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I.E.E.

GOMES JARDIM

Professor (a): CECÍLIA BLASKOSKi E-mail: profceciliablaskoski@gmail.com

Componente Curricular: Literatura 3º ano-311/312/313 NOME DO ALUNO:


Assunto: GERAÇÃO DE 45
*Dúvidas podem ser tiradas
com o professor no horário da
nossa aula síncrona (pelo Meet)
ou pelo whats.

Exercícios (Trabalhando com João Cabral de Melo Neto)


O texto seguinte é a primeira parte de um longo poema constituído de quatro partes de idêntica
estrutura: cada parte é constituída de quatro estrofes e cada estrofe é formada por quatro versos, o
que demonstra a preocupação do poeta com o rigor formal.
Pesquise sobre esse que é conhecido como Auto de Natal e responda o que se pede:

 O relógio
 João Cabral de Melo Neto
 
Ao redor da vida do homem
 há certas caixas de vidro,
 dentro das quais, como em jaula,
 se ouve palpitar um bicho.
 Se são jaulas não é certo;
 mais perto das gaiolas
 ao menos, pelo tamanho
 e quebradiço da forma.
 Umas vezes tais gaiolas
 vão penduradas nos muros;
 outras vezes, mais privadas,
 vão num bolso, num dos pulsos.
 Mas onde esteja: a gaiola
 será de pássaro ou pássara:
 é alada a palpitação,
 a saltação que ela guarda;
 e de pássaro cantor,
 não pássaro de plumagem:
 pois delas se emite um canto
 de uma tal continuidade
 que continua cantando
 se deixa de ouvi-lo a gente:
 como a gente às vezes canta
 para sentir-se existente.

01. O poema lido é predominantemente:


a) narrativo, em seu todo.
b) descritivo, nas quatro primeiras estrofes e dissertativo nas duas últimas.
c) dissertativo, nas quatro primeiras estrofes e descritivo nas duas últimas.
d) descritivo em seu todo.
 Justifique sua resposta: Pois ele descreve um relógio e ou o tempo.

02. Que características do relógio fazem o autor optar por aproximá-lo mais da gaiola que da jaula?
pelo tamanho, por ser frágil e por estar sempre pendurada em algum lugar.
03. Que elementos característicos da linguagem e do estilo do autor podem ser percebidos nesse
poema?

04. (UFPE -PE) Considerando o poema Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto,
analise as proposições a seguir:
a) ( ) É um Auto de Natal, isto é, seguindo os modelos medievais, descreve cenas do nascimento
de Jesus Cristo, baseadas no Evangelho de São João, porém ambientadas no Sertão nordestino.
b) ( ) É um longo poema em versos livres, cujo final revela o desespero e a solidão humana.
c) (x) O personagem principal é um retirante que foge da seca, em direção ao Recife, mas só
encontra fome e morte pelo caminho.
d) ( ) A cena do suicídio do personagem principal, Severino, quando ele salta de uma ponte no
Recife, é a conclusão do poema.
e) ( ) Pode-se dividir o poema em duas partes: a viagem, que alterna monólogos do protagonista e
diálogos com os que encontra pelo caminho; e a chegada ao Recife, onde Severino depara-se com
Mestre Carpina, José, pai de um menino recém-nascido.
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR
QUEM É E A QUE VAI

— O meu nome é Severino,


não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:


há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala


ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:


se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.

Somos muitos Severinos


iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo e na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

Somos muitos Severinos


iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.

Mas, para que me conheçam


melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
1. Ao iniciar a narrativa, o poeta dá voz a uma personagem. Que elementos do poema comprovam isso e
que personagem é essa?

A frase inicial "O retirante explica ao leitor quem é que vai" e o travessão que inicia a fala da personagem, que se
chama Severino.

2. Por que a personagem sente dificuldade em apresentar-se? E o que ela faz para poder apresentar-se diante
dessa dificuldade?

A personagem não encontra uma característica pessoal que possa distingui-la de outras pessoas e por isso explica sua origem ao
apresentar-se ao leitor.

3. Ao buscar uma forma de apresentar-se ao leitor, Severino constrói um panorama de sua vida e da situação
em que se encontra. Indique o que esse panorama revela e dê um exemplo retirado do texto que evidencie
isso.

Esse panorama revela a condição precária de sua vida. Isso pode ser percebido, por exemplo, nos versos "a de tentar despertar /
terra sempre mais extinta, / a de querer arrancar/algum roçado da cinza".

4. A construção desse trecho do poema ocorre de forma crescente, isto é, as características de Severino vão se
somando umas às outras para que o leitor forme uma imagem dele. Esse recurso de linguagem chama-se
gradação. Em sua opinião, por que o poeta utiliza a gradação?

A gradação permite que o poeta apresente ao leitor uma realidade social trágica, ao descrever a pobreza da personagem e ao
mostrar que há muitos outros seres humanos que compartilham a mesma situação.

5. No trecho:

"Mas, para que me conheçam


Melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo ser o Severino
que em vossa presença emigra."

Severino parece finalmente encontrar uma característica que o distingue dos demais Severinos.

a) Que característica é essa?


O fato de que ele é um emigrante.
b) Em sua opinião, essa característica o distingue realmente dos demais Severinos? Explique.
o fato de Severino ser um retirante também não o distingue dos demais Severinos.

Lendo e relendo Morte e Vida Severina

Assista a animação ou leia o texto “Morte e Vida Severina” e responda as seguintes questões abaixo:

A) Quem são os personagens da história?


B) Há narrador?
C) Os versos deste texto representam um poema?
D) Este poema é um poema convencional?
E) Este texto tem características de um texto dramático?
F) Qual o espaço?
G) Qual o tempo da história?
H) Qual o enredo?
I) Qual a crítica que o texto proporciona?
J) Qual o ganho no texto devido à sua estrutura poética?
K) Quem são os personagens da história?

Alunos: Percebam as especificidades do texto Morte e Vida Severina e como o autor traça a narratividade para retratar o
cotidiano de uma cultura onde se nascem tantos quanto se morrem e essas mortes são ocasionadas por fome, velhice ou ordem
de algum coronel da região. A morte em alguns casos é vista como salvação de uma vida sem fortunas e de muito sofrimento. E,
ao mesmo tempo que a morte salva, a esperança renasce com o nascimento de uma criança.

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