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REVISÃO FINAL UECE COM DP (PARTE 2):

GÊNEROS TEXTUAIS NARRATIVOS:

Inicialmente, relembre estes conceitos importantes do capítulo 15 do livro Curso de Redação para Enem e
Particulares

A NARRAÇÃO NAS REDAÇÕES DE VESTIBULAR


Narrar é construir um mundo pormenorizado a partir da inventividade do redator. Enquanto, nas
dissertações que produz, você atua no plano lógico-racional, explicitando tese, defendendo-a com argumentos e
geralmente apresentando soluções para determinada problemática, nas narrativas, você materializa o plano
lógico-emocional, privilegiando a sensibilidade, a invenção com as palavras. Na perspectiva dos vestibulares, você
lê uma proposta de redação, captura os indicativos daquilo que deseja o elaborador do processo seletivo e
imagina uma situação para construir um enredo que atenda ao tema do certame: você recria a realidade, baseia-
se nela ou distancia-se dela, mantendo, todavia, aspectos de contato com o real.
A narração consiste em um relato centrado em fatos ou acontecimentos, os quais ocorrem em
determinado tempo e espaço, envolvendo personagem (ens) sob a óptica de um narrador, por cuja voz se
conhece a história relatada. É um tipo textual, portanto, caracterizado pela temporalidade e pela
localização espacial, no qual as ações se desenvolvem, normalmente, em torno de um conflito a ser
solucionado em uma situação posterior diferente da situação inicial.
O processo narrativo, pois, tem uma estrutura bem mais livre que o dissertativo; considere que narrar é
imaginar, observar, organizar os acontecimentos e relatá-los em uma sequência lógica com começo, meio e fim.
Elementos estruturais da narrativa:
Para produzir uma narrativa em um processo seletivo, você precisa saber que as narrações costumam ter
cinco elementos:
TEMPO
ESPAÇO
ENREDO
NARRADOR
PERSONAGEM (ENS)

Analisemos, a seguir, cada um deles:


O TEMPO:
Em uma narração, você pode abordar o tempo dos eventos sob diferentes perspectivas cronológicas: é
possível relatar os fatos no momento em que eles estão desenvolvendo-se; narrar um acontecimento já
concluído ou até alternar presente e passado, retornando a momentos já ocorridos com a técnica denominada de
“FLASH-BACK”.
Existe ainda o tempo psicológico, em que a preocupação é explicitar o interior da(s) personagem(ens), seus
anseios e suas ponderações, utilizando-se o recurso do FLUXO DE CONSCIÊNCIA, que se caracteriza pela exibição
do estado de espírito do narrador e/ou das personagens, por meio, por exemplo, de uma sequência de
impressões visuais, olfativas, auditivas, físicas, associativas, estimulando o funcionamento da imaginação do
leitor.

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O ESPAÇO:
O espaço consiste no ambiente, no cenário por onde circulam as personagens e em que se desenvolve a
trama, podendo ser físico (uma rua, um estabelecimento, um bairro, uma cidade, um país) ou psicológico (as
montanhas de uma infância, os verdes campos de uma adolescência, o deserto de uma velhice), a depender do
desejo do redator ou do pedido de uma banca examinadora.

FIQUE ATENTO!
Nas narrações de vestibular, é muito comum que o primeiro parágrafo localize o avaliador no tempo e/ou no
espaço, constituindo uma estratégia eficaz de início de texto.

Ex.:
 Na manhã de hoje, quando saía para a escola, percebi que ...
 Naquela tarde de sábado, estavam todos reunidos, como de costume, na casa de ...

 Na noite de ontem, eu jamais poderia imaginar o que estava por vir.


 Durante toda a minha adolescência, estudei naquela escola particular.
 Todos os dias, João alimentava os animais na fazenda em que morava.
O ENREDO:
O enredo é a trama, a história que se desenvolve; consiste no desenrolar dos acontecimentos.
Normalmente, essa sucessão de eventos leva a uma transformação, em que se narra um novo estado de coisas
instaurado após a resolução de um possível conflito surgido ao longo da intriga. Em geral, os enredos de
narrativas curtas seguem esta previsão:

Personagem(ens) em uma situação inicial, em determinado tempo e espaço

Complicação ou conflito (fato que transforma o estado de coisas inicial)

Resolução do conflito (acontecimento que reduz uma tensão)

Mudança de situação: novo estado final instaurado após eventos ocorridos.

