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TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
PRIMEIRA SECÇÃO
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tribunal comum ao deixar de lado o acto administrativo, posicionando-se no
sentido de que a polícia tem razão, julgando, deste modo, o recurso improcedente.
Não é matéria de índole jurídico, mas impele ao recorrente deixar expresso que
qualquer julgador tem que perfeitamente conhecer a sociedade que julga em todas
as esferas, nomeadamente, económica, financeira e social, sob pena de, no lugar de
educar e promover a cultura jurídica, sucessivamente, prejudicar os particulares e
estes absterem-se de qualquer recurso contra actos lesivos.
Com efeito, as custas fixadas no processo nunca poderiam ser proibitivas ao
recurso, de tal modo que possa ser preferível aceitar de bom grado os abusos de um
agente da polícia, conformando-se o ora recorrente com a multa.
O apelante limita-se a dizer, abstractamente, que uma lei foi violada. Resulta do
artigo 342.º do Código Civil (CC) que não basta alegar, é preciso oferecer as
provas. O apelante limita-se a divagar sem apresentar qualquer fundamento legal,
pecando por proferir ataques pessoais e manifestações de desprezo para com os
agentes da corporação policial e outros.
O Presidente do Conselho Municipal não agiu fora das suas competências. Nos
termos da alínea l) do n.º 2 do artigo 62 da Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro, a
recorrida é a entidade competente para modificar ou revogar os actos praticados
por funcionários autárquicos.
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A recorrida conclui, solicitando que seja negado provimentos ao recurso, por falta
de fundamento e aplicada multa por litigância de má-fé.
Tudo visto
Compulsados os autos, afere-se que a decisão vertida no acórdão recorrido
alicerça-se no facto de o Tribunal de 1.ª instância ter concluído que, efectivamente,
o ora impetrante não portava a sua carta de condução, infringindo o disposto no n.º
1 do artigo 46 do Código de Estrada, demonstrando que, na tramitação no processo
de multa, foram observadas as bases legais para o caso concreto.
O recorrente alega, na essência, que a entidade recorrida não tinha competência
para decidir sobre a reclamação da multa que lhe foi aplicada, por ser dirigida ao
assessor. Acresce que, sendo os recursos de mera legalidade, o Tribunal a quo
deveria ter-se limitado ao acto administrativo do Presidente do Município e não
posicionar-se a favor de um dos sujeitos processuais e encerra as suas alegações
referindo que as custas do processo não se coadunam com a sua condição salarial.
Ora, de acordo com o disposto no artigo 139 da Lai n.º 9/2001, de 7 de Julho,
aplicável ex vi do artigo 228 da Lei n.º 7/2014, de 28 de Fevereiro, “os recursos
jurisdicionais ordinários (…) apenas podem ter por fundamento a violação ou
errada aplicação de lei substantiva ou processual ou a nulidade de decisão
impugnada”.
Registe-se e notifique-se.
O recorrente tem a possibilidade de interpor recurso ao Plenário do Tribunal
Administrativo, no prazo de 10 (dez) dias, ao abrigo do disposto no artigo 135 e
seguintes da Lei n.º 9/2001, de 7 de Julho, ex vi do artigo 228, da Lei n.º 7/2014, de
28 de Fevereiro, conjugado com o disposto no n.º 2 do artigo 40 da Lei n.º
24/2013, de 1 de Novembro, alterada e republicada pela Lei n.º 7/2015, de 6 de
Outubro.