Você está na página 1de 24

Centro Universitário Estácio Juiz de Fora

- campus Rio Branco

Faculdade de Engenharia Civil

Disciplina “Obras Hidráulicas”

Professor: Engº. Mauro Gomes Bastos


PENSAMENTO DE HOJE

“Quanto mais você suar no treinamento, menos irá sangrar no campo


de batalha.”
(George S. Patton)
5. TIPOS DE OBRAS HIDRÁULICAS

. Barragens
.. Represas
.. Hidrelétricas
.. Barragens de Rejeitos
. Canais Hidráulicos
. Sistemas de Drenagem
. Portos
. Estações de Bombeamento
. Obras Hidráulicas Urbanas
. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais
5.1. Barragens

Uma barragem, açude ou represa é uma barreira artificial,


feita em cursos de água para a retenção de grandes quantidades
de água. A sua utilização é sobretudo para o abastecimento de
água de zonas residenciais, agrícolas, industriais, produção de
energia elétrica, ou regularização de um caudal (volume de água
que passa durante uma unidade de tempo numa dada secção de
um rio e que se mede em metros cúbicos por segundo).
A Política Nacional de Segurança de Barragens (lei nº
12.334/2010) cria regras para a acumulação de água, de resíduos
industriais e a disposição final ou temporária de rejeitos. Essa
política também estabelece que a Agência Nacional de Águas
(ANA) é a responsável por organizar, implantar e gerir o Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de barragens;
coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens; e
receber denúncias dos demais órgãos ou entidades fiscalizadores
sobre qualquer não conformidade que implique em risco imediato à
segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens.
A ANA também fiscaliza o atendimento às normas relativas à
segurança de barragens em cursos d'água sob sua jurisdição, além
de manter o cadastro atualizado, com identificação dos
empreendedores.

O SNISB tem, por objetivo, coletar, armazenar, tratar, gerir e


disponibilizar, para a sociedade, as informações relacionadas à
segurança de barragens em todo o território nacional. A inserção de
informações no sistema está sob a responsabilidade de cada
entidade ou órgão fiscalizador de segurança de barragens no Brasil.
5.1.1. REPRESAS

São reservatórios para acumulação de água para


abastecimento público e projetos de irrigação. As represas de
armazenamento têm como finalidade alterar a distribuição e a
periodicidade natural da vazão dos rios. Cerca de metade das
represas construídas tem a finalidade de acumular água para projetos
de irrigação e acredita-se que estas contribuam com 12 a 16% da
produção mundial de alimentos. Além disso, ao menos 75 paises têm
construído grandes represas para controlar inundações. É
recomendável que além dessas finalidades o reservatório apresente
outros usos como natação, pesca esportiva, esportes náuticos e fins
paisagísticos.
5.1.2. HIDRELÉTRICAS

No Brasil cerca de 71% da energia elétrica que é gerada e


consumida pela população é proveniente de Usinas Hidrelétricas que realizam
todo o processo de produção da energia elétrica utilizando-se de um rio,
processo que além de beneficiar a população brasileira ainda não polui o
meio ambiente com a emissão de poluentes durante todo o processo.

Antes da construção de uma usina é necessário um estudo geral do


rio no qual se pretende utilizar, pois ele deverá abrigar um alto volume de
água e ainda conter em seu curso grandes desníveis.
Após a liberação da construção da usina hidrelétrica o processo
de produção da energia elétrica é realizado da seguinte maneira:

. a água do rio passa pela barragem que foi construída;


. a barragem transporta a água em direção aos enormes aquedutos em
que se encontram as turbinas;
. por meio da força da água as turbinas são movimentas transformando
a energia potencial em energia mecânica;
. a energia mecânica é captada por um gerador que a transforma em
energia elétrica.
5.1.3. Barragens de Rejeitos

Uma barragem de rejeito é uma estrutura de terra construída


para armazenar resíduos de mineração, os quais são definidos como
a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um
processo mecânico e/ou químico que divide o mineral bruto em
concentrado e rejeito. O rejeito é um material que não possui maior
valor econômico, mas para salvaguardas ambientais deve ser
devidamente armazenado. As características dos rejeitos variam de
acordo com o tipo de mineral e de seu tratamento em planta
(beneficiamento). Podem ser finos, compostos de siltes e argilas,
depositados sob forma de lama, ou formados por materiais não
plásticos (areias), que apresentam granulometria mais grossa e são
denominados rejeitos granulares (Espósito, 2000).
A escolha do local para a implantação de uma barragem de
rejeitos deve vincular todo tipo de variáveis que direta ou
indiretamente influenciam a obra: características geológicas,
hidrológicas, topográficas, geotécnicas, ambientais, sociais, avaliação
de riscos, entre outras.

