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REVISÃO FINAL UECE COM DP (PARTE 1):

Caro(a) aluno(a),
Neste material, passaremos a estudar com maior ênfase modalidades de textos dissertativos que não apresentam as
mesmas exigências do Exame Nacional do Ensino Médio, notadamente em relação a repertórios e a procedimentos
interventivos, uma vez que, em se tratando de dissertação, todos os vestibulares exigem tese, desenvolvimento argumentativo
que a justifique e conclusão, com ou sem soluções para eventuais problemas debatidos.

Ademais, analisaremos os gêneros textuais mais relevantes considerando a cobrança dos vestibulares em geral. É
importante ter em mente que a exigência primordial nesses certames é o texto dissertativo-argumentativo; vários processos
seletivos que abordam gêneros textuais em seu edital continuam a exigir em suas provas a dissertação em prosa como proposta
de redação.
Estando ciente disso, revise neste período a maior quantidade possível de gêneros e sequências textuais sem
esquecer-se de praticar as redações dissertativas em geral.

DISSERTAÇÃO FORA DO ENEM:

Entenda que não existe um modelo de dissertação para cada processo seletivo; esteja seguro(a) disso. O fato de alguns
vestibulares não fazerem as exigências das competências do ENEM não significa que o texto dissertativo treinado por você ao
longo do ano não possa ser utilizado com algumas adaptações, caso você as deseje ou caso as linhas disponibilizadas no
certame impeçam você de executar a redação que está habituado(a) a produzir. Então, vejamos algumas opções para estes e
outros vestibulares:

1. Produzir a redação dissertativa no modelo do ENEM, caso haja as 30 linhas disponíveis;


2. Produzir a redação dissertativa no modelo do ENEM com a perspicácia de enxugar 5 linhas (distribuídas entre
introdução, desenvolvimento e conclusão), caso só haja 25 linhas disponíveis;
3. Produzir a redação dissertativa parcialmente fora do modelo do ENEM, sem obrigar-se a extrapolar textos de apoio
com os quesitos de pertinência e de produtividade e a executar intervenções completas de cinco elementos. Você
pode abrir mão dos quesitos meio ou modo, detalhamento e finalidade, por exemplo;
4. Produzir a redação dissertativa fora do modelo do ENEM, com tese, argumentação, mas com conclusão de resumo,
sem qualquer viés interventivo;

(RELEITURA OBRIGATÓRIA: capítulo 2 do Livro, pág. 62 a 65: CONCLUSÃO DE RESUMO OU ARREMATE OPINATIVO).

5. Produzir a redação dissertativa submetida a algum gênero textual específico, a depender da exigência de algum
vestibular.

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EXERCÍCIO 1:

A redação seguinte cabe em 30 linhas. Elimine, com o auxílio do Prof. Diego Pereira, 5 linhas para adequá-la a
vestibulares que só disponibilizem 25 linhas:

TEMA: O BULLYING NOS AMBIENTES ESCOLARES: A PERSISTÊNCIA DA INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA EM ESCOLAS DO BRASIL

No ano de 2018, foi sancionada a Lei de Combate ao Bullying nas Escolas, que determina aos ambientes escolares a
promoção de uma cultura de paz no contexto estudantil. No entanto, a persistência da intimidação sistemática não é um
fenômeno restrito à atualidade, pois, por exemplo, no romance O Ateneu, publicado em 1888, o escritor realista Raul Pompeia
já abordava o cotidiano de ridicularização sofrida pelo personagem Sérgio em um colégio interno do Rio de Janeiro. Cerca de
130 anos depois da publicação desse enredo, o Brasil ainda convive com a grande incidência do bullying nos espaços escolares,
a partir do exercício repetitivo de violências físicas e psicológicas dentro de relações desiguais de poder nesses locais. Esse
panorama persistente fere princípios básicos de convivência harmoniosa e exige uma atuação mais ostensiva de instituições
formadoras de opinião e até do poder público no enfrentamento dessa prática inescrupulosa.

