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Anafalbetismo no Brasil

No filme “Central do Brasil”, um dos clássicos brasileiros, passa-se a história da Dora, uma
amargurada ex-professora que ganha dinheiro escrevendo cartas para analfabetos na central
do Rio de Janeiro com a falsa promessa de enviá-las aos seus familiares. De maneira análoga, o
longa retrata a realidade de muitos brasileiros os quais se encontram em total vulnerabilidade
por não saberem ler e escrever, o que se configura como um grande desafio no Brasil. Diante
disso, é lícito destacar o peso que a desigualdade socioeconômica e o preconceito possuem
sobre o analfabetismo no País.

Sob essa perspectiva, convém enfatizar o impacto da disparidade social na permanência


de crianças e jovens em instituições de ensino. Nesse sentido, de acordo com o Índice de Gini,
medida que classifica o grau de desigualdade em um país, o Brasil está entre as 10 nações mais
desiguais do mundo. Nessa lógica, essa cruel disparidade força os estudantes de famílias
carentes à evasão escolar, para que contribuam com a renda do lar cada vez mais cedo. Dessa
forma, parcela da sociedade brasileira, devido a sua condição social, é impedida de ter acesso
à educação, o que resulta em uma formação de ensino incompleta, fato que,
consequentemente, agrava o entrave social.

Outrossim, é imperativo destacar a falta de empatia como um dos fatores que validam a
persistência da problemática. Segundo Mário Sérgio Cortella, grande filósofo contemporâneo,
a nação brasileira é tão preconceituosa que usa o termo “analfabeto” como ofensa. Isso, que é
um crime social, é indicado cruelmente ao próximo de modo a ser responsabilidade exclusiva
dele. Desse modo, enquanto parcela da população – que é privilegiada – for tão
preconceituosa ao ponto de insultar o outro de tal maneira, mais adultos, que têm
oportunidade de voltar a estudar, irão hesitar por tamanha rejeição.

Evidencia-se, portanto, a necessidade de ações interventivas para minimizar o


analfabetismo em todo território nacional. Para tanto, o Governo deve investir em regiões
menos favorecidas economicamente, para proporcionar condições igualitárias de
aprendizagem. Ademais, compete ao Ministério da Educação - órgão responsável pelas
políticas nacionais educativas - por meio de amplo debate entre famílias, Estado e professores,
introduzir novos métodos eficazes de ensino, com o fito de transformar a educação brasileira,
diminuir o preconceito e, consequentemente, o analfabetismo no País. Feito isso, o Brasil
poderá, gradativamente, mudar o quadro exposto pelo índice de Gini.
A pertinência e os desafios para o uso das tecnologias na educação

Desde a Primeira Revolução Industrial, o desenvolvimento tecnológico tem avançado de


forma acelerada, e passou a integrar diversos âmbitos, inclusive educacionais.
Hodiernamente, sabe-se que a tecnologia é uma ferramenta de extrema importância para
auxiliar no ensino e aprendizado, principalmente se usada de forma conjunta entre alunos e
professores nas escolas. Infelizmente, no entanto, essa prática ainda não é amplamente
aplicada, devido à negligência governamental, que tem como consequência a pertinência das
desigualdades sociais, configurando-se como um desafio a ser superado.

Convém pontuar, primeiramente, que o desleixo por parte do Governo contribui para a
persistência do revés. Acerca disso, de acordo com a Constituição Federal, em seu Artigo 205,
é dever do Estado garantir a educação, o pleno desenvolvimento da pessoa e sua
preparação para o mercado de trabalho. No entanto, não é possível observar o
cumprimento de tais normas, já que a falta de verbas destinadas à preparação das escolas,
principalmente públicas, é alarmante. Dessa forma, é evidente a ineficácia do governo
brasileiro, que não usam as tecnologias a favor dos estudantes, em cuidar das
instituições públicas, aumentando, consequentemente, as assimetrias já latentes na
sociedade.

Vale ressaltar, também, que a desigualdade social é mais um desafio para a


manutenção do problema no Brasil. A esse respeito, segundo o filósofo Immanuel Kant, “O
homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”. Sob tal óptica, fica evidente a
importância da tecnologia no aperfeiçoamento do corpo social e que por meio dela é
possível buscar melhorias no País, precipuamente no ambiente escolar. Logo, é inaceitável que
o ensino público não esteja preparado para usar a tecnologia a seu favor e mudar a realidade
dos alunos, principalmente os mais carentes, porque limita novas maneiras de aprender
conteúdos que são auxiliados pela informática.

Dessarte, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Logo, o


Governo Federal - que tem como função regrar e organizar a sociedade-, deve garantir que os
alunos da rede pública recebam os benefícios da era digital, por meio de políticas
públicas que preparem os professores as novas possibilidades de se passar o
conhecimento. Nesse sentido, o intuito de tal ação é que os estudantes possam absorver de
forma mais eficiente o ensino e, consequentemente, amenizar as desigualdades sociais.
Desse modo, espera-se, a longo prazo, mitigar essa problemática em território nacional.
Moradores de rua no Brasil, uma questão social

Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na
qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos. No entanto, o que se observa
na realidade atual é o oposto do que o autor prega, já que há moradores de rua no Brasil, o
que dificulta a concretização dos planos de More. Dessa forma, é evidente que o cenário
antagônico é fruto tanto da negligência estatal quanto do desemprego e precisa ser
modificado urgentemente.

A princípio, é fundamental ressaltar que o caso dos moradores de rua deriva da baixa
atuação dos setores governamentais. De acordo com Thomas Hobbes, o Estado é
responsável por garantir o bem-estar da população. No entanto, é notório que o Poder
Público não cumpre seu papel enquanto agente garantidor de direitos mínimos, uma
vez que o número de pessoas em situação de rua só cresce e o Governo não atua
sistematicamente para erradicar esse grave problema social. Logo, é inadmissível que em
pleno terceiro milênio, o direito de moradia não seja cumprido pelo Estado.

Ademais, é importante pontuar como promotor dos desabrigados a ausência de


emprego. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD
Contínua), o desemprego no Brasil saltou para uma taxa recorde de 14,4% por causa
da crise do Coronavírus, a qual ocasionou, consequentemente, um aumento da pobreza
alarmante em todo território nacional. Igualmente, é evidente que a falta de trabalho é um
fator determinante para o aumento dos sem-teto, uma vez a população necessita de
dinheiro para pagar aluguel de sua moradia e quando não o possuem são despejados.
Assim, infelizmente, o País é marcado pela exclusão desses indivíduos, o que comprova o
descaso com os cidadãos que se encontram em tamanha vulnerabilidade.

Portanto, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço dessa


problemática. Logo, cabe ao Ministério da Cidadania - órgão responsável pelo
desenvolvimento social - criar um projeto de inclusão dos sem-teto, por meio da
contratação de assistentes sociais e criação de alojamentos. Desse modo, essas pessoas
terão acompanhamento e garantia de vaga de emprego para poderem se sustentar sozinhos,
com o intuito de amenizar gradativamente até erradicar a situação dos moradores de rua
no País. Dessa maneira, a coletividade alcançará a Utopia de More.
O tabagismo como problema de saúde pública no Brasil

Segundo a Organização das Nações Unidas, a cada 6 segundos, uma pessoa morre
vítima de doenças relacionadas ao hábito de fumar, fato que demonstra claramente o
quanto o tabagismo influi como um problema de saúde pública no Brasil. Nesse contexto, é
evidente que tal adversidade é causada pela glamourização do fumo e pela influência da
indústria de cigarros. Assim sendo, faz-se imprescindível a análise dessa conjuntura, com o
intuito de mitigar os entraves para a melhora da qualidade de vida.

Em uma primeira visão, é inegável que o encanto pelo tabaco está entre a causa do
problema, uma vez que séries e filmes performam esse costume de forma atrativa.
Ademais, segundo o filósofo Bento de Espinosa, mente e corpo são um só. Sob esse viés,
a validação exercida na psique por meio do entretenimento televisivo induz ao consumo
do cigarro, conforme o pensador, esse conjunto contribui para que o indivíduo torne-se
tabagista. Nesse sentido, verifica-se que, lamentavelmente, embora a constante evolução da
saúde acerca dos tratamentos médicos disponíveis, a atração ao tabagismo, por meio do lazer
televisionado, age como agente patogênico.

Igualmente, outra dificuldade enfrentada para a solução dessa questão é a influição


mercadológica da nicotina no País. Para mais, o filme “Obrigado Por Fumar” retrata meios de
burlar às leis, para ocultar do povo dados sobre os danos do uso do tabaco, a fim de aumentar
o lucro empresarial. À vista disso, fora da ficção, o mercado busca formas de propagar seus
produtos aos indivíduos, ou seja, trazer opções para a difusão que omita os males que o
cigarro gera. Logo, indubitavelmente, faltam medidas efetivas das autoridades para regular
essa nociva propagação.

Fica evidente, portanto, que ações são necessárias para atenuar essa grave questão. Logo,
o Governo, como instância máxima dos aspectos sociais, coeso ao Ministério da Saúde,
deve, com urgência, adotar estratégias de divulgar os malefícios do tabagismo para conter o
agravamento dessa conjuntura. Adiante, a ação pode ser feita por meio de palestras, em
conjunto às unidades básicas de saúde, com o fito de informar a comunidade dos
prejuízos que o cigarro causa e assim inteirar sobre os tratamentos a dispor no Sistema Único
de Saúde. Só assim, com base nos ensinamentos de Bento Espinosa, haverá,
gradativamente, uma conscientização da população
O papel da família na construção da dignidade de um cidadão

A animação “O Rei Leão”, da Disney, apresenta a relação familiar do protagonista Simba,


que recebe ensinamentos de seu pai Mufasa sobre a importância de valores sociais como a
solidariedade. Essa obra ficcional representa o papel fundamental da família na construção de
princípios dignos capazes de formar um cidadão. Entretanto, apesar desse benefício do núcleo
familiar, muitos pais não proporcionam um ambiente saudável para o desenvolvimento da
criança, o que prejudica a real cidadania de tais indivíduos.

