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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

WALKIRIA MONTEIRO

MECANISMOS DE GOVERNANÇA DIGITAL NA GESTÃO PÚBLICA

CAMPINA GRANDE - PB
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

WALKIRIA MONTEIRO

MECANISMOS DE GOVERNANÇA DIGITAL NA GESTÃO PÚBLICA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Gestão Pública.

CAMPINA GRANDE - PB
2022
MECANISMOS DE GOVERNANÇA DIGITAL NA GESTÃO PÚBLICA

Walkiria Monteiro1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- É de entendimento comum na literatura que o conceito de bem público diz respeito às
informações que o governo administra em nome do povo, logo, o alcance a tais informações é
fundamental para o estabelecimento de um Estado Democrático de Direito. Por vivermos atualmente na
denominada sociedade da informação, a disponibilidade dos dados públicos demanda o
acompanhamento da tecnologia a dispor, de forma a conciliar a dinâmica e fiscalização da população,
visando aproximar as necessidades sociais da adoção de políticas públicas. Nesse contexto, esta
pesquisa busca avaliar a função das ações de transparência na gestão pública em geral por meio dos
mecanismos atualmente existentes. Para tanto, foram analisadas as diretrizes da “Lei Federal de Acesso
à Informação Pública” (Lei nº 12.527 / 2011) -LAI. Refere-se a um estudo descritivo e exploratório que
detalha as principais legislações federais sobre contas públicas e responsabilidades fiscais que os
municípios brasileiros devem cumprir e divulgar. Como principais resultados, evidenciou-se a iniciativa de
transparência da gestão pública, que possibilita o acesso dos cidadãos / usuários aos dados públicos. Os
diagnósticos realizados indicam que, para se alcançar uma governança eletrônica efetiva, transparente e
participativa, os padrões especificados na LAI devem ser integralmente atendidos e deve ser adicionada
uma área de participação das pessoas na tomada de decisões. Ademais, deve-se promover projetos e
ações em prol da consolidação da gestão administrativa em diversas áreas.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Pública. Governança Eletrônica. Transparência.

1
administradora_walkiria@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

As inovações tecnológicas são universais em todas as áreas do conhecimento e


mercados. Acompanhar o seu processo de atualização contínua é uma tarefa
necessária para qualquer atividade da atual sociedade da informação, como se
costuma dizer.
Conforme evidenciado por Famurs (2011), compreende-se que bem público diz
respeito às informações que o governo administra em nome do povo, logo, o alcance a
tais informações é fundamental para o estabelecimento de um Estado Democrático de
Direito. Com base nesse entendimento, o governo é necessário e obrigado a fornecer
esses dados para que todos os cidadãos interessados possam entendê-los.
De modo geral, a população se inclina para um traço de perfil caracterizado
como mais fiscalizador e ativo e fiscalizador a cada dia, por isso são necessárias novas
técnicas de gestão pública para resgatar a cidadania e aproximar as necessidades
sociais das políticas públicas adotadas, de forma que pressuponha uma gestão mais
eficiente e democrática para o mercado,
Assim, os órgãos públicos atuam nesse contexto e buscam se adequar a essa
nova realidade para que possam exercer suas principais funções, priorizando
primeiramente as necessidades dos cidadãos, entregando informações governamentais
ao público de forma acessível e transparente.
Para Martins Júnior (2010), buscar a transparência inclui não apenas
conscientizar a sociedade sobre o que a administração pública está fazendo,
planejando ou fazendo, mas também explicar sua atuação e avaliar em que medida a
própria sociedade desempenha um papel no processo decisório. Para tanto, o setor
público desenvolveu uma abordagem chamada e-government (e-Gov), que inclui a
prestação de serviços pela Internet para facilitar e agilizar a satisfação das
necessidades dos cidadãos. No entanto, nos últimos anos, este método tem se
desenvolvido continuamente para tornar seu conceito mais abrangente, resultando na
chamada governança eletrônica ou governança digital (GD). Neste caso, os cidadãos
deixam de ser apenas agentes passivos, passando a servir e contribuir com as ações
do governo e na formulação de políticas públicas.
Diante do exposto, a problemática deste trabalho é uma reflexão sobre a
transparência do comportamento da gestão pública, a fim de verificar através da análise
das exigências da Lei Federal nº 12.527/2011 – Lei de Acesso à Informação Pública
(LAI), desembocando no seguinte questionamento: Como a implantação de
mecanismos de governança eletrônica podem assistir mais efetivamente a gestão
pública dos municípios brasileiros?
Para atender o questionamento supracitado, estabeleceu-se como objetivo geral:
Identificar os principais instrumentos de transparência administrativa adotadas na
gestão pública brasileira atualmente. Quanto aos objetivos específicos, estes foram:
Apontar as exigências dispostas na LAI; discutir de que modo a utilização de
ferramentas de governança eletrônica tem contribuído em prol da consolidação e
transparência das ações administrativas da gestão pública.
A pesquisa foi norteada pelo estudo de Pires (2013), de modo a aprofundá-lo e
atualizar as informações dispostas no mesmo.
A sua viabilidade é justificada mediante a contribuição da mesma para o
entendimento do público sobre as ações que as administrações públicas estão tomando
para atender às suas necessidades. Além disso, os resultados obtidos podem servir
como fonte de dados para novas pesquisas que reflitam a relação entre as
necessidades da administração pública e da sociedade civil, bem como para consolidar
as ações de enfrentamento à prática de improbidade administrativa.
Destarte, a pesquisa se desenvolveu mediante quatro tópicos. O primeiro tratou
das principais leis tocantes à transparência na gestão pública, como também as
definições e idiossincrasias dos denominados Governo Eletrônico e Governança
Eletrônica. O segundo abordou a metodologia adotada na pesquisa. O terceiro tópico
dispôs sobre a análise dos resultados obtidos. E o último apresentou as conclusões do
presente estudo.
2 DESENVOLVIMENTO

