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GEOSCAM (2023)
As barragens são estruturas físicas que represam um curso de água, podendo ser de acumulação e/ou
regularização. Já os reservatórios são o acúmulo de água resultante da construção dessas barragens. Em linhas
gerais, pode-se afirmar que as barragens são qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de
água para fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas.
Para o processo de construção de sistemas de barramento são, comumente, levados em consideração vários
aspectos no que tange a segurança construtiva e, sobretudo, o impacto que a mesma pode ocasionar a fauna,
flora e a população limítrofes a área de construção da barragem. De modo geral, após construídas deve-se ter
protocolos que sustentem a Segurança de barragem, onde consubstancia-se uma premissa de base a
manutenção da integridade estrutural e operacional da edificação e, bem como a preservação da vida, da
saúde, da propriedade e do meio ambiente.
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Questão: A construção de barramento no leito do rio sempre foi tida como uma solução à falta de água em
muitas localidades. Entretanto, com o aprimoramento dos marcos legais ambientais, observa-se que as
licenças ambientais passaram a ser mais criteriosas em decorrência de possíveis impactos ambientais,
causados durante e após a sua construção.
Baseando-se nessa afirmação, construa um texto dissertativo (mínimo de 3, máximo de 5
laudas) em que evidencie argumentos favoráveis e contrários quanto a construção de
barramentos em cursos d’águas superficiais. Para tanto, é imprescindível que sejam tratados
aspectos hidrológicos já discutidos em aula.
A construção de barramentos no leito do rio é uma solução frequentemente adotada para lidar
com a escassez de água em muitas localidades. Essas estruturas têm a finalidade de represar o
curso d’água, formando reservatórios que possibilitam o armazenamento e o controle do fluxo
hídrico. No entanto, com o avanço dos marcos legais ambientais, percebe-se que as licenças
ambientais necessárias para a construção desses barramentos estão se tornando mais
rigorosas. Isso ocorre devido à crescente preocupação com os impactos ambientais
decorrentes dessa intervenção nos rios. É importante analisar com cautela os possíveis
impactos ambientais antes, durante e após a construção de barramentos, buscando soluções
sustentáveis e minimizando os danos ao ecossistema ribeirinho. Para isso, estuda-se os
aspectos hidrológicos que são elementos relacionados ao fluxo de água em um rio e estão
diretamente ligados à construção de barramentos. Alguns dos principais aspectos hidrológicos
a serem considerados são a disponibilidade de água, o regime de chuvas, os Impactos na
vazão, transporte de sedimentos e a qualidade da água.
Os barramentos no leito do rio pode trazer algumas vantagens importantes, entre elas:
1. Armazenamento de água: Essa capacidade de acumular grandes volumes de água em
reservatórios traz benefícios significativos. Por exemplo, garante o abastecimento
humano em regiões com recursos hídricos limitados, mesmo durante períodos de seca.
Além disso, o armazenamento de água em barramentos é fundamental para a irrigação
agrícola, aumentando a produtividade das culturas e permitindo um uso mais eficiente
dos recursos hídricos. Também viabiliza a geração de energia hidrelétrica, uma fonte
renovável e limpa. Em resumo, o armazenamento de água por meio de barramentos é
uma solução valiosa para garantir o suprimento de água em diversas áreas,
impulsionando o desenvolvimento sustentável.
3. Regularização do fluxo hídrico: Isso significa que a vazão de água pode ser
controlada ao longo do tempo. Essa regularização é especialmente útil em regiões que
enfrentam variações sazonais extremas, como períodos de seca intensa seguidos por
chuvas intensas. Com os barramentos, é possível armazenar a água durante os
períodos chuvosos e liberá-la gradualmente durante as épocas de escassez, garantindo
um uso mais eficiente e equilibrado dos recursos hídricos. Isso é fundamental para a
agricultura, o abastecimento de água potável e a continuidade de atividades
econômicas que dependem da disponibilidade de água ao longo do ano. Além disso, a
regularização do fluxo hídrico também pode contribuir para a preservação dos
ecossistemas ribeirinhos e dos organismos que dependem desses ambientes aquáticos.
https://origoenergia.com.br/blog/energia/impactos-socioambientais-das-usinas-hidreletricas/
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/assoreamento-rios.htm
Entre os vários aspectos negativos ainda sabemos que as barragens tendem a afetar a
qualidade da água, visto que possivelmente ocorrerá o acúmulo de fertilizantes que chegam às
àguas vindo do entorno, e como um agravente destaca-se que, em países em desenvolvimento,
o esgoto é lançado diretamente nos reservatórios. Este tipo de poluição produz a floração de
algas que absorvem o oxigênio da água, tornando-a ácida e potencialmente prejudicial para
populações humanas e para a fauna. Também ocorre em grandes lagos artificiais que a
temperatura no topo é maior que no fundo, comprometendo a qualidade da água. Enquanto a
água aquecida promove o crescimento das algas nocivas, a água fria das zonas mais profundas
que é lançada pelas turbinas geradoras, podem conter altas taxas de minerais prejudiciais
concentradas. Em alguns caos, a água nos reservatórios artificiais tem sua qualidade tão ruim
que é imprestável para o consumo humano.
https://arvoreagua.org/matriz-energetica/hidreletrica/hidreletrica-e-energia-suja
Desse modo, é imprescindível uma avaliação criteriosa dos órgãos competentes dos possíveis
impactos ambientais decorrentes da construção de barragens no leito do rio, buscando a
implementação de medidas mitigadoras para fins de minimizar os efeitos negativos
juntamente com exigências pertinentes à proteção ambiental de todo o entorno. Essa postura
pode incluir a implementação de programas de compensação ambiental, a criação de
corredores ecológicos para permitir a movimentação de espécies, a adoção de práticas de
manejo de água adequadas para preservar os ecossistemas afetados, além de outras formas de
geração de energia tais como eólica, solar, capazes de produzir energia mais “limpa”,
sustentável e à baixo custo.