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Tribunal de Justiça
JURIS - Consulta Jurisprudência
0019300-68.2014.8.22.0001 - Apelação
Origem : 00193006820148220001 Porto Velho/RO
(2ª Vara da Fazenda Pública)
Apelante : SB Comércio Ltda
Advogado : Ely Roberto de Castro (OAB/RO 509)
Apelado : Município de Porto Velho/RO
Procurador : Mário Jonas Freitas Guterres (OAB/RO 272B)
Procuradora: Telma C. L. de Melo
Relator : Desembargador Roosevelt Queiroz Costa
EMENTA
ACÓRDÃO
0019300-68.2014.8.22.0001 - Apelação
Origem : 00193006820148220001 Porto Velho/RO
(2ª Vara da Fazenda Pública)
Apelante : SB Comércio Ltda
Advogado : Ely Roberto de Castro (OAB/RO 509)
Apelado : Município de Porto Velho/RO
Procurador : Mário Jonas Freitas Guterres (OAB/RO 272B)
Procuradora: Telma C. L. de Melo
Relator : Desembargador Roosevelt Queiroz Costa
RELATÓRIO
Consta que autora/apelante foi autuada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(SEMA), em 25/07/2012, sendo expedido o auto de infração n. 1832, por conta de
descarte de materiais inertes (cosméticos) em local inapropriado. Informou que foi
notificada pela municipalidade para responder a processo administrativo, tendo
apresentado defesa no prazo legal, bem como notas fiscais de devolução de
mercadorias, que as mercadorias encontradas no local da fiscalização, por meio das
quais busca demonstrar que os resíduos foram restituídas à empresa BEL PARAÍBA
DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS DE BELEZA LTDA., restando, a seu ver,
identificado o culpado pelo descarte indevido dos materiais. Afirmou, entretanto, que
a decisão manteve o auto de infração, de forma contrária à prova dos autos, sem
fundamentação jurídico, resultando na aplicação de multa de 100 (cem) Unidades
Padrão Fiscal do Município (UFPM), equivalente à importância de R$ 4.964,00.
Requereu a declaração de nulidade do auto de infração e, por consequência, a
inexigibilidade da multa imposta.
É o relatório.
voto
Isso porque a apelante não trouxe aos autos instrumento contratual firmado com a
empresa Bel Paraíba Ltda. capaz de demonstrar que essa pessoa jurídica, de fato,
estaria obrigada contratualmente a conferir destinação adequada aos produtos,
descurando-se do ônus de comprovar fato constitutivo de seu direito (CPC, art. 373,
I).
De todo modo, ainda que houvesse prova da contratação, esta não seria suficiente
para isentar de responsabilidade pelos danos ambientais atribuídos à apelante, a
teor do disposto no art. 27, §1º, da Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, in verbis:
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela
implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos
sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua
natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares
pelo poder público municipal;
Pena: multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Unidades Padrão Fiscal do Município por
metro cúbico ou fração.
Dessa forma, havendo previsão legal da autuação, com aplicação da sanção no
mínimo legal (10 UPFM), e inexistindo causa de isenção de responsabilidade
administrativa em favor do apelante, conclui-se que o ato administrativo de autuação
deve ser mantido, pois em conformidade legal.
É como voto.