Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No filme “Central do Brasil”, um dos clássicos brasileiros, passa-se a história da Dora, uma
amargurada ex-professora que ganha dinheiro escrevendo cartas para analfabetos na central
do Rio de Janeiro com a falsa promessa de enviá-las aos seus familiares. De maneira análoga, o
longa retrata a realidade de muitos brasileiros os quais se encontram em total vulnerabilidade
por não saberem ler e escrever, o que se configura como um grande desafio no Brasil. Diante
disso, é lícito destacar o peso que a desigualdade socioeconômica e o preconceito possuem
sobre o analfabetismo no País.
Outrossim, é imperativo destacar a falta de empatia como um dos fatores que validam a
persistência da problemática. Segundo Mário Sérgio Cortella, grande filósofo contemporâneo,
a nação brasileira é tão preconceituosa que usa o termo “analfabeto” como ofensa. Isso, que é
um crime social, é indicado cruelmente ao próximo de modo a ser responsabilidade exclusiva
dele. Desse modo, enquanto parcela da população – que é privilegiada – for tão
preconceituosa ao ponto de insultar o outro de tal maneira, mais adultos, que têm
oportunidade de voltar a estudar, irão hesitar por tamanha rejeição.
Convém pontuar, primeiramente, que o desleixo por parte do Governo contribui para a
persistência do revés. Acerca disso, de acordo com a Constituição Federal, em seu Artigo 205,
é dever do Estado garantir a educação, o pleno desenvolvimento da pessoa e sua
preparação para o mercado de trabalho. No entanto, não é possível observar o
cumprimento de tais normas, já que a falta de verbas destinadas à preparação das escolas,
principalmente públicas, é alarmante. Dessa forma, é evidente a ineficácia do governo
brasileiro, que não usam as tecnologias a favor dos estudantes, em cuidar das
instituições públicas, aumentando, consequentemente, as assimetrias já latentes na
sociedade.
Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na
qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos. No entanto, o que se observa
na realidade atual é o oposto do que o autor prega, já que há moradores de rua no Brasil, o
que dificulta a concretização dos planos de More. Dessa forma, é evidente que o cenário
antagônico é fruto tanto da negligência estatal quanto do desemprego e precisa ser
modificado urgentemente.
A princípio, é fundamental ressaltar que o caso dos moradores de rua deriva da baixa
atuação dos setores governamentais. De acordo com Thomas Hobbes, o Estado é
responsável por garantir o bem-estar da população. No entanto, é notório que o Poder
Público não cumpre seu papel enquanto agente garantidor de direitos mínimos, uma
vez que o número de pessoas em situação de rua só cresce e o Governo não atua
sistematicamente para erradicar esse grave problema social. Logo, é inadmissível que em
pleno terceiro milênio, o direito de moradia não seja cumprido pelo Estado.
Segundo a Organização das Nações Unidas, a cada 6 segundos, uma pessoa morre
vítima de doenças relacionadas ao hábito de fumar, fato que demonstra claramente o
quanto o tabagismo influi como um problema de saúde pública no Brasil. Nesse contexto, é
evidente que tal adversidade é causada pela glamourização do fumo e pela influência da
indústria de cigarros. Assim sendo, faz-se imprescindível a análise dessa conjuntura, com o
intuito de mitigar os entraves para a melhora da qualidade de vida.
Em uma primeira visão, é inegável que o encanto pelo tabaco está entre a causa do
problema, uma vez que séries e filmes performam esse costume de forma atrativa.
Ademais, segundo o filósofo Bento de Espinosa, mente e corpo são um só. Sob esse viés,
a validação exercida na psique por meio do entretenimento televisivo induz ao consumo
do cigarro, conforme o pensador, esse conjunto contribui para que o indivíduo torne-se
tabagista. Nesse sentido, verifica-se que, lamentavelmente, embora a constante evolução da
saúde acerca dos tratamentos médicos disponíveis, a atração ao tabagismo, por meio do lazer
televisionado, age como agente patogênico.
