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TIPOLOGIA

NARRATIVA
Esse tipo de composição textual se constitui a
partir de uma história (real ou imaginária),
contada por alguém (narrador), sendo uma
sequência de fatos/ações desencadeados(as)
por personagens envolvidas numa trama,
culminando num clímax e se esclarecendo no
desfecho. Nesse texto, conta-se um fato que
ocorreu (ou que poderia ter ocorrido, no caso
da ficção) em determinados tempo e lugar,
envolvendo personagens.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA
NARRAÇÃO:

✓ Enredo (ação);
✓ Personagem(ns);
✓ Tempo;
✓ Espaço (ambientação);
✓ Foco narrativo (de 1ª ou 3ª pessoa), isto
é, a perspectiva a partir da qual se conta
a história.
✓ Os discursos (direto, indireto ou indireto
livre) que representam as falas da
personagem.
ENREDO
O enredo é o tema ou o assunto da história que
pode ser contada de maneira linear ou não
linear.
Tem também o enredo psicológico focado nos
pensamentos dos personagens. A história pode
ser narrada de maneira cronológica, seguindo a
ocorrências das ações.
PERSONAGENS
Conforme a sua importância, os personagens
são classificados em principais e secundários.
Os principais são chamados de protagonistas,
enquanto os secundários são coadjuvantes.
TEMPO
Toda narração tem um tempo que determina o período em
que a história se passa.
Ele pode ser cronológico, quando segue uma ordem dos
acontecimentos, ou psicológico, que não segue uma
linearidade dos fatos, sendo um tempo interior que ocorre
na mente dos personagens.
Nesse último caso, ele mistura passado, presente e futuro
seguindo, portanto, o fluxo de pensamentos dos envolvidos
na trama.
Note que as expressões de tempo utilizadas indicam essa
marcação, por exemplo: hoje, no dia seguinte, na semana
passada, naquele ano, etc.
ESPAÇO
O espaço da narrativa é o local onde ela se
desenvolve. Ele pode ser físico ou mesmo
psicológico.
No primeiro caso, o local onde se passa a história é
indicado seja uma fazenda, uma cidade, uma praia,
etc. São classificados em espaços fechados (casa,
quarto, hospital, etc.) ou abertos (ruas, vilas,
cidades, etc.).
Já o espaço psicológico é o ambiente interior de um
personagem, ou seja, não há um espaço físico que
seja revelado. Portanto, nesse caso, a história é
narrada num fluxo de pensamentos, de sentimentos.
NARRADOR
Há três tipos de narrador. É esse elemento que determina o
foco narrativo, ou seja, a perspectiva da história.
Narrador Personagem: ele faz parte da história contada.
Nesse caso, a narração é feita na 1ª pessoa do singular
(eu) ou do plural (nós).
Narrador Observador: ele não faz parte da história,
apenas a observa. A narração é feita na 3ª pessoa do
singular (ele) ou do plural (eles).
Narrador Onisciente: ele conhece todos os detalhes da
narração: o presente, o passado e o futuro da história, além
do que os personagens e os seus pensamentos. Na maior
parte das vezes a narração é feita na 3ª pessoa, por vezes,
na 1ª.
ESTRUTURA DA NARRATIVA
A narração segue a seguinte estrutura:
APRESENTAÇÃO: é parte introdutória, em que as
principais características do contexto são
apresentadas, tais como as personagens, o lugar e o
período de tempo.
DESENVOLVIMENTO: é a parte que apresenta a
sucessão de acontecimentos.
CLÍMAX: é a parte mais emocionante em virtude de
ser o momento em que algo é revelado.
DESFECHO: é parte conclusiva, a partir de quando
são tomados os rumos finais da narração.
DISCURSOS DIRETO,
INDIRETO E INDIRETO LIVRE

DISCURSO DIRETO
O discurso direto caracteriza-se por ser aquele em que o narrador reproduz as
palavras de outra pessoa ou personagem. Um discurso direto pode aparecer no meio
do texto. Para isso, utiliza recursos de pontuação como uso das aspas, dois pontos ou
travessão, para demonstrar que a fala é de outrem.
Esse tipo de discurso normalmente utiliza verbos de elocução, que apresentam relação
com o verbo "dizer" como falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar,
dentre outros.

Exemplos:
• Na cerimônia de colação de grau, os formandos em Direito disseram: "Prometo
cumprir meus deveres e defender com firmeza e honestidade."
• Da sala do juiz, todos ouviram o réu dizer: "Sou inocente, juro!".
• Com desejo de comer pizza, Rafael decidiu pedir uma pelo telefone:
— Pizzaria Aqui tem Pizza, alô, quem fala?
— Alô, boa noite! É o Rafael. Com quem eu falo?
DISCURSO INDIRETO
No discurso indireto o interlocutor diz o que a outra pessoa ou
personagem falou. Ele o faz com as suas próprias palavras.
É o tipo de discurso comum no dia a dia, narrado na terceira
pessoa, que dispensa o uso de travessão.

Exemplos:

• Na cerimônia de colação de grau, os formandos em Direito


disseram que vão cumprir seus deveres defender com firmeza e
honestidade.
Da sala do juiz, todos ouviram o réu jurar que era inocente.
• Rafael estava desejando comer uma pizza e decidiu ligar para a
pizzaria. Do outro lado da linha, alguém atendeu e perguntou
quem estava falando. Rafael se apresentou e perguntou também
com quem ele estava falando.
DISCURSO INDIRETO LIVRE

O discurso indireto livre é caracterizado pela junção dos


discursos direto e indireto. Assim, há intervenções do narrador
e da fala dos personagens.
Nesse tipo de discurso as falas dos personagens e do
narrador podem ser confundidas quando não existirem marcas
para mostrar a mudança do discurso. Isso porque no discurso
indireto livre, diferentemente dos outros discursos, não há
indicações de separação da fala do narrador da fala da
personagem, que são feitos por meio de verbos de elocução,
conjunções ou sinais de pontuação.
No discurso indireto livre o narrador assume o lugar da
outra pessoa do discurso, assumindo sentimentos e
pensamentos, inserindo-os na sua própria narrativa.

Exemplos:
• João fez o que julgava importante. Não estava arrependido,
mas senti um alívio. Talvez não tenha sido suficientemente
justo com os seus sentimentos.
TIPOS DE NARRATIVA

Dentre os tipos de narrativa, citamos:

Conto: narrativa curta que gira em torno de um acontecimento


real ou fictício.
Crônica: narrativa informal que tem como tema o cotidiano.
Fábula: narrativa que transmite mensagem de cunho moral.
Novela: narrativa longa que se desenvolve em torno de um
personagem principal.
Romance: narrativa longa que envolve várias tramas.
BAKHTIN, Mikail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
_______. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros
textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005

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