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DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROCON DE SÃO LOURENÇO

Defensoria Pública da Comarca de São Lourenço Coordenadoria de Proteção e


Defesa do Consumidor

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL


DA COMARCA DE SÃO LOURENÇO – MINAS GERAIS

Processo nº 0060549-22.2010.8.13.0637

A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, através do


seu órgão de execução e a COORDENADORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO
CONSUMIDOR – PROCON DE SÃO LOURENÇO, por seu Procurador, infra-
assinados, ambos já devidamente qualificados nos autos, não se conformando, d.m.v,
com os termos da sentença de fls. 569/573 que julgou extinto o processo sem resolução
de mérito sob o argumento da falta de interesse da presente actio, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 513 e seguintes do digesto
processual civil, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, pelos fundamentos
expostos nas razões recursais que seguem a presente.

Por estarem presentes todos os requisitos de admissibilidade do presente


recurso REQUER a V. Exa., que o receba, por próprio, hábil e tempestivo, mandando
processar, inclusive com a oitiva do Ministério Público e, após as medidas suasórias o
remeta ao Egrégio TJMG com as costumeiras homenagens para julgamento.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

São Lourenço/MG, 08 de abril de 2.015.

ROGER VIEIRA FEICHAS RENATO RODRIGUES


Defensor Público Estadual Coordenador Geral
MADEP 0611-D/MG PROCON/SL - OAB/RJ n° 115.922

Apelante: Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e Procon de São Lourenço

IGUALDADE E CIDADANIA PARA TODOS


DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROCON DE SÃO LOURENÇO
Defensoria Pública da Comarca de São Lourenço Coordenadoria de Proteção e
Defesa do Consumidor

Apelado: Banco Abn Amro Bank S/A


Origem: Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de São Lourenço – Minas Gerais
Processo: nº 0060549-22.2010.8.13.0637

RAZÕES DOS APELANTES:

EXCELENTÍSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES


ILUSTRE PROCURADOR DE JUSTIÇA
NOBRE DEFENSOR PÚBLICO

Após o detido exame dos autos, feito à luz da realidade dos fatos e da matéria
de direito aplicável à espécie, verifica-se, data vênia, que a r. sentença não deverá
prevalecer.

Cuida a espécie de Ação Civil Pública que objetiva compelir o Recorrido a


cumprir a Lei Municipal nº 2.712/05 que assegura o atendimento nas instituições
bancárias dentro do espaço de tempo de 20 (vinte) minutos em dias normais e até 30
(trinta) minutos em véspera, o que não vem ocorrendo de forma recalcitrante.

No entanto, após o processamento da ação, o Julgador a-quo julgou extinto o


feito sem resolução de mérito por considerar a falta de interesse, por já deter a lei
municipal sanções nas hipóteses do seu descumprimento.

Pois bem!

De logo, frise-se que as questões preliminares já foram fartamente expostas e


debatidas, ficando ratificadas, de maneira que analisaremos somente o afastamento do
motivo extintivo assim como a questão de fundo, buscando, pelo presente, o
provimento para que seja julgado o feito de forma imediata, diante do princípio da
causa madura (art. 515, § 3º do CPC), evitando mais dilações indevidas.

Ao revés do arguido na sentença objurgada, a lide em testilha apresenta não só


o interesse de agir, assim como a compleição do interesse coletivo com manifesta relevância
social que justifica a via eleita.

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O interesse coletivo exsurge por se tratar da defesa direito indivisível do qual é


titular um vasto número de pessoas unidas, entretanto, por um mesmo liame jurídico:
são clientes da instituição bancária Apelada.

A espécie, portanto, não revela mera soma de interesses ordinários e vinculados


a consumidores afligidos pelo tempo de espera para atendimento nas filas do banco
réu, mas sim a tutela de interesses coletivos que devem merecer a necessária defesa no
âmbito da sociedade.

Como se sabe, por interesse de agir entende-se a necessidade e a utilidade da


intervenção dos órgãos estatais, a fim de se evitar um prejuízo que a parte sofreria caso
não intentasse a demanda.

Nesse sentido, Sérgio Sahione Fadel, "Código de Processo Civil Comentado", 5. ed.,
Rio de Janeiro, Forense, 1.984, v. 1, p. 50, comenta:

"O interesse processual é que põe o autor em condições de pleitear, no processo, do réu o
objetivo perseguido e formular um pedido contra aquele (...). Há mister de que a parte
autora, ao ingressar com uma petição em juízo, demonstre de plano ter interesse no
desfecho da demanda favoravelmente a si, isto é, interesse jurídico em que a ação seja
julgada procedente. Se o juiz não vislumbra, desde logo, esse interesse, o indeferimento
da inicial se impõe. Realmente, para se pretender acionar a máquina estatal de dirimir
conflitos, que é o Poder Judiciário, o autor deve apresentar de plano as provas de seu
interesse processual, porquanto, se não está em condições de reivindicá-lo, a justiça não
lhe abre as portas".

