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EXERCÍCIO FIXAÇÃO

HIDROLOGIA

Prof. Dr Bruno Pinheiro


1) Calcular a declividade média do curso d’água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1:
RESOLUÇÃO
Declividade media do curso d’água é a taxa média de
decrescimento da cota com a distância ao longo do
curso d’água.
DECLIVIDADE (D) =

DESNÍVEL (DN) = COTA MAIOR – COTA MENOR


DN = 628 – 372
DN = 256m

DISTÂNCIA = 83200m

D= = 0,0031m/m

628
2) Qual seria a vazão de saída de uma bacia completamente impermeável, com área de
17km2, sob uma chuva constante à taxa de 5 mm/hora?
RESOLUÇÃO:

VAZÃO (Q) =

OBSERVAÇÃO: Desconsiderando a evapotranspiração (a taxa de evapotranspiração é muitas vezes menor


que 5 mm/hora)podemos calcular a vazão diretamente. O volume de chuva que atinge a bacia em 1 hora é
5 mm (altura) vezes 17 km2 (área).

DADOS:
5 mm = 5 x 10-3 m
17 km2 = 17 x 106 m2
Volume = 5 x 10-3 x 17 x 106 = 85000 m3

VAZÃO (Q) = = 23,6 m3/s


3) A região da bacia hidrográfica do rio Guamá recebe precipitações médias anuais de 1800 mm. No município de São
Miguel do Guamá há um local em que são medidas as vazões deste rio e uma análise de uma série de dados diários ao
longo de 11 anos revela que a vazão média do rio é de 43,1 m 3/s. Considerando que a área da bacia neste local é de 1604
Km2, qual é a evapotranspiração média anual nesta bacia? Qual é o coeficiente de escoamento de longo prazo?
LEMBRETES:
1) O balanço hídrico de uma bacia é dado pela equação abaixo:
ΔV =( P – E – Q ).Δt
onde V é o volume acumulado na bacia, t é o tempo, P é a precipitação, E a evapotranspiração e Q o escoamento.
2) Numa média de longo prazo podemos desconsiderar a variação de volume (ΔV). Assim, a equação de
balanço simplificada fica:
P=Q+E
Onde P é a precipitação (mm/ano); Q é a vazão (ou escoamento) em mm/ano; e E é a evapotranspiração
(mm/ano).. Este volume corresponde a uma lâmina (altura) dada O coeficiente de escoamento
RESOLUÇÃO: por: de longo prazo é dado pela
Q= razão entre o escoamento Q e a
a) A vazão de 43,1 m3/s é equivalente a chuva P em valores médios
um volume anual de: Q= anuais.
= 847mm/ano
Volume anual = 43,1 m /s x 86400 s/dia x
3 C = 847/1800 = 0,47
365 dia/ano = 1359,2 milhões de m3/ano Ou seja, em média 47% da
Portanto a evapotranspiração da bacia é dada por: chuva é transformada em
E = P – Q = 1800 – 847 = 953 mm/ano vazão nesta bacia.
3) Considera-se para o dimensionamento de estruturas de abastecimento de água que um habitante de uma cidade
consome cerca de 200 litros de água por dia. Um telhado de uma residência com 100 m 2, ligado a um grande reservatório,
é suficiente para abastecer de água uma pessoa que mora sozinha? Suponha que o telhado é perfeitamente impermeável
e que a precipitação média no local seja de 1200 mm por ano.

RESOLUÇÃO:
1) Sabendo que consumindo 200 litros de água por dia a pessoa precisa de 73 mil litros por ano, ou seja,
73 m3/ano.
Volume total da chuva: Precipitação x Área
Considerada
Volume total da chuva: 1200 x 100 = 120 m3/ano

Portanto a água da chuva é suficiente para abastecer esta pessoa.


3) Considerando a curva IDF do DMAE para o posto pluviográfico do Parque da Redenção, qual é a intensidade da chuva
com duração de 20 minutos que tem 10% de probabilidade de ser igualada ou superada em um ano qualquer em Porto
Alegre?
RESOLUÇÃO:
A chuva com 10% de probabilidade de ser igualada ou superada num
ano qualquer tem um período de retorno dado por:
TR = 1/prob
A curva IDF mostra que a
TR = 1/0,1 = 10 anos chuva de 20 minutos de
duração com TR = 10 anos
tem intensidade de 95
mm/hora.
3) A tabela abaixo apresenta as vazões máximas registradas durante 19 anos no rio dos Patos, em um posto fluviométrico
localizado em Prudentópolis, no Paraná. Utilizando as probabilidades empíricas, determine a vazão de 10 anos de tempo de
retorno neste local.
2) Cada um dos anos recebe
um índice de ordem (i)
ano ordem Vazão máx.

