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Tema: Desafios para o combate ao analfabetismo no Brasil

O célebre livro de George Orwell, “A revolução dos bichos”, retrata a vida de animais que se rebelaram
contra seus donos em busca de melhores condições de vida, no entanto, são constantemente manipulados
pelos seus líderes, os porcos, que por saberem ler e escrever, ao contrário deles que são analfabetos,
utilizam isso como artifício para alterar as leis vigentes e favorecer seus interesses. De maneira análoga a
ficção, o analfabetismo torna os indivíduos manipuláveis e incapazes de exercer a plena cidadania, por
isso, é imperioso avaliar os desafios para o combate desse impasse na sociedade brasileira e entender
como a desigualdade social e a negligência estatal atuam para a perpetuação da problemática.

Primeiramente, cabe avaliar como as diferenças sociais representam um cenário segregacionista no que
tange à alfabetização. Nessa perspectiva, o sociólogo Karl Marx evidenciou em seus estudos as
discrepâncias de renda das classes sociais

indivíduos de classes economicamente baixas tendem a abandonar os estudos antes de concluírem sua
alfabetização com a justificativa de ter que trabalhar para ajudar os pais. Tal conjuntura contraria o
previsto pela Constituição Cidadã que todos têm direito à educação já que os alguns indivíduos são
privados desse x posição que ocupam na hierarquia social a educação é limitada a quem tem melhores
condições financeira. Por conseguinte, o analfabetismo torna esse grupo vulnerável a alienação além de
os deixar inaptos a exercer seus direitos de cidadão, como o voto. Sendo assim, não é razoável que o
Brasil, enquanto Estado Democrático de Direito, ainda não promova o direito da educação à toda
população.

Outrossim, outro fator relevante é a omissão estatal nesse âmbito. Segundo o IBGE, cerca de 11 milhões
de brasileiros não sabem ler nem escrever e, mesmo diante desse cenário preocupante, as escassas
políticas públicas para combater essa problemática não se mostram eficazes. Isso acontece pela falta de
investimentos na qualidade do ensino EJA- educação para jovens e adultos-, pela falta de apoio para que
esses indivíduos retomem os estudos e, também, pela ausência de ações que visem manter a criança na
escola e evitar o abandono. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das
instituições zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, ele as descreve como presentes na sociedade, mas
que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a completa refutação
da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida. O cenário favorece o desemprego e a
falta de capacitação profissional desse grupo.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do analfabetismo na sociedade brasileira. Para
isso, compete ao Ministério da Educação, por meio de amplo debate entre profissionais do ensino, criar
um projeto que vise melhorar a qualidade do ensino EJA adicionando matérias de sociologia e filosofia
para instigar o senso crítico desse grupo e, também, ofertar cursos profissionalizantes com o fito dessa
parcela do corpo social se tornar capacitada para o mercado de trabalho e ser inclusa na sociedade como
pleno cidadão. Ademais, o MEC deve, em parceria com a assistência social, criar um programa de
controle da permanência da criança na escola visitando esses estudantes em domicilio e conhecendo cada
realidade. Destarte, garantir-se-á a alfabetização de toda a população verde-amarela e, finalmente, a
situação dos animais da obra literária não mais representará a dos brasileiros.
a socióloga Simone de Beauvoir criou o conceito de Invisibilidade Social que diz respeito a
marginalização de certos grupos perante a sociedade. Nesse contexto, a Invisibilidade Social é
vista na prática quando a população mais pobre é privada de educação ao abandonar os
estudos para trabalhar e ajudar os pais com a renda ou por morar em regiões periféricas com
obstáculos no caminho até a escola

das regiões periféricas observa obstáculos no percurso até a escola, devido a omissão do
Estado em promover maior acessibilidade a instituição.

Sendo assim, não é razoável que o Brasil, enquanto Estado Democrático de Direito, ainda não
promova o direito de educação à toda população.

Outrossim

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