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1.2.2. Enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água
Define uma classe ou categoria para o corpo de água. O enquadramento de um corpo hídrico (rio,
córrego, lago, etc.) não deve representar necessariamente, a qualidade em que ele se encontra no momento,
mas sim uma possível estratégia de planejamento para atendimento às metas de médio e longo prazo,
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos.
Na qualidade de “instrumento de planejamento”, o enquadramento trabalha com a visão futura da
bacia e permite que se defina a tática a ser utilizada nesse caminho rumo à situação desejada. Ou seja, o
enquadramento de corpos d’água estabelece o nível de qualidade a ser alcançado ou mantido ao longo do
tempo.
O enquadramento busca “assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que
forem destinadas” e a “diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas
permanentes” (Art. 9º, Lei nº 9.433, de 1997).
A classe do enquadramento de um corpo d’água deve ser definida em um pacto acordado pela
sociedade, levando em conta as prioridades de uso da água. A discussão e o estabelecimento desse pacto
ocorrem no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). O enquadramento
é referência para os outros instrumentos de gestão de recursos hídricos (outorga e cobrança) e instrumentos de
gestão ambiental (licenciamento e monitoramento), sendo, portanto, um importante elo entre o Singreh e o
Sistema Nacional de Meio Ambiente.
Segundo o Capítulo II Resolução CONAMA 357/2005, a Classificação dos Corpos de Água deve se
enquadrar nas categorias: Águas Doces, Águas Salinas e Águas Salobras.
Obs.: Para empreendimentos complexos ou de grande porte, que demandem longa fase de planejamento e que
ainda não estejam implantados, poderá ser solicitada outorga preventiva. Este tipo de outorga não dá direito
de uso dos recursos hídricos, mas apenas reserva as vazões passíveis de outorga.
As informações prestadas na solicitação de outorga deverão ser a expressão da verdade, ficando o
requerente sujeito às penalidades da lei. Os documentos comprobatórios das informações declaradas pelo
requerente deverão ser mantidos em seu poder durante o prazo de vigência da outorga.
Como a outorga é concedida?
As Resoluções de Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, aprovadas pela ANA, têm seu
extrato publicado no Diário Oficial da União – DOU e a sua íntegra disponível no site da ANA.
Modalidades de Outorga:
• Derivação ou captação de água;
• Lançamento de efluentes;
• Obras hidráulicas – para os casos de construção de barragens, canalizações, diques, etc.;
• Execução de serviços – para os casos de serviços de desassoreamento, derrocamento, limpeza de
margens, etc.;
• Travessia – para os casos de construção de pontes, dutos, túneis, etc. que cruzem o manancial;
• Outros.
Informações sobre o cadastramento no Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos
O Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH) foi instituído pela Resolução da
Agência Nacional das Águas (ANA) nº 317/2003 para registro obrigatório de pessoas físicas e jurídicas
usuárias de recursos hídricos. O registro se aplica aos usuários de recursos hídricos que captam água, lançam
efluentes ou realizam usos não consuntivos diretamente em corpos hídricos (rio ou curso d’água, reservatório,
açude, barragem, poço, nascente, etc.). O conteúdo do cadastro inclui informações sobre a vazão utilizada,
local de captação, denominação e localização do curso d’água, empreendimento do usuário, sua atividade ou a
intervenção que pretende realizar.
O CNARH é a base de dados que reflete o conjunto de usos reconhecidos de recursos hídricos. Ele é
alimentado pelo processo de cadastramento de usuários e sobre ele estarão baseados alguns dos principais
instrumentos da gestão de recursos como a outorga, a cobrança e a fiscalização. Os outros instrumentos, como
o enquadramento dos corpos de água e o planejamento, têm no cadastro uma importante fonte de informação.
O CNARH é parte integrante do Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e
viabiliza o compartilhamento de informações para a gestão compartilhada entre a União e os Estados.
Atualmente, os seguintes setores usuários de recursos hídricos podem se cadastrar no sistema CNARH:
• Sistemas de abastecimento público;
• Sistemas de esgotamento sanitário;
• Indústrias;
• Mineradoras (extração de areia, beneficiamento, etc.);
• Termoelétricas;
• Irrigação;
• Criação de animais (intensiva e extensiva);
• Outros usos que possuem captações de água ou lançamento de efluentes.
ARTIGO: Cobrança pelo uso da água tem novos valores nas bacias PCJ
1/8/2014 - Rio Capivari (SP)
A cobrança pelo uso das águas de domínio da União terá novos valores nas bacias dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (PCJ) a partir deste mês. Os novos preços unitários básicos (PUB) foram reajustados pela
Resolução nº 155 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e alteram os valores pela primeira vez
desde o início da cobrança nas bacias PCJ, em 2006. Os preços unitários básicos são aqueles cobrados dos
usuários que utilizam as águas das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Os novos valores valem para
captação de água bruta (diretamente da natureza), lançamento de efluentes, consumo de água bruta e
transposição de bacia.
Os novos PUB valem a partir de agosto de 2014, em 2015 e a partir de 2016, sendo que o aumento
será, em média, de 8% ao ano neste período (veja a tabela a seguir). Os valores definidos na Resolução CNRH
nº 155/2014 consideram a proposta apresentada pelos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (Comitês PCJ) junto ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos.