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Histórico

A Cristalografia é uma ciência relativamente recente.


Foi Rene-Just Hauy, que viveu nos finais do século
XVIII, princípios do século XIX, quem conseguiu que a
cristalografia se tornasse uma ciência matemática
exacta, a partir da classificação de cristais de
determinadas formas. Christian Westfeld (1746-1823)
definiu o conceito de célula unitária. Christian Weiss
(1780-1856) classificou os cristais nos diferentes
sistemas cristalográficos que são actualmente
utilizados.
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A Cristalografia moderna tem por objectivo


essencialmente o conhecimento da estrutura dos
materiais a nível atómico, independentemente do
seu estado físico e da sua origem, e das relações
entre essa estrutura e suas propriedades
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A cristalografia divide-se em cristalografia morfológica ou


externa e estrutural ou interna.

Cristalografia morfológica ou externa


Os minerais possuem um arranjo interno ordenado
e são limitados por superfícies planas e lisas,
assumindo formas geométricas regulares: cristais.
Assim sendo pode definir-se um cristal como
sendo um sólido homogéneo de estrutura interna
ordenada e tridimensional.
O estudo destes corpos sólidos, desde a sua forma
externa à interna, e das leis que governam o seu
crescimento designa-se cristalografia.
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Estes sólidos cristalinos (cristais) designam-


se: - euédricos (ou idiomórfico), se as faces
forem bem formadas; - subédrico (ou
Subidiomórficos), se as faces forem
imperfeitamente desenvolvidas; - anédrico (ou
informe), se não possuir faces.
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Embora a maioria das substâncias, tanto naturais como


sintéticas sejam cristalinas, a algumas delas falta
qualquer estrutura interna ordenada. Diz-se que tais
substâncias são amorfas. As substâncias amorfas de
ocorrência natural, recebem o nome de
mineralóides.

Os cristais são formados a partir de:

• Solução
• Massa em fusão
• Vapor
• Abaixamento de temperatura
• Pressão
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Os elementos fundamentais de um cristal são:


faces, vértices e arestas.

Cristalização

A cristalização é o processo (natural ou artificial)


da formação de cristais sólidos de uma solução
uniforme.

Ela consiste de dois principais eventos, a


nucleação e o crescimento dos cristais.
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A nucleação é a etapa em que as moléculas do


soluto dispersas no solvente começam a se juntar
em clusters, em escala nanométrica. Esses clusters
constituem o núcleo e só se tornam estáveis a partir
de um certo tamanho crítico, que depende das
condições de operação (temperatura,
super saturação, irregularidades, etc). Se o cluster
não atinge a estabilidade necessária ele redissolve.
É no estágio de nucleação que os átomos se
arranjam de uma forma definida e periódica que
define a estrutura do cristal.
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O crescimento do cristal é o subsequente


crescimento do núcleo que atingiu o tamanho crítico
do cluster.
A nucleação e o crescimento continuam a ocorrer
simultaneamente enquanto a super saturação
existir. A super saturação é a força motriz da
cristalização, portanto, a velocidade de nucleação e
de crescimento é comandada pela existência de
super saturação na solução.
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Curvas de arrefecimento

As curvas de arrefecimento ou aquecimento são


características que permitem distinguir uma substância
amorfa de uma cristalina. Na substância amorfa a curva de
arrefecimento é contínua enquanto na substância cristalina
não é contínua, já que a temperatura permanece constante
desde o em que se atinge o ponto de fusão até ao instante
em que termina a cristalização.
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Estrutura cristalina

A estrutura cristalina de um sólido é a designação dada ao


conjunto de propriedades que resultam da forma como estão
espacialmente ordenados os átomos ou moléculas que o
constituem.

