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Professor: Anderson Alves Santos Data: 13/10/2023

Disciplina: HIDROLOGIA APLICADA OT - 01


Aluno(s): GIZELLY DOS SANTOS SOUTO E LAIZA CARDOSO LEAL MATTOS

TEXTO PARA REFLEXÃO

GEOSCAM (2023)

BARRAGEM DE ACUMULAÇÃO E/OU REGULARIZAÇÃO

As barragens são estruturas físicas que represam um curso de água, podendo ser de acumulação e/ou
regularização. Já os reservatórios são o acúmulo de água resultante da construção dessas barragens. Em linhas
gerais, pode-se afirmar que as barragens são qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de
água para fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas.

Para o processo de construção de sistemas de barramento são, comumente, levados em consideração vários
aspectos no que tange a segurança construtiva e, sobretudo, o impacto que a mesma pode ocasionar a fauna,
flora e a população limítrofes a área de construção da barragem. De modo geral, após construídas deve-se ter
protocolos que sustentem a Segurança de barragem, onde consubstancia-se uma premissa de base a
manutenção da integridade estrutural e operacional da edificação e, bem como a preservação da vida, da
saúde, da propriedade e do meio ambiente.

DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Questão: A construção de barramento no leito do rio sempre foi tida como uma solução à falta de água em
muitas localidades. Entretanto, com o aprimoramento dos marcos legais ambientais, observa-se que as
licenças ambientais passaram a ser mais criteriosas em decorrência de possíveis impactos ambientais,
causados durante e após a sua construção.
Baseando-se nessa afirmação, construa um texto dissertativo (mínimo de 3, máximo de 5
laudas) em que evidencie argumentos favoráveis e contrários quanto a construção de
barramentos em cursos d’águas superficiais. Para tanto, é imprescindível que sejam tratados
aspectos hidrológicos já discutidos em aula.

Observações e condições para realização da atividade

1. O trabalho deverá ser entregue com este roteiro anexo;


2. Desenvolvido individualmente ou em dupla;
3. Ser entregue, impreterivelmente, no dia 27/10/2023;
4. Fonte 12, espaçamento entre linhas 1,5cm;
5. Margens, superior 3cm, inferior 2cm, direita 2cm e esquerda 3cm;
6. Escrito em fonte TIMES NEW ROMAN ou ARIAL;
7. Citações deverão ser referenciadas em folha anexo (REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS).
8. A atividade valerá até 20 (vinte) pontos.
9. Dica: caso necessário utilize figuras e ilustrações para facilitar a explicação da ideia/conteúdo.
Elas deverão estar relacionadas e identificadas no parágrafo que a(o) antecede.
CONSTRUÇÃO DE BARRAMENTOS EM CURSOS D’ÁGUAS SUPERFICIAIS:
VANTAGENS E DESVANTAGENS

A construção de barramentos no leito do rio é uma solução frequentemente adotada para lidar
com a escassez de água em muitas localidades. Essas estruturas têm a finalidade de represar o
curso d’água, formando reservatórios que possibilitam o armazenamento e o controle do fluxo
hídrico. No entanto, com o avanço dos marcos legais ambientais, percebe-se que as licenças
ambientais necessárias para a construção desses barramentos estão se tornando mais
rigorosas. Isso ocorre devido à crescente preocupação com os impactos ambientais
decorrentes dessa intervenção nos rios. É importante analisar com cautela os possíveis
impactos ambientais antes, durante e após a construção de barramentos, buscando soluções
sustentáveis e minimizando os danos ao ecossistema ribeirinho. Para isso, estuda-se os
aspectos hidrológicos que são elementos relacionados ao fluxo de água em um rio e estão
diretamente ligados à construção de barramentos. Alguns dos principais aspectos hidrológicos
a serem considerados são a disponibilidade de água, o regime de chuvas, os Impactos na
vazão, transporte de sedimentos e a qualidade da água.
Os barramentos no leito do rio pode trazer algumas vantagens importantes, entre elas:
1. Armazenamento de água: Essa capacidade de acumular grandes volumes de água em
reservatórios traz benefícios significativos. Por exemplo, garante o abastecimento
humano em regiões com recursos hídricos limitados, mesmo durante períodos de seca.
Além disso, o armazenamento de água em barramentos é fundamental para a irrigação
agrícola, aumentando a produtividade das culturas e permitindo um uso mais eficiente
dos recursos hídricos. Também viabiliza a geração de energia hidrelétrica, uma fonte
renovável e limpa. Em resumo, o armazenamento de água por meio de barramentos é
uma solução valiosa para garantir o suprimento de água em diversas áreas,
impulsionando o desenvolvimento sustentável.

2. Recreação e lazer: Os reservatórios formados pelos barramentos se transformam em


locais propícios para atividades como pesca, navegação, esportes aquáticos e turismo.
Essas áreas de lazer oferecem uma conexão direta com a natureza, permitindo que as
pessoas desfrutem de momentos de relaxamento e diversão em meio a belas paisagens
naturais. Além disso, a promoção do turismo em regiões com barramentos contribui
para o desenvolvimento econômico local, incentivando o turismo sustentável e a
criação de empregos na área do turismo e hospitalidade.

