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Abstract: This article explores the evolution of budget management in Brazil, from the
centralization of power in public finances to the promulgation of the "Citizen Constitution" of
1988, which established democratic and transparent principles in the allocation of resources.
Highlighting the importance of responsible management and financial transparency in
building a fair and trustworthy society. Budget transparency is a powerful tool in the fight
against corruption and improving public services, promoting citizens' trust in public
institutions. On the other hand, poor budget management can result in wasted resources,
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Jeziel Michenko. Acadêmico cursando o 8º semestre do curso de Ciências Contábeis da Faculdade (UNIFAMA,
Guarantã do Norte-MT, 2023).
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excessive debt, lack of investment in essential areas and economic instability. Lack of trust in
public institutions undermines civic participation and harms socioeconomic development.
Restoring public trust requires substantial efforts in terms of transparency, accountability and
responsible financial management. In this way, effective budget management plays a
fundamental role in responsible governance and sustainable development, promoting trust,
efficiency and quality in public services.
1. INTRODUÇÃO
A gestão orçamentária desempenha um papel central na administração pública, moldando não
apenas a alocação de recursos financeiros, mas também a percepção e a visão que a sociedade
tem sobre os órgãos públicos. Em um contexto em que a eficiência e a accountability são cada
vez mais valorizadas, a forma como as organizações governamentais planejam, executam e
comunicam seus orçamentos tem um impacto profundo na confiança do público, na
legitimidade das instituições e, consequentemente, na qualidade dos serviços prestados.
Neste artigo, exploramos a sua transformação no Brasil, desde sua centralização no passado
até a promulgação da "Constituição Cidadã" de 1988, que estabeleceu as bases para uma
abordagem mais democrática e transparente. À medida que mergulhamos na discussão sobre
as consequências de uma má gestão orçamentária, abordamos a quebra de confiança nas
instituições públicas como uma consequência significativa, que pode minar a democracia e
prejudicar a capacidade do governo de agir de forma eficaz.
Neste sentido, este artigo destaca a importância crucial da gestão orçamentária responsável e
da transparência financeira na construção de uma sociedade mais justa, participativa e
confiável. Através de uma análise profunda desses temas, esperamos fornecer insights
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valiosos sobre como a sua eficácia pode moldar o presente e o futuro do Brasil, promovendo o
bem-estar de todos os cidadãos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2. Da Gestão Orçamentária
No Brasil colonial, o sistema contábil era rudimentar e muitas vezes desorganizado. Com o
passar dos anos e o crescimento do país, houve uma maior necessidade de gestão eficaz, tendo
passado por diversas transformações ao longo da história do Brasil. Antes da Constituição de
1988, o país tinha um modelo orçamentário centralizado, onde o Executivo detinha grande
poder na alocação de recursos, com pouca participação do Legislativo e da sociedade civil.
Assim descrito conforme pesquisa desenvolvida pelo método de abordagem qualitativa com
meios bibliográficos e telematizados. Segundo estudo feito pelo Projeto Maxwell (PUC- Rio,
2006), “A pesquisa é bibliográfica e telematizada pela utilização de teses, dissertações,
artigos, livros, jornais e sites na internet para desenvolver e suportar os objetivos propostos
neste estudo.”, o que abrange uma vasta gama de informações utilizadas no estudo a respeito
da gestão orçamentária.
De acordo com Ribeiro (2004, p.99) “a preocupação com o controle, em seu sentido mais
amplo, embora em alguns casos de forma bastante superficial, sempre esteve presente nos
textos constitucionais brasileiros”, porém, a atuação dos órgãos de controle era voltada, quase
que basicamente, a aspectos formalísticos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) foi outra legislação crucial.
A Lei estabeleceu regras rígidas para o controle dos gastos públicos, limitando a capacidade
de endividamento dos governos, impondo metas de resultado fiscal e estabelecendo
mecanismos de responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
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Conforme a Lei Complementar 101/2000, o processo orçamentário envolve a elaboração do
Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual
(LOA). O PPA define as diretrizes, metas e objetivos do governo para um período de quatro
anos. A LDO estabelece as regras e metas para a elaboração do orçamento do ano seguinte,
enquanto a LOA detalha o orçamento propriamente dito.
