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Língua Portuguesa IV
Sequencias narrativas
Encaixe – uma ação (geralmente secundaria) é introduzida numa outra, que fica de
momento suspensa no seu desenrolar: a – b – a…
Alternância – duas ou mais ações alternam entre si. Por exemplo, no caso de três
ações: a – b – c - a - b – c…
Categorias da Narrativa
1.1 Acão
Relevo {central, secundário
1.2 Personagens
1.3 Espaço {físico: o lugar onde a ação se realiza; descrição é o modo mais comum
de representação do espaço físico, social: o meio social a que pertencem e ondem se
deslocam as personagens, psicológico: o espaço vivenciado pela personagem, de
acordo com seu estado de espírito; por exemplo, vê o espaço alegre se esta alegre, e
vê-o triste, se esta triste, o lugar do pensamento, emoção, sonho ou memoria das
personagens; pode ser expresso, por exemplo, através do monologo interior.
1.4 Tempo
1.5 Narrador
Posição {objetivo (não toma posição face aos acontecimentos; é imparcial e isento)
Textos
A PREGUIÇOSA
Havia uma rapariga muito desmazelada. Foi pedida por um rapaz em casamento, e o
pai da rapariga disse ao rapaz que a rapariga não servia por ser muito desleixada.
O marido foi trabalhar no seu campo e só voltou a casa, a noite. Encontrou a mulher
sentada com os abraços cruzados, sem jantar feito, a casa por varrer e a loiça por lavar.
O marido varreu a casa, lavou a loiça, preparou o jantar e sentou-se sozinho a comer.
Ao primeiro bocado que meteu na boca, disse: este é para quem varreu a casa; ao
segundo; é para quem lavou a loiça; ao terceiro; é para quem fez o jantar e assim foi
até acabar sozinho o seu jantar.
Deitaram-se. No dia seguinte repetiu-se a mesma coisa; ao terceiro dia, quando ele
recolheu a casa, encontrou-a varrida, a loiça lavada e o jantar preparado. Ambos
comeram muito satisfeitos.
Vou ver a minha filha e o meu genro. O que não estará a acontecer por la! Uma
vergonha! Vou vê-los.
Partiu. Quase a chegar, viu a uma mulher a bordar a pressa. Apenas viu a porta
avistou-o, gritou:
Ó meu senhor
Adaptado.
Características Linguísticas
O adjetivo: estes atribuem ao ser designado por substantivo qualidades (ou defeitos),
estados, aspetos: exemplo: corpo esbelto, rapaz alegre, aluno estudioso, palácio
arruinado, céu primaveril, espirito rebelde. Segundo Borregana (s/d)
Flexão de Género
O superlativo pode indicar: o absoluto exemplo: João é muito ativo/ António é ativíssimo,
atribui à um ser qualidades elevada sem o comparar com outro ser. O relativo: um ser
apresenta um grau maior ou menor de uma determinada qualidade, em comparação com
os demais seres que também a possuem, exemplo: Pedro é o aluno mais aplicado da turma.
Advérbios: são palavras que se juntam aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios para
lhes modificar a significação, isto é, para lhes determinar ou intensificar o significado.
Geralmente os advérbios indicam circunstâncias tais como: tempo, lugar quantidade,
modo, afirmação, negação, duvida, exclusão, inclusão, designação e estes podem ser
substituídos por sintagmas ou (expressões) preposicionais.
Classificação Formas
Advérbio de lugar Aqui, acola, ca, la, perto, dentro, fora, atras, antes, adiante, detrás, etc.
Advérbio de tempo Hoje, ontem, amanhã, antes, depois, então, agora, já, nunca, sempre…
Advérbio de modo Bem, mal, melhor, pior, assim, alias, depressa, devagar, quase, como..
Advérbio de quantidade Muito, pouco, mais, menos, demasiado, bastante, quanto, quão, etc.
Advérbio de afirmação Sim, decerto, certamente, realmente…
Advérbio de negação Não, nunca, nem, jamais…
Advérbio de dúvida Talvez, porventura, acaso, quiçá, possivelmente, provavelmente, etc..
Advérbio de exclusão Só, somente, unicamente, simplesmente, exclusivamente, apenas, etc.
Advérbio de inclusão Ate, mesmo, também.