Ora, in-casu, a pertinência subjetiva da lide se afigura presente, eis que


demonstrada a necessidade e a utilidade do provimento jurisdicional pleiteado em
vista da ausência de cumprimento espontâneo e reiterado, pelo Apelado, da legislação
aplicável.

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Somente para registro, vide o link1 do Banco Central do Brasil que ilustra ser o
Apelado o segundo maior Banco com reclamações entre o último semestre de 2014 e o
início deste ano.

As sanções trazidas pela lei que busca aplicação não se mostram suficientes,
exsurgindo a exortação de tutela inibitória.

Assevere-se, portanto, que a decisão hostilizada se apresenta manifestamente


equivocada, bastando-se ver a farta documentação que evidencia o não cumprimento
da legislação sobre o tempo de atendimento.

Aliás, an-passant, sobressai o erro da decisão, por ser, na hipótese, o ônus da


prova invertido ex-legis de maneira a não restar justificado a malservação da lei
municipal, como se antevê das fls. 16/19.

A jurisdição, como se sabe, incorpora também o viés da tutela inibitória que


visa impor um fazer ou não-fazer a fim de inibir a ocorrência de um ilícito, a sua
continuação ou repetição.

Frise-se que a despeito de realização de Audiência Pública e expedição de


Recomendação Administrativa (fls. 21/23), ainda sim não se logrou obter solução à
quaestio.

Assim, com a máxima vênia, tem-se que a solução jurisdicional obtida reflete
manifesta declinação de jurisdição, digna de ser rotulada do indesejado non liquet.

Este próprio Tribunal vem acolhendo a tese subjacente, ao acentuar que, verbis:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS - FILAS - TEMPO DE


ESPERA PARA ATENDIMENTO - LEGITIMIDADE ATIVA - INTERESSE DE
1
https://www3.bcb.gov.br/ranking/?wicket:interface=:4:1::::

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AGIR - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - REQUISITOS - MULTA POR


DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. Incumbe ao Ministério Público,
através de ação civil pública, defender interesses difusos, coletivos ou individuais
homogêneos, quando indisponíveis. Por interesse de agir entende-se a necessidade e a
utilidade da intervenção dos órgãos estatais, a fim de se evitar um prejuízo que a parte
sofreria caso não intentasse a demanda. A antecipação de tutela, nos termos do art. 273,
CPC, tem cabimento quando o juiz, convencido da verossimilhança das alegações, diante
da prova inequívoca dos fatos, verifica a presença de fundado receio de dano irreparável
ou de difícil reparação ou o abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório
do réu. A multa diária fixada para o caso de descumprimento da ordem judicial tem o
objetivo de forçar a parte a cumprir a obrigação estipulada na decisão judicial, não tendo
o objetivo de pagamento do seu valor. Agravo de Instrumento não provido.  (TJMG - 
Agravo de Instrumento  1.0480.05.074561-5/002, Relator(a): Des.(a) Evangelina
Castilho Duarte , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/06/2008, publicação
da súmula em 22/07/2008).

Ressalte-se que em leading case da mesma Comarca envolvendo trato coletivo


entre a Defensoria Pública e o Banco Unibanco este Tribunal manteve a fixação multa,
senão vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - AGÊNCIAS


BANCÁRIAS - FILAS - TEMPO DE PERMANÊNCIA - DESCUMPRIMENTO
DE LEI MUNICIPAL - TUTELA ANTECIPADA - REQUISITOS -
DEMONSTRAÇÃO - DEFERIMENTO - MULTA DIÁRIA - ARBITRAMENTO -
DEVIDO - DECISÃO MANTIDA. - Deve-se deferir antecipação de tutela se restarem
configurados de plano os requisitos da verossimilhança do direito alegado e da
possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação, mormente se o agravado não
apresenta no recurso razões suficientes à desconstituição da decisão guerreada. - A
fixação de multa diária se mostra necessária para dar concretude à determinação judicial
antecipatória, atendendo-se ao princípio da efetividade do processo, devendo ser fixada
em quantia que não implique exacerbo.  (TJMG -  AI  1.0637.09.068383-9/001,
Relator(a): Des.(a) Otávio Portes, 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
12/05/2010, publicação da súmula em 28/05/2010).
Daí se pergunta Exas:

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 Como explicar aos jurisdicionados a existência de duas decisões com efeitos


discrepantes, isto é, uma concedendo a tutela inibitória e a outra tutela abortiva
do feito?

 E o princípio da igualdade jurisdicional e segurança jurídica?

