Você está na página 1de 24

SEÇÕES 5, 6 e 7

PROCESSOS DE ENSINO E
APRENDIZAGEM:
PSICOLOGIA ESCOLAR E
EDUCACIONAL

PROFª SANDRA CUNHA


https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZouEyn0obnT8ogwfUBGEpQ_gvURVVVoUzsHk4Z2w
ElBTc4R78xXr86cvzUI3hcSnUgdY&usqp=CAU
Seção 5: Os âmbitos da atividade científica e profissional da
psicologia da educação

Histórico e Formação

No final do século XIX e início do XX, dava-


se ênfase à avaliação psicológica
individual de crianças e adolescentes
suspeitos de serem “deficientes mentais,
físicos ou morais”.

Os primeiros serviços de Psicologia


Escolar foram criados ao final do século
XIX, na França. https://cdn.slidesharecdn.com/ss_thumbnails/03psicologiaeeducaonossahistorianossa
realidade-150727172153-lva1-app6891-
thumbnail.jpg?width=600&height=600&fit=bounds
Psicologia Escolar no Brasil

Samuel Pfromm Netto (apud WECHSLER, 2001)


propõe uma divisão da história da Psicologia
Escolar no Brasil em três partes:
Primórdios: de 1830 a 1940.
Fase essencialmente ligada às escolas normais.
O ensino normal brasileiro foi o primeiro foco
de irradiação de concepções, pesquisas e
aplicações práticas do que hoje denominamos
Psicologia Escolar e/ou Psicologia Educacional.

1938: Foi realizado o primeiro congresso de


https://encrypted-
Psicologia do país, em São Paulo. tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQvRUua8xJf1flD9s2wBSblvsIcgLHLxhqBx6RTNINDlgsreGL-
tKo30nEalbMtenzm7MY&usqp=CAU
Fase universitária do ensino da Psicologia:

de 1940 a 1962 Anterior à criação dos cursos de Psicologia no país. Este


início no Brasil foi marcado por dois tipos de influência:
a)professores provenientes da área da Pedagogia: na falta de psicólogos
formados, pedagogos assumiam as disciplinas de Psicologia Escolar e
Problemas de Aprendizagem, bem como os estágios nesta área.

b) professores estrangeiros ou brasileiros que fizeram sua pós-graduação


no exterior: Nessa época as práticas ora se limitavam a observações de
comportamento com algumas intervenções ora se convertiam em
orientação educacional ou vocacional;
Introdução da Psicologia Escolar no Década de 70: Com a publicação da Lei
currículo de graduação em Psicologia Federal 5.766/71, que trata da criação
dos Conselhos de Psicologia e a
(1962 até dias atuais): consequente obrigatoriedade de
registro para atuação como psicólogo;
Os marcos são o “Primeiro Congresso
Nacional de Psicologia Escolar” Década de 80: A Psicologia Escolar dá
(Valinhos, SP, 1991), a criação da um salto de qualidade ao abandonar o
enfoque clínico em favor do modelo
Associação Brasileira de Psicologia pedagógico.
Escolar e Educacional (ABRAPEE) e a
realização do XVII Congresso Década de 90: Em 1990 é criada a
Internacional de Psicologia Escolar em ABRAPEE (Associação Brasileira de
Psicologia Escolar e Educacional )
1994 na PUCCAMP, em Campinas (SP),
conjuntamente com o II Congresso
Nacional de Psicologia Escolar.
Onde atua a Psicologia Escolar/Educacional?

Os espaços e práticas da Psicologia


Escolar/Educacional incluem, além das escolas,
outras instituições com propostas educacionais,
tais como: clínicas especializadas, consultorias a
órgãos que necessitam de compreensão sobre os
processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi, etc.);
equipes de assessorias com projetos para escolas;
serviços públicos de saúde e educação; trabalhos
de extensão universitária e projetos de pesquisa
em empresas e ONGs, promovendo a educação
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fescoladainteligencia.com.br%
2Fblog%2Fpsicologo-
escolar%2F&psig=AOvVaw34gCKKsZwt22KSeSddqOr2&ust=1679025305495000&source
=images&cd=vfe&ved=0CBAQjRxqFwoTCPDw6-nG3_0CFQAAAAAdAAAAABAE
permanente e a educação no (e pelo) trabalho.
A atuação do psicólogo escolar/educacional deve
estar embasada em uma teoria científica que
direcione suas decisões na instituição educacional.
Há diversas “escolas” ou “linhas” de Psicologia e
cada profissional opta por se apoiar em uma ou em
algumas delas. As circunstâncias particulares de
cada escola podem vir a determinar a opção por
uma ou outra “linha”.
Para fins de esclarecimento de professores,
orientadores e diretores, seguem simplificadamente
conceitos básicos de algumas das linhas de
pensamento mais utilizadas atualmente.