Diante do cenário apresentado, é possível afirmar que a família é imprescindível na


formação da dignidade dos filhos ao transmitir-lhes experiências que envolvam valores sociais,
como honestidade e respeito. Isso ocorre tendo em vista que, a partir de exemplos, as figuras
familiares são capazes de influenciar o caráter das crianças. Tal realidade é comprovada pela
teoria do filósofo John Locke, o qual afirma que os indivíduos nascem como folhas em branco,
ou seja, sem criticidade, e, ao longo da vida, adquirem vivências capazes de moldar quem eles
serão no futuro. Por isso, nota-se que a família é essencial na construção desse futuro cidadão,
já que ela é o primeiro contato social das crianças.

No entanto, muitas famílias não proporcionam um ambiente adequado para que o


indivíduo se desenvolva. Um exemplo disso são as agressões domésticas cometidas pelos pais
que veem na violência uma forma de disciplinar. A realidade em questão é negativa, pois fere
o Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual defende que toda criança deve ter o direito a
uma vida digna assegurado com absoluta prioridade pela família. Desse modo, percebe- se que
as infantes vítimas de violência são, na realidade, cidadãos de papel, assim como na teoria do
jornalista Gilberto Dimenstein, uma vez que eles possuem os direitos garantidos apenas no
plano teórico. Em suma, quando a instituição familiar não cumpre seu papel constitucional, ela
torna-se um entrave para a cidadania infantil.

Portanto, com intuito de construir cidadãos com dignidade, as ONGs de defesa da criança
necessitam evidenciar para a família, por intermédio de campanhas educativas, o papel que
ela possui em relação a uma educação sem violência. Essas campanhas devem ser realizadas
nas mídias sociais, no formato de vídeos, feitos com auxílio de psicólogos e advogados, que
vão explicitar para os pais as bases do ECA e a relevância de transmitir às crianças valores
humanos dignos. Assim, será possível garantir que mais famílias da realidade ajam como o
Mufasa da ficção.
A questão da gordofobia no Brasil: como combater essa realidade?

A música “All about the bass”, da cantora Meghan Trainor, critica o padrão de beleza
associado à magreza e apresenta uma valorização do corpo gordo, independentemente da
visão preconceituosa da sociedade. Porém, infelizmente, tal valorização não ocorre no Brasil,
já que a gordofobia inferioriza a pessoa gorda, prejudicando essa parcela social. Por isso, é
evidente a necessidade de combater a problemática.

Diante desse contexto, pode-se mencionar que muitas pessoas próximas do padrão de
beleza inferiorizam os indivíduos gordos por associarem a magreza à superioridade. A
inferiorização em questão se manifesta, por exemplo, por meio de apelidos pejorativos, como
“elefante” e “baleia”, os quais animalizam a pessoa acima do peso. Esse fato inaceitável pode
ser relacionado à metáfora elaborada por Machado de Assis, na obra “Memórias Póstumas de
Brás Cubas”, na qual o narrador afirma que os seres humanos fixam-se na ponta do próprio
nariz, representando de forma figurada a crença de superioridade. Assim, nota- se que, ao
olhar para o próprio nariz, os gordofóbicos diminuem as pessoas em função da estética,
conduta negativa, que deve ser mitigada.

Ademais, é possível ressaltar que, segundo a Constituição Federal, todos devem ser
tratados de forma igualitária, sem qualquer discriminação. No entanto, muitos indivíduos
preconceituosos associam gordos a preguiçosos – devido à ideia de que a questão corporal
está associada apenas ao sedentarismo. Diante disso, consequências negativas são geradas;
como exemplo, relata-se que os gordos são discriminados e acabam recebendo menores
salários: 9% a menos, de acordo com o jornal “O Tempo”. Percebe-se, desse modo, que as
pessoas acima do peso são cidadãs de papel, assim como na teoria do jornalista Gilberto
Dimenstein, uma vez que esses indivíduos possuem o direito à igualdade garantido apenas na
Constituição. Em suma, a gordofobia é prejudicial à cidadania, logo deve ser erradicada.

Portanto, com intuito de combater o problema, as escolas necessitam levantar debates


sobre a cidadania de indivíduos gordos, por meio de palestras, a fim de evidenciar a igualdade
e evitar a inferiorização das vítimas. Tais palestras devem ser feitas por pessoas acima do peso,
as quais deixarão explícita a gravidade do preconceito, já que a autoestima e a
profissionalização desse grupo social podem ser prejudicadas. A partir disso, espera-se que a
valorização proposta por Meghan Trainor não fique apenas no âmbito musical.
A síndrome da alienação parental e os possíveis impactos dessa realidade na construção
da criança.

Manipular a visão de uma criança sobre a figura materna ou paterna consiste em um ato
ilegal, segundo a lei 13.431, de 2017, e infelizmente pode provocar uma condição chamada de
síndrome da alienação parental. Tal situação possivelmente ocasionará impactos negativos na
vida da criança. Por isso, é evidente a necessidade de debater sobre o assunto com objetivo de
garantir a cidadania plena dos infantes.

Nessa perpectiva, é relevante mencionar que, de acordo com o filósofo John Locke, as
pessoas nascem como folhas em branco, ou seja, sem senso crítico, e as experiências
adquiridas ao longo da vida são responsáveis por moldar o indivíduo. A teoria filosófica em
questão associa-se ao fato de que muitas crianças, ao serem vítimas de alienação parental,
podem desenvolver, como consequência da síndrome, raiva de um dos responsáveis. Isso
ocorre tendo em vista que o pai ou a mãe alienante tende a criar histórias que prejudicam a
figura do outro familiar, afirmando, por exemplo, ter sofrido agressões do parente alvo da
alienação. Assim, fica claro que as experiências de alienação parental podem ser infelizmente
formadoras de um senso crítico comprometido em relação ao parente alienado, o que pode
desencadear sentimentos negativos, como a raiva.

Ademais, os pais, ao manipularem a criança, por exemplo, afastando-a do outro genitor,


provocam a síndrome da alienação parental – que é uma doença – e retiram o direito ao
contato com o responsável. Esse fato é negativo, pois fere o Estatuto da Criança e do
Adolescente, o qual determina que é dever da família garantir à criança o direito à saúde e à
convivência familiar. Diante do exposto, é possível afirmar que os filhos vítimas de alienação
são cidadãos de papel, assim como na teoria do jornalista Gilberto Dimenstein, uma vez que
eles têm os direitos negligenciados, garantidos apenas no papel, e não na prática. Logo, nota-
se que controlar a visão da criança sobre a figura paterna ou materna é um prejuízo para a
cidadania, o que deve ser modificado.

Portanto, a fim de combater os impactos da síndrome da alienação parental, a mídia


televisiva deve proporcionar debates acerca do tema por meio da criação de programas de
entretenimento sobre o assunto. Tais programas, como novelas, precisam ser transmitidos em
horários de grande audiência e devem dar ênfase às consequências negativas da alienação
parental para a construção da criança. Com isso, a folha de papel em branco - que representa,
conforme Locke, as primeiras etapas da vida social - poderá ser moldada a partir de uma
cidadania plena.
Suicídio entre os jovens, uma questão pouco discutida no Brasil

A série “13 Reasons Why”, exibida pela plataforma de streaming Netflix, foi alvo de
inúmeras críticas na mídia por romantizar o suicídio e apresentá-lo como válvula de escape à
realidade. Contudo, o alto índice de audiência do seriado promoveu o debate sobre o
autoextermínio entre jovens – efeito relevante, sobretudo na realidade do Brasil, onde o
assunto em questão até então era negligenciado e tratado como tabu. A partir desses fatos, é
possível afirmar que entre os motivos para que a sociedade negligencie o tema estão o
preconceito e a desinformação.

Em primeira análise, observa-se que o suicídio ainda é, para muitos, motivo de vergonha
ou condenação, mesmo que se caracterize como um grave problema de saúde pública. Dessa
forma, o medo de falar sobre o assunto faz com que o problema não seja discutido, de modo
que medidas interventivas são dificultadas. Tal contexto é preocupante em um cenário de
ascensão de diferentes transtornos psicossomáticos, como a depressão, uma vez que eles
estão ligados ao ato em questão. Esse fato pode ser comprovado por meio do Boletim
Epidemiológico do Ministério da Saúde, o qual demonstrou que o número de suicídios no
Brasil aumentou cerca de 12% de 2011 a 2015. Em suma, fica claro que, infelizmente, a pouca
discussão acerca da gravidade do problema intensifica a realidade de suicídios entre os jovens
brasileiros.

Em segunda análise, é preciso combater a falta de informação com mais diálogo e com
campanhas de prevenção. Nesse sentido, ainda que incipientes, já existem no Brasil alguns
movimentos em prol da vida, como o Setembro Amarelo, um mês inteiro pautado na
prevenção ao suicídio e no amparo emocional a pessoas em extremo sofrimento emocional.
Essa ação foi desenvolvida pelo CVV, Centro de Valorização da Vida, que dedica todo o mês de
setembro a estampar o amarelo em múltiplas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.
Apesar disso, para o Brasil reverter o quadro crítico em que se encontra, ainda há muito para
ser feito.

Logo, o Ministério da Saúde deve ampliar as campanhas nacionais de combate ao suicídio


por meio do compartilhamento de informações sobre a prevenção, já que é fundamental que a
população conheça as principais formas de ajudar indivíduos em estado de sofrimento mental.
Essa iniciativa é primordial para que haja uma interrupção no ciclo de autodestruição entre os
jovens brasileiros. Desse modo, cada vez mais pessoas em risco buscarão ajuda, e situações
como a descrita pela série ”13 Reasons Why” serão reduzidas.
O drama das crianças e adolescentes desaparecidos no Brasil

A Constituição Cidadã de 1988 prevê a segurança e o bem-estar dos infantes. Entretanto,


tal proteção ainda não se tornou totalmente efetiva, dado o problema das crianças cujo
paradeiro é desconhecido no Brasil. Tal questão tende a se agravar, seja pela facilidade dos
raptores em enganar os pequenos, seja pela falta de políticas eficazes voltadas para a
elucidação de sumiços.

Em primeira análise, cabe pontuar a propensão das crianças em acreditar em


desconhecidos. Nesse aspecto, o filósofo John Locke afirma que a mente humana é uma tábula
rasa, na qual, ao passar dos anos, consolidam-se os conhecimentos acerca do mundo.
Analogamente, os indivíduos de idade tenra têm seu senso crítico menos apurado, o que os
leva a confiar em palavras amigáveis de qualquer pessoa. Tal característica pueril é usada por
criminosos para raptar crianças mais facilmente, fato agravado pelo descuido dos pais,
motivado, muitas vezes, pela falta de informação sobre a elevada incidência dos
desaparecimentos e sobre como preveni-los. Diante desse cenário, fica evidente a necessidade
de ampliar a discussão sobre o problema no Brasil.