Advérbio de designação Eis (eis o mestre. Ei-lo)
Advérbio interrogativos De lugar – onde; de tempo – quando, de modo – como, de causa –
porque
LOCUÇÕES ADVERBIAIS
Graus dos Advérbios: a semelhança dos adjetivos os advérbios também possui graus
Quanto a flexão os verbos são: regulares aqueles que cujo radica, morfema lexical, não
sofre modificação na conjugação (amava, amo, amará, ame), estes por sua vez,
distribuem-se em três conjugações (ar, er e ir); irregulares há modificação na flexão do
verbo amo, em que desinência normal 1ª pessoa do presente indicativo é –o), ou em que
há alteração do radical ( peço do verbo pedir); defetivos os verbos que faltam certas
formas (falir, reaver), ou que apenas conhecem as 3ªs pessoas (singular/plural, os verbos
impessoais, nevar chover, etc.).
Tempo Verbal
Para Graça Vicente e Rita Veloso (SD: 509), o tempo linguístico serve para localizar
temporalmente as situações expressas nos enunciados, em particular que são constituídas
por frases. Existem três processos linguísticos especializados nesta função a saber:
Modalidade do verbo
Indicativo: é a forma básica dos modos, representa o conteúdo do enunciado como facto,
denota o realmente existente, o previsível e o que esta em vias de se realizar. O
conjuntivo: indica uma ação não realizada, ainda não realizada. Imperativo: o seu valor
esta ligado a situação, ao contexto, o falante pode esperar a realização do que é ordenado,
(ordem, conselho, ameaça e advertência).
Exemplos: verbo irregular (saber)
2. Textos jornalísticos
2.1 A Notícia
Conceito
A notícia, do latim, é o conteúdo de uma comunicação antes desconhecida, um evento
divulgado ou a divulgação de uma informação. Por outras palavras, a notícia é uma
narração que relata factos actuais e relevantes, relativos aos aspectos culturais, sociais,
políticos, religiosos, económicos, etc. do quotidiano de uma determinada sociedade.
No meio de comunicação em massa (rádio, televisão, internet, etc), uma notícia é uma
redacção ou um relato que informa ao público sobre uma situação nova ou atípica,
ocorrida no seio de uma comunidade ou determinado âmbito específico, que mereça ser
alvo de divulgação.
Quem?
O quê?
Quando?
Onde?
Como?
Porquê?
2.1.3. Tipo de Linguagem
Pela sua natureza, a notícia envereda uma linguagem objectiva ou denotativa. Com efeito,
a função de linguagem que a caracteriza é a informativa e referencial, visto que é
centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações, dar a conhecer
ao leitor sobre um determinado assunto ou acontecimento real.
Sendo um texto destinado a vários estratos sociais, a notícia vela por um nível de língua
corrente, de fácil compreensão para qualquer que seja o leitor.
Quanto ao discurso, é patente nesta tipologia textual o discurso indirecto, ou seja, aquele
que prima pelo uso de verbos declarativos, a partir da reprodução indirecta da informação.
Porém, não se quer dizer que na notícia não aparece expresso o discurso directo.
Ex. O Juiz perguntou ao réu se sempre tem ido ao cinema.
É de salientar que, o discurso indirecto é o processo pelo qual o narrador informa o leitor
acerca do que uma personagem teria dito ou pensado, sem reproduzir exactamente as suas
palavras.
Nesta vertente, o narrador surge como elo de ligação entre a situação criada e o leitor.
Discursos desta natureza, permitem estabelecer um contacto mais estreito entre a situação
criada e o receptor, de forma actualizada e viva.
Uma das marcas do discurso directo é o travessão na inicial da frase, como também a
colocação de aspas no inicio e fim da frase ou discurso.
“Tudo está sendo feito para estabelecer a ligação com a maior brevidade possível”,
disse Aires Aly.
Com efeito, sem quisermos transpor os discursos, notam-se alterações tanto nos tempos
e modos verbais assim como nos pronomes pessoais, entre outros aspectos.
Na classificação dos tipos de discurso, para além dos dois acima mencionados, existe o
discurso indirecto livre, aquele em que o narrador conjuga o discurso directo e indirecto
num mesmo discurso. Ou seja, ele conserva as características do discurso indirecto e as
interrogações, exclamações e palavras do discurso directo, do qual mantém a vivacidade
e a expressividade.
