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A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, garante a todos os cidadãos o

direito à inclusão digital. Entretanto, na prática, tal garantia não se efetiva integralmente, haja
vista que existem inúmeros desafios para a implementação da educação digital no Brasil.
Dessa forma, é válido destacar as causas que estimulam essa realidade, dentre as quais se
destacam a negligência governamental e a alienação social, a fim de superar tal revés.

Nesse contexto, é evidente que a insuficiência estatal é um fator preponderante no


que tange a falta de tecnologias na educação brasileira. Sob essa ótica, Zygmunt Bauman,
expoente sociólogo polonês, em sua teoria sobre as instituições zumbis, argumentou que
algumas instituições, dentre elas o Estado, perderam suas funções sociais, colaborando para
diversos impasses na sociedade, como os desafios na implementação da educação digital.
Nesse sentido, percebe-se que o contexto brasileiro se enquadra no pensamento supracitado,
uma vez que o país não possui um amplo acesso às tecnologias na educação, sem que os
órgãos responsáveis por promover uma vida melhor à população atuem de forma
considerável, visto que não investem na implementação de um ensino digital que abranja toda
a população de estudantes. Por consequência, cerca de 45% da população ainda está
subconectada ou totalmente desconectada, segundo dados da PWC, em 2020. Logo, é
imprescindível combater a omissão governamental.

Outrossim, nota-se que a abstração social também colabora para os impasses na


execução de um ensino digital. Nesse viés, o escritor português, Jose Saramago, em sua obra
“Ensaio Sobre a Cegueira”, utiliza o termo “cegueira branca” para referir-se à nação que finge
não enxergar os problemas presentes em seu meio social, gerando uma realidade hostil, na
qual problemas, como a implementação da educação digital, são observados. À vista disso, é
evidente que o corpo social brasileiro se assemelha ao descrito na obra, uma vez que a
sociedade não se movimenta em prol da inclusão digital de todos os estudantes, não
mensurando o quão danoso isso será para a população, visto que a formação digital será
fundamental para as novas profissões que exigem o uso e acesso às tecnologias. Por
conseguinte, as desigualdades aumentam cada vez mais, impedindo um crescimento próspero
do país. Assim, é necessário suprimir o papel inerte da sociedade.

Em síntese, a criação de medidas que diminuam os desafios para a implementação da


educação digital no Brasil faz-se necessária. Para tanto, cabe ao Governo, responsável pelo
bem-estar de todos, promover um ensino mais tecnológico no país, por meio da instalação de
computadores com acesso à internet nas escolas, a fim de diminuir a porcentagem de pessoas
que ainda não estão conectadas. Ademais, é dever das mídias, que têm um amplo alcance
entre a população brasileira, fomentar debates acerca das consequências advindas da falta de
letramento digital e informacional, com a finalidade de conscientizar a população e instigá-la a
agir. Destarte, o Brasil estará mais perto do proposto no texto constitucional.

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