Em segunda análise, é importante salientar a ineficiência governamental na resolução dos


casos de desaparecimento infantil no Brasil. Nesse contexto, o Estado criou um sistema
eletrônico on-line de cadastro de desaparecidos, a fim de levantar dados sobre o
desaparecimento de pessoas em geral. No entanto, tal sistema não está atualizado e permite o
livre registro de casos por qualquer pessoa, o que, por falta de discernimento dos usuários ou
por má fé, contribui para gerar dados que não representam a realidade. Dessa forma, o poder
público enfrenta dificuldades na apuração de casos verídicos, o que torna o processo ainda
mais moroso.

Logo, a questão de crianças desaparecidas no país carece de medidas efetivas. Desse


modo, cabe ao Ministério da Justiça melhorar a busca de menores cujo paradeiro não se sabe,
por meio da atualização do sistema on-line de cadastro de desaparecidos e da criação de
delegacias especializadas, a fim de agilizar o processo de resolução desses casos. Ademais, o
Ministério da Educação deve incentivar o autocuidado às crianças, por meio da criação, nas
escolas, da Semana da Criança Desaparecida, com vistas a formar um maior senso crítico nos
infantes quanto aos riscos iminentes à sua segurança, de modo que as premissas do texto
constitucional se tornem mais concretas
O impacto das notícias falsas na saúde brasileira

As notícias falsas relacionadas à área da saúde causam graves impactos para a população
brasileira. Tal fato é afirmado tendo em vista que conteúdos sem veracidade transformam o
brasileiro em um cidadão alienado e irresponsável com a saúde, prejudicando até mesmo o
Estado. Logo, é evidente a necessidade de debater sobre o problema com intuito de evitá-lo.

Em primeira análise, é relevante mencionar a Alegoria da Caverna, elaborada pelo filósofo


Platão, o qual desenvolveu a história de prisioneiros acorrentados no fundo de uma caverna
que só têm acesso a sombras do mundo externo, e não à realidade de fato, sendo, pois,
alienados. A metáfora de Platão relacionase ao fato de que informações inverídicas associadas
à saúde podem tornar a população alienada e negligente. Isso foi observado diante do caso do
médico que publicou um artigo cujo conteúdo afirmava que as vacinas contra sarampo
causavam autismo. O fato em questão infelizmente fez com que diversas mães deixassem de
imunizar seus filhos. Em suma, fica claro que as notícias falsas são como as sombras da
caverna, que distorcem a realidade e deixam as pessoas presas em sua ignorância.

Em segunda análise, cabe afirmar que a irresponsabilidade da população que confia em


informações falsas pode aumentar a probabilidade de surgirem epidemias capazes de
prejudicar a verba governamental. Esse cenário ocorre, já que, sem vacinação, por exemplo,
doenças como rubéola e sarampo serão facilmente espalhadas entre os brasileiros, o que
provavelmente exigirá um gasto elevado para tratar as pessoas enfermas. A partir do contexto
mencionado, é importante citar que, de acordo com o médico Drauzio Varella, em uma
entrevista publicada pelo YouTube, os indivíduos devem ter mais responsabilidade sobre o
próprio corpo, não sendo a saúde apenas uma preocupação do Estado. Nesse sentido,
percebe-se a necessidade de a sociedade buscar informações de qualidade sobre saúde e agir
conforme a fala de Drauzio.

Portanto, a fim de combater as notícias falsas na área da saúde, médicos voluntários –


devido à responsabilidade que o profissional da saúde possui com a qualidade de vida
populacional – necessitam proporcionar debates sobre o tema por meio de campanhas, as
quais devem ocorrer nas redes sociais e precisam desmentir as informações sem veracidade,
com apoio de referências, como o médico Drauzio Varella. Assim, será possível evitar que mais
brasileiros sejam aprisionados à caverna da ignorância
A poluição atmosférica nas grandes metrópoles brasileiras

De acordo com o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira, o meio ambiente


ecologicamente equilibrado deve ser preservado para as presentes e futuras gerações.
Entretanto, o crescimento desordenado das cidades é responsável, infelizmente, pelo
desmatamento e pela poluição atmosférica, situações prejudiciais para a saúde populacional
do Brasil.

Diante dos fatos, é relevante mencionar a obra cinematográfica “Interestelar”, a qual


apresenta um cenário distópico em que a péssima qualidade do ar provoca sérias
complicações respiratórias em boa parte dos seres humanos, fazendo com que as personagens
busquem outro planeta habitável. Apesar de ser ficção, o filme assemelha-se à realidade, pois
a evidente emissão de gás carbônico nas grandes metrópoles é responsável pela morte de 8
milhões de pessoas por ano devido a doenças respiratórias, segundo a Organização Mundial de
Saúde. Tal realidade tem como causa a grande quantidade de veículos que utilizam
combustíveis fósseis para locomoveremse nas cidades. Assim, nota-se que, diferentemente da
ficção científica, na prática a solução do problema deve ser menos fantasiosa e mais
preocupada com o planeta Terra.

Além disso, para agravar a situação, a construção desenfreada de prédios urbanos


ocasiona a necessidade de desmatar a área verde. O desmatamento em questão piora ainda
mais a qualidade do ar, já que as árvores são responsáveis por filtrar 28 kg de poluentes
atmosféricos, conforme o site Vida Sustentável. A partir disso, é importante salientar a teoria
do princípio da responsabilidade, desenvolvida pelo filósofo Hans Jonas, o qual afirma que os
homens devem atuar de forma que os efeitos de suas ações sejam compatíveis com a
permanência da vida humana. Em suma, fica evidente que os cidadãos das grandes cidades
devem agir ao encontro da teoria de Jonas com intuito de evitar o sofrimento das novas
gerações.

Portanto, a fim de impulsionar os indivíduos a seguirem o proposto pelo princípio da


responsabilidade, o Ministério do Meio Ambiente deve incentivar a comunidade, por meio de
campanhas, a praticar ações sustentáveis. Tais campanhas necessitam trazer as consequências
do desmatamento e da poluição, além de dicas sobre como agir preocupando-se com o meio
ambiente, por exemplo utilizar o transporte público e contribuir para o plantio de árvores em
meios urbanos. Desse modo, será possível preservar o equilíbrio ambiental, como proposto no
Artigo 225
Adequação do jovem ao futuro do mercado de trabalho

No período da Segunda Revolução Industrial, os sistemas de produção Fordista e


Taylorista visavam a um trabalhador especializado em apenas uma função dentro da empresa,
o qual realizava a mesma tarefa de forma padronizada e repetitiva. Diferentemente desse
período da história, o futuro do mercado de trabalho contará com máquinas para realizar tais
tarefas, e as empresas, de acordo com o podcast do canal “Mamilos”, tenderão a exigir a
multifuncionalidade do profissional. Nesse cenário, o jovem que não se adequar ao futuro do
mercado pode sofrer consequências negativas.

Em primeiro lugar, pode-se afirmar que é um desafio para os jovens adaptarem-se ao que
é incerto e desconhecido, como o futuro do mercado laboral. Isso ocorre, pois, conforme o
Institute for the Future, mais de 80% dos postos e trabalho no ano de 2030 ainda não foram
criados. Tal realidade associa-se à teoria da modernidade líquida, proposta por Zygmunt
Bauman, o qual defende que a sociedade contemporânea é incerta e está em constante
transformação, o que provoca inseguranças. Em vista das inovações tecnológicas, a
perspectiva de Bauman se aplica também ao mercado, o que pode gerar angústia na nova
geração de trabalhadores. Logo, para evitar a insegurança do jovem, é essencial propor cursos
profissionalizantes à medida que novos empregos forem surgindo.

Em segundo lugar, umas das competências exigidas pelo mercado de trabalho é a


flexibilidade cognitiva, ou seja, a capacidade de aprender e de realizar diferentes funções por
meio da multifuncionalidade, o que, para o profissional despreparado, pode ser uma grande
exigência. No contexto apresentado, se o jovem não se adequar à multifuncionalidade, existe a
possibilidade de ele sentir-se sobrecarregado e estressado. O fato em questão está
relacionado ao estudo do psicanalista francês Dejours, o qual desenvolve a tese de que as
tensões psicológicas do mercado de trabalho estão relacionadas à exigência por produtividade.
Diante do exposto, é fundamental a adaptação do jovem para que ele não sofra com a falta de
flexibilidade cognitiva.

Portanto, a fim de ajudar o jovem a se preparar para o futuro do mercado de trabalho, o


governo deve disponibilizar periodicamente cursos profissionalizantes, por meio do destino de
parte do PIB para essa ação. Tais cursos devem ser ministrados por grandes empresários e
também por psicólogos, visto a necessidade de controlar o estresse e a insegurança. A partir
disso, será possível evitar que o jovem fique estagnado ao tipo de trabalho estabelecido pela
Segunda Revolução Industrial.
O planejamento familiar e a maternidade precoce no Brasil

No filme “Preciosa”, a protagonista sofre com a maternidade precoce, concebida em um


cenário de extrema vulnerabilidade social. Assim como na ficção, no Brasil, muitas jovens de
classe baixa enfrentam a difícil realidade de serem mães muito cedo. Nesse contexto, torna-se
evidente que a falta de informação e de um núcleo familiar estável contribuem para um
quadro cada vez mais alarmante de saúde pública.

A princípio, é indubitável que o acesso restrito a programas de educação sexual nas


escolas favorece a ocorrência de quadros de gravidez indesejada. Nesse sentido, destaca-se
um estudo de 2019 da Fundação Abrinq, que comprovou que quase 30% das mães
adolescentes, com até 19 anos, não concluíram o ensino fundamental, o que sugere que o
contato com conteúdos relacionados à prevenção da gravidez precoce – normalmente
ministrados na escola - não ocorreu, de modo a favorecer esse quadro. Como desdobramento,
essas jovens terão condições limitadas de ascensão social – posto que a escolarização contínua
é pré-requisito para diversas vagas de emprego -, o que leva a um ciclo de perpetuação da
pobreza, exclusão e desigualdade social.

Além disso, a falta de suporte familiar leva muitas meninas a se sujeitar a


relacionamentos abusivos, por medo de não conseguirem se manter financeiramente sozinhas
ou de precisarem recorrer à prostituição. Como consequência disso, casam-se muito novas,
enfrentando a difícil realidade de serem mães e esposas muito antes do que sonhavam, o que
resulta na dependência financeira do companheiro. Em consequência disso, o Brasil ocupa o
quarto lugar no mundo em números absolutos de mulheres casadas antes dos 15 anos, como
pode comprovar uma pesquisa da UNICEF, realizada em 2011. Sob tal ótica, atividades de
caráter preventivo e educativo tornam-se cada vez mais necessárias para combater essa difícil
situação.

Logo, cabe às escolas garantir o acesso de adolescentes e de jovens a disciplinas voltadas


para a educação sexual e para o planejamento familiar. Essa conquista pode ser viabilizada ao
se pressionar o Ministério da Educação para inclusão na grade curricular de conteúdos
relacionados à saúde, como ações que promovam os direitos, a autonomia e o
empoderamento dos estudantes frente ao planejamento familiar, para que se possa, assim,
reduzir o índice de gravidezes não planejadas. Cabe também identificar os fatores que levam à
evasão escolar de adolescentes, a fim de mitigá-la e garantir que estas tenham acesso aos
conteúdos voltados à educação sexual. Desse modo, o Brasil não terá tantas jovens de até 19
anos enfrentando o mesmo problema que a protagonista do filme “Preciosa”
Os impactos da cultura de consumo dos brasileiros

“Gosto de gastar, isso não é novidade, hoje eu já torrei mais de 10 mil com a minha
vaidade.” Esse trecho pertence a uma música da MC Pocahontas, que reflete um incentivo da
cultura de massa ao consumo desenfreado da população. Tal comportamento acarreta
prejuízos ao meio ambiente e a formação de uma sociedade cada vez mais alienada, cenário
que demanda modificações.

Em primeira análise, é inegável que a cultura do consumo promove impactos ambientais


preocupantes. Nesse sentido, a demanda constante por novos bens de consumo implica
aumento contínuo da produção industrial, associada à emissão excessiva de gases poluentes
na atmosfera. Esse comportamento marcado falta de preocupação generalizada com a
produção de gases poluentes é exemplificada pelo filme infantil “Lorax - em busca da trúfula
perdida”, que se passa em uma cidade onde as árvores são feitas de plástico, e o ar puro é
comercializado em galões. Apesar de a situação ser absurda e hipotética, ela alerta a
população sobre as consequências do consumo irresponsável, de modo que a prevenção de
tais problemas perpassa necessariamente uma redução do consumo na sociedade.

Em segunda análise, é possível perceber que as pessoas estão cada vez mais impulsivas
em suas compras, incentivadas pelo apelo midiático das vitrines e dos lançamentos. Tal
comportamento é explicitado no documentário “A história da obsolescência programada”, que
demonstra como as grandes marcas já projetam seus produtos para durarem pouco,
estimulando o descarte prematuro e o consumo irresponsável. Nesse contexto, a marca Apple
se destaca, criando uma legião de fãs fiéis e ansiosos por novidades antes mesmo que seus
produtos possam chegar, de fato, ao final da sua vida útil. Diante do exposto, fica claro que a
manipulação das indústrias é um grave motivo para a perpetuação da cultura consumista.

Logo, medidas precisam ser tomadas para evitar que a população se torne ainda mais
alheia aos impactos do consumo desmoderado. Nesse sentido, o Ministério da Educação
necessita estimular o pensamento crítico na sociedade desde os primeiros anos da vida
escolar, por meio de palestras nas escolas e criação de uma disciplina, a qual deve ser voltada
para a educação financeira e para o consumo consciente. Assim, será possível formar um senso
consciente de cidadania e impedir a entrada da população num mundo cada vez mais
consumista. A partir disso, funks com apologia à ostentação, como a letra criada por MC
Pocahontas, não serão mais um retrato de uma sociedade responsável e consciente dos seus
atos
Os maus-tratos a animais domésticos no Brasil

A animação “101 Dálmatas”, da Disney, apresenta a personagem Cruella De Vil, que


objetifica os cães da obra, pois pretende transformá-los em um casaco de pele. Durante todo o
filme, a vilã não considera que os animais podem sofrer, já que ela pensa apenas nos seus
próprios interesses. Apesar de ficcional, a obra representa parte da realidade na medida em
que há pessoas que enxergam seus animais domésticos como objetos, principalmente por
acreditarem que são superiores a eles. Logo, esses seres são maltratados, situação que deve
ser combatida.

Um problema relacionado aos maus-tratos a animais domésticos é a objetificação que


eles sofrem por parte da sociedade. Isso ocorre tendo em vista que muitas pessoas, por
associarem cães e gatos, por exemplo, a objetos, ou seja, destituídos de sentimentos,
abandonam ou agridem o animal sem refletirem sobre a ação maldosa. O fato em questão
relaciona-se à teoria da banalidade do mal, da filósofa Hannah Arentd, a qual defende que,
quando uma atitude violenta ocorre com frequência e sem questionamento, ela passa a ser
encarada como trivial. Nessa perspectiva, os elevados índices de maus-tratos aos animais
evidenciam uma banalização desse ato na sociedade brasileira. Em suma, fica claro que
objetificar o animal doméstico, infelizmente, banaliza os maus-tratos, o que precisa ser
modificado.

Em adição, Machado de Assis, em sua obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”,


trabalha a metáfora da ponta do nariz, segundo a qual os homens fixam-se no próprio nariz,
uma representação figurada da crença de superioridade dos seres humanos. Analogamente,
pode-se afirmar que os indivíduos os quais se sentem mais desenvolvidos racionalmente do
que animais domésticos acabam agredindo-os devido à crença de superioridade. Tais pessoas,
entretanto, ignoram que, de acordo com a lei, os cães, por exemplo, podem ser considerados
seres passíveis de sofrimento, ou seja, podem ser defendidos pelo Estado tal qual os seres
humanos. Diante do exposto, é evidente que fixação pelo próprio nariz motiva atos de maus-
tratos aos animais, conjuntura negativa que deve ser reduzida.

Portanto, com objetivo de mitigar os maus-tratos aos animais domésticos, a mídia


televisiva precisa proporcionar debates sobre o tema por meio da criação de um programa
voltado para esse assunto. Tal programa deve ser comandado por personalidades famosas que
defendem a causa, como a Luísa Mell – ativista dos direitos dos animais -, e devem explicitar as
leis que criminalizam o ato de maltratar tais seres. Assim, será possível fazer com que pessoas
que são semelhantes à personagem Cruella mudem de postura
A adoção de crianças e adolescentes em debate no Brasil

Os números do Conselho Nacional de Justiça relativos aos processos de adoção mostram


que, no Brasil, há uma quantidade muito maior de candidatos querendo adotar do que
crianças e adolescentes para serem adotados. Apesar de esses dados aparentarem que não há
problemas relacionados ao acolhimento infanto-juvenil no Brasil, o que se observa é um
número excessivo de menores sem lar. Dentre os fatores que explicam essa realidade,
destacam-se a incompatibilidade entre o perfil exigido pelos adotandos e o perfil dos possíveis
adotados, bem como a burocracia relativa aos processos de adoção, que, no Brasil, mostra-se
morosa.

Em primeira análise, verifica-se que a maioria das pessoas interessadas em adotar não
manifestam interesse em acolher crianças e adolescentes com as características mais comuns
dentre aqueles que estão em situação de abandono. Essa situação é evidenciada por dados do
Cadastro Nacional de Adoção de Crianças e Adolescentes, registrados em 2016, os candidatos
mais recorrentes rejeitam a possibilidade de perfilhar negros, pardos e crianças acima de 5
anos. Esse fato pode ser exemplificado no filme nacional “O contador de histórias”, em que o
protagonista, Roberto Carlos, é considerado um caso perdido no orfanato em que vive,
situação agravada pela sua cor e pela sua idade. Logo, é evidente que as exigências dos
adotandos são um entrave ao acolhimento dos jovens em questão.

Em segunda análise, observa-se que há uma grande demora na conclusão dos processos
de adoção. Apesar de o governo ter aprovado a lei nº 13.509/07, que reduz prazos e
burocracias próprias ao processo de perfilhação, a finalização dos procedimentos ainda é
lenta, especialmente em função do exorbitante número de processos que tramitam nas Varas
da Criança e da Juventude. Da mesma forma, a ausência ou a insuficiência de profissionais
indispensáveis no acompanhamento dos processos, como assistentes sociais ou psicólogos,
contribuem para que a situação se torne ainda mais alarmante. Em suma, é inegável que mais
ações precisam ser realizadas para combater essa infeliz realidade.

Portanto, para mitigar o problema do número excessivo de crianças na fila da adoção, é


premente que o Poder Judiciário destaque novos juízes para deliberar processos dessa
natureza e reserve maior orçamento para a contratação de profissionais voltados para o
procedimento de acolhimento. Além disso, fazse necessário que o Poder Executivo, em
conjunto com ONGs envolvidas na solução do problema, promova campanhas sazonais de
incentivo à adoção, por meio de postagens em mídias sociais que informem à população a
situação dos processos de adoção no Brasil e o perfil dos jovens em situação de abandono.
Dessa maneira, haverá considerável diminuição do excedente de crianças sem lar, apontado
pela pesquisa do Conselho Nacional de Justiça
A mobilidade urbana e seus impactos na sociedade brasileira

De acordo com a Constituição Federal, o direito de ir e vir é uma das garantias


fundamentais do cidadão. Lamentavelmente, esse direito não tem sido assegurado à
população brasileira. Nesse sentido, o aumento desenfreado da frota de carros e a falta de
políticas públicas eficientes no transporte de massa afetam a mobilidade urbana.

