Como ilustração da aula de hoje, sugiro assistir os seguintes vídeos
educativos da ANA:
Ciclo Hidrológico - http://youtu.be/vW5-xrV3Bq4
A Lei das Águas - http://youtu.be/bH08pGb50-k Comitês de Bacia - http://youtu.be/uRzt9tv0EJU Rede Hidrometeorológica - http://youtu.be/Fy01u64q-t8 Além de diversos artigos e publicações veiculados pela Internet, a preparação das aulas da Disciplina “Obras Hidráulicas” se baseou na seguinte Bibliografia:
TOMAZ, P. Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para Obras. Navegar
Editora, 2011. MIGUEZ, M. A.; VERÓL, A. P.; REZENDE, O. M.. Drenagem Urbana – Do projeto convencional à sustentabilidade. Editora Elsevier, 2015. RUIZ, J. Z.. Obras Hidráulicas. Editora CEAC, 1978. CANHOLI, A. P.. Drenagem Urbana e Controle de Enchentes. Editora Oficina de Textos, 2005. DNIT – Manual de Drenagem Rodoviária. Publicação IPR – 724, 2006 (http://ipr.dnit.gov.br/normas-e- manuais/manuais/documentos/724_manual_drenagem_rodovias.pdf) PENSAMENTO DE HOJE
Definição de “sorte”:
“Sorte é o encontro da preparação com a oportunidade.”
(Anthony Robbins) CONSIDERAÇÕES INICIAIS
De uma forma “simples”, podemos dividir uma Obra de
Engenharia em três fases: Projeto, Planejamento e Execução.
O Projeto é o conjunto de informações técnicas necessárias e
suficientes para a realização de uma obra, e deve ter o detalhamento necessário para garantir a fluidez dos trabalhos nos canteiros de obras, evitando surpresas e erros estruturais que possam causar prejuízos ou até mesmo o embargo do empreendimento. O planejamento é muito mais do que prever datas e prazos, e deve envolver todos os aspectos da obra, desde mão de obra até os suprimentos que serão utilizados, visando assegurar a realização da obra dentro dos parâmetros desejados, para a minimização de perdas, desperdícios e atrasos, baseado no tripé “orçamento, cronograma físico-financeiro e controle de execução”. A Execução da obra pode ser considerada a fase mais “delicada”, pois os erros normalmente geram desperdícios, prejuízos e, em alguns casos, acidente. O Engenheiro de Obra lida com fornecedores, prestadores de serviço e o corpo técnico da empresa, composto por pessoas com diversificados tipos de formação técnica e social.
Na obra o engenheiro tem que se preocupar com a
Qualidade, a Produtividade e, sobretudo, a Segurança, pois é o trabalhador que faz a qualidade e a produtividade da obra. E para o sucesso desta “empreitada” o engenheiro deve combater a soberba, com a humildade de ouvir e respeitar seus pares e subordinados. 1. SOBRE A ÁGUA
“... a água é fonte da vida, sendo um recurso natural essencial, seja
como componente bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores sociais e culturais e até como fator de produção de vários bens de consumo final e intermediário...”. “... mas também é causadora de catástrofes e destruição...”. Cabe ao “homem” controlar a água, qualquer que seja sua origem, realizando funções como captação, armazenamento, aproveitamento, condução e proteção.
O objetivo da aula de hoje é rever alguns conceitos de
hidrologia e apresentar noções básicas sobre as obras hidráulicas, focando nos benefícios e responsabilidades de sua execução, ficando os detalhamentos e especificidades para as aulas posteriores. 2. DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO BRASIL
Entende-se como disponibilidade hídrica a quantidade de água
doce disponível para aproveitamento.
Neste contexto o Brasil é um país privilegiado, pois tem a maior
reserva de água doce da Terra, num montante de 8% do total mundial. Porém a bacia hidrográfica brasileira não está distribuída uniformemente pelo território nacional. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo, mas que concentra apenas 4% da população brasileira. O volume de água do rio Amazonas é o maior de todos os rios do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Apesar de ser um país privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global, a concentração da população brasileira em conglomerados urbanos vem gerando pressões crescentes sobre os recursos hídricos.