Efetivamente, o aumento das diversas formas de intimidação e de acossamento nos ambientes escolares tem
intrínseco relacionamento com a formação insatisfatória de valores de ética e de empatia em muitos núcleos familiares,
ambientes supostamente responsáveis pela promoção de preceitos básicos de pacifismo e de respeito à diversidade no
convívio coletivo, conforme orientam as competências socioemocionais presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Nesse contexto discriminatório, muitos pais ou responsáveis, além de não proporcionarem tal fundamentação de cidadania,
valorizam, por ignorância ou incapacidade na formação psicossocial dos descendentes, esse comportamento transgressor,
considerando-o bem-humorado e inofensivo em algumas situações. Essa condescendência familiar, que faz jus ao pensamento
do iluminista Voltaire, conforme o qual “Os preconceitos são a razão dos imbecis”, tende a disseminar o bullying para os
ambientes escolares, nos quais vários profissionais de educação, devido à leniência de algumas gestões escolares quanto ao
tema, não são efetivamente orientados a reprimir a ridicularização de estudantes nem a estimular a socialização dos que forem
excluídos, como se tentava impor à personagem alter ego de Raul Pompeia.

Acresça-se, ainda, que são ineficazes as ações do Estado brasileiro no combate ao bullying nas escolas. Com efeito,
apesar da aprovação do Programa de Combate à Intimidação Sistemática, em 2015, e da mais recente Lei de Combate ao
Bullying nas Escolas, de 2018, mostra-se inexpressiva a disseminação de informações à população acerca desses dispositivos
jurídicos, o que prejudica a aplicação efetiva deles pelo fato de muitos brasileiros não saberem como proceder para exigir o
cumprimento de seus direitos ou para desenvolver denúncias em relação ao descumprimento deles.

Portanto, a fim de evitar que mais estudantes sejam regularmente hostilizados como Sérgio em O Ateneu, urge que
mais núcleos familiares e ambientes escolares se unam numa conveniente parceria de combate ao bullying, por meio,
respectivamente, de recorrentes reuniões domésticas acerca dessa pauta e de palestras, cartilhas educativas ou peças teatrais,
que sensibilizem a comunidade estudantil contra o acossamento de quaisquer estudantes e que esclareçam ainda a
professores, coordenadores pedagógicos e demais profissionais de educação a responsabilidade social e jurídica deles no
enfrentamento dessa prática vil. Outrossim, compete ao Governo Federal massificar vastos comunicados esclarecedores
relativos às leis brasileiras efetivamente relacionadas ao bullying, mediante campanhas do Ministério da Educação nas redes
sociais e na imprensa televisiva, as quais sinalizem para a população como proceder para realizar boletins de ocorrência ou
acionar as próprias escolas no que diz respeito à tomada de providências inerentes ao achincalhamento de alunos no contexto
escolar.

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EXERCÍCIO 2

Nas redações seguintes, realize, com o auxílio do Prof. Diego Pereira, adaptações na tese (se desejar) e na conclusão
para adequá-las a um perfil sem intervenção, que caiba em 25 linhas:

TEMA: O DESRESPEITO AO IDOSO NA CONTRAMÃO DAS GARANTIAS DA TERCEIRA IDADE NO BRASIL

No convívio social brasileiro, vêm-se notabilizando, de maneira cada vez mais explícita, diversas formas de desacatar
prerrogativas jurídicas que protegem a população senil no País. Esse grave processo evidencia a ineficácia de setores da
administração pública e a displicência de estratos da sociedade civil no sentido de oportunizar aos indivíduos da terceira idade
a dignidade que a legislação nacional lhes garante.

