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1.

TEXTO NARRATIVO

A Narrativa é uma história na qual há uma sequência de acontecimentos


que envolvem personagens. O Texto Narrativo inclui:

Contos tradicionais: Os contos tradicionais eram originalmente difundidos de


boca em boca. Com o tempo, as narrações acabaram sendo colectadas em livros,
adaptando-se ao formato impresso. Isso permitiu que os contos permanecessem válidos
ao longo da história. Um exemplo de conto tradicional é “O Gato de Botas”.

Lendas: é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos
tempos. De carácter fantástico ou fictício, as lendas combinam fatos reais e históricos
com fatos irreais que são meramente produto da imaginação aventurosa humana. Uma
lenda pode ser também verdadeira, o que é muito importante. As lendas geralmente
fornecem explicações plausíveis, e até certo ponto aceitáveis, para coisas que não têm
explicações científicas comprovadas, como acontecimentos misteriosos ou
sobrenaturais.

Excertos narrativos ou descritivos: Pequena parte de; trecho retirado de uma


obra literária, de um texto; fragmento, passagem, trecho: li um texto e retirei alguns
excertos para depois. Ainda se nota na narrativa o enredo, que é a sequência dos
acontecimentos. O enredo desenvolve-se nas seguintes etapas:

1- A introdução: momento em que se apresenta a ideia central, as personagens, o


cenário.
2- O desenvolvimento: desenrolar dos acontecimentos. É nesta fase que começam os
conflitos entre as personagens e há um momento em que a história atinge o seu
ponto culminante, o clímax.
3- O desfecho: conclusão da história.

Existem acções principais e acções secundárias, mediante a importância que


apresentam na narração. Além disso, o enredo pode estar fechado, estando definido e
conhecido o final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e conhecido
para a narrativa.

1.1.PRINCIPAIS ELEMENTOS DA NARRATIVA

Os principais elementos da narrativa, também chamados de elementos da narração, são:

Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a acção. Pode ser físico
(no colégio, no Brasil, na praça), social (características do ambiente social) e
psicológico (vivências, pensamento e sentimentos do sujeito).

Tempo: O tempo se refere à duração da acção e ao desenrolar dos


acontecimentos. O tempo cronológico indica a sucessão cronológica dos fatos, pelas
horas, dias, anos, O tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das

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personagens, sendo subjectivo e influenciado pelo estado de espírito das personagens
em cada momento.

Personagens: São caracterizadas através de qualidades físicas e psicológicas,


podendo essa caracterização ser feita de modo directo (explicitada pelo narrador ou por
outras personagens, através de autocaracterização ou heterocaracterização) ou de modo
indirecto (feita com base nas atitudes e comportamento das personagens).

As personagens possuem diferentes importâncias na narração, havendo


personagens principais e personagens secundárias. As personagens principais
desempenham papéis essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja,
tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, impede).

As personagens secundárias desempenham papéis menores e podem ser


coadjuvantes (ajudam as personagens principais em acções secundárias) ou
figurantes (ajudam na caracterização de um espaço social).

Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes comportamentos ao longo da


narração (personagem modelada ou redonda), bem como estáticas, não se modificando
no decorrer da acção (personagem plana).

Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou seja, é quem conta a


história. Existem vários tipos de narrador:

Narrador omnisciente e omnipresente: Conhece intimamente as personagens e


a totalidade do enredo, de forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indirecto livre, tendo sua voz
confundida com a voz das personagens, tal é o seu conhecimento e intimidade com a
narrativa.

Narrador personagem, participante ou presente: Conta a história na 1.ª


pessoa, do ponto de vista da personagem que é. Apenas conhece seus próprios
pensamentos e as acções que se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e sobre a totalidade do enredo.
Este tipo de narração é mais subjectivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do
narrador.

Narrador observador, não participante ou ausente: Limita-se a contar a


história, sem se envolver nela. Embora tenha conhecimento das acções, não conhece o
íntimo das personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objectiva. Utiliza a
narração na 3.ª pessoa.

1.2.TIPOS DE NARRATIVA

 Narrativa fantástica: onde os acontecimentos são fantasias criadas pela


imaginação do autor.

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 Narrativa dramática: que cria episódios emocionantes.
 Narrativa humorística: onde os acontecimentos são alegres e causam riso.

Na narrativa, podem fazer-se as seguintes perguntas:

 Quem? – Para as personagens.


 O quê? – Para os acontecimentos.
 Onde? – Para o espaço – geralmente o espaço acontece num mesmo lugar: uma
cidade, um bairro, uma rua, uma casa, etc.
 Quando? – Para o tempo – o acontecimento narrado dá-se geralmente num
certo espaço de tempo: algumas horas, alguns dias, naquele tempo, etc.

Existem três tipos de discurso, ou seja, três formas de introdução das falas
das personagens na narrativa:

O discurso directo: é caracterizado por ser uma transcrição exacta da fala das
personagens, sem participação do narrador.

O discurso indirecto: é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no


discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

O discurso indirecto livre: é caracterizado por permitir que os acontecimentos


sejam narrados em simultâneo, estando as falas das personagens directas e
integralmente inseridas dentro do discurso do narrador.

1.3.CLASSE DOS SUBSTANTIVOS

Os substantivos designam seres animados (criança, peixe) ou objectos materiais


(caneta, edifício), qualidades, estados e sentimentos (coragem, sofrimento) e ainda
acções (saída, colagem).

Os substantivos próprios: designam seres ou objectos individualizados. Na


escrita, estes substantivos distinguem-se dos comuns por começarem sempre por
maiúsculas. Ex.: André, Kwanza, Angola.

Os substantivos comuns: designam seres ou objectos não individualizados.


Ex.: rapaz, rio, país.

Os substantivos concretos: designam seres e objectos, individualizados ou não.


Ex.: gato, feijão, cafeteira.

Os substantivos abstractos: designam qualidades, estados ou sentimentos. Ex.:


respeito, alegria, paixão.

Os substantivos colectivos: designam, no singular, um conjunto de seres da


mesma espécie. Ex.: bando (aves, malfeitores); enxame (abelhas); arquipélago (ilhas);

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turma (estudantes); vara (porcos); ninhada (aves, filhos, ratos); cordilheira (serras);
armada (navios); cardume (peixes); quadrilha (ladrões).

1 Os substantivos variam em género, número e grau. Existem dois géneros


gramaticais: masculino e feminino.

Consideram-se masculinos os substantivos aos quais se podem antepor os


artigos o, os, um, uns. Ex.: o gato, os lápis, um casaco, uns sapatos.

Consideram-se femininos os substantivos aos quais se podem antepor os


artigos a, as, uma, umas. Ex.: a gata, as canetas, uma saia, umas botas.

Os substantivos terminados em (o) e (e) formam o feminino substituindo estas


vogais por (a). Ex.: Gato = gata; cozinheiro = cozinheira; infante = infanta.

Os substantivos terminados em consoante formam o feminino acrescentando um


(a). Ex.: pintor = pintora; juiz = juíza; professor = professora.

Os substantivos terminados em (ão) podem formar o feminino substituindo esta


terminação por (ona), (ã), (ao), (ana). Ex.: Comilão= comilona; capitão = capitã; irmão
= irmã; leão = leoa; campeão = campeã; sultão = sultana.

Não seguem esta regra os substantivos: barão = baronesa; perdigão = perdiz;


ladrão = ladra.

Os substantivos terminados em (e) podem formar o feminino substituindo esta


terminação por (esa) ou (essa). Ex.: duque = duquesa; abade = abadessa.

Os substantivos terminados em (eu) formam o feminino mudando essa


terminação em (eia) ou (ia). Ex.: Europeu = europeia; judia = judeu.

Os substantivos terminados em (tor) e (dor) formam o feminino em (triz) Ex.:


actor = actriz; embaixatriz = embaixador

Os substantivos terminados em -dor formam o feminino em (deira) ou (dora).


Ex.: lavrador = lavradeira; vencedor = vencedora.

Há substantivos, que têm uma forma comum aos dois géneros (comuns de dois)
e a distinção é feita através do artigo. Ex.: o doente = a doente; o jornalista = a
jornalista; o colega = a colega.

2 O substantivo varia também em número: singular (corresponde a uma só


unidade) e plural (corresponde a duas ou mais unidades). Em geral: forma-se o
plural juntando um (s) ao singular. Ex.: casa = casas, livro = livros.

