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A CAUSA DA CHUVA

(MILLOR FERNANDES, Fábulas Fabulosas)

Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam
que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma conclusão.

– Chove só quando a água cai do teto do meu galinheiro, esclareceu a galinha.

– Ora, que bobagem! disse o sapo de dentro da lagoa. Chove quando a água da lagoa começa a
borbulhar suas gotinhas.

– Como assim? disse a lebre. Está visto que chove quando as folhas das árvores começam a
deixar cair as gotas d’água que tem dentro.

Nesse momento começou a chover.

- Viram? gritou a galinha. O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!

– Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? disse o sapo.

– Mas, como assim? tornava a lebre. Parecem cegos? Não vêem que a água cai das folhas das
árvores?

Percebe-se claramente que a causa principal da inquietação dos animais era:

b.(   ) a falta de chuva        

O sapo achou que o esclarecimento feito pela galinha era:

   ) correto       b.(   ) aceitável     c.(   ) absurdo     d.(   ) científico

A atitude da lebre diante das explicações dadas pelos outros animais foi de:

a.(   ) dúvida interrogativa              b.(   ) aceitação resignada      

c.(   ) conformismo exagerado        d.(   ) negação

A fábula de Millôr Fernandes é uma afirmativa de que:

a.( ) as pessoas julgam os fatos pela aparência

b.( ) cada pessoa vê as coisas conforme o seu estado e seu ponto de vista

c.( ) todos tem uma visão intuitiva dos fenômenos naturais

d.( ) o mundo é repleto de cientistas


Toda fábula encerra um ensinamento. Podemos sintetizar o ensino desta fábula através da
frase:
a.(   ) A mentira tem pernas curtas.
b.(   ) As aparência enganam.
c.(   ) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
d.(   ) Não julgueis e não sereis julgados.

7°ano

OS GNOMOS E O SAPATEIRO

Era uma vez um sapateiro tão pobre, tão pobre, que só lhe restava couro para um único
par de sapatos. Certa noite, quando ia começar a fazê-lo, sentiu-se cansado. Apenas recortou
uma tira de couro e deixou para terminar o serviço no dia seguinte.

De manhã, quando voltou para a mesa de sua oficina, encontrou o par de sapatos
prontinho. Apanhou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia
confeccionado, mas não conseguiu: era um verdadeiro mistério. Intrigava-o ainda mais o fato
de que aquele par de sapatos era o mais perfeito que ele já tinha visto.

O sapateiro ainda estava parado, pensando, com o par de sapatos na mão, quando um
freguês entrou em sua oficina. O homem apaixonou-se pelos sapatos e fez questão de comprá-
los imediatamente. Peter, o sapateiro, não desejava vende-los; queria primeiro descobrir
como haviam aparecido em sua mesa. Mas o freguês lhe ofereceu tanto dinheiro pelos sapatos
que ele terminou concordando em vendê-los.

Peter usou o dinheiro para comprar mais couro. À noite, cortou o material e foi se deitar.

No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa: os sapatos apareceram prontos e em seguida


veio um freguês que os comprou por um preço altíssimo.

E, assim, os dias se passavam e o sapateiro se tornava cada vez mais rico. Até que Heidi, sua
mulher, sugeriu:

─ Precisamos descobrir o que está acontecendo! Em vez de ir dormir, vamos nos esconder
atrás da porta e espiar.

À meia-noite em ponto surgiram dois graciosos gnomos, completamente nus. Sentaram-se na


mesa de Peter com tanta rapidez que ele e sua mulher não conseguiam enxergar os
movimentos de suas mãos.

Heidi ficou encantada com os gnomos:

─ Eles nos ajudaram, agora estamos ricos! ─ disse. ─ Mas os dois homenzinhos estão com frio!
Isso não é justo! Vou costurar roupinhas lindas para eles.

E assim o fizeram. Naquela noite colocaram as roupinhas ao lado do couro, e se esconderam.


Os homenzinhos adoraram o presente.

