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1- A lei em vigor: Nove anos no Ensino Fundamental

A lei n°9.394 argumenta que para o processo formativo humano a educação infantil
de oito anos seja oferecida por instituições escolares mediante todos os exercícios
regidos pela lei. Na lei n°11274 abrange algumas mudanças como a duração mínima
para 9 anos no ensino fundamental, para tal, deve-se contemplar o Poder Público como
o dever de oferecer e garantir a permanência na escola de alunos dessa faixa etária. Os
reflexos dessa alteração tem a incumbência constitucional de atender ao ensino funda-
mental disponibilizando novos espaços físicos e recursos humanos.
Dessa forma, em uma primeira interpretação, pode-se dizer que a intenção do
legislador, ao redigir tal dispositivo, foi a de assegurar ao Poder Público um prazo para
implementação da obrigatoriedade da matrícula aos seis anos, bem como para
ampliação do período de duração do ensino fundamental. A garantia de um prazo para
essas exigências é uma questão mais do que razoável, uma vez que a implementação da
matrícula aos seis anos e a ampliação do tempo de duração do ensino fundamental
exigem do Poder Público atividades específicas e a realização de despesas que não
podem acontecer repentinamente, e sem o devido respaldo legal e uma programação
orçamentária e financeira.
Pela Lei nº 11.274/06, os art. 29, 30,32 e 87 da Lei n°9394 receberam nova redação,
que determinou a obrigatoriedade do ensino fundamental com duração de9(nove) anos,
devendo seu início dar-se aos 6(seis) anos de idade. Ao determinar que a duração do
ensino passe para nove anos iniciando-se, obrigatoriamente, aos seis anos de idade, o
dispositivo passou a vincular esses dois aspectos. Assim, os sistemas de ensino devem
ampliar a duração do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos, administrando a
convivência dos planos curriculares de Ensino Fundamental de 8 (oito) anos.
Em assim sendo, e tendo em vista que a educação infantil abrange as creches e pré-
escolas, não há como aceitar as alterações sugeridas aos arts. 29 e 30 da Lei nº 9.394, de
1996, constantes do art. 1º e 2º do projeto de lei, que destoam do dispositivo constitu-
cional acima mencionado.
A segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº 9394/96,
já permitia a entrada de crianças de seis anos nesse nível de ensino, de acordo com o
Art. 87, § 3º, inciso I: Em 6 de fevereiro de 2006, a Lei Federal nº 11.274, estabeleceu
o Ensino Fundamental de nove anos de duração com a inclusão das crianças de seis
anos de idade, alterando os artigos 32 e 87 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
2° atividade

2.1 Um recurso da gestão: A informação

A informação tornou-se uma necessidade crescente no mundo atual em qualquer


setor da atividade humana; hoje ela é indispensável mesmo que a sua procura não seja
ordenada ou sistemática, mas resultante apenas de decisões casuísticas e/ou intuitivas.
Informação é um processo que visa o conhecimento, ou, mais simplesmente, informa-
ção é tudo o que reduz a incerteza... 
Segundo Greewood, referido por Cautela e Polioni (1982), "A informação é
considerada como o ingrediente básico do qual dependem os processos de decisão", mas
se, por um lado, uma empresa não funciona sem informação, por outro, é importante
saber usar a informação e aprender novos modos de ver o recurso informação para que a
empresa funcione melhor, isto é, para que se torne mais eficiente.  A informação e o
conhecimento são a chave da produtividade e da competitividade. A gestão moderna
exige que a tomada de decisão seja feita com o máximo de informação. O conceito de
informação deriva do latim e significa um processo de comunicação ou algo relacionado
com comunicação (Zhang, 1988), mas na realidade existem muitas e variadas definições
de informação, cada uma mais complexa que outra.
A gestão da informação tem como objetivo apoiar a política global da empresa, na
medida em que torna mais eficiente o conhecimento e a articulação entre os vários
subsistemas que a constituem; apoia os gestores na tomada de decisões; A gestão da
informação, sendo uma disciplina relativamente nova que tenta fazer a ponte entre a
gestão estratégica e a aplicação das Tecnologias de Informação nas empresas, procura,
em primeiro lugar, tentar perceber qual a informação que interessa à empresa, para de
seguida, definir processos, identificar fontes, modelar sistemas.
E hoje, mais do que nunca, os gestores têm que estar sensibilizados para o fato de o
planejamento estratégico do sistema de informação e sua aplicação no negócio,baseadas
numa análise da organização e do seu meio envolvente, bem como na análise da
estratégia global da organização.

1.2 Analfabetismo digital

O analfabetismo digital é visto como possivelmente o pior de todos os analfa-


betismos. A inclusão digital precisa incluir a habilidade de o excluído controlar sua
inclusão. A ideia de transformar a cidadania digital em política pública consolida alguns
pontos de vista. Inicialmente, é o reconhecimento de que a exclusão digital amplia a
miséria e dificulta o desenvolvimento humano local e nacional. Também deve-se
considerar que o mercado, de forma imediata, não irá incluir na era da informação
grupos sociais menos privilegiados. O mesmo se passou na alfabetização da população,
ela não seria massiva se não fosse pela transformação da educação em política pública.
Por conseguinte, é condição essencial a participação do Estado neste processo. Por fim,
temos de constatar que o direito de se comunicar só é garantido plenamente para quem
tem acesso à comunicação em rede.
Os excluídos digitais estão à margem da sociedade em rede – muitos têm chamado
tal fenômeno de analfabetismo digital. Sem inclusão digital, como uma decisiva política
pública, os programas de governo eletrônico acabariam privilegiando o atendimento das
elites econômicas, das elites regionais, e apenas ampliando as desigualdades.
Estar incluído na sociedade é condição vital para o desenvolvimento de qualquer
cidadão. Cabe às várias esferas de governo, também ao poder local, dar a oportunidade
de incluir a população nos benefícios do mundo em rede, promover a cidadania digital e
conso- lidar os direitos à cidadania. A “digital divide”, como se diz nos Estados Unidos
(Withrow, 2004), é problema agudo de países atrasados, mas acomete também vastas
camadas em países avançados, porque muitos adultos / idosos não se propõem mais
inserir-se na sociedade digital com autonomia. Usam produtos digitais como consu-
midores (da nova mídia, por exemplo), mas não se dispõem mais a desenvolver habili-
dades digitais de manejo próprio. Os alunos mais pobres ficarão fora, naturalmente, até
porque ainda é impensável ter computador em casa e, muitas vezes, na escola.Aparece,
então, o desafio do que seria inclusão digital para eles. Como regra, a tendência é consi-
derar inclusão o que não passa de efeito de poder, à medida que se reservam para eles os
restos, tais como: equipamentos sucatados, cursos precários, ambientes improvisados,
treinamentos encurtados, programas baratos.
O analfabetismo digital vai se tornando, possivelmente, o pior de todos. Enquanto
outras alfabetizações são já mero pressuposto, a alfabetização digital significa habili-
dade imprescindível para ler a realidade e dela dar minimamente conta, para ganhar a
vida e, acima de tudo, ser alguma coisa na vida. Em especial, é fundamental que o
incluído controle sua inclusão.

