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ESTADO1
ABSTRACT
Technologies have undergone major changes over the years, being used in different
ways throughout society. With regard to Public Administration, it is used as a way to
assist and facilitate public processes, making them faster, more practical and
transparent. Technology enabled the population to be more active in various ways,
having access to more information, participating in decisions and sharing data about
the Government. It allowed taking such data and information to a greater part of the
population. Despite this, there are some challenges that make it difficult for the
Government to use these technologies, such as the difficulty of access by some people
and their way of implementation. In the world of sharing, data protection is also
essential, and it is essential to know what the role of the State is in this regard. In this
1Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.
2Discente no curso de Direito na Universidade Potiguar.
3Docente na Universidade Potiguar. Advogada. Mestranda em Direito (UniversidadEuropea do
way, through a bibliographic review, it seeks to deepen knowledge about the use of
technologies in the administrative activities of the State.
1 INTRODUÇÃO
A escolha desse tema justifica-se por ser um tema que retrata bastante a
atualidade e necessidade do governo brasileiro. A transparência nas ações é
imprescindível em uma política ainda tão corrupta como no Brasil, já que os desafios
que são impostos pelos vários, sucessivos e crescentes casos de corrupção que
envolve a Administração Pública, exigem um esforço em conjunto com todas as áreas
do conhecimento, além da necessidade dos setores serem comprometidos com a
ética e as práticas da boa administração (CORTÊS, 2019).
Essas tecnologias possibilitam um maior controle, segurança e rapidez nos
trâmites realizados pelo Poder Público. Cortês (2019) explica que para que as
atividades exercidas pela Administração Pública ocorram de forma eficaz, ela deve
ser submetida a controles internos e externos.
Referente ao controle interno, este está relacionado ao controle administrativo
que deve ser realizado nos órgãos públicos através de auditorias, atividades de
fiscalização, correcionais, comissões processantes, recursos, dentre outros, de
maneira que a efetividade deste vai depender da quantidade de servidores públicos
independentes estejam disponíveis e que o objetivo de carreira estimule a autonomia,
autocontrole, mérito e lisura dos cargos. Os controles externos são realizados por
órgãos externos ao Poder Executivo, principalmente o Legislativo, com o ajuda do
Tribunal de Contas; e do Judiciário. Pode, ainda, ter uma possibilidade do controle
direto pela sociedade, de forma social ou informal, mediante eleições, associações
profissionais e civis, partidos, imprensa etc.
Conforme exemplificado por Filho (2014), os sistemas de informação
alimentados pelo governo se baseiam na plataforma web e é de acesso livre a
qualquer um que queira saber como seus impostos e taxas estão sendo aplicados.
Segundo o autor “isso é extremamente significativo, considerando que o povo - o
agente fiscalizador [...] pode consultar os sistemas online, em qualquer horário e de
qualquer lugar com acesso à rede mundial de computadores” fazendo toda a diferença
(FILHO, 2014, p. 16).
Para a construção dessa pesquisa, utilizaram-se fontes bibliográficas retiradas
de livros, artigos, jornais e dissertações na área, tanto físicos como em material online.
Ainda, utilizou-se o método dedutivo, classificado de caráter explicativo, além de
possuir uma abordagem qualitativa.
Na segunda seção, será abordado sobre a evolução tecnológica e o direito
administrativo. Na seção 3, o tema principal é o Direito Administrativo e o Governo
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entre si, de forma que dificultava a integração dos sistemas e uma maior comunicação
(KEEN, 1996).
Por fim, a quarta e última fase descrita pelo autor tem início na década de 1980,
com foco em compatibilidade. Esse objetivo permitiu que as barreiras que existiam
fossem transpostas, de forma que a integração entre as ferramentas e sistemas
passou a ser total. O acesso e a troca de informações passaram a ser algo natural e
instantâneo, transformando completamente a dinâmica das relações: “[a] TI é
reconhecida como fator crítico de capacitação, principalmente através das
telecomunicações, que permite eliminar barreiras impostas por local e tempo às
atividades de coordenação, serviço e colaboração” (KEEN, 1996, p. 49).