Desse dia em diante, os dois gnomos nunca mais voltaram, mas mesmo assim Peter, Heidi e os
filhos viveram felizes para sempre.

contos de Grimm: Jacob e Wilhelm Grimm.


Quais são os personagens principais da história?

      Peter, Heidi e os gnomos.

Em que lugar se passa a história?

Sapataria

3) "Apanhou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia


confeccionado, mas não conseguiu: era um verdadeiro mistério." a) Quem, na verdade, fazia
os sapatos durante a noite?

gnomos

O gênero conto se caracteriza por narrar fatos mágicos, indique quais das características
abaixo estão presentes no texto e assinale a alternativa correta:

( )Apresenta vilões e heróis em luta.

( ) Geralmente apresenta final feliz.

( ) Inicia-se com “Era uma vez”.

( ) Narra fatos que acontecem no mundo da fantasia, envolvendo personagens dotadas de


poderes mágicos.

FVVV

Por que, os gnomos resolveram ajudar o sapateiro?

os gnomos ficaram compadecidos da dificuldade financeira que estavam enfrentando Heidi e


Peter e resolveram ajudá-los.

PORQUE Heidi e Peter estavam cansados

Porque Heidi e Peter não faziam os apatos corretamente

Porque os gnomos queriam dinheiro

8° ano

Medo

Tudo calmo. Archimedes estava só, em casa. Quando chegou, avistara um bilhete sobre a
mesa, próximo à cesta de frutas.

“Filho, seu pai e eu precisamos viajar. Sua avó não está passando bem. Há comida pronta no
freezer, aqueça no micro-ondas. Na geladeira tem leite e iogurte. Ah! Verduras também! Não
te esqueças de colocar o relógio para despertar. Nada de “perder” a hora. Voltamos logo. Beijo
de seu pai e sua mãe. Te amamos”
A casa era toda sua! Ninguém para mandá-lo tomar banho, escovar os dentes, dormir cedo,
bom demais! Os pais se esqueciam de que ele já não era um menino, que tinha vinte anos.
Grande foi a tentação de convidar os amigos e fazer uma festança! Havia comida, os amigos
podiam trazer a bebida. Nem entrariam na casa, a bagunça seria do lado de fora à beira da
piscina. Chegou a pegar o celular para convidar os amigos, mas a razão aconselhou que era
uma péssima ideia. Como iria fazer uma festa sem deixar vestígios e sem que a empregada
desse com a língua nos dentes?

– Sem chance! – concluiu. – Melhor aquietar o facho.

Andou pela casa, preparou um lanche e o silêncio despertou-lhe a vontade de ler. Por que não
terminar a leitura daquele livro de Edgar Allan Poe, cheio de mistérios? Procurou por entre a
bagunça que era seu quarto. De posse, daquele que seria seu companheiro por algumas horas,
rumou para a sala disposto a escachar-se no sofá, onde só era permitido sentar-se. Pés sobre
ele, nem pensar! Sua mãe quase tinha um ataque de nervos toda vez que o via, ou ao pai,
tirando um cochilo sobre o mesmo. Era caro demais, dizia ela, para que o fizessem de cama.

Iniciou a leitura por “Berenice”. A história era por demais envolvente, a sensação de medo
traduzia-se em aumento de adrenalina, o que só ratificava sua preferência pelo autor.

Um forte ribombo acompanhado de um risco luminoso cortando o céu, anunciava mudança no


tempo. Uma chuva forte estava a caminho, bem próxima. “Atmosfera perfeita”, pensou.
Levantou-se para fechar a janela que havia deixado aberta e constatou que o céu estava
estrelado. Intrigado, voltou ao sofá para iniciar a leitura de outra história.

Tão logo se acomodou, despertou-lhe a atenção uma pequena caixa vermelha sobre o
aparador que ficava próximo à janela.

– São os dentes de Berenice – murmurou, em tom irônico.

Nem bem abriu o Edgar Allan Poe, a porta da sala fechou-se com um estrondo, e uma lufada
de vento invadiu o cômodo, revirando a toalha da mesa e o jornal que o pai havia deixado
sobre o aparador.