Mapa da exclusão digital

Os gráficos acima mostram a proporção da população que tem acesso a computador em função da
região de origem e da cor. (fonte: Mapa da exclusão digital / FGV) (fonte: Fundação Getúlio Vargas)
3-Gestão democrática na escola

A gestão democrática da educação formal está associada ao


estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de
ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas
educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso
de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações
coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional.
Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a
permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino
para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa
educação universalizada, são questões que estão relacionadas a esse debate.
Esses processos devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores
envolvidos, que participam no nível dos sistemas de ensino e no nível da
escola (Medeiros, 2003)
Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ter
muitos significados, além de poder ser exercida em diferentes níveis.
Podemos pensar a participação em todos os momentos do planejamento da
escola, de execução e de avaliação, ou pensar que participação pudesse ser
apenas convidar a comunidade para eventos ou para contribuir na
manutenção e conservação do espaço físico. Portanto, as conhecidas
perguntas sobre "quem participa?", "como participa?", "no que participa?",
"qual a importância das decisões tomadas?" devem estar presentes nas
agendas de discussão da gestão na escola e nos espaços de definição da
política educacional de um município, do estado ou do país.

Projeto Político - Pedagógico – A importância de planejar

O projeto político - pedagógico (PPP) é o documento que exara a política


da escola, que define as intenções da escola para realizar um trabalho de
qualidade e, para que isso aconteça, é necessária ma interação de todos na
sua construção. Ele é o instrumento que propicia a organização e a
participação da comunidade escolar, por meio de sua construção se busca,
de forma coletiva e democrática a discussão dos problemas da escola e suas
possíveis soluções. É, portanto um projeto elaborado de forma participativa
e colaborativa originado no seio da coletividade docente, discente e
administrativa que dá uma identidade a escola, a configuração da
singularidade e da particularidade da instituição educativa.
Uma vez que se implante o PPP na escola estão garantidas as condições
para as mudanças necessárias a fim de se rever a prática já estabelecida, para
construir uma escola democrática e que tenha por princípio o respeito à
criança, também é a proposta de uma metodologia de trabalho capaz de re-
significar a ação de todos os agentes da escola, fazendo com que os sujeitos
não se deixem levar pelo urgente e concentrem-se diante do importante. O
art. 104 já fazia menção à permissão para a organização de cursos ou
escolas, destacando a questão dos currículos, métodos e períodos escolares
próprios de cada instituição, dependendo do seu funcionamento.
Cabe ao Projeto Político – Pedagógico expressar a relação ao trabalho
realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de
atender as diretrizes do sistema nacional de educação, bem como as
necessidades locais e específicas da escola, quer dizer, deve-se basear na
construção coletiva e na participação.
Um PPP construído coletivamente e de forma participativa permite aos
sujeitos envolvidos a autonomia nas ações e clareza na definição dos
problemas, porque ele mesmo que vivenciam os problemas e partem para as
ações. Quando a construção coletiva está presente no Projeto Político-
Pedagógico há uma probabilidade significativa de fazer com que as coisas
realmente aconteçam, mesmo que em um primeiro momento pareçam
distantes.

Quanto à participação, este é um dos princípios da gestão democrática na


escola pública, envolvendo a participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das
comunidades escolar e local, em conselhos escolares ou equivalentes. Uma
vez construído o PPP, cada membro assume a sua parte no trabalho,
admitindo o exercício da direção para coordenar, acompanhar e avaliar o
trabalho de cada um. A construção é coletiva, mas implica em
responsabilidades particulares, dinâmica, individual e coletiva, que opera
concomitantemente. A gestão do PPP necessita de pessoas motivadas.
O que se quer com o Projeto Político-Pedagógico é uma escola
significativamente diferente da atual, com mudanças de concepção, valores
e práticas. Mudanças imediatas, sem prazo para serem concluídas. Depois de
construído, o PPP não pode ficar esquecido em nenhuma gaveta da sala do
diretor ou da orientação; ele é um instrumento que precisa ser vivenciado
por todas as pessoas envolvidas na escola. Ele é construído e vivenciado em
todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo na
escola.
4- Enredo: Arquivos velhos, castigo não