É importante frisar que as mudanças apresentadas anteriormente também
foram acompanhadas ou antecedidas pela “evolução individual de diferentes
componentes e ferramentas que foram sendo inseridas ao longo do tempo e
permitiram a integração dos processos” (JESUS, 2018, p.79). Uma das criações mais
importantes com relação à tecnologia da informação nesse período foi sem dúvidas,
a Internet - “nenhuma outra tecnologia encarna com tanta perfeição a Era da
Globalização como a rede mundial de computadores Internet. Ela é o retrato mais fiel
do estado da arte em computação virtual (CRUZ, 1998, p. 177)”.
Em suma, a Internet foi criada como um projeto que visava impedir que os
ataques nucleares acabassem com as redes de comunicação durante o período da
Guerra Fria. A solução para isso foi a criação de uma rede de estações de
comunicação no lugar das instalações centralizadas existentes (MAZZUCATO, 2014).
Com fins militares, ela foi financiada pelo governo americano por meio da Agência de
Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento de Defesa (Arpa), surgindo a
primeira rede de computadores, a “Arpanet” (JESUS, 2018).
Após muitas mudanças com o passar dos tempos, a Internet foi privatizada.
Tais mudanças traziam inúmeros desafios, de forma que não era suficiente uma rede
de transmissão para possibilitar que os computadores dialogassem entre si, sendo
necessário adotar um protocolo de comunicação universal para que todas as redes
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pudessem utilizá-la. Castells (2016) clarifica que após muito trabalho, o protocolo
TCP/IP (servidor-a-servidor [TCP] e inter-redes [IP]) foi adotado nos Estados Unidos,
de forma que este acabou vencendo outros concorrentes por sua grande flexibilidade
e adaptação, prevalecendo como padrão internacional.
A partir disso, o ritmo de mudanças cresceu exponencialmente em quase todas
as áreas da economia e da tecnologia. Essas inovações, em conjunto com as novas
ferramentas tecnológicas foram capazes de ultrapassar as fronteiras dos países e a
conectividade se tornou completa, de forma que “o computador, internet e
comunicação passaram a ser inseparáveis, relativizando as noções de tempo e
distância nos negócios e demais conexões” (JESUS, 2018, p. 80).
Analisando a última década do século XX, é perceptível a intensificação da
grande parte dos países desenvolvidos, um maior desenvolvimento da realidade
social. Esse tema é definido de três formas pelas sociais como:
Relacionado a isso, percebe que tal conceito é muito amplo, englobando várias
formas de contato entre o governo e os cidadãos ou empresas. Sabe-se que no caso
da comunicação e participação bidirecional, estes têm aumentado amplamente a
utilização de canais de diálogo, buscando obter dados e informações sobre a
percepção da sociedade por meio de consultas públicas online, fóruns, chats ou
qualquer outro meio interativo que busque o diálogo/debate entre os cidadãos e sua
interlocução com o governo a respeito de determinado tema seja a nível orçamentário
municipal, até o nível federal.
4De acordo com o TJDFT (2018, p. 1), “o Sistema de Freios e Contrapesos consiste no controle do
poder pelo próprio poder, sendo que cada Poder teria autonomia para exercer sua função, mas seria
controlado pelos outros poderes. Isso serviria para evitar que houvesse abusos no exercício do poder
por qualquer dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Desta forma, embora cada poder seja
independente e autônomo, deve trabalhar em harmonia com os demais Poderes”.
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Fang (2002) apresenta que o governo eletrônico pode ser dividido entre oito
esferas de interações que são mediadas tecnologicamente: 1) governo-governo
(G2G); 2) governo para o servidor público (G2E); 3) governo-empresa (G2B); 4)
governo para o cidadão (G2C); 5) Cidadão para Governo (C2G); 6) Empresa-Governo;
7) Governo para organizações sem fins lucrativos (G2N); 8) Organizações Sem fins
lucrativos para o Governo.