Fica evidente, portanto, que ações são necessárias para atenuar essa grave questão. Logo,
o Governo, como instância máxima dos aspectos sociais, coeso ao Ministério da Saúde,
deve, com urgência, adotar estratégias de divulgar os malefícios do tabagismo para conter o
agravamento dessa conjuntura. Adiante, a ação pode ser feita por meio de palestras, em
conjunto às unidades básicas de saúde, com o fito de informar a comunidade dos
prejuízos que o cigarro causa e assim inteirar sobre os tratamentos a dispor no Sistema Único
de Saúde. Só assim, com base nos ensinamentos de Bento Espinosa, haverá,
gradativamente, uma conscientização da população
O papel da família na construção da dignidade de um cidadão
Portanto, com intuito de construir cidadãos com dignidade, as ONGs de defesa da criança
necessitam evidenciar para a família, por intermédio de campanhas educativas, o papel que
ela possui em relação a uma educação sem violência. Essas campanhas devem ser realizadas
nas mídias sociais, no formato de vídeos, feitos com auxílio de psicólogos e advogados, que
vão explicitar para os pais as bases do ECA e a relevância de transmitir às crianças valores
humanos dignos. Assim, será possível garantir que mais famílias da realidade ajam como o
Mufasa da ficção.
A questão da gordofobia no Brasil: como combater essa realidade?
A música “All about the bass”, da cantora Meghan Trainor, critica o padrão de beleza
associado à magreza e apresenta uma valorização do corpo gordo, independentemente da
visão preconceituosa da sociedade. Porém, infelizmente, tal valorização não ocorre no Brasil,
já que a gordofobia inferioriza a pessoa gorda, prejudicando essa parcela social. Por isso, é
evidente a necessidade de combater a problemática.
Diante desse contexto, pode-se mencionar que muitas pessoas próximas do padrão de
beleza inferiorizam os indivíduos gordos por associarem a magreza à superioridade. A
inferiorização em questão se manifesta, por exemplo, por meio de apelidos pejorativos, como
“elefante” e “baleia”, os quais animalizam a pessoa acima do peso. Esse fato inaceitável pode
ser relacionado à metáfora elaborada por Machado de Assis, na obra “Memórias Póstumas de
Brás Cubas”, na qual o narrador afirma que os seres humanos fixam-se na ponta do próprio
nariz, representando de forma figurada a crença de superioridade. Assim, nota- se que, ao
olhar para o próprio nariz, os gordofóbicos diminuem as pessoas em função da estética,
conduta negativa, que deve ser mitigada.
Ademais, é possível ressaltar que, segundo a Constituição Federal, todos devem ser
tratados de forma igualitária, sem qualquer discriminação. No entanto, muitos indivíduos
preconceituosos associam gordos a preguiçosos – devido à ideia de que a questão corporal
está associada apenas ao sedentarismo. Diante disso, consequências negativas são geradas;
como exemplo, relata-se que os gordos são discriminados e acabam recebendo menores
salários: 9% a menos, de acordo com o jornal “O Tempo”. Percebe-se, desse modo, que as
pessoas acima do peso são cidadãs de papel, assim como na teoria do jornalista Gilberto
Dimenstein, uma vez que esses indivíduos possuem o direito à igualdade garantido apenas na
Constituição. Em suma, a gordofobia é prejudicial à cidadania, logo deve ser erradicada.
Manipular a visão de uma criança sobre a figura materna ou paterna consiste em um ato
ilegal, segundo a lei 13.431, de 2017, e infelizmente pode provocar uma condição chamada de
síndrome da alienação parental. Tal situação possivelmente ocasionará impactos negativos na
vida da criança. Por isso, é evidente a necessidade de debater sobre o assunto com objetivo de
garantir a cidadania plena dos infantes.
Nessa perpectiva, é relevante mencionar que, de acordo com o filósofo John Locke, as
pessoas nascem como folhas em branco, ou seja, sem senso crítico, e as experiências
adquiridas ao longo da vida são responsáveis por moldar o indivíduo. A teoria filosófica em
questão associa-se ao fato de que muitas crianças, ao serem vítimas de alienação parental,
podem desenvolver, como consequência da síndrome, raiva de um dos responsáveis. Isso
ocorre tendo em vista que o pai ou a mãe alienante tende a criar histórias que prejudicam a
figura do outro familiar, afirmando, por exemplo, ter sofrido agressões do parente alvo da
alienação. Assim, fica claro que as experiências de alienação parental podem ser infelizmente
formadoras de um senso crítico comprometido em relação ao parente alienado, o que pode
desencadear sentimentos negativos, como a raiva.