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executadas em períodos anteriores, quando prevê ampla divulgação, inclusive por
meios eletrônicos e divulgação de audiências públicas, dos planos, diretrizes
orçamentárias, orçamentos, relatórios periódicos da execução orçamentária e da
gestão fiscal, bem como das prestações de contas e pareceres prévios emitidos pelos
tribunais de contas (SILVA, 2009, p. 10).”
A responsabilização dos envolvidos em casos de corrupção perante a lei se torna mais eficaz
quando há exposição pública desses casos. Isso cria pressão para que os responsáveis
enfrentem as consequências legais, promovendo uma cultura de integridade e
responsabilidade no serviço público.
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A divulgação das informações permite que os cidadãos influenciam as decisões do governo,
direcionando os recursos para áreas que consideram mais importantes, como educação, saúde
e infraestrutura, assim promovendo um orçamento mais alinhado com as necessidades da
população. O direito que os cidadãos têm para acesso às informações públicas é assegurado
pela Constituição Federal de 1988 que diz:
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;” (Brasil, 1988)
Sabendo que suas ações estão sob escrutínio público, os governos são incentivados a cortar
gastos desnecessários e otimizar a utilização dos recursos disponíveis, buscando uma gestão
financeira mais eficiente.
A accountability fiscal também é fundamental para que os contribuintes entendam como seu
dinheiro é gasto, o que fomenta uma cultura de responsabilidade fiscal e uma maior
compreensão das políticas governamentais.
Ao monitorar a qualidade dos serviços públicos, como escolas e hospitais, os cidadãos podem
influenciar positivamente as políticas governamentais. A exposição pública dos resultados dos
serviços cria pressão para melhorias na qualidade e na eficácia.
Os prestadores de serviços públicos também são responsabilizados de forma mais eficaz desta
maneira. Quando os resultados são públicos, eles têm um incentivo adicional para oferecer
serviços de alta qualidade.
A transparência, por fim, promove a participação cidadã na melhoria dos serviços públicos,
envolvendo os cidadãos nas discussões sobre políticas públicas e na avaliação do desempenho
governamental.
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corrupção, mas também promove a eficiência na alocação de recursos e a melhoria da
qualidade dos serviços públicos. Silva (2009) afirma que, ao empoderar os cidadãos com
informações e ferramentas para influenciar positivamente a governança, molda-se uma visão
mais positiva e confiável dos órgãos públicos, fortalecendo a democracia e a
responsabilização.
Segundo Codato, et al. (2018), uma má gestão orçamentária também pode contribuir para a
instabilidade econômica. Decisões orçamentárias inadequadas podem resultar em flutuações
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na inflação, no crescimento econômico e no desemprego, afetando negativamente a confiança
dos cidadãos na economia e sua qualidade de vida.
Sendo assim, uma gestão orçamentária deficiente não prejudica apenas a entidade
responsável, mas também tem sérios impactos na sociedade como um todo, portanto, é crucial
que governos, organizações e empresas adotem essas práticas responsáveis. Ao fazê-lo,
podem evitar essas consequências negativas e promover o uso eficiente e eficaz dos recursos
financeiros, contribuindo para o bem-estar socioeconômico de suas comunidades e nações.
Quando mal executada a gestão, pode ocorrer uma série de problemas que afetam não apenas
as entidades públicas, mas também a sociedade como um todo. A quebra de confiança da
população é uma das consequências mais significativas da má execução na contabilidade
pública. A forma como as finanças públicas são gerenciadas desempenha um papel crucial
nessa confiança, que é um pilar fundamental na relação entre o governo e os cidadãos.
Sem o apoio da população, torna-se difícil para o governo implementar políticas públicas
eficazes. Quando os cidadãos percebem que os recursos públicos não são gerenciados de
forma responsável, eles podem sentir que seus impostos estão sendo desperdiçados. Essa
percepção aumenta a resistência à carga fiscal e à aprovação de medidas que exijam mais
recursos financeiros, impactando negativamente a capacidade do governo de financiar
projetos essenciais.
Quando os cidadãos percebem que o governo não está atendendo às suas necessidades, não
está sendo transparente para o povo ou está envolvido em práticas corruptas, o
descontentamento pode crescer. Os protestos muitas vezes se tornam um meio de expressar
essa insatisfação e de chamar a atenção para questões importantes. É importante destacar que
o fortalecimento da cidadania e a consolidação do controle social como elementos
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significativos na luta contra a corrupção no país dependem de fatores cruciais, como a
transparência e a educação (Mendes, Oleiro e Quitana, 2008)
3.0 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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