– Archimedes, por quê? Eu te amo tanto! Por que, meu amor?

– O que está acontecendo? – balbucia, pálido de terror.

Diante de si, no umbral da porta, está Carla, sangue escorrendo da boca desdentada. O terror
intenso põe o rapaz em pé, que, em um movimento violento, quebra o vaso de porcelana da
dinastia Ming, adquirido pela mãe em um leilão. Paralisado pelo pavor, vê Carla afastar-se em
meio a soluços de dor.

– Carla, espera! O que aconteceu? – grita desesperado, tentando segui-la, mas é impedido pela
mesa de centro. A dor no joelho é tão forte que ele cai.

Quando finalmente consegue levantar-se, o que viu aterrorizou-o ainda mais, lá estava, no
sofá revestido de fino veludo italiano, uma pasta de folhas de alface, pepino, catchup e
mostarda; no chão, os cacos do pequeno tesouro garimpado pela mãe em uma viagem a Hong
Kong. Da caixinha vermelha sobre o aparador, nem sinal.

Foi o som do telefone tocando que o tirou do estado catatônico em que se encontrava.

– Alô.
– Archimedes! Espero que tenhas uma desculpa muito boa para o fato de ter me deixado
plantada na frente do cinema, ou eu arranco o teu couro! – berrava Carla.

Desligou o telefone sem dizer uma palavra. Estava em uma enrascada tremenda, destruiu o
sofá e a obra de arte da qual a mãe tanto se gabava. Maldito Edgar Allan Poe e suas histórias!
Por culpa dele, quem ficaria sem os dentes, assim que a mãe chegasse, era ele! E ainda
perderia a namorada que não ia acreditar que ele estava em casa lendo, adormeceu e, por
isso, não fora ao encontro marcado.

( Odenilde Nogueira Martins - Medo: In: Caso encerrado

Identifique no conto "Medo":

a- foco narrativo, tipo de narrador  narrador observador

b- espaço físico da narrativa (onde); casa –a sala

c-espaço temporal ( quando) a noite

O que aterrorizou mais Archimedes?

a) Um telefonema dizendo que arrancaria o couro dele se ele não tivesse uma boa desculpa
para o fato de tê-la deixado esperando na frente do cinema.

b)Ver, no sofá revestido de fino veludo italiano, uma pasta de folhas de alface, pepino,
catchup e mostarda; no chão, os cacos do pequeno tesouro garimpado pela mãe em uma
viagem a Hong Kong.

c) Uma pequena caixa vermelha sobre o aparador que ficava próximo à janela.

d) O som do telefone tocando.

 Podemos concluir que tudo não passara de...

um sonho.

9°ANO

Da paz - Marcelino Freire

Eu não sou da paz.

Não sou mesmo não. Não sou. Paz é coisa de rico. Não visto camiseta nenhuma, não, senhor.
Não solto pomba nenhuma, não, senhor. Não venha me pedir para eu chorar mais. Secou. A
paz é uma desgraça.

Uma desgraça.

Carregar essa rosa. Boba na mão. Nada a ver. Vou não. Não vou fazer essa cara. Chapada. Não
vou rezar. Eu é que não vou tomar a praça. Nessa multidão. A paz não resolve nada. A paz
marcha. Para onde marcha? A paz fica bonita na televisão. Viu aquele ator?
Se quiser, vá você, diacho. Eu é que não vou. Atirar uma lágrima. A paz é muito organizada.
Muito certinha, tadinha.

A paz tem hora marcada. Vem governador participar. E prefeito. E senador. E até jogador. Vou
não.

Não vou.

A paz é perda de tempo. E o tanto que eu tenho para fazer hoje. Arroz e feijão. Arroz e feijão.
Sem contar a costura.

Meu juízo não está bom. A paz me deixa doente. Sabe como é? Sem disposição. Sinto muito.
Sinto. A paz não vai estragar o meu domingo.