Estudos demonstraram que, das metrópoles brasileiras, São
Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Brasília apresentam situação mais crítica quanto à disponibilidade hídrica per capita. Já as regiões metropolitanas de Salvador, Curitiba e Goiânia estão no limite “sustentável”. As regiões metropolitanas de Porto Alegre, Belém e Manaus não apresentam problemas de disponibilidade hídrica, por estarem localizadas próximas a fontes de vazão elevada. 3. CONCEITOS
3.1. Hidráulica: união das palavras gregas hydro (água) e aulos (condução), criada para estudar o movimento dos fluidos em repouso e em movimento.
3.2. Obras Hidráulicas: são estruturas construídas com o objetivo de controlar a
água, qualquer que seja sua origem. Realizam funções como armazenamento, aproveitamento, condução, drenagem, proteção entre outras.
3.3. Ciclo Hidrológico: a troca contínua de água, na hidrosfera (conjunto das
partes líquidas da Terra), entre a atmosfera e as águas superficiais, do solo, subterrâneas e das plantas é chamada cientificamente de “ciclo hidrológico” ou vulgarmente de “ciclo da água”. Esta troca contínua de água é alimentada pela energia do Sol, que provoca a evaporação, pela força da gravidade, que provoca a precipitação e pela força dos ventos. 3.4. Recursos Hídricos: são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para qualquer tipo de uso.
3.5. Bacia Hidrográfica: Bacia Hidrográfica é a área ou região de
drenagem de um rio principal e seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d'água, abastecendo-o.
Desníveis dos terrenos orientam os cursos d'água e determinam
a bacia hidrográfica, que se forma das áreas mais altas para as mais baixas. Ao longo do tempo, a passagem da água da chuva vinda das áreas altas desgasta e esculpe o relevo no seu caminho, formando vales e planícies. O Brasil possui 12 Bacias Hidrográficas:
1. Bacia Hidrográfica Amazônica
2. Bacia Hidrográfica do São Francisco 3. Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia 4. Bacia Hidrográfica do Paraná 5. Bacia Hidrográfica Parnaíba 6. Bacia Hidrográfica Uruguai 7. Bacia Hidrográfica do Paraguai 8. Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental 9. Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental 10. Bacia Hidrográfica Atlântico Leste 11. Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste 12. Bacia Hidrográfica Atlântico Sul 3.6. Rede Hidrometereológica: é a sistematização da coleta e processamento das condições metereológicas de uma região, monitorando o volume de chuvas, o nível e a vazão dos rios, a quantidade de sedimentos, a evaporação e a qualidade das águas, informações fundamentais para a gestão dos recursos hídricos.
No Brasil, a responsável pela coordenação das atividades da
Rede Hidrometeorológica, composta por mais de 4 mil estações, é a Agência Nacional de Águas (ANA), que disponibiliza dados importantes para o desenvolvimento de projetos em segmentos da economia dependentes do uso da água, como agricultura, transporte aquaviário, geração de energia hidrelétrica, saneamento, aquicultura, bem como para a construção de estradas. 4. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA)
Criada pela lei nº 9.984 de 2000, a Agência Nacional de Águas
(ANA) é a agência reguladora vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) dedicada a fazer cumprir os objetivos e as diretrizes da Lei das Águas do Brasil (Lei nº 9.433/97). Para isso segue quatro linhas de ação:
4.1. Regulação: regula o acesso e o uso dos recursos hídricos de
domínio da União (que fazem fronteira com outros países ou passam por mais de um estado); regula os serviços públicos de irrigação (se em regime de concessão); emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas; e é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens outorgadas por ela. 4.2. Monitoramento: é responsável por acompanhar a situação dos recursos hídricos do Brasil; coordena a Rede Hidrometeorológica Nacional que capta, com o apoio dos estados e outro parceiros, informações como nível, vazão e sedimentos dos rios ou quantidade de chuvas, que servem para planejar o uso da água e prevenir eventos críticos, como secas e inundações.
4.3. Aplicação da Lei: coordena implantação da Política Nacional
de Recursos Hídricos, realizando e dando apoio a programas e projetos, estimulando a participação de representantes dos governos, usuários e comunidades, em uma gestão participativa e democrática.
4.4. Planejamento: elabora ou participa de estudos estratégicos,
como os Planos de Bacias Hidrográficas, relatórios de Conjuntura dos Recursos Hídricos, em parceria com instituições e órgãos do poder público.