RESOLUÇÃO:

1) A série é colocada em ordem decrescente


de vazões máximas:
3) A tabela abaixo apresenta as vazões máximas registradas durante 19 anos no rio dos Patos, em um posto fluviométrico
localizado em Prudentópolis, no Paraná. Utilizando as probabilidades empíricas, determine a vazão de 10 anos de tempo de
retorno neste local.
2) Cada um dos anos recebe 3) cada ordem está associada uma probabilidade empírica dada por P = i/(N+1)
um índice de ordem (i) onde N é o número total de anos. A probabilidade indica a chance da vazão ser
ano ordem Vazão máx. igualada ou superada em um ano qualquer.
3) A tabela abaixo apresenta as vazões máximas registradas durante 19 anos no rio dos Patos, em um posto fluviométrico
localizado em Prudentópolis, no Paraná. Utilizando as probabilidades empíricas, determine a vazão de 10 anos de tempo de
retorno neste local.
4) O período de retorno é o inverso da probabilidade TR = 1/p
ano ordem Probabilid. TR (ano) Vazão máx.

Resposta:

E a vazão de 10 anos de tempo de


retorno é 250 m3/s.
4) A tabela abaixo apresenta as vazões mínimas anuais observadas no rio Tapajós, no município de Itaituba (PA). Utilizando
as probabilidades empíricas, determine a vazão mínima de 5 anos de tempo de retorno.
Resolução:
1) A série é colocada em ordem crescente de vazões mínimas:
2) Cada um dos anos recebe um índice de ordem (i)
3) cada ordem está associada uma probabilidade empírica dada por P = i/(N+1)
onde N é o número total de anos.A probabilidade indica a chance da vazão ser
igualada ou superada em um ano qualquer.
4) O período de retorno é o inverso da probabilidade TR = 1/p

Resposta:

E a vazão de 5 anos de tempo de


retorno é, aproximadamente, 107 m3/s
5) O exercício traz os componentes do balanço hídrico em porcentagem, temos que transformar em termos
quantitativos. Esta etapa é bem simples e pode ser feita utilizando uma incógnita, veja:
-> Se 1.400 mm de chuva (P) equivale a 100% e 50% de escoamento de base equivale a quanto?

RESOLUÇÃO: Realizando a mesma conta com os outros


componentes temos:
1.400 – 100%
- Escoamento direto (Qd) = 18%? = 252 mm
x – 50%
- Transpiração (T) = 15% ? =210 mm
100 * x = ( 1.400 * 50 ), sendo (*) o
- Evaporação (E) = ? =238 mm
sinal de multiplicação
100 * x = 70.000, como o número 100 está Veja como ficou o nosso balanço hídrico:
P = Qd + Qb + T + E
multiplicando, ele passa dividindo
1.400 mm = 252 mm + 700 mm + 210 mm + 238 mm
x = 70.000 / 100
1.400 mm = 1.400 mm

x = 700 mm de escoamento de base (Qb) (Notem que o valor de precipitação é igual a soma dos
componentes do balanço hídrico, caso o seu resultado não tenha
sido este, refaça suas contas, pois estão incorretas).
6) Um produtor rural solicitou um estudo para o município de Piracaia/SP, com o objetivo de verificar a possibilidade de
implantação de uma determinada cultura agrícola permanente sem o uso de irrigação, sendo que esta cultura não suporta
mais de 2 meses ao ano com deficiência hídrica.

RESOLUÇÃO:

OBS.: Para a agropecuária, o balanço hídrico para verificar a deficiência hídrica para uma
determinada cultura ou para o manejo do solo pode ser resumido na equação abaixo:
P = E + T, que são os termos que já conhecemos ou de forma mais resumida e prática em:
P = ETP, sendo:
- ETP: Evapotranspiração Potencial, a soma conjunta da evaporação e da transpiração de
uma determinada área. No caso da ETP ser maior que P – há deficiência hídrica para a cultura;
se a ETP for menor que P – não há deficiência hídrica para a cultura.
 
6) Um produtor rural solicitou um estudo para o município de Piracaia/SP, com o objetivo de verificar a possibilidade de
implantação de uma determinada cultura agrícola permanente sem o uso de irrigação, sendo que esta cultura não suporta
mais de 2 meses ao ano com deficiência hídrica.

RESOLUÇÃO:

Primeiro serão buscados os


dados climatológicos de
Piracaia/SP para realizarmos
os devidos cálculos. No
município existe uma Estação
Meteorológica Automática
desde março do ano de 2000,
que disponibiliza os dados via
internet. A compilação dos
dados do município está
contida na tabela abaixo:

Parecer: Há ocorrência de deficiência hídrica em 3 meses do ano, impossibilitando a


implantação desta cultura, necessitando de irrigação para o sucesso desta lavoura específica.
7) Calcule a precipitação média dos anos 90 no município de Joanópolis/SP, com os dados fornecidos pelo Posto
Pluviométrico DAEE D3-054, instalado na altitude 955 metros (conforme tabela abaixo).

