
promovendo rachaduras e quebras nos tijolos.
Desta forma, para o calculo da receita líquida, inicialmente foi necessário a
realização da atualização da receita bruta, cujos resultados são apresentados na tabela 5:
Tabela 6 Receita líquida mensal da venda de tijolos por tratamento (em R$).
Custo total mensal (R$) REC total mensal (R$) REC líquida mensal (R$)
Tratamento Melhor cenário
MIN MAX MIN MAX Pior cenário % %
0JP 130.118,25 134.331,25 141.415,08 165.796,99 7.083,83 - 35.678,74 -
50JP 126.019,10 130.11,.50 149.359,74 175.111,42 19.244,24 172 49.092,32 38
100JP 125.441,60 129.802,00 139.826,14 163.934,10 10.024,14 42 38.492,50 8
REC = receita da venda dos tijolos queimados conforme cada tratamento, % = porcentagem do incremento na
receita líquida mensal em relação ao tratamento 0JP.
O uso da madeira nativa legalizada como fonte energética na etapa de queima dos
tijolos, permitiu um ganho na receita líquida mensal, inclusive no pior cenário da empresa
(alto custo e baixa receita). A associação de occidentale e tenuiflora (50JP) demonstrou um
ganho mais expressivo da receita líquida mensal da venda de tijolos, em comparação aos
demais tratamentos e, para a queima somente de tenuiflora (100JP) é necessário realizar
ajustes no processo, como o tempo e temperatura da queima, bem como a padronização da
alimentação do forno .
Ressalta-se que para esses valores só foram considerados os custos com energia
elétrica, mão de obra, combustível e madeira, e que outros custos podem ser inseridos na
contabilidade. Dessa forma, recomenda-se adotar processos diferentes a depender da
espécie utilizada como fonte de energia e mais estudos que avaliem a utilização de outras
espécies ou fontes de biomassas no processo de queima de materiais cerâmicos.
54
5. CONCLUSÕES
A Mimosa tenuiflora é uma espécie potencial para geração de energia na etapa de
queima dos tijolos, por apresentar características favoráveis para tal produção, o que
promoveu a redução do consumo do volume de madeira nos tratamentos 50JP e 100JP.
Embora o preço de compra da tenuiflora seja mais alto, a redução do consumo em m³,
promoveu uma economia com o custo total de aquisição por queima.
Ao contrário da tenuiflora o preço de compra da occidentale é menor, mas as suas
características energéticas como baixa densidade e poder calorífico, principalmente, elevam
o consumo desse combustível em m³. Consequentemente, o custo total de aquisição da
occidentale é maior.
Além disso, a associação da occidentale à tenuiflora no tratamento 50JP, além de
reduzir o consumo de madeira em m³, resultou no aumento de peças de primeira qualidade
ao ser atingida a temperatura máxima de 1010°C. Para o uso somente da tenuiflora,
recomenda-se a mudança do processo de queima dos tijolos, tais como o tempo de
sinterização, temperatura máxima e frequência de alimentação, através de estudos
preliminares, a fim de padronizar esse processo para ocorrer menos oscilações de
temperatura e manter a integridade da peça, promovendo o aumento de peças de primeira
qualidade.
6. AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
7. REFERÊNCIAS
ANICER. Crédito auxilia indústrias de cerâmica vermelha. Revista da Anicer, Rio de
Janeiro, v. 91, n. 1, p.1-1, dez. 2014.
55
BRITO, J. O., BARRICHELO, L. E. G.; ESALQ-USP; Aspectos Técnicos da utilização da
madeira e carvão vegetal como combustíveis; In: 2º Seminário de Abastecimento
Energético Industrial com Recursos Florestais; p.101-137; São Paulo; 1982.
JUIZO, C.G.F.; LIMA, M.R.; SILVA, D.A. Qualidade da casca e da madeira de nove espécies
de Eucalipto para produção de carvão vegetal. Revista Brasileira de Ciências Agrárias -
Brazilian Journal Of Agricultural Sciences, [s.l.], v. 12, n. 3, p.386-390, 27 set. 2017.
Revista Brasileira de Ciencias Agrarias. http://dx.doi.org/10.5039/agraria.v12i3a5461.
MACHADO NETO, A. P. et al. Densidade e poder calorífico como base para prevenção de
incêndios florestais sob linhas de transmissão. Nativa, [s.l.], v. 3, n. 1, p.10-15, 26 mar.