A série “13 Reasons Why”, exibida pela plataforma de streaming Netflix, foi alvo de
inúmeras críticas na mídia por romantizar o suicídio e apresentá-lo como válvula de escape à
realidade. Contudo, o alto índice de audiência do seriado promoveu o debate sobre o
autoextermínio entre jovens – efeito relevante, sobretudo na realidade do Brasil, onde o
assunto em questão até então era negligenciado e tratado como tabu. A partir desses fatos, é
possível afirmar que entre os motivos para que a sociedade negligencie o tema estão o
preconceito e a desinformação.
Em primeira análise, observa-se que o suicídio ainda é, para muitos, motivo de vergonha
ou condenação, mesmo que se caracterize como um grave problema de saúde pública. Dessa
forma, o medo de falar sobre o assunto faz com que o problema não seja discutido, de modo
que medidas interventivas são dificultadas. Tal contexto é preocupante em um cenário de
ascensão de diferentes transtornos psicossomáticos, como a depressão, uma vez que eles
estão ligados ao ato em questão. Esse fato pode ser comprovado por meio do Boletim
Epidemiológico do Ministério da Saúde, o qual demonstrou que o número de suicídios no
Brasil aumentou cerca de 12% de 2011 a 2015. Em suma, fica claro que, infelizmente, a pouca
discussão acerca da gravidade do problema intensifica a realidade de suicídios entre os jovens
brasileiros.
Em segunda análise, é preciso combater a falta de informação com mais diálogo e com
campanhas de prevenção. Nesse sentido, ainda que incipientes, já existem no Brasil alguns
movimentos em prol da vida, como o Setembro Amarelo, um mês inteiro pautado na
prevenção ao suicídio e no amparo emocional a pessoas em extremo sofrimento emocional.
Essa ação foi desenvolvida pelo CVV, Centro de Valorização da Vida, que dedica todo o mês de
setembro a estampar o amarelo em múltiplas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.
Apesar disso, para o Brasil reverter o quadro crítico em que se encontra, ainda há muito para
ser feito.
As notícias falsas relacionadas à área da saúde causam graves impactos para a população
brasileira. Tal fato é afirmado tendo em vista que conteúdos sem veracidade transformam o
brasileiro em um cidadão alienado e irresponsável com a saúde, prejudicando até mesmo o
Estado. Logo, é evidente a necessidade de debater sobre o problema com intuito de evitá-lo.
Em primeiro lugar, pode-se afirmar que é um desafio para os jovens adaptarem-se ao que
é incerto e desconhecido, como o futuro do mercado laboral. Isso ocorre, pois, conforme o
Institute for the Future, mais de 80% dos postos e trabalho no ano de 2030 ainda não foram
criados. Tal realidade associa-se à teoria da modernidade líquida, proposta por Zygmunt
Bauman, o qual defende que a sociedade contemporânea é incerta e está em constante
transformação, o que provoca inseguranças. Em vista das inovações tecnológicas, a
perspectiva de Bauman se aplica também ao mercado, o que pode gerar angústia na nova
geração de trabalhadores. Logo, para evitar a insegurança do jovem, é essencial propor cursos
profissionalizantes à medida que novos empregos forem surgindo.
“Gosto de gastar, isso não é novidade, hoje eu já torrei mais de 10 mil com a minha
vaidade.” Esse trecho pertence a uma música da MC Pocahontas, que reflete um incentivo da
cultura de massa ao consumo desenfreado da população. Tal comportamento acarreta
prejuízos ao meio ambiente e a formação de uma sociedade cada vez mais alienada, cenário
que demanda modificações.
Em segunda análise, é possível perceber que as pessoas estão cada vez mais impulsivas
em suas compras, incentivadas pelo apelo midiático das vitrines e dos lançamentos. Tal
comportamento é explicitado no documentário “A história da obsolescência programada”, que
demonstra como as grandes marcas já projetam seus produtos para durarem pouco,
estimulando o descarte prematuro e o consumo irresponsável. Nesse contexto, a marca Apple
se destaca, criando uma legião de fãs fiéis e ansiosos por novidades antes mesmo que seus
produtos possam chegar, de fato, ao final da sua vida útil. Diante do exposto, fica claro que a
manipulação das indústrias é um grave motivo para a perpetuação da cultura consumista.
