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ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE - RJ

Processo administrativo SEI-070002.330/2022

Auto de Infração Ambiental GEFISEAI/00158258

NILCIMAR BAPTISTA DE SOUZA, brasileiro, casado,


autônomo, portador da carteira de identidade nº 060388824, expedida pelo
Detran/RJ e inscrito no CPF/MF nº 718.708.577-04, residente e domiciliado na
Rua Waldir Augusto da Costa, Vargem Grande, CEP 25950-001, vem, à
presença de Vossa Senhoria, através dos seus patronos (procuração anexa),
com fundamento no art. 24-A da Lei Estadual nº 3.467/2000, apresentar
I M P U G N A Ç Ã O em razão do Auto de Infração Ambiental lavrado por
Agente de Fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente - INEA, consoante
as razões de fato e de direito a seguir expostas.

1. DA TEMPESTIVIDADE

O Auto de Infração Ambiental foi recebido em 06/04/2023,


iniciando a contagem do prazo de 15 dias úteis, para apresentação de
defesa prévia no dia seguinte, evidente a tempestividade.

2. BREVE SÍNTESE DO AUTO DE INFRAÇÃO AMBIENTAL

No dia 21/10/2021, o Defendente foi autuado pelo Agente de


Fiscalização do INEA, que pelo descritivo destaca ser, supostamente, o
responsável pelo funcionamento de um “LAVA JATO”, sem a licença
ambiental adequada, bem como próximo ao local existir um poço artesiano
sem a devida outorga.

HENRIQUE CESAR BORGONGINO MONTEIRO – OAB/RJ Nº 73.501


ANTONIO ROGÉRIO CORRÊA – OAB/RJ Nº 141.854
Avenida Lúcio Meira, 36/Sala 301 – Várzea – Teresópolis/RJ – CEP 25.953-003
E-mail henriqueborgongino@hotmail.com - arcorreaadv@gmail.com
Tels. (21) 99743-8850 / (21) 99919-7814
O Auto de Infração Ambiental foi tipificado no art. 64 da Lei
Estadual nº 3467/2000:

Art. 64. Iniciar obras ou atividade, construir, reformar,


ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer
parte do território nacional, estabelecimentos, obras
ou serviços potencialmente poluidores, sem licença
ou autorização dos órgãos ambientais competentes,
ou contrariando as normas legais e regulamentos
pertinentes:

Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 1.000.000,00


(hum milhão de reais).

Disso, restou aplicada multa simples no valor de R$5.000,00


(cinco mil reais). Entretanto, o Auto de Infração Ambiental é flagrantemente
nulo, conforme será demonstrado, uma vez que não cabe ao Defendente
nenhuma responsabilidade sobre o imóvel, objeto do auto de constatação,
posto não ser o proprietário e não ter qualquer relação direta com o imóvel,
possuindo, tão somente, uma relação direta com o Posto de Combustível,
que lhe cede o espaço, onde está localizado o “LAVA JATO”, para explorar
o serviço de lavagem de veículos, repassando ainda, parte dos seus lucros
ao Posto de Combustível pela prestação de serviço na lavagem de veículos.

Esclarece, por oportuno, que o Defendente não iniciou,


construiu, reformou, ampliou, instalou qualquer obra no estabelecimento
autuado, sendo tão somente, o prestador do serviço do Posto de
Combustível, que explora o serviço para lavagem de veículos.

3. DA VERDADE FÁTICA

O Auto de Infração Ambiental, originou-se conforme relatou o


Auto de Infração, pelo funcionamento de um “LAVA JATO”, sem a
documentação necessária para o seu funcionamento, denotando ao
Defendente a responsabilidade pela infração.

Entretanto, no Auto de Constatação, o Fiscal entendeu


equivocadamente, data vênia, que o Defendente era o responsável pelo

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espaço onde está localizado o Lava Jato, e apesar de todas as tentativas
do Defendente para explicar ao Agente que não era o responsável por
aquele espaço, que utilizava o “LAVA JATO” e que era um agregado ao
Posto de Combustível, este sim, é que detém a autorização e
responsabilidade naquele espaço, e mesmo assim, o Defendente foi
autuado e lavrado o Auto de Infração Ambiental.

