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REDAÇÃO PARA ANÁLISE: (semana 4): 22/3/2021

PROPOSTA: A INCLUSÃO DIGITAL NA TERCEIRA IDADE EM FUNÇÃO QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS NO BRASIL
Analise a redação seguinte e corrija-a, quando necessário, com o professor Diego Pereira.
Na sociedade brasileira, a partir do avanço da acessibilidade à internet notadamente no século XXI, vêm obtendo
notoriedade as condutas de amparo governamental e de sensibilidade social em prol dos senis no âmbito da inclusão de tal
grupo na rotina de uso da “web”. Entretanto, ainda persistem muitas adversidades que excluem ou prejudicam quanto à
inclusão digital adequada esse contingente populacional de cerca de 30 milhões de brasileiros conforme o IBGE, em
flagrante oposição às vastas garantias jurídicas de que tal grupo dispõe no Brasil. Esse panorama desafiador sugere uma
conduta mais empenhada de setores do poder público e da sociedade civil no sentido de oportunizar bem-estar aos
indivíduos da terceira idade a partir de uma convivência satisfatória com a rede mundial de computadores.
Com efeito, o Estado brasileiro ainda não consegue assegurar aos anciões o que a legislação nacional já lhes garante
em termos de inclusão na convivência virtual. Prova disso é que, apesar de a Constituição Federal, em seu artigo 230,
determinar irrestrito amparo aos sexagenários e de o País dispor do Estatuto do Idoso aprofundando esses pressupostos
jurídicos, ao oferecer, por exemplo, o direito dos integrantes da terceira idade ao lazer, à educação - o que inclui tecnologias
virtuais - e à dignidade, há escassez de centros públicos de educação tecnológica para idosos, e o País passa a depender
muito da iniciativa privada e da boa vontade de parentes, por exemplo, nesse aspecto. Acresça-se, ainda, que muitos
sexagenários encontram dificuldades de desenvolver e de aprimorar, com suporte estatal, uma educação para a vida em
internet, a qual pressupõe a independência na busca de serviços de saúde e de entretenimento para a 3ª idade e, inclusive,
a perspectiva de ampliar o senso crítico diante da grande quantidade de informações e de ciladas com as quais têm contato.
Como desdobramento dessa desassistência política, a ingenuidade gerada pela inaptidão com a internet faz muitas idosas
e idosos, por exemplo, caírem em “golpes” de estelionato virtual, comprando produtos que não são entregues, ou, sendo
submetidos a uma grande variedade de notícias supostamente verdadeiras, disseminarem “fake news” pelo fato de não
discernirem o que é verdade ou não em face da pouca familiaridade com os perigos da vida em rede.
Ademais, por mais que seja explícita no Brasil a evolução de uma mentalidade inclusiva e protetiva aos 14% da
população com 60 anos ou mais de idade de acordo com o IBGE, com a criação, por exemplo, de projetos como as
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), do Governo Federal, que oportunizam, em algumas cidades,
dignidade a idosos mediante o acesso a equipamentos e a conhecimento visando ao convívio cibernético, não são raros os
casos de desrespeito e de desvalorização de sexagenários no País em comprometimento de sua inclusão digital. De fato, em
face de considerar precipitadamente os idosos como seres limitados tecnologicamente em comparação com jovens ou como
uma força de trabalho que não consegue adequar-se às tecnologias digitais disponíveis, muitos indivíduos prejudicam os
senis, por exemplo, menosprezando-os no convívio familiar, por não serem tão ágeis às vezes nas redes sociais, ou no
ambiente de trabalho, negando-lhes afazeres que envolvam a internet ou o manuseio de computadores ou smartphones.
Em consequência desse tipo de tratamento recebido, muitos sexagenários têm a autoestima reduzida, atrofiam seu
potencial de interagir com outros idosos nas redes sociais e deixam de aprender possibilidades até de encontrar serviços de
saúde ou de lazer pela internet. Essa cultura equivocada de que um idoso não consegue incluir-se no âmbito digital
compromete a qualidade de vida de senis, gera muita dependência deles em relação a outros grupos e explicita um
paradigma cultural extremamente deturpado em relação a tal segmento.
Portanto, com o fito de consolidar, satisfatoriamente, inclusão digital, cidadania plena e dignidade à terceira idade
e, assim, potencializar uma salutar convivência com um envelhecimento populacional ativo e cada vez mais independente,
cabe ao Governo Federal intensificar investimentos em políticas públicas para inclusão digital de idosos, por meio de uma
reestruturação orçamentária, que seja capaz de destinar aos Ministérios da Educação e da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos mais recursos específicos para contemplar a população senil, visto que isso pode possibilitar, por exemplo, a
construção de espaços públicos para oferecimento de educação digital a idosos e a ampliação de informes educativos desses
ministérios em apologia à promoção de melhor qualidade de vida dessa parcela populacional a partir da inclusão digital.
Além disso, compete a mais famílias, empresas e até setores da imprensa ampliar, por meio, respectivamente, de mais
diálogos domésticos, cartilhas educativas para colaboradores, palestras ou documentários em horário nobre sobre o tema,
a necessária mentalidade de valorização dos idosos como seres que podem, sim, incluir-se no âmbito cibernético e virtual,
pois uma sensível melhora na qualidade de vida desse grupo tem direta relação com o adequado traquejo com a tecnologia.
Assim, será possível que os sexagenários brasileiros disponham, de fato, de maior bem-estar a partir de sua efetiva inclusão
na perspectiva tecnológica e virtual.

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SARAH ELLEN SILVA SANTOS - saraheeepeusebio@gmail.com - IP: 191.190.103.228

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