Você está na página 1de 5

DISCIPLINA: POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – PNRH

Prof. Gabriel Gino


Aluna: Eng. Ambiental - Isadora Palhano

ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO
QUESTIONÁRIO

1) Tendo em vista o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito de


todos, como deve ser interpretada a titularidade das águas delineada na
Constituição Federal?

A Constituição Federal define a titularidade de domínio da União e dos Estados (Art.


26 Constituição Federal 1988).

Águas de Domínio da União são:

 Águas Superficiais em Terrenos de seu Domínio;


 Águas Superficiais Interestaduais;
 Águas Superficiais Internacionais.

Além disso, são consideradas de Domínio da União, águas superficiais e


subterrâneas em depósito decorrentes de obras da União.

Já as águas de titularidade de Estados, são:

 Águas Superficiais não pertencentes à União;


 Águas Subterrâneas não decorrentes de obras da União.

Vale ressaltar que, sabendo das informações supracitadas, conclui-se que a grande
maioria das águas são de titularidade dos Estados.
2) Em quais circunstâncias as águas podem se encontrar sob titularidade/domínio
de Municípios e de particulares?

Em nenhuma circunstância, pois não consta a informação no código das águas nem
na Constituição Federal, portanto as águas serão ou de domínio de Estados ou da
União. O código das águas não pode vigorar quando trata-se de águas particulares ou
municipais.

3) Como funciona a competência legislativa em matéria de recursos hídricos?

Temos dois tipos de competências, Privativa da União e outra Exclusiva que


possibilita o Titular do Domínio para realizar a gestão das águas.

O Art. 22 da Constituição Federal define que a competência legislativa deve ser


privativa à União de legislar, salvo Lei complementar que autorize os Estados a legislar
sobre questões específicas (presente no parágrafo único). A questão é que não há
delegação por Lei Complementar e mesmo assim os Estados legislam sobre as águas.
Faz-se necessário interpretar sua conformidade e harmonia, como segue: A
competência Privativa da União trata-se do direito civil das águas com a indicação se a
água é “alienável” ou “inalienável”, portanto há também a competência exclusiva do
Titular do Domínio/Gestor em que verifica-se a possibilidade de edição de Normas
Administrativas sobre a Gestão das Águas.

4) Como funciona a competência material em matéria de recursos hídricos?

A competência material em matéria de recursos hídricos caracteriza o ente que


executa a Política e exerce o poder de polícia administrativa como o titular do domínio,
ou seja, o gestor da água em questão, podendo ser a União ou Estados de acordo com
o domínio de cada água. Competência Privativa do Titular do Domínio/Gestor, tendo em
vista que admite delegação.
5) Qual é a diferença entre o critério adotado pela Resolução CONAMA nº 357/2005
para a definição das classes de enquadramento de corpos de águas superficiais
e o critério adotado pela Resolução CONAMA nº 396/2008 para a definição das
classes de enquadramento de corpos de águas subterrâneas?

O enquadramento deve ser compatível com os diversos usos da água (usos


preponderantes) e deve estar condizente com as metas estabelecidas no plano da bacia
hidrográfica. Além disso deve ser factível frente à disponibilidade social de inversão.

O critério adotado para o entendimento das águas superficiais e subterrâneas


segue:

 Superficiais: Conforme a meta que se deseja para os cursos d’água


(prognóstico);
 Subterrânea: objetiva conferir um diagnóstico da qualidade da água
(diagnóstico).

6) O instrumento Outorga dos Direitos de Uso de Recursos Hídricos deve ser


exigido em relação a todo e qualquer uso de recursos hídricos?

A Outorga dos Direitos de Uso de Recursos Hídricos tem como objetivo realizar
o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água. Praticamente todos os Usos são
sujeitos à necessidade da Outorga, qualquer uso que altere a qualidade e quantidade
da água está sujeito ao instrumento de Outorga.
Porém, a PNRH prevê a modalidade de Uso independente de outorga em que
verifica-se a Dispensa da Outorga: satisfação de pequenos núcleos populacionais
dispersos em meio rural e pequenas acumulações, pequenas derivações, captações
individuais e lançamentos considerados insignificantes.
7) O instrumento Cobrança do Uso de Recursos Hídricos deve ser exigido sempre
que o uso de recursos hídricos estiver sujeito à Outorga dos Direitos de Uso de
Recursos Hídricos?

A cobrança pelo uso de recursos hídricos está presente na PNRH como um


instrumento e, tendo em vista que a água é considerada como um bem econômico e
deve possuir indicação do seu real valor, portanto são sujeitos à cobrança.
No Estado do Paraná, são salvas as situações de isenções para a produção
agropecuária e silvipastoril.

8) O que é o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH),


conforme estabelece a Lei Federal nº 9.433/1997?

A Lei Federal nº 9433/1997 cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos


Hídricos (SNGRH) que tem como objetivos, segundo o Art. 32:

“Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com
os seguintes objetivos:
I - coordenar a gestão integrada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos
hídricos;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.”

Portanto, o SNGRH tem como principal função realizar a gestão dos usos do recurso
hídrico “de forma democrática e participativa”, quando dentre seus objetivos coordena
a gestão integrada das águas e implementa a Política Nacional de Recursos Hídricos
com a formação de um conjunto de órgãos que concebem e implementam a Política
Nacional das Águas, além de promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
9) A aplicação dos recursos arrecadados com o instrumento Cobrança do Uso de
Recursos Hídricos é definida livremente pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH)?

A aplicação dos recursos arrecadados com o instrumento de Cobrança pelo Uso dos
Recursos Hídricos não é livre e portanto deve ser direcionada ao financiamento de
estudos, programas, projetos e obras presentes nos Planos de Recursos Hídricos. Além
disso, os recursos podem ser utilizados para o custeio dos órgãos do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos, valor limitado a 7,5%, pois os órgãos
presentes no SNGRH podem não ser órgãos públicos (ex: ONGs, associações de
usuários) para o apoio técnico-administrativo aos comitês de bacias hidrográficas.

10) Os Comitês de Bacia Hidrográfica funcionam como órgãos consultivos no âmbito


do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH)?

Os Comitês de Bacias Hidrográficas são Órgãos normativos deliberativos, em que


têm atribuição legal de deliberar sobre a Gestão da Água, atuando de forma
compartilhada com o poder público. Os comitês têm, como principal função constituir o
que é chamado de “plano diretor” para os usos da água. Segundo define o “Caderno de
Capacitação em Recursos Hídricos” (ANA) sua função é: “definir metas de
racionalização de uso para aumento de quantidade e melhoria da qualidade dos
recursos hídricos disponíveis, bem como os programas e os projetos destinados ao
atendimento dessas metas.”.
Sendo assim, conclui-se que os comitês não caracterizam-se somente por órgãos
consultivos pois não são somente uma instância de consulta à sociedade, mas sim de
tomar decisões.

Você também pode gostar