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E SUSTENTÁVEL
Elaine Marangoni
Introdução ao
marketing digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o que é marketing digital e como ele se
diferencia da forma como se praticava o marketing quando a internet não
era presente em nossas vidas. Apesar de fazermos uma diferenciação para
fins didáticos, o marketing permanece o mesmo. O que mudou foram as
ferramentas, e hoje a tecnologia se soma à realidade do mundo moderno,
no qual o consumidor está conectado a todo momento.
Os cenários digitais são diversos e complexos, e, para que você saiba
como reconhecê-los, serão abordados alguns exemplos. Nesses locais,
o papel do consumidor ganha outras dimensões, e as empresas e profis-
sionais de marketing precisam seguir as tendências, ter agilidade e saber
trabalhar com muitos dados.
O grande erro que muitos gestores cometem é achar que investir em marketing digital
é apenas criar um site e páginas nas redes sociais. As possibilidades são tantas que é
preciso estudar cada caso e o contexto de cada empresa para saber quais serão as
ações de marketing mais eficientes, como se faz em qualquer outro planejamento
estratégico off-line.
Vemos, por exemplo, como no topo dos países mais populosos do mundo
estão os “Estados Unidos do Facebook”, com sua população de 1,65 bilhão
de pessoas. Vemos ainda como os indivíduos agora recorrem ao Twitter para
saber as últimas notícias a partir de outros cidadãos, quando, no passado,
uma grande rede de televisão como a CNN seria o canal confiável. Até o
YouTube pegou Hollywood de surpresa com seu sucesso repentino. Uma
pesquisa encomendada pela revista Variety revelou que, na faixa dos 13
aos 18 anos, celebridades do YouTube são mais populares do que astros do
cinema americano.
Isso significa que agora o internauta faz parte desse mundo e se relaciona
com os meios, o que não acontecia quando eram meros espectadores e recebiam
informações de mídias estáticas. O mundo está cada vez mais inclusivo e o
poder, segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), está nas comunidades,
nos grupos sociais.
A segmentação do marketing digital é feita por esses interesses em comum,
deixando de ter um “alvo”, mas um caminho e um espaço onde as mensagens
de interesse daquele grupo que irá recebê-las possam entrar sem que pareçam
invasivas.
Daí, começa a ser criado o conceito de persona, que é o cliente ideal,
formado por tudo o que caracteriza quem deseja, compra e utiliza determi-
nado produto ou serviço. A persona tem um rosto, tem hábitos e interesses
particulares, não deixando também de ser definida pelo seu gênero, idade e
faixa de renda.
A persona se difere do público-alvo porque não é uma simples segmentação,
é fruto de pesquisa, da junção de muitos dados que estão no mundo virtual,
pois, mesmo em grupos de interesses comuns, existem pessoas diferentes, e
isso significa que
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Em nível micro, as pessoas estão adotando a inclusão social. Ser inclusivo não
significa ser semelhante. Significa viver em harmonia apesar das diferenças.
No mundo on-line, as mídias sociais redefiniram o modo como as pessoas
interagem entre si, permitindo que desenvolvam relacionamentos sem bar-
reiras geográficas e demográficas (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN,
2017, p. 24)
Um dos pontos do marketing digital é que ele quebra as barreiras geográficas e coloca
em cheque as tradicionais técnicas de segmentação do mercado, já que as ações para o
consumidor conectado pedem personalização, não mais exclusividade e recebimento
de mensagens de forma vertical. “Hoje a inovação é horizontal. O mercado fornece
as ideias e as empresas comercializam essas ideias” (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN,
2017, p. 26).
Mesmo que hoje a maioria do público conectado seja jovem e algumas campanhas
de marketing digital não atinjam um público mais velho, saiba que eles inspiram essa
geração mais antiga a utilizar a tecnologia. Além disso, a população está envelhecendo
e, em um futuro próximo, os nativos digitais serão a maioria, assim como a conectividade
será algo comum.
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Uma loja que vende piercings lança uma coleção de joias para o público masculino que
gosta de rock and roll, veste-se de forma alternativa e frequenta lugares underground.
Bastante específico, não é mesmo? Essa loja, com algumas ferramentas, pode encontrar
e direcionar sua campanha para todos que têm essas características, com bastante
efetividade, utilizando dados disponíveis on-line.
As escolhas que os profissionais dessa área devem tomar precisam ser amparadas
por métricas, mas o fator humano, o toque, o real, ainda faz parte da essência e das
relações com todos os consumidores.
pouco tempo, não imaginávamos usar tantos recursos como usamos atualmente
em dispositivos móveis e sabemos que há ainda muito por vir.
As primeiras mudanças são percebidas nos ambientes em que nos relacio-
namos, e como aqui estamos falando do marketing digital, esses locais são as
comunidades virtuais das quais fazemos parte. A maioria dessas comunidades
está em sites que têm a finalidade de agrupar pessoas com pensamentos e
ideais comuns, conhecidas como mídias sociais.
Pensando o marketing para essas comunidades, Gitomer (2012) destaca
que as mídias sociais são oportunidades de baixo custo para as empresas
conquistarem um alcance regional e até global. No entanto, o autor diz que
um investimento é preciso: é preciso tempo para gerenciar e construir uma
rede de relacionamentos.
Dentro de alguns mitos que surgem a todo momento na internet, temos
que muitos ganham dinheiro com as redes sem fazer nenhum investimento.
Gitomer (2012, p. 12), logo no início de seu livro, afirma que “A menos que
você seja uma das poucas pessoas na posição de proprietário dessas mídias
sociais, suas oportunidades para monetização são, no momento, limitadas —
apesar das várias alegações pelos ‘peritos’”.
A ironia da palavra “peritos”, entre aspas, revela mais um cenário em um
espaço sem controle, inclusive das informações. A produção de conteúdo é
imensa e nem sempre as fontes são verificadas, fazendo nascer uma era que
chamamos de pós-verdade. Nesse cenário, as comunidades e grupos, além
de estarem reunidos em torno de interesses comuns, também acreditam em
suas próprias verdades, ou no que para eles parece ser a verdade. Surgem
novos gurus sobre todos os assuntos possíveis e a validação do que falam e
compartilham é feita pelo número de seguidores em suas páginas.
Os cenários de marketing digital são dominados pela tecnologia e são
bastante diversos, assim, não é possível descrever todos eles aqui. Entretanto,
é possível dizer que eles têm em comum a conectividade. Os consumidores
não são mais passivos, eles interagem com as marcas e participam de todas as
etapas da estratégia de marketing, desde a ideia para novos produtos e serviços.
No ambiente digital, a velocidade é sentida desde o momento em que se
posta um texto ou uma foto — as reações são imediatas e há pouca margem
para erros. A imagem de uma empresa ou marca pode ser construída ou des-
truída em poucos minutos, por isso o monitoramento e o controle dos dados
é tão importante para o profissional de marketing. Tudo está disponível, o
usuário deixa rastros e alimenta imensos bancos de dados com todas as suas
ações na internet, porém, novos insights podem vir de pequenos gestos, como
acompanhar os comentários nas mídias sociais e perceber o que se fala e como
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GITOMER, Jeffrey. Boom de mídias sociais. São Paulo: M.Books do Brasil Ltda, 2012.
KELLY, K. Inevitável: as 12 forças tecnológicas que mudarão o mundo. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2017.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o
novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de
Janeiro: Sextante, 2017.
TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing
e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. 1. ed. São Paulo: Novatec
Editora, 2009.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
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