No corpo do voto do i. Relator do precedente extrai-se, sem sombra de dúvidas,


a ratio decidendi para o desate deste recurso, litteris:

“[...] Verifica-se que na ação de origem a autora, ora Agravada, ao pleitear a adequação dos
serviços disponibilizados pelo Agravante às disposições da legislação aplicável, tem o escopo
de proteger o princípio da dignidade da pessoa humana, bem como a norma insculpida no
Código de Defesa do Consumidor. 
‘Compulsando os autos, nota-se a comprovação, pelos documentos acostados às fls. 42/43,
61, 69/74, 79/82 e 87, de descumprimento pelo Agravante da legislação aplicável,
implicando tal situação em imposição de sacrifícios físicos e morais aos clientes e usuários de
suas agências.
‘Assim, no caso dos autos, verifica-se que a tutela antecipada foi deferida ante a constatação
da verossimilhança das alegações da Agravada, bem como do perigo de dano traduzido na
violação de interesse social, em vista do descumprimento de Lei Municipal nº 2.712/05,
perpetrado pelo Agravante, razão pela qual há de ser mantida a douta decisão de primeiro
grau. 
Não diverge a manifestação deste Tribunal:
'EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS - FILAS -
TEMPO DE ESPERA PARA ATENDIMENTO - LEGITIMIDADE ATIVA -
INTERESSE DE AGIR - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - REQUISITOS - MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. Incumbe ao Ministério Público, através
de ação civil pública, defender interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos,
quando indisponíveis. Por interesse de agir entende-se a necessidade e a utilidade da
intervenção dos órgãos estatais, a fim de se evitar um prejuízo que a parte sofreria caso não
intentasse a demanda. A antecipação de tutela, nos termos do art. 273, CPC, tem cabimento
quando o juiz, convencido da verossimilhança das alegações, diante da prova inequívoca dos
fatos, verifica a presença de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou o
abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. A multa diária fixada
para o caso de descumprimento da ordem judicial tem o objetivo de forçar a parte a cumprir
a obrigação estipulada na decisão judicial, não tendo o objetivo de pagamento do seu valor.

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Agravo de instrumento não provido'. (Agravo de Instrumento nº 1.0480.05.074561-5/002,


14ª Câmara Cível, Relª. Desª. Evangelina Castilho Duarte, Julgamento em 26.06.2008). 
‘Insta salientar, ainda, a inexistência de perigo de irreversibilidade do provimento
antecipado, pois, como bem ressaltado pelo douto Procurador de Justiça, caso este venha a
ser revogado, a instituição financeira Agravante poderá facilmente restabelecer os
procedimentos anteriormente adotados para o atendimento de seus clientes e usuários. 
‘Quanto à multa diária, tem-se que tal determinação apenas decorre da permissão dada ao
Juízo, nesse sentido, pelo artigo 461 do Código de Processo Civil, tendo como norte dar
concretude à determinação exarada, mormente em razão da recalcitrância do réu em cumprir
espontaneamente a legislação aplicável ao caso em questão enquanto pendente de decisão
judicial o feito de origem, não havendo exacerbo no valor fixado em primeiro grau, conforme
vem sendo decidido por esta Câmara, tendo em vista o porte econômico das instituições
financeiras. 
‘Essa a lição de Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery: 
'Imposição de multa por tempo de atraso - A norma, com a nova redação dada pela Lei
10.444/02, autoriza o juiz a impor multa por tempo de atraso, para que se faça cumprir a
determinação do magistrado no sentido de tornar efetiva a tutela concedida. É mais uma
alternativa para a efetividade do processo, com natureza jurídica de execução indireta'
(Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante, RT, 7ª ed., São Paulo,
2003, p. 783). 
‘Mediante tais considerações, nega-se provimento ao recurso, para que seja mantida a douta
decisão de primeiro grau, por seus próprios fundamentos.  [...].

Onde há a mesma razão há o mesmo direito! Simpliciter!

Calhar decisão distinta do presente resultará em manifesto descrédito do Poder


Judiciário, até por que, mutatis- mutandis, vem o próprio STJ enfatizando o seguinte
(onde se lê "os integrantes da Corte" entenda-se, também, Juiz e/ou Desembargador):

PROCESSUAL – STJ - JURISPRUDÊNCIA - NECESSIDADE DE QUE SEJA


OBSERVADA. O Superior Tribunal de Justiça foi concebido para um escopo especial:
orientar a aplicação da lei federal e unificar-lhe a interpretação, em todo o Brasil. Se
assim ocorre, é necessário que sua jurisprudência seja observada, para se manter firme e
coerente. Assim sempre ocorreu em relação ao Supremo Tribunal Federal, de quem o
STJ é sucessor, nesse mister. Em verdade, o Poder Judiciário mantém sagrado
compromisso com a justiça e a segurança. Se deixarmos que nossa jurisprudência varie

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ao sabor das convicções pessoais, estaremos prestando um desserviço a nossas


instituições. Se nós – os integrantes da Corte – não observarmos as decisões que
ajudamos a formar, estaremos dando sinal, para que os demais órgãos judiciários façam
o mesmo. Estou certo de que, em acontecendo isso, perde sentido a existência de nossa
Corte. Melhor será extingui-la. (AgRg nos EREsp 228.432/RS, Rel. Ministro
HUMBERTO GOMES DE BARROS, CORTE ESPECIAL, julgado em
01/02/2002, DJ 18/03/2002, p. 163).

