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CURSO DE REDAÇÃO E ATUALIDADES

Pro Labore 2022 – Prof. Thiago e Prof. Anderson


Modelos de Redação

Tema: Misoginia e Machismo estruturais

Redação 1

As mulheres indianas são submetidas a casamentos arranjados e muitas vezes sequer


conhecem o noivo. As xiitas são obrigadas a usarem burca e são apedrejadas até a morte quando
manifestam qualquer tentativa de controlarem suas próprias vidas. As brasileiras são vítimas
frequentes de estupros e agressão doméstica, ouvem cantadas pelas ruas e, no campo profissional,
ainda recebem salários menores do que os homens.
Não importa em qual lugar do mundo as mulheres estejam, elas sempre serão tratadas como
seres inferiores, que não merecem respeito e muito menos dignidade. Recentemente a revista
“Ciência e Cultura” abordou o tema da participação feminina na ciência. Pesquisas feitas revelaram
que pouquíssimas mulheres foram reconhecidas pelos seus trabalhos científicos e, atualmente, a
maior parte da população feminina engajada na ciência atua em áreas mais simples, como botânica
e enfermagem, em vez de astronomia, engenharia e medicina, áreas em que predominam os
homens.

Além da inferioridade profissional, as agressões físicas e verbais também são comuns no


cotidiano das mulheres. De acordo com a revista “Superinteressante”, grande parte dos homens
acredita que as mulheres gostam de ouvir cantadas ao passarem pelas ruas, quando na verdade a
maioria delas se sente intimidada pela atitude. A agressão doméstica e o estupro, apesar de serem
crimes, quase nunca são denunciados, de forma que os agressores continuam impunes.

Conforme disposto, o machismo não deve ser justificado pelos hábitos culturais de uma
sociedade e nem mesmo por religião(,) pois, acima de tudo, todo indivíduo merece respeito e
liberdade. Uma mudança de hábitos se mostra urgentemente necessária para que todos possam
conviver em harmonia, sem hierarquização sexual e respeitando os direitos de cada um. A cidadania
deve ser exercida da mesma forma que é estimada por todos, pois uma sociedade igualitária só é
utopia quando ninguém faz nada para mudá-la.

Redação 2

Ao longo da história, grande parte da sociedade se fundamentou em uma forma de


organização familiar: o patriarcalismo. Esse, por sua vez, representou a submissão da mulher à
autoridade definitiva do homem. No entanto, o desenvolvimento da autonomia feminina
transformou essa percepção, mas ainda traz resquícios à atual sociedade: a violência contra a
mulher. É necessário, portanto, avaliar tal debate com base na conjuntura ética predominante.

Em uma primeira análise, é indiscutível afirmar que as mulheres conquistaram direitos que
permitiram uma maior autonomia. O direito ao voto no Brasil, durante o governo de Getúlio
Vargas, em 1934, é exemplo dessa perspectiva. Ademais, a Sociologia explica tal fenômeno com o
conceito de desnaturalização de antigas concepções, como o pensamento de inferioridade da
mulher, que se desgasta conforme o avanço dos movimentos sociais. Isso fica visível, ainda, com a
maior decisão feminina na quantidade de filhos que o casal deseja ter e com a ocupação em altos
postos de trabalho. Apesar disso, a mulher ainda fica exposta a um ato já explicitado pelo
contratualista Thomas Hobbes: a violência.

Diante desse cenário, a violência doméstica ganha destaque, já que a estrutura familiar, com
base em preceitos machistas, fica comprometida com a agressão física ou psicológica da mulher,
sendo a Lei Maria da Penha, instituída no Brasil, uma forma de diminuir esse quadro. No entanto, a
violência urbana é ainda mais polêmica, ao colocar em xeque a causa de estupros que ocorrem
contra o sexo feminino. De acordo com os deterministas, o meio influencia os indivíduos e, com
base nisso, posturas contrárias ao padrão, como o modo inadequado de se vestir, tentam explicar a
ocorrência de estupros. Além disso, esse tipo de violência traz à tona a segurança nas ruas, de modo
que o policiamento não atende à “fragilidade” da mulher.