Marcos era aluno da escola Adolfo Rodrigues que ficava bem no interior,
esforçado e muito inteligente, sempre tirava boas notas, mas como toda
criança também aprontava de vez em quando, a preguiça o pegava, estudava
a fim de agradar seus pais que faziam todo o possível para mantê-lo na
escola pública onde cursava a 4° série. Seu pai sempre o despertava para o
desjejum, este quase sempre praguejava.
_ Ah pai, deixa eu faltar hoje, só hoje, depois eu dou um jeito.
_ Nem pense nisso, anda logo moleque senão vou pegar a correia.
_ Tá bom pai, ele dizia ,...mais um dia chato, professores chatos, mesmos
colegas, cadeiras, tarefas escolares, ...pensava ele. Queria me livrar disso!
_ Faça seus trabalhos filho! Ou vou pedir sua professora que dobre suas
lições. Já escovou seus dentes?
_ Já!...respondia com receio.
_ Vamos rezar então para você sair.
E lá ia o Marcos com a mesma rotina indo pegar o ônibus para a escola
todos os dias. Chegando à escola percebeu algo diferente, naquele dia os
outros alunos estavam andando de um lado para outro com muita pressa.
Será que é outro projeto? Retrucou. Era o ensaio para o grande desfile.
Procurou seus amigos com quem sempre conversava, encontrou o Paulo.
_ Você vai mesmo ensaiar? Não pensei que gostasse de desfiles.
_ Vou sim, vale pontos no trimestre, a professora disse que quem não se
apresentar vai fazer um trabalho de vinte páginas.
_ Quer saber, vou fazer outra coisa...
_ O que? Ficou maluco? Eles precisam fazer o desfile conosco, afinal o
prefeito vai estar lá.
_ Tive uma ideia, respondeu Marcos empolgado.
_ Então diga logo! A diretora vai perceber, vê ela logo ali?
_ Espera, vou chamar a Bárbara porque ela tem coragem.
_ Coragem? Não me diga que vai aprontar e ser castigado como daquela vez
que jogou água na professora e ...
Mal Paulo acabava de falar, Marcos corria pelos corredores da escola
para encontrar a amiguinha, perguntava a todos por ela, mas ninguém sabia,
foi olhar na rua onde acontecia o desfile. E lá estava ela. Foi correndo
chamá-la e quase soltando o pulmão pela boca ele diz que precisa de uma
coisa que só ela poderia ajudar. Marcos era conhecido por suas travessuras e
por suas ideias malucas que deixavam qualquer um abismado. Barbara por
gostar de desafios. Trouxe a colega para perto de Paulo para contar seu
esquema. Após cochicharem entre si, Paulo curioso fala:
_ Será que agora posso saber o que tramam, que coisa é essa que você quer
fazer Marcos?
_ Vou contar e vocês vão comigo.
_ Ah não! Por que eu? Não é que eu tenha medo, sabe...
_ Vamos logo! Ninguém pode saber. Tem uma coisa bem estranha na sala
da diretora; uma porta grande no chão, vamos lá ver o que tem lá dentro?
_ Está bem, disse Bárbara.
O três pirralhos iam bem silenciosamente para não levantar suspeitas e
logo pegaram a chave da diretora, abriram aquela porta enorme na qual
ninguém podia mexer. Havia ali muitos objetos velhos que não foram
aproveitados em sala de aula como: cartolinas velhas e rasgadas pelo tempo,
caixas de papelão, materiais de pintura velhos e empoeirados, etc.. enquanto
olhavam com atenção para aquelas coisas algo chamou a atenção dentro de
uma das caixas. Marcos apanhou rápido e disse:
_ Vejam só o que eu achei...acho que não se dão
conta ainda.
_ O que é? Perguntou Paulo... Bárbara olhava de longe.
Encontraram uma pasta velha com data de 1990 cheia de currículos já com
páginas amareladas e muita poeira.
_ Vejam só! se estes currículos não servem mais porque estão aqui?
_ Não sei, talvez aproveitem.
_ Não seja estúpido Paulo, todo ano a SEDU manda fazer currículos novos
para todas as escolas. Vejam o currículo de hoje, ficamos estudando essa
matemática em tantas aulas, isso não entra na minha cabeça, coisas que nem
vou precisar, bem acho que o ensino deveria ser todo diferente, com
assuntos mais úteis para o nosso dia a dia.
_ Concordo, acho que a sensação que tenho é de que a escola está cada dia
mais desconectada com o mundo real por causa da internet. Os currículos
deveriam ser diferentes para quem mora no interior.
Bárbara se aproximou enquanto olhava todo aquele material de pintura
velho e comentou:
_ A aula de artes deveria ser pegar um quadro, papel e toda essa tinta e
desenhar, e não ficar decorando nomes de pintores. Que tédio!
_ É sim, e o que dizer de ciências? O livro é tão difícil que me deixa
desanimado de tanto ler. Será que eles não pensam que nós moramos no
interior?
_ Vamos levar e perguntar a diretora, é o mais lógico a fazer.
Marcos hesitou um pouco mas concordou, a rebeldia pura e simples deu
lugar à preocupação de aprender algo que seja relevante em um mundo cada
vez mais competitivo. Mais tarde perguntaram a diretora e ela então lhes
explicou era apenas falta de organização e que os currículos velhos estavam
arquivados por ordem da SEDU e os currículos permanecerão como estão.
_ Escutem, por que não foram para o ensaio do desfile? Indagou a Sra
diretora.
_ Bem nós... é... sentimos muito.
_ Vão ficar de castigo por isso, sem recreio a semana toda, é mesmo vocês três.
Bárbara e Paulo ficaram com muita raiva de Marcos que mais uma vez os
metera em encrenca.

5- Pré- Projeto de monografia

Autoestima e aprendizagem na educação de jovens

Introdução

“Uma das condições para se conseguir o bem-estar satisfatório consigo


mesmo e com os outros é a autoestima.”

O presente estudo mostra a autoestima oriunda da família e da escola.


Ancorada nos
pressupostos de Vigotski, a presente análise nega toda e qualquer
possibilidade da valoração que o sujeito faz de si estar atrelada a atributos
naturalmente humanos e presentes desde o nascimento. A Psicologia
fundamenta a questão do fenômeno psicológico à luz de diferentes modelos
teóricos. Segundo Smolka (2004), são comuns, nessa área do conhecimento,
explicações com base em uma concepção de homem que o vê como ser
abstrato, absoluto e universal. Estas são abordagens de cunho idealista e
mecanicista, enfoques que trabalham com a noção da existência de uma
natureza huma- na comum a todos os homens. Desta forma, a autoestima é
algo tênue, que surge das diferentes formas pelas quais significamos as
situações vividas ao longo da vida, ou seja, se prevalentemente de modo
positivo ou negativo, ainda que as significações, em muitos casos, sejam
contraditórias e nem sempre claras, de igual forma, a memória cognitiva.
Foram abordadas questões relativas ao autoconceito negativo formado pelos
alunos, fruto de múltiplas repetências que os levam a interiorizar o
sentimento de fracasso e de baixa auto-estima.

Justificativa

A iniciativa da proposta deste projeto deve-se à experiência das professoras


universitárias na Educação Básica onde se observa que há um número
significativo de crianças nas Séries Iniciais da sua escolarização que
apresentam muita baixa estima. Ao se propor o presente projeto,
acreditamos que se pode contribuir de forma bastante significativa para a
superação das dificuldades de aprendizagem apresentadas por crianças, que
não conseguem apreender as habilidades necessárias para o domínio da
leitura, escrita e cálculos. No projeto se propõe operacionalizar uma prática
pedagógica que reflita coletivamente sobre a proposta pedagógica das
escolas, sobre o planejamento das atividades educativas, sobre as estratégias
e recursos de ensino-aprendizagem e de avaliação com um enfoque ao
ensino e aprendizagem e avaliação visando garantir que todos os alunos
aprendam.