Logo, medidas precisam ser tomadas para evitar que a população se torne ainda mais
alheia aos impactos do consumo desmoderado. Nesse sentido, o Ministério da Educação
necessita estimular o pensamento crítico na sociedade desde os primeiros anos da vida
escolar, por meio de palestras nas escolas e criação de uma disciplina, a qual deve ser voltada
para a educação financeira e para o consumo consciente. Assim, será possível formar um senso
consciente de cidadania e impedir a entrada da população num mundo cada vez mais
consumista. A partir disso, funks com apologia à ostentação, como a letra criada por MC
Pocahontas, não serão mais um retrato de uma sociedade responsável e consciente dos seus
atos
Os maus-tratos a animais domésticos no Brasil
Em primeira análise, verifica-se que a maioria das pessoas interessadas em adotar não
manifestam interesse em acolher crianças e adolescentes com as características mais comuns
dentre aqueles que estão em situação de abandono. Essa situação é evidenciada por dados do
Cadastro Nacional de Adoção de Crianças e Adolescentes, registrados em 2016, os candidatos
mais recorrentes rejeitam a possibilidade de perfilhar negros, pardos e crianças acima de 5
anos. Esse fato pode ser exemplificado no filme nacional “O contador de histórias”, em que o
protagonista, Roberto Carlos, é considerado um caso perdido no orfanato em que vive,
situação agravada pela sua cor e pela sua idade. Logo, é evidente que as exigências dos
adotandos são um entrave ao acolhimento dos jovens em questão.
Em segunda análise, observa-se que há uma grande demora na conclusão dos processos
de adoção. Apesar de o governo ter aprovado a lei nº 13.509/07, que reduz prazos e
burocracias próprias ao processo de perfilhação, a finalização dos procedimentos ainda é
lenta, especialmente em função do exorbitante número de processos que tramitam nas Varas
da Criança e da Juventude. Da mesma forma, a ausência ou a insuficiência de profissionais
indispensáveis no acompanhamento dos processos, como assistentes sociais ou psicólogos,
contribuem para que a situação se torne ainda mais alarmante. Em suma, é inegável que mais
ações precisam ser realizadas para combater essa infeliz realidade.
Em primeiro lugar, há cada vez mais veículos circulando nas ruas e, principalmente, nas
metrópoles brasileiras, o que prejudica a mobilidade nos centros urbanos. A situação em
questão é evidenciada por uma pesquisa da FGV de 2016, segundo a qual a frota de carros
cresceu cerca de 400% nos últimos 10 anos. Em decorrência disso, as vias públicas ficaram
mais congestionadas e passaram a não garantir a fluidez necessária ao trânsito. Por
conseguinte, o tempo de deslocamento entre trechos tornou-se mais longo, cenário agravado
pela falta de investimento em outros modais de transporte, como o ferroviário.
Primeiramente, vê-se que o apagamento social gerado pela falta de registro civil
apresenta suas origens no passado. Para o sociólogo Karl Marx, as desigualdades são geradas
por condições econômicas anteriores ao nascimento de cada ser, de forma que, infelizmente,
nem todos recebam as mesmas oportunidades financeiras e sociais ao longo da vida. Sob esse
viés, o materialismo histórico de Marx é válido para analisar o drama dos que vivem sem
certificado de nascimento no Brasil, pois é provável que eles pertençam a linhagens familiares
que também não tiveram acesso ao registro. Assim, a desigualdade social continua sendo
perpetuada, afetando grupos que já foram profundamente atingidos pelas raízes coloniais e
patriarcais da nação. Dessa forma, é essencial que o governo quebre esse ciclo que exclui,
sobretudo, pobres, mulheres, indígenas e pretos.
Além disso, nota-se que esse processo injusto cria chagas profundas na democracia
nacional. No livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é apresentada a história de uma família
sertaneja que luta para sobreviver sem apoio estatal. Nesse contexto, os personagens Fabiano
e Sinhá Vitória têm dois filhos que não possuem certidão de nascimento. Por conta dessa
situação de registro irregular, os dois meninos sequer apresentam nomes, o que é impensável
na sociedade contemporânea, uma vez que o nome de um indivíduo faz parte da construção
integral da sua identidade. Ademais, as crianças retratadas na obra são semelhantes a muitas
outras do Brasil que não usufruem de políticas públicas da infância e da adolescência devido à
falta de documentos, o que precisa ser modificado urgentemente para que se estabeleça uma
democracia realmente participativa tal qual aquela prevista por Bobbio.
