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Aluno: Monique Mendes de Souza

Matrícula: 201701173738

EXMO. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA COMARCA DE SANTA HELENA DE GOIÁS - GO

O Ministério Público do Estado de Goiás, representado pela Promotoria de Justiça do Estado de


Goiás, com fundamento no artigo 129, III, e art. 225, ambos da Constituição Federal, c/c a Lei nº
7347/85, e demais dispositivos aplicáveis à espécie, vem propor:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Em desfavor de XPTO, pessoa jurídica de direito privado, sediada na Rua X, nº 1, e devidamente


inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, Santa Helena,
Goiás.

1. OS FATOS

A empresa de mineração, ora requerida, é responsável pela exploração de uma pedreira de extração
de rocha basáltica.

Tal extração de rocha basáltica é realizada mediante utilização de explosivos, e vem causando sérios
danos ao meio ambiente.

Em observância interna realizada pela administração ambiental estadual, foi apurado que a
Requerida não possui licença ambiental, nem de instalação, e nem de funcionamento, embora
anteriormente tal empresa já tenha sido precariamente licenciada, com validade até 19 (dezenove)
de março de 2005 e licença de funcionamento com validade suspensa em 03 (três) de fevereiro de
2005.

O que ocorre, atualmente, é que a requerida não possui licença ambiental, nem de funcionamento,
nem de instalação, conforma documento anexo, muito embora tal empreendimento já tenha sido
anteriormente licenciado, faltando assim, a revalidação do licenciamento.
Em tese, a agência ambiental estadual não poderia ter concedido licença de autorização de
funcionamento, já que, ao que tudo indica, não houve o Estudo Prévio do Impacto Ambiental (EIA), e
nem a apresentação de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), conforme a Resolução do CONAMA
de nº 001, de 23 de janeiro de 1986, ambos extremamente indispensáveis para a atividade da
empresa, que é a de extração de mineral.

Não obstante, se já não fosse o bastante, foi constatado que a Requerida está desrespeitando a área
de preservação permanente de um Ribeirão, tendo construído um galpão metálico na área de
conservação. Tal Ribeirão é essencial para o abastecimento da cidade de Santa Helena do Foiás, e
vem sendo monitorada, pois, conforme evidenciado acima, a Requerente está bastante preocupada
com o que vem ocorrendo.

2- DO DIREITO

À luz da Constituição Federal/1988, é previsto que:

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações”.
“Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo
órgão competente, na forma da lei.”

Essa imposição de recuperar o meio ambiente degradado é uma responsabilidade jurídica inerente
de quem explorou tal área.
Como vimos, a Agencia Ambiental chegou a licenciar o empreendimento e, conforme já
demonstrado, não houve o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e nem a apresentação do
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), conforme a Resolução do CONAMA de nº 001 de 23 de
janeiro de 1986, que são indispensáveis para obtenção de autorização para atividade de extração
mineral.

3 - DA MEDIDA LIMINAR

A Lei nº 7.347/85, que dispõe acerca da Ação Civil Pública, permite que o juiz conceda a medida
liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão agravável.

A justificativa encontra-se justamente na demonstração de que a Requerida vem funcionando sem


licença ambiental, ferindo, assim, o art. 50 do Código Penal.

4- DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Ministério Público requer:

i. que seja concedida a medida liminar, a fim de impor à XPTO a obrigação de abster-se de
praticar suas atividades;
ii. Fixação de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), caso a Requerida deixe de cumprir a
obrigação ora imposta;
iii. A citação legal da Requerida, na pessoa de seu representante legal, para, no prazo de 15
(quinze) dias contestar a presente ação;
iv. Ao final, a procedência da ação, condenando a referida a obrigação de reparar o dano
ambiental causado, com fulcro no dispositivo legal.

Dá-se-a causa o valor de R$ XXX,XX.

Nestes termos, pede-se deferimento.

Santa Helena de Goiás, 15 de setembro e 2021.

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