Revisão de literatura

Muitos estudos e artigos escritos tem o propósito de incentivo a autoestima


na fase escolar, a pedagoga Maria Irene Maluf em seu artigo “autoestima e a
aprendizagem”comenta sua preocupação com a questão da baixa autoestima
de nossas crianças e jovens. “Percebo que essa pode ser uma importante
agravante dos problemas de desenvolvimento pessoal, escolar, profissional e
da atuação social de muitas crianças, jovens e adultos e que atinge mais
rudemente aqueles cujo comportamento, performance acadêmica ou
características singulares, demandem atendimentos especiais”. A professora
Clarice Salete Traversine fala que estudos sobre a autoestima aumentaram
nas últimas décadas e fazem parte do interesse de pesquisadores de
diferentes áreas. Apenas como exemplo, consultando o banco de teses
disponibilizado pelo site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de
Nível Superior – Capes1 –, partindo-se da palavra-chave “autoestima”,
encontram-se registros de 541 teses e dissertações tematizando de alguma
forma o assunto. Se ampliarmos a busca, considerando os estudos sobre
autoajuda ou literatura de autoajuda como tema relacionado, incluem-se 63
pesquisas. Somadas, ultrapassam 600 investigações, o que evidencia o
interesse por parte da comunidade acadêmica no estudo dessas temáticas.
Objetivos Gerais

Espera-se oferecer às crianças, alvo do projeto, atividades diversificadas


que minimizem o fracasso escolar melhorando sua autoestima por
meio da oportunidade de ofertar aos graduandos das diferentes formações
ofertar ao docente ainda em formação, para que possam construir sua práxis
educativa no contexto desafiador do aluno com baixa estima para
aprender. Proporcionar situações de agir-refletir-agir compatíveis com os
objetivos educacionais, metodologias e conteúdos programáticos das Séries
Iniciais até o Ensino Médio o domínio por parte dos graduandos do
conhecimento pedagógico e científico da aprendizagem da criança com
dificuldades de concentração nas disciplinas.

Objetivos específicos

Reconstruir a autoestima do aluno para que o mesmo tenha interesse em


aprender. Também sugerir alternativas de metodologias para que auxiliem na
aprendizagem dos alunos desmotivados e discutir seus efeitos positivos e
negativos; apresentar a relação entre autoestima, baixa autoestima na
aprendizagem e enfatizar a importância da família e da escola no resgate da
autoestima com o propósito de alcançar aprendizagem de crianças e
jovens.

Metodologia

Este trabalho trata, à princípio, de uma pesquisa bibliográfica.

1- Cronograma

Introdução
Justificativa
Revisão de literatura
Objetivos gerais
Objetivos específicos
Metodologia
Educação de Crianças e jovens
O que é aprender?
A química da auto-estima
Problemas de atenção, memória e cognição.
Referências

A educação de Crianças e jovens

A interrupção escolar ocorre por diversos fatores: a necessidade de


trabalhar ainda na infância para ajudar no sustento de suas famílias,
casamentos precoces, fracasso escolar, entre outros. O ensino de crianças
acontece em instituições de ensino básico, séries iniciais, já a de jovens e
adultos acontece nas escolas das redes pública e privada. Cada fase (como
costuma-se denominar cada série) tem duração semestral ou anual, com cursos
presenciais e semi-presenciais.
Há uma necessidade de formação acadêmica que privilegie o trabalho do
professor com o ensino de jovens e adultos. A formação docente é dirigida
para o ensino de crianças e adolescentes e propõe uma metodologia que se
torna ineficaz no universo do aluno adulto, pois o mesmo aprende de formas
diferentes.

O que é aprender?

A aprendizagem é um conceito que engloba estruturas cognitivas,


neurológicas e psicológicas em parceria com as características sócio-culturais
do ambiente, estas estruturas vão interferir diretamente em facilitar ou
dificultar as construções do aprender. Entendendo a aprendizagem não
somente como uma aquisição instrumental e sim como um processo ligado a
uma significação pessoal e social, se torna interessante citar a importância
da relação entre a aprendizagem e o desenvolvi- mento humano.

A química da autoestima

Estudos recentes realizado pela Universidade Mcgill, em Montreal no Ca


nadá, liderado por Sonia Lupien afirmou que a baixa auto-estima pode
encolher o cérebro. A equipe pesquisou 92 pessoas durante 15 anos e
averiguaram que aqueles que apresentavam baixa auto-estima apresentavam a
massa cerebral até um quinto menor do que aqueles que tinham uma postura
melhor diante da vida e uma boa autoimagem.
A pesquisa também revelará que a modificação dos estímulos sociais
reverte o encolhimento e o cérebro volta ao tamanho normal. A informação
que o meio interfere diretamente na produção de substâncias químicas
imprescindíveis à aprendizagem é muito importante no campo educacional e
reforça cada vez mais a necessidade dos educadores se conscientizarem da
importância de uma postura otimista, ambiente agradável e um rigor maior.

