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EVASÃO ESCOLAR

Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual
o corpo social se ausenta de conflitos e problemas. No entanto, a realidade contemporânea é
díspar à que o autor prega, tendo em vista que a evasão escolar, fator chave para
subdesenvolvimento nacional, ainda persiste na sociedade brasileira. Esse cenário antagônico
é fruto tanto da precariedade informacional, quanto da ausência de atuação estatal.

Diante desse contexto, é lícito retomar o aspecto supracitado quanto à escassez de


informações. Conforme o filósofo Jurgen Habermas, a democracia justa é fundamentada no
diálogo e na troca de conhecimento entre os indivíduos e as instituições sociais, contudo, os
postulados do estudioso não são aplicados na sociedade brasileira. Prova disso, é a carência de
campanhas midiáticas, direcionadas à massa populacional - em especial aos jovens -, que
abordem a importância de frequentar a escola e de prosseguir com os estudos. Desse modo,
em virtude da desinformação, ocorre a persistência da evasão escolar no país e, como uma das
consequências, surge o fenômeno da marginalização que está relacionado com a falta de
oportunidades de trabalho. Assim, os jovens tendem a recorrer a trabalhos informais e ao
mundo do crime em busca de oportunidades. Nesse contexto, torna-se evidente que a
ausência informacional contribui para a situação vigente.

Ademais, é imperativo ressaltar a negligência governamental como promotora do


problema. Segundo Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da
população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, o
país ainda se encontra com o índice de indivíduos que abandonam o recinto escolar muito
elevado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
independentemente da região, motivos como necessidade de trabalhar, desinteresse e
gravidez alcançam cerca de 70% dos jovens que abandonam os estudos, e isso se deve pelo
fato de não haver políticas públicas que incentivem a permanência destes nas escolas. Dessa
forma, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Nota-se, portanto, a necessidade de sanar a questão do desafio no combate à evasão


escolar no contexto brasileiro. Para tal, é intrínseco que a mídia – instrumento de ampla
abrangência responsável por disseminar informações – informe a sociedade a respeito da
relevância de prosseguir com os estudos, tal ação é viável por meio de comerciais periódicos
nas redes sociais e debates nas instituições de ensino, a fim de formar cidadãos informados.
Paralelamente, o Estado promover campanhas informativas, por intermédio de incentivos
monetários para desenvolver programas educacionais, com o intuito de valorizar o ensino e
amenizar esse quadro. Por fim, com essas medidas, atenuar-se-á em médio e longo prazo, o
impacto nocivo do abandono escolar e a coletividade alcançará a Utopia de More.

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