Portanto, o registro civil deve ser incentivado de maneira mais efetiva no país. O Estado
criará um mutirão nacional intitulado “Meu Registro, Minha Identidade”. Esse projeto
funcionará por meio da união entre movimentos sociais, comunidades locais e órgãos
governamentais municipais, estaduais e federais, visto que é necessária uma ação coletiva
visando a consolidação da cidadania brasileira. Com o trabalho desses agentes, serão enviados
profissionais a todas as cidades em busca de pessoas que, finalmente, terão suas certidões de
nascimento confeccionadas, além de receberem acompanhamento e incentivo para a
realização de cadastro em outros serviços importantes do sistema nacional. Por conseguinte, o
Brasil estará agindo ativamente para reparar suas injustiças históricas e para solidificar sua
democracia, de maneira que os seus cidadãos sejam vistos igualmente.
O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar
o aspecto supracitado quanto à omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de depressão da
América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais,
quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de
investimento público em centros especializados no cuidado para com essas condições.
Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda, não são
devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições
Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas
que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a refutação
da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.
Para o filósofo escocês David Hume, a principal característica que difere o ser humano dos
outros animais é o poder de seu pensamento, habilidade que o permite ver aquilo que nunca
foi visto e ouvir aquilo que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que o cinema representa a
capacidade de transpor para a tela as ideias e os pensamentos presentes no intelecto das
pessoas, de modo a possibilitar a criação de novos universos e, justamente por esse potencial
cognitivo, ele é muito relevante. É prudente apontar, diante disso, que a arte cinematográfica
deve ser democratizada, em especial no Brasil – país rico em expressões culturais que podem
dialogar com esse modelo artístico –, por razões que dizem respeito tanto à sociedade quanto
às leis.
Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dialoga com uma elementar necessidade
social e, consequentemente, não pode ser deixada em segundo plano. Para entender essa
lógica, pode-se mencionar o renomado historiador holandês Johan Huizinga, o qual, no livro
“Homo Ludens”, ratifica a constante busca humana pelo prazer lúdico, pois ele promove um
proveitoso bem-estar. É exatamente nessa conjuntura que se insere o fenômeno
cinematográfico, uma vez que ele, ao possibilitar a interação de vários indivíduos na
contemplação do espetáculo, faz com que a plateia participe das histórias, de forma a
compartilhar experiências e vivências – o que representa o fator lúdico mencionado pelo
pensador. É perceptível, portanto, o louvável elemento benfeitor dessa criação artística, capaz
de garantir a coesão da comunidade.
Por fim, caminhos devem ser elucidados para democratizar o acesso ao cinema no Brasil,
levando-se em consideração as questões sociais e legislativas abordadas. Sendo assim, cabe ao
Governo Federal – órgão responsável pelo bem-estar e lazer da população – elaborar um plano
nacional de incentivo à prática cinematográfica, de modo a instituir ações como a criação de
semanas culturais nacionais, bem como o desenvolvimento de atividades artísticas públicas.
Isso pode ser feito por meio de uma associação entre prefeituras, governadores e setores
federais – já que o fenômeno envolve todos esses âmbitos administrativos –, os quais devem
executar periódicos eventos, ancorados por atores e diretores, que visem exibir filmes
gratuitos para a comunidade civil. Esse projeto deve se adaptar à realidade de cada cidade
para ser efetivo. Dessa forma, o cinema poderá ser, enfim, democratizado, o que confirmará o
que determina o artigo 215 da Constituição. Assim, felizmente, os cidadãos poderão desfrutar
das benesses advindas dessa engrandecedora ação artística.
Democratização do acesso ao cinema no Brasil
De modo ficcional, o filme “Cine Holiúdi” retrata o impacto positivo do cinema no
cotidiano das cidades, dada a sua capacidade de promover o lazer, socialização e cultura.
Entretanto, na realidade, tais benefícios não atingem toda a população brasileira, haja vista a
elitização dos meios cinematográficos e a falta de infraestrutura adequada nos cinemas
existentes. Sendo assim, urge a análise e a resolução desses entraves para democratizar o
acesso ao cinema no Brasil.