Problemas de atenção, memória e cognição

Os problemas cognitivos estão implicados nos processos posteriores aos da


percepção, armazenamento e configurações simbólicas. São os processos
cognitivos que vão relacionar letras, palavras, frases e idéias aos
respectivos equivalentes auditivos durante uma leitura simples. No caso
específico da leitura o processo cognitivo compreende dupla atividade
simbólica: os símbolos escritos (grafemas) se transformam em equivalentes
falados (fonemas).
Os problemas de atenção e memória se evidenciam na dificuldade em fixar
a atenção e selecionar os estímulos relevantes dos irrelevantes. A atenção é de
extrema importância, pois sem a fixação normal (tempo adequado), o cérebro
não tem como selecionar aspectos significativos e o processo de
informação necessária à aprendizagem não acontece. No sistema nervoso
central a atenção é controlada pelo tronco cerebral, na substância reticulada,
que tem como função regular e selecionar a entrada dos estímulos externos.
Para os psicólogos interacionistas, as características de um indivíduo são
construídas desde o nascimento, através da interação com o meio que o cerca.
Por isso, o meio é o responsável pela formação moral e cultural do indivíduo.
Segundo Vygotsky, um interacionista, as experiências anteriores dos adultos
interferem no modo de agir da criança no seu ambiente, o que ocasiona uma
internalização das orientações transmitidas. A internalização das informações
obtidas faz com que a criança tenha suas funções psicológicas (percepção,
atenção, memória e capacidade para solucionar os problemas) modificadas e
influencia seus conceitos sobre si mesmo e sobre o mundo, levando-a se
aplaudir diante do sucesso e a ser severa consigo mesma diante de
seus fracassos.
A autoestima é um dos fatores de ordem interna que motivam o adulto para
a aprendizagem, juntamente com satisfação, qualidade de vida, etc., pois é
fruto de interação social que propicia o acesso à cultura através da troca de
experiências, de informações, ou seja, o fortalecimento do vínculo resulta em
aprendizagem. A autoestima é como o indivíduo se sente diante da avaliação
que faz de si mesmo. Portanto, um constituinte afetivo do auto-conceito.
Refere-se ao modo do indivíduo interagir com o ambiente e consigo mesmo. É
a responsável pela sua felicidade e pelos seus dramas. Quem tem boa
autoestima gosta e confia em si mesmo. É se sentir capaz de enfrentar a vida
com mais confiança e otimismo. É ser mais criativo em tudo o que faz e sentir
prazer diante de suas realizações. 

Referências

SHAPIRO, David,1965, Neurotic Styles. Teórico sobre o transtorno obsessivo


compulsivo.
AUTOESTIMA. Disponível em: www.wikipédia.org. Acesso em: 08 jan. 2010.
Módulo II

1- O projeto Político-Pedagógico em uma perspectiva crítico-


reflexiva

“Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto


sujeito, que o homem pode realmente conhecer”.
Paulo Freire

Introdução

O presente está centrado na formação de sujeitos por meio de um currículo integrado e


da Metodologia da Problematização, tendo como objetivo a formação das competências
de um docente crítico-reflexivo com qualidade formal e política. Diante deste cenário
um dos desafios que a educação vem se propondo a enfrentar diz respeito à elaboração
de projetos que tenham potência para formar profissionais compromissados com a
sociedade. Há grande necessidade de investirmos nas novas formas de pensar e agir,
sendo necessário para o exercício de uma profissão adotar novos processos de formação
que possibilitem aos egressos a capacidade de investigação e a de aprender a aprender,
estimulando assim a capacidade para entender como se produz o saber nas diversas
áreas, criando condições para uma educação permanente.

Metodologia

A busca da compreensão do objeto em foco dá-se através da pesquisa qualitativa por


esta ser capaz de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como
inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto
no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas.
A construção de uma gestão democrática e participativa é um processo, e não algo que
se implanta a partir de decisões de alguns poucos. A efetivação das mudanças na gestão
não se dá automaticamente e, algumas vezes, faz-se necessário retrocessos para que se
aproxime do ideal desejado.
. A gestão democrática contribui para que em cada escola, alunos, professores,
funcionários, pais, enfim, todos os membros da comunidade escolar possam se
desenvolver como sujeitos e participar ativamente da tomada de decisões, sendo assim,
co-responsáveis pelas ações administrativas. Numa perspectiva crítico-reflexiva, a
escola se estrutura com seu projeto político-pedagógico, seu plano de desenvolvimento,
suas normas e zela pela implementação, modificando-se e atualizando-se cotidiana-
mente. Quando isso efetivamente ocorre via construção coletiva, através dos organismos
colegiados: Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Associação de Pais e Mestres, o
ambiente de entusiasmo, confiança e colaboração, em geral, compõe o sentimento
geral da escola.

Plano de trabalho

Ao nos referirmos ao princípio democrático entende-se que é fundamental,


também, que os profissionais da educação tenham por base a questão do direito à
educação, no qual a gestão democrática como princípio da educação nacional,
presença obrigatória em instituições escolares públicas, é a forma dialogal, participativa
com que a comunidade educacional se capacita para levar a termo, um projeto
pedagógico de qualidade e da qual nasçam "cidadãos ativos" participantes da
sociedade como profissionais compromissados. (CURY, 2007)
O PTD é a forma mais adequada de preparar os conteúdos selecionados para o
ensino aprendizagem, na sua dimensão final dentro de espaço e tempo específicos,
facilitando ao professor uma reflexão sistemática do seu fazer e dando condições ao
aluno de estabelecer suas relações com esse conteúdo.
Assim sendo, o Plano de Trabalho Docente – PTD – toma alguns elementos para
sua organização, quais sejam:
a) Conteúdos: definidos por conteúdos estruturantes entendidos, conforme as
“Orientações Curriculares da Educação Básica”, como “os conhecimentos de grande
amplitude, conceitos ou práticas. O professor deve tomar o conhecimento em sua
totalidade e em seu contexto, o que exige uma relação com as demais áreas de
conhecimento. Esse processo de contextualização visa a atualização e aprofundamento
dos conteúdos pelo professor, possibilitando ao aluno estabelecer relações e análises
críticas sobre o conteúdos.
b) Justificativa: explicita à escola os conteúdos estruturantes, básicos e específicos
como opção política, educativa e formativa. Aprofunda-se nas intenções de mudanças.
Está voltada somente aos conteúdos. O conjunto de determinados princípios e meios
deverão atingir os objetivos no processo de investigação teórica e de ação prática.
d) Critérios de avaliação: definem os propósitos e a dimensão do que se avalia. Para
cada conteúdo precisa-se ter claro o que dentro dele se deseja ensinar, desenvolver e,
portanto, avaliar.
e) Referências: as referências permitem perceber em que material e em qual concepção
o professor fundamenta seu trabalho e conteúdo.

