O documento resume um artigo científico sobre transparência e acesso ao controle social na gestão pública. O artigo discute a criação de portais da transparência digitais para dar mais visibilidade aos gastos governamentais e envolver mais a população. No entanto, aponta que as políticas de inclusão digital precisam melhorar para que todos os cidadãos possam participar igualmente do controle social.
O documento resume um artigo científico sobre transparência e acesso ao controle social na gestão pública. O artigo discute a criação de portais da transparência digitais para dar mais visibilidade aos gastos governamentais e envolver mais a população. No entanto, aponta que as políticas de inclusão digital precisam melhorar para que todos os cidadãos possam participar igualmente do controle social.
O documento resume um artigo científico sobre transparência e acesso ao controle social na gestão pública. O artigo discute a criação de portais da transparência digitais para dar mais visibilidade aos gastos governamentais e envolver mais a população. No entanto, aponta que as políticas de inclusão digital precisam melhorar para que todos os cidadãos possam participar igualmente do controle social.
Disciplina: Transparência, Participação e Sistemas de Auditoria e Controle
Aluno: Josiel Jose Ribeiro Bezerra
Resenha de um artigo científico com o título “Transparência e acesso ao
controle social”, sendo seus autores: Emerson Carvalho de Lima e Francisco Carlos Portela, publicado na Revista Controle, v. 17, n. 2, p. 364-392, jul./dez. 2019, Fortaleza- Ceará. O artigo expõe de forma clara e objetiva, uma abordagem sobre a criação de ferramentas digitais, de forma mais específica o Portal da Transparência, que surgem num contexto de novas demandas da população de maneira geral quanto a uma postura ética dos gestores públicos, razão pela qual buscou-se alternativas legislativas para que houvesse uma maior transparência na gestão pública e, consequentemente, um maior controle das ações governamentais e dos gastos públicos. Com base na problemática apresentada, o autor buscou contextualizar sobre transparência dos recursos públicos e aplicabilidade da lei da transparência dos atos públicos, discorrendo sobre: contextualização sobre a transparência pública; a diferenciação do conceito de transparência; o surgimento e a finalidade do portal para a gestão pública; o gerenciamento das informações; e, por fim, a lei de transparência pública e a sua aplicabilidade no contexto atual. No subtópico Contextualização sobre a transparência pública foi expresso a importância dessa metodologia que obrigam todas as entidades públicas a prestar contas com a população, ampliando o controle e, por conseguinte tornando a responsabilidade pública mais efetiva, assim sendo, proporcionar acesso ao cidadão de maneira transparente por meio de portais eletrônicos e relatórios visa contribuir com uma gestão mais eficaz. Para isso, vem ampliando-se a legislação com intuito de pressionar e orientar os três níveis federativos buscando um maior envolvimento social e transparência na gestão pública. Dessa forma, transparência surge como ferramenta para que a população possa acompanhar a gestão pública através da análise dos documentos e dos planejamentos propostos, fazendo que sua ação contribua com o crescimento da cidadania e da própria organização pública, contribuindo de certa maneira com a redução dos desvios de verbas públicas estimulando a participação popular na escolhas e direcionamento dos investimentos públicos. A ampliação da transparência e inclusão da população no acompanhamento da gestão pública, e em conjunto ao controle social, reforça-se o emprego de métodos que restrinjam a propagação de interesses privados dentro da administração pública, o que pode desvirtuar a aplicação de recursos públicos. Outra abordagem no artigo foi quanto às necessidades para alcance de um Estado Democrático de Direito, principalmente após a redemocratização, no qual é explicitado a importância de disponibilizar aos cidadãos informações estratégicas do Estado e de seu aparato administrativo, apresentar como ocorre a aplicação dos recursos públicos oriundos do recolhimento de tributos. Sendo o compartilhamento de informações viabilizada com a utilização de ferramentas tecnológicas, a fim de que o alcance seja o maior possível, integrando o cidadão como elo fundamental no sistema político. No subitem, Os diferentes conceitos de Transparência, o autor expressou várias conceituações e analisou a estrutura organizacional da transparência, verificando sua efetividade através da proximidade entre governo e população. Entretanto, outro ponto de vista foi expresso ao demonstrar diferenças nessa efetividade, quando os cidadãos têm acesso aos dados relacionados à atividade governamental, mas não existe concomitante capacidade