Ex.: Pudera! Só de pensar que ele a ia controlar, tinha preferido mudar de plano.
2.2 A Reportagem
Definição
A Reportagem é a cobertura completa e com todos os detalhes de um acontecimento. É
ainda a representação de um facto ou acontecimento enriquecido pela capacidade
intelectual, observação atenta, sensibilidade, criatividade e narração fluente do autor. De
certa forma, a reportagem é uma notícia que, pelo seu interesse, vai ser desenvolvida.
Portanto, a reportagem pode ser apresentada de forma oral ou por escrito/impressa. As
informações trazidas nesse tipo de texto jornalístico resultam de uma investigação
minuciosa sobre o caso. Com efeito, ela exige que o repórter esteja inloc, ou seja, no local
de ocorrência dos factos. Como também exige de quem a faz:
i. Capacidade intelectual – isto quer dizer que, o repórter tem que pôr aprova todas as
suas aptidões, a fim de abordar convenientemente o tema e esgotá-lo até os últimos
limites, para tal o aconselha-se que leia um dossier acerca da matéria;
ii. Observação atenta – aí aparece a questão de in loc, entra em jogo a capacidade de
funcionamento dos órgãos de sentido do repórter. A bagagem intelectual e as informações
prévias sobre a questão facilitarão ao repórter discernir o que é principal e secundário
durante o trabalho de campo e em meio a um mundo de informações. Agir com toda
curiosidade exigida de um repórter.
iii. Sensibilidade - embora influenciada pela bagagem cultural, ela é pessoal, íntima.
Portanto, o repórter deve saber contextualizar-se face às situações comportamentais.
iv. Criatividade - mesmo submetido às regras que orientam o trabalho jornalístico, aos
deveres com a empresa e ao livro de estilo, o repórter goza de boa margem de liberdade
para criar. Da sua capacidade depende o êxito do produto final. Toda a articulação e
exposição do tema precisam assentar-se, porém em bases reais, do contrário seria a
negação.
Jornalismo. Impõe-se a reconstituição honesta dos e do clima em que se
Desenrolam. Por maiores que sejam a imaginação e técnica narrativa do Repórter, o seu
dever fundamental é com a verdade.
v. Narração Fluente - a informação bruta/real transforma-se em reportagem através da
narração fluente. O repórter deve estar dotado de conhecimentos da língua a que se serve
para reportar, não deve mostrar muita preocupação com a forma, mas tem que expor os
assuntos de maneira que o leitor se sinta atraído do princípio ao fim do texto. Portanto, a
reportagem comporta a notícia, entrevista, inquérito, descrição dos aspectos do ambiente,
a análise dos dados, etc, por ser um género que exige consulta de fontes de informação
ou a observação directa dos acontecimentos.
Normalmente, a sugestão para fazer uma reportagem parte precisamente de uma notícia
que o chefe de redação quer ver desenvolvida, já que o assunto pode dar pano para mangas
e ser explorado, de acordo com as características do jornal. Esta preocupação por parte
dos redatores surge porque, por vezes, a reportagem possui o carácter de denúncia de algo
que importa corrigir: o mau estado de um hospital, de uma escola, situações de
marginalidade social ou de delinquência, de agressão ao meio ambiente, etc. São imensos
os assuntos possíveis e o posicionamento que pode adotar o repórter.
2.2.1 Estrutura da Reportagem
A semelhança da notícia, a reportagem apresenta:
i. A Titulagem – constituído por um título acompanhado, por vezes, por um antetítulo
e/ou por um subtítulo – objectiva resumir o que será dito. Além disso, deve despertar
interesse do leitor. Este elemento serve para indicar o conteúdo da reportagem.
ii. Parágrafo guia ou o "Lead" – pequeno resumo, ou seja, é a síntese da reportagem
que aparece depois do título, a fim de chamar mais ainda a atenção do leitor.
iii. Corpo da reportagem - é nesta parte do texto onde se apresenta o
desenvolvimento/explicação do sucedido, a opinião de determinadas testemunhas, entre
outros argumentos importantes para serem transmitidos aos receptores.
Portanto, o corpo funciona como a parte do desenvolvimento da reportagem, mais
complexo e extenso que na notícia
.