Com efeito, são insuficientes as ações governamentais em atenção aos idosos brasileiros, que já são mais de 30
milhões e ultrapassarão a quantidade de crianças em 2031, conforme o IBGE. Prova dessa inexpressividade política é que,
apesar de existirem aparatos legais reconhecidamente vastos em garantias aos senis, como a Constituição de 1988 e o Estatuto
do Idoso, esses 14% dos brasileiros têm dificuldades de acesso, por exemplo, à saúde, com escassez de geriatras em hospitais
públicos, e à dignidade, com a exiguidade de casas de repouso para idosos abandonados pela família ou de áreas de lazer
voltadas para esse grupo em muitas cidades. Ressalte-se, ainda, que, por causa da deficiência de divulgação governamental,
muitas pessoas não conhecem essas tipificações jurídicas concernentes a esse público, fato que torna reduzidas as denúncias
de trangressões a tais leis e exige uma atuação mais contundente do poder público em prol dos sexagenários no Brasil.

Ademais, já no contexto da comunidade em geral, muitos senis são desrespeitados por familiares, agredidos física e
psicologicamente e até abandonados, em flagrante oposição a suas garantias jurídicas. Essas ações têm intrínseco
relacionamento com uma mentalidade absolutamente equivocada, que trata idosos como um estorvo em muitos lares e
subestima suas potencialidades em algumas áreas de trabalho. Tal cenário adverso demanda um maior esforço social para
fazer jus ao pressupostos associados à senilidade na Nação.

Portanto, para que o Brasil não atue na contramão do que a legislação nacional possibilita aos idosos no País, cabe ao
Governo Federal intensificar investimentos em políticas públicas para idosos, por meio de uma reestruturação de prioridades
orçamentárias, a qual seja capaz de destinar mais recursos específicos para contemplar a população senil, pois isso poderia
possibilitar, por exemplo, um maior serviço de geriatria nos hospitais públicos, a construção de abrigos governamentais para
essa população, bem como a ampliação e a divulgação do serviço Disque 100, que possivelmente receberá mais denúncias de
desrespeito às legislações de proteção ao idoso. Ademais, é conveniente que mais escolas, setores da imprensa, empresas e
cidadãos já conscientes de seus deveres promovam, mediante, respectivamente, cartilhas educativas, reportagens em série,
palestras com especialistas ou campanhas em redes sociais, por exemplo, uma sólida cultura de valorização dos idosos, pois
aproveitar a maturidade, a prudência nas ponderações e a experiência desse grupo pode trazer muitos benefícios à sociedade
em geral.

Conclusão de resumo ou arremate opinativo:

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TEMA: A REDUÇÃO DE PROBLEMAS AMBIENTAIS COMO DEVER POLÍTICO E SOCIAL NO BRASIL

O Brasil é um Estado Democrático de Direito, norteado pela Constituição Federal de 1988, a qual, em seu artigo 225,
assegura um meio ambiente equilibrado e impõe ao poder público e à coletividade o dever de protegê-lo e de preservá-lo.
Todavia, o País tem convivido com variados problemas ambientais que impedem a consolidação dessa e de outras prerrogativas
legais de proteção aos ecossistemas nacionais. Tal circunstância preocupante evidencia a importância de uma ação política e
social mais contundente no sentido de fazer reduzir os impactos da degradação ambiental na Nação.

Com efeito, no que tange à redução de impactos ambientais, é explícita a displicência do poder público no Brasil em
mitigar a degradação de biomas no País. Prova disso é que, apesar das determinações protetivas não só da Carta Magna, mas
da Lei de Crimes Ambientais, do Novo Código Florestal e da Política Nacional de Resíduos Sólidos, legislações as quais exibem
como objetivo maior a preservação do ecossistema brasileiro, são escassos os recursos, por exemplo, para a redução das
queimadas, intensificadas na Floresta Amazônica; do acúmulo de detritos em lixões em detrimento de aterros sanitários; ou
da degradação criminosa de biomas, a exemplo do que ocorreu em Mariana sem que rigorosas fiscalizações de setores do
Ministério do Meio Ambiente tenham atuado em 2015, facilitando o que se repetiu em Brumadinho, em 2019. Além disso,
são insuficientes os informes educativos governamentais que estimulem denúncias de descumprimento de tais legislações no
País, o que favorece a sensação de impunidade de transgressores.