Em primeiro lugar, há cada vez mais veículos circulando nas ruas e, principalmente, nas
metrópoles brasileiras, o que prejudica a mobilidade nos centros urbanos. A situação em
questão é evidenciada por uma pesquisa da FGV de 2016, segundo a qual a frota de carros
cresceu cerca de 400% nos últimos 10 anos. Em decorrência disso, as vias públicas ficaram
mais congestionadas e passaram a não garantir a fluidez necessária ao trânsito. Por
conseguinte, o tempo de deslocamento entre trechos tornou-se mais longo, cenário agravado
pela falta de investimento em outros modais de transporte, como o ferroviário.

Em segundo lugar, falta ao Brasil um sistema inteligente e integrado de mobilidade


urbana. Nesse contexto, Paul Hawken – ambientalista e empresário - foi assertivo quando
afirmou que “tudo está conectado, nada pode mudar sozinho”. Sob tal ótica, é justificável que
a greve dos caminhoneiros, ocorrida em 2018, tenha afetado tanto o país. Certamente, falta às
pessoas um maior senso de coletividade e de cidadania, a fim de desafogar o trânsito no lugar
onde vivem, seja por meio da adoção de caronas seja por meio do revezamento de veículos.
Isso, somado à falta de investimento estatal na melhora da mobilidade urbana, evidencia que
o Brasil só terá um planejamento urbano eficiente quando as pessoas e o poder público se
unirem em prol de um trânsito melhor para todos.

Logo, o Governo deve aplicar as verbas destinadas à mobilidade na formação de cidades


mais sustentáveis, com uma malha de transportes eficiente, por meio de medidas voltadas à
adoção de formas de transporte que sejam alternativas ao veículo particular, como expansão
das ciclovias, melhoria do transporte coletivo e incentivo à carona solidária. Desse modo, com
o apoio da população, será possível garantir o bem-estar de todos sem prejudicar o futuro das
próximas gerações e fazer valer o direito do indivíduo à locomoção, assegurado pela
Constituição Federal
O esporte como ferramenta de transformação social no cenário brasileiro

O filme estadunidense “Menina de Ouro” apresenta a história de uma lutadora de boxe


que enfrenta o desafio de ser uma mulher em um ambiente reconhecidamente masculino.
Apesar disso, a protagonista se destaca no esporte e é transformada por ele, mudando a
mentalidade de seu treinador, que não queria treinar uma figura feminina. Assim como na
ficção, a prática esportiva também é uma ferramenta de transformação social na realidade.
Deste modo, é essencial combater os desafios que prejudicam tal benefício no Brasil.

Diante da conjuntura, observa-se que o esporte é capaz de dar visibilidade a grupos


sociais marginalizados, o que pode ter um papel transformador ao fomentar o senso crítico
populacional. Um exemplo disso é a celebridade e jogadora de futebol Marta, que, em um jogo
da Copa da França, exibiu uma chuteira com a bandeira da igualdade de gêneros, situação
noticiada em diversos programas televisivos, como o Globo Esporte. O fato em questão foi
importante, já que provocou um debate sobre a visão sexista de muitas pessoas em relação à
capacidade da mulher. Em suma, é evidente a relevância do esporte para a transformação da
mentalidade populacional.

No entanto, a atividade esportiva, infelizmente, é pouco incentivada em muitas


instituições de ensino brasileiras. O documentário “Muito Além do Peso”, da documentarista
Estela Renner, ilustra essa realidade. Nele são apresentas cenas de crianças que afirmam ter
educação física nas escolas apenas no formato de aulas teóricas e em um curto período, ou
seja, a prática não ocorre, diminuindo o contato e o interesse das crianças pelo esporte. Esse
baixo incentivo, portanto, é um obstáculo para que mais meninas de ouro (como a lutadora,
no filme, e a Marta, na realidade) continuem transformando a realidade de preconceito.

Diante do exposto, com objetivo de garantir o papel transformador do esporte, o governo


necessita incentivar a prática nas escolas por meio de eventos frequentes. Tais eventos devem
ocorrer com auxílio de jogadoras e jogadores de futebol, por exemplo, os quais devem ensinar
e impulsionar os jovens a conhecerem essa modalidade. Assim, será possível ter de fato a
atividade esportiva nas instituições de ensino e evitar cenários como o das crianças do
documentário de Renner
Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
Norberto Bobbio, cientista político italiano, afirma que a democracia é um processo que
tem, em seu cerne, o objetivo de garantia a representatividade política de todas as pessoas.
Para que o mecanismo democrático funcione, então, é fundamental apresentar uma rede
estatal que dê acesso a diversos recursos, como alimentação, moradia, educação, segurança,
saúde e participação eleitoral. Contudo, muitos brasileiros, por não terem uma certidão de
nascimento, são privados desses direitos básicos e têm seus próprios papéis de cidadãos
invisibilizados. Logo, deve-se discutir as raízes históricas desse problema e as suas
consequências nocivas.

Primeiramente, vê-se que o apagamento social gerado pela falta de registro civil
apresenta suas origens no passado. Para o sociólogo Karl Marx, as desigualdades são geradas
por condições econômicas anteriores ao nascimento de cada ser, de forma que, infelizmente,
nem todos recebam as mesmas oportunidades financeiras e sociais ao longo da vida. Sob esse
viés, o materialismo histórico de Marx é válido para analisar o drama dos que vivem sem
certificado de nascimento no Brasil, pois é provável que eles pertençam a linhagens familiares
que também não tiveram acesso ao registro. Assim, a desigualdade social continua sendo
perpetuada, afetando grupos que já foram profundamente atingidos pelas raízes coloniais e
patriarcais da nação. Dessa forma, é essencial que o governo quebre esse ciclo que exclui,
sobretudo, pobres, mulheres, indígenas e pretos.

Além disso, nota-se que esse processo injusto cria chagas profundas na democracia
nacional. No livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é apresentada a história de uma família
sertaneja que luta para sobreviver sem apoio estatal. Nesse contexto, os personagens Fabiano
e Sinhá Vitória têm dois filhos que não possuem certidão de nascimento. Por conta dessa
situação de registro irregular, os dois meninos sequer apresentam nomes, o que é impensável
na sociedade contemporânea, uma vez que o nome de um indivíduo faz parte da construção
integral da sua identidade. Ademais, as crianças retratadas na obra são semelhantes a muitas
outras do Brasil que não usufruem de políticas públicas da infância e da adolescência devido à
falta de documentos, o que precisa ser modificado urgentemente para que se estabeleça uma
democracia realmente participativa tal qual aquela prevista por Bobbio.

Portanto, o registro civil deve ser incentivado de maneira mais efetiva no país. O Estado
criará um mutirão nacional intitulado “Meu Registro, Minha Identidade”. Esse projeto
funcionará por meio da união entre movimentos sociais, comunidades locais e órgãos
governamentais municipais, estaduais e federais, visto que é necessária uma ação coletiva
visando a consolidação da cidadania brasileira. Com o trabalho desses agentes, serão enviados
profissionais a todas as cidades em busca de pessoas que, finalmente, terão suas certidões de
nascimento confeccionadas, além de receberem acompanhamento e incentivo para a
realização de cadastro em outros serviços importantes do sistema nacional. Por conseguinte, o
Brasil estará agindo ativamente para reparar suas injustiças históricas e para solidificar sua
democracia, de maneira que os seus cidadãos sejam vistos igualmente.
O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um


transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público,
motivo pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de
Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na
sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência
governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe por parcela da população
verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o
longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.

Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar
o aspecto supracitado quanto à omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de depressão da
América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais,
quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de
investimento público em centros especializados no cuidado para com essas condições.
Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda, não são
devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições
Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas
que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a refutação
da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.

Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o


debate acerca da aversão de parte dos civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são
impasses para sua completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de
felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto, essas concepções
segregam os indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente,
integram a classe em discussão, dado que não atingem essas metas estabelecidas, como a
estabilidade emocional. Por conseguinte, aqueles que não alcançam os objetivos são
estigmatizados e excluídos do tecido social. Tal conjuntura segregacionista - os que possuem
algum tipo de transtorno, nesse caso - na teia social. Dessa maneira, essa problemática urge
ser solucionada para que o princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do estigma associado às


doenças mentais na sociedade brasileira. Para isso, compete ao Ministério da Saúde investir na
melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos especializados de
cuidados, destinando mais medicamentos e contratando, por concursos, mais profissionais da
área, como psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos autorizados
pelo Tribunal de Contas da União - órgão que opera feitos públicos - com o fito de
potencializar o atendimento a esses pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais,
palestras devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das falsas concepções
de prazer e da importância do acolhimento dos vulneráveis. Assim, os ideais inalcançáveis não
mais serão instrumentos segregadores e, finalmente, a cotação de Fleck não mais representará
a dos brasileiros.
Democratização do acesso ao cinema no Brasil

Para o filósofo escocês David Hume, a principal característica que difere o ser humano dos
outros animais é o poder de seu pensamento, habilidade que o permite ver aquilo que nunca
foi visto e ouvir aquilo que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que o cinema representa a
capacidade de transpor para a tela as ideias e os pensamentos presentes no intelecto das
pessoas, de modo a possibilitar a criação de novos universos e, justamente por esse potencial
cognitivo, ele é muito relevante. É prudente apontar, diante disso, que a arte cinematográfica
deve ser democratizada, em especial no Brasil – país rico em expressões culturais que podem
dialogar com esse modelo artístico –, por razões que dizem respeito tanto à sociedade quanto
às leis.

Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dialoga com uma elementar necessidade
social e, consequentemente, não pode ser deixada em segundo plano. Para entender essa
lógica, pode-se mencionar o renomado historiador holandês Johan Huizinga, o qual, no livro
“Homo Ludens”, ratifica a constante busca humana pelo prazer lúdico, pois ele promove um
proveitoso bem-estar. É exatamente nessa conjuntura que se insere o fenômeno
cinematográfico, uma vez que ele, ao possibilitar a interação de vários indivíduos na
contemplação do espetáculo, faz com que a plateia participe das histórias, de forma a
compartilhar experiências e vivências – o que representa o fator lúdico mencionado pelo
pensador. É perceptível, portanto, o louvável elemento benfeitor dessa criação artística, capaz
de garantir a coesão da comunidade.