A princípio, é lícito destacar que a elitização dos meios cinematográficos contribui para
que muitos brasileiros sejam impedidos de frequentar as salas de cinema. Isso posto, segundo
o filósofo inglês Nick Couldry em sua obra “Por que a voz importa?”, a sociedade neoliberal
hodierna tende a silenciar os grupos menos favorecidos, privando-os dos meios de
comunicação. A par disso, é indubitável que a localização dos cinemas em áreas mais nobres e
o alto valor dos ingressos configuram uma tentativa de excluir e silenciar os grupos periféricos,
tal como discute Nick Couldry. Nesse viés, poucos são os indivíduos que desfrutam do direito
ao lazer e à cultura promovido pela cinematografia, o qual está previsto na Constituição e deve
ser garantido a todos pelo Estado.
Ademais, vale postular que a falta de infraestrutura adequada para todos os cidadãos
também dificulta o acesso amplo aos cinemas do país. Conquanto a acessibilidade seja um
direito assegurado pela Carta Magna e os cinemas disponham de lugares reservados para
cadeirantes, não há intérpretes de LIBRAS nas telas e a configuração das salas – pautada em
escadas – não auxilia o deslocamento de idosos e portadores de necessidades especiais. À luz
dessa perspectiva, é fundamental que haja maior investimento em infraestrutura para que
todos os brasileiros sejam incluídos nos ambientes cinematográficos.
Por fim, diante dos desafios supramencionados, é necessária a ação conjunta do Estado e
da sociedade para mitigá-los. Nesse âmbito, cabe ao poder público, na figura do Ministério
Público, em parceria com a mídia nacional, desenvolver campanhas educativas – por meio de
cartilhas virtuais e curta-metragens a serem veiculadas nas mídias sociais – a fim de orientar a
população e as empresas de cinema a valorizar o meio cinematográfico e ampliar a
acessibilidade das salas. Por sua vez, as empresas devem colaborar com a democratização do
acesso ao cinema pela cobrança de valores mais acessíveis e pela construção de salas
adaptadas. Feito isso, o Brasil poderá garantir os benefícios do cinema a todos, como relata o
filme “Cine Holiúdi”.
A importância de compreender e valorizar a diversidade na formação da identidade
brasileira
Durante muito tempo, no Brasil, a educação era restrita à elite, sendo democratizada em
1988 com a Constituição Cidadã. Hoje, a era digital viabilizou novas formas de ampliar o ensino
e o acesso ao conhecimento com a educação a distância, que cresce rapidamente no país, no
entanto, ainda há entraves no que tange a sua abrangência. Portanto, tal modalidade deve ser
aprimorada, uma vez que possui diversos benefícios pedagógicos.
Em primeira análise, é de grande relevância que cada indivíduo aprenda, respeitando seu
próprio tempo. Nesse sentido, na obra “Pedagogia da Autonomia”, o educador pernambucano
Paulo Freire critica a superficialidade do ensino convencional por não respeitar os saberes do
aluno e seu ritmo de aprendizagem. Dito isso, a educação a distância torna-se uma
oportunidade para desenvolver uma metodologia mais inclusiva para a população e mais
eficiente, uma vez que o aluno poderá rever vídeo-aulas quantas vezes se fizerem necessárias,
de acordo com sua dificuldade. Por outro lado, o aprendizado por meio virtual não é uma
realidade para todos os brasileiros, haja vista que nem toda a população possui acesso à
internet e a computadores ou smartphones.
Sob essa ótica, segundo o geógrafo baiano Milton Santos, a globalização é perversa e
segregacionista, excluindo os miseráveis dos avanços da contemporaneidade. Nesse contexto,
evidencia-se que a gestão governamental segue negligente por não ofertar a todo o povo as
novas tecnologias, privando-o, então, do conhecimento. Logo, visando ampliar a educação a
distância por meios virtuais, medidas fazem-se necessárias.
Posto isso, cabe ao governo universalizar o acesso à rede, por meio de distribuição
gratuita de internet a todos os estados da União, como feito na Estônia, país no qual o Estado
se encarrega de ofertar conexão em praças e locais comuns, com a finalidade de democratizar
o conhecimento no Brasil. Concomitantemente, deve haver redução nas tarifas sobre
computadores e smartphones, para que a população mais carente possa ter posse desse
recurso. Assim, a educação não será privilégio da elite, e sim oportunidade a todos os
cidadãos.