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Substantivos terminados em (ão) formam o plural de três formas diferentes. Ex.:
ão = ãos, ões, ães, cidadão = cidadãos; irmão = irmãos; acção = acções; lição = lições;
cão = cães; capitão = capitães.

Substantivos terminados em consoante formam o plural acrescentando (es). Ex.:


país = países; rapaz = rapazes; dor = dores; abdómen = abdómenes.

Substantivos terminados em (L): mudam o (al) em (ais): avental = aventais.


Mudam o (ol) em (óis): rissol = rissóis.

Há substantivos que apresentam uma só forma no singular e no plural


substantivo uniforme, reconhecendo-se o seu número através do artigo. Ex.: o atlas =
os atlas; o alferes = os alferes; o pires = os pires.

Há, ainda, alguns substantivos que não variam de número. Assim, só se usam no
singular: a fé; a inocência; Só se usam no plural: as cócegas; os parabéns.

3 Os substantivos podem variar em grau. O grau aumentativo indica uma ideia de


grandeza e o diminutivo, habitualmente, indica pequenez.

Aumentativo = rapagão, bocarra; Diminutivo = rapazinho, rapazito, boquinha, boquita.


Os graus aumentativos e diminutivo podem ser analíticos e sintéticos.

 O aumentativo analítico é acompanhado de um adjectivo que indica grandeza.


Exemplo: casa grande.
 O aumentativo sintético recebe o acréscimo de um sufixo indicador de aumento.
Exemplo: casarão.
 O diminutivo analítico é acompanhado de um adjectivo que indica pequenez.
Exemplo: casa pequena.
 O diminutivo sintético recebe o acréscimo de um sufixo indicador de diminuição.
Exemplo: casinha.

1.4.VERBOS

Os verbos são palavras variáveis que exprimem acções, qualidades ou estados,


representados no tempo. A função sintáctica desempenhada pelo verbo na oração é o
predicado. Há três conjugações:

 1.ª Conjugação – verbos de tema em(a): amar, louvar, chorar, etc.


 2.ª Conjugação – verbos de tema em (e):comer, viver, ter, etc.
 3.ª Conjugação – verbos de tema em (i):partir, fugir, rir, etc.

O tema é a parte fundamental do verbo e obtém-se suprimindo o r final do


infinitivo: ama (r) –→ vogal temática (a); come (r) → vogal temática (e) parti (r) →
vogal temática (i).

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Quanto à flexão, os verbos podem ser regulares, irregulares e defectivos.
Retirada a vogal temática ao tema do verbo, ficamos com o radical: am(a) → am;
com(e) → com; part(i) → part

Verbos regulares: é quando os verbos mantêm o radical em toda a sua


conjugação. Ex.: Amar = (amava, amarei, amasse); Comer = (comia, comerei,
comesse); Partir = (partia, partirei, partisse).

Verbos irregulares: é quando os verbos não mantêm o radical em toda a sua


conjugação. Ex.: Fazer = (faço, fiz, faria); Poder = (posso, pude, poderia); Trazer =
(trago, trouxe, traria); Ir = (vou, fui, iria).

Verbos defectivos: são aqueles que apresentam uma conjugação incompleta,


porque não se usam em todos os tempos ou em todas as pessoas. Sendo:

Verbos defectivos pessoais: que se usam só em alguns tempos ou pessoas por


serem de desagradável pronúncia. Ex.: abolir, colorir, demolir, falir, reaver, etc.

Verbos defectivos impessoais: que exprimem vozes de animais, usados apenas


na 3.ª pessoa do singular e plural. Ex.: ganir, latir, miar, cacarejar, grasnar, ladrar, etc.

Verbos defectivos impessoais: que designam fenómenos da natureza, só usados


na 3.ª pessoa do singular e cujo sujeito é inexistente. Ex.: amanhecer, alvorecer,
entardecer, relampejar, ventar, nevar, chover, etc.

Quanto à sua função, os verbos podem ser principais, auxiliares, de ligação,


transitivos e intransitivos. Ex.: O Emanuel conduz a viatura. (conduz – verbo principal)
O Serafim tem conduzido a viatura. (tem – verbo auxiliar); O Flávio é o condutor. (é –
verbo principal e de ligação).

Verbos transitivos: são os que exprimem uma acção cujo sentido só fica
completo com determinados termos que se lhe juntam. Ex.: A Liliana lê bons livros.//
Isabel obedece aos professores. // A Florinda pediu um livro ao professor.

Na primeira frase, o verbo ler teve o seu sentido completo porque lhe juntámos
um complemento directo (bons livros) – é um verbo transitivo directo. Na segunda
frase, ao verbo obedecer juntámos um complemento indirecto (aos professores) para
completar o seu sentido - é um verbo transitivo indirecto. Na terceira frase, ao verbo
pedir juntámos um complemento directo (um livro) e um complemento indirecto (ao
professor) para completar o seu sentido – é um verbo transitivo directo e indirecto.

Verbos intransitivos: são os que exprimem uma acção com sentido completo.
Ex.: A Joseana tropeçou e caiu.

Quanto a sua categorias o verbo vária em modo, tempo, pessoa e número.

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 Quanto ao Modo: Indica a atitude do sujeito (certeza, dúvida, ordem, etc.) em
relação ao enunciado, podendo ser:

Indicativo: indica um facto real, há uma certeza por parte do sujeito. Ex.: Edson
preparou uma bela exposição.

Conjuntivo: indica uma possibilidade ou dúvida. Ex.: Talvez o Samuel prepare uma
bela exposição.

Imperativo: indica uma ordem, um conselho ou um desejo. Ex.: Prepara esta


exposição! Por favor, prepara agora uma exposição.

Infinitivo: indica a ideia do enunciado de uma forma abstracta. Ex.: É necessário


preparar essa exposição.

 Pessoa e número: O verbo apresenta três pessoas gramaticais (1.ª, 2.ª, 3.ª)
conjugadas no singular (eu, tu, ele/ela) e no plural (nós, vós, eles/elas).

Singular: 1.ª pessoa = eu pinto um quadro; 2.ª pessoa = tu pintas um quadro; 3.ª pessoa
= ele/ela pinta um quadro.

Plural: 1.ª pessoa = nós pintamos um quadro; 2.ª pessoa = vós pintais um quadro. 3.ª
pessoa = eles/elas pintam um quadro.

1.5.CLASSE DOS ADJECTIVOS

Os adjectivos são palavras que caracterizam ou qualificam os substantivos a que


se referem. Exemplo: casa bonita. Aqui, o termo "bonita" atribui uma qualidade ao
substantivo "casa". Os adjectivos são classificados em:

Adjectivos Simples: apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro,


triste, lindo, bonito.

Adjectivo Composto: apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro,


superinteressante, rosa-claro, amarelo-ouro.

Adjectivo Primitivo: palavra que dá origem a outros adjectivos. Exemplos:


bom, alegre, puro, triste, notável.

Adjectivo Derivado: palavras que derivam de substantivos ou verbos.


Exemplos: articulado (verbo articular), visível (verbo ser), formoso (substantivo
formosura), tristonho (substantivo triste).

Adjectivo Pátrio (ou adjectivo gentílico): indica o local de origem ou


nacionalidade de uma pessoa. Exemplos: brasileiro, carioca, paulista, europeu,
espanhol.

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Em relação aos géneros (masculino e feminino), os adjectivos são divididos em
dois tipos:

Adjectivos Uniformes: apresentam uma forma para os dois géneros (feminino e


masculino). Exemplo: menino feliz; menina feliz.

Adjectivos Biformes: a forma varia conforme o género (masculino e feminino).


Exemplo: homem carinhoso; mulher carinhosa.

Quanto ao número os adjectivos podem estar no singular ou no plural,


concordando com o número do substantivo a que se referem. Assim, a sua formação se
assemelha à dos substantivos. Ex.: Pessoa feliz = pessoas felizes; Vale formoso = vales
formosos; Casa enorme = casas enormes; Problema socioeconómico = problemas
socioeconómicos. Quanto ao grau, os adjectivos são classificados em: Grau
comparativo, Grau superlativo.

 Comparativo de Igualdade: O professor de matemática é tão bom quanto o de


geografia.

Comparativo de Superioridade: Marta é mais habilidosa do que a Patrícia.

Comparativo de Inferioridade: João é menos feliz que Paulo.

 Superlativo Absoluto: refere-se a um substantivo somente, sendo classificados em:


Analítico - A moça é extremamente organizada; Sintético - Luiz é inteligentíssimo.

Superlativo Relativo: refere-se a um conjunto, sendo classificados em: Superioridade


- A menina é a mais inteligente da turma; Inferioridade - O garoto é a menos esperta da
classe.

A locução adjectiva: é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor


de adjectivo. Ex.: Amor de mãe = Amor maternal; Doença de boca = doença bucal;
Pagamento do mês = pagamento mensal; Férias do ano = férias anual; Dia de chuva =
dia chuvoso.

Os pronomes adjectivos: são aqueles em que o pronome exerce a função de


adjectivo. Surgem acompanhados do substantivo, modificando-os. Ex.: Este livro é
muito bom. (acompanha o substantivo livro); Aquela é a empresa onde ele trabalha.
(acompanha o substantivo empresa).

1.6.CONJUNÇÕES

As conjunções: são palavras invariáveis que servem para ligar duas orações ou
elementos da mesma oração. Conjunção é um termo que liga duas orações ou duas
palavras de mesmo valor gramatical, estabelecendo uma relação entre elas. Ex.: Eu iria
ao jogo, mas estou sem companhia. (a conjunção "mas" está ligando a oração "eu iria ao
jogo" com a oração "estou sem companhia").

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As conjunções são classificadas em coordenativas e subordinativas. As
conjunções coordenativas ligam orações independentes e as conjunções subordinativas
ligam orações que dependentes entre elas. Ex.: Vim visitar-te mas tu não estavas em
casa. // Cheguei a casa quando tu acabavas de sair.

A frase 1 tem duas orações independentes ligadas pela conjunção (mas). A frase
2 tem duas orações em que o sentido da segunda depende do sentido da primeira e estão
ligadas pela conjunção (quando).

2.TEXTO DESCRITIVO

O texto descritivo é um tipo de texto que envolve a descrição de algo, seja de


um objecto, pessoa, animal, lugar, acontecimento, e sua intenção é, sobretudo,
transmitir para o leitor as impressões e as qualidades de algo. Capta as impressões, de
forma a representar a elaboração de um retrato, como uma fotografia revelada por meio
das palavras.

2.1.CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DESCRITIVO

 Retrato verbal
 Ausência de acção e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
 Predomínio de substantivos, adjectivos e locuções adjectivas
 Utilização da enumeração e comparação
 Presença de verbos de ligação
 Verbos flexionados no presente ou no pretérito (passado)
 Emprego de orações coordenadas justapostas

2,1,1.ESTRUTURA DESCRITIVA

A descrição apresenta três passos para a construção: Introdução: apresentação


do que se pretende descrever; Desenvolvimento: caracterização subjectiva ou objectiva
da descrição; Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

2.1.1.1.TIPOS DE DESCRIÇÃO

Descrição Subjectiva: apresenta as descrições de algo, todavia, evidencia as


impressões pessoais do emissor (locutor) do texto. Exemplos são nos textos literários
repletos de impressões dos autores.

Descrição Objectiva: nesse caso, o texto procura descrever de forma exacta e


realista as características concretas e físicas de algo, sem atribuir juízo de valor, ou
impressões subjectivas do emissor. Exemplos de descrições objectivas são os retratos
falados, manuais de instruções, verbetes de dicionários e enciclopédias.

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2.2.VERBOS SENSITIVOS, DECLARATIVOS E DINÂMICOS

Os verbos sensitivos: são aqueles que se responsabilizam por realizar a


indicação de algum sentido humano. Como se sabe, esses sentidos podem estar
relacionados com a visão, a audição, o tato, etc. O sujeito que estará acompanhando na
frase em que esse tipo de verbo estará presente se configurará como substantivo ou um
pronome oblíquo átono (Ver, Olhar, Sentir). Ex.: Senti ranger a madeira, mas não tive
reacção de fugir. (sensitivo/perceptivo). // Ouvi-a chamar por você a noite toda.
(sensitivo/perceptivo).

Verbos declarativos: ou que dão sentido de dizer (descendi) são geralmente


usados após declarações e citações. Prefira verbos neutros, como (dizer, afirmar e
declarar). Ex.: É possível gerar desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente,
disse a coordenadora.

Verbo dinâmico: é um verbo que mostra uma acção contínua ou progressiva


por parte do sujeito. Isso é o oposto de um verbo estativo. Descrevem acções que
executamos, coisas que acontecem e muitas vezes tem conotação de movimento. Os
verbos dinâmicos podem ser usados em todos os tempos verbais, pois as acções podem
indicar começo e fim, (andar, ir, vir, voltar). Ex.: Mário joga futebol com seus amigos
todo fim de semana.

Quanto ao Tempo: Indica o momento em que ocorre a acção expressa pelo verbo.
Podendo ser:

Presente: acção actual. Ex.: Hoje eu pinto este quadro. (presente do indicativo).
É possível que eu pinte este quadro. (presente do conjuntivo)

Pretérito perfeito: acção anterior à actualidade. Ex.: Ontem pintei este quadro.
(pretérito perfeito do indicativo). É possível que eu tenha pintado esse quadro. (pretérito
perfeito do conjuntivo)

Pretérito imperfeito: acção anterior à actualidade mas contemporânea de outra


acção passada. Ex.: Eu pintava quando tu entraste. (pretérito imperfeito do indicativo).
Eles comprariam o quadro se eu o pintasse. (pretérito imperfeito do conjuntivo)

Pretérito mais-que-perfeito: acção anterior à actualidade e ainda anterior a


outra já passada. Ex.: Quando tu pintaste eu já pintara. (pretérito mais-que-perfeito do
conjuntivo). Quando tu pintaste eu já tinha pintado. (pretérito mais-que-perfeito
composto do indicativo)

Futuro: indica acontecimentos que se realizarão. Ex.: Pintarei um novo quadro


na próxima semana. (futuro imperfeito do indicativo). Quando eu pintar tu verás. (futuro
imperfeito do conjuntivo + futuro imperfeito do indicativo). Ofereço um quadro quando
eu tiver pintado. (futuro perfeito composto do conjuntivo)

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Condicional: acção dependente de uma condição. Ex.: Eu pintaria se houvesse
claridade suficiente. (condicional).

2.3.PREPOSIÇÃO

Preposição: é a palavra que tem a função de conectivo. Ela pode ser usada para
ligar um termo a outro (por exemplo: dente de leite), ou uma oração a outra (por
exemplo: Chegarei daqui a uma hora.). As preposições são classificadas em essenciais
ou acidentais.

Preposições essenciais: são as palavras que só funcionam como preposição.


Elas são: (a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante,
por, sem, sob, sobre, trás).

Preposições acidentais: são as palavras de outras classes gramaticais que, em


certas frases funcionam como preposição. Elas são: afora, como, conforme, consoante,
durante, excepto, mediante, menos, salvo, segundo, visto.

2.3.1.TIPOS DE PREPOSIÇÕES

De acordo com o sentido que as preposições apresentam, em contextos


diferentes, podemos identificar os tipos mais comuns de preposições que são: (lugar,
modo, tempo, distância, causa, instrumento e finalidade).

Ex.: de preposição de lugar: O navio veio de São Paulo. // Fui à praça. // Sairemos ao
amanhecer.

Ex.: de preposição de modo: Os prisioneiros eram colocados em fila. // As testemunhas


estavam contra ele.

Ex.: de preposição de tempo: Por dois anos ele viveu aqui. // Após alguns minutos, fui
atendido. // O dia do folclore é em 22 de agosto.

Ex.: de preposição de distância: A cinco quilómetros passa uma estrada. // Correu até
onde conseguiu.

Ex.: de preposição de causa: Com a seca, o gado começou a morrer. // Meu coração
está doendo de saudade.

Ex.: de preposição de instrumento: Ele cortou a árvore com o machado. // Abriu a


embalagem com a boca. // Já tentou com o abridor de lata?

Ex.: de preposição de finalidade: A praça foi enfeitada para a festa. // Tirei férias para
descansar. // Eles saíram para tomar ar fresco.

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2.4.ADVÉRBIO

Advérbio: é a palavra que indica uma circunstância (modo, lugar, tempo). Ele
pode modificar um verbo, um adjectivo ou outro advérbio. Ex.: O vizinho fala alto.
(alto é um advérbio que indica o modo como o vizinho fala) // A modelo é muito bonita.
(muito é um advérbio que intensifica o quanto a modelo é bonita) // O vizinho fala
bastante alto. (bastante é um advérbio que intensifica o quanto o vizinho fala alto).

De acordo com as circunstâncias que exprimem, os advérbios podem ser de


modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida, entre outros.

O advérbio de modo: indica a forma como algo aconteceu ou foi feito, (Bem,
mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar, acinte, adrede, debalde, e grande
parte das palavras que terminam em "-mente", como cuidadosamente,
calmamente, tristemente). Ex.: Fui bem na prova. // Estava andando depressa por
causa da chuva. // Colocou os copos cuidadosamente na pia.

Advérbio de intensidade: serve para reforça algo. (Muito, demais, pouco,


mais, menos, bastante, tão, quão, demasiado, imenso, quanto, quase, tanto, assaz,
tudo, nada, todo). Ex.: Comeu demasiado naquele almoço. // Ela gosta bastante dele.

Advérbio de lugar: indica um espaço ou uma posição.( Aí, aqui, acolá, cá, lá,
ali, adiante, abaixo, embaixo, acima, adentro, dentro, afora, fora, atrás, detrás,
além, aquém, defronte, antes, aonde, longe, perto, algures, nenhures, alhures). Ex.:
Minha casa é ali. // O livro está embaixo da mesa. // As notas estão bem abaixo do
esperado.

Advérbio de tempo: indica um momento, um período. (Hoje, já, afinal, logo,


agora, amanhã, amiúde, antes, ontem, tarde, breve, cedo, depois, enfim, ainda,
jamais, nunca, sempre, doravante, outrora, primeiramente, imediatamente,
antigamente, provisoriamente, sucessivamente, constantemente, entrementes). Ex.:
Ontem estivemos numa reunião de trabalho. // Sempre estamos juntos.

Advérbio de negação: serve para negar ou dizer que algo não é verdade.(Não,
nem, tampouco, nunca, jamais). Ex.: Jamais reatarei meu namoro com ele. // Não saiu
de casa naquela tarde. // Nem sequer pensou para falar.

Advérbio de afirmação: serve para afirmar ou confirmar. (Sim, certo,


certamente, realmente, decididamente, efectivamente, deveras, indubitavelmente,
decerto). Ex.: Certamente passearemos nesse domingo. // Sim, vou.

Advérbio de dúvida: serve para indicar incerteza. (Talvez, possivelmente,


provavelmente, acaso, porventura, quiçá, casualmente). Ex.: Provavelmente irei ao
banco. // Quiçá chova hoje. // Talvez o cumprimente.

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Advérbio interrogativo: pode indicar circunstâncias de modo, tempo, lugar e
causa. É usado apenas em orações interrogativas directas ou indirectas. (Quando,
como, onde, aonde, donde, por que). Ex.: Por que vendeu o livro? (oração
interrogativa directa, que indica causa). // Quando posso sair? (oração interrogativa
directa, que indica tempo). //Explica como você fez isso. (oração interrogativa indirecta,
que indica modo)

Advérbio de ordem: serve para indicar ou colocar em ordem. (Depois, após,


ultimamente, primeiramente).Ex.: Depois vou à praia. //Primeiramente cumprimentou
os presentes.

Advérbio de inclusão: serve para incluir ou acrescentar algo. (Também,


inclusive, ainda, mesmo, até). Ex.: Até ele tirou boas notas. // As jóias também
sumiram. // Inclusive, ele fala alemão.

Advérbio de exclusão: serve para excluir, deixar algo de fora. (Só, somente,
salvo, exclusivamente, apenas). Ex.: Só foi à escola hoje. // Come somente vegetais.

2.5.DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Conotação é quando a linguagem é utilizada em seu sentido figurado, atribuindo


um novo significado à palavra ou contexto específico. Ex.: Pinta os lábios para escrever
a tua boca em mim. // Lá fora a rua vazia chora. // Os meus olhos vidram ao te ver.

Denotação é quando a linguagem é utilizada em seu sentido literal e objectivo.


Ex.: O cachorro é um mamífero; // Já li este capítulo do livro; // Gosto de escrever em
meus cadernos.

2.5.1.COMO DIFERENCIAR CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Para diferenciar conotação e denotação é fundamental que se analise a estrutura


e o contexto onde a palavra ou a frase aparece. Dessa forma, podemos utilizar a mesma
palavra em contextos diferentes, fazendo assim, com que ela possua sentido conotativo
ou denotativo. Ex.: Pode-se utilizar a palavra “porco” em diferentes contextos:

Meu pai tem uma criação de porcos há anos. (sentido denotativo, a palavra
“porco” é empregada em seu sentido literal);

Aquele menino é um porco! (sentido conotativo, a palavra “porco” é empregada


em sentido figurado, que dá a entender que o menino do exemplo é pouco higiénico).

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2.6.CONJUNÇÕES COORDENATIVAS E SUBORDINATIVAS

As conjunções coordenativas são divididas em cinco tipos a saber:

Conjunções aditivas: exprimem soma, adição de pensamentos, (E, nem, não só,
mas também, não só, como também).Ex.: Ana não fala nem ouve. // Na festa, comeu e
bebeu à vontade. // Trabalha muito, mas também se diverte.

Conjunções adversativas: exprimem oposição, contraste, compensação de


pensamentos. (Mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia, não obstante). Ex.:
Não fomos campeões, todavia exibimos o melhor futebol. // Telefonei, mas ninguém
atendeu. // Tentou falar, contudo ele não quis ouvir.

Conjunções alternativas: exprimem escolha de pensamentos. (Ou, já, ora, quer,


seja).Ex.: Ou você vem connosco ou você não vai. // Ora ria, ora chorava.

Conjunções conclusivas: exprimem conclusão de pensamento (quando vem


depois do verbo). Logo, por isso, pois portanto, por conseguinte, assim. Ex.: Chove
bastante, portanto a colheita está garantida. // Consegui falar com ele, pois esperei à sua
porta.

Conjunções explicativas: exprimem razão, motivo, (quando vem antes do


verbo) Que, porque, assim, pois, porquanto, por conseguinte. Ex.: Não choveu,
porque nada está molhado. // Vem aqui, pois preciso falar com você. Era o sorvete mais
gostoso, assim foi o primeiro a acabar.

As conjunções subordinativas são divididas em dez tipos:

Conjunções integrantes: (Que, se). Ex.: Quero que você volte já. // Não sei se
devo voltar lá. // Você disse que me ligava.

Conjunções causais: (Que, porque, como, pois, visto que, já que, uma vez que).
Ex.: Não fui à aula, porque choveu. // Como fiquei doente, não pude ir à aula. // Uma
vez que os alunos não compareceram, o evento foi cancelado.

Conjunções comparativas: (Que, do que, como). Ex.: Meu professor é mais


inteligente do que o seu. // Dançava como uma bailarina.

Conjunções concessivas: As conjunções concessivas iniciam orações


subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal. (Embora, ainda
que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que,
nem que).Ex.: Vou à praia, embora esteja chovendo. // Não vou nem que me paguem. //
Por mais que lia, menos entendia.

Conjunções condicionais: iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese


ou condição para que o fato da oração principal se realize ou não.(Se, Caso, contanto

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que, salvo se, desde que, a não ser que).Ex.: Se não chover, irei à praia. // Caso decida
ir, estarei à espera. // Desde que ele explique, ouvirei com atenção.

Conjunções conformativas: iniciam orações subordinadas que exprimem


acordo, concordância de um fato com outro.(Segundo, como, conforme, consoante).
Ex.: Cada um colhe conforme semeia. // Fiz como disseram para fazer. // Sairei mais
cedo consoante o trabalho.

Conjunções consecutivas: iniciam orações subordinadas que exprimem a


consequência ou o efeito do que se declara na oração principal. (Que, de forma que, de
modo que, de maneira que).Ex.: Foi tamanho o susto que ela desmaiou. // Adiantou os
estudos, de modo que ficou com a tarde livre. // Perdeu a hora, de maneira que perdeu a
consulta.

Conjunções temporais: iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo.


(Logo que, antes que, quando, assim que, sempre que, enquanto). Ex.: Quando as
férias chegarem, viajaremos. // Sempre que posso, vou à biblioteca. // Dou o recado
logo que ele chegue.

Conjunções finais: iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade.


(A fim de que, para que). Ex.: Estamos aqui para que ele fique tranquilo. // Tirou fotos
a fim de que acreditassem no que havia acontecido. // Manteremos segredo para que ela
não descubra a surpresa.

Conjunções proporcionais: iniciam orações subordinadas que exprimem


concomitância, simultaneidade. (À medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor). Ex.: Quanto mais
trabalho, menos recebo. // À medida que andava, mais se encantava com a paisagem. //
Quanto menos eu souber dessa história, melhor será para mim.

2.7.ORAÇÕES COORDENADAS E SUBORDINADAS

No português, as orações coordenadas e subordinadas são tipos de orações em


que existem (ou não) relações sintácticas. Lembrar que a sintaxe é a parte da gramática
que estuda a função das palavras nas orações.

Nas orações coordenadas, por exemplo, não há relação sintáctica entre elas e,
por isso, são orações independentes. Já as orações subordinadas recebem esse nome
pois uma está subordinada à outra. Desse modo, elas dependem umas das outras para ter
sentido completo e, portanto, possuem uma relação sintáctica.

Orações coordenadas: esse tipo de oração é classificada de duas maneiras, as


orações coordenadas sindéticas e assindéticas.

1- Oração coordenada sindética: Nas orações coordenadas sindéticas, há uma


conjunção coordenativa que conecta as palavras ou termos das frases e, dependendo

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da conjunção utilizada, elas pode ser de cinco tipos: (aditivas, adversativas,
alternativas, conclusivas e explicativas).

Oração coordenada sindética aditiva: (e, nem, não só, mas também, mas
ainda, como, assim, etc.).Ex.: Fomos para a escola e fizemos o exame final. // Joelma
adora pescar, mas também gosta muito de navegar.

Oração coordenada sindética adversativa: (e, mas, contudo, todavia,


entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão, etc.) Ex.: Pedro Henrique estuda
muito, porém não passa no vestibular.

Oração coordenada sindética alternativa: (ou, ou… ou; ora…ora; quer…quer;


seja…seja, etc.) Ex.: Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer comer pizza.

Oração coordenada sindética conclusiva: (logo, assim, portanto, por fim, por
conseguinte, pois, então, consequentemente, etc.) Ex.: Não gostamos do restaurante,
portanto não iremos mais lá.

Oração coordenada sindética explicativa: (isto é, ou seja, a saber, na verdade,


porque, que, pois, etc.) Ex.: Marina não queria falar, ou seja, ela estava de mau humor.

2- Oração coordenada assindética: Diferente das orações coordenadas sindéticas, as


orações coordenadas assindéticas não exigem conjunções que conectam os termos
ou palavras da frase. Ex.: Lena estava triste, cansada, decepcionada.

As orações subordinadas: são classificadas de três maneiras: substantivas,


adjectivas e adverbiais. Isso irá depender da relação sintáctica estabelecida.

Orações Subordinadas Substantivas: são aquelas que exercem a função de


substantivo. Vale lembrar que o substantivo é uma das classes de palavras que nomeia
os seres, objectos, fenómenos, etc. Esse tipo de oração pode se apresentar de duas
maneiras: orações desenvolvidas ou orações reduzidas.

Nas orações desenvolvidas, as conjunções integrantes “que” e “se” estão no


início das orações, e podem acompanhar pronomes, conjunções ou locuções
conjuntivas. Ex.: A garota afirmou que precisava de ajuda.

Orações reduzidas não apresentam uma conjunção integrante, e surgem com o


verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio. Ex.: A garota afirmou precisar de
ajuda. 1ª Oração (A garota afirmou) = principal; subordinada substantiva reduzida =
precisar de ajuda.

Oração subordinada substantiva subjectiva: As orações subordinadas


substantivas subjectivas exercem a função de sujeito da oração principal. Lembre-se que
o sujeito é aquele ou aquilo de que (m) se fala. Ex.: É importante que você beba água.

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3.TEXTO APELATIVO/INJUNTIVO

Texto injuntivo: está pautado na explicação e no método para a concretização


de uma acção. Ele indica o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita
de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas. Com isso, sua
função é transmitir para o leitor mais do que simples informações, visa sobretudo,
instruir, explicar, todavia, sem a finalidade de convencê-lo por meio de argumentos.

São textos o quais incitam a acção dos destinatários, controlando, assim, seu
comportamento, ao fornecer instruções e indicações para a realização de um trabalho ou
a utilização correta de instrumentos e/ou ferramentas.

Na elaboração de um texto apelativo há a considerar o respeito pelos seguintes


aspectos: Atenção (o primeiro objectivo deste texto é captar a atenção); Interesse (deve
ao mesmo tempo despertar o interesse); Desejo (logo, provoca o desejo do destinatário);
Memorização (deve ser elaborado de modo a permitir a memorização); Acção (por fim,
leva o destinatário à acção).

O grau de elaboração do texto apelativo leva-nos a supor o tipo de público a que


se destina, que é o mais variado. O texto publicitário é o texto injuntivo/apelativo mais
comum. Os exemplos mais usuais de um Texto Injuntivo/Apelativo são: a receita de
cozinha, a explicação de regras de jogo, o horóscopo, o boletim meteorológico e o
itinerário.

3.1.TIPOS DE FRASES

Frase: é um enunciado com sentido completo, constituído por uma palavra ou


conjunto de palavras e com uma determinada ordenação. Ex.: Frase formada por uma só
palavra: Vem. // Frase formada por um conjunto de palavras: Não venhas tarde. (com
forma verbal); Que belo dia! (sem forma verbal). Há quatro tipos de frase que são:

Declarativa: o emissor declara o seu pensamento ou exprime uma ideia. Ex.: Os


alunos foram visitar a biblioteca.

Interrogativa: o emissor formula uma pergunta. Ex.: Quem ganhou esse prémio?

Exclamativa: o emissor exprime um sentimento forte. Ex.: Que excelente música!

Imperativa: o emissor exprime: uma ordem = Sai daqui! Um conselho = Agasalha-te,


porque está frio. Um pedido = Dá-me uma folha.

3.1.1.FRASES NOMINAIS

Uma frase é classificada de frase nominal quando não apresenta um verbo na


sua composição, sendo assim formada maioritariamente por nomes: substantivos,
adjectivos e advérbios. Ex.: Atenção, menino! // Coisa estranha em! // Que bonito!
// Belo trabalho! // Que confusão! // Bom dia a todos!// Rápido, por favor!

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Como se pode verificar, frases nominais são muito usadas em exclamações e
ordens, bem como em descrições literárias e provérbios.

Exemplos de frases nominais em descrições: Um quarto muito frio: o chão


cinza e sujo, a janela aberta e as paredes brancas. // Uma vista encantadora, com
altas palmeiras, flores exuberantes e um verde vibrante. // Em cima da mesa um
caderno rasgado e várias canetas velhas.

Exemplos de frases nominais em provérbios: Cada cabeça, uma sentença. //


Casa de ferreiro, espeto de pau. // Devagar e sempre. // Amigos, amigos, negócios à
parte. // Antes tarde do que nunca.

3.1.1.1.FRASE NOMINAL OU VERBO SUBENTENDIDO?

Alguns autores contestam a existência de frases nominais, afirmando que o


verbo se encontra meramente subentendido, estando mentalizado nos interlocutores da
comunicação. Exemplos de verbos subentendidos: Cuidado! (verbo ter subentendido:
Tenha cuidado!). // Silêncio! (verbo fazer subentendido: Faça silêncio!). // Boa noite!
(verbo ter subentendido: Tenha uma boa noite!). // Tudo bem? (verbo estar
subentendido: Está tudo bem?).

3.2.VOZ ACTIVA E PASSIVA

A frase activa distingue-se da passiva através da perspectiva adoptada: na


activa, o sujeito é agente responsável pela acção expressa pelo verbo, e, na passiva, o
sujeito sofre a acção expressa pelo verbo. Ex.:

 Frase activa: O rato [sujeito] comeu [voz activa] o queijo [complemento directo].
 Frase passiva: O queijo [sujeito] foi comido [voz passiva] pelo rato [agente da
passiva].'

3.2.1.AS FUNÇÕES DO AGENTE DA PASSIVA

Agente da Passiva: é o termo que indica quem ou o que executa a acção de um


verbo na voz passiva. Esse termo vem sempre depois de preposição. Ex.: 1-João
comprou a vitamina. // 2-A vitamina foi comprada por João.

Nas orações acima, o verbo comprar aparece na voz activa (comprou) e na voz
passiva (foi comprada). Na oração 2, por João é o agente da passiva.

A voz passiva é formada por sujeito paciente + verbo auxiliar + verbo principal no
particípio + agente da passiva: Sujeito paciente: a vitamina, verbo auxiliar: foi, verbo
principal no particípio: comprada, Agente da passiva: por João.

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3.3.AS ORAÇÕES CONDICIONAIS

As orações condicionais: são utilizadas para se especular sobre o que poderia


ocorrer, o que pode ter ocorrido e o que desejaríamos que ocorresse.

As orações condicionais: expressam situações hipotéticas, ou seja, situações


que podem ou não vir a acontecer a depender da condição proposta. Geralmente são
utilizadas para falar sobre planos futuros, situações prováveis ou não de acontecerem,
fatos quotidianos e escolhas feitas no passado. Ex.: Se a nossa mãe vai à igreja a pé,
seus pés doem. // Se o meu chefe não me vê na minha mesa, ele fica bravo.

3.4.SUBSTANTIVOS ABSTRACTOS

Substantivo abstracto: é um tipo de substantivo que indica qualidade,


sentimento, estado, acção e conceito. Essas palavras abstractas não existem por si só,
uma vez que dependem de outro ser para se manifestarem, por exemplo: (alegria,
beleza e felicidade). A alegria de Ana Paula é contagiante.

Note que no exemplo acima, a "alegria" depende de alguém que esteja alegre
para se manifestar e, por isso, é um substantivo abstracto.

Os substantivos abstractos podem ser derivados de acções ou verbos, estados e


qualidades.

Derivados de acção ou verbos: Beijo (verbo beijar); Partida (verbo partir);


Corrida (verbo correr); Arrumação (verbo arrumar); Investimento (verbo investir).

Derivados de estados: Tristeza (triste); Felicidade (feliz); Emoção


(emocionado); Velhice (velho); Pobreza (pobre).

Derivados de qualidades: Beleza (belo); Gentileza (gentil); Largura (largo);


Honestidade (honesto); Seriedade (sério).

3.5.FRASES COM SUBSTANTIVOS ABSTRACTOS

Tive a maior decepção da minha vida. // Carolina sentia muita saudade dos pais. // Artur
estava com vergonha de apresentar seu trabalho em público. // Mariana sabia que todo o
cansaço era resultado da semana intensa de trabalho.

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4.TEXTO INFORMATIVO

O texto informativo: é um texto em que o escritor expõe brevemente um tema,


fato ou circunstância ao leitor. Trata-se de uma produção textual objectiva,
normalmente em prosa, com linguagem clara e directa. Tem como objectivo principal
transmitir informação sobre algo, estando isento de duplas interpretações. O texto
informativo pode utilizar durante a sua informação a 1.ª e a 3.ª pessoa.

Ao contrário dos textos poéticos ou literários, que utilizam a linguagem


conotativa, o texto informativo utiliza linguagem denotativa. Além de apresentar dados
e referências, não há interferência de subjectividade, ou seja, o texto é isento de
sentimentos, sensações, apreciações do autor ou opiniões.

4.1.CARACTERÍSTICAS DO TEXTO INFORMATIVO

O autor dos textos informativos é um transmissor que se preocupa em relatar


informações da maneira mais objectiva. No caso das notícias, por exemplo, o escritor
está encarregado de transmitir a informação para os receptores leitores da maneira
objectiva e alheia a ele. Escrito em prosa, o texto informativo apresenta dados que o
tornam mais credível.

4.1.1.ESTRUTURA DO TEXTO INFORMATIVO

 Introdução (tese): momento de exposição das informações necessárias para


informar o tema que será explorado pelo emissor (autor).
 Desenvolvimento (antítese): parte fundamental que contém as informações
completas sobre o tema, desde dados mais relevantes, ou melhor, todos os dados que
se pode reunir para apresentação do tema.
 Conclusão (nova tese): encerramento do texto com exposição da ideia central.

Exemplos de textos informativos: Veículos de informação tais como jornais,


revistas e entrevistas são os exemplos mais notórios de textos informativos. Além deles,
os livros didácticos, as enciclopédias e os verbetes de dicionários são outros exemplos.
Os artigos científicos e técnicos também podem ser considerados textos informativos,
embora esse género textual é mais identificado com os textos expositivos-
argumentativos.

4.2.OS NUMERAIS

Numeral: é a classe de palavra variável que indica um número exacto ou a


posição que tal coisa ocupa numa série. Os numerais podem ser: cardinais (um dois,
três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fraccionários (meio, terço, quarto) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo).

Os numerais cardinais: são as formas básicas dos números (um, dois, três…)
que indicam quantidades. Alguns deles variam em género (um = uma, dois = duas,

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trezentos =trezentas, etc.). Além disso, alguns números cardinais variam em número,
como é o caso: milhão = milhões, bilhão = bilhões, trilhão = trilhões, e assim por diante.

A palavra ambos (as) pode ser considerada numeral, uma vez que indica “os
dois” ou “as duas”. Por exemplo: Joana e Beatriz adoram andar. Ambas gostam de
caminhar ouvindo música.

Os numerais ordinais: Indicam ordem de uma sequência, ou seja, representam


a ordem de sucessão e uma série, seja de seres, coisas ou objectos (primeiro, segundo,
terceiro, quarto, quinto…). São palavras que variam em género (masculino e feminino)
e número (singular e plural). Por exemplo: primeiro/primeira, primeiros = primeiras,
terceiro = terceira, terceiros = terceiras, etc.

Os numerais fraccionários: indicam a diminuição das proporções numéricas,


ou seja, representam uma parte de um todo. Por exemplo, ¼ (lê-se um quarto), ½ (lê-se
meio ou metade), ¾ (lê-se três quartos). Eles flexionam-se em género (masculino e
feminino) e número (singular e plural): um quarto de queijo, duas quartas partes de
queijo.

Os numerais multiplicativos: relacionam um conjunto de seres, objectos ou


coisas, dando-lhes uma característica que determina o aumento através de múltiplos. Por
exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, etc. Os multiplicativos são invariáveis,
mas quando têm função de adjectivo, flexionam-se em género (masculino e feminino) e
número (singular e plural). Por exemplo: dose dupla de elogios, duplos sentidos.

Numerais colectivos: Existem substantivos que indicam quantidades exactas,


como dúzia (12 unidades) ou dezena (10 unidades). Esses substantivos também podem
ser chamados de numerais colectivos. Os numerais colectivos sofrem a flexão de
número (singular e plural): dúzia = dúzias, dezena = dezenas, centena = centenas.

4.3.TEMPOS SIMPLES E COMPOSTOS

Os tempos simples são tempos verbais - presente, passado e futuro - que são
expressos por uma só palavra. Eles exprimem acção, estado, mudança de estado ou
fenómeno da natureza mediante a utilização de apenas uma palavra, ao contrário dos
tempos compostos, que são expressos por uma combinação de verbos. Os tempos
compostos são formados pelos verbos auxiliares (ter) e (haver) e por um (verbo
principal) no particípio, do qual resulta uma locução verbal. Ex.:

 Caminho todos os dias. (Tempo Simples).


 Teria caminhado hoje se não estivesse chovendo. (Tempo Composto)

Os tempos simples do modo indicativo são: Presente; Pretérito Perfeito; Pretérito


Imperfeito; Pretérito Mais-que-perfeito; Futuro do Presente; Futuro do Pretérito

Os tempos simples do modo subjuntivo são: Presente; Pretérito Imperfeito; Futuro.

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Tempos Simples Modo Indicativo

 Presente: danço, danças, dança, dança, dançamos, dançais, dançam.


 Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dançastes, dançaram.
 Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançávamos, dançáveis,
dançavam.
 Pretérito Mais-que-perfeito: dançara, dançaras, dançara, dançáramos, dançáreis,
dançaram.
 Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançaremos, dançareis, dançarão.
 Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaríamos, dançaríeis,
dançariam.

Tempos Simples Modo Subjuntivo

 Presente: dance, dances, dance, dancemos, danceis, dancem.


 Pretérito Imperfeito: dançasse, dançasses, dançasse, dançássemos, dançásseis,
dançassem.
 Futuro: dançar, dançares, dançar, dançarmos, dançardes, dançarem.

Tempos Simples Modo Imperativo

 Afirmativo: dança tu, dance ele, dancemos nós, dançai vós, dancem eles.
 Negativo: não dances tu, não dance ele, não dancemos nós, não danceis vós, não
dancem eles.

Tempos Simples Formas Nominais

 Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu, dançar ele, dançarmos nós, dançardes
vós, dançarem eles.
 Infinitivo Impessoal: dançar.
 Gerúndio: dançando.
 Particípio: dançado.

Os tempos compostos do modo indicativo são: Pretérito Perfeito; Pretérito


Mais-que-perfeito; Futuro do Presente; Futuro do Pretérito

Os tempos compostos do modo subjuntivo são: Pretérito Perfeito; Pretérito


Mais-que-perfeito; Futuro.

Tempos Compostos Modo Indicativo

 Pretérito Perfeito: tenho estudado, tens estudado, tem estudado, temos estudado,
tendes estudado, têm estudado.
 Pretérito Mais-que-perfeito: tinha estudado, tinhas estudado, tinha estudado,
tínhamos estudado, tínheis estudado, tinham estudado.

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 Futuro do Presente: terei estudado, terás estudado, terá estudado, teremos
estudado, tereis estudado, terão estudado.
 Futuro do Pretérito: teria estudado, terias estudado, teria estudado, teríamos
estudado, teríeis estudado, teriam estudado.

Tempos Compostos Modo Subjuntivo

 Pretérito Perfeito: tenha estudado, tenhas estudado, terá estudado, teremos


estudado, tereis estudado, terão estudado.
 Pretérito Mais-que-perfeito: tivesse estudado, tivesses estudado, tivesse estudado,
tivéssemos estudado, tivésseis estudado, tivessem estudado.
 Futuro: tiver estudado, tiveres estudado, tiver estudado, tivermos estudado, tiverdes
estudado, tiverem estudado.

Tempos Compostos Formas Nominais

 Infinitivo Pessoal: ter estudado, teres estudado, ter estudado, termos estudado,
terdes estudado, terem estudado.
 Infinitivo Impessoal: ter estudado.
 Gerúndio: tendo estudado.

4.4.CONSTITUINTES ORACIONAIS

Os termos constituintes da oração são as palavras que compõem ou estruturam


os discursos linguísticos (sujeito, predicado, complementos). São classificados em:

 Termos essenciais (sujeito e predicado)


 Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da
passiva)
 Termos acessórios (adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e vocativo)

O sujeito: é a pessoa responsável pela acção, ou seja, é o termo o qual se declara


ou enuncia algo. Os sujeitos são classificados em:

Sujeito Simples: formado por um único núcleo. Ex.: Maria andava na praia. (um
sujeito responsável pela acção).

Sujeito Composto: formado por dois ou mais núcleos. Ex.: Maria, João e Manuel
foram fazer compras. (três sujeitos que compõem a acção).

Sujeito Oculto: também chamado de "sujeito elíptico ou desinencial", o sujeito oculto


não aparece declarado na frase, porém existe uma pessoa que desenvolve a acção. Ex.:
Fui comprar óleo para fritar as batatas.

Sujeito Indeterminado: nesse caso não é possível determinar o sujeito da acção.


Ocorre geralmente nas orações que apresentam verbos na 3ª pessoa do plural sem

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referência ao elemento anterior. Ex.: Fizeram acusações sobre você. // Acredita-se na
conscientização da população.

Sujeito Inexistente: são chamadas de “orações sem sujeito”, uma vez que não há
qualquer elemento ao qual o predicado se refere. Esse tipo de sujeito pode ocorrer nas
frases que apresentem verbos impessoais, ou seja, o “verbo haver” com significado de
existir, acontecer e indicando o tempo passado. Ex.: Houve muitos comentários. //
Chuviscou o dia todo.

O predicado: corresponde às informações sobre o sujeito os quais concordam


com ele em número (singular ou plural) e pessoa (eu, tu, ele, nos, vós, eles). Em outras
palavras, o predicado é o termo que se refere ao sujeito constituído de verbos e
complementos.

Predicado Nominal: orações formadas por verbos de ligação (indicam estado), cujo
núcleo corresponde a um nome (predicativo do sujeito). Ex.: As pessoas permanecem
caladas.

Predicado Verbal: expressa acção, sendo o núcleo um verbo que podem ser: transitivo
directo, transitivo indirecto, transitivo directo e indirecto ou intransitivo. Ex.: Luana
viajou. (verbo intransitivo). // A menina gosta de vestidos novos. (verbo transitivo
indirecto).

Predicado Verbo-Nominal: nesse caso, o predicado é formado por dois núcleos, ou


seja, um nome e um verbo. Ex.: A menina chegou atrasada na escola.

Os complementos verbais constituintes da oração são classificados em:

 Objecto Directo: Termo não regido por preposição o qual completa o sentido do
verbo transitivo directo pode ser trocado por (o, as, os, as). Ex.: Bianca esperava o
namorado.
 Objecto Indirecto: Termo regido por preposição o qual completa o sentido do
verbo transitivo directo. Ex.: Marcela gosta de chocolates.

O complemento nominal: corresponde aos termos que complementam os


nomes por meio de preposição, que podem ser substantivos, adjectivos e advérbios. Ex.:
Joana tem orgulho do filho.

O agente da passiva: é o termo utilizado para determinar o praticante da acção


na voz verbal passiva, onde o sujeito é denominado “paciente”, ou seja, recebe a acção
expressa pelo verbo. Geralmente são acompanhados por preposição (por, pelo ou de).
Ex.: A casa foi arrumada pelo filho (agente da passiva).

Os termos acessórios possuem a função de determinar os substantivos


exprimindo circunstâncias, são eles: adjunto adverbial, adjunto adnominal, aposto e
vocativo.

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O Adjunto Adverbial: corresponde ao termo que se refere ao verbo, ao
adjectivo e ao advérbio. São classificados em: modo, tempo, intensidade, negação,
afirmação, dúvida, finalidade, matéria, lugar, meio, concessão, argumento, companhia,
causa, assunto, instrumento, fenómeno da natureza, paladar, sentimento, preço,
oposição, acréscimo, condição. Ex.: Felizmente a noiva chegou (adjunto adverbial de
modo).

O adjunto adnominal: é o termo que indica o agente da acção, de forma que


caracteriza, modifica, determina ou qualifica o nome ao qual se refere (substantivo).
Ex.: As duas crianças pequenas brincaram.

O aposto: é o termo encarregado de explicar ou detalhar melhor o nome ao qual


se refere. Ex.: Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 60.

O vocativo: é um termo independente da oração que não se relaciona com o


sujeito ou predicado. Ele indica o “chamamento” ou a “invocação” de uma pessoa ou de
um ser (interlocutor), sendo isolado por vírgulas. Ex.: Pessoal, vamos para a festa.

5.TEXTO POÉTICO

O texto poético: apresenta-se geralmente em verso. Este tipo de texto manifesta


a sensibilidade de quem escreve e de quem lê poesia. É uma revelação do mundo
interior, dos sentimentos, das emoções, dos pensamentos, dos anseios. Em termos de
distinção com outros tipos de texto: utiliza geralmente o discurso da 1.ª pessoa; serve-
se fundamentalmente do tempo presente do verbo; os temas dominantes são: as
emoções e os sentimentos do eu; é geralmente repetitivo e estático; utiliza a pluralidade
de sentido (a polissemia). Ao nível da forma, no texto poético há que ter em conta
vários elementos: o verso, a estrofe, a rima e o ritmo.

O verso: é a sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e


melódica, correspondente ou não a uma linha do poema; o verso distribui-se
regularmente em linhas mais ou menos curtas.

A estrofe: é um agrupamento rítmico formado por dois ou mais versos que, em geral, se
combinam pela rima. Quanto maior o número de versos, maior a possibilidade de variar
a distribuição das rimas. Elas são: dísticos = 2 versos; tercetos = 3 versos; quadras = 4
versos; quintilhas = 5 versos; sextilhas = 6 versos; sétimas = 7 versos; oitavas = 8
versos; nonas = 9 versos; décimas = 10 versos; Soneto (poema de 14 versos); Ode
(poema de exaltação).

A rima: é a repetição de certos sons entre duas ou mais palavras a partir da última vogal
tónica. Quanto à sua distribuição há os seguintes tipos de rima: emparelhada: quando
rimam versos seguidos dois a dois; cruzada: quando rimam alternadamente: o 1.º com
o 3.º verso; o 2.º com o 4.º; o 5.º com o 7.º, etc; interpolada: quando dois versos que
rimam são separados por dois ou mais que não rimam; encadeada: quando a palavra

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final de um verso rima com o meio do verso seguinte. Podem ainda ocorrer versos
soltos ou brancos, se não obedecerem a qualquer tipo de rima.