O NARRADOR:
O narrador é a voz que relata a sequência dos acontecimentos. Dependendo de como essa concepção de
foco narrativo ocorra, podemos ter a narração em 1ª. pessoa, com o narrador-personagem, ou, numa focalização
em 3ª pessoa, o mero narrador-observador, o qual se limita a relatar a trama com isenção e distanciamento, e
ainda o narrador onisciente, aquele que sabe o que se passa na psicologia da(s) personagem(ens), explicitando-
lhe(s) o mundo interior e alertando, por exemplo, o avaliador sobre a repercussão dos eventos em um momento
posterior.
A(S) PERSONAGEM (ENS):
Finalmente, personagem é todo indivíduo que vivencia um enredo relatado por um narrador em
determinado tempo e espaço.

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TIPOS DE DISCURSO EM UMA NARRAÇÃO: AS VOZES DO TEXTO:
Em uma narração, existem variadas formas de o locutor principal reproduzir a voz dos participantes da
trama, e foram convencionados três tipos de discurso para essa reprodução de falas e interações entre
personagens. Vejamo-las:
Discurso direto:
Nesse tipo de discurso, valoriza-se o falante, e há maior isenção do locutor principal. Geralmente, as falas são
precedidas ou acompanhadas de verbos de elocução (também chamados de “dicendi” ou declarativos), como
“falou”, “disse”, “indagou”, “questionou”, “implorou”, “esbravejou”, “afirmou”, “vociferou”, “exclamou”, “gritou”,
“respondeu”, “retrucou”, “rebateu”, seguidos principalmente de dois-pontos (antes da fala) ou de outras
pontuações dentro de um diálogo, no qual comumente se usam travessões, sendo também possíveis as aspas.

DETALHE:
É possível dispensar os verbos de elocução a fim de proporcionar maior velocidade à narrativa.

EXEMPLO DE FRAGMENTO EM DISCURSO DIRETO:


Naquela tarde, ao chegar a casa, notou um comportamento estranho do garoto. Desconfiado do que
ocorria, perguntou:
– Por que você está agindo assim, meu filho?
– Pai, eu não me sinto bem para falar ... – murmurou o jovem.
– Rafael, já não tenho paciência com você! Diga logo por que estava na rua tão tarde! – vociferou Antônio
sob o olhar amedrontado do filho, que rebateu:
– Sou viciado em cocaína.
Um instante de silêncio ocorreu no ambiente.
– Eu já supunha, Rafael, estava esperando apenas ouvir isso de você – retrucou o pai com um semblante
conformado.

Discurso indireto:
Nessa modalidade de comunicação, a fala de outrem é elaborada integralmente pelo locutor principal.
Note que também há a presença de verbos de elocução, mas em uma estrutura sintática diferente da que ocorre
no discurso direto. Veja a adaptação do exemplo anterior ao discurso indireto:

EXEMPLO DE FRAGMENTO EM DISCURSO INDIRETO:


Naquela tarde, ao chegar a casa, notou um comportamento estranho do garoto. Desconfiado do que
ocorria, perguntou ao filho por que ele estava agindo daquela forma. O jovem murmurou que não se sentia bem
para falar, e Antônio, sob o olhar amedrontado do filho, alegou o desejo de saber o motivo pelo qual o rapaz
estava tão tarde na rua e vociferou não ter mais paciência com o garoto, o qual, em seguida, respondeu, com
um impulso, que era viciado em cocaína.
Um instante de silêncio ocorreu no ambiente. Após a pausa, Antônio retrucou, com um semblante
conformado, que já supunha a dependência e que estava esperando apenas ouvir aquilo do próprio filho.

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Perceba que, ao fazer a opção por um desses dois tipos de discurso, seu texto terá a arquitetura
bastante modificada. Como você está preparando-se para narrar em um processo seletivo, é importante
dominar a previsibilidade dessas alterações, observando, por exemplo, que, no discurso indireto, o tempo
verbal será sempre passado em relação ao tempo do discurso direto. Além disso, há modificações previsíveis
entre pronomes demonstrativos e advérbios. Para ficar seguro dessas mudanças, estude com atenção o
quadro-resumo a seguir:

DISCURSO DIRETO DISCURSO INDIRETO

1ª pessoa 3ª pessoa
Ele afirmou: Ele afirmou que não queria ir ao trabalho.
- Não quero ir ao trabalho.

