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Sentidos dentro e fora dos textos

Ensino Fundamental
Volume 3
Unidade 1
Um texto é construído de relações de sentido entre um
ou vários conjuntos de vocábulos, expressões, frases
(coerência) e do encadeamento linear dessas unidades
linguísticas do texto (coesão).
Os sentidos de um texto se constroem dentro e fora
dele, na relação entre autor e leitor, por isso a
importância tanto para quem escreve como para quem lê.
Assim a construção de um texto sempre dependerá da
interpretação do leitor (ou ouvinte), que a realiza com
base em seus conhecimentos sobre a língua portuguesa e
em outros conhecimentos pessoais, adquiridos por meio
de experiências e convívio social.
Pode-se considerar como texto uma música, uma
escultura, um filme, um poema, uma fotografia, etc.
O texto forma um todo que pode ser:
• uma palavra: Não, talvez, sim...

• uma frase: Antes tarde do que nunca.

• algumas ou centenas de páginas: um oficio,


um ensaio, um relatório, um livro.
Podemos dizer que um texto é coerente quando ele
não contém contradições, o vocabulário utilizado é
adequado, suas afirmações são relevantes para o
desenvolvimento do tema, a sequência dos fatos está
bem ordenada, sem períodos muito longos ou
excessivamente fragmentados e o gênero
textual(informativo, legislativo, técnico, científico,
argumentativo, narrativo, poético...) é adequado ao tipo
de exposição.
Veja a falta de coerência no texto:
A coesão é a conexão entre elementos ou
partes do texto, observando-se a sua
interdependência, relaciona-se com união, com
ideias amarradas ou ligadas.
Os recursos coesivos permitem que façamos
referência às distintas partes de texto sem a
necessidade de repetir as mesmas palavras.
Além disso, permite que enlacemos as ideias por
meio de palavras que servem para conectá-las,
estabelecendo o tipo de relação que buscamos
conforme o sentido do texto.
É muito comum que os pronomes: esse(s),
essa(s), este(s), esta(s), aquele(s), aquela(s),
aquilo, que, o(s) qual(ais), a(s) qual(ais), onde,
cujo(s), cuja(s), o(s), a(s), lo(s), la(s), no(s), na(s),
lhe(s), meu(s), minha(s), seu(s), sua(s), nosso(s),
nossa(s), etc., e as expressões adverbiais: a seguir,
assim, desse modo, acima, abaixo, etc., retomem
termos já expressos no texto.
Leia o texto:
Deyries et al. História da música em quadrinhos.São Paulo, Martins Fontes,1997, p . 52

LUDWIG Van Beethoven: primeiro grande compositor


romântico e último grande clássico, nasceu em Bonn em 1710.
Sua juventude seria, no entanto, menos ensolarada do que esta
imagem da sua cidade natal. O pai de Beethoven era um tenor
com pouca instrução. Homem duro, interesseiro, queria
aproveitar os dons do filho para fazer dele um novo Mozart, mas
Ludwig não seria um menino prodígio.
Observe que o pronome sua e o substantivo
filho (Sua juventude seria..., Queria aproveitar os
dons do filho...) evitam a repetição do nome
Beethoven. A conjunção mas, na última oração,
estabelece uma relação de oposição ou contraste.