Ademais, o entendimento de que os recursos naturais são finitos e de que cada indivíduo deve sentir-se partícipe do
processo de preservação do meio ambiente ainda não é consolidado em muitas pessoas. Nessa perspectiva displicente com a
natureza, diversas famílias, escolas ou empresas não proporcionam lições e atitudes coerentes no tocante à causa
preservacionista, por exemplo, desperdiçando água em lavagens de calçadas, não realizando a coleta seletiva do lixo,
descartando a bicicleta como um transporte alternativo aos automóveis emissores de gases estufa ou degradando
irresponsavelmente áreas florestais. No contexto escolar, por sua vez, parece insatisfatório, nas aulas de biologia e de
geografia, a título de ilustração, o repasse de noções de responsabilidade compartilhada com a lógica sustentável, o que atesta
a negligência com uma educação voltada para práticas comprometidas precocemente com a conservação ecológica e
corrobora a máxima de Johann Goethe, pensador alemão do século XVIII, conforme o qual “Nada no mundo é mais assustador
do que a ignorância em ação”, pois, enquanto a comunidade ignorar os malefícios de ações antrópicas predatórias, as futuras
gerações terão sua estabilidade comprometida.

Assim, para reduzir problemas ambientais e, dessa forma, evitar a ignorância alertada por Goethe, cabe ao Governo
Federal ampliar investimentos no sentido de cumprir a vasta legislação ambiental do Brasil, por meio de uma redefinição
orçamentária, capaz de oportunizar ao Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, a contratação de mais profissionais para o
enfrentamento de queimadas; o apoio a municípios para a construção de aterros sanitários; bem como fiscalizações mais
rígidas em empresas de exploração de recursos ambientais, além de intensificar, mediante Instagram e Twitter, campanhas
virtuais de incentivo às denúncias à Polícia ou ao Ministério Público acerca de ilicitudes contra a natureza. Outrossim, compete
a mais núcleos familiares, ambientes escolares e grupos empresariais, por intermédio, respetivamente, de debates
domiciliares, cartilhas educativas ou palestras com especialistas, estimular uma mentalidade de engajamento na causa
ambiental como ação crucial à proliferação da espécie humana. Desse modo, será possível fazer jus efetivamente ao que a Lei
Maior do País determina em termos ecológicos.

Conclusão de resumo ou arremate opinativo:

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A DISSERTAÇÃO EM FORMA DE ARTIGO DE OPINIÃO:
Trata-se de texto argumentativo que difunde a opinião de uma pessoa sobre um tema polêmico na
sociedade. É uma dissertação como as que você está acostumado a produzir, mas prefira escrever artigos de opinião em 1ª
pessoa do singular a fim de exibir para o avaliador o seu desejo de enquadrar-se mais especificamente no gênero. Evite apenas
expressões de opinião: “Eu acho”, “eu penso que”, “na minha opinião”; por tratar-se de artigo de opinião, está implícito que
você expressa seu ponto de vista. Ademais, não há obrigação interventiva, você pode terminar seu artigo de opinião com uma
conclusão de resumo ou arremate opinativo, caso não se sinta confortável para intervir a depender do tema. Perceba que
todas as redações dissertativas que você produziu durante o ano para o Enem podem, com poucas adaptações, funcionar
como excelentes artigos de opinião.

RESUMO ESTRUTURAL: tese (opinião, culpa ou sugestão) + argumentação + conclusão

Expressões de apoio:

• Durante este ano, Neste semestre, No último mês, Nas últimas três semanas, Nos principais veículos de comunicação
brasileiros, Nas redes sociais,...

• 1ª pessoa do singular: Tenho acompanhado, Venho acompanhando, Tenho lido bastante sobre, Pude verificar...

• Opinião: Concordo com, Sou favorável a/à, Considero justo / legítimo/ viável/ plausível/ razoável... +

Discordo de, não vejo razões suficientes para, Julgo injusto/ equivocado/ condenável/ aviltante... –

• Coesão conclusiva: Em suma, Em síntese, Desse modo, Então, (e todas as outras habituais), ...

