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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

Centro de Ciências Humanas – CCH

Curso de Geografia

Disciplina: Hidrogeografia

Professora: Patrícia

Acadêmico(a): Edmara Marques de Sousa

Resumo do capítulo 4 do relatório: Conjuntura recursos hídricos Brasil 2021

Sobral – CE

2022
O capítulo 4 do relatório Conjuntura recursos hídricos do Brasil 2021 vem trazendo
definições sobre a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que ela
foi Instituída pela lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997, que ficou conhecida como Lei
das Águas, a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) estabeleceu
instrumentos para a gestão dos recursos hídricos de domínio federal (aqueles que
atravessam mais de um estado ou fazem fronteira) e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).

Conhecida por seu caráter descentralizador, por criar um sistema nacional que
integra União e estados, e participativo, por inovar com a instalação de comitês de
bacias hidrográficas que une poderes públicos nas três instâncias, usuários e
sociedade civil na gestão de recursos hídricos, a PNRH é considerada uma lei
moderna que criou condições para identificar conflitos pelo uso das águas, por meio
dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas, e arbitrar conflitos no
âmbito administrativo.

A lei nº 9.433/97 deu maior abrangência ao Código de Águas, de 1934, que


centralizava as decisões sobre gestão de recursos hídricos no setor elétrico. Ao
estabelecer como fundamento o respeito aos usos múltiplos e como prioridade o
abastecimento humano e dessedentação animal em casos de escassez, a Lei das
Águas deu outro passo importante tornando a gestão dos recursos hídricos
democrática.

O acompanhamento da evolução da gestão dos recursos hídricos em escala


nacional é feito por meio da publicação do Relatório de Conjuntura dos Recursos
Hídricos, que a cada quatro anos faz um balanço da implementação dos
instrumentos de gestão, dos avanços institucionais do Sistema e da conjuntura dos
recursos hídricos no País.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), estabelecido pela Lei nº 9.433/97,


é um dos instrumentos que orienta a gestão das águas no Brasil. O conjunto de
diretrizes, metas e programas que constituem o PNRH foi construído em amplo
processo de mobilização e participação social. O documento final foi aprovado pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) em 30 de janeiro de 2006.

O objetivo geral do Plano é “estabelecer um pacto nacional para a definição de


diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, em
quantidade e qualidade, gerenciando as demandas e considerando ser a água um
elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais, sob a ótica do
desenvolvimento sustentável e da inclusão social”. Os objetivos específicos são
assegurar a melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em
qualidade e quantidade, a redução dos conflitos reais e potenciais de uso da água,
bem como dos eventos hidrológicos críticos e a percepção da conservação da água
como valor socioambiental relevante.

Os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH) são definidos pela lei estadual nº 14.844
como “entes regionais de gestão de recursos hídricos com funções consultivas e
deliberativas, atuação em bacias, sub-bacias ou regiões hidrográficas” e vinculados
ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH).

Eles são compostos por representantes dos usuários, sociedade civil, das
prefeituras e dos órgãos de Governo. É a instância mais importante de participação
e integração do planejamento e das ações na área dos recursos hídricos.

No Ceará o colegiado do Comitê de Bacia é composto por representantes de


instituições governamentais e não-governamentais, distribuídos em quatro setores,
tendo a seguinte distribuição e percentual de participação: Usuários (30%);
Sociedade Civil (30%); Poder Público Municipal (20%); Poder Público
Estadual/Federal (20%).

O trabalho de formação dos Comitês no Ceará teve início em 1994, com a instalação
do Comitê da bacia do Curu, em 17 de setembro de 1997, sendo este o pioneiro no
Ceará, que funcionou como projeto piloto. A partir da experiência desenvolvida,
expandiu-se gradativamente o trabalho de formação dos outros Comitês no Ceará.

A metodologia para a formação dos Comitês, desenvolvida pela COGERH, definiu


três níveis de atuação (Açude, Vale Perenizado, Bacia Hidrográfica) com o objetivo
de integrar as ações para o Apoio à Organização dos Usuários.

Em algumas bacias o processo de formação do Comitê foi impulsionado por meio do


trabalho de operação participativa dos vales perenizados. Foram formadas
Comissões de Operação dos Vales Perenizados, como no caso do Curu, Baixo
Jaguaribe, Médio Jaguaribe e Acaraú.
Os Comitês de Bacias têm seu próprio Regimento Interno; as assembleias são
públicas; os membros têm poder de voto; os mandatos de todos os integrantes são
de quatro anos; todos os membros podem se candidatar aos cargos da Diretoria
(composta por presidente, vice-presidente e secretário geral, com mandato de dois
anos); os Comitês podem criar Comissões e Câmaras Técnicas; a quantidade de
membros é variável, devendo apenas obedecer os percentuais dos quatro setores
representados. Existem, atualmente, 12 Comitês de Bacias Hidrográficas no Ceará.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é o


conjunto de órgãos e colegiados que concebe e implementa a Política Nacional das
Águas. Instituído pela Lei das Águas (lei nº 9.433/97), o papel principal do SINGREH
é fazer a gestão dos usos da água de forma democrática e participativa. Além disso,
o Sistema tem como principais objetivos coordenar a gestão integrada das águas,
arbitrar administrativamente os conflitos relacionados aos recursos hídricos, planejar
e regular e controlar o uso, bem como a recuperação dos corpos d’água.