Esses são alguns dos elementos coesivos do


texto.
Os elementos coesivos, como os conectivos, são
fundamentais para que haja coerência, ou seja,
relação lógica e harmoniosa entre ideias, atos ,
situações etc. Há dois processos básicos de
construção de frases: a coordenação e a
subordinação.
Nessa unidade só estudaremos as conjunções
coordenativas que ligam orações independentes e
termos semelhantes de uma mesma oração. Podem
ser:
1- aditivas: Estabelecem uma relação de soma ou adição
entre dois termos ou duas orações com as conjunções:
• e: Ela olhava-me e sorria.
• nem: Não fuma nem bebe.
• e locuções conjuntivas: mas também, como (geralmente
empregada depois da expressão não só), como ou quanto
(depois de tanto), etc. Ex:
Não só bebe mas também fuma.
Inês não só compareceu à reunião como trouxe ótimas
propostas.
Tanto é dona de casa como (ou quanto) trabalha fora.
2- adversativas: Estabelecem uma relação de
oposição, contraste, compensação entre dois termos
ou duas orações com as conjunções: mas, porém,
todavia, contudo, entretanto, no entanto, não
obstante, etc. Ex:
Os operários reivindicaram aumento salarial, mas
não foram atendidos.
A peça foi boa, contudo não agradou aos
espectadores.
Não vi meu filho crescer, no entanto está um homem.
O nosso time era o favorito, não obstante foi
derrotado.
3- alternativas: estabelecem uma relação de
alternativa, alternância, escolha com as
conjunções: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
quer...quer, seja...seja, etc. Ex:
Sem metrô, sairia bem mais cedo, ou perderia
a hora no serviço.
A criança ora chora, ora ri.
A vida é sempre a mesma, quer faça sol, quer
faça chuva.
4- explicativas: estabelecem uma relação de
explicação, razão, motivo com as conjunções:
que, porque, porquanto, pois (anteposta ao
verbo). Ex:
Corra, que vai chover logo!
É bom agasalhar-se, porque está frio lá fora.
Ele não deve ter comido muito, pois já está
com fome de novo.
5- conclusivas: estabelecem uma relação de
conclusão, consequência com as conjunções:
logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois
(posposta ao verbo). Ex:
Está muito frio; logo, sairei agasalhado.
O tempo ajudou, portanto a safra de arroz
será boa.
Choveu vários dias sem parar, por
conseguinte houve enchente no sul.
Não tenho um centavo; não viajarei, pois.
A piada é um texto comumente curto, com diálogo e,
por vezes, palavras de duplo sentido, exige que se
realize uma construção de sentido e, quando isso
acontece, é inevitável entrar no domínio da coerência.
Tirinhas são histórias curtas que reúnem, muitas
vezes, imagens e textos escritos em balões. Algumas
tirinhas só têm imagens. Elas são, geralmente, publicadas
em jornais impressos e virtuais, ou em blogs. As tirinhas
são divididas em quadros, e cada um deles apresenta
uma cena da história. Os balões de cada quadro trazem
por escrito falas e pensamentos das personagens. Se
esse gênero de história for mais longo, passa a se chamar
história em quadrinhos ou HQ.
Verifiquem as tirinhas abaixo:
Alguns dos escritos são onomatopeias, isto é,
palavras que reproduzem som. Exemplos: toc-
toc-toc(bater na porta), atchim (espirro),
miau(miado), au-au(latido de cachorro), etc.
Fios de histórias...

Ensino Fundamental
Volume 3
Unidade 2
Contos orais
Contos orais são histórias transmitidas por meio da
linguagem oral. Muitos dos contos populares contados
no Brasil são adaptações de narrativas que vieram da
Europa e da África, que por sua vez, de acordo com
estudiosos, eram narrativas provenientes da literatura
hindu e de outras tradições antigas.
Além do conto, “causo” ou conto folclórico, a
literatura oral – que existe em todos os países e culturas –
reúne uma série de manifestações preservadas e
transmitidas por meio da palavra falada ou cantada:
lendas, mitos, adivinhações, provérbios, parlendas,
cantos, orações, frases feitas.
Conto é uma narrativa ficcional que
representa uma sucessão de aconteci-
mentos vivenciados por poucos personagens e
contados por um narrador.
Narrador é a voz que narra o conto. A narração
pode ser em 1ª pessoa, quando um dos
personagens conta a história, ou em 3ª pessoa,
quando o narrador parece estar fora, observando o
que se passa.
Autor é quem cria e escreve o conto.
Histórias oralmente contadas
Um contador de histórias tem contato
direto com o público e pode fazer uso da
entonação da voz para imprimir mais ou
menos dramaticidade, contando a história
em um ritmo que considere adequado,
fazendo gestos e expressões faciais que
cativem o público.
Contador-escritor
Muitas histórias transmitidas oralmente foram
registradas por escrito. O contador-escritor, ao escrever
um conto, sabe que raramente terá contato direto com o
público que vai lê-lo, por isso tem de explorar ao máximo
os recursos da linguagem escrita, para dar
expressividade ao texto. Ele pode, por exemplo,
reproduzir, no texto escrito, as falas das personagens
recorrendo ao discurso direto, usando com cuidado e
precisão os verbos de dizer (que introduzem os diálogos,
como dizer, responder, afirmar, contestar etc.), os sinais de
pontuação (ponto-final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação) etc.
Enredo ou trama é a história que os
personagens vivem no desenrolar do
conto. Trata-se do conjunto de fatos ou situações
que se organizam para compor o conto. Um enredo
geralmente tem situação inicial, conflito, resolução
e desfecho, mas os acontecimentos não precisam
ser apresentados necessariamente nessa ordem.
Tema é o assunto que é tratado no texto.
Minicontos
Os minicontos são narrativas ficcionais
concisas, isto é, que só contém o essencial, às vezes
“dispensam” o narrador, não fornecem
características dos poucos personagens, nem
indicações precisas de tempo e espaço ou de
sucessão de acontecimentos vivenciados. Essa
característica de deixar implícito (subentendido)
muitos elementos da história faz com que os textos
desse gênero produzam imenso impacto no leitor,
uma vez que os autores contam com ele para
reconstruir os sentidos pretendidos.
Veja a seguir alguns minicontos.

ASSIM: CONFISSÃO

Ele jurou amor eterno. – Fui me confessar ao mar.


E me encheu de filhos. – O que ele disse?
E sumiu por aí. Nada.

Luiz Ruffato Lygia Fagundes Telles


Esses são os principais conteúdos trabalhados
na unidade 2. Lembrado que esta unidade deverá
ser estudada juntamente à unidade 1 deste mesmo
volume.
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