Em verdade, o imóvel onde está instalado o “LAVA JATO”, faz


parte integrante dos serviços prestados e explorados pelo Posto de Serviços
3 D de Vargem Grande Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no
CNPJ/MF sob o nº 40.105.998/0001-03, estabelecido na Estrada Teresópolis-
Friburgo, Rodovia 130, km 12, Vargem Grande, sendo local de entrada e
saída de veículos para o Posto de Combustível, onde ainda explora o espaço
destinado para a lavagem de veículos, com PLACAS DE PUBLICIDADE DO
LAVA JATO (DUCHA / BATIDA D´ÁGUA / DUCHA RÁPIDA / LAVADOR
FUNCIONANDO), com os seus respectivos valores e do funcionamento dos
serviços, localizadas dentro do Posto de Combustível, ressaltando, na
entrada e saída de veículos, e ao lado do calibrador de pneus, conforme se
vê e comprova nas fotos que seguem abaixo:

FOTO 1

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FOTO 2:

FOTO 3:

FOTO 4:

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Portanto, certo de que esta autoridade julgadora acolherá as
informações preliminares prestadas e decretará a nulidade do Auto de
Infração Ambiental determinando seu arquivamento, pois seria injusto punir
o Defendente como o único e exclusivo responsável das consequências
geradas pela atividade exercida, onde o Posto de Combustível explora o
serviço de lava jato e o Defendente simplesmente repassa parte dos serviços
cobrados ao Posto de Combustível, com a sua plena e total ciência e
autorização, para o Defendente trabalhar.

4. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

É nulo o auto de infração ambiental lavrado contra terceiro,


pois a responsabilidade administrativa é exclusiva do infrator, não sendo
possível a aplicação de nenhuma sanção a terceiros que não tenham
concorrido para o dano ambiental, por força do princípio da
intranscendência das penas (art. 5º, inc. XLV, CF/88), como é o caso do
direito administrativo.

Ocorre que a aplicação da infração ao Defendente é


descabida e equivocada, porque o fiscal ignorou todas as informações e
alegações prestadas in loco, lhe aplicando sansões e o qualificando na
autuação sem justo motivo.

À propósito, o fiscal desconsiderou por completo as


alegações do Defendente de que o “LAVA JATO”, está localizado no imóvel
do Posto de Combustível, de modo que não é o responsável pelo alegado
dano ambiental.

A responsabilidade civil, neste caso, pela reparação dos


danos ambientais adere à propriedade, como obrigação “propter rem”,
sendo possível cobrar, única e exclusivamente, do proprietário do imóvel,
condutas derivadas dos supostos danos provocados.

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Contudo, a responsabilidade administrativa por dano
ambiental é exclusiva do infrator, assim como a criminal, não sendo possível
a aplicação de nenhuma sanção a terceiros que não tenham infringido
diretamente a legislação ambiental.

Isso porque, pelo princípio da intranscendência das penas


(art. 5º, inc. XLV, CF/88), aplicável não só ao âmbito penal, mas também ao
Direito Administrativo Sancionador, não é possível lavrar auto de infração
ambiental contra pessoa que não tenha dado causa ao dano ambiental,
como é o caso do Defendente, por força da teoria da culpabilidade, ou seja,
a conduta deve ser cometida pelo alegado e real transgressor, com
demonstração de seu elemento subjetivo, e com demonstração do nexo
causal entre a conduta e o dano, o que é o presente caso.

É claro que o Defendente poderia ter demandado na esfera


cível, dada a obrigação “propter rem”, mas jamais poderia sofrer sanção
administrativa devido à natureza sancionadora desta, porquanto o real
infrator que causou o alegado e suposto dano, advém da própria
responsabilidade do proprietário daquele imóvel, onde está localizado o
Lava Jato e o Posto de Combustível.

À propósito, era o próprio Posto de Combustível ou o dono do


imóvel onde está localizado o Lava Jato, que deveriam terem sidos
autuados, não o Defendente, que é um mero trabalhador autônomo
daquele Lava Jato. Portanto, impõe-se a declarar nulo o auto de infração
guerreado.

5. DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, tomando ciência esta Autoridade Julgadora


dos vícios insanáveis que o Auto de Infração Ambiental apresenta, REQUER
se digne a:

1. Declarar nulo o Auto de Infração Ambiental decretando


seu arquivamento;

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