https://www.dorcronica.blog.br/web/wp-content/uploads/2021/11/quando-a-biologia-e-
a-psicologia-se-unem-para-gerar-uma-doenca.jpg
QUAIS SÃO ESSAS ABORDAGENS ?
Psicodrama Sistêmica

Psicodrama é o de que representar papéis tem um A abordagem Sistêmica leva em conta as relações
poder terapêutico, uma vez que permite que as e interações no ambiente escolar: professor-
pessoas vivenciem os seus dramas internos e reflitam aluno, aluno-aluno, funcionário-aluno, pai-filho,
sobre as possíveis soluções para quebrar padrões pais-professores, comunidade-escola; sendo que
repetitivos de conduta, conseguindo dar novas cada um desses elementos ou partes é um “sub-
respostas para as situações da vida, inclusive na sistema”.
escola. Psicanálise
Behaviorismo ou Teoria Comportamental O trabalho educativo orientado pela Psicanálise
A abordagem comportamental trabalha com reconhece a individualidade de cada aluno e que
modificações de comportamento utilizando-se de não existe modelo único, nem um sistema fixo de
técnicas próprias. representações.

Neuropsicologia Gestaltpedagogia

Na escola, a Neuropsicologia pode ser de grande ajuda A premissa básica da Psicologia da Gestalt é que a
para organizar programas de estimulação das crianças natureza humana é organizada em partes ou
de modo a desenvolver as inteligências múltiplas dos todos, formando um todo significativo.
estudantes.
O sistema escolar convencional demonstra
a necessidade de se efetivar um modelo que
ofereça condições de desenvolvimento
global não só dos alunos, mas também de
todos os envolvidos com educação. Este
novo modelo deve inserir diferentes
diretrizes pedagógicas, que enfatizem o
desenvolvimento da personalidade – dentro
dos quatro pilares da educação para o
Século XXI – e a conscientização do
indivíduo quanto a seu contato com o meio. https://lorenadiazpuratic.files.wordpress.com/2018/03/padre-maestro.jpg
https://jrcristofani.com/images/artigos/cristofani-os-quatro-pilares-da-educacao.png
Segue abaixo referências para leituras:
Manual de psicologia escolar - educacional / Ana Maria Cassins [et al.]. - Curitiba: Gráfica
e Editora Unificado, 2007.
https://crppr.org.br/wpcontent/uploads/2019/05/157.pdf

Psicologia escolar e educacional: história, compromissos e


perspectivas
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cap/v6n11/v6n11a08.pdf
SEÇÃO 6: Visão transdisciplinar na formação do psicólogo escolar

É necessário conhecer a “visão


transdisciplinar na formação do
Psicólogo Escolar”, referindo-se à
questão da heterogeneidade e
pluralidade de aspectos que envolvem
os objetivos, fenômenos e processos,
levando à compreensão e explicação dos
mesmos em diferentes linguagens.

https://www.infoescola.com/wp-
content/uploads/2010/03/interdisciplinaridade.jpg
O que isso significa?

A construção da postura transdisciplinar


pode proporcionar esta inovação:
psicólogos, professores, coordenadores,
juntamente com as famílias,
vislumbrando objetivos comuns traçam
planos de atuação de forma que cada
um dos integrantes das equipes possam
avaliar, confrontar, sugerir e argumentar
sobre a proposta do outro.
http://medicosunidos.files.wordpress.com/2013/07/teamwork.png
Para diversas autoras (Tanamachi & Meira,
2003; Maluf, 2007; M. Souza, 2009), o
psicólogo escolar tem sido tratado como
aquele que “resolve problemas” da escola,
mais especificamente com foco nos alunos
que “não aprendem”. Neste sentido, a
superação das práticas descontextualizadas
necessita de profissionais que tenham
clareza quanto às bases teóricas e práticas
capazes de compreender os problemas
educacionais, de forma concreta e
comprometida.
https://institutoinclusaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2019/05/psic%C3%B3logo-escolar.jpg
Para Meira (2003), precisamos romper
com a imagem do psicólogo escolar
como um técnico “e pensá-lo com um
elemento mediador que – junto com
educadores, alunos, funcionários,
direção, famílias e comunidade –
poderá avaliar criticamente os
conteúdos, métodos de ensino e as
escolhas didáticas que a escola faz como
um todo”.
http://2.bp.blogspot.com/-
vPFfcr7lTI0/TpWQBEWL7UI/AAAAAAAAAG4/S8cqP4B0xKk/s280/org.+apr..jpg
Segue abaixo referências para leituras:
Manual de psicologia escolar - educacional / Ana Maria Cassins [et al.]. - Curitiba: Gráfica
e Editora Unificado, 2007.
https://crppr.org.br/wpcontent/uploads/2019/05/157.pdf