Na interação G2G, entre governo-governo, o objetivo é o uso de tecnologias
para melhorar a eficiência interna das burocracias públicas, fazendo uso de
automação de tarefas rotineiras e do compartilhamento rápido de informações entre
departamentos e agências por meio da internet e intranet.
Na interação governo para servidor público (G2E), esta trata das relações do
governo com os funcionários ou servidores públicos, transmitindo informações ou
serviços.
Já as interações governo-empresa fornecedora (G2B), trata do uso da internet
para reduzir os custos governamentais nas compras e vendas bens e serviços das
empresas. No caso das empresas B2G, (empresa para Governo), esta impulsiona as
transações eletrônicas para as compras do governo (licitações).
As interações de governo para o cidadão (G2C) envolvem o uso das TICs no
fornecimento de serviços públicos e transações online. Ademais, busca melhorar o
design, tempo e qualidade da entrega dos serviços públicos, além de possuir também,
mecanismos de feedback eletrônico, como pesquisas instantâneas, pesquisas na web
e e-mail, como, por exemplo, por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de
Informações ao Cidadão (e-SIC) (DIAS; SANO; MACHADO, 2019) – “Impulsionar a
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Peixoto e Bonat (2016, p. 134) esclarecem também que Poder Público possui
o dever de “prever mecanismos e regras estáveis que propiciem uma prática
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4 A PROTEÇÃO DE DADOS
Na realidade atual em que tudo pode ser feito através da internet, é comum o
compartilhamento de dados e informações para cadastro ou acesso a determinados
aplicativos ou plataformas. Muitas vezes, os dados requeridos são inclusive, para
atividades rotineiras, tanto de cunho público como privado. Todas essas informações
são monitoradas pelo Governo para evitar lavagem de dinheiro, criminalidade e
terrorismo, de forma que esses cadastros acabam se tornando passíveis de
rastreamentos computadorizados (BRASIL, 2019).
Para Stelzer et al. (2019), a informação pessoal é tida como um ativo essencial
para as atribuições empresarial, social e pessoal, como também para a materialização
de políticas públicas e a evolução global da economia, visto que a LGPD conceitua os
dados pessoais como informativo referente à pessoa física identificada ou
identificável, conforme o art. 5, inciso I.
Foi a partir dos anos 1990, com a expansão da internet, que houve o
desenvolvimento de sistemas informáticos, banco de dados e armazenamento de
informações de forma ilimitadas e de qualquer natureza, tanto entre o Estado como
empresas particulares, sem nenhuma forma de controle, necessitando então, de uma
proteção dos dados pessoais dos indivíduos, sendo responsabilidade do Estado
Democrático de Direito, assegurá-los (RUARO; LIMBERGER, 2011).
Um dos primeiros locais a estabelecer a proteção de dados ocorreu na Europa,
no final da década de 1960, porém, há informações sobre o tema no artigo 8º da
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
responsáveis por sua implementação, uso de plataformas de fácil acesso, tanto pela
Administração como pela sociedade, além de uma maior segurança nessas
plataformas.
REFERÊNCIAS
CASTELLS, M. A. Sociedade em Rede. 17. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.
CASTELLS, M. A. Sociedade em Rede. 19. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.
MALDONADO, Viviane Nobrega; OPICE BLUM, Renato (Coord.). LGPD: Lei Geral
de Proteção de Dados comentada. São Paulo: Revista dos Tribunais, Thomson
Reuters Brasil, 2019.
TOFFLER, A.; TAVORA, J. A Terceira Onda, 20 ed., Rio de Janeiro: Record, 1995.
VILELA; A.C.; LAIA, F.S; VIEIGAS, C.M. A efetividade da lei geral de proteção de
dados pessoais para a tutela do direito ao esquecimento. Repositório Anima
Educação, 2021. Disponível em:
<https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/13259/1/Artigo%20O%2
0direito%20ao%20esquecimento%20e%20a%20LGPD.pdf>. Aceso em 30 out.
2022.