2015. Revista Nativa. http://dx.doi.org/10.14583/2318-7670.v03n01a02.
56
NUNES, J. S.; SOARES, T. S. ESTIMATIVAS VOLUMÉTRICAS PARA UM POVOAMENTO
ADENSADO DE EUCALYPTUS SP. EM REGIME DE CURTA ROTAÇÃO. Journal Of
Neotropical Agriculture, [s.l.], v. 4, n. 4, p.77-86, 14 dez. 2017. Revista de Agricultura
Neotropical. http://dx.doi.org/10.32404/rean.v4i4.1661.
SCHWOB, M. R. V.; HENRIQUES, M.; SZKLO, A. Technical potential for developing natural
gas use in the Brazilian red ceramic industry. Applied Energy, [s.l.], v. 86, n. 9, p.1524-
1531, set. 2009. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.apenergy.2008.10.013.
57
SOUSA JÚNIOR, A. D. Documento de origem florestal - DOF: Análise da comercialização
de produtos florestais nativos legalizados no estado do Rio Grande do Norte. 2018. 65 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Ciências Florestais, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Macaiba, 2018.
58
ANEXO 1 – Normas da Revista Scientia Forestalis - Artigo 1
59
ANEXO 2 – Normas da Revista Wood Science and technology - Artigo 2
SUBMISSÃO DE MANUSCRITO
Submissão de manuscrito
A submissão de um manuscrito implica: que o trabalho descrito não tenha sido publicado
antes; que não está sob consideração para publicação em nenhum outro lugar; que sua
publicação foi aprovada por todos os coautores, se houver, bem como pelas autoridades
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Permissões
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publicados em outro local deverão obter permissão do proprietário dos direitos autorais para
o formato impresso e on-line e incluir provas de que tal permissão foi concedida ao enviar
seus artigos. . Qualquer material recebido sem tal evidência será assumido como originário
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Submissão Online
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FOLHA DE ROSTO
Folha de rosto
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O nome do (s) autor (es)
Um título conciso e informativo
A (s) afiliação (ões) e endereço (s) do (s) autor (es)
O endereço de e-mail e o (s) número (s) de telefone do autor correspondente
Se disponível, a ORCID de 16 dígitos do (s) autor (es)
Resumo
Por favor, forneça um resumo de 150 a 250 palavras. O resumo não deve conter
abreviações indefinidas ou referências não especificadas.
TEXTO
Observe:
60
O uso de notas de rodapé não é incentivado
Manuscritos com conteúdo matemático também podem ser enviados no LaTeX. O
envio deve incluir a fonte original (incluindo todos os arquivos e figuras de estilo) e
uma versão em PDF da saída compilada.
Todos os manuscritos submetidos devem ser escritos em inglês.
Os manuscritos devem ser enviados em formato vertical.
Os manuscritos devem ser paginados!
Estrutura
Os manuscritos devem ser estruturados nas seguintes seções principais:
Resumo (não deve conter abreviações indefinidas)
Introdução (no final descrevendo o objetivo do estudo, idealmente hipóteses)
Materiais e métodos
Resultados e discussão
Conclusão
ESTILO CIENTÍFICO
Por favor, use sempre sinais e símbolos aceitos internacionalmente para unidades (unidades
do SI).
Por favor, use a notação matemática padrão para fórmulas, símbolos, etc .:
Itálico para letras únicas que denotam constantes matemáticas, variáveis e quantidades
desconhecidas
Romano / vertical para numerais, operadores e pontuação e funções ou abreviações
comumente definidas, por exemplo, cos, det, e ou exp, lim, log, max, min, sen, tan, d (para
derivado)
Negrito para vetores, tensores e matrizes.
REFERÊNCIAS
Citação
Cite referências no texto por nome e ano entre parênteses. Alguns exemplos:
A pesquisa de negociação abrange muitas disciplinas (Thompson, 1990).
Este resultado foi posteriormente contradito por Becker e Seligman (1996).
Este efeito tem sido amplamente estudado (Abbott 1991; Barakat et al. 1995a, b;
Kelso e Smith 1998; Medvec et al. 1999, 2000).
Lista de referência
A lista de referências deve incluir apenas trabalhos que são citados no texto e que foram
publicados ou aceitos para publicação. Comunicações pessoais e obras inéditas só devem
61
ser mencionadas no texto. Não use notas de rodapé ou notas de fim como substituto de
uma lista de referências.