Dado que, de maneira geral, a matéria sólida, se apresenta


sob dois estados fundamentais de ordenação: o amorfo e o
cristalino, como é óbvio, apenas os sólidos que tenham uma
estrutura interna ordenada, os cristalinos, apresentam
estrutura cristalina.
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Teoria de Hauy

O árabe René Just Hauy nas suas experiencias com cristais de


calcita, verificou que qualquer que fosse o hábito do cristal de
calcita, ao partir segundo os seus planos de clivagem dava
sempre origem a romboedros as quais por sua vez podiam
dividir-se em romboedros de dimensões cada vez menor. Isto
levou-o a estabelecer a noção de molécula integrante isto, é a
unidade mais pequena, que por repetição segundo as três
direcções do espaço originaria o cristal.
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Assim surge a definição estrutural de cristal é um meio


triperiódico que resulta da repetição regular da molécula
integrante (sólido paralelepipédico) segundo as três direcções
do espaço. Ele verificou também que o agrupamento das
moléculas integrantes obedece as leis de crescimento
geométrico.
Dai resulta que a morfologia das faces dos cristais gerado
deste modo tenham uma estrutura em escadaria e não plana
como parecem ao observador.
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Apesar de da teoria de Hauy explicar facilmente o


aparecimento de formas octaédricas, dodécaedrica, etc, a
partir de formas cúbicas, não consegue explicar as formas
dos cristais que não apresentam uma unidade estrutural de
clivagem completa ou que tenham só uma direcção de
clivagem.
A importância que tem a teoria de Hauy apesar das suas
deficiências é que introduz o conceito de que a estrutura
dos cristais pode consistir na estratificação múltipla do
meio obtido por repetição periódica tridimensional de um
motivo unitário.
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Teoria reticular de Bravais

O físico Francês Auguste Bravais baseando-se na teoria de


Hauy e introduzindo-lhe modificações chega a noção de cristal
como um meio triperiodico e homogéneo. De acordo com ele
todos os corpos cristalinos estão formados por pontos ou
nós. Esses pontos ou nós representam a posição dos centros
de gravidades dos átomos, iões ou moléculas que se repetem
periodicamente em três direcções no espaço.
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O conjunto desses pontos ou nós idênticos constituem a


rede recticular de Bravais (Uma rede recticular de Bravais
é um conjunto de pontos construídos por translação de um
único ponto em intervalos discretos determinados por um
conjunto de vectores denominados vectores base.), de cuja
repetição se obtêm os cristais. Para o Bravais os pontos ou
nós da rede representam as moléculas integrantes de Hauy.
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O conjunto de pontos idênticos na mesma direcção constitui


uma fila e as distancias entre os pontos serão distintas nas
diferentes estruturas. Duas filas não paralelas definem uma
malha plana ou malha recticular. Se se traçarem as filas que
constituem uma malha o espaço bidimensional ficara então
dividido em paralelogramas e se considerar o espaço a em
três dimensões então obter-se-aim paralelipipedos ou célula
unitária cujo conjunto constitui a rede espacial que é a base
da estrutura interna de um cristal.
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Uma célula unitária é a menor parte do cristal que contém


as suas características, e que repetido tridimensionalmente
forma um mineral.
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Para conhecer a disposição exacta dos átomos constituintes


de uma célula unitária tem que se determinar os seis
parâmetros ou constantes cristalograficas da célula. Estes
parâmetros são as três distancias interatómicas ao longo das
três filas que definem a célula unitária, AO = ao, OB = bo, e
OC = co, e os três ângulos entre as filas bases, α = y^z, β =
x^z e γ =x^y
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Para que um arranjo espacial possa ser classificado como


uma rede de Bravais tem de obedecer às seguintes
condições:

1ª - A estrutura que constitui uma célula unitária, sendo assim


a menor subdivisão de uma rede cristalina que conserva as
características gerais de todo o retículo, permitindo por
simples repetição a reconstituição do sólido cristalino
completo;

2ª - Planos que contenham pontos sitos em faces opostas são


paralelos;

3ª - As arestas da célula unitária ligam pontos equivalentes na


estrutura.
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Obedecendo às condições atrás apontadas e combinando os


