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Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam
que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma conclusão.
– Ora, que bobagem! disse o sapo de dentro da lagoa. Chove quando a água da lagoa começa a
borbulhar suas gotinhas.
– Como assim? disse a lebre. Está visto que chove quando as folhas das árvores começam a
deixar cair as gotas d’água que tem dentro.
- Viram? gritou a galinha. O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!
– Mas, como assim? tornava a lebre. Parecem cegos? Não vêem que a água cai das folhas das
árvores?
A atitude da lebre diante das explicações dadas pelos outros animais foi de:
b.( ) cada pessoa vê as coisas conforme o seu estado e seu ponto de vista
7°ano
OS GNOMOS E O SAPATEIRO
Era uma vez um sapateiro tão pobre, tão pobre, que só lhe restava couro para um único
par de sapatos. Certa noite, quando ia começar a fazê-lo, sentiu-se cansado. Apenas recortou
uma tira de couro e deixou para terminar o serviço no dia seguinte.
De manhã, quando voltou para a mesa de sua oficina, encontrou o par de sapatos
prontinho. Apanhou cada um dos sapatos e examinou-os, tentando descobrir quem os havia
confeccionado, mas não conseguiu: era um verdadeiro mistério. Intrigava-o ainda mais o fato
de que aquele par de sapatos era o mais perfeito que ele já tinha visto.
O sapateiro ainda estava parado, pensando, com o par de sapatos na mão, quando um
freguês entrou em sua oficina. O homem apaixonou-se pelos sapatos e fez questão de comprá-
los imediatamente. Peter, o sapateiro, não desejava vende-los; queria primeiro descobrir
como haviam aparecido em sua mesa. Mas o freguês lhe ofereceu tanto dinheiro pelos sapatos
que ele terminou concordando em vendê-los.
Peter usou o dinheiro para comprar mais couro. À noite, cortou o material e foi se deitar.
E, assim, os dias se passavam e o sapateiro se tornava cada vez mais rico. Até que Heidi, sua
mulher, sugeriu:
─ Precisamos descobrir o que está acontecendo! Em vez de ir dormir, vamos nos esconder
atrás da porta e espiar.
─ Eles nos ajudaram, agora estamos ricos! ─ disse. ─ Mas os dois homenzinhos estão com frio!
Isso não é justo! Vou costurar roupinhas lindas para eles.
Desse dia em diante, os dois gnomos nunca mais voltaram, mas mesmo assim Peter, Heidi e os
filhos viveram felizes para sempre.
Sapataria
gnomos
O gênero conto se caracteriza por narrar fatos mágicos, indique quais das características
abaixo estão presentes no texto e assinale a alternativa correta:
FVVV
8° ano
Medo
Tudo calmo. Archimedes estava só, em casa. Quando chegou, avistara um bilhete sobre a
mesa, próximo à cesta de frutas.
“Filho, seu pai e eu precisamos viajar. Sua avó não está passando bem. Há comida pronta no
freezer, aqueça no micro-ondas. Na geladeira tem leite e iogurte. Ah! Verduras também! Não
te esqueças de colocar o relógio para despertar. Nada de “perder” a hora. Voltamos logo. Beijo
de seu pai e sua mãe. Te amamos”
A casa era toda sua! Ninguém para mandá-lo tomar banho, escovar os dentes, dormir cedo,
bom demais! Os pais se esqueciam de que ele já não era um menino, que tinha vinte anos.
Grande foi a tentação de convidar os amigos e fazer uma festança! Havia comida, os amigos
podiam trazer a bebida. Nem entrariam na casa, a bagunça seria do lado de fora à beira da
piscina. Chegou a pegar o celular para convidar os amigos, mas a razão aconselhou que era
uma péssima ideia. Como iria fazer uma festa sem deixar vestígios e sem que a empregada
desse com a língua nos dentes?
Andou pela casa, preparou um lanche e o silêncio despertou-lhe a vontade de ler. Por que não
terminar a leitura daquele livro de Edgar Allan Poe, cheio de mistérios? Procurou por entre a
bagunça que era seu quarto. De posse, daquele que seria seu companheiro por algumas horas,
rumou para a sala disposto a escachar-se no sofá, onde só era permitido sentar-se. Pés sobre
ele, nem pensar! Sua mãe quase tinha um ataque de nervos toda vez que o via, ou ao pai,
tirando um cochilo sobre o mesmo. Era caro demais, dizia ela, para que o fizessem de cama.
Iniciou a leitura por “Berenice”. A história era por demais envolvente, a sensação de medo
traduzia-se em aumento de adrenalina, o que só ratificava sua preferência pelo autor.
Tão logo se acomodou, despertou-lhe a atenção uma pequena caixa vermelha sobre o
aparador que ficava próximo à janela.
Nem bem abriu o Edgar Allan Poe, a porta da sala fechou-se com um estrondo, e uma lufada
de vento invadiu o cômodo, revirando a toalha da mesa e o jornal que o pai havia deixado
sobre o aparador.
Diante de si, no umbral da porta, está Carla, sangue escorrendo da boca desdentada. O terror
intenso põe o rapaz em pé, que, em um movimento violento, quebra o vaso de porcelana da
dinastia Ming, adquirido pela mãe em um leilão. Paralisado pelo pavor, vê Carla afastar-se em
meio a soluços de dor.