Este tópico discute a administração pública no contexto das comunicações e


tecnologia da informação, tratando dos princípios e da legislação brasileira que regem a
disponibilização dos dados administrados pelo Estado e a garantia do acesso a essas
informações pela população. Além disso, são apresentadas e conceitos definições de
Governo Eletrônico e Governança Eletrônica, como ferramentas tecnológicas utilizadas
pelas administrações públicas na atualidade, bem como suas especificidades e
disponibilidade. Entende-se que esses conceitos são essenciais para a generalização
inicial dos tópicos que serão abordados durante o estudo.

2.1 Legislação brasileira e transparência na Gestão Pública

A transparência na administração pública brasileira anda de mãos dadas com a


tecnologia, buscando atender as necessidades sociais da população, mas sobretudo o
cumprimento da legislação vigente.
Para Angélico (2012), transparência é o ato de garantir a visibilidade e a
acessibilidade das ações das entidades da sociedade civil pelos gestores públicos. Por
sua vez, as ações dos governos em todas as esferas, são cada vez mais monitoradas e
há necessidade de transparência, pois o estabelecimento de uma verdadeira
democracia está relacionado aos dados abertos (atuais e anteriores).
Cruz, Silva e Santos (2009) descrevem a transparência como um dos chamados
princípios da governança pública, que será melhor enfatizado posteriormente. Os
autores também ressaltam que os dados públicos precisam não apenas fornecer
informações, mas também torná-los compreensíveis para quem os acessa. Para que
haja tal entendimento, é necessário o conhecimento prévio dos dois principais
princípios da legislação vigente sobre a conduta da transparência administrativa na
administração pública no Brasil atual, conforme será demonstrado a seguir.
2.1.1 Lei da Transparência

Em 27 de maio de 2009, foi promulgada a Lei da Transparência como Lei


Complementar nº 131. O objetivo primordial desta LC (Lei Complementar) é alterar a
redação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LCR) para identificar de forma inovadora e
em tempo real as instituições financeiras relacionadas à execução orçamentária (Brasil,
2009), abrangendo todos os entes federativos e divulgando os dados, conforme a
classificação listada no Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Lei Complementar 131/2009 - Divulgação

Fonte: Adaptado de Brasil (2009).