Os ingleses dizem que os jurisdicionados não podem ser tratados “como cães,
que só descobrem que algo é proibido quando o bastão toca seus focinhos” (BENTHAM citado
por R. C. CAENEGEM, Judges, Legislators & Professors, p. 161). Portanto, vê-se que
não se busca pelo presente nenhuma aventura jurídica ou “absurda da situação” (fls.
573/574), mas o estancamento do descumprimento da lei pelo Apelado.

Em verdades Exas, a inobservância à lei continuará ocasionando mais


prejuízos aos consumidores usuários, seja no campo psicológico, como o estresse, o
aborrecimento, dentre outros, ou seja no campo material, onde a perda de tempo em
filas representa, em última análise, perda de dinheiro.

Diversamente da fundamentação, o interesse exsurge, também, por não ter as


sanções administrativas se mostrado suficientes para coibir a indisciplinada conduta.

O Banco-apelado, por sinal, um litigante habitual seduz os melhores


correntistas e agente de posição social de destaque (formadores de opinião), como os
Magistrados para usufruírem de serviços sem filas para terem uma falsa idéia de um
regular e eficiente padrão de atendimento.

A-fortiori:

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A prestação da tutela jurisdicional contrariamente do que estatui a sentença,


clama por novos vieses solucionadores de conflitos, apresentando-se, para tanto, a
chamada tutela inibitória, justamente para estancar este venire contra factum proprium
entre criar atendimentos diferenciados para escamotear o desrespeito ao consumidor
de primeira trincheira.

Não bastasse ser fato público e notório o descaso do BANCO em testilha. para
com legislação municipal em comento, diversas provas estão anexadas, demonstrando,
de forma inequívoca o descumprimento da “Lei da Fila”. Evidentemente que a
continuar o Apelado a descumprir a “Lei da Fila”, estará caracterizada a ocorrência de
danos irreparáveis aos consumidores em geral.

E por sinal, é interessante entupir os Juizados Especiais de ações indenizatórias


por danos morais em razão do descumprimento da lei? É óbvio que não. Daí outro
ponto favorecedor do acolhimento da causa subjacente.

Logo, necessário se fazer cessar o descumprimento da referida norma


municipal, e a consequente lesão aos direitos do consumidor, cassando-se a sentença
hostilizada para, à luz do princípio da causa madura, ser julgado o feito condenando-se
o apelado a cumprir as disposições das Lei Municipal n° 2.715/05, sob pena de
pagamento de multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), em caso de cada
reclamação individual comprovada perante o PROCON, além dos itens a) e b) das fls.
13/14, tornando-se definitiva a tutela antecipada, que deverão ser convertidos para o
Fundo Municipal de Defesa do Consumidor.

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EX-POSITIS: requer os Apelantes seja conhecido e provida o presente


Recurso assegurando a concessão dos pedidos infra-indicados:

a) A CASSAÇÃO DA SENTENÇA com ulterior julgamento imediato da


demanda à luz do princípio da duração razoável do processo e causa madura,
com acolhimento dos pleitos iniciais contidos nas fls. 13 [ itens a e b)] e fls. 14
[itens a), b) e c) ];

REQUER, ainda:

A marcha processual deverá transcorrer com observância das prerrogativas


legais dos membros da Defensoria Pública - intimação pessoal do Defensor Público que
atua nesta câmara, com vista dos autos e contagem em dobro de todos os prazos - nos
termos do arts. 44, I, e 128, I, da LC nº 80/94 c/c art. 74, I, da LC nº Estadual n.º 65/03,
além da intimação do Advogado do Procon, que subscreve a presente.

Prequestionamento expresso e implícito de toda a matéria jurídica,


normativa, e jurisprudencial exposta nos autos, para fins de acesso às instâncias
superiores em sede recursal.

Nestes termos,

Pede e espera provimento,

São Lourenço/MG, 08 de abril de 2.015.

ROGER VIEIRA FEICHAS RENATO RODRIGUES


Defensor Público Estadual Coordenador Geral
MADEP 0611-D/MG PROCON/SL - OAB/RJ n° 115.922

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