2.2.2. Características linguísticas
Sendo o objectivo da reportagem levar os ao leitor ou telespectador de maneira
abrangente, implica que se recorre a:
i. Linguagem objectiva/denotativa (clara e perceptível);
ii. Função de linguagem informativa/referencial, detendo-se essencialmente no como e
no porquê do facto/sucedido;
iii. Discursos directos, indirecto e indirecto livre;
iv. Exprimindo comentários pessoais (podendo ser, por isso, assinada);
v. Uso da 3ª pessoa com possíveis marcas da 1ª pessoa;
vi. Linguagem corrente.
2.2.3 Diferença entre a notícia e a reportagem
Da análise feita depreendeu-se que, enquanto a notícia informa de maneira mais objectiva,
areportagem traz as informações de forma mais aprofundada, visto que ela impõe
investigações, tece comentários e levanta questões com a finalidade de clarificar o como
e porquê das coisas relatadas.
2.3 A Entrevista
Definição: a entrevista é um texto que também pertence aos jornalísticos e prima pela
recolha de informação de algo que se pretende conhecer. Assim sendo, define-se por
entrevista a comunicação oral ou escrita que pressupõe um ou vários entrevistados e um
entrevistador.
Mas para o nosso estudo, ver-se-á a entrevista como de natureza jornalística e enquadrada
no de comunicação social.
• Claras e precisas;
• Abertas (não podem conduzir a respostas como sim e não);
• Bem encadeadas (seguir determinada ordem e não saltitar constantemente de um
assunto para o outro);
• Eticamente aceitáveis (não se deve fazer perguntas sobre a vida íntima das
pessoas).
2.4 Aviso
Aviso: é um acto notificativo que tem como objectivo chamar alguém a juízo ou para lhe
dar conhecimento de um facto ocorrido em qualquer processo. Ele também pode ostentar
a designação de anúncio. Em suma, o aviso é uma informação que faz saber ou dá
conhecimento de algo ao público.
2.5 O Inquérito
Definição
A semelhança da notícia, o inquérito pode ser vista sob duas perspectiva, como texto
jornalístico, assim como texto de organização de dados. Assim sendo, tendo como texto
oral ou escrito de comunicação social, o inquérito constitui uma forma de “descobrir a
verdade” ou de fazer o ponto de situação sobre um dado problema.
Portanto, há circunstâncias em que importa conhecer a opinião de um grupo de pessoas
sobre algum assunto. Neste caso, essa opinião pode obter-se através de um inquérito,
dirigido a um número determinado de pessoas.
As respostas dadas pelos inquiridos servem para tirar ilações que podem representar a
opinião, mais ou menos geral, sobre o assunto do inquérito.
2.5.1 Objectivos
Tipo de Questões
As questões num inquérito podem ser:
1. Quanto ao conteúdo:
a) Que se debruçam sobre factos – são as que a resposta é objectiva e verificável de outra
forma, por exemplo: Que lições estudou ontem?
Quanto à forma
a) Abertas – são as que a pessoa responde como queira, recorrendo ao próprio discurso
e fazendo os comentários que achar relevantes.
Exemplo: “o que acha das aulas do Módulo de Língua Portuguesa?”
Nota-se que ao responder esta questão, o inquirido (aquele que responde as questões)
pode dizer o que quiser e como quiser.
2.6 A Crónica
Conceito
A palavra crónica deriva do grego χρόνος ou chrónos (tempo). Logo, uma crónica é vista
como uma narração que segue uma ordem temporal.
A crónica distingue-se da notícia por constituir uma reflexão do autor, sobre uma
determinada realidade por ele vivido. É, na verdade, por essas razões que, o cronista
imprime uma grande subjectividade aos assuntos que narra e, recorrendo a uma série de
recursos de linguagem, enriquece o texto do ponto de vista literário.
O cronista é uma pessoa observadora e crítica, que narra factos recorrendo à descrição.
O seu discurso, ao apresentar um juízo de valor, é crítico pessoal.
A crítica do cronista é vista sob duas perspectiva, a saber positiva (eufórica) ou negativa
(disfórica), de acordo com o que se pretende reflectir.
Tipos de Descrição
A tipologia descritiva obedece duas ordens: