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✓ Chamamos de texto tudo aquilo que COMUNICA – que possui


SENTIDO.

✓ Os textos podem se apresentar de forma verbal (escrito ou


falados) ou não verbal (em forma de imagens ou sons). Eles são
agrupados de duas formas distintas: em gêneros e em tipologias.
TIPOLOGIA TEXTUAL

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato


presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre
determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual
visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que
acabamos de conhecer ou ver.

É de fundamental importância sabermos classificar os textos


dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso,
precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
TIPOLOGIA TEXTUAL

• Narração;
• Descrição;
• Dissertação;
• Exposição;
• Injunção.
Narração – é a modalidade de redação na qual contamos um ou
mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar,
envolvendo certos personagens.

Descrição – é o tipo de redação na qual se apontam as


características que compõem um determinado objeto, pessoa,
ambiente ou paisagem.

Dissertação – é o tipo de composição na qual expomos ideias


gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as
comprovem.
Exposição - tem como função principal INFORMAR. Quem
escreve um texto expositivo tem como objetivo EXPLICAR um
tema para o seu interlocutor. Usamos a tipologia expositiva para:
esclarecer um conceito, apresentar um problema e soluções,
analisar diferentes explicações e implicações sobre
fenômeno. Ex. Artigo um seminários.
palestras,
Científico,
Injunção - indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem
objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados
no modo imperativo, porém nota-se também o uso
do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo.
Ex: Receitas manuais, leis, bula de remédio
culinárias, convenções, regra e ,
s eventos)
.
NARRAÇÃ
O
Características da
narração
Narração é o relato dos fatos ordenados em
sequência lógica com inclusão de personagens.

São elementos fundamentais da narração: o fato,


o episódio ou o incidente (O que?); a personagem ou
personagens envolvidos nela (Quem?)
Ocorre, contudo, a presença facultativa de outras
circunstância, seguindo o seguinte esquema:

Como? Modo como se desenvolvem os


Onde? fatos Local ou locais de ocorrência
Quand Tempo, epóca e momento em que se deu o
o? Por fato Causa ou motivo do acontecimento
quê? Consequência ou resultado
Por
isso.
Estrutura da
Narração
Uma Narração contém as seguintes partes:

Introdução ou Exposição: é uma apresentação do assunto ou tema, geralmente


coincide com o começo da história; é o momento em que o narrador apresenta
os fatos iniciais, as personagens e, às vezes, o tempo e o espaço.

Complicação: é o desenrolar dos acontecimentos, ação das personagens ou


conflito entre personagens e situações

Clímax: é o auge do conflito, o ponto culminante da história ou o suspense da


narrativa

Desfecho: é a resolução do conflito, é a conclusão da história, pode ser


surpreendente, trágica, cômica e corresponde ao final da história.
Narraçã
o
“Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo
e o irmão caminhavam pela rua mal iluminada
que conduzia à sua residência. Subitamente foram
abordados por um homem estranho. Pararam,
atemorizados, e tentaram saber o que homem
queria, receosos de que se tratasse de um assalto.
Era, entretanto, somente um bêbado que tentava
encontrar, com dificuldade, o caminho de sua
casa.”
Temp
Cronológico (histórico)
o
•Chamado também de linear, diacrônico, é mensurável e segue a organização do dia-a-dia. Tem
o ritmo do calendário ou do relógio e pode, muitas vezes, ser apontado por situações
adverbiais: à noite, naquela manhã, no outono de 1997. Outros índices temporais podem ser
levados em consideração: durante a adolescência, por um instante.

Psicológico (interior ou pessoal)


•Decorre "dentro" das criaturas. E sempre imaterial, não mensurável, particular. A única
maneira de medi-lo é através das associações com a duração dos sentimentos.
Exemplo do cotidiano: Você marca um encontro, o primeiro, com quem ama, às 7 da noite. Às
cinco em ponto você já tomou banho, escolheu a roupa. Olha o relógio que não move os
ponteiros. Estas duas horas que separam vocês serão infinitamente longas, embora o tempo real
tenha sido marcado nos relógios de maneira idêntica a todas as horas.
Um outro exemplo: sentado(a) na carteira do vestibular, com a aflição das inúmeras questões
pela frente, seu relógio voa quatro horas são céleres demais.
Espaç
o
• Nenhuma personagem, em qualquer tipo de narrativa,
está solta no espaço. A especialidade existe sob a
forma de ambiente onde se insiram as personagens. E
numa classificação simplista, podem ser qualificados;
de abertos (o campo, uma praça) e fechados (uma
casa, um cômodo, uma sala). Os espaços, muitas vezes,
singularizam as criaturas.
Espaço Físico ou
Geográfico
• É o lugar onde acontecem os fatos que envolvem as
personagens: uma rua movimentada, uma cidade, um
cinema, uma escola, um cômodo de uma casa, etc. O
espaço.
• O espaço pode ser descrito detalhadamente ou suas
características podem aparecer diluídas na narração.
Espaço Social
(ambiente)
• É o espaço relativo às condições socioeconômicas,
morais e psicológicas que dizem respeito às
personagens. O espaço social situas as personagens na
época, no grupo social e nas condições em que se
passa a históira.
Açã
o
• Muito cuidado para não confundir ação com enredo,
história ou argumento narrativos. Podemos definir
ação como uma sequência de acontecimentos na
narração e, como se encadeiam numa ordem natural
de causa e efeito, acabam por formar o todo de
que
se alimenta a história.
Dessa forma, um de ações feitas
conjunto pelas personagens, encadeadas
recebidas ou entre
si, geram o enredo.
Personagens principais e
secundárias
a)Protagonistas - sustentam, servem como eixo, para todos os fatos inerentes à
narrativa.

b)Antagonistas - designação atual para o antigo vilão. Cabe a elas impedir, dificultar,
atormentar a "vida" das personagens protagonistas. Como observação, seria bom
lembrar que as antagonistas não precisam ser propriamente pessoas; às vezes, são
representadas por sentimentos, grupos sociais, peculiaridades de ordem física,
psicológica ou social dos indivíduos e até podem representar instituições. Suponhamos
que você tenha uma história onde dois indivíduos do mesmo sexo se amem e queiram
casar. O antagonista será o Estado, a sociedade, a Constituição que os impedirá de
concretizarem seus desejos.

c)Coadjuvantes – o mesmo que secundárias. Dão suporte à continuidade da história,


intermediando as ações e girando ao redor das principais como seres complementares.
Foco
narrativo
• Ao lermos uma história, há alguém que desempenha
o importante papel de nos contar os fatos ocorridos
nela, não é verdade? Esse alguém se chama narrador,
mas precisamos saber também a forma da qual ele se
utiliza para realizar essa importante tarefa. Pronto!
Descobrimos o que é o foco narrativo, ou seja, a
forma com que o narrador relata o discurso.
Poema tirado de uma notícia de
jornal

“João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro


da Babilônia num barracão sem número”
Uma noite, ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Danço
u
Depois
se
atirou
na
Quem João Gostoso
?

Quando? Uma
noite

O Chegou no bar
que?
Bebeu
Cantou
Danço
u
Depois
se
Por morreu afogado
atirou
isso
na
lagoa
DESCRIÇÃ
O
Descriçã
o

“Sua estatura era alta e seu corpo esbelto. A pele morena


refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados
espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e
jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma
fisionomia calma, que mais parecia uma pintura”.
Descriçã
o

Observe o texto a seguir:

Ele é nojento, asqueroso. Um inseto mesmo. E é tão pequeno, tão


baixo, que ninguém nota sua presença. Mas ele nunca está sozinho.
Iguais a ele existem aos milhões só em sua casa. E, olha, não se
iluda: eles são todos iguais. Totalmente sem escrúpulos, fazem mal a
moças e rapazes, adultos e crianças. Ele é um ser tão desprezível,
que respirar perto dele pode causar até alergia. E sabe o que ele
gosta mais de comer? Restos de pele humana.
DISSERTAÇÃ
O
Estrutura básica da
dissertação
O texto dissertativo, assim como o narrativo e o
descritivo, deve apresentar-se organizado, obedecendo à
seguinte divisão:
Introduçã
o

Serve para preparar o leitor;

Deve estar relacionada com o que se vai
discutir ou expor no desenvolvimento;

Deve ser breve, apenas um parágrafo;

Não deve desviar-se do que estará contido
no desenvolvimento;

Deve ser objetiva, portanto sem rodeios.
Desenvolvimento


É a parte mais significativa da redação;

São apresentados os raciocínios lógicos, a
argumentação, as controvérsias e
deduções;

É a substância do trabalho;

Não pode ser menor que a introdução.
Conclusão


É o fecho da redação;

Nela, o redator pode resumir os pontos de vista;

Apresentar uma síntese das ideias contidas no

desenvolvimento; Não pode ser dispensada;

Deve ser breve e ter caráter

geral; Apenas um parágrafo.
Dissertaçã
o
“Muitos debates tem havido sobre a eficiência do sistema
educacional brasileiro. Argumentam alguns que ele deve ter por
objetivo despertar o estudante a capacidade de absorver
informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a
realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a
compreensão dos problemas sócio-econômicos e que despertasse
no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.”
Tema e Título
Tema: é a ideia sobre a qual o texto deverá ser desenvolvido; é o
assunto sobre o qual se escreverá.