As entradas da lista de referências devem ser alfabetizadas pelos sobrenomes do primeiro
autor de cada trabalho. Encomende publicações multi-autor do mesmo primeiro autor
alfabeticamente em relação ao segundo, terceiro, etc. autor. Publicações de exatamente o
(s) mesmo (s) autor (es) devem ser ordenadas cronologicamente.
artigo de jornal
Gamelin FX, Baquet G, Berthoin S, Thevenet D, Nourry C, Nottin S, Bosquet L. (2009) Efeito
do treinamento intermitente de alta intensidade na variabilidade da freqüência cardíaca em
crianças pré-púberes. Eur J Appl Physiol 105: 731-738.https://doi.org/10.1007/s00421-008-
0955-8
Idealmente, os nomes de todos os autores devem ser fornecidos, mas o uso de “et al” em
longas listas de autores também será aceito:
Smith J, Jr Jones M, Houghton L et al (1999) Futuro do seguro de saúde. N Engl J Med 965:
325-329
Artigo por DOI
Slifka MK, Whitton JL (2000) Implicações clínicas da produção desregulada de citocinas. J
Mol Med. https://doi.org/10.1007/s001090000086
Livro
Sul J, Blass B (2001) O futuro da genômica moderna. Blackwell, Londres
Capítulo de livro
Brown B, Aaron M (2001) A política da natureza. In: Smith J (ed) O surgimento da moderna
genômica, 3rd edn. Wiley, Nova Iorque, pp 230-257
Documento on-line
Cartwright J (2007) Grandes estrelas têm tempo também. IOP Publishing
PhysicsWeb. http://physicsweb.org/articles/news/11/6/16/1. Acessado em 26 de junho de
2007
Dissertação
Trent JW (1975) Insuficiência renal aguda experimental. Dissertação, Universidade da
Califórnia
Sempre use a abreviação padrão do nome de um periódico de acordo com a lista de
abreviações de palavras de título ISSN.
62
Por favor, forneça a cada referência uma tradução em inglês do título (se não estiver escrito
em inglês).
O número DOI só é necessário se a referência ainda não estiver publicada na impressão.
Você também pode usar a abreviação padrão do nome de um periódico de acordo com as
abreviações de título do periódico ISI.
TABELAS
Todas as tabelas devem ser numeradas usando algarismos arábicos.
As tabelas devem sempre ser citadas em texto em ordem numérica consecutiva.
Para cada tabela, forneça uma legenda da tabela (título) explicando os componentes
da tabela.
Identifique qualquer material publicado anteriormente, fornecendo a fonte original na
forma de uma referência no final da legenda da tabela.
As notas de rodapé das tabelas devem ser indicadas por letras minúsculas
sobrescritas (ou asteriscos para valores de significância e outros dados estatísticos)
e incluídas abaixo do corpo da tabela.
63
Meios-tons devem ter uma resolução mínima de 300 dpi.
Arte combinada
Definição: uma combinação de meios-tons e linhas artísticas, por exemplo, meios-
tons contendo linhas, letras extensas, diagramas de cores, etc.
A arte combinada deve ter uma resolução mínima de 600 dpi.
Arte de cor
A arte da cor é gratuita para publicação online.
Se aparecer preto e branco na versão impressa, certifique-se de que as informações
principais ainda estarão visíveis. Muitas cores não são distinguíveis umas das outras
quando convertidas para preto e branco. Uma maneira simples de verificar isso é
fazer uma cópia xerográfica para ver se as distinções necessárias entre as diferentes
cores ainda são aparentes.
Se as figuras forem impressas em preto e branco, não se refira à cor nas legendas.
As ilustrações coloridas devem ser enviadas como RGB (8 bits por canal).
Figura Lettering
Para adicionar letras, é melhor usar Helvetica ou Arial (fontes sem serifa).
Mantenha as letras consistentemente dimensionadas em todas as suas obras de arte
de tamanho final, geralmente de 2 a 3 mm (8 a 12 pt).
A variação do tamanho do tipo dentro de uma ilustração deve ser mínima, por
exemplo, não use o tipo 8-pt em um eixo e o tipo 20-pt para a etiqueta do eixo.
Evite efeitos como sombreado, letras de contorno, etc.
Não inclua títulos ou legendas nas suas ilustrações.
Numeração de Figuras
Todas as figuras devem ser numeradas usando algarismos arábicos.
As figuras devem ser sempre citadas em texto em ordem numérica consecutiva.
As partes da figura devem ser indicadas por letras minúsculas (a, b, c, etc.).
Se um apêndice aparecer em seu artigo e contiver uma ou mais figuras, continue a
numeração consecutiva do texto principal. Não numere os números do apêndice,
"A1, A2, A3, etc." Os números em apêndices on-line (material suplementar
eletrônico) devem, no entanto, ser numerados separadamente.
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As legendas das figuras começam com o termo Fig. Em negrito, seguido pelo
número da figura, também em negrito.
Nenhuma pontuação deve ser incluída após o número, nem qualquer pontuação
deve ser colocada no final da legenda.