Ano Precipitação (mm) RESOLUÇÃO:


1990 1.431,4
A Precipitação média (Pm) será:
1991 1.569,0
1992 1.457,3
Pm = ( 1.431,4 + 1.569,0 + 1.457,3 + 1.526,4 + 1.373,7 + 2.088,5 +
1993 1.526,4
1994 1.373,7 1.819,4 + 1.389,9 + 1.635,1 + 1.590,1 ) / 10
1995 2.088,5
1996 1.819,4 Pm = ( 15.888,08 ) / 10
1997 1.389,9
1998 1.635,1
Pm = 1.588,1 mm
1999 1.590,1
8) O município de Vargem/SP possui um Posto Pluviométrico (DAEE D3-018 – Altitude 840 m), operando
desde o ano de 1937, com dados disponíveis até o ano de 2004. A precipitação média do mês de novembro é de
152,3 mm. Num dia do mês de novembro do ano de 1940 choveu 186,1 mm. Qual a porcentagem do volume de
chuvas deste dia comparado à média esperada para o mês de novembro?
RESOLUÇÃO: Se 152,3 mm equivale a 100%, quanto equivale 186,1 mm (uma incógnita)?

152,3 – 100
186,1 – x

152,3 * x = ( 186,1 * 100 )

152,3 * x = 18.610

x = 18.610 / 152,3 RESPOSTA: Portanto, choveu um volume 22,2%


x = 122,2% superior ao esperado para o mês de novembro inteiro
num único dia!
9) Na mesma bacia hidrográfica trabalhada no Exercício 5, foi executado a metodologia de Thiessen, obtendo as seguintes
áreas correspondentes a cada posto pluviométrico:
- Posto 1: 1,3 km²;
- Posto 2: 1,2 km²;
- Posto 3: 1,5 km².
Calcule a precipitação média na bacia, levando em conta que os volumes de chuva foram os mesmos informados no exercício
anterior (Posto 1 – 35 mm; Posto 2 – 33 mm; Posto 3 – 50 mm).
LEMBRETE:

Método Simplificado de Thiessen


 É uma espécie de média aritmética ponderada, onde cada posto pluviométrico assume um “peso”. Este método
considera que os postos pluviométricos não estão uniformemente distribuídos.
Procedimentos:
- Ligue os postos por trechos retilíneos;
- Trace linhas perpendiculares aos trechos retilíneos passando pelo meio da linha que liga os dois postos;
- Prolongue as linhas perpendiculares até encontrar outra;
- Formar um polígono pela intersecção das linhas, correspondente à área de influência de cada posto;
- Calcular a precipitação média.
9) Na mesma bacia hidrográfica trabalhada no Exercício 5, foi executado a metodologia de Thiessen, obtendo as seguintes
áreas correspondentes a cada posto pluviométrico:
- Posto 1: 1,3 km²;
- Posto 2: 1,2 km²;
- Posto 3: 1,5 km².
Calcule a precipitação média na bacia, levando em conta que os volumes de chuva foram os mesmos informados no exercício
anterior (Posto 1 – 35 mm; Posto 2 – 33 mm; Posto 3 – 50 mm).
RESOLUÇÃO: Como este caso é uma média aritmética ponderada, a área correspondente a cada posto

deve ser multiplicada pelo seu respectivo volume de chuva. Somado o resultado obtido nos 3
postos, ao final deve ser dividido pela área total da bacia em estudo (no caso 4 km²).:

Aproximadamente 40,0 mm é a precipitação média


(( 1,3 * 35 ) + ( 1,2 * 33 ) + ( 1,5 * 50 )) / 4
na bacia pelo Método de Thiessen. Observem que o
( 45,5 + 39,6 + 75 ) / 4 posto pluviométrico que abranger uma área maior vai
160,1 / 4= 40,025mm exercer maior influência no resultado final. Esta é uma
metodologia bastante utilizada em trabalhos técnicos
e científicos, bem mais precisa que o primeiro método
estudado.
10) CALCULAR A PRECIPITAÇÃO MÉDIA DA BACIA HIDROGRÁFICA PELO MÉTODO DE THIESSEN
11) Calcule a energia assegurada de uma usina hidrelétrica para a qual a curva de permanência de vazões é dada pelo gráfico
abaixo. Considere uma eficiência de conversão de energia de 80% e uma altura de queda de 40 metros.
considerando a vazão com 95% de probabilidade de ser igualada
ou excedida num dia qualquer (a Q95).