A divulgação precisa, ainda, ocorrer em meios eletrônicos de acesso público


através da internet, de forma e em linguagem também acessível aos cidadãos,
possibilitando a transferência de arquivos.
A obrigatoriedade não específica a criação de um Portal da Transparência,
embora esse venha sendo o meio mais utilizado pelas gestões em todo o país, uma vez
que permite a concentração de todas as informações em um só ambiente.
No que se refere aos prazos de publicação, a LCP supracitada estabelece as
seguintes delimitações, conforme aponta o Quadro 2.
Quadro 2 – Lei Complementar 131/2009 - Publicação

Fonte: Adaptado de Brasil (2009).

Também é importante destacar o Decreto nº 7.185/2010, que estabelece prazo


específico para publicação em tempo real, até o primeiro dia útil após a data de registro
da contabilidade no sistema. Se o prazo mencionado não for atingido, é tomada uma
decisão para impedir que a entidade responsável receba uma atribuição voluntária.
Como exemplo prático de atendimento à LCP 131/2009, o Portal da
Transparência do governo federal disponibiliza dados sobre recursos federais
repassados a estados e municípios, permitindo que eles coletem dados relativos às
suas unidades e divulguem em seus próprios sistemas.
Embora a Lei da Transparência permita a divulgação de dados públicos, os
municípios e até mesmo o governo federal ainda carecem de informações
transparentes e reais, retendo, por vezes, dados necessários ao conhecimento público,
expondo, assim, a necessidade de mais verificações no âmbito da legislação vigente e
comprovação da fiscalização popular dos gastos públicos. O que antes poderia ser
passado despercebido, agora está sendo identificado e divulgado em minutos, gerando
ainda mais "pressão" pela regularização dos serviços públicos prestados.
Mesmo assim, a legislação segue desenvolvendo novas diretrizes e marcos
regulatórios, que serão explicados no próximo tópico.

2.1.2 Lei de Acesso à Informação

A Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, Lei de Acesso à Informação


Pública, foi criada para ampliar os mecanismos de acesso a informações e documentos,
estabelecendo o princípio do acesso como regra e do sigilo como exceção, devendo a
administração pública atender as necessidades da sociedade (PIRES, 2013). Seus
principais pontos foram criados e publicados em 2012 no Portal Eletrônico do Fórum de
Acesso à Informação Pública. Em relação ao cumprimento, as entidades por ele
estabelecidas podem ser destacadas conforme o Quadro 3.

Quadro 3 – Lei 12.527/2011 - Cumprimento

Fonte: Adaptado de Brasil (2011).

A Lei de Acesso à informação estipula que a transparência deve ser proativa, ou


seja, informações de interesse público devem ser divulgadas independentemente da
solicitação e seu conteúdo é dividido em 02 categorias, conforme mostra a Figura 1 a
seguir:

Figura 1 - Classificação do conteúdo - Lei 12.527/2011

Fonte: Adaptado de Brasil (2011).

Assim, assim como as leis de transparência, as leis de acesso à informação


tratam da divulgação de dados públicos, porém, esta última apresenta as ferramentas
necessárias para facilitar o acesso dos cidadãos às informações necessárias. Por
exemplo, um portal eletrônico precisa fornecer ferramentas de pesquisa e indicar
detalhes de contato (e-mail e/ou telefone) para a instituição. Ao acessar o portal, deve
ser possível baixar as informações em formato de planilha e/ou texto. Além disso, o
sistema do portal deve ser aberto, possibilitando mecanismos automáticos de coleta de
informações. Os portais também devem aderir aos padrões de acessibilidade da web e
garantir a autenticidade e integridade das informações divulgadas em suas páginas.
No entanto, a Lei de Acesso à Informação não trata apenas de meios eletrônicos,
mas também de serviços físicos aos cidadãos. Ela estipula que todos os órgãos
públicos devem ter as estruturas e pessoal necessários para prestar serviços de
informação ao público, a fim de poder orientar os cidadãos sobre o acesso aos dados
disponíveis, bem como receber solicitações e informar sobre o andamento de tais
trabalhos. Também são realizadas audiências públicas e relatórios periódicos sobre o
cumprimento da lei. Portanto, a Lei de Acesso à Informação pode ser apontada como
mais um avanço em prol da democracia. Em tese, suas diretrizes visam promover a
participação cidadã e fortalecer os meios de controle da gestão pública. Na prática, há
desafios em sua aplicação e conformidade, principalmente na transparência dos dados
disponíveis.
Assim, podemos ver a necessidade de uma participação conjunta das leis até
agora divulgadas para permitir uma maior fiscalização do seu cumprimento. O Estado
Democrático de Direito só poderá ser plenamente estabelecido se essas diretrizes
saírem do documento e forem devidamente implementadas e aplicadas, resultando em
uma governança digital efetiva e eficiente, conforme será melhor definido a seguir.