Em segundo lugar, é oportuno comentar que o cenário do cinema supracitado remete ao


que defende o arcabouço jurídico do país. Isso porque o artigo 215 da Constituição Federal é
claro em caracterizar os bens culturais como um direito de todos, concebidos com absoluta
prioridade por parte do Estado. Contudo, é desanimador notar que tal diretriz não dá sinais de
plena execução e, para provar isso, basta analisar as várias pesquisas do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ) que demonstram a lamentável distribuição
irregular das práticas artísticas – dentre elas, o cinema –, uma vez que estão restritas a poucos
municípios brasileiros. Vê-se, então, o perigo da norma apresentada findar em desuso, sob
pena de confirmar o que propunha Dante Alighiere, em “A Divina Comédia”: “As leis existem,
mas quem as aplica?”. Esse cenário, certamente, configura-se como desagregador e não pode
ser negligenciado.

Por fim, caminhos devem ser elucidados para democratizar o acesso ao cinema no Brasil,
levando-se em consideração as questões sociais e legislativas abordadas. Sendo assim, cabe ao
Governo Federal – órgão responsável pelo bem-estar e lazer da população – elaborar um plano
nacional de incentivo à prática cinematográfica, de modo a instituir ações como a criação de
semanas culturais nacionais, bem como o desenvolvimento de atividades artísticas públicas.
Isso pode ser feito por meio de uma associação entre prefeituras, governadores e setores
federais – já que o fenômeno envolve todos esses âmbitos administrativos –, os quais devem
executar periódicos eventos, ancorados por atores e diretores, que visem exibir filmes
gratuitos para a comunidade civil. Esse projeto deve se adaptar à realidade de cada cidade
para ser efetivo. Dessa forma, o cinema poderá ser, enfim, democratizado, o que confirmará o
que determina o artigo 215 da Constituição. Assim, felizmente, os cidadãos poderão desfrutar
das benesses advindas dessa engrandecedora ação artística.
Democratização do acesso ao cinema no Brasil
De modo ficcional, o filme “Cine Holiúdi” retrata o impacto positivo do cinema no
cotidiano das cidades, dada a sua capacidade de promover o lazer, socialização e cultura.
Entretanto, na realidade, tais benefícios não atingem toda a população brasileira, haja vista a
elitização dos meios cinematográficos e a falta de infraestrutura adequada nos cinemas
existentes. Sendo assim, urge a análise e a resolução desses entraves para democratizar o
acesso ao cinema no Brasil.

A princípio, é lícito destacar que a elitização dos meios cinematográficos contribui para
que muitos brasileiros sejam impedidos de frequentar as salas de cinema. Isso posto, segundo
o filósofo inglês Nick Couldry em sua obra “Por que a voz importa?”, a sociedade neoliberal
hodierna tende a silenciar os grupos menos favorecidos, privando-os dos meios de
comunicação. A par disso, é indubitável que a localização dos cinemas em áreas mais nobres e
o alto valor dos ingressos configuram uma tentativa de excluir e silenciar os grupos periféricos,
tal como discute Nick Couldry. Nesse viés, poucos são os indivíduos que desfrutam do direito
ao lazer e à cultura promovido pela cinematografia, o qual está previsto na Constituição e deve
ser garantido a todos pelo Estado.

Ademais, vale postular que a falta de infraestrutura adequada para todos os cidadãos
também dificulta o acesso amplo aos cinemas do país. Conquanto a acessibilidade seja um
direito assegurado pela Carta Magna e os cinemas disponham de lugares reservados para
cadeirantes, não há intérpretes de LIBRAS nas telas e a configuração das salas – pautada em
escadas – não auxilia o deslocamento de idosos e portadores de necessidades especiais. À luz
dessa perspectiva, é fundamental que haja maior investimento em infraestrutura para que
todos os brasileiros sejam incluídos nos ambientes cinematográficos.

Por fim, diante dos desafios supramencionados, é necessária a ação conjunta do Estado e
da sociedade para mitigá-los. Nesse âmbito, cabe ao poder público, na figura do Ministério
Público, em parceria com a mídia nacional, desenvolver campanhas educativas – por meio de
cartilhas virtuais e curta-metragens a serem veiculadas nas mídias sociais – a fim de orientar a
população e as empresas de cinema a valorizar o meio cinematográfico e ampliar a
acessibilidade das salas. Por sua vez, as empresas devem colaborar com a democratização do
acesso ao cinema pela cobrança de valores mais acessíveis e pela construção de salas
adaptadas. Feito isso, o Brasil poderá garantir os benefícios do cinema a todos, como relata o
filme “Cine Holiúdi”.
A importância de compreender e valorizar a diversidade na formação da identidade
brasileira

O Modernismo, escola literária surgida na primeira metade do século XX, representou um


período de ruptura e de transição nas diversas manifestações artísticas ao buscar as raízes da
sociedade brasileira por meio do princípio nacionalista. Nesse contexto, a linguagem composta
por arcaísmos cedeu lugar aos dialetos presentes no território nacional e os quadros passaram
a representar elementos constituintes da cultura do país. Entretanto, apesar dessa conquista
histórica, ainda há a falta de compreensão e de valorização da identidade do Brasil, visto que
muitas instituições educacionais carecem do ensino desse assunto, provocando um
sentimento de inferioridade, sendo urgente a solução do impasse.

Em primeira análise, o antropólogo Darcy Ribeiro, em sua obra “O Povo Brasileiro”,


defende que as matrizes culturais indígenas e africanas foram apagadas e marginalizadas ao
longo da formação do país. Nessa perspectiva, o processo de colonização e a herança
etnocêntrica que colocava a Europa como continente superior e, dessa forma, possibilitava a
“civilização” de outros povos, causaram a subvalorização de outras identidades, especialmente
da população autóctone, que foi submetida ao abandono de certos hábitos e crenças para
atender a vontade do colonizador europeu. Isso possibilitou o desenvolvimento da sensação
de subalternidade da cultura nacional por ter sido negligenciada durante a construção da
pátria, impedindo a prática de costumes brasileiros.

Outrossim, a realidade educacional demonstra a ausência de discussão sobre a identidade


brasileira. Sob esse viés, a ideia defendida pelo filósofo Immanuel Kant de que o homem é
aquilo que a educação faz dele é concretizada nesse cenário, visto que o fato de as escolas não
trabalharem matérias, de modo efetivo, ligadas ao multiculturalismo, contribui para a
formação de cidadãos desprovidos da capacidade de compreender e de valorizar suas
nacionalidades.

Portanto, para concretizar a valorização da sociedade brasileira, as escolas devem


proporcionar aulas que discutam sobre esse quesito, através da interligação das disciplinas de
História e Sociologia, que abordem o assunto apontando, principalmente, para as origens da
composição da identidade nacional, com o objetivo de construir um sentimento de
identificação com a matriz cultural do país. Assim, haverá a formação de indivíduos que se
sintam pertencentes aos costumes brasileiros e reconhecidos por outras nações ao
enalteceram suas histórias, como ocorreu no Movimento Modernista de 1920.
O ensino a distância no Brasil: caminhos para expandir a todos o acesso ao conhecimento

Durante muito tempo, no Brasil, a educação era restrita à elite, sendo democratizada em
1988 com a Constituição Cidadã. Hoje, a era digital viabilizou novas formas de ampliar o ensino
e o acesso ao conhecimento com a educação a distância, que cresce rapidamente no país, no
entanto, ainda há entraves no que tange a sua abrangência. Portanto, tal modalidade deve ser
aprimorada, uma vez que possui diversos benefícios pedagógicos.

Em primeira análise, é de grande relevância que cada indivíduo aprenda, respeitando seu
próprio tempo. Nesse sentido, na obra “Pedagogia da Autonomia”, o educador pernambucano
Paulo Freire critica a superficialidade do ensino convencional por não respeitar os saberes do
aluno e seu ritmo de aprendizagem. Dito isso, a educação a distância torna-se uma
oportunidade para desenvolver uma metodologia mais inclusiva para a população e mais
eficiente, uma vez que o aluno poderá rever vídeo-aulas quantas vezes se fizerem necessárias,
de acordo com sua dificuldade. Por outro lado, o aprendizado por meio virtual não é uma
realidade para todos os brasileiros, haja vista que nem toda a população possui acesso à
internet e a computadores ou smartphones.

Sob essa ótica, segundo o geógrafo baiano Milton Santos, a globalização é perversa e
segregacionista, excluindo os miseráveis dos avanços da contemporaneidade. Nesse contexto,
evidencia-se que a gestão governamental segue negligente por não ofertar a todo o povo as
novas tecnologias, privando-o, então, do conhecimento. Logo, visando ampliar a educação a
distância por meios virtuais, medidas fazem-se necessárias.

Posto isso, cabe ao governo universalizar o acesso à rede, por meio de distribuição
gratuita de internet a todos os estados da União, como feito na Estônia, país no qual o Estado
se encarrega de ofertar conexão em praças e locais comuns, com a finalidade de democratizar
o conhecimento no Brasil. Concomitantemente, deve haver redução nas tarifas sobre
computadores e smartphones, para que a população mais carente possa ter posse desse
recurso. Assim, a educação não será privilégio da elite, e sim oportunidade a todos os
cidadãos.
O narcisismo e a cultura das selfies

De acordo com a mitologia grega, Narciso, conhecido por sua beleza, ao ver-se refletido
no lago, apaixona-se por si mesmo. Desse modo, em busca desse amor impossível, ele se
lançou na água e sucumbiu na própria imagem. Analogamente, o culto à aparência de tal
personagem assemelha-se, nos dias atuais, à cultura das selfies – autorretratos – no espaço
das redes sociais. Nesse contexto, deve-se levar em consideração a influência da mídia e as
consequências negativas trazidas por essa nova cultura.

Em primeiro plano, é indubitável que as redes sociais, promovidas pela internet, criam a
chamada “Sociedade do Espetáculo”. Isso se dá, pois, segundo o filósofo Guy Debord, a vida
social contemporânea se reduz à representação, ou seja, a vivência é mediada por imagens e
se desfaz na presença objetiva do indivíduo. A partir desse viés, infere-se que o espetáculo se
torna mais atraente, uma vez que as pessoas podem ser quem e o que elas quiserem na
internet e, então, a grande exposição e a obsessão pelas selfies demonstram a necessidade de
fugir da realidade e viver o mundo das aparências.

Além disso, outro ponto a ser considerado é a fragilidade das relações hodiernas. Segundo
o sociólogo Zygmunt Bauman, na obra “Amor Líquido”, a sociedade vive a fluidez das relações,
cuja principal característica é a efemeridade. Dessa forma, as selfies postadas, nas redes
sociais, não traduzem apenas a intenção de se expor, mas, sim, a busca por elogios e por
reconhecimentos, bem como a tentativa de estabelecer relações interpessoais.