Presente do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo


A esposa retrucou: A esposa retrucou que ficava preocupada com
- Fico preocupada com isso. aquilo.

Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito


A mãe lembrou: A mãe lembrou que ele ainda não fizera/havia
- Você ainda não fez a redação. feito a redação.

Futuro do presente Futuro do pretérito


Meu pai perguntou: Meu pai perguntou se eu participaria do
- Você participará do campeonato? campeonato.

Imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo


A mãe pediu: A mãe pediu que as duas fossem para a escola.
- Vão as duas para a escola!

Adjuntos adverbiais: Adjuntos adverbiais:


aqui, cá, aí ali, lá
Maria explicou: Maria explicou que ali era seu lugar.
- Aqui é o meu lugar.

Ontem O dia anterior


Ele exclamou: Ele exclamou que o dia anterior fora terrível.
- Ontem foi um dia terrível!

Amanhã O dia seguinte


O professor avisou: O professor avisou que, no dia seguinte, aplicaria
- Amanhã aplicarei nova prova. nova prova.

Discurso indireto livre:


Essa é uma modalidade de registro que mescla características das duas anteriores e ocorre quando o
narrador, sem aviso prévio, insere em seu discurso a fala ou o pensamento de determinada personagem, a fim de
permitir a expressão de aspectos psicológicos de hesitações do partícipe da trama, a partir de um fluxo de
pensamento. Veja a adaptação dos dois exemplos anteriores:

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EXEMPLO DE FRAGMENTO EM DISCURSO INDIRETO LIVRE:
Naquela tarde, ao chegar a casa, notou um comportamento estranho do garoto. Por que ele está agindo
assim? Não percebe que já entendi o que se passa? Sou rigoroso na criação dele, sim, é verdade, mas posso
oferecer algum tipo de auxílio, só desejo ouvir dele a confirmação do vício! Resolveu fazer a pergunta cuja
resposta já sabia muito bem. O jovem murmurou que não se sentia bem para falar, mas, cedendo à insistência
do pai – aquele massacrador que não tem a menor paciência com assuntos banais, imagine com dependência
química do filho, que deveria ser exemplo de comportamento –, respondeu que era viciado em cocaína.
Um instante de silêncio ocorreu no ambiente. Era isso que o irresponsável tinha a dizer? Qual o problema
de ter se antecipado para buscar auxílio profissional? Tinham dinheiro, trabalhava para garantir o melhor para o
inconsequente, mas debilitado jovem. Antônio apiedou-se da cria, conformou-se com o problema instalado e
retrucou já supor a dependência e esperar apenas ouvir aquilo do próprio filho.

OBSERVAÇÕES FINAIS:
Nas redações narrativas, é comum que o primeiro ou o segundo parágrafo sirvam para apresentar a
personagem principal ou a situação em que ela vive.
Não compare a quantidade de parágrafos que você faz quando disserta em relação às narrações que
escreverá. Nestas, a quantidade de parágrafos costuma ser bem maior; normalmente, nas narrações, troca-se
de parágrafo quando se troca de cena ou de momento.

TIPOS TEXTUAIS X GÊNEROS TEXTUAIS


Tipos ou sequências textuais
 Sequência narrativa: marcada pela temporalidade; como seu material é o fato e a ação, a progressão temporal é
essencial para seu desenrolar, ou seja, desenvolver necessariamente numa linha de tempo e num determinado
espaço.
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de:
– frases verbais indicando um processo ou ação;
– formas verbais no pretérito;
– advérbios de tempo e de lugar.

Gêneros textuais inerentes

Ex: Conto, crônica, fábula, apólogo, notícia, carta narrativa, narração comum e outros;

 Sequência descritiva: nesse tipo de sequência, não há sucessão de acontecimentos no tempo, de sorte que não
haverá transformações de estado da pessoa, coisa ou ambiente que está sendo descrito, mas sim a
apresentação pura e simples do estado do ser descrito em um determinado momento.
Gramaticalmente, percebe-se o predomínio de:
– orações centradas em predicados nominais;
– formas verbais no presente ou no imperfeito;
– adjetivos, que ganham expressividade tanto na função de adjunto adnominal quanto na de predicativo;
– períodos curtos e coordenação;
– advérbios de lugar, que ganham destaque identificando a dimensão e/ou disposição espacial do objeto descrito.

