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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


DIREITO AMBIENTAL E AGRONEGÓCIO

ISADORA PALHANO
GELIANDRA ALVES PEREIRA
LUANA LOPES
KARLA MARCELLA BOBATO
MATHEUS ARUDHÁ BUCAR

ESTUDO DE CASO
RESPONSABILIDADE E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

CURITIBA – PR
2021
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DIREITO AMBIENTAL E AGRONEGÓCIO

PARECER Nº XX.2021

PROCESSO Nº 07.494.877-4

AI Nº 87574 – B.O Nº 2009/16993

INTERESSADO: Sebastião Nunes Pereira

EMENTA: Auto de Infração. IAT. Direito Ambiental.

I – RELATÓRIO

Trata-se de Auto de Infração que a princípio imputaria ao acusado a


conduta tipificada no Art. 43 do Decreto 6.514/2008.
Depreende-se do feito que o autuado utilizou área considerada de
preservação permanente, área essa equivalente a 8,4 há. Tendo sido embargada
toda e qualquer atividade no denominado Sítio Santa Clara.

É o que basta relatar, passamos à análise.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Denota-se do relatório de fiscalização que área foi embargada porque o


proprietário estava utilizando aquela área, no entanto a legislação vigente no país
não pune a utilização de qualquer espaço da propriedade.
O auto de infração descreveu a área utilizada como uma infringência as
normas de proteção ambiental, sem fazer referência a área especifica e a atividade
desenvolvida in loco, contrariando o ordenamento jurídico aplicável à espécie da
infração.
Não obstante a afronta ao contraditório, o procedimento do auto de infração
colocou em prejuízo a defesa quando deixou de mensurar a delimitação do local do
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embargo mediante a indicação de suas coordenadas geográficas e a descrição das


atividades a serem paralisadas.
Outrossim o enquadramento narrado pelo agente seria por conduta típica,
in casu, de destruir ou danificar floresta ou vegetação especialmente protegida.
Nesse sentido, havendo contrariedade no fato descrito pelo agente e bem
como a falta de coordenadas geográficas, pelo que dispõe o Art. 100 do Decreto
6514/2008 deve ser o auto de infração declarado nulo. Visto que a continuidade do
feito poderia redundar em chicanas processuais, com pessoas assumindo autoria
de infração não tipificada no ordenamento jurídico. Vejamos:
Art. 100. O auto de infração que apresentar vício insanável deverá ser
declarado nulo pela autoridade julgadora competente, que determinará o
arquivamento do processo, após o pronunciamento do órgão da
Procuradoria-Geral Federal que atua junto à respectiva unidade
administrativa da entidade responsável pela autuação.
§ 1º Para os efeitos do caput, considera-se vício insanável aquele em que
a correção da autuação implica modificação do fato descrito no auto de
infração.
§ 2º Nos casos em que o auto de infração for declarado nulo e estiver
caracterizada a conduta ou atividade lesiva ao meio ambiente, deverá ser
lavrado novo auto, observadas as regras relativas à prescrição.

III – CONCLUSÃO

Considerando-se, todavia, que resta para o auto de infração a sua nulidade,


como consequência do princípio da legalidade que deve reger os processos
administrativos, não se pode ignorar também que a área deve ser desembargada.
Por todo o exposto

É o parecer, salvo melhor juízo.


Curitiba/PR, 12 de julho de 2021.

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