Inclusão digital é um esforço para garantir que todos possam
participar, contribuir e se beneficiar do mundo digital. Os órgãos governamentais têm papel central nessa questão, mas a iniciativa privada também pode e deve colaborar, desenvolvendo soluções inclusivas e, ao mesmo tempo, com potencial de mercado. Afinal, a pessoa excluída da conexão global fica também sem acesso aos bens de consumo. Além disso, fica impedida de se relacionar e de conseguir melhores oportunidades de desenvolvimento em todos os sentidos A importância da inclusão digital é evidente. Como se trata de um bem utilizado em larga escala, é dever dos governantes garantir o livre acesso à internet. Afinal, estamos em plena Transformação Digital, movimento de alcance global em que todas as atividades passam a acontecer na web ou a depender dela. Nesse contexto, em que tudo se conecta e as relações produtivas precisam da web para se estabelecer, a necessidade de acesso deve ser tratada como política pública. Assim, quanto mais democrático for esse acesso, mais oportunidades e mais desenvolvimento para o país.
Como Promover A Inclusão Digital?
Os números sugerem que temos um caminho relativamente longo a percorrer até que a maioria dos brasileiros tenha de fato livre acesso aos meios digitais de comunicação. Até lá, será necessário um amplo esforço, não apenas por parte dos órgãos públicos, mas também da sociedade civil organizada. A inclusão digital é uma questão estratégica, talvez no mesmo patamar do uso dos recursos naturais, sustentabilidade, saúde e educação. Portanto, o Brasil só poderá se desenvolver plenamente quando garantir para a maior parte dos seus habitantes o pleno acesso à internet. Veja na sequência algumas ações nesse sentido. Facilitar Acesso Os serviços de internet, no Brasil, funcionam pelo sistema de concessão. É o governo quem define, por meio de licitações, quais empresas terão o direito de explorar esse mercado. O modelo atual começou em 1997, com a publicação da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que mudou radicalmente o panorama do acesso aos meios de comunicação. Deixamos naquele ano de ser um mercado dominado pelas empresas estatais, passando para o regime de livre concorrência, modelo que permanece até hoje. Assim, é preciso encontrar meios para que a economia de mercado se mantenha por meio da competição entre as empresas, sem deixar de lado políticas inclusivas. Promover Cursos A exclusão digital caminha lado a lado com a falta de acesso à educação. Como revela o estudo da PwC, a maior parte das pessoas privadas da comunicação digital são de baixa renda e baixa escolaridade. Uma maneira de diminuir o “abismo” social que afasta essas pessoas do ambiente digital é promover cursos e ações educativas. As instituições de ensino podem ajudar, disponibilizando meios para viabilizar esses cursos. Uma possibilidade é utilizar os datacenters e laboratórios de informática para ministrar aulas e tutorias a preços populares ou mesmo gratuitos. O governo poderia entrar como parceiro, subsidiando cursos para as pessoas que não podem pagar. Disponibilizar Material Não deixa de ser curioso que, mesmo que existam dois celulares por habitante no Brasil, o acesso à internet seja ainda reduzido. Essa disparidade mostra que o problema talvez não seja a falta de dispositivos para educar as pessoas, mas de routers e equipamentos que conectem as pessoas à web. Novamente, a iniciativa privada, por intermédio das provedoras de internet, pode ajudar, reduzindo os custos dos planos. O governo também pode fazer a diferença, subsidiando planos a preços populares para as camadas menos favorecidas