O Singreh é composto pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), pela


Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental (SRQA), pela Agência
Nacional de Águas, pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos (CERH), pelos
Órgãos gestores de recursos hídricos estaduais (Entidades Estaduais), pelos
Comitês de Bacia Hidrográfica e pelas Agências de Água.

Os Planos de Recursos Hídricos são documentos que definem a agenda dos


recursos hídricos de uma região, incluindo informações sobre ações de gestão,
projetos, obras e investimentos prioritários. Além disso, fornecem dados atualizados
que contribuem para o enriquecimento das bases de dados da Agência Nacional de
Águas (ANA).

A partir de uma visão integrada dos diferentes usos diferentes usos da água, os
planos são elaborados em três níveis: bacia hidrográfica, nacional e estadual.
Contam também com o envolvimento de órgãos governamentais, da sociedade civil,
dos usuários e de diversas instituições que participam do gerenciamento dos
recursos hídricos.

Muito importante é o enquadramento de corpos d’água que estabelece o nível de


qualidade a ser alcançado ou mantido ao longo do tempo. Mais do que uma simples
classificação, o enquadramento deve ser visto como um instrumento de
planejamento, pois deve tomar como base os níveis de qualidade que deveriam
possuir ou ser mantidos para atender às necessidades estabelecidas pela sociedade
e não apenas a condição atual do corpo d’água em questão. O enquadramento
busca “assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que
forem destinadas” e a “diminuir os custos de combate à poluição das águas,
mediante ações preventivas permanentes” (Art. 9º, Lei nº 9.433, de 1997).

A classe do enquadramento de um corpo d’água deve ser definida em um pacto


acordado pela sociedade, levando em conta as prioridades de uso da água. A
discussão e o estabelecimento desse pacto ocorrem no âmbito do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). O enquadramento é referência
para os outros instrumentos de gestão de recursos hídricos (outorga e cobrança) e
instrumentos de gestão ambiental (licenciamento e monitoramento), sendo, portanto,
um importante elo entre o Singreh e o Sistema Nacional de Meio Ambiente. Existe
também a Fiscalização de Usos de Recursos Hídricos que é uma atividade exercida
pelo poder público, que usa seu poder de polícia para garantir o cumprimento dos
atos normativos em vigor. A ANA tem como atribuição fiscalizar os usos de recursos
hídricos nos corpos de água de domínio da União aqueles que passam por mais de
um estado ou fazem fronteiras.

Assim, a fiscalização da ANA verifica o cumprimento de termos e condições


previstas na outorga e em regulamentos específicos. A Agência identifica e autua
usuários irregulares, buscando garantir disponibilidade de água para os diferentes
usos e dirimir conflitos, sobretudo em bacias críticas.

Atualmente, a fiscalização de uso de recursos hídricos vem utilizando novas


tecnologias para monitoramento remoto do uso de recursos hídricos, a exemplo do
uso: da telemetria e de aplicativo de celular, como o “DeclaraÁgua”, para
recebimento dos dados de consumo de usuários, de imagens de satélites de alta
resolução para identificação de áreas irrigadas e possíveis usuários irregulares, do
DRONES para sobrevoos às áreas irrigadas, durante as atividades de campo.

A regulamentação das ações de fiscalização do uso de recursos hídricos, bem como


o estabelecimento dos procedimentos para apuração de infrações e a aplicação de
penalidades, foi atualizada por meio da foi atualizada por meio da Resolução n° 24,
de 04 de maio de 2020, que substituiu Resolução n° 662, de 29 de novembro de
2010.

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é o


conjunto de órgãos e colegiados que concebe e implementa a Política Nacional das
Águas.

Instituído pela Lei das Águas (lei nº 9.433/97), o papel principal do SINGREH é fazer
a gestão dos usos da água de forma democrática e participativa.

E é importante falar sobre o Singreh que é composto pelo Conselho Nacional de


Recursos Hídricos (CNRH), pela Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade
Ambiental (SRQA), pela Agência Nacional de Águas, pelos Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos (CERH), pelos Órgãos gestores de recursos hídricos estaduais
(Entidades Estaduais), pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e pelas Agências de
Água.

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