RESOLUÇÃO:
e=0.80
H=40m
Peso específico da água = 9810 N/m3
Vazão Q95 = 35 m3/s

P = 9810 x 35 x 40 x 0,8
A energia (ou melhor a potência) assegurada é calculada por: P = 10,9 MW
P =γ ⋅Q⋅H ⋅e
P = Potência (W)
γ = peso específico da água (N/m3)
Q = vazão (m3/s)
H = queda líquida (m)
e = eficiência da conversão de energia hidráulica em elétrica
10) Calcule a energia assegurada de uma usina hidrelétrica para a qual a curva de permanência de vazões é dada
pelo gráfico abaixo. Considere uma eficiência de conversão de energia de 79% e uma altura de queda de 98
metros. considerando a vazão com 95% de probabilidade de ser
igualada ou excedida num dia qualquer (a Q95).
RESOLUÇÃO:
e=0.79
H=98m
Peso específico da água = 9810 N/m3

Vazão Q95 = 6 m3/s

P = 9810 x 6 x 98 x 0,79
A energia (ou melhor a potência) assegurada é calculada por:
P = 4,5 MW
P =γ ⋅Q⋅H ⋅e
P = Potência (W)
γ = peso específico da água (N/m3)
Q = vazão (m3/s)
H = queda líquida (m)
e = eficiência da conversão de energia hidráulica em elétrica
10) Uma usina hidrelétrica foi construída no rio Correntoso, conforme o arranjo da figura abaixo. Observe que a água do rio é
desviada em uma curva, sendo que a vazão turbinada segue o caminho A enquanto o restante da vazão do rio (se houver)
segue o caminho B, pela curva. A usina foi dimensionada para turbinar a vazão exatamente igual à Q95. Por questões
ambientais o IBAMA está exigindo que seja mantida uma vazão não inferior a 20 m 3/s na curva do rio que fica entre a
barragem e a usina. Considerando que para manter a vazão ambiental na curva do rio é necessário, por vezes, interromper a
geração de energia elétrica, isto é, a manutenção da vazão ambiental tem prioridade sobre a geração de energia, qual é a
porcentagem de tempo em que a usina vai operar nessas novas condições, considerando válida a curva de permanência da
figura que segue?
10)

é superada ou igualada em 84% do


tempo. Isto significa que a usina somente
poderá operar em 84% do tempo.

RESOLUÇÃO: Usina Q95 = ?

A usina foi dimensionada para turbinar exatamente a vazão Q95. Pela curva de permanência esta vazão é de
aproximadamente 50 m3.s-1. Entretanto, o IBAMA exige que seja mantida uma parte da vazão para a curva do rio. O valor
mínimo é de 20 m3.s-1.
Isto significa que quando a vazão do rio for de 70 m3/s as duas necessidades serão atendidas. Quando a vazão for
superior a este valor, a vazão turbinada continua sendo de 50m3/s, enquanto a vazão que passa pela curva será maior
do que 20 m3/s. Quando a vazão for inferior a 70 m3/s , a turbina deve parar de operar, porque o enunciado afirma que
a manutenção da vazão ambiental na curva tem prioridade sobre a geração de energia.
Neste caso, a usina não poderá gerar energia quando a vazão do rio for inferior a 70 m3/s .
11) Os diversos tipos de rochas existentes na crosta terrestre apresentam igualmente uma diversidade de comportamento
quanto à capacidade de armazenar e transmitir água. Quando uma unidade litológica se comporta como um aquiclude é
correto afirmar que se trata de um meio geológico (1,0 ponto)
a) Capaz de armazenar e liberar água
b) Capaz de armazenar água sem a capacidade de liberá-la
c) Capaz de armazenar água e liberá-la lentamente
d) Que não armazena e nem conduz água
e) Capaz de armazenar e liberar a água por meio de fraturas

12) Acerca do ciclo hidrológico, que representa o movimento da água no meio físico e ocorre na subsuperfície e na
superfície da Terra e na atmosfera, assinale a opção correta. (1,0 ponto)
a) A água que precipita nos continentes escoa pela superfície ou infiltra no solo, conforme a declividade do terreno,
conforme o tipo e o uso do solo e do subsolo.
b) A água precipitada, ao deslocar-se na superfície da Terra, sofre evaporação, que ocorre em quantidade praticamente
insignificante.
c) O efeito estufa natural, que é causado pelo vapor de água e CO 2, permite o aproveitamento da energia calorífica do Sol.

d) A transferência de vapor da superfície terrestre para camadas superiores ocorre por dois processos distintos, que
transferem praticamente a mesma quantidade de água: sublimação e evapotranspiração.
e) A circulação da água se dá unicamente pelos processos de evaporação, transpiração e precipitação.

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