Consequentemente, tal situação pode causar dependência e também distúrbios


emocionais, aumentando a sensação de solidão e baixa autoestima. Por tudo isso, torna-se
imprescindível agir para modificar a atual cultura de selfies. Portanto, cumpre ao Governo
Federal promover, no ensino de base, palestras com profissionais da área, como psicólogos, a
fim de evidenciar, aos discentes, os malefícios advindos da superexposição à internet,
tornando-os cidadãos críticos, conforme a proposta do educador Paulo Freire, na obra
“Pedagogia do Oprimido”, em que defende a educação consciente. Assim, as pessoas
conseguirão, de fato, desconstruir tal cultura narcisista.
A perigosa cultura de automedicação no Brasil

Ao longo do período de consolidação do domínio da espécie humana sobre as demais e


sobre o meio em que estava inserida, diversas habilidades permitiram a sua sobrevivência no
ambiente hostil. Nesse contexto, grupos culturais desenvolveram técnicas próprias de cuidado
com a saúde, estabelecendo uma relação de proximidade com o corpo. Entretanto, com a
chegada da contemporaneidade, houve gradativa fragilização desse panorama, e os indivíduos
adotaram expressivas práticas de automedicação, cedendo aos discursos produzidos acerca
dos fármacos e fazendo uso excessivo destes, distanciando-se da forma harmônica com que
povos antigos lidavam com a integridade corporal.

Em primeiro plano, a sociedade contemporânea, induzida pelas verdades consensuais


produzidas pelas empresas farmacêuticas através da mídia, apropriou-se indevidamente dos
medicamentos e tomou para si o arbítrio sobre a necessidade desse uso. Dentro dessa
perspectiva, assim como analisado pelo linguista Noam Chomsky, na teoria sobre o consenso
fabricado, discursos midiáticos são absorvidos com facilidade pelo coletivo e, nesse processo,
comportamentos são adotados como naturais. Logo, a automedicação, atualmente de
presença significativa na nação brasileira, é produto do efeito produzido por uma estratégia de
venda.

Paralelamente, como consequência da consolidação desse comportamento, os indivíduos


perderam, de fato, o contato próximo com a própria saúde, depositando confiança estrita nos
remédios e nos procedimentos médicos. Com efeito, gregos e povos orientais possuíam, em
tempos remotos, muito mais produtiva relação com o bem-estar próprio, uma vez que
desenvolveram ampla consciência sobre a integridade do corpo, como estudado pelo filósofo
francês Michel Foucault, na análise sobre o “cuidado de si”. Nesse aspecto, com o
distanciamento dessa prática pelos indivíduos, o tratamento de doenças e a promoção de
saúde passou a ser intermediado pelo uso abusivo de medicamentos.

Entende-se, assim, a necessidade da busca por uma nova relação entre o bem-estar e o
corpo, baseada na noção de autocuidado, conforme Foucault. Portanto, para a supressão da
cultura de automedicação no Brasil, faz-se necessário que organizações da sociedade civil
mobilizem campanhas no ambiente público, através da utilização frequente de espaços
coletivos para a realização de palestras educativas que carreguem, sobretudo, amplo teor
informacional sobre a real importância e potencial de cuidado de si, a fim de, finalmente,
reaproximar os indivíduos da própria saúde.
Os desafios na gestão do lixo no Brasil contemporâneo

Em meados do século XX, a Terceira Revolução Industrial – emergida na Europa e


difundida na América – proporcionou avanços tecnológicos para a população em grande
escala. Concomitantemente, fenômenos como a obsolescência programada e a ascensão da
mídia publicitária foram instaurados para manter a dinâmica capitalista vigente, o que
corroborou o aumento substancial do lixo. Desde então, urge a necessidade de superar os
desafios da gestão de resíduos no Brasil, sendo o consumismo e a defasagem nas estruturas de
descarte os principais obstáculos para se alcançar a sustentabilidade.

Em primeira instância, é correto enunciar que o consumo exacerbado da população


brasileira, decorrente da globalização, é o maior responsável pela grande produção de lixo do
país. Tal cenário se apoia na ótica do pensador e escritor francês Guy Debord, de que o
capitalismo que impera na sociedade é agressivo, ou seja, preocupa-se em criar novas
necessidades aos indivíduos, e não suprir as existentes. Dessa forma, a prática do consumismo
é fortemente estimulada nos cidadãos, sendo a publicidade e a obsolescência programada –
prática das empresas de reduzir a vida útil dos produtos propositalmente – as estratégias mais
utilizadas pelo sistema. Como consequência disso, o descarte de bens duráveis torna-se
inevitável, contrariando seus reais prazos de validade e avolumando resíduos no meio
ambiente.

Outrossim, cabe apontar que o Brasil não investe em estruturas adequadas para o
descarte sustentável de rejeitos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, menos de 50% dos municípios brasileiros têm destinação correta do lixo. Isso
significa que a maior parte dos materiais descartados vão para lixões, locais onde a
proliferação de animais peçonhentos, vetores de doenças e a produção do gás metano,
oriundo da decomposição, são evidentes, gerando impactos de saúde e ambientais, como o
contágio da população vizinha por dengue e leptospirose e o agravamento do aquecimento
global. Em contrapartida, algumas cidades do Japão, como exibido no documentário “Como
esta cidade não produz lixo”, surpreendem com tecnologias capazes de tratar e reaproveitar
toda a matéria dos resíduos, mostrando como é possível alterar a relação do homem com a
natureza, tornando-a mais positiva. Percebe-se, portanto, que é imprescindível criar formas de
mitigar essa problemática.

À vista disso, o Governo Federal deve investir em estruturas adequadas para o descarte
de resíduos. Isso pode ser feito por meio da destinação de verbas significativas aos municípios,
que permitam a construção de locais condizentes, que separem, reaproveitem e destinem
corretamente cada material – assim como já é feito no Japão – com o intuito de atenuar as
ações antrópicas no meio ambiente. Ademais, cabe à escola, como ferramenta de formação
cidadã, trabalhar a relação do consumo e ecologia, através das disciplinas Sociologia e Biologia,
a fim de tornar possível um cenário em que o capitalismo e a sustentabilidade caminhem
harmoniosamente.
Adoção: como garantir a todas as crianças o direito a uma família no Brasil

O filme “O Contador de Histórias” retrata a vida de Roberto Carlos Ramos, um menino


que durante o Regime Militar brasileiro foi levado até a FEBEM, instituição de recolhimento de
menores, onde passou por terríveis situações devido aos seus comportamentos incomuns;
porém, após ter sido adotado por uma pedagoga francesa, teve seu destino alterado e hoje é
um ícone que inspira a luta pela garantia de uma família a todas as crianças. Nesse quesito, o
Brasil enfrenta diversas dificuldades que impedem garantir o sucesso das campanhas
adotivas.A partir disso, cotidianamente, a nação convive entre dois polos: opções por
particularidades nas crianças vindas dos posicionamentos dos pais e a carência de ações do
Estado que garantam a eficiência do sistema de adoção.

Em primeira análise, é importante ressaltar que o fato das opções por características
específicas nos adotados contribui diretamente para dificultar o objetivo de cada um deles
possuir um lar. Esse cenário é comprovado pelo cenário reportado pela Folha de São Paulo,
que afirma existir mais pessoas interessadas em adotar do que crianças em abrigos. Dessa
forma, pode-se perceber que grande parte dessa realidade ainda persiste, visto que os
possíveis pais preferem, na maioria das vezes, um filho ou filha de pele branca e com pouca
idade. Contudo, 81% dos abrigados têm mais de 5 anos e, consequentemente, acabam
passando toda a sua infância e adolescência sem a presença de uma estrutura familiar.

Ademais, outro empecilho que fragiliza o sistema de adoção brasileiro é a falta de


medidas eficazes, vindas do governo, que visam cumprir seu dever de garantir a proteção e a
qualidade dos mais novos. Com isso, o país convive com uma esfera de problemas que são
resultados desse posicionamento. A ausência de medidas preventivas com os filhos de pais
que estão em tratamento devido à dependência ou detidos acarreta muito sofrimento e
traumas para eles. Desse modo, fica claro que essa parte da sociedade precisa urgentemente
ser alvo de prioridade pelas autoridades, que devem sair da posição de negligentes e buscar
evitar que tais problemas aconteçam, já que a vida de várias pessoas pode tomar diferentes
rotas através do posicionamento dos governantes

. Portanto, visando promover novas oportunidades para os abrigados, a exemplo de


Roberto Carlos Ramos, deve-se focar em resolver esses impasses que hoje o país enfrenta.
Para tanto, o governo deve realizar projetos, inspirados nas campanhas adotivas do Paraná,
onde esse sistema alcançou grande sucesso, por meio de palestras sobre adoção tardia para os
futuros pais, além de tomar uma postura preventiva e mais cautelosa, visando planejamento e
uma estrutura suficiente para proporcionar uma vida digna tanto para os abandonados, desde
recém-nascidos, quanto para os filhos de pais sem condições de tutoria em determinado
momento. Assim, o Brasil estará cumprindo com sua responsabilidade de zelar por todos os
seus cidadãos.
A importância de respeitar as terras e culturas indígenas brasileiras

Os povos nativos do Brasil constituem uma parte fundamental da formação nacional e


desde o período das Grandes Navegações sofreram com a violência e a perseguição a suas
culturas. Sabe-se que a colonização portuguesa da América, no século XVI, foi marcada pela
escravização da mão de obra indígena, o que levou à diminuição dessa parcela da população
devido às agressões sofridas. Além disso, o eurocentrismo imposto fez com que inúmeros
costumes e tradições fossem anuladas. Dentro dessa perspectiva, os acontecimentos históricos
fizeram com que o desrespeito e a desvalorização do índio se perpetuassem na
contemporaneidade, fazendo-se necessárias medidas para combater tal problemática.