2- A Influência de filósofos recentes Para a educação

Michel Foucault

A obra de Foucault tornou-se referência em uma grande abrangência de campos do


conhecimento em vez de tentar responder ou discutir as questões filosóficas
tradicionais.  Foucault desenvolveu critérios de questionamento e crítica ao modo como
elas são encaradas. A primeira conseqüência desse procedimento é mostrar que
categorias como razão, método científico e até mesmo a noção de homem não são
eternas, mas vinculadas a sistemas circunscritos historicamente. O interesse de Foucault
é o poder onde ele se manifesta, ou seja, é o micropoder que se exerce (não que se
detém) e que se distribui capilarmente. Importa realçar a positividade do poder,
entendida como propriedade de produzir alguma coisa. Buscando elucidar como se deve
entender a resistência na perspectiva foucaultiana, Veiga-Neto sustenta que o poder se
dispõe em uma rede, na qual há pontos de resistência, minúsculos, transitórios e móveis.
Suas pesquisas abordaram três modos de subjetivação que transformam os seres
humanos em sujeitos: a objetivação do sujeito no campo dos saberes (arqueologia); esta
tem um caráter histórico e político, procurando descobrir como os saberes aparecem e se
transformam; a objetivação do sujeito nas práticas do poder que divide e classifica
(genealogia):

A genealogia seria (...) um empreendimento para libertar da sujeição


os saberes históricos, isto é, torná-los capazes de oposição e de luta
contra a coerção de um discurso teórico unitário, formal e científico.
A reativação dos saberes locais (...) contra a hierarquização científica
do conhecimento e seus efeitos intrínsecos de poder, eis o projeto
destas genealogias desordenadas e fragmentárias.(Foucault, 2004,
p17).

E ainda, a subjetivação de um sujeito que trabalha e pensa sobre si mesmo (ética), ou


o “ser consigo”. Nesse domínio Foucault trata das tecnologias do eu e conclui que as
identidades e as subjetivações são geradas pela sociedade através de procedimentos ou
técnicas (que ele denomina tecnologias), que permitem que os indivíduos efetuem, por
conta própria ou com a ajuda de outros, operações sobre seu corpo, sua alma, seus
pensamentos, conduta ou qualquer outra forma de ser, obtendo, assim, uma
transformação de si mesmo, com o fim de alcançar felicidade,pureza,
sabedoria ou imortalidade. (Foucault apud Veiga-Neto, 2005, p.124)
Analisando essas formas de subjetivação Foucault identifica três tipos de lutas
sociais sempre ativas, porém variantes em distribuição, combinação e intensidade no
decorrer da História: as lutas contra a dominação – religiosa, de gênero, racial etc; as
lutas contra a exploração do trabalho e as lutas contra as amarras do sujeito em relação a
si próprio e aos outros. Todas essas dimensões e lutas que construíram o homem
moderno teriam sua razão de ser na própria configuração disciplinadora da sociedade
moderna, pois, por intermédio da disciplinação dos corpos e mentes assegurar-se-ia o
pensamento unitário e o êxito do projeto social da Modernidade.
Na educação, e de modo especial no currículo, os professores, a princípio, têm
domínio dos discursos que formam o currículo. Segundo Foucault, os professores
tornam-se locutores anônimos e com autoridade, mas desconhecem as origens do
discurso que praticam.

Jürgen Habermas

“A modernidade não chegou ao fim” como pensa Habermas _ como pretende


demonstrar Lyotard_ nem é um projeto inviável _ como pensavam os frankfurtianos. A
modernidade é um projeto inconcluso, e o grande desafio hoje é, pois, abrir um espaço
para a efetivação da verdadeira modernidade como ela foi concebida no ideário do
iluminismo do século XVIII. Habermas afirma que a sociedade contemporânea se
caracteriza, então, pelo predomínio da razão dos meios, ou seja, está organizada
segundo a lógica da razão instrumental. Esta se desenvolveu em plenitude, dominando o
mundo dos objetos e considerando todos os problemas humanos como problemas
técnicos. A pretensão de Habermas é recuperar a dimensão da modernidade que restou
extremamente atrofiada, isto é, recuperar a dimensão da razão, subsumida na razão
instrumental. Habermas é também um crítico da modernidade. Como os pós-
modernistas, recusa a filosofia da consciência que informou o projeto moderno, mas, ao
contrário de Lyotard, não vê ruptura, ao contrário de Rorty, pretende recuperar a razão,
inclusive das análises pessimistas dos próprios iluministas.  
No paradigma da comunicação proposto por Habermas, o sujeito “não é mais
definido exclusivamente como sendo aquele que se relaciona com objetos para conhecê-
los ou para agir através deles e dominá-los” (SIEBENEICHLER, 1989, p.42). Logo, o
que precisamos compreender:

“não é o conhecimento ou submissão de uma natureza objetivada tomados em si


mesmos, senão a intersubjetividade do entendimento possível, tanto no plano
interpessoal, como no plano intrapsíquico. O foco se desloca então de uma
racionalidade cognitivo-instrumental a uma racionalidade comunicativa”
(HABERMAS, apud PRESTES, 1997, p.81).

Habermas, como vemos, tem uma concepção dialógica, social da racionalidade. Esta
não se efetiva apenas no contato do sujeito com o mundo, mas fundamentalmente, na
interação entre sujeitos, através do processo de comunicação. Numa ótica habermasiana,
a escola é compreendida como também estando sujeita às coações do sistema, através
dos subsistemas dinheiro e poder. Desse processo decorre uma crise escolar: as ações
pedagógicas passam a ser coordenadas pela racionalidade instrumental, abafando o agir
comunicativo. Nesse contexto, as relações pedagógicas formam sujeitos para alimentar
aqueles subsistemas através da exaltação dos meios, segundo a qual todo agir deve ser
um agir utilitarista.
.Gilles Deleuze

A multiplicidade e a lógica da diferença que Deleuze propõe, nos desestabiliza, uma


vez que nos vemos, às vezes, centrados no único, na similitude, no idêntico como
naturais na produção do ser e do conhecimento. Deleuze, falou pouco diretamente sobre
aprendizagem. No entanto, é aí, que tem exercido importantes influências na
constituição da aprendizagem e na própria experimentação do pensamento em
educação. Suas teorias acerca da diferença e da singularidade nos desafiam a pensar em
temas como rizoma, ontologia da experiência, a teoria do que fazemos, a virtualidade e
a atualidade. 
Deleuze atualizou idéias, acontecimentos, singularidades, enfim conceitos que nos
impelem a transformar a nós mesmos, incitando-nos a produzir espaços de criação e de
produção de acontecimentos-outros. Em sua vida, Deleuze fez tanto críticas ao
marxismo como ao freudismo, ponderando-os como representantes de um
‘burocratismo fundamental’.
Deleuze torce a concepção de desejo entrelaçado com as idéias de Nietzsche, de
vontade de potência, inventando outros jeitos de ser, pensar e viver, intensamente
atravessados por acontecimentos, intensidades nesses acontecimentos como
experimentações. Trabalha esse acontecimento como uma processualidade da formação.
A filosofia a que se propõe, que defende e buscou praticar é então constituída por três
instâncias correlacionais: o plano de imanência que ela precisa traçar, os personagens
filosóficos que ela precisa inventar e os conceitos que deve criar. Falar de Deleuze é
exercer, de antemão, algumas escolhas, saber que se estará operando em dobras,
resultantes, efeitos e promotoras de outras dobras. É falar de uma das múltiplas dobras
que se intensificam em EAD, as dimensões de presença, desnaturalização da distância,
desnaturalização do pensar, desnaturalização do experimentar. O método de Deleuze
rejeita o recurso às mediações. É por isso que ele é essencialmente antidialético.