de intervir no poder decisório dos administradores públicos, citado como sendo “um cenário atinente à democracia representativa e não revela caráter evoluído da política vigente”. Em contrapartida ao conceito de transparência relacionado à temática do governo eletrônico (e-gov), no qual são expostos dados públicos sem possibilidade da população interferir nas decisões, surge uma nova modalidade de interação, a governança digital entre cidadão e governo, forma de interação que aproxima os contribuintes da gestão governamental, com a possibilidade de propor contribuições para melhoria dos serviços públicos a partir de ferramentas tecnológicas (computadores, smartphones etc.). Assim, governos podem priorizar as demandas da população, alcançando uma melhor produtividade na aplicação dos recursos. Nos tópicos sobre o surgimento e finalidade do Portal da Transparência foi apresentado o histórico de surgimento da internet e da expansão e inovação tecnológica e dos meios de comunicação conectados à rede mundial de computadores, e nesse contexto o aparecimento das ferramentas de interação como mecanismo de estabelecimento de canais efetivos de informação entre a população e os governos. Destaca-se ainda os benefícios econômicos para o país que possui em seu arcabouço democrático, uma estrutura ambientada em um espaço tecnológico e de caráter político, no qual ocorram interações entre os cidadãos e o seu governo buscando uma maior efetividade dos serviços públicos. Sendo uma representação desse espaço o Portal da Transparência, local fundamental para que o cidadão utilize como elo de entendimento quanto à melhor destinação de recursos e sobre que tipo de políticas públicas devem ser estimuladas por parte de seus governantes. Na sessão sobre a evolução dos portais da transparência, cita-se o período de criação do Portal da Transparência Brasil no ano de 2004, e do impacto na criação dos demais portais no país, mantendo a máxima de incentivo ao controle social na gestão pública através da disponibilização dos dados sobre os gastos públicos, sendo desta forma um instrumento de prestação bde contas. Desde então, com intuito de garantir aos Estados e Municípios condições para implementação e expansão dos seus portais eletrônicos, o governo federal vem disponibilizando meios para o incremento das funcionalidades técnicas necessárias. No entanto, muito tempo transcorreu entre a criação do Portal da Transparência Brasil e a obrigatoriedade de disponibilização das informações públicas sobre orçamentos e finanças para todos os entes públicos, o que ocorreu apenas no ano de 2009, posta em vigor em 2010, constituindo infração à Lei de Responsabilidade Fiscal o descumprimento por parte dos gestores públicos que deixem de implantar e atualizar de maneira mais ágeis seus portais da transparência. Ao longo do trabalho são expostas críticas positivas ao poder das ferramentas eletrônicas na prática da transparência e, dessas, no incentivo ao controle social por proporcionar à população o monitoramento dos gastos públicos e a capacidade de intervir no direcionamento das políticas públicas, pontos que teoricamente são indiscutíveis, mas expostos com uma abrangência otimista quando observada na realidade a proporção da população que faz uso dessas ferramentas, seja por desconhecimento ou limitações do cidadão em razão das deficiências no sistema educacional, ou mesmo por falta de acesso aos meios tecnológicos, pois, paradoxalmente, as políticas públicas de inclusão digital não evoluem de forma a garantir acesso democrático a toda população, o que por si só geraria incapacidade de participação de boa parte da população nesse processo de acesso aos dados públicos, tampouco possibilitaria a essa parcela da população excluída digitalmente, ter a capacidade de impactar na orientação das políticas públicas em uma gestão. Com base no trabalho estudado foi possível observar uma estrutura objetiva do artigo, concomitante a uma exposição elucidativa amparadas em um amplo referencial teórico expresso de forma coerente e concisa, possibilitou o entendimento até mesmo para quem não possui conhecimento no tema abordado. No entanto, em suma, seria importante que fosse apreciada na construção das considerações finais do artigo uma abordagem sobre a necessidade de implementação de políticas de inclusão digital como forma de buscar a expansão e, consequentemente, maior impacto das ferramentas digitais de transparência na participação popular e, assim estimular discussões sobre as ações dos agentes governamentais e direcionamento das políticas públicas, além da conscientização da importância do envolvimento dos cidadãos como forma de alteração no modelo de democracia representativa vigente de forma predominante, para um sociedade democrática participativa.
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