7 sistemas cristalinos, que resultam das diferentes
combinações da dimensão relativa das arestas das células
unitárias e dos seus ângulos de inserção nos vértices, com
as diferentes possibilidades de disposição espacial das
partículas nas faces e no interior das células unitárias é
possível criar 28 redes cristalinas. Na realidade, devido à
simetria das soluções, existem apenas 14 configurações
básicas, formando-se todas as demais a partir destas.
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P — célula unitária primitiva, ou simples, onde todos os


pontos reticulares estão localizados nos vértices do


paralelepípedo que constitui a célula;

F — célula unitária centrada nas faces, apresentando pontos


reticulares nas faces para além dos localizados nos vértices.


Quando apresentam somente pontos reticulares nas bases
são designadas pelas letras A, B ou C, Se as faces forem
(100) a malha é do tipo A, se as faces forem (010) a malha é
do tipo B e se as faces forem (001) a malha é do tipo C
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I — célula unitária centrada no corpo tendo, para além dos


pontos que determinam os vértices, um ponto reticular no


centro da célula.
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2- LEI DA CONSTÂNCIA DOS ÂNGULOS DIEDRO DOS


CRISTAIS

Também conhecida por lei de constância dos ângulos


interfaciais, esta proposição foi estabelecida no século XVIII pelo
francês Romeu de L'Isle, tendo como base deducões de Nicolau
Steno e Domenico Guglielmini.

A lei de constância dos ângulos diedros, que se aplica às faces


dos cristais e a todas as suas propriedades direccionais,
estabelece que, nos cristais da mesma espécie mineral, os
ângulos diedros correspondentes têm o mesmo valor,
independentemente da sua forma e desenvolvimento.
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A medição do ângulo entre as faces de um cristal constitui uma


parte da cristalografia denominada GONIOMETRIA e os
GONIÓMETROS são os instrumentos que se usam para medir
os ângulos. Os três Goniómetros mais conhecido são:

-Goniómetro de contacto

É constituído por um limbo semicircular graduado de 0º a 180º e


por uma alidade centrada do limbo, os ângulos entre as faces
podem medir-se com uma precisão de aproximadamente 1º.
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-Goniómetro de reflexão de um limbo ou de Wollaston

Este é um Goniómetro óptico que permite realizar medidas mais


precisas e apresenta um só círculo com um limbo graduado, com
luz incidente é um feixe paralelo é possível medir com só uma
contagem do cristal os ângulos entre todas as normais às faces
paralelas a uma mesma aresta.
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-Goniómetro teodolítico ou de dois limbos

Tem dois círculos graduados situados em dois planos


perpendiculares e permite localizar a direcção das faces sem
necessidade de centrar cada zona. Este Goniómetro tem sobre
os outros a vantagem de dar as coordenadas esférica (φ ; ρ)
da posição no espaço de cada normal à face em vez de dar os
ângulos entre essas normais.
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Os valores φ e ρ para cada uma das normais as faces de um


cristal define perfeitamente a posição das mesmas pois estas
são as coordenadas esféricas de diferentes direcções do
espaço.

3- Projecções dos cristais

Dada a tridimensionalidade dos cristais à necessidade de


recorrer a projecção para os passar para o plano. As
projecções mais utilizadas são:
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- Projecção esférica: Esta serve para localizar as faces


estritamente de acordo com as suas relações angulares
mais e sem considerações pelo tamanho ou configuração.
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- Projecção estereográfica: neste caso passa-se do caso


esférico para uma projecção bidimensional. O plano de
projecção é o equatorial e o círculo primitivo é o próprio
equador. Para estas projecções utiliza-se a rede
estereográfica ou rede de Wulff.
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As coordenadas (φ ; ρ), na rede de Wulff são marcadas da


seguintes maneiras:

- A coordenada esférica φ marca-se no círculo de projecção a


partir do ponto zero no sentido horário.

- A coordenada esférica ρ mede-se do centro da rede para a


periférica.
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