Título: é uma expressão geralmente curta, colocada antes do início


da redação; é uma referência ao assunto de que tratará o texto.

Exemplo:

Tema: As grandes capitais dos Estados brasileiros são depositárias de graves


problemas sociais.
Título: As capitais e os seus problemas
Estruturando uma dissertação: argumentação

Imagine que você queira dissertar sobre o seguinte tema: “O mundo


moderno caminha atualmente para sua própria destruição”

Sua primeira provicência deve ser copiar este tema em uma folha de
rascunho e fazer a pergunta: Por quê?

Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível


resposta para a questão procure recordar-se do que já leu ou ouvir
a respeito dele.
O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente
assunto,
o é que você obtenha duas ou três respostas para a
questão formulada; estas respostas denominam-se
argumentos.

Observe agora que argumentos podemos encontrar para este


tema. Uma possibilidade é pensar que o mundo pode vir a
destruir-se por causa dos inúmeros conflitos internacionais
que tem ocorrido nestes últimos tempos. Assim, já teríamos o
primeiro argumento:
Tem havido inúmeros conflitos
internacionais
Pensando um pouco mais sobre o porquê
de estarmos à beira da destruição,
podemos ter mais dois argumentos:
-
o meio ambiente encontra-se ameaçado por
sério desequilíbrio ecológico;

- permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.


Desta maneira, obtermos o seguine quadro:

Tema: O mundo moderno caminha atualmente para a sua


própria destruição

Porquê? (argumentos)

1.Tem havido inúmeros conflitos internacionais


2.O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério
desequilíbrio ecológico
3.Permanece o perigo de uma catástrofe nuclear
Para elaborar a
introdução, basta copiar o tema
introdução,
e osacrescentar
argumentosa são
ele os
mencionad
argumentos. Na primeiro
Neste
apenas
os. apenas parágrafo
dissertação
informamos vai o assunto de
tratar. que a
Observe:

(tema)
O mundo moderno caminha atualmente para a sua própria destruição,

(argumento 1)
pois tem havido inúmeros conflitos internacionais,

(argumento 2)
o meio ambiente encontra-se ameaçado por série desequilíbrio
ecológico e, além do mais,

(argumento 3)
permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.

No desenvolvimento, cada argumento
deverá ser convenientemente desenvolvido
em parágrafos.


Na conclusão basta só um parágrafo. Nele
deve estar presente novemente o proposto
no início.
Resumindo todos os procedimentos que utilizamos
para construir uma dissertação, chegamos ao
esquema:
TÍTULO

1° Parágrafo: Tema + Argumento 1 + Argumento 2 + Argumento


3

2° Parágrafo: Desenvolvimento do Argumento 1

3° Parágrafo:Desenvolvimento do Argumento 2

4° Parágrafo: Desenvolvimento do Argumento 3

5° Parágrafo: Expressão inicial + reafirmação do TEMA + observação final + proposta de


intervenção
Exposição

O telefone celular
A história do celular é recente, mas remonta ao passado –– e às
telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler
(mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de
Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela
foi casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou
de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela
soube que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido
interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a ideia:
um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o
canal,
para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos
celulares, patenteada em 1940.
Injunção
GÊNERO
TEXTUAL
São as estruturas com que se compõem os textos,
sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são
socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito
parecidas, com características comuns, procuram atingir
intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em
situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das
variadas formas de linguagem que circulam em nossa
sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero
textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser
identificado e diferenciado dos demais através de suas
características.
Notícia: podemos perfeitamente identificar características
narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado
momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos
personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente
descritos.

Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter


dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar
e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem
direta.

Carta ao leitor: é um gênero textual do tipo dissertativo-


argumentativo que possui uma linguagem mais pessoal e leve,
em que se escreve aos leitores.
Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a
o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre
atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes,
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.

Bula de remédio: é um gênero textual descritivo, dissertativo-


expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as
informações necessárias para o correto uso do medicamento.

Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por


objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo
os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no
imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga
corretamente as instruções.
Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que
expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto,
sem a obrigação da presença da objetividade.

Tutorial: é um gênero textual injuntivo que consiste num guia que


tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira
simplificada, como fazer algo.

Entrevista: é um gênero textual dissertativo-expositivo que é


representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o
entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou
do entrevistado ou de algum outro assunto.
História em quadrinhos: é um gênero textual narrativo que
consiste em enredos contados em pequenos quadros através de
diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de
conversação.

Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de


ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de
realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum
acontecimento atual, em sua grande maioria.
Terminologia

GÊNERO MODALIDADE
DISCURSIVA
SUPORTE
DO TEXTO
AMBIENTE
DISCURSIVO
INTERAÇÃO VERBAL
ENUNCIADORES
TEXTUA
NOVELA Narrar Televisão Mídia televisiva Autores
L telespectadores
CRÔNICA Expor / Argumentar Seção coluna de Mídia Escritor leitor
jornal/revista impressa de jornal/revista
jornal/revista
ROMANCE Narrar Livro Indústria literária Escritor leitor
ENTREVISTA Interativo/Dialogal Revista Mídia escrita Jornalista

e entrevistado/leitor
CARTA OFÍCIO Expor/Argumentar Folha Acadêmico escolar Universidade/Escola
papel timbrado oficial Prefeitura
e
envelope
BIOGRAFIA Relatar Livro Indústria Literária Escritor/Leitor

MANUAL DE Instruir Folheto, Indústria-comércio Empresa


INSTRUÇÃO DE folder, livro (mercantil) indústria cliente
TV impresso
CHEQUE Expor/Instruir Talão de cheque Bancária Cliente - banco

EDITORIAL Argumentar/Expor Jornal / Mídia Empresa


revista jornal impresso (jornal/revista) leitor
impressos
NOTICIÁRIO Relatar Jornal TV rádio Mídia Apresentador público

NARRAÇÃO DE Narrar Rádio/TV Mídia esportiva Narrador –


JOGO ouvintes/telespecta-
DE FUTEBOL dores
Gêneros
literários
Gênero Narrativo:
Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o
lírico e o dramático. Nesta classificação, no gênero épico há a presença de um narrador
que fundamentalmente conta a história passada de terceiros. Isso implica certo
distanciamento entre o narrador e o assunto tratado, coisa que não ocorre no gênero
lírico. Os verbos e os pronomes quase sempre estão na 3ª pessoa. Além disso, os textos
épicos pressupõem a presença de uma ouvinte ou de uma plateia, que estaria
escutando o narrador.

Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante
do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com
características diferentes, uma diversidade de gêneros: o romance, a novela, o conto, a
crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos
estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como:
quem? o que? quando? onde? por quê?
Vejamos a
seguir:
• Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram
histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras,
viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de
exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Três belos
exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.

• Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem


definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um
herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma
mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o
separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e,
por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na
Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a
longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de
novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de
Assis, e A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa,


que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto
popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados.
Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccaccio foi o primeiro a
reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil.


As personagens principais são não humanos e a finalidade é
transmitir alguma lição de moral.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com
linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica
indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal,
revistas e programas da TV..

Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos


narrativos e manifestos descritivos.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,


expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo
tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na
defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema
(humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental,
etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas
empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a
cegueira, de José Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke.
Gênero dramático:
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há
um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é
representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas.

Tragédia é a representação de um fato trágico, suscetível de


: compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma
provocar
representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".
Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare.

Farsa: é uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a
sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores
(rindo, castigam-se os costumes). A farsa consiste no exagero do cômico,
graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as
situações ridículas.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento


comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares.
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos
trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real
com o imaginário.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata,


com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos
da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Gênero lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre
corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo
exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
função emotiva da linguagem.

Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo


que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O
emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de
morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça
Roan e Yufa, de William Shakespeare.

Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas,


ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um
bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas
noites nupciais.
Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma
homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à
mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é
uma ode com acompanhamento musical;

Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa


uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá
ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de
desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora),
que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão.
A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a


alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.
Acalanto: ou canção de ninar;

Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição


lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra
ou frase;

Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são


cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão
vocal que se destinam à dança;

Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento


musical;
Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do
oriente médio;

Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira).


E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas
assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso
5 sílabas;

Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois


quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em: a-b-a-b / a-b-b-a /
c-d-c / d-c-d.

Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de


escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.

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