• Resumo: Constata-se que/ deduz-se que/ infere-se que...

Esses argumentos permitem entender que...


• Arremate: Enquanto “X” não for combatido, “Y” continuará a existir/ prejudicar a sociedade. (...)

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EXERCÍCIO 3:

Agora, analise esta redação, que tem características específicas do gênero artigo de opinião:

REDAÇÃO 1

Durante os últimos cinco anos, venho constatando a imprudente administração do lixo urbano no Brasil, a
qual se tem notabilizado como um explícito prejuízo para a vitalidade populacional e para a conservação de biomas
nacionais. Nessa perspectiva negligente com os resíduos sólidos, julgo necessária uma atuação mais contundente
de setores do poder público e de instituições formadoras de opinião com o propósito de minorar as consequências
adversas dessa displicência com o descarte de detritos na Nação.

De fato, tenho verificado que, por mais que o Estado brasileiro disponha de mecanismos jurídicos detalhados
os quais garantem punições a gestores públicos municipais e a empresas displicentes com o gerenciamento
adequado ou com a alta produção de detritos, a exemplo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e da Lei
de Crimes Ambientais, é evidentemente reduzido o cumprimento dessas legislações por algumas prefeituras e por
setores da iniciativa empresarial, fato que vem acarretando sensíveis sequelas à saúde pública, a partir da
frequência, no País, de doenças sérias, como a leptospirose, causada por uma bactéria encontrada principalmente
na urina de ratos; a dengue e a febre chicungunha, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, comumente
encontrado em lixões a céu aberto. Esses ambientes, por sua vez, possibilitam a produção de chorume, um líquido
poluente que compromete lençóis freáticos, e podem influenciar o assoreamento de rios, em uma demonstração
inequívoca de que há uma anuência política no Brasil com o manejo irresponsável de refugos, além de serem
escassos os informes governamentais de educação sustentável à população, pelo conhecimento das leis nacionais
relacionadas ao tema, bem como os incentivos para que a comunidade exija de políticos a priorização orçamentária
da lógica de sustentabilidade ambiental e denuncie gestores públicos e empresas condescendentes com o
assustador volume de resíduos em âmbito nacional.

Acrescento, ainda, que diversas famílias brasileiras, em face da desinformação acerca dos mais drásticos
efeitos do lixo para a saúde popular em larga escala e para a conservação de alguns biomas, descumprem o princípio
basilar de fomentar nos descendentes uma mentalidade de participação na causa sustentável relativa à correta
gerência de detritos, como restos de alimentos, utensílios domésticos ultrapassados e até simples copos plásticos.
Já no tocante a algumas escolas e empresas privadas, também me parece insatisfatório o repasse de noções de
responsabilidade compartilhada, que provoquem no estudante ou no colaborador da empresa um paradigma
cultural de cidadania voltada à preservação da natureza. Essa vulnerabilidade de conceitos sobre o tema
provavelmente contribui para que, no Brasil, a sensibilização quanto a essa causa ainda seja muito precária,
conforme posso constatar por tantas doenças e prejuízos ambientais oriundos dessa problemática.

Portanto, a fim de confrontar os flagrantes empecilhos que a gerência inadequada de lixo pode ocasionar
ao bem-estar da população e do meio ambiente, considero elementar ao Governo Federal redefinir essa questão
como prioridade a ser exigida de governos municipais, por meio de drástica restrição de verbas da União para
cidades que descumpram os prazos sugeridos para a PNRS, e intensificar o acesso da população ao entendimento
do malefício, por exemplo, de lixões e ao estímulo às denúncias de crimes ambientais de gestores públicos ou
empresários, mediante campanhas informativas do Ministério do Meio Ambiente, que sejam divulgadas em redes
sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. Já às escolas e ao empresariado sugiro ampliar o debate social acerca
desse desafio sustentável, a partir da realização de palestras para alunos ou funcionários e seus familiares, de
seminários ou de debates orientados nesse sentido, em prol de contribuir para que cada brasileiro, com o exercício
de sua cidadania, passe a ser protagonista de ações voltadas à própria longevidade e ao pleno equilíbrio ambiental.