Torna-se evidente, portanto, que a sociedade atual, fincada em raízes patriarcais e machistas,
abriga a violência contra a mulher. No entanto, é necessário atenuar essa situação. Assim, cabe ao
Estado, através da sua função reguladora, aumentar o policiamento em áreas urbanas e fortalecer
leis de punição aos agressores. Cabe à mídia, aliando-se às instituições sociais, incentivar a criação
de ONGS, de modo a desenvolver nos indivíduos uma consciência ética, que, segundo o filósofo
Blaise Pascal, “é o melhor livro de moral e o que menos se consulta”.

Tema: Educação

Redação 3

Atualmente, a educação é o fator principal no desenvolvimento de um País. Ocupando a


sétima posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema
público de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e o resultado desse contraste
é claramente refletido na velocidade com a qual crescemos.
Para exemplificar, basta lembrar que hoje o Japão é um dos países mais poderosos do
mundo, mas até meados do século XX esse quadro era bem diferente. Com os atentados nucleares
que quase destruíram o país, os japoneses adotaram um meta: Investir o maior montante dos
recursos na educação. Este plano mudou o curso da história em um nível mundial e colocou o país
no topo do desenvolvimento tecnológico em pouquíssimo tempo.
O quadro brasileiro é, entretanto, o outro lado da moeda. Nosso país investe menos de 10%
do PIB na educação e o que se observa é a falta de escolas, materiais pedagógicos escassos e um
salário medíocre para os profissionais da educação. Não é de se espantar que apenas uma rara
parcela dos cidadãos almeja o ramo educacional, sendo que tal profissão representa a base
fundamental da maioria dos processos de desenvolvimento.
Além disso, a falta de incentivos, principalmente no ensino médio, não cria expectativas aos
jovens estudantes, haja vista que concluir o ensino não significa que estes terão chance em um
mercado de trabalho promissor ou em uma faculdade. Assim, é comum encontrar indivíduos que
buscam melhores condições de vida no exterior.
Portanto, podemos concluir que o desenvolvimento de um país está diretamente ligado à
educação. Nesse prisma, é primordial aumentar os investimentos na qualificação dos educadores,
otimizar estruturas escolares para que estas atendam integralmente os alunos e também financiar
pesquisas, que atualmente acabam que por repelir grandes representantes nacionais. E a
proporcionalidade direta é matematicamente comprovada: quanto mais se investir na educação,
mais os resultados serão positivos.

Tema: Controle de dados

Redação 4

Redação de CAROLINA MENDES PEREIRA

Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de
informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. No entanto, com o
avanço de algoritmos e mecanismos de controle de dados desenvolvidos por empresas de
aplicativos e redes sociais, essa abundância vem sendo restringida e as notícias, e produtos culturais
vêm sendo cada vez mais direcionados – uma conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a
informatividade dos usuários. Desse modo, tal manipulação do comportamento de usuários pela
seleção prévia de dados é inconcebível e merece um olhar mais crítico de enfrentamento.

Em primeiro lugar, é válido reconhecer como esse panorama supracitado é capaz de limitar
a própria cidadania do indivíduo. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo Jürgen
Habermas, no qual ele conceitua a ação comunicativa: esta consiste na capacidade de uma pessoa
em defender seus interesses e demonstrar o que acha melhor para a comunidade, demandando
ampla informatividade prévia. Assim, sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-estar
social, caso os sujeitos não possuam um pleno conhecimento da realidade na qual estão inseridos e
de como seu próximo pode desfrutar do bem comum – já que suas fontes de informação estão
direcionadas –, eles serão incapazes de assumir plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do
comportamento não pode ser aceita em nome do combate, também, ao individualismo e do zelo
pelo bem grupal.

Em segundo lugar, vale salientar como o controle de dados pela internet vai de encontro à
concepção do indivíduo pós-moderno. Isso porque, de acordo com o filósofo pós-estruturalista
Stuart-Hall, o sujeito inserido na pós-modernidade é dotado de múltiplas identidades. Sendo assim,
as preferências e ideias das pessoas estão em constante interação, o que pode ser limitado pela
prévia seleção de informações, comerciais, produtos, entre outros. Por fim, seria negligente não
notar como a tentativa de tais algoritmos de criar universos culturais adequados a um gosto de seu
usuário criam uma falsa sensação de livrearbítrio e tolhe os múltiplos interesses e identidades que
um sujeito poderia assumir.

Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as
instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o
intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e
informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino
fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas
tecnologias – , de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos
professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com
profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de
informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma
sociedade emancipada

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