– Carla, espera! O que aconteceu? – grita desesperado, tentando segui-la, mas é impedido pela
mesa de centro. A dor no joelho é tão forte que ele cai.
Quando finalmente consegue levantar-se, o que viu aterrorizou-o ainda mais, lá estava, no
sofá revestido de fino veludo italiano, uma pasta de folhas de alface, pepino, catchup e
mostarda; no chão, os cacos do pequeno tesouro garimpado pela mãe em uma viagem a Hong
Kong. Da caixinha vermelha sobre o aparador, nem sinal.
Foi o som do telefone tocando que o tirou do estado catatônico em que se encontrava.
– Alô.
– Archimedes! Espero que tenhas uma desculpa muito boa para o fato de ter me deixado
plantada na frente do cinema, ou eu arranco o teu couro! – berrava Carla.
Desligou o telefone sem dizer uma palavra. Estava em uma enrascada tremenda, destruiu o
sofá e a obra de arte da qual a mãe tanto se gabava. Maldito Edgar Allan Poe e suas histórias!
Por culpa dele, quem ficaria sem os dentes, assim que a mãe chegasse, era ele! E ainda
perderia a namorada que não ia acreditar que ele estava em casa lendo, adormeceu e, por
isso, não fora ao encontro marcado.
a) Um telefonema dizendo que arrancaria o couro dele se ele não tivesse uma boa desculpa
para o fato de tê-la deixado esperando na frente do cinema.
b)Ver, no sofá revestido de fino veludo italiano, uma pasta de folhas de alface, pepino,
catchup e mostarda; no chão, os cacos do pequeno tesouro garimpado pela mãe em uma
viagem a Hong Kong.
c) Uma pequena caixa vermelha sobre o aparador que ficava próximo à janela.
um sonho.
9°ANO
Não sou mesmo não. Não sou. Paz é coisa de rico. Não visto camiseta nenhuma, não, senhor.
Não solto pomba nenhuma, não, senhor. Não venha me pedir para eu chorar mais. Secou. A
paz é uma desgraça.
Uma desgraça.
Carregar essa rosa. Boba na mão. Nada a ver. Vou não. Não vou fazer essa cara. Chapada. Não
vou rezar. Eu é que não vou tomar a praça. Nessa multidão. A paz não resolve nada. A paz
marcha. Para onde marcha? A paz fica bonita na televisão. Viu aquele ator?
Se quiser, vá você, diacho. Eu é que não vou. Atirar uma lágrima. A paz é muito organizada.
Muito certinha, tadinha.
A paz tem hora marcada. Vem governador participar. E prefeito. E senador. E até jogador. Vou
não.
Não vou.
A paz é perda de tempo. E o tanto que eu tenho para fazer hoje. Arroz e feijão. Arroz e feijão.
Sem contar a costura.
Meu juízo não está bom. A paz me deixa doente. Sabe como é? Sem disposição. Sinto muito.
Sinto. A paz não vai estragar o meu domingo.
A paz nunca vem aqui, no pedaço. Reparou? Fica lá. Está vendo? Um bando de gente. Dentro
dessa fila demente. A paz é muito chata. A paz é uma bosta. Não fede nem cheira. A paz
parece brincadeira. A paz é coisa de criança. Tá uma coisa que eu não gosto: esperança. A paz
é muito falsa. A paz é uma senhora. Que nunca olhou na minha cara.
Sabe a madame? A paz não mora no meu tanque. A paz é muito branca. A paz é pálida. A paz
precisa de sangue.
Já disse. Não quero. Não vou a nenhum passeio. A nenhuma passeata. Não saio. Não movo
uma palha. Nem morta.
Nem que a paz venha aqui bater na minha porta. Eu não abro. Eu não deixo entrar. A paz está
proibida. A paz só aparece nessas horas. Em que a guerra é transferida. Viu? Agora é que a
cidade se organiza. Para salvar a pele de quem? A minha é que não é. Rezar nesse inferno eu já
rezo. Amém. Eu é que não vou acompanhar andor de ninguém. Não vou. Não vou.
Sabe de uma coisa: eles que se lasquem. É. Eles que caminhem. A tarde inteira. Porque eu já
cansei. Eu não tenho mais paciência. Não tenho. A paz parece que está rindo de mim.
Reparou? Com todos os terços. Com todos os nervos. Dentes estridentes. Reparou? Vou fazer
mais o quê, hein?
Hein?
Quem vai ressuscitar meu filho, o Joaquim? Eu é que não vou levar a foto do menino para ficar
exibindo lá embaixo.
Carregando na avenida a minha ferida. Marchar não vou, ao lado de polícia. Toda vez que vejo
a foto do Joaquim, dá um nó. Uma saudade. Sabe? Uma dor na vista. Um cisco no peito. Sem
fim. Ai que dor! Dor. Dor. Dor.
A minha vontade é sair gritando. Urrando. Soltando tiro. Juro. Meu Jesus! Matando todo
mundo. É. Todo mundo. Eu matava, pode ter certeza. A paz é que é culpada. Sabe, não sabe?
Narrador personagem
Uma leitura geral do texto nos permite inferir, EXCETO:
A vida dele
O mundo
A casa dele