O narcisismo e a cultura das selfies
De acordo com a mitologia grega, Narciso, conhecido por sua beleza, ao ver-se refletido
no lago, apaixona-se por si mesmo. Desse modo, em busca desse amor impossível, ele se
lançou na água e sucumbiu na própria imagem. Analogamente, o culto à aparência de tal
personagem assemelha-se, nos dias atuais, à cultura das selfies – autorretratos – no espaço
das redes sociais. Nesse contexto, deve-se levar em consideração a influência da mídia e as
consequências negativas trazidas por essa nova cultura.
Em primeiro plano, é indubitável que as redes sociais, promovidas pela internet, criam a
chamada “Sociedade do Espetáculo”. Isso se dá, pois, segundo o filósofo Guy Debord, a vida
social contemporânea se reduz à representação, ou seja, a vivência é mediada por imagens e
se desfaz na presença objetiva do indivíduo. A partir desse viés, infere-se que o espetáculo se
torna mais atraente, uma vez que as pessoas podem ser quem e o que elas quiserem na
internet e, então, a grande exposição e a obsessão pelas selfies demonstram a necessidade de
fugir da realidade e viver o mundo das aparências.
Além disso, outro ponto a ser considerado é a fragilidade das relações hodiernas. Segundo
o sociólogo Zygmunt Bauman, na obra “Amor Líquido”, a sociedade vive a fluidez das relações,
cuja principal característica é a efemeridade. Dessa forma, as selfies postadas, nas redes
sociais, não traduzem apenas a intenção de se expor, mas, sim, a busca por elogios e por
reconhecimentos, bem como a tentativa de estabelecer relações interpessoais.
Entende-se, assim, a necessidade da busca por uma nova relação entre o bem-estar e o
corpo, baseada na noção de autocuidado, conforme Foucault. Portanto, para a supressão da
cultura de automedicação no Brasil, faz-se necessário que organizações da sociedade civil
mobilizem campanhas no ambiente público, através da utilização frequente de espaços
coletivos para a realização de palestras educativas que carreguem, sobretudo, amplo teor
informacional sobre a real importância e potencial de cuidado de si, a fim de, finalmente,
reaproximar os indivíduos da própria saúde.
Os desafios na gestão do lixo no Brasil contemporâneo
Outrossim, cabe apontar que o Brasil não investe em estruturas adequadas para o
descarte sustentável de rejeitos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, menos de 50% dos municípios brasileiros têm destinação correta do lixo. Isso
significa que a maior parte dos materiais descartados vão para lixões, locais onde a
proliferação de animais peçonhentos, vetores de doenças e a produção do gás metano,
oriundo da decomposição, são evidentes, gerando impactos de saúde e ambientais, como o
contágio da população vizinha por dengue e leptospirose e o agravamento do aquecimento
global. Em contrapartida, algumas cidades do Japão, como exibido no documentário “Como
esta cidade não produz lixo”, surpreendem com tecnologias capazes de tratar e reaproveitar
toda a matéria dos resíduos, mostrando como é possível alterar a relação do homem com a
natureza, tornando-a mais positiva. Percebe-se, portanto, que é imprescindível criar formas de
mitigar essa problemática.
À vista disso, o Governo Federal deve investir em estruturas adequadas para o descarte
de resíduos. Isso pode ser feito por meio da destinação de verbas significativas aos municípios,
que permitam a construção de locais condizentes, que separem, reaproveitem e destinem
corretamente cada material – assim como já é feito no Japão – com o intuito de atenuar as
ações antrópicas no meio ambiente. Ademais, cabe à escola, como ferramenta de formação
cidadã, trabalhar a relação do consumo e ecologia, através das disciplinas Sociologia e Biologia,
a fim de tornar possível um cenário em que o capitalismo e a sustentabilidade caminhem
harmoniosamente.
