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PNRH: Outorga de direito

de uso de recursos hídricos

Profª Adelena Gonçalves Maia


 Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos
tem como objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos
usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
 Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos
seguintes usos de recursos hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de
água para consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo
de processo produtivo;
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou
insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos
ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou
disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da
água existente em um corpo de água.
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em
regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de
pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos
Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art. 35
desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar
a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a
manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário,
quando for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá
preservar o uso múltiplo destes.
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente
do Poder Executivo Federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao
Distrito Federal competência para conceder outorga de direito de
uso de recurso de domínio da União.
§ 2º (VETADO)
 Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial
ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive
as decorrentes de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo para os quais
não se disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de
água.
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far se-á por prazo não
excedente a trinta e cinco anos, renovável.
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas
o simples direito de seu uso.
Visita à Cruzeta ( 19/02/2016)
Outorgas do Açude de Cruzeta
Variação sazonal das outorgas

Vazão média(l/s)
Irrigação 53,88
Caern 21,10
Concessão de outorga
ANA: recursos hídrico de domínio da União;
OERH: recurso hídrico de domínio do Estado.
(IGARN)

De acordo com as diretrizes do plano aprovado pelo


Comitê de Bacia Hidrográfica

 Usuários que contam com outorga são objetos de


cobrança.
A outorga procura ratear os recursos hídricos
disponíveis com as demandas existentes ou potenciais,
procurando os melhores resultados para a sociedade –
contribuição para o crescimento econômico, eqüidade
social e sustentabilidade ambiental. – alocação de
recursos hídricos
Termo de outorga: deve estabelecer o montante que
poderá ser utilizado e a condição de racionamento em
período de estiagem.
Prioridades
Demanda prioritária: “consumo humano e
dessedentação de animais”
Demanda não-prioritária: demais usos, só pode ser
outorgado o uso desta demanda depois do
atendimento das demandas prioritárias.
Uma demanda não-prioritária pode ser considerada
prioritária no Plano de bacia hidrográfica.
A priorização das demandas (no Plano) pode ser:
Pela natureza da demanda: abastecimento doméstico
(maior prioridade)
Crítica: abastecimento doméstico engloba a dessedentação
e o uso para higiene, assim como a rega de jardim e
lavagem de carro.
Pela natureza da demanda e quantidade suprida:
demandas da mesma natureza teriam graus distintos de
prioridade
Ex: abastecimento doméstico seria dividido em dois
montantes de outorga, um com maior prioridade e outro
com menor prioridade (para atender às necessidades
menos relevantes)
Pela expressão econômica da demanda: os usos que
gerassem maior renda teriam maior prioridade. Após o
atendimento dos usos prioritários os outros usos
seriam atendidos em função da renda gerada.
Critérios utilizados na outorga:
A vazão de referência é o limite para o total de vazão a ser
outorgada.

Vazão de referência: Q7,10 – média das vazões de 7 dias


consecutivos da estiagem com 10 anos de período de
retorno

Crítica: ocorrência média de 10 em 10 anos, no ano que


ocorre é só durante 7 dias. A maior parte do tempo tem
água sobrando que não é outorgada.
Priorização das demandas: atendimento inicial das
demandas com maior prioridade e depois se atende as
demandas com menor prioridade, até que a vazão
máxima outorgável seja atingida.
Para a implantação de um sistema de
outorga é necessário:
Sistema de informações sobre recursos hídricos –
análise da disponibilidade e demanda;
Plano de recursos hídricos – diretrizes para outorga
(priorização, usos insignificantes);
Sistema de fiscalização – do cumprimento dos termos
de outorga.
Regulamentação Outorgas e Licenças
Decreto nº 13.283, de 22/03/1997
Regulamenta os incisos III do art. 4º da Lei nº 6.908, de 01 de julho de 1996, que dispõe sobre
a Política Estadual de Recursos Hídricos, e dá outras providências.

 Art. 3º. A concessão, fiscalização e controle da outorga e o licenciamento de obras de


oferta hídrica serão informados, ainda, por princípios programáticos estabelecidos pela
Secretaria de Recursos Hídricos – SERHID ( Hoje: SEMARH)
 Art. 7º. É dispensável a outorga para captação de água subterrânea, cuja vazão de
exploração recomendada não exceda de 1.000 l/h (mil litros por hora).
 A dispensa de outorga do direito de uso dos recursos hídricos está regulamentada de
acordo com:
(O Art.1 da Resolução nº 12/2012 do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos- CONERH,
onde cita que as captações e derivações de água superficial, com vazão inferior ou igual a
2m³/h (0,55 l/s), por usuário, são consideradas como usos insignificantes em todas as
bacias hidrográficas de rios de domínio do Estado do Rio Grande do Norte.)
 Art. 9º. A outorga do direito de uso de água se defere respeitada a seguinte
ordem de prioridade:
I. abastecimento de água para consumo humano em residências, hospitais,
estabelecimentos de ensino, quartéis, presídios, e outros estabelecimentos
coletivos semelhantes;
II. abastecimento de água para consumo humano em entidades públicas ou
privadas;
III. abastecimento de água para fins de dessendentação animal;
IV. abastecimento de água para fins de produção rural, compreendendo
irrigação, pecuária, piscicultura, e outros;
V. abastecimento de água para fins de produção industrial, comercial e de
prestação de serviços;
VI. outros usos definidos pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CONERH.

Parágrafo único - Em igualdade de ordem, decidir-se-á em favor daquele que


detenha a licença prévia disciplinada neste regulamento, e, na ausência desta ou
persistindo o empate, terá preferência o que melhor atender aos interesses sociais.
 Art. 17. A soma dos volumes d'água outorgados
numa determinada bacia, não poderá exceder 9/10
(nove décimos) da vazão regularizada anual com 90%
(noventa por cento) de garantia.
Plano de Recursos Hídricos Piancó-Piranhas-Açu
(2014)

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