A paz nunca vem aqui, no pedaço. Reparou? Fica lá. Está vendo? Um bando de gente. Dentro
dessa fila demente. A paz é muito chata. A paz é uma bosta. Não fede nem cheira. A paz
parece brincadeira. A paz é coisa de criança. Tá uma coisa que eu não gosto: esperança. A paz
é muito falsa. A paz é uma senhora. Que nunca olhou na minha cara.

Sabe a madame? A paz não mora no meu tanque. A paz é muito branca. A paz é pálida. A paz
precisa de sangue.

Já disse. Não quero. Não vou a nenhum passeio. A nenhuma passeata. Não saio. Não movo
uma palha. Nem morta.

Nem que a paz venha aqui bater na minha porta. Eu não abro. Eu não deixo entrar. A paz está
proibida. A paz só aparece nessas horas. Em que a guerra é transferida. Viu? Agora é que a
cidade se organiza. Para salvar a pele de quem? A minha é que não é. Rezar nesse inferno eu já
rezo. Amém. Eu é que não vou acompanhar andor de ninguém. Não vou. Não vou.

Sabe de uma coisa: eles que se lasquem. É. Eles que caminhem. A tarde inteira. Porque eu já
cansei. Eu não tenho mais paciência. Não tenho. A paz parece que está rindo de mim.
Reparou? Com todos os terços. Com todos os nervos. Dentes estridentes. Reparou? Vou fazer
mais o quê, hein?

Hein?

Quem vai ressuscitar meu filho, o Joaquim? Eu é que não vou levar a foto do menino para ficar
exibindo lá embaixo.

Carregando na avenida a minha ferida. Marchar não vou, ao lado de polícia. Toda vez que vejo
a foto do Joaquim, dá um nó. Uma saudade. Sabe? Uma dor na vista. Um cisco no peito. Sem
fim. Ai que dor! Dor. Dor. Dor.

A minha vontade é sair gritando. Urrando. Soltando tiro. Juro. Meu Jesus! Matando todo
mundo. É. Todo mundo. Eu matava, pode ter certeza. A paz é que é culpada. Sabe, não sabe?

A paz é que não deixa.

Qual o tipo de narrador?

Narrador personagem
Uma leitura geral do texto nos permite inferir, EXCETO:

a) Há uma forte denúncia social no texto;


b) O texto reflete a perspectiva dos marginalizados, dos excluídos;
c) A denúncia, a manifestação, não ameniza a dor daqueles que sofrem na pele as marcas da
violência;
d) Há um acordo, uma união entre as classes quando os ideais lutam por questões que
irmanam a humanidade;
e) O registro de uma grande dor é verbalizado em revolta e denúncia social.

Qual o motivo maior da revolta da personagem?

A) A maior revolta é que seu filho foi morto e que a paz é algo


que não é alcançado por todos, principalmente pelos mais
pobres.
B) A maior revolta é que a sociedade é desigual
C) A maior revolta é que as pessoas não valorizam as pessoas
boas
D) A maior revolta é que as pessoas não respeitam a dor do outro
E) A maior revolta é que a sociedade é egoísta
O que a personagem quis dizer com o seguinte trecho: "A paz é uma senhora. Que nunca
olhou na minha cara. Sabe, a madame? A paz não mora no meu tanque. A paz é muito
branca."?

A - Que a paz não existe, já que a pessoas são desumanas

B – que a paz só ocorre no sonho das pessoas

C- que a paz só atinge pessoas que classe alta e de preferências


os brancos
d) que a paz só existe nos países desenvolvidos
e) que a paz está em todos os lugares e depende de quem encontra
. Quando ela diz: "Rezar nesse inferno, eu já rezo" a que você acha que "esse inferno" se
refere?

A vida dele

O bairro que ele mora

O mundo

A casa dele

Qual o sentido da frase: "A paz tem hora marcada."?


- porque ela só aparece quando os governantes do Estado resolvem fazer alguma coisa a
respeito por causa da falta dela.

- porque ela só aparece quando as pessoas acreditam nela

- porque a paz aparece no momento certo, depois da guerra

- porque a paz aparece quando buscamos/lutamos por ela.

- porque a paz aparece quando a justiça prende os marginais

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