Adoção: como garantir a todas as crianças o direito a uma família no Brasil
Em primeira análise, é importante ressaltar que o fato das opções por características
específicas nos adotados contribui diretamente para dificultar o objetivo de cada um deles
possuir um lar. Esse cenário é comprovado pelo cenário reportado pela Folha de São Paulo,
que afirma existir mais pessoas interessadas em adotar do que crianças em abrigos. Dessa
forma, pode-se perceber que grande parte dessa realidade ainda persiste, visto que os
possíveis pais preferem, na maioria das vezes, um filho ou filha de pele branca e com pouca
idade. Contudo, 81% dos abrigados têm mais de 5 anos e, consequentemente, acabam
passando toda a sua infância e adolescência sem a presença de uma estrutura familiar.
Torna-se evidente, portanto, que o que vem ocorrendo na humanidade é apenas uma
sucessão de conquistas e avanços na área tecnológica. O real desenvolvimento só será
alcançado quando o homem utilizar a natureza de forma responsável e inteligente. Para tanto,
é preciso que sejam criados mecanismos eficazes de fiscalização, sejam eles governamentais
ou não. Além disso, deve haver por parte da mídia maior divulgação das questões ambientais,
para que a população possa se mobilizar e agir exercendo seus direitos. Assim, estaremos de
acordo com a teoria da seleção natural, em que o meio seleciona os mais aptos e não o
contrário.
Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
Com a crise de 1929 no Estados Unidos, Roosevelt implementou a Leia Seca para
minimizar os problemas e acidentes no trabalho. Agora, o Governo Federal implementou a
Leia Seca com o intuito de reduzir o numero de vitimas em acidentes de trânsito envolvendo
motoristas embriagados. Dentro desse contexto, há dois importantes fatores que devem ser
levados em consideração: a redução nos acidentes de trânsito e o aumento da conscientização
da população brasileira no que tange os riscos de se dirigir embriagado.
Ainda convém lembrar que enquanto em países como a Austrália dirigir embriagado é
condenado pela sociedade, no Brasil até pouco tempo, esse hábito perigoso era aceito. Isso
porque até pouco tempo existiam poucas políticas de conscientização na mídia acerca do
perigo do binômio álcool e direção. Além disso, os filhos se inspiraram nas atitudes dos pais,
que não viam nenhum perigo em dirigir depois de um ou dois copos de cerveja. Porém, o risco
de acidente existe e felizmente a maioria da população está ciente disso.
Infere-se que quando o motorista está alcoolizado está colocando em risco sua vida e de
outras pessoas, por isso deve deixar de lado seu caráter macunaíma e pensar no bem
cotidiano. Cumpre ao governo aumentar a fiscalização para garantir o cumprimento da lei.
Cabe aos pais educar seus filhos através de seu próprio exemplo. Cabe aos donos de bares e
boates incentivar seus clientes a ir para casa de táxi. Assim, o Brasil será referência mundial em
educação no trânsito.
A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma
diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja
mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em
que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da
Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função
também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia, que
enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções
culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras
medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais
importante na evolução de um homem ou nação. ”
Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVI e XIX, foi marcado pela tentativa de
converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de soberania.
Embora date de séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século XXI, sugere as
mesmas conotações de sua origem: imposição de dogmas e violência. No entanto, a lenta
mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a resolução dessa
problemática.
Nesse contexto, é importante salientar que, segundo Sócrates, os erros são consequência
da ignorância humana. Logo, é válido analisar que o desconhecimento de diferentes crenças
influi decisivamente na intolerância contra pessoas que seguem linhas de pensamento
opostas. Entretanto, é interessante ressaltar que, em algumas religiões, o contato com crenças
diferentes não é permitido. Ainda assim, conhecer a lei é fundamental para compreender a
liberdade de escolha religiosa e, portanto, para respeitar posições díspares.
Além disso, é cabível enfatizar que, de acordo com Paulo Freire, em seu livro “Pedagogia
do Oprimido”, é necessário buscar uma “cultura de paz”. De maneira análoga, muitos
religiosos, a fim de evitar conflitos, exitam em denunciar casos de intolerância, sobretudo
quando envolvem violência. Porém, omitir crimes, ao contrário do que se pensa, é exatamente
colaborar com a continuidade da intolerância, o que funciona como um forte empecilho para a
resolução da problemática.
A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem a
noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é possível.
Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas que
restrinjam a publicidade de bens não duráveis para crianças. Além disso, as escolas poderiam
proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente" em que diferenciam consumo e
consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição de
cartilhas didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo aliado ao
diálogo com os país.