ARTIGO:
O psicólogo e as demandas escolares - considerações sobre a formação continuada

https://www.scielo.br/j/pee/a/DbkMZnLCZgmdHVNxsZ5vRgP/?format=pdf&lang=pt
Na seção 7: As queixas e escolares
Diariamente as escolas brasileiras
encaminham alunos para serviços
especializados de saúde, com destaque para
o atendimento psicológico. As crianças
encaminhadas tendem a possuir um perfil
comum: geralmente há mais meninos do que
meninas; suas idades variam entre 7 e 10
anos e costumam estar nos anos iniciais da
escolarização. Também as queixas em
relação a tais crianças, embora variadas,
possuem um padrão comum: as relativas à
aprendizagem atingem meninas e as de
comportamento, os meninos (SOUZA, 2002;
https://1.bp.blogspot.com/-r5XLUlLzNqw/Xi2HY-
SOUZA, 2007). W3IcI/AAAAAAAADUc/LxriL6jdC5Em9HbFQwwvk1KL0_8BHm7TACLcBGAsYHQ/w1200-h630-p-k-no-
nu/encaminhamento-queixa-escolar-psicologia-saude-mental.jpg
VAMOS APRESENTAR DOIS
CASOS:

A partir desse perfil, proponho que


imaginemos dois casos de crianças
cujos comportamentos podem ser
considerados como típicos do
encaminhamento por queixa escolar.

https://img.freepik.com/vetores-premium/menino-pensando-uma-bolha-com-sinal-
de-pergunta-isolado-em-um-fundo-branco-ilustracao-vetorial_181870-234.jpg
Caso 1: Um menino de 6 anos, aqui
chamado C., foi encaminhado pela escola
para um psicólogo a partir das seguintes
queixas: não faz a lição de casa nem em
sala de aula; não para quieto na sala de
aula; desafia a professora e ri quando ela
fica irritada; perturba as meninas durante
a aula e no recreio; desobedece na escola
e em casa; inventa histórias e fala o dia
inteiro, até mesmo quando está sozinho.
https://www.lwsite.com.br/uploads/widget_image/image/698/825/698825/05-03-
2012-184210-140303362Wavebreak-Mediamat.jpg
Caso 2: F. é um menino de 9 anos
que possui as seguintes queixas
escolares: vive no “mundo da lua”;
não faz lição de casa nem na escola;
distrai-se com qualquer coisa; é
“bonzinho” e todos se preocupam,
pois não consegue aprender;
mesmo quando estuda, na hora da
prova esquece tudo e acaba tirando
notas baixas.
https://docplayer.com.br/docs-images/116/219752279/images/64-1.jpg
Seriam tais comportamentos resultados de
condições patológicas que justificariam o
encaminhamento para tratamento psicológico?
Na perspectiva defendida nesse
CONTEXTO, apostamos que NÃO. E
insistimos que o que sabemos sobre os
dois casos acima pouco nos informa sobre
a complexidade de cada uma das crianças.
Descritas apenas a partir de olhares
estanques que as negativam (SARAIVA,
2007), o retrato é o estereótipo da
“criança com problemas de
comportamento”.

https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSial7_zAMAohiaqjTYuWP9OZ-8-
ZootPKqex1XDIvbclNhSYUGteqaxoKplYZ1K_6bcvs&usqp=CAU
O olhar e a linguagem determinam
caminhos! Assim sendo, os procedimentos
tradicionais de investigação são
individualizantes: sustentam-se na
entrevista de anamnese com pais e
aplicação de testes psicológicos de
inteligência, motricidade e personalidade,
que conduzem quase que invariavelmente
à conclusão de que tais crianças precisam
de psicoterapia ou psicopedagogia
(FRELLER, 1997).
https://cdn.24.co.za/files/Cms/General/d/10863/93c0d2f734cc483bb6188f7fcb5f621c.jpg
Segue abaixo referências para leituras:

LIVRO:

Conversações em Psicologia e Educação Comissão de Psicologia e Educação do CRP-RJ [org.]. Rio de


Janeiro: Conselho Regional de Psicologia 5ª Região, 2016

http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/10/livro_psicologia_educacao.pdf
Pág. 13

Você também pode gostar