Em primeira análise, deve-se ressaltar a importância do povo nativo para a constituição da


identidade nacional. Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a matriz étnica do Brasil é
composta pela mestiçagem entre brancos, negros e índios, porém, a vertente europeia se
sobrepôs às demais de forma violenta e opressora, fazendo com que parte da cultura brasileira
fosse subjugada. Dessa maneira, a sociedade não legitima as heranças e os valores deixados
por esses povos, o que também dificulta a compreensão sobre sua relevância e a necessidade
das lutas indígenas por direitos mais justos. Consequentemente, as reivindicações desse grupo
são negligenciadas e a situação de vida deles é dificultada.

A Constituição de 1988 prevê a demarcação de terras indígenas, visando à manutenção


das tradições e o bemestar nas comunidades, contudo, devido à atual expansão do
agronegócio, as propriedades ocupadas pelos povos autóctones têm sido invadidas por
fazendeiros, conforme anunciado ao longo do ano pela “Folha de São Paulo”. Com isso, parte
da cultura desses indivíduos se perde, uma vez que o próprio espaço geográfico é elemento
fundamental para a sobrevivência dos costumes. Portanto, sabendo que a matriz étnica
indígena é parte importante da formação brasileira, são necessárias medidas no que tange à
maior proteção e valorização desses povos.

Nesse viés, cabe ao Ministério da Família e Direitos Humanos e à Fundação Nacional do


Índio (FUNAI) assegurar a ocupação devida das terras, por meio de maior fiscalização das áreas
habitadas e também da demarcação de mais regiões, pois esse é um direito constitucional
básico, a fim de garantir que as tribos tenham seu espaço de pertencimento. Finalmente, as
escolas devem realizar estudos mais profundos sobre as heranças indígenas, para que se
promova a valorização de tais povos.
Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?

Em prol da sobrevivência, há milhares de anos, a caça e a pesca eram praticadas pelo


homem, Hoje, em nome do Neoliberalismo, na atual conjuntura de perda dos sentimentos
holísticos, desmatamos e poluímos a natureza na incessante busca do lucro, em detrimento do
bem-estar da humanidade. Todavia, o homem parece ter esquecido que a natureza não é
apenas mais um instrumento de alcance do desenvolvimento, mas a garantia de que é possível
alcançá-lo.

Primeiramente, é importante ressaltar o papel do meio-ambiente para o desenvolvimento


econômico de uma sociedade. É notório que a extração de recursos minerais e de
combustíveis fósseis é fundamental para a atração de indústrias e consequentemente para a
solidez do setor produtivo da economia, No entanto, o uso indiscriminado desses bens
naturais pela grande maioria das empresas não pode mais continuar. Cabe aos governantes e à
própria população exigirem das mesmas a aplicação de parte do lucro obtido na manutenção
de suas áreas de exploração e não permitir o “nomadismo” dessas indústrias.

Nesse sentido, vale lembrar que os poderes político e econômico encontram-se


intimamente ligados em uma relação desarmônica, que favorece o capital em detrimento do
planeta em que vivemos. De fato, percebe-se que na atual conjuntura excludente, o poder do
Estado Mínimo é medido de acordo com sua capacidade de atrair investimentos. Um exemplo
disso é o grande número de incentivos fiscais e leis ambientais brandas adotados pela maioria
dos países periféricos buscando atrair as indústrias dos países poluídos centrais. Enquanto isso,
a população permanece alienada e inerte, não exigindo a prática da democracia, que deveria
atuar para o povo e não para os macrogrupos neoliberais.

Além disso, cumpre questionar o papel da sociedade nesse paradoxo desenvolvimento-


destruição ambiental. É fato que a maioria da população se mantém à margem das questões
ambientais, por absorver, erroneamente, a falácia de que a tecnologia pode substituir a
natureza. Desse modo, os consumidores tecnológicos passam a exigir mais do setor produtivo,
que, por sua vez, passa a exaurir o meio-ambiente. Estabelece-se, assim, um círculo vicioso
que tem como elo principal um bem finito, que, se quebrado, terá consequências
desconhecidas e catastróficas para a humanidade.

Torna-se evidente, portanto, que o que vem ocorrendo na humanidade é apenas uma
sucessão de conquistas e avanços na área tecnológica. O real desenvolvimento só será
alcançado quando o homem utilizar a natureza de forma responsável e inteligente. Para tanto,
é preciso que sejam criados mecanismos eficazes de fiscalização, sejam eles governamentais
ou não. Além disso, deve haver por parte da mídia maior divulgação das questões ambientais,
para que a população possa se mobilizar e agir exercendo seus direitos. Assim, estaremos de
acordo com a teoria da seleção natural, em que o meio seleciona os mais aptos e não o
contrário.
Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

Com a crise de 1929 no Estados Unidos, Roosevelt implementou a Leia Seca para
minimizar os problemas e acidentes no trabalho. Agora, o Governo Federal implementou a
Leia Seca com o intuito de reduzir o numero de vitimas em acidentes de trânsito envolvendo
motoristas embriagados. Dentro desse contexto, há dois importantes fatores que devem ser
levados em consideração: a redução nos acidentes de trânsito e o aumento da conscientização
da população brasileira no que tange os riscos de se dirigir embriagado.

Marinetti quando redigiu o Manifesto Futurista exaltando as inovações da modernidade,


como o carro, não podia imaginar que o seu objeto de admiração aliado ao álcool poderia
acarretar sérios acidentes. Paralelamente às ideias do Manifesto Antropofágico de Oswald de
Andrade de absorver o que é vantajoso da cultura estrangeira e adaptar à cultura nacional, o
Governo Federal implementou a Lei Seca com o objetivo de reduzir a quantidade de acidentes
envolvendo motoristas que ingeriram álcool diminuiu consideravelmente e isso se deve ao
rigor da fiscalização, principalmente em saídas de bares e boates, aliado à punições , como
multa e prisão.

Ainda convém lembrar que enquanto em países como a Austrália dirigir embriagado é
condenado pela sociedade, no Brasil até pouco tempo, esse hábito perigoso era aceito. Isso
porque até pouco tempo existiam poucas políticas de conscientização na mídia acerca do
perigo do binômio álcool e direção. Além disso, os filhos se inspiraram nas atitudes dos pais,
que não viam nenhum perigo em dirigir depois de um ou dois copos de cerveja. Porém, o risco
de acidente existe e felizmente a maioria da população está ciente disso.

Infere-se que quando o motorista está alcoolizado está colocando em risco sua vida e de
outras pessoas, por isso deve deixar de lado seu caráter macunaíma e pensar no bem
cotidiano. Cumpre ao governo aumentar a fiscalização para garantir o cumprimento da lei.
Cabe aos pais educar seus filhos através de seu próprio exemplo. Cabe aos donos de bares e
boates incentivar seus clientes a ir para casa de táxi. Assim, o Brasil será referência mundial em
educação no trânsito.
A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um


“corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si.
Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os
direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno
século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus
tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo
masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.

Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalisvmo sempre esteve presente,


como por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi criada uma
noção de inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam
ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Logo, há
muitos casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada,
correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas
imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma cultural geral
preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração em geração, o que
favorece o continuismo dos abusos.

Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram


com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e
as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também
com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa
perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as mulheres
e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em
diversos locais, como em casa e no trabalho.

A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma
diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja
mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em
que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da
Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função
também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que
enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções
culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras
medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais
importante na evolução de um homem ou nação. ”
Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVI e XIX, foi marcado pela tentativa de
converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de soberania.
Embora date de séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século XXI, sugere as
mesmas conotações de sua origem: imposição de dogmas e violência. No entanto, a lenta
mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a resolução dessa
problemática.

Nesse contexto, é importante salientar que, segundo Sócrates, os erros são consequência
da ignorância humana. Logo, é válido analisar que o desconhecimento de diferentes crenças
influi decisivamente na intolerância contra pessoas que seguem linhas de pensamento
opostas. Entretanto, é interessante ressaltar que, em algumas religiões, o contato com crenças
diferentes não é permitido. Ainda assim, conhecer a lei é fundamental para compreender a
liberdade de escolha religiosa e, portanto, para respeitar posições díspares.

Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, em seu livro “Pedagogia
do Oprimido”, é necessário buscar uma “cultura de paz”. De maneira análoga, muitos
religiosos, a fim de evitar conflitos, exitam em denunciar casos de intolerância, sobretudo
quando envolvem violência. Porém, omitir crimes, ao contrário do que se pensa, é exatamente
colaborar com a continuidade da intolerância, o que funciona como um forte empecilho para a
resolução da problemática.

Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar o respeito


religioso e o exercício de denúncia. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria
com o Ministério de Justiça, implementar aos livros didáticos de História um plano de aula que
relacione a aculturação dos índios com a intolerância religiosa contemporânea, com o fito de
despertar o senso crítico nos alunos; e, além disso, promover palestras ministradas por
defensores públicos acerca da liberdade religiosa garantida pela lei, para fomentar o respeito
às diferentes crenças. Ademais, a Polícia Civil deve criar uma ouvidoria anônima, tal como uma
delegacia especializada, para incentivar a denúncia e combater a problemática.
“Publicidade infantil em questão no Brasil" (ENEM 2014)

A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada em todos os meios


de comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: expor um
produto e explicar sua respectiva função. No entanto, essa mesma função é distorcida por
anúncios apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a compra, atingindo
principalmente as crianças.

As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos animados e


trilhas sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos. Dessa maneira, as
indústrias acabam compartilhando seus espaços; como exemplo as bonecas Monster High
fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta de discussão sobre o assunto é
evidenciada pelas opiniões distintas dos países. Conforme a OMS, no Reino Unido há leis que
limitam a publicidade para crianças como a que proíbe parcialmente - em que comerciais são
proibidos em certos horários -, e a que personagens famosos não podem aparecer em
propagandas de alimentos infantis. Já no Brasil há a autorregulamentação, na qual o setor
publicitário cria normas e as acorda com o governo, sem legislação específica.

A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem a
noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é possível.
Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas que
restrinjam a publicidade de bens não duráveis para crianças. Além disso, as escolas poderiam
proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente" em que diferenciam consumo e
consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição de
cartilhas didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo aliado ao
diálogo com os país.

Sérgio Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências


estrangeiras, e a publicidade atual é a consequência direta da globalização. Por conseguinte é
preciso que as crianças, desde pequenas, saibam diferenciar o útil do fútil, sendo preparados
para analisar informações advindas do exterior no momento em que observarem as
propagandas."

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