Quando uma barragem é criada, um dique é construído para


que os rejeitos de minério sejam contidos, chamado de “dique de
partida”. À medida que a barragem vai recebendo mais rejeitos,
novas camadas são colocadas em cima do dique de partida
(operação chamada de alteamento). O alteamento pode ser de
diferentes tipos, sendo os mais comuns o “alteamento a jusante” e o
“alteamento a montante”, que é o mais barato, com as seguintes
configurações:
. Alteamento a Jusante: O maciço da barragem é construído em
solo compactado, independentemente do tipo de rejeito depositado
na mesma. Os alteamentos são realizados no sentido do fluxo de
água (jusante).
. Alteamento a Montante: O corpo da barragem é construído com o
uso de rejeito através de alteamentos sucessivos sobre o próprio
rejeito depositado. Os alteamentos são realizados no sentido
contrário ao fluxo de água (montante). A barragem necessita de
rejeito grosso para que o maciço possa ser construído.
5.2. Canais Hidráulicos

Em hidráulica, canal é uma vala artificial, que pode ou não


estar revestida de material que lhe dê sustentação (concreto, gabião,
geomembrana, ...) e que se destina a passagem de água.

Os canais são cursos de água construídos pelo homem e


usados para navegação, irrigação, atalho entre dois cursos de água e
transporte de água potável para as cidades.
De acordo com a necessidade, um canal pode ter largura e
profundidade suficientes para permitir a navegação, expandindo as
alternativas de transporte de Pessoas e produtos, como é o caso de
cidades como Amsterdan (Holanda), Bruges (Bélgica) e Veneza
(Itália), e do Canal do Panamá (entre os Oceanos Atlântico e Pacífico,
no Panamá) e do Canal de Suez (entre o Mediterrâneo e o Mar
Vermelho, no Egito).
(Fonte: imagens do Canal do Panamá, no Google.com)
5.2.1 Curiosidades sobre o Canal do Panamá

O Canal do Panamá foi feito para permitir a passagem de


embarcações entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, e foi
construído a partir de um sistema de eclusas, que é um projeto de
engenharia que permite a elevação e o rebaixamento das
embarcações em locais que apresentam desníveis. É como um
elevador “feito de água” que eleva e rebaixa os navios.
O Oceano Atlântico é, aproximadamente, 25 centímetros mais
baixo que o Oceano Pacífico, o que ocorre devido à diferença de
densidade entre as águas dos dois oceanos. Como chove mais no
Pacífico, porque as cadeias montanhosas da América do Norte e os
Andes na América do Sul barram a passagem das nuvens, os sais
presentes na água ficam mais dissolvidos, tornando-a mais leve. Tudo
aquilo que é menos denso fica mais em cima. É por isso, que a
altitude zero varia no mundo e cada país adota um marco como ponto
zero. No Brasil a referência é o marégrafo (instrumento que registra
automaticamente o fluxo e o refluxo das marés em um determinado
ponto da costa) do porto de Imbituba, cidade do litoral Catarinense.
(Fonte: Blog da Apoio Geomática)
Por adversidades topográficas, e consequentemente de custo
x benefício, foi criado um lago artificial (Lago Gatún), localizado a 26
metros de altura dos dois oceanos, para reduzir a quantidade de
trabalho necessário para a escavação do canal, que tem 82
quilômetros de extensão, sendo errado dizer que o sistema de
eclusas do Canal do Panamá foi feito para balancear a diferença de
níveis entre os oceanos Pacífico e Atlântico.

Basicamente o funcionamento do canal (90 metros de largura)


consiste em ir elevando os barcos até o Lago Gatún (350 metros de
largura), para depois fazer as embarcações descerem. Para vencer
esse desnível, os navios precisam passar por três eclusas.

Você também pode gostar