A poesia pode ser dividida em três géneros principais:

Poesia Lírica: pode ser traduzida como a maneira de expressar sentimentos por meio da
palavra falada ou escrita.

Poesia Épica: é marcada pela objectividade, onde são narrados os fatos considerados
importantes para o poeta.

Poesia Dramática: tem como característica a subjectividade e objectividade, com a


opinião do poeta.

5.1.SENTIDO E FORMA DAS PALAVRAS

A semântica é o ramo da linguística que estuda os significados e/ou sentido dos


vocábulos da língua. Do grego, a palavra semântica significa “sinal”. De acordo com
duas vertentes, “sincrónica” e “diacrónica”, a semântica é dividida em:

Semântica Descritiva: denominada de semântica sincrónica, essa classificação


indica o estudo da significação das palavras na actualidade.

Semântica Histórica: denominada de semântica diacrónica, se encarrega de estudar o


significado das palavras em determinado espaço de tempo.

5.1.1.SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Os sinónimos: designam as palavras que possuem significados semelhantes.


Ex.: andar = caminhar; usar = utilizar; fraco = frágil.

Os antónimos: designam as palavras que possuem significados contrários. Ex.:


claro ≠ escuro; triste ≠ feliz; bom ≠ mau.

5.1.2.PARONÍMIA E HOMONÍMIA

Homónimos: são palavras que ora possuem a mesma pronúncia, (palavras


homófonas), ora possuem a mesma grafia (palavras homógrafas), entretanto, possuem
significados diferentes.

São chamados de "homónimos perfeitos", as palavras que possuem a mesma


grafia e a mesma sonoridade na pronúncia. Ex.: O pelo do cachorro é curto. // Pelo
caminho da vida. // Tenho que chegar cedo // Cedo meu lugar aos idosos.

Parónimos: são aquelas palavras que possuem significados diferentes, porém se


assemelham na pronúncia e na escrita. Ex.: soar (produzir som nasal) e suar (transpirar);
acento (sinal gráfico) e assento (local para sentar).

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5.1.3.POLISSEMIA

A polissemia: representa a multiplicidade de significados de uma palavra que


com o decorrer do tempo adquiriu um novo significado, entretanto, ainda se relaciona
com o original. Ex.: A menina quebrou a perna no acidente. // A perna da cadeira é
marrom. // Que letra ilegível! // A letra dessa canção é muito bonita.

5.1.4.CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

A conotação: designa o sentido virtual, figurado e subjectivo da palavra,


alargando o seu campo semântico. Assim, depende do contexto. Na maioria das vezes, a
conotação é utilizada nos textos poéticos com o intuito de produzir sensações no leitor.

A denotação: designa o sentido real, literal e objectivo da palavra. Ela explora


uma linguagem mais informativa, em detrimento de uma linguagem mais poética
(conotativa).

Exemplos: Ele foi um cara de pau! (sentido conotativo). // Não foi aquele cara
que te pediu informação ontem? (sentido denotativo). // Agiu como um porco. (sentido
conotativo). // No sítio do meu avô há um porco. (sentido denotativo).

5.2.PARTICÍPIO REGULAR E IRREGULAR

O particípio é uma das formas nominais, tal como o infinitivo e o gerúndio. São
formas nominais porque podem substituir um nome; o particípio, por exemplo, pode ser
usado como adjectivo. Ex.: Finalmente, foi absolvido! // Fico grato pelo seu apoio.

Muitos verbos apresentam duas formas de particípio (ou duplo particípio), o


particípio regular e o particípio irregular. São, assim, chamados de verbos abundantes,
pelo fato de apresentar mais do que uma forma aceitável de utilização. Ex.: Aceitar:
aceitado e aceito. // Acender: acendido e aceso. // Submergir: submergido e submerso.
Cativado = Particípio regular; Cativo = Particípio irregular.

As formas irregulares, ou reduzidas, combinam com os verbos auxiliares (ser) e


(estar). Ex.: O trabalho seria feito pelo grupo. // As luzes estão todas acesas.

5.3.CONJUGAÇÃO PERIFRÁSTICA E PRONOMINAL

Conjugação perifrástica: é aquela que utiliza mais de um verbo para expressar


a ideia. Ela é formada por um verbo principal no infinitivo ou no gerúndio e um verbo
auxiliar. Os verbos auxiliares mais utilizados nas conjugações perifrásticas são:
(começar, ter, ir, haver, dever, estar, continuar, acabar).

A conjugação perifrástica pode ser formada de duas formas:

1) Verbo auxiliar + gerúndio do verbo principal Ex.: Estou começando a entender


melhor o mundo.

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2) Verbo auxiliar + preposição + verbo principal no infinitivo Ex.: Depois de reflectir,
ela acabou por mudar de curso.

3) Verbo auxiliar + infinitivo Ex.: João pode sair do hospital ainda hoje.

Os Verbos Pronominais: são verbos que vêm acompanhados de pronome


oblíquo (me, te, se, nos, vos, se). Ex.: pentear-te; sentar-se; zangarmo-nos; abraçar-vos;
lembrarem-se. Os verbos pronominais podem ser:

Essenciais: São aqueles verbos que necessitam de pronome para serem


conjugados. Ex.: Não me arrependo do que faço! // Queixam-se de dores de barriga. //
Sentou-se e começou a trabalhar. // Zangamo-nos quase todos os dias.

Acidentais: São aqueles que não necessariamente tem de ser acompanhados por
pronomes. Ex.: Penteou-se e foi dormir. // Penteou todas as bonecas e foi dormir. //
Enganou a namorada e saiu sozinho. // Enganei-me novamente...

6.TEXTO EXPLICATIVO

O texto expositivo: é um tipo de texto que visa a apresentação de um conceito


ou de uma ideia. No texto expositivo, o objectivo central do locutor (emissor) é
explanar sobre determinado assunto, a partir de alguns recursos linguísticos, tais como:

 Conceituação: exposição dos conceitos relacionados a um determinado tema.


 Definição: explicação e definição sobre os temas relacionados com o assunto
abordado.
 Descrição: análise mais pormenorizada de aspectos referentes ao tema.
 Comparação: relação entre dois ou mais conceitos distintos e que podem se
complementar.
 Informação: reunião de conhecimentos e dados relacionados com o tema.
 Enumeração: ordenação dos itens essenciais relacionados com o tema abordado e
especificação de cada um deles.

De acordo com seu objectivo central, os textos expositivos são classificados em


dois tipos:

Texto expositivo-argumentativo: Nesse caso, além de apresentar o tema, o


emissor foca nos argumentos necessários para a explanação de suas ideias, recorrendo a
diversos autores e teorias para comparar, conceituar e defender sua opinião.

Texto expositivo-informativo: Nesta ocasião, o objectivo central do emissor é


simplesmente transmitir as informações sobre determinado tema, sem grandes
apreciações e, por isso, com o máximo de neutralidade.

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7.TEXTO ARGUMENTATIVO

Texto argumentativo é aquele que tem como principais características defender


uma ideia, hipótese, teoria ou opinião e o objectivo de convencer o leitor para que
acredite nela. Tem uma estrutura bem definida: apresenta sua tese e depois a defende.
Há várias formas de se argumentar em um texto. Os três principais tipos de
argumentação utilizados são:

Argumento de autoridade: é quando o autor do texto utiliza alguma frase,


citação ou ideia de outra pessoa ou instituição de pesquisa, que ajude a embasar e
fundamentar a opinião defendida;

Argumento de comprovação: é o tipo de argumento que utiliza dados,


estatística e notícias que ajudem a comprovar a veracidade da opinião defendida no
texto;

Argumento por raciocínio lógico: é quando o autor do texto encontra um ponto


lógico, que deixa óbvio e claro o porquê de defender aquele ponto de vista.

A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de introdução,


desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada uma dessas partes, por sua vez tem
função distinta dentro da composição do texto:

Introdução: é a parte do texto argumentativo em que apresentamos o assunto de


que trataremos e a tese a ser desenvolvida a respeito desse assunto.

Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita, correspondendo aos


desdobramentos da tese apresentada. Esse é o coração do texto, por isso, comummente
se desdobra em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação em defesa da
tese geral do texto corresponde a um parágrafo.

Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese central, agora já


respaldada pelos argumentos desenvolvidos ao longo do texto.

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