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Quando Hitler assumiu o poder em 1933, a jovem Hannah Arendt foi impedida de iniciar sua
carreira docente em Berlim. O motivo: a recém-doutora em Filosofia era judia. O regime nazista
prenderia a filósofa brevemente ainda naquele ano, por resistir à perseguição antissemita.
Eram os primeiros passos da Alemanha para o Holocausto. A situação forçou Arendt a fugir
para Paris, e ela foi declarada apátrida pelos alemães. Essa experiência marcaria sua teoria
política e, anos depois, a pensadora teria a oportunidade de analisar mais de perto a dimensão
humana dos responsáveis pelo Holocausto. Polêmicas à parte, sua análise é hoje referência
para a compreensão dos regimes totalitários do século 20.
(70 mulheres que mudaram o mundo, Dossiê SuperInteressante, edição 408-A, out. 2019, p.
16. Com supressões e adaptações).
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ineficiência”,
indica
a) conclusão de uma ação.
b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo.
e) transferência de responsabilidade.
3.
O uso da função apelativa é predominante nas campanhas comunitárias. O texto, produzido
pelo Ministério Público de Goiás, reforça essa função ao priorizar o protagonismo do
interlocutor. Isso pode ser comprovado a partir do uso
a) da logomarca do Ministério Público.
b) de verbos no imperativo.
c) da imagem no centro do texto.
d) de letras com formatação diferente.
e) do número telefônico que receberá a denúncia.
Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias
transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de traficante e
viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria
cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara
com respeito a comunidade, que era, afinal de contas, sua família. A violência, ele a usara
apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem
dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-
la, naquele contexto, não deixava de ser significativo, indicando a valorização positiva do lado
certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns
traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante,
no mundo do crime carioca.
4. A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, que indica uma ação, anterior a outra, ambas
ocorridas no passado, está sublinhada em:
a) “morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”.
b) “Ele desejava deixar a vida de traficante”.
c) “Esse era seu ponto de vista”.
d) “recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha”.
e) “Tratara com respeito a comunidade”.
O porteiro Leônidas Alves Pereira, que trabalha em uma escola particular em Sinop, a
de Cuiabá, ficou famoso nas redes sociais por causa de um vídeo gravado pelo pai de
uma aluna, que mostra o trabalhador, no portão, recepcionando os alunos. Ele cumprimenta os
estudantes um a um.
Impressionado com a gentileza do porteiro, Gledson Geuda filmou a cena e publicou as
imagens na página dele no Facebook.
O pai da aluna disse que fez o vídeo a pedido da filha, que todas as vezes que passa
pelo portão é chamada de campeã.
"Eu achei interessante e fiquei reparando. E, naquela manhã, resolvi gravar para
mostrar para as outras pessoas que um simples bom dia pode animar o outro", disse.
O vídeo gravado em uma das entradas da escola já teve quase 6 milhões de
visualizações. Leônidas disse que sente prazer em trabalhar na escola e que se sente
renovado com o cumprimento que dá a cada criança que passa por ele. É como se alguns anos
de vida lhe fossem acrescentados.
"A gente não cansa, né? Quanto mais você dá bom dia para uma criança ou um
adolescente, parece que você sente mais renovado. É uma coisa muito boa", disse Leônidas.
5. Na frase “Leônidas disse que sente prazer em trabalhar na escola” (6º parágrafo), os
verbos em destaque estão, respectivamente, no:
a) pretérito perfeito, presente e infinitivo.
b) pretérito perfeito, infinitivo e presente.
c) pretérito imperfeito, presente e infinitivo.
d) presente, pretérito perfeito e infinitivo.
e) infinitivo, pretérito perfeito e presente.
6. Leia:
Corríamos atrás uns dos outros na nossa infância. Corremos, hoje, atrás da felicidade de
outrora.
Numa antiga anedota que circulava na hoje falecida República Democrática Alemã, um
operário alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que toda correspondência será
lida pelos censores, ele combina com os amigos: “Vamos combinar um código: se uma carta
estiver escrita em tinta azul, o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, tudo
é mentira.” Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul: “Tudo aqui é
maravilhoso: as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os apartamentos são grandes e
bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas garotas, sempre prontas
para um programa – o único senão é que não se consegue encontrar tinta vermelha.” Neste
caso, a estrutura é mais refinada do que indicam as aparências: apesar de não ter como usar o
código combinado para indicar que tudo o que está dito é mentira, mesmo assim ele consegue
passar a mensagem. Como? Pela introdução da referência ao código, como um de seus
elementos, na própria mensagem codificada.
7. “Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul [...].”
8. João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi
humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e
eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma
viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas
quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um
jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será
que ele conseguirá acertar as coisas?