Identifique todos os elementos encontrados na figura na legenda da figura; e use
caixas, círculos, etc., como pontos de coordenadas em gráficos.
Identifique o material publicado anteriormente, fornecendo a fonte original na forma
de uma citação de referência no final da legenda da figura.
Figura de colocação e tamanho
As figuras devem ser enviadas separadamente do texto, se possível.
Ao preparar suas figuras, dimensione as figuras para ajustá-las na largura da coluna.
Para revistas de grandes dimensões, os valores devem ser de 84 mm (para áreas de
texto com duas colunas) ou 174 mm (para áreas de texto com uma única coluna) de
largura e não superiores a 234 mm.
Para revistas de pequeno porte, os números devem ter 119 mm de largura e não
mais de 195 mm.
Permissões
Se você incluir figuras que já foram publicadas em outro lugar, deverá obter permissão do
(s) proprietário (s) dos direitos autorais para o formato impresso e on-line. Esteja ciente de
que alguns editores não concedem direitos eletrônicos de graça e que a Springer não
poderá reembolsar quaisquer custos que possam ter ocorrido para receber essas
permissões. Em tais casos, material de outras fontes deve ser usado.
Acessibilidade
A fim de dar às pessoas de todas as habilidades e incapacidades acesso ao conteúdo das
suas figuras, certifique-se de que
Todas as figuras têm legendas descritivas (usuários cegos poderiam então usar um
software de texto para fala ou um hardware de texto para Braille)
Os padrões são usados em vez de ou em adição às cores para transmitir
informações (usuários daltônicos poderiam então distinguir os elementos visuais)
Qualquer figura de figura tem uma taxa de contraste de pelo menos 4,5: 1
Arte de cor
Os custos de impressão a cores devem ser suportados pelos próprios autores e
totalizam 950,00 euros mais IVA. Se você não estiver preparado para pagar os
custos, precisará alterar suas Figuras de modo que elas sejam legíveis quando
impressas em preto e branco.
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Observe: somente uma versão do seu manuscrito pode ser enviada, ou seja, se o
seu manuscrito contiver figuras coloridas e você não estiver disposto a pagar a taxa
mencionada acima, as Figuras aparecerão on-line em cores e impressas em preto e
branco.
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É possível coletar vários arquivos em um arquivo .zip ou .gz.
Numeração
Se fornecer qualquer material suplementar, o texto deve mencionar especificamente
o material como uma citação, semelhante a figuras e tabelas.
Consulte os arquivos suplementares como "Recurso on-line", por exemplo, "...
conforme mostrado na animação (Recurso on-line 3)", "... dados adicionais são
fornecidos no Recurso on-line 4".
Nomeie os arquivos consecutivamente, por exemplo, "ESM_3.mpg", "ESM_4.pdf".
Legendas
Para cada material suplementar, forneça uma legenda concisa descrevendo o
conteúdo do arquivo.
Processamento de arquivos suplementares
Material suplementar eletrônico será publicado como recebido do autor sem qualquer
conversão, edição ou reformatação.
Acessibilidade
Para permitir que pessoas com todas as habilidades e deficiências acessem o conteúdo de
seus arquivos suplementares, certifique-se de que
O manuscrito contém uma legenda descritiva para cada material suplementar
Os arquivos de vídeo não contêm nada que pisque mais de três vezes por segundo
(para que os usuários propensos a ataques causados por esses efeitos não sejam
colocados em risco).
EDIÇÃO DE LÍNGUA INGLESA
Para que os editores e revisores avaliem com precisão o trabalho apresentado em seu
manuscrito, você precisa garantir que o idioma inglês seja de qualidade suficiente para ser
entendido. Se precisar de ajuda para escrever em inglês, você deve considerar:
Perguntar a um colega que é um falante nativo de inglês para revisar seu manuscrito para
maior clareza.
Visitando o tutorial em inglês que aborda os erros comuns ao escrever em inglês.
Usando um serviço profissional de edição de idiomas, onde os editores aprimoram o
inglês para garantir que seu significado seja claro e identificar problemas que exijam
sua revisão. Dois desses serviços são fornecidos por nossos afiliados Nature
Research Editing Service e American Journal Experts. Os autores da Springer têm
direito a 10% de desconto em sua primeira submissão a qualquer um desses
serviços.
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Observe que o uso de um serviço de edição de idioma não é um requisito para publicação
neste periódico e não implica ou garante que o artigo será selecionado para revisão por
pares ou aceito.
Se o seu manuscrito for aceito, ele será verificado por nossos copiadores para ortografia e
estilo formal antes da publicação.
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