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Gêneros textuais inerentes
Ex: Texto publicitário, descrição comum, depoimento e outros;
* É bastante importante revisar os seguintes gêneros textuais:
Conto
É uma narrativa ficcional curta, condensada, que apresenta poucas personagens, poucas ações e tempo
e espaços reduzidos. O enredo normalmente é composto por apresentação, complicação, clímax e desfecho
surpreendente.

Crônica
É um gênero textual que oscila entre literatura e jornalismo e, antes de ser reunida em livros, costuma
ser veiculada em jornal e revista. Os assuntos abordados pelas crônicas costumam ser fatos circunstanciais,
situações corriqueiras do cotidiano, episódios dispersos e acidentais, como um flagrante de esquina, o
comportamento de uma criança ou de um adulto, um incidente doméstico. Ela narra, de forma pessoal, fatos
colhidos no cotidiano. Geralmente a crônica é curta e leve, escrita com o objetivo de divertir o leitor ou levá-lo a
refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos, apresentando narrador do tipo observador ou
personagem.
Lembre-se: a crônica é um misto de narração – em que, normalmente, não há clímax – e comentário –
subjetivo, reflexivo, pessoal, sentimental – sobre determinado tema.

Fábula
É uma narrativa ficcional de cunho educativo, pedagógico e, às vezes, satírico, cuja mensagem moralizante se
costuma reafirmar de modo sintético geralmente no final do texto. As personagens, muitas vezes, são animais
irracionais e representam aspectos da natureza humana a serem corrigidos ou elogiados. Normalmente há diálogos
com linguagem culta e formal e verbos empregados no pretérito perfeito e imperfeito do indicativo nos trechos
narrados e no presente do indicativo nos trechos dialogados.

Apólogo
Assim como a fábula, o apólogo também apresenta intuito pedagógico e, às vezes, satírico. A diferença está na
interação das personagens, seres inanimados no plano real. A moral do apólogo normalmente vem diluída na estrutura
do texto.

Relato pessoal (ou depoimento)


É um gênero que narra episódios marcantes na vida de uma pessoa. Há, portanto, uma intenção
pedagógica: a de ensinar algo aos leitores. O narrador é protagonista. Os verbos e os pronomes são empregados
principalmente na 1a pessoa. Os verbos oscilam entre o pretérito perfeito e o presente do indicativo. Apresenta
os elementos básicos da narrativa: sequência de fatos, pessoa, tempo e espaço. Também podem ocorrer
sequências descritivas. Segue geralmente padrão culto-formal da língua.

Relatório
Trata-se de um texto que circula no âmbito escolar ou acadêmico e que tem por objetivo expor a
investigação de um fato, de um acontecimento ou de uma experiência científica; pode servir-se de descrições, de
enumerações, de exposições de narrativas, de relatos de fatos, de estatísticas etc. Pode ou não seguir um roteiro
preestabelecido; apresenta normalmente introdução, desenvolvimento e conclusão; admite tanto a
impessoalidade quanto a pessoalidade no tratamento do assunto, a linguagem é precisa e objetiva e segue a
variedade padrão culto-formal da língua.

Notícia

Trata-se de um texto jornalístico que relata um fato novo. Apresenta geralmente uma estrutura padrão,
composta de duas partes: lead e corpo. O lead deve mencionar a maior parte das informações essenciais sobre o
fato ocorrido: o quê, quando, onde, como e por quê.
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O corpo contém o detalhamento ou o desenvolvimento do lead, podendo ser enriquecido por citações de
personagens envolvidas no fato. A linguagem é impessoal, objetiva e direta e segue a variedade padrão da língua.
Lembre-se: o lead é o primeiro parágrafo do texto, portanto não se pode pular linha entre lead e corpo!

Monólogo
É a forma de discurso em que a personagem extravasa, de maneira ordenada e lógica, os seus
pensamentos e emoções sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte. Trata-se de um texto praticamente
em 1a pessoa, de caráter introspectivo e de desabafo. Ocorre quando o fluxo de consciência chega a um
momento irreversível; constituem marcas deste gênero as apóstrofes, exclamações, interjeições e interrogações.

Diário
É o gênero que registra fatos do cotidiano ou impressões produzidas por eles, pensamentos, observações,
opiniões, ideias, sentimentos, segredos. Tem estrutura livre, normalmente é datado e pode ou não ser dirigido a
alguém, ou seja, pode ou não ter vocativo. É escrito geralmente em 1a pessoa. Os verbos podem estar no presente ou
pretérito ou ambos. A linguagem é padrão.