CARTA:

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Carta argumentativa
Apresenta as características de um texto dissertativo-argumentativo somadas ao “esqueleto” de uma
carta (local e data, vocativo, corpo e saudação) e à interlocução inerente a esse gênero.

A carta argumentativa pode ser:

a) Carta do leitor

Os leitores geralmente se manifestam por carta com a finalidade de:

 elogiar ou criticar o jornal, a revista ou o jornalista pela qualidade de uma matéria publicada (extensão,
pesquisa, profundidade etc.) ou a forma (corajosa, inovadora, democrática, conservadora etc.) como
determinado assunto foi conduzido;
 manifestar apoio ou discórdia em relação às ideias de um texto publicado ou em relação aos fatos
mencionados em um texto;
 acrescentar informações, além daquelas contidas no texto publicado, esclarecendo ou aprofundando
alguns pontos de um debate;
 comentar a carta de outro leitor, seja para concordar, seja para discordar dela.

A carta do leitor, portanto, tem clara intenção persuasiva, e sua linguagem segue o padrão culto-formal
da língua.

b) Carta de reclamação ou de solicitação

Existem as cartas argumentativas de reclamação, que apresentam às autoridades reclamações sobre um


problema da comunidade, e as cartas argumentativas de solicitação, que reivindicam a solução de um problema.
Às vezes – quando, ao mesmo tempo, se reclama de algo e se solicita uma solução –, esses tipos de carta se
misturam.
Normalmente, apresentam uma estratégia argumentativa que consiste em apresentação de um problema
(introdução); exposição de argumentos capazes de comprovar que o remetente tem razão, por estar sendo
desrespeitado em seus direitos ou por não ver seus direitos atendidos (desenvolvimento); e conclusão, que pode
ser realizada por meio de síntese, sugestão (soluções) ou solicitação.

Carta aberta
É um texto persuasivo que denuncia um problema, com o objetivo de conscientizar e mobilizar pessoas e
entidades a fim de resolvê-lo. Tem estrutura formada por título, que identifica o destinatário; denúncia e análise
do problema, fundamentadas por argumentos; conclusão, que pode ser uma síntese das ideias desenvolvidas, um
conjunto de sugestões ou uma solicitação, local e data (facultativos). A linguagem segue a variedade padrão formal,
e os verbos são usados predominantemente no presente do indicativo. Os autores podem expressar-se na 1a
pessoa do plural.

Carta pessoal
É uma comunicação breve, de caráter pessoal, entre pessoas que se conhecem e mantêm algum tipo de
relacionamento. Os assuntos costumam ser vivências, fatos do cotidiano, comunicações de interesse pessoal. A
linguagem depende do grau de intimidade entre os interlocutores; costuma enquadrar-se na variedade culta-
informal da língua.

PRONOMES DE TRATAMENTO PARA CARTA

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 QUADRO DEMONSTRATIVO

Destinatário Vocativo Tratamento


Oficiais até Coronel
Senhor Vossa Senhoria
Funcionário graduados (diretores, chefes de seção)
Vossa Senhoria
Monsenhores, Cônegos, Padres e Religiosos Reverendíssimo(a) Senhor(a) Reverendíssima ou
Vossa Reverendíssima