3. Regularização do fluxo hídrico: Isso significa que a vazão de água pode ser
controlada ao longo do tempo. Essa regularização é especialmente útil em regiões que
enfrentam variações sazonais extremas, como períodos de seca intensa seguidos por
chuvas intensas. Com os barramentos, é possível armazenar a água durante os
períodos chuvosos e liberá-la gradualmente durante as épocas de escassez, garantindo
um uso mais eficiente e equilibrado dos recursos hídricos. Isso é fundamental para a
agricultura, o abastecimento de água potável e a continuidade de atividades
econômicas que dependem da disponibilidade de água ao longo do ano. Além disso, a
regularização do fluxo hídrico também pode contribuir para a preservação dos
ecossistemas ribeirinhos e dos organismos que dependem desses ambientes aquáticos.

https://origoenergia.com.br/blog/energia/impactos-socioambientais-das-usinas-hidreletricas/

Entre as desvantagens ocasionadas pela construção de barramento no leito do rio estão os


inúmeros impactos ambientais gerados durante e após sua construção, apesar de serem tidas
como ambientalmente “verdes”.
É válido elencar alguns dos impactos ambientais decorrentes de tal construção, entre eles tem-
se a destruição de ecossistemas terrestres e aquáticos, resultante da inundação de áreas
naturais, podendo afetar a biodiversidade e gerando o desaparecimento de hábitats
importantes para diversas espécies de plantas e animais.
O deslocamento de comunidades é outro aspecto que merece nossa atenção, visto que a
formação de reservatórios poderá exigir o deslocamento de comunidades inteiras, podendo
levar ao reassentamento forçado de pessoas e interferir nos padrões socioeconômicos e
culturais das populações afetadas.
Do ponto de vista hidrológico, as alterações nos cursos de água é um dos tópicos
preocupantes, pois a construção de barramentos interfere negativamente no padrão natural do
fluxo de água de um rio, gerando graves consequências aos ecossistemas aquáticos e aos
organismos dependentes desses sistemas. Além do fato das represas poder reter sedimentos
que normalmente seguiriam o curso natural do rio, ocasionando problemas como a redução da
qualidade da água, o assoreamento de canais de navegação e a perda de praias fluviais.
O efeito cascata em outros ecossistemas aquáticos também pode ser outra consequência da
construção de barramentos no leito do rio, afetando o curso das águas dos rios e interferindo
nos processos naturais de migração de peixes, entre outras espécies.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/assoreamento-rios.htm

As barragens contribuem para as mudanças climáticas, dessa forma quando os reservatórios


ficam cheios, as florestas são inundadas, eliminando, portanto, sua função de “sumidouros” de
carbono. A medida em que a vegetação afogada se decompõe, a massa vegetal em
decomposição nos reservatórios libera metano, um gás importante na produção do efeito
estufa. Esse ciclo transforma os reservatórios em fontes de emissões – sobretudo os
localizados em florestas tropicais, com crescimento adensado. Há estimativas de as emissões
de gases do efeito estufa originada por barragens é de algo em torno de um bilhão de
toneladas/ano, o que é uma fonte global significativa. Conforme verificamos as mudanças do
clima, estiagens mais frequentes e prolongadas significam que as barragens captarão menos
água, resultando em menor produção de energia elétrica. Países dependentes de
hidroeletricidade estarão particularmente vulneráveis com o aumento das temperaturas.
O Baixo São Francisco, com infestações de algas e vegetação aquática em praticamente todo o seu percurso, enfrenta graves
situações de qualidade da água precária. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr. | Canoa de Tolda/InfoSãoFrancisco
https://canoadetolda.org.br/noticias/2020/08/02/barragens-cinco-impactos-que-elas-causam-ao-meio-ambiente/

Entre os vários aspectos negativos ainda sabemos que as barragens tendem a afetar a
qualidade da água, visto que possivelmente ocorrerá o acúmulo de fertilizantes que chegam às
àguas vindo do entorno, e como um agravente destaca-se que, em países em desenvolvimento,
o esgoto é lançado diretamente nos reservatórios. Este tipo de poluição produz a floração de
algas que absorvem o oxigênio da água, tornando-a ácida e potencialmente prejudicial para
populações humanas e para a fauna. Também ocorre em grandes lagos artificiais que a
temperatura no topo é maior que no fundo, comprometendo a qualidade da água. Enquanto a
água aquecida promove o crescimento das algas nocivas, a água fria das zonas mais profundas
que é lançada pelas turbinas geradoras, podem conter altas taxas de minerais prejudiciais
concentradas. Em alguns caos, a água nos reservatórios artificiais tem sua qualidade tão ruim
que é imprestável para o consumo humano.

https://arvoreagua.org/matriz-energetica/hidreletrica/hidreletrica-e-energia-suja
Desse modo, é imprescindível uma avaliação criteriosa dos órgãos competentes dos possíveis
impactos ambientais decorrentes da construção de barragens no leito do rio, buscando a
implementação de medidas mitigadoras para fins de minimizar os efeitos negativos
juntamente com exigências pertinentes à proteção ambiental de todo o entorno. Essa postura
pode incluir a implementação de programas de compensação ambiental, a criação de
corredores ecológicos para permitir a movimentação de espécies, a adoção de práticas de
manejo de água adequadas para preservar os ecossistemas afetados, além de outras formas de
geração de energia tais como eólica, solar, capazes de produzir energia mais “limpa”,
sustentável e à baixo custo.

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