E-mail
Gênero textual usado para trocar mensagens pela Internet, comunicando a alguém um assunto pessoal
ou profissional. Apresenta os seguintes elementos: vocativo, texto, despedida. A linguagem varia conforme a
situação estabelecida entre os interlocutores. Como redação de vestibular, aconselha-se o uso da linguagem
formal.

Resenha
É entendida como um gênero textual que apresenta, de forma sintética, uma obra (características,
informações, forma...), acompanhada de uma avaliação, com o objetivo de oferecer informações que orientem o
leitor sobre a leitura ou não dessa obra. O registro linguístico é o formal.
Para escrever sua resenha, inclua um resumo do enredo, comentários sobre a personagem central e
sobre a ambientação em que a narrativa se desenvolve.

Biografia
É a narração dos fatos particulares das várias fases da vida de uma pessoa. Quanto à forma,
normalmente é elaborada em ordem cronológica. No caso de autobiografia, nada impede que essa ordem seja
modificada.

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NARRAÇÃO / CONTO

Naquela tarde de junho, na companhia de muitos colegas estudantes com os quais eu compartilhava
muitos sonhos de mudança no meu país, eu era mais um jovem engajado socialmente que participaria de uma
manifestação popular. Levava comigo um cartaz contra a corrupção e um pouco de água para refrescar-me em
virtude daquele calor exorbitante em minha cidade.

O protesto estava marcado para iniciar-se em uma praça pública, de onde desenvolveríamos uma marcha
até a Assembleia Legislativa de nosso Estado, conclamando a adesão daqueles por quem passássemos nesse
percurso. Quando a quantidade de pessoas no local da concentração inicial já era bastante considerável,
começamos a caminhada, na qual eu me sentia partícipe do processo democrático; estava orgulhoso de mim
mesmo; contaria aquilo aos meus netos!

Tudo ocorria pacificamente: gritos de ordem, apitos, cartazes criativos contra os principais problemas do
Brasil; famílias inteiras acompanhavam o trajeto, até que os mascarados apareceram. Vestidos de preto,
portavam pedras, escudos de madeira, fogos de artifício e vidros de vinagre – aprendi depois que aquilo era uma
espécie de proteção contra gás lacrimogêneo. Percebia-se claramente que estavam preparados para uma guerra.

Os vândalos não demoraram a agir. Iam destruindo todos os carros estacionados, pichavam muros,
saqueavam comércios que não haviam conseguido fechar as portas e ainda praticavam furtos entre os
manifestantes que não se haviam dispersado. Eu observava tudo aquilo sentindo-me impotente diante do
desvirtuamento da manifestação democrática da qual eu esperava participar. Até tentei aproximar-me deles para
evitar mais vandalismos, todavia meus colegas me impediram. Perto de mim, uma criança assustada chorava,
consolada pelo pai. Definitivamente, aquela não era minha idealização democrática. Frustrado, voltei para casa.

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CRÔNICA

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NOTÍCIA

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* É interessante revisar, ainda, os seguintes gêneros textuais:

Receita
Trata-se de texto instrucional, objetivo e claro. Apresenta uma estrutura constituída de ingredientes e
modo de preparar ou de fazer. Na parte relativa ao modo de fazer, os verbos são, geralmente, empregados no
modo imperativo, mas também é comum o emprego dos verbos no infinitivo. Faz uso das funções apelativa e
referencial, segue o padrão culto-formal da língua. Como redação de vestibular, salvo orientação em contrário,
deve ser estruturada em prosa.

Bula
Trata-se de texto instrucional que acompanha um medicamento e traz uma série de informações, como
nome do remédio, apresentação, composição, indicações principais, informações ao paciente, modo de usar
(posologia), contraindicações, reações adversas, precauções e outros. Como redação de concurso, este gênero não
deve ter as informações científicas de uma bula “verdadeira”, nem o formato de texto que a bula traz, pois, no
exame vestibular, tal gênero deve ser escrito em prosa.

Manual de instruções
Normalmente, há uma breve introdução apresentando o produto, suas vantagens e aplicabilidade no
cotidiano, por exemplo. A seguir, são enumeradas (em prosa) as instruções para o uso eficaz do produto.
O texto pode terminar com orientações ou ainda trazer algumas precauções e oferecer o serviço de uma central
de atendimento ao consumidor. Tudo depende de sua criatividade.