2.2 Governança Digital: definição e particularidades

Desde o advento da Internet em todo o mundo, seu uso possibilitou a


disseminação de inúmeras informações, úteis ou não, para os mais diversos fins. O
campo da administração pública não é exceção. Com a implantação dos sistemas
eletrônicos, os serviços de atendimento ao cidadão e o acesso às informações dos
dados governamentais são disseminados, permitindo maior cobertura e atualização
contínua.
Nesse contexto, os órgãos públicos brasileiros em todos os âmbitos (federal,
estadual e municipal), para atender a legislação vigente, têm buscado implantar portais
eletrônicos para divulgar informações sobre suas ações, políticas, projetos e prestar
serviços diretamente à população. Essas ferramentas vêm auxiliando a administração
pública a desempenhar e integrar suas funções, tornando a gestão mais transparente e
democrática. Com a implementação dessas ferramentas, pode-se observar o
surgimento de novos conceitos na administração pública, como governo eletrônico e
governança digital.
O governo eletrônico ou e-government (e-Gov) pode ser definido como o uso de
modernas tecnologias de informação e comunicação (TIC) pelo corpo diretivo para
democratizar o acesso à informação pública, expandir e simplificar a prestação de
serviços. No Brasil, a política de governo eletrônico segue um conjunto de diretrizes que
atuam em três eixos fundamentais: com os cidadãos; melhorando a própria governança
interna; e integrando o governo com parceiros e fornecedores (PIRES, 2013).
No entendimento de Mezzaroba (2015), o governo eletrônico é construído como
um modelo de gestão governamental que contém um importante conjunto de diretrizes
e ferramentas técnicas para a realização de ações na chamada sociedade da
informação.
Esse modelo de gestão, por sua vez, é caracterizado por uma série de fases e
tipos de relacionamento distintos. Barbosa (2018) propõe uma relação, demonstrando a
diversidade de métodos identificados, disponíveis em estudo do Instituto Brasileiro de
Informação Científica e Tecnológica - IBICT. No Quadro 4, a proposta de Barbosa
(2018) é combinada com modelos adotados pelo Brasil, OCDE e Nações Unidas.
Quadro 4 – Lei 12.527/2011 - Classificação de documentos confidenciais

F
Fonte: Adaptado de Barbosa (2018).

Os modelos listados no quadro acima demonstram a heterogeneidade dos tipos


de governo eletrônico implementados em diferentes localidades. No entanto, pode-se
verificar que embora os modelos sejam diferentes, eles possuem fases introdutórias,
intermediárias e de desenvolvimento, assumindo que todos possuem um objetivo
semelhante de buscar melhorar o comportamento dos governos em suas
administrações. Como sugerido por Barbosa (2008) e Dias (2005), essas fases estão
muito próximas do que propõem, pois também fornecem um conjunto de diretrizes
graduais para a evolução do governo eletrônico, a partir do estado de emergência e em
um estado virtual.
Nesse contexto, o modelo brasileiro de governo eletrônico apresenta três
aspectos: integração externa, gestão interna e integração entre processos e serviços,
indicando a base estrutural das chamadas TIC (Tecnologia da Informação e
Comunicação). Segundo Borges (2005), o Brasil já está na penúltima fase
(transacional) se for considerado o modelo da ONU. Para o autor, o Estado ainda não
amadureceu para a última etapa, a etapa virtual.
De acordo com o modelo apresentado, pode ser entendido como implementação
efetiva em determinados cenários. Diferentes tipos de governo eletrônico ainda
enfrentam obstáculos e paradigmas que precisam ser superados, especialmente em
termos de disponibilidade de informação; sistemas independentes (abertos); e
processamento de dados estratégias. Portanto, é necessário encontrar soluções
baseadas em políticas de comunicação e atualização tecnológica que promovam a
relação entre a gestão pública e a sociedade. Assim como o governo eletrônico, o
termo governo eletrônico possui muitas definições nas mais diversas organizações
internacionais. Atualmente, esta pesquisa vai aderir ao conceito proposto pelas Nações
Unidas (2002), que afirma:
“Governança não é necessariamente uma “entidade física”, nem é o
ato de governar sobre cidadãos. É mais realisticamente entendida como um
processo: o processo por meio do qual instituições, organizações e cidadãos
“guiam” a si próprios. Governança trata, também, da interação entre o setor
público e a sociedade, e de como esta se organiza para a tomada de decisão
coletiva, de modo a que sejam providos mecanismos transparentes para que
tais decisões se materializem” (2002, p. 53-54).

