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CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO AMBIENTAL E DO AGRONEGÓCIO

DISCIPLINA: POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – PNRH DATAS:


09 e 10/06/2023
ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO

1) Tendo em vista o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito


de todos, como deve ser interpretada a titularidade das águas delineada na
Constituição Federal?
A Constituição de 1988 também atribuiu à União competência privativa para legislar
sobre águas (art. 22). Deu-lhe, ainda, a responsabilidade de “instituir sistema nacional de
gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso”
(art. 21, XIX), bem como de “instituir diretrizes para o (...) saneamento básico (...)” (art.
21, XX). Esse sistema foi constituído. É o Sistema Nacional de Gerenciamento dos
Recursos Hídricos, instituído pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que estabeleceu
também a Política Nacional de Recursos Hídricos, em obediência aos princípios
constantes da chamada Constituição Cidadã.

2) Em quais circunstâncias as águas podem se encontrar sob titularidade/domínio


de Municípios e de particulares?

Conforme o art. 8º do Código das Aguas que dispõe: são particulares as nascentes e todas
as águas situadas em terrenos que também o sejam, quando as mesmas não estiverem
classificadas entre as águas comuns de todos, as águas públicas ou as águas comuns. E
art. 29, III, aos municípios: a) quando, exclusivamente, situados em seus territórios,
respeitadas as restrições que possam ser impostas pela legislação dos Estados.

3) Como funciona a competência legislativa em matéria de recursos hídricos?

A competência para legislar em relação à água é exclusiva da União, fato que deve ser
considerado.

4) Como funciona a competência material em matéria de recursos hídricos?

É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração
de recursos hídricos.

5) Qual é a diferença entre o critério adotado pela Resolução CONAMA nº


357/2005 para a definição das classes de enquadramento de corpos de águas
superficiais e o critério adotado pela Resolução CONAMA nº 396/2008 para a
definição das classes de enquadramento de corpos de águas subterrâneas?
As classes para o enquadramento de águas subterrâneas são estabelecidas pela
Resolução nº 396 de 2008 do CONAMA. Cabe destacar que, conforme a Constituição
brasileira, as águas subterrâneas são de domínio dos Estados e do Distrito Federal,
portanto, não há água subterrânea de domínio da União.

6) O instrumento Outorga dos Direitos de Uso de Recursos Hídricos deve ser


exigido em relação a todo e qualquer uso de recursos hídricos?

Os usos em corpos de água superficiais definidos como insignificantes pela Resolução


Normativa nº 017, de 13 de março de 2007, estão dispensados de outorga, conforme
estabelecido na Lei Estadual nº 10.179, de 18 de março de 2014, mas deverão,
obrigatoriamente, ser cadastradas junto à Agerh e estão sujeitos a fiscalização.São os
seguintes os usos definidos como insignificantes:

As derivações e captações em corpos de águas superficiais, por usuário em um mesmo


corpo de água, cujas vazões captadas sejam iguais ou inferiores a 1,5 l/s (litro por
segundo), limitadas a um volume máximo diário de 43.200 litros;

As acumulações superficiais, por usuário em um mesmo curso de água, com volume


máximo de 10.000 m³ (metros cúbicos), desde que respeitados os valores estabelecidos
acima;

As derivações e captações em corpos de água superficiais, por usuário em um mesmo


corpo de água, para o atendimento a pequenos núcleos populacionais, cujas vazões
captadas sejam iguais ou inferiores a 1,5 l/s (litro por segundo).

Os lançamentos de efluentes em corpos de água superficiais, por usuário em um mesmo


corpo de água, com exceção dos lagos e reservatórios, e a montante desses, cujas
concentrações de DBO sejam iguais ou inferiores às concentrações de referência
estabelecidas para as respectivas classes de enquadramento dos corpos receptores, em
consonância com a Resolução CONAMA nº 357/05.

Os usos itinerantes, referentes a captações esporádicas realizadas durante o período


máximo de 30 (trinta) dias.

7) O instrumento Cobrança do Uso de Recursos Hídricos deve ser exigido sempre


que o uso de recursos hídricos estiver sujeito à Outorga dos Direitos de Uso de
Recursos Hídricos?

Não, apenas nos casos dispostos no art. 12 da lei de recursos hídricos.

Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos
de recursos hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para
consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;

II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de


processo produtivo;

III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,


tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;

IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;

V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente


em um corpo de água.

§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em


regulamento:

I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos


populacionais, distribuídos no meio rural;

II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;

III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.

8) O que é o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH),


conforme estabelece a Lei Federal nº 9.433/1997?

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é o conjunto


de órgãos e colegiados que concebe e implementa a Política Nacional das Águas.

Instituído pela Lei das Águas (lei nº 9.433/97), o papel principal do SINGREH é fazer a
gestão dos usos da água de forma democrática e participativa. Além disso, o Sistema tem
como principais objetivos:

 Coordenar a gestão integrada das águas;


 Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados aos recursos hídricos;
 Planejar, regular e controlar o uso, bem como a recuperação dos corpos d’água;
 Promover a cobrança pelo uso da água.

9) A aplicação dos recursos arrecadados com o instrumento Cobrança do Uso de


Recursos Hídricos é definida livremente pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH)?

Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão


aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos
de Recursos Hídricos;

II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e


entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Os recursos arrecadados são repassados integralmente pela ANA à Agência de


Águas da Bacia, conforme determina a Lei n° 10.881/04. Cabe à Agência de Água
alcançar as metas previstas no contrato de gestão assinado com a ANA, instrumento pelo
qual são transferidos os recursos arrecadados.

10) Os Comitês de Bacia Hidrográfica funcionam como órgãos consultivos no


âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(SNGRH)?

Os Comitês de Bacia Hidrográfica, entes do Sistema Nacional de Gestão dos Recursos


Hídricos, constituem o “Parlamento das Águas”, espaço em que representantes da
comunidade de uma bacia hidrográfica discutem e deliberam a respeito da gestão dos
recursos hídricos compartilhando responsabilidades de gestão com o poder público.
Comitê é um termo que indica uma comissão, junta, delegação ou reunião de pessoas,
para debate e execução de ações de interesse comum. Bacia hidrográfica é um território
delimitado por divisores de água cujos cursos d’água em geral convergem para uma única
foz localizada no ponto mais baixo da região. Unindo os dois conceitos: Comitê de Bacia
Hidrográfica (CBH) significa o fórum em que um grupo de pessoas, com diferentes
visões e atuações, se reúne para discutir sobre um interesse comum – o uso d’água na
bacia.

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