Horóscopo
Neste gênero textual, a relação social de hierarquia entre autor e leitor é bem flexível; o atendimento ou
não aos comandos explicitados textualmente dependerá apenas da crença do leitor em relação à ciência inerente
ao horóscopo. Visa a aconselhar alguém a fazer algo. Neste gênero, usa-se a variedade padrão da língua.

Texto publicitário
Trata-se de um texto que tem a finalidade de promover um produto ou uma ideia ou estimular o consumidor a
comprar um produto. Tem estrutura variável, normalmente constituída de título e de corpo do texto. Há o emprego de
verbos no imperativo e no infinitivo. Neste gênero, usa-se a variedade padrão da língua. São textos publicitários: anúncio
publicitário, anúncio classificado e panfleto.
Notícia

Trata-se de um texto jornalístico que relata um fato novo. Apresenta geralmente uma estrutura padrão,
composta de duas partes: lead e corpo. O lead deve mencionar a maior parte das informações essenciais sobre o
fato ocorrido: o quê, quando, onde, como e por quê. O corpo contém o detalhamento ou o desenvolvimento do
lead, podendo ser enriquecido por citações de personagens envolvidas no fato. A linguagem é impessoal, objetiva
e direta e segue a variedade padrão da língua.
Lembre-se: o lead é o primeiro parágrafo do texto, portanto não se pode pular linha entre lead e corpo!

Entrevista
É um texto jornalístico que tem por objetivo colher informações, opiniões, experiências pessoais ou
profissionais de uma pessoa de destaque. Organiza-se em duas partes: uma introdução (que faz uma apresentação
do entrevistado e do assunto) e o corpo da entrevista, em geral, na forma de perguntas e respostas. Apresenta
entrevistado antes da fala de cada um ou diferencia as falas de um e de outro por meio de recursos gráficos. Neste
gênero, usa-se a variedade padrão da língua.

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Reportagem
Apresenta informações mais profundas sobre fatos que interessam ao público a que se destina o jornal
ou a revista, acrescentando opiniões e diferentes pontos de vista, estabelece ligações entre o fato principal e
fatos paralelos. Embora busque a impessoalidade, pode conter o ponto de vista de seus autores e entrevistados
sobre o assunto, interpretando-o, julgando-o e orientando a opinião do leitor. A linguagem tende à
impessoalidade e segue a variedade padrão da língua.

Discurso político
Trata-se de gênero textual escrito para ser lido em público. Em geral, posiciona-se sobre problemas
da sociedade e propõe soluções para esses problemas. Apresenta os seguintes elementos: vocativo, introdução
(apresentação e tentativa de obter a adesão do público), formulação da tese (formulação de uma posição frente
ao problema tratado), fundamentação (desenvolvimento dos argumentos para fundamentar ou justificar a tese
exposta), conclusão (costuma-se resumir os pontos essenciais de todo o discurso. Apresenta-se também
o programa de ação que solucionará o problema) e agradecimentos ou saudação.

Verbete
Gênero que explica a significação de uma palavra ou expressão num dicionário ou enciclopédia. Usa-se
a
em 3 pessoa.

Palestra
É entendida como um gênero de texto que, mesmo sendo apresentado oralmente, é previamente escrito,
desenvolvendo-se o tema proposto. A profundidade com que se explora o tema depende do público alvo e do tempo
de que se dispõe. Escrito em registro formal, pode conter sequências expositivas, argumentativas, narrativas e/ou
descritivas. Apresenta vocativo e saudação.

Parecer crítico
Gênero textual no qual, além da resenha da obra, constam a avaliação das ideias expostas, a apresentação
dos aspectos positivos e negativos, a justificativa da avaliação e, finalmente, deve constar do parecer o
aconselhamento, ou não, da adoção da obra analisada.

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APÓLOGO

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RECEITA

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ENTREVISTA

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DISCURSO

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TEXTO PUBLICITÁRIO / PANFLETO

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VERBETE

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5 ANOS DE UECE: AS ÚLTIMAS 10 PROPOSTAS DE REDAÇÃO

UECE 2020.1:

UECE 2019.2:

UECE 2019.1:

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UECE 2018.2:

UECE 2018.1:

UECE 2017.2:

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UECE 2017.1:

UECE 2016.2:

UECE 2016.1:

UECE 2015.2:

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