Partindo do atual cenário de globalização e competição, no qual a sociedade em


geral está inserida, o exercício da cidadania pode ser visto como uma mudança que
ocorre com a disseminação da inovação tecnológica. O nível de exigências quanto ao
acesso a produtos e serviços está aumentando. Para os serviços públicos, não é
diferente. Fornecer informações aos cidadãos e facilitar o acesso aos dados públicos é
responsabilidade das entidades governamentais. Conforme apontado por Borges
(2005) e Salimen e Ramos (2011), cabe à instituição publicar e projetar um site
corretamente. É necessário que os autores considerem os seguintes atributos para tais
publicações: informação, design, navegabilidade, conteúdo e interatividade para sua
satisfação.
Assim, o estabelecimento e a aplicação desses níveis poderão proporcionar
soluções para os serviços de governança eletrônica, pois podem trazer diversos
benefícios, tais como: maior cobertura dos canais de informação, redução dos custos
operacionais, agilidade dos serviços prestados, principalmente maior participação da
população, cumprindo, assim, o objetivo de inclusão digital.
3 CONCLUSÃO

As ações de transparência do governo exigem coerência entre a ética e as


políticas públicas, que há muitos anos se configuram como fundamento básico da
administração pública, mas também é um desafio. O acesso à informação e a
participação pública na gestão administrativa visa promover essa integração e o
estabelecimento de instituições democráticas, ao mesmo tempo que promove a
redução de comportamentos burocráticos e improbatórios, comuns na história da
política nacional.
Nesta pesquisa, procurou-se enfatizar o pensamento acerca do tema
“Mecanismos de Governança Digital na Gestão Pública”. Considerando a análise sob
todos os ângulos, por meio de adequado embasamento, pode-se afirmar que os
objetivos propostos foram atendidos de forma satisfatória.
Com a explanação das principais leis referentes à transparência de informações
públicas e suas diretrizes, percebeu-se de que modo o alcance dos dados públicos
pelos cidadãos/usuários deve ser disponibilizado atualmente.
Em relação ao cumprimento dos parâmetros exigidos na Lei de Acesso à
Informação Pública (Lei Federal nº 12.527/2011), foram verificados, sobretudo, através
da implantação de portais eletrônicos dos municípios brasileiros.
Portanto, diante da análise realizada, este estudo propõe que, para uma
governança eletrônica efetiva, participativa e transparente, é necessário cumprir
integralmente as normas estabelecidas pela LAI, bem como aumentar os incentivos à
participação popular nas decisões de ação e projetos implementados pelos governos
municipais, a fim de promover o fortalecimento da administração em todas as áreas,
resguardando os direitos sociais dos cidadãos e restaurando sua confiança no poder
público.
Ademais, este estudo tem como objetivo fazer recomendações para trabalhos
futuros. Assim, os seguintes temas são propostos para pesquisas futuras:
• Ampliação da temática para municípios específicos;
• Desenvolvimento de propostas de acessibilidade e de promoção à participação
popular em portais eletrônicos.
O estudo apresentou limitações significativas quanto ao universo e a amostra,
uma vez que a pesquisa poderia abranger um ou mais municípios, em específico e,
assim, obter dados comparativos entre eles, o que tornaria o estudo mais completo.

4 REFERÊNCIAS

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desdobramentos à accountability democrática no Brasil. 2012. (Mestrado). Escola de
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http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/31952. Acesso em: 14 dez. 2021.

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de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp131.htm. Acesso em: 17 dez. 2021

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