Vossa Excelência
Bispos e Arcebispos Reverendíssimo Senhor
Reverendíssima

Vossa Eminência ou
Eminentíssimo
Cardeais Vossa Eminência
Senhor
Reverendíssima

Papa Santíssimo Padre Vossa Santidade

Reitores das Universidades Magnífico Reitor Vossa Magnificência


Procurador-Geral da República
Procurador-Geral do Estado
Procuradores-Gerais dos Tribunais
Embaixadores
Governador de Estado e Distrito Federal
Presidente e Membros das Assembleias Legislativas
Secretário de Estado
Membros do Congresso Nacional
Presidente e Membros do: Supremo Tribunal Federal,
Tribunal de Contas da União, Tribunais de Justiça, Eleitorais e Excelentíssimo Senhor Vossa Excelência
Regionais do Trabalho, Tribunal Federal de Recursos,
Superior Eleitoral e Superior do Trabalho
Vice-Presidente da República
Chefe dos Gabinetes Civil e Militar e Presidência
Ministros de Estado
Oficiais-Generais
Consultor-Geral da República
Chefias do Estado-Maior do Exército da Marinha, da
Aeronáutica e das Forças Armadas
Meritíssimo/ Excelentíssimo
Juízes em geral e Auditores da Justiça Militar Vossa Excelência
Senhor Juiz
Excelentíssimo Senhor
Presidente da República Presidente da República Vossa Excelência
Federativa do Brasil

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CARTA ARGUMENTATIVA

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CARTA ABERTA

Carta Aberta ao Ministro da Saúde

Excelentíssimo Senhor Ministro da Saúde,

Inicialmente, venho manifestar minha confiança na capacidade de Vossa Excelência de administrar um


ministério tão crucial ao interesse nacional como o da Saúde. Em seguida, quero expressar, porém, minha
preocupação com o pouco apelo que as campanhas de vacinação governamentais tiveram em 2019 no tocante à
sensibilização de famílias brasileiras em prol de conduzir os filhos para receber vacinas necessárias. Nesse contexto
de descompromisso familiar com a imunização no País, desejo registrar algumas considerações.

Efetivamente, é cada vez maior o número de brasileiros que não consideram a vacinação dos filhos um
procedimento fundamental para a garantia de que estes tenham uma vida saudável. Na verdade, o movimento
antivacinas tem encontrado muitos adeptos no Brasil, e sua gestão à frente do Ministério, apesar de satisfatória em
outros aspectos até o momento, talvez não tenha direcionado esforços realmente suficientes no combate a essa
cultura de receio das consequências e dos efeitos colaterais da prática vacinal.

Nessa perspectiva de mentalidade social, percebo que muitos brasileiros não compreendem
verdadeiramente a gravidade de não vacinar filhos contra doenças a exemplo do sarampo, tratado por erradicado
até bem pouco tempo. Sua administração ainda não conseguiu fomentar nessa parcela da população o
entendimento da letalidade dessa negligência com as vacinas, o que tem reduzido substancialmente cobertura
vacinal brasileira por simples desinformação.

Desse modo, reafirmo minha absoluta credibilidade no potencial gestor de Vossa Excelência e reivindico a
ampliação de programas informativos verdadeiramente capazes de fazer chegar ao brasileiro medianamente
informado o conhecimento das drásticas consequências de negligenciar a vacinação no País. Desejo-lhe êxito
durante a gestão e espero que meu pleito seja oportunamente atendido.

Respeitosamente,
Cidadão Brasileiro. (SE A PROPOSTA SOLICITAR)
Fortaleza, 15 de dezembro de 2019.

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Editorial
Trata-se de um texto argumentativo que expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito de um
assunto, quase sempre polêmico. Sua estrutura normalmente é formada por três partes: ideia principal,
desenvolvimento (que contém argumentos que sustentam a ideia principal) e conclusão. A linguagem é impessoal,
com o uso da 3a pessoa ou da 1ª pessoa do plural e verbos predominantemente no presente do indicativo. O gênero
segue a variedade padrão formal da língua.

Manifesto
Trata-se de um texto de intenção persuasiva por meio do qual entidades e/ou pessoa(s) alertam as
autoridades e a população sobre um problema de interesse coletivo que pode vir a ocorrer ou já está ocorrendo.
Tem estrutura relativamente livre, normalmente com título e com local e data na última linha, mas contém alguns
elementos indispensáveis: identificação e análise do problema e argumentos que fundamentam o ponto de vista
dos autores.