(...) [não se contentando] em limpar, raspar os ossos" (Deleuze e Guattari, 1992, p. 109).

Como disse: Participando da docência em seu processo, o professor nunca está sozinho,
visto que suas fontes, suas experiências, suas negações, constituem em seu conjunto
parte da sua prática. Na interação Deleuze/aluno, o docente pratica a aula magistral e o
bom aluno questiona depois, na semana seguinte, após refletir, ponderar, pesquisar para
melhor entender. A aula nesta dinâmica ganha um tom musical, que requer uma
completa audição sem interrupção para ser apreendida sem perda do seu ato, que
exprime a sua discursividade.

Félix Guatari

Félix Guattari era profundamente otimista relativamente à vida associativa. Para ele,
as associações têm que ter um papel de reinvenção da vida social e não
funcionarem só como corrente de transmissão do Estado. A elas cabe transmitir
um processo de desejo, de criatividade, implicando-se nas iniciativas sociais sobre 
o terreno, e experimentar formas de cooperação como vetores de duplo
enriquecimento. Para Guattari, a reapropriação dos saberes passa pela
utilização das novas tecnologias da inteligência, portadoras de transversalidade.Gua-
ttari juntamente com Deleuze, escreveu mais de 40 livros, sobre os mais
variados e amplos aspetos da realidade (natural, social, subjetiva etecnológica), aborda
dos desde um ponto de vista simultaneamente
transdisciplinário, ontológico, ético e estético, assim como com uma intensa
vocação inventiva e transformadora. A sua proposta principal denomina-se
esquizoanálise ou pragmática universal. 
Ao registrar três ecologias - a do meio ambiente, a das relações sociais e a
da subjetividade humana -, Guattari manifesta sua indignação perante um
mundo que se deteriora lentamente.
A necessidade que a Educação Ambiental tem no sentido de recorrer a teorias e a
conceitos é o elo fundamental que a vincula à Filosofia, atividade teórica e conceptual
por excelência. Desse modo, cabe à Educação Ambiental ouvir o que a Filosofia tem a
dizer sobre questões acerca do ser humano, da natureza e das relações entre um e outra,
a fim de que possa pensar que caminhos deve tomar no sentido de cumprir a sua função.
Desse modo, será feita uma abordagem sobre o que a Filosofia tem feito e que possa ser
útil à Educação Ambiental; para isso, recorrer-se-á aos filósofos Platão (428/7-348/7
a.C) e Félix Guattari (1930-1992).

3- As práticas pedagógicas em minha realidade profissional

A realidade da minha caminhada educacional hoje também leva-me a entender que


muitas coisas ficaram para trás. No campo das múltiplas dimensões da prática
pedagógica (professor, aluno, metodologia, avaliação, relação professor e alunos,
concepção de educação e de escola), as características conjunturais e estruturais da
sociedade são fundamentais para o entendimento da escola e da ação do professor.
Na esfera do cotidiano escolar e das reflexões conjunturais, a gestão democrática da
escola e processos participativos são elementos fundantes para o repensar da prática
pedagógica. Dependendo da porosidade existente nas relações direção, supervisão,
professores, comunidade local e comunidade escolar, haverá uma gestão mais propícia
(ou menos propícia) ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e neles a reflexão
sobre o projeto político pedagógico da escola. As práticas reprodutivas expressam a
necessidade de controle de meus alunos na sala de aula, uma vez que estes apresentam
resistências ao processo educativo, caracterizado como cansativo e sem sentido para a
vida prática. As práticas que inquietam geram angústias entre os professores que se
perguntam a respeito de qual é o caminho mais adequado para a educação.
Diante do exposto, nas pesquisas desenvolvidas foi possível perceber dois grandes
grupos de práticas pedagógicas, a saber: Concepção Liberal e Concepção Progressista.
A Concepção Liberal deve-se a minha realização pessoal em particular a Renovada
que me identifico bastante nessa tendência, pois trata de um novo pensamento
pedagógico internacional, que inspirado em John Dewey, veio revolucionar a educação
brasileira e também a Tecnicista definindo a escola que passa a ter seu trabalho
parcelado, fragmentado a fim de produzir determinados produtos desejáveis pela
sociedade capitalista e industrial. Muitas propostas surgem como enfoque sistêmico, o
micro-ensino, o tele-ensino, a instrução programada, entre outras; envolvendo um pouco
do Tradicional no processo cumulativo pelo homem.
Na Concepção Progressiva, priorizo alguns aspectos em minha realidade
profissional, torno evidente que a prática social é comum a professores e alunos.
Consiste este passo, no primeiro contato que o aluno mantém com o conteúdo
trabalhado pelo professor. Sendo a visão do aluno, uma visão de senso comum,
empírica, geral, uma visão um tanto confusa, ou seja, sincrética, onde tudo de certa
forma, aparece como natural. Nesta fase, deve, então o professor, posicionar se em
relação à mesma realidade de maneira mais clara e, ao mesmo tempo, com uma visão
mais sintética.
Sendo assim, a assimilação das características fundamentais de um conceito será
muito mais fácil para o aluno quando os traços definidores desse conceito se
apresentarem com as imagens visuais correspondentes.
4- Currículo: Política, cultura e poder – Elizabeth Macebo