9. Tensão na véspera
Na noite daquele domingo, a Polícia Federal monitorava Alberto Youssef pela cidade de São
Paulo. O doleiro era o principal alvo da Operação Lava Jato, marcada para começar no dia
seguinte. De Curitiba, na coordenação da operação, o delegado Márcio Anselmo cuidava dos
últimos detalhes das buscas e prisões que seriam realizadas nas próximas horas. Especialista
em crimes financeiros, ele havia conseguido, com apenas dois agentes, em meio a uma greve
na PF, puxar o fio do novelo que levaria à Lava Jato.
10. Leia a seguinte frase elaborada a partir da leitura do 2º quadrinho: E esses ingênuos
continuam mandando contas em seu nome.
Assinale a alternativa que corresponde à correta reescrita dessa frase na voz passiva.
a) E esses ingênuos continuarão mandando contas em seu nome.
b) E contas continuaram sendo mandadas em seu nome pelos ingênuos.
c) E contas continuam mandando em seu nome por esses ingênuos.
d) E contas em seu nome continuam sendo enviadas por esses ingênuos.
11. Na Olimpíada da crise, os convidados especiais não vão contar assim com tanta
mordomia. Graças à baixa procura e ao desinteresse dos patrocinadores, o comitê organizador
dos Jogos está com dificuldade de erguer camarotes para algumas modalidades. O de vôlei de
praia, esporte no qual o Brasil é destaque, não vai dispor da estrutura. O camarote para o tênis,
no Parque Olímpico, também foi cancelado. A construção ocorre apenas se os pedidos são
suficientes para compensar os custos.
SINTAXE
1. Assinale a alternativa em que as partes destacadas exercem a mesma função sintática.
a) Pelo amor de Deus, meu filho, quando vais começar a trabalhar? / Parabéns, irmão,
cumprimentos pela magnífica vitória de ontem!
b) O assaltante entrou correndo pela porta da frente. / O jogo será apitado por mim e,
provavelmente, vai acabar sem que o placar seja alterado.
c) As duas toalhas tinham sido bordadas por Ana Rosa e filha. / De acordo com o relatório
apresentado pelo Ministério da Infraestrutura, em 2019 as metas não serão alcançadas.
d) Por essas e outras, esse construtor não merece crédito algum. / O parlamentar foi delatado
pelo cambista.
17 DE MAIO Levantei nervosa. Com vontade de morrer. 1Já que os pobres estão mal
colocados, para que viver? 2Será que os pobres de outro país sofrem igual aos pobres do
Brasil? 3Eu estava 4discontente que até cheguei a brigar com o meu filho José Carlos sem
motivo...
... 5Chegou um caminhão aqui na favela. O motorista e o seu ajudante jogam umas
latas. É linguiça enlatada. Penso: é assim que fazem esses comerciantes insaciaveis. Ficam
esperando os preços subir na ganancia de ganhar mais. E quando apodrece jogam para os
corvos e os infelizes favelados.
6
Não houve briga. 7Eu até estou achando 8isso aqui monotono. Vejo as crianças abrir
as latas de linguiça e exclamar satisfeitas:
_ Hum! Tá gostosa!
A Dona Alice deu-me uma para experimentar. 9Mas a lata está estufada. Já está podre.
Trecho disponível em: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo – diário de uma favelada.
São Paulo: Ática, 2001.
3. No trecho “Eu estava discontente que até cheguei a brigar com o meu filho José Carlos
sem motivo...” (referência 3), a expressão em destaque tem a mesma função em
a) Faltava alimento de qualidade.
b) As crianças faziam um gesto de tristeza.
c) O caminhão trazia linguiça para todos.
d) Com tristeza, fiquei olhando aquela cena.
e) Eles eram comerciantes sem coração.
Glossário:
1
Pendão – bandeira, flâmula
2
Augusto – nobre
Meu lugar
O meu lugar
é sorriso, é paz e prazer
o seu nome é doce dizer
Madureira
Ah, que lugar
a saudade me faz relembrar
os amores que eu tive por lá
é difícil esquecer
Marte é o Futuro
O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial. Foi também o passo inicial do
turbocapitalismo que dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém, de matérias-
primas do século 19: aço, carvão, óleo. 5Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento
dos limites da Terra. Ela era azul, mas finita. Com o império da tecnociência, ascendeu também
sua nêmese, o movimento ambiental. Fixar Marte como objetivo para dentro de 20 ou 30 anos,
hoje, parece 2tão louco quanto chegar à Lua em dez, como determinou John F. Kennedy. 6Não
há um imperialismo visionário como ele à vista, e isso é bom. 7A ISS (estação espacial
internacional) representa a prova viva de que certas metas só podem ser alcançadas pela
humanidade como um todo, não por 1nações forjadas no tempo das caravelas. 8Marte é o
futuro da humanidade. 9Ele nos fornecerá a experiência vívida e a imagem perturbadora de um
planeta devastado, inabitável. Destino certo da Terra em vários milhões de anos. 3Ou, mais
provável, em poucas décadas, 4se prosseguir o saque a descoberto da energia fóssil pelo
hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental.
(Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de São Paulo. São Paulo, domingo, 26 jul.
2009. p. 3.)