Parecer crítico
Gênero textual no qual, além da resenha da obra, constam a avaliação das ideias expostas, a apresentação
dos aspectos positivos e negativos, a justificativa da avaliação e, finalmente, deve constar do parecer o
aconselhamento, ou não, da adoção da obra analisada.
Palestra
É entendida como um gênero de texto que, mesmo sendo apresentado oralmente, é previamente escrito,
desenvolvendo-se o tema proposto. A profundidade com que se explora o tema depende do público alvo e do tempo
de que se dispõe. Escrito em registro formal, pode conter sequências expositivas, argumentativas, narrativas e/ou
descritivas. Apresenta vocativo e saudação.

DETALHE:
TIPOS TEXTUAIS X GÊNEROS TEXTUAIS
Tipos ou sequências textuais

 Sequência argumentativa: é aquela em que se faz a defesa de um ponto de vista, de uma ideia, ou em que se
questiona algum fato. Ao opinar, ou seja, expressar um parecer sobre alguma pessoa, acontecimento ou coisa,
intenta-se persuadir o leitor ou o ouvinte, fundamentando o que se diz com argumentos de acordo com o assunto
ou tema, a situação ou o contexto e o interlocutor.
Gramaticalmente, caracteriza-se pela:
– progressão lógica de ideias e linguagem mais sóbria, objetiva, denotativa;
– polifonia (ou seja, presença de várias vozes que se integram ao texto, seja por citações, seja por menções, seja
por referências intertextuais), geralmente introduzida por sinais de pontuação (dois--pontos, aspas, travessões),
funcionando de apoio para a argumentação;
– presença de palavras valorativas (positivas ou negativas) e expressões modalizadoras, que manifestam o
posicionamento do falante;
– emprego de orações subordinadas adverbiais causais, introduzidas pelas conjunções visto que, pois, porque,
para a apresentação da relação de causa-consequência;
– emprego de perguntas retóricas, prevendo possíveis interrogações por parte do interlocutor.

Gêneros textuais inerentes


Ex: Artigo de opinião, editorial, manifesto, resenha crítica, carta argumentativa, texto dissertativo-argumentativo e
outros.

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MANIFESTO

Manifesto pela Preservação da Biodiversidade Brasileira

A degradação ambiental vem apresentando significativo crescimento no Brasil, fato que conduz a um alerta
nacional acerca da ameaça representada por essa problemática ao País. Diante dessa adversidade, cidadãos
brasileiros, é evidente a necessidade de um maior engajamento de nossa parte com o fito de equilibrar a ação
antrópica na natureza brasileira e o intuito de consolidar a sustentabilidade dos recursos naturais da Nação.

De fato, cidadãos deste país, temos sido complacentes com o desperdício de água, com o descarte
exacerbado de lixo, com a emissão exagerada de gases estufa na atmosfera, com o desmatamento de áreas verdes
e com a biopirataria, uma vez que muitos de nós, equivocadamente, não nos consideramos partícipes da causa
preservacionista e deixamos de contribuir, da forma cidadã como poderíamos, para a redução dessas adversidades.

Ressalte-se que essa falta de engajamento tem relação direta com a ineficácia de informes educacionais em
ambientes de ensino e com a escassez de debates domésticos acerca do tema, o que todos nós podemos fazer a
partir do entendimento de que tal causa precisa ser do interesse de qualquer brasileiro que deseje a longevidade da
vida no País.

Portanto, povo brasileiro, unamo-nos nesse propósito de conservação da biodiversidade nacional! Não
permitamos que as futuras gerações encontrem uma hostilidade ambiental provocada pela nossa negligência! É
nosso dever adotar atividades básicas e factíveis, como coleta seletiva de lixo, conservação da água potável ou
utilização de bicicletas em detrimento de automóveis; nosso esforço é crucial!

Fortaleza, 7 janeiro de 2018.

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