4.1
Entendo que o currículo como espaço-tempo de fronteira expressa pelo pós-
colonialismo a resistência a todas as formas de globalismo, os questionamentos para o
eurocentrismo ampliado presente em diversas manifestações contemporâneas. o
currículo é um espaço-tempo em que sujeitos diferentes interagem, tendo por referência
seus diversos pertencimentos, e que essa interação
é um processo cultural que ocorre num lugar-tempo.
A noção de fronteira é utilizada para designar um espaço-tempo em que sujeitos, eles
mesmos híbridos em seus pertencimentos culturais, interagem produzindo novos
híbridos que não podem ser entendidos como um simples somatório de culturas de
pertencimentos. A educação apresenta-se e autoriza-se como história, como espa-
ço-tempo da repetição. Essa temporalidade continuista convive, no entanto, com uma
outra temporalidade. A temporalidade continuista, entendo assim como todo um
conjunto de saberes culturais legitimados, uma cultura eleita que é função do projeto
educacional transmitir.
Proponho-me agora, o pensamento da cultura como lugar de emancipação. Isso
significa tentar descrever o currículo como cultura, não uma cultura como
repertório partilhado de significados, mas como lugar de enunciação. O colonialismo
não é uma dominação política, política e econômica, mas fundamentalmente como um
processo cultural, como uma tentativa de espraiar pelo mundo
uma única forma legítima de criação de significados. Trata-se da perspectiva da cultura
pensado como híbrido o que nos exige uma outra compreensão da noção de hegemonia
e agência. No espaço híbrido de negociação, não existem em uma forma pura
referentes políticos que nos acostumamos a usar, como classe, raça e gênero.

4.2- Maneiras de utilização do currículo na prática

O currículo formal e currículo em ação trazem experiências como forma de


contraposição à noção burocratizada das teorizações tradicionais do campo que
acentuavam os documentos legais e as políticas institucionais como foco dos estudos em
currículo. Proponho dessa forma, três maneiras de utilização do currículo para a prática
escolar.
Em primeiro lugar ressalto o estudo na dimensão pré-ativa, estudo de teses e
dissertações sobre como a dicotomia entre currículo como fato e currículo como prática
está presente em nossas formulações. Também é comum uma relação direta de
dominação do currículo como fato sobre o currículo como prática seja estabelecida,
tanto se analisa como se dá a implementação dos currículos pré-ativos como são
propostos métodos para fazê-lo.
Em segundo lugar a valorização das ações potenciais dos sujeitos do currículo,
dentre os quais atuam estudos etnográficos da escola com foco no currículo, e, em outra
perspectiva teórica, estudos do cotidiano como espaço da prática em que currículos
alternativos são produzidos. De certa forma semelhante a que ocorre com os estudos que
privilegiam a dimensão escrita do currículo, a ênfase em sua dimensão prática
autonomiza a resistência e quebra a relação paradoxal entre autonomia e controle que
caracteriza o fazer político do currículo.
Em terceiro lugar o currículo se estabelece no plano cultural. O cultural não pode,
nessa perspectiva , ser visto como fonte de conflito entre diversas culturas, mas como
práticas discriminatórias em que a diferença é produzida. O fazer cultural se propaga na
prática, visto que o currículo possui caráter híbrido, esse plano insere indivíduos dentro
de diversas culturas com suas diferenças.
5- Valores e princípios éticos para a educação

Uma relevante questão vem sendo levantada por educadores: a urgente necessidade
da inserção de valores humanos na educação. O que significa isso? Para eles, significa
uma tentativa de agir diante de quadros cada vez mais assustadores de violência, de
banalização da vida, de postura antiéticas, de corrupção, de desrespeito pelo próximo e
de uma sequencia de degradações que se tornam públicas nas notícias diárias. Significa
também exercer o verdadeiro sentido da educação, que é formar pessoas. Os valores
humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Todo ser
humano pode e deve tomar conhecimento da importância da vivência desses valores
para alcançar a arte de viver em paz consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo
que o rodeia. Uma das causas de tantos conflitos que afligem a humanidade está na
negação dos valores como suporte para o desenvolvimento integral do indivíduo e da
sociedade.
Afinal, os seres humanos estão caminhando dentro de um processo ideológico de
inversão de valores que destacam a importância do materialismo, do individualismo e
do desalento. As dificuldades do sistema educacional chegaram a um nível em que a
juventude, incluindo meninos e meninas, não cultiva, nos seus atos, o companheirismo,
a solidariedade, o respeito pelo outro. A ética vivida pelos jovens é a da competição, do
individualismo, da falta de amizade, maneiras, às vezes, muito prejudiciais para o
desenvolvimento de sua personalidade. Isso será assim enquanto o sistema educacional
ficar totalmente confinado aos assuntos teóricos e embasado, apenas, nos métodos
científicos.
O mercado de trabalho exige, nos dias de hoje, iniciativa, argumentação, ética,
parceria, razão pela qual tem-se que ir além das expectativas. Os alunos estarão,
profissionalmente, atuando num amanhã muito breve. Qualquer um pode ser um
profissional. Porém, o grande desafio da humanidade consiste em tornar-se um cidadão
competente, afetivo, compreensivo, tolerante, flexível, versátil e criativo.
A verdadeira meta da educação é colocar o estudante na senda da autoconfiança,
auto-satisfação, auto-realização e acabar com a ilusão de que a felicidade consiste na
acumulação de dinheiro, conhecimento, bens materiais ou fama. A felicidade é uma
atitude mental que pode ser cultivada, não sendo afetada pela boa ou má sorte.
O professor é a base para todo esse processo de mudança porque passa a ser, através
da força unificadora que é o amor, o mediador de valores. Ao trabalhar generosamente,
o coração floresce e o cultivo do amor enobrece seus atos. Os princípios espirituais em
comunhão com a fé no ser humano e no divino fortalece o docente, que não necessita de
aprovação nem de recompensas porque se sente realizado e com sensação de missão
cumprida. Trabalhar dessa forma confere a renovação de energias, otimismo, alegria e,
principalmente, um sentido mais amplo para a vida. Não se pode negar que as
dificuldades e desafios transformam o ser humano em indivíduos melhores, com outro
olhar para as situações, e mostram horizontes inéditos, além de ensinar a aprender com
os próprios erros e permitir o afloramento de novas qualidades.
Trabalhar valores é algo que não é visível e imediato. Os valores se constroem no
convívio com o outro, nas ações do dia-a-dia, e os educadores, necessitam, além de
dedicar a atenção a determinados valores no momento e na hora certa, assumir esse
compromisso com o coração e com a ação.
É de grande relevância que os educadores deste novo milênio devam estar atentos e
encontrem respostas para uma questão fundamental na educação: como se deve criar a
ponte entre teoria e prática, conhecimento e ação, valores e virtudes humanas. A
verdadeira Educação em Valores Humanos significa a prática dos valores humanos na
vida diária, os quais estão presentes no ser humano naturalmente.

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