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JUDICIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS - SC
1. INTRÓITO
Decreto nº 6.514/08:
Art. 43. Destruir ou danificar florestas ou demais formas de vegetação natural
ou utilizá-las com infringência das normas de proteção em área considerada
de preservação permanente, sem autorização do órgão competente, quando
exigível, ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais),
por hectare ou fração.
[...]
Art. 93. As infrações previstas neste Decreto, exceto as dispostas nesta
Subseção, quando forem cometidas ou afetarem unidade de conservação ou
sua zona de amortecimento, terão os valores de suas respectivas multas
aplicadas em dobro, ressalvados os casos em que a determinação de
aumento do valor da multa seja superior a este.
Lel n° 12.651-12
Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou
urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,
qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta)
metros;
Decreto nº 94.656/1987
Art. 1º Art. 1º Ficam criadas, em terras de domínio da União, nos Estados de
Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, as Estações Ecológicas abaixo
especificadas:
I - Estação Ecológica de Carijós - localizada no Município de Florianópolis,
Estado de Santa Catarina, composta das seguintes áreas, assim descritas e
caracterizadas: [...]
A ZA foi criada pelo artigo 2º, inciso XVIII da Lei nº 9.985/2000, que a
define como o "entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos
sobre a unidade". As zonas de amortecimento não fazem parte das Unidades de Conservações
mas, localizadas no seu entorno, têm a função de proteger sua periferia, ao criar uma área
protetiva que não só as defende das atividades humanas, como também previnem a
fragmentação, principalmente, o efeito de borda.
6. O VALOR DA MULTA
Isto porque não consta na autuação o motivo que levou o agente fiscal a
estipular tal valor, o que impossibilita o peticionante de formular defesa a respeito desse ponto.
7. DO MÉRITO
8. A TIPIFICAÇÃO INADEQUADA
No caso sub studio não basta apenas o agente autuante afirmar que
ocorre dano “pelo simples cercamento da propriedade”, que frise-se, ocorreu próximo a calçada
e via de frente para a gleba; deverá ele provar, nas vias ordinárias, existir um nexo causal que
possa determinar ou não a efetiva existência desse dano e qual a sua extensão e
consequências.
Pode-se então afirmar que, onde existir poluição no sentido do art. 3º,
III, da Lei n° 6.938/81, muitas vezes vai haver também um dano ambiental de acordo com o
art. 1º, inciso I, da Lei 7.347/85, visto que a definição do conceito de dano na lei processual se
rege pelas normas do direito ambiental material.
1
(Evandro F. de Viana Bandeira, O Dano Ecológico nos quadros da responsabilidade civil , in: Adilson A. Dallari/ Lúcia V.
Figueiredo - Coord., Temas de Direito Urbanístico - 2, 1991, Edit. RT, p. 265, 268).
2
Cf. Karl Engisch, Introdução ao Pensamento Jurídico , 6. ed., 1983, Fund. Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 205; Miguel
Reale, Lições Preliminares de Direito, 22. ed., 1995, Edit. Saraiva, p. 285.
Portanto, “nem toda alteração negativa do meio ambiente pode ser
qualificada como poluição ou dano. Na verdade, o conceito e o conteúdo do dano ambiental
na legislação ficaram relativamente indefinidos.”3
Hely Lopes Meirelles assevera:
“(...) parece não ser simples a tarefa de estabelecer a distinção entre o dano
direto e o dano indireto, eis que esta última expressão é dotada de forte carga
de imprecisão, sendo alvo de críticas acerbadas (cf. Miguel Reale Júnior; A
Lei Hedionda dos crimes ambientais – artigo publicado no Jornal Folha de São
Paulo, em 06/04/98).
Sem perder de vista tal dificuldade, pode-se afirmar que o dano direto
resultaria do próprio comportamento do agente, repercutindo imediatamente
sobre a unidade de conservação tutelada. Já o dano indireto seria aquele
causado por via oblíqua, transversa, através de meios mediatos como por
exemplo, a introdução de animais ou substâncias químicas capazes de
danificar a unidade de conservação”6
3
(Cf. Jair Lima Gevaerd Filho, Anotações sobre os conceitos de Meio Ambiente e Dano Ambiental , in Revista de Direito
Agrário e Meio Ambiente, Curitiba, 1987, p. 17.)
4
Proteção ambiental e Ação Civil Pública, in Revista dos Tribunais, n.º 611, 1986, p. 11.
5
Paulo A. Leme Machado, ob. cit., p. 253; Fábio D. Lucarelli, ob. cit., p. 10.
6
Costa Neto, Nicolao Dino de Castro, Crimes e Infrações Administrativas (Lei 9.605/98) –
Brasília: Brasília Jurídica, 2.000, pág. 215.
Necessário, portanto, debater os supostos danos ambientais que
fundamentaram a autuação, um a um.
do seu direito.
12. REQUERIMENTOS
Pede deferimento.
Advogado
OAB/SC