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AS TECNOLOGIAS INFORMACIONAIS E OS EXCLUÍDOS DIGITAIS

DA AMAZÔNIA: O PAPEL DA JURISDIÇÃO NA CONSECUÇÃO DE DIREITOS


Bruno Mello Corrêa de Barros
Daniela Richter
Patrícia dos Reis

O ensaio tem como viés principal analisar a interface existente entre as Tecnologias Informacionais e a
sustentabilidade ambiental, os eixos tecnológicos que as conectam e que podem propiciar medidas
necessárias para um desenvolvimento sustentável através do acesso à informação. Ademais, pretende-se
explanar a respeito dos excluídos digitais, àqueles que não utilizam da Internet ou que a ela não possuem
acesso, bem como questionar o papel da jurisdição na consecução de um meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Nesse ínterim, como aporte metodológico utilizou-se o método de abordagem dedutivo,
propiciando uma visão ampla acerca da revolução informacional e das TICs como instrumentos necessários
à efetivação da sustentabilidade através do amplo e irrestrito acesso à informação, ainda, da jurisdição na
consecução do direito a um meio ambiente sustentável, já quanto ao método de procedimento, utilizou-se do
procedimento monográfico ou de estudo de caso, vislumbrando os excluídos digitais, localizados no Norte e
Nordeste do país.

PALAVRAS-CHAVE: Direitos; Excluídos Digitais; Jurisdição; Sustentabilidade; Tecnologias.

CONCLUSÃO
Em sede de apontamentos conclusivos, é necessário referenciar acerca do uso das novas tecnologias
informacionais e a ampliação do espaço público de questões que pertinem à coletividade, a troca e o acesso a
novos conteúdos noticiosos e informacionais vêm remodelando a sociedade contemporânea na medida em
que permitem ao cidadão comum expressar sua opinião, criar, editar e difundir informações. Nesse ínterim
rompe-se totalmente com a lógica unidirecional da grande mídia que tem por base a comunicação
centralizada e baseada apenas no emissor, sem a possibilidade de conversação entre os usuários.

A sociedade informacional, ou seja, aquela forma social definida por Castells que tem no cerce a informação
como motriz principal, reconfigura o espaço da malha social, empoderando o cidadão e permitindo-lhe a
efetivação de direitos e a consecução de demandas essenciais à sua vida. Nesse contexto, o primeiro eixo
encarregou-se de explanar acerca da revolução provocada pelas Tecnologias da Informação e Comunicação,
sobretudo aquelas calcadas na Internet, edificando a sociedade informacional, de modo a garantir o amplo
acesso a informações quando se trata de matéria ambiental, exasperando os conteúdos ecológicos acerca do
panorama ecológico atual. Esse processo crescente de compartilhamento de informações na Internet vem
gerando expressivas mudanças, também no que diz respeito às relações de poder na atualidade, tal mudança
favorece o surgimento de uma (re)politização da sociedade na medida em que propicia novos olhares para os
fatos e amplia o espaço de crítica e discussão sobre as questões ambientais.

Também fora alvo de visualização no presente ensaio o papel da jurisdição, como um efetivo instrumento de
consecução de direitos e balizador de demandas processuais. Neste mote, fora reverberado sobre a utilização
da jurisdição como ferramenta de promoção de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, renegando a
sua concepção econômica e liberal-individualista que até então se mostra presente. Neste contexto,
prescindiu-se a necessidade de uma jurisdição em total compasso com os ditames e prerrogativas expostas e
solidificadas na Constituição Federal de 1988.

O segundo ponto explorado no artigo refere acerca do cenário observado na região Norte e Nordeste do país
que sofre à margem dos Estados, do Governo Federal e das instituições e empresas da iniciativa privada que
não incrementam ou destinam investimentos em recursos tecnológicos para propiciar a utilização da Internet,
é o caso dos excluídos digitais da Amazônia. No mesmo ponto fora explorado o ciberativismo realizado
pelos povos amazonenses, o que reverbera a luta por direitos e garantias fundamentais, além de propiciar
uma visualização da envergadura das tecnologias informacionais na consecução de direitos e efetivação
de demandas.

Desta feita, apesar do grande impacto causado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação na
sociedade contemporânea, deve-se ter consciência de que esta ágora virtual, que consiste em um espaço
profícuo para debate de questões e acesso a informações, ainda está chancelada a um restrito e diminuto
grupo de pessoas que possuem acesso à Internet e a tais tecnologias, de modo que também possuem
habilidade para saber utilizar todas as potencialidades ofertadas por essas ferramentas. De qualquer forma,
não há como negar o fenômeno da virtualidade e da convergência digital, que revoluciona a interação entre
os cidadãos, deslocando os do polo passivo e apontando-os como interlocutores com o poder público,
expressando suas opiniões e ideias, especialmente sobre matérias de interesse coletivo, como a ambiental e
de sustentabilidade, como referido no presente artigo.

AS TECNOLOGIAS INFORMACIONAIS E OS EXCLUÍDOS DIGITAIS


DA AMAZÔNIA: O PAPEL DA JURISDIÇÃO NA CONSECUÇÃO DE DIREITOS
Gabriel Nascimento de Carvalho
Simone Helen Drumond Ischkanian

As tecnologias informacionais, como a internet e os dispositivos eletrônicos, têm desempenhado um


papel cada vez mais importante na sociedade moderna. No entanto, o acesso a essas tecnologias ainda é
desigual em muitas partes do mundo, incluindo a região amazônica. Isso resulta na existência de excluídos
digitais, ou seja, pessoas que não têm acesso adequado às tecnologias informacionais e, portanto, enfrentam
barreiras para desfrutar de seus benefícios.

Na Amazônia, onde muitas comunidades vivem em áreas remotas e isoladas, a exclusão digital é um
desafio significativo. A falta de infraestrutura de telecomunicações, como redes de internet de alta
velocidade, torres de comunicação e eletricidade, limita o acesso das comunidades locais às tecnologias
informacionais. Isso resulta em dificuldades para acessar informações, serviços públicos, oportunidades
educacionais, plataformas de comércio eletrônico e participação em atividades digitais.

Nesse contexto, o papel da jurisdição é fundamental para garantir que os direitos das pessoas excluídas
digitalmente sejam protegidos e que sejam tomadas medidas para reduzir a exclusão digital na Amazônia.
Algumas ações que podem ser tomadas incluem:

1. Políticas públicas: Os governos devem desenvolver políticas públicas voltadas para a inclusão
digital na Amazônia, incluindo investimentos em infraestrutura de telecomunicações e incentivos para
provedores de internet oferecerem serviços em áreas remotas. Essas políticas devem ser direcionadas
especificamente para atender às necessidades das comunidades locais, levando em consideração suas
características e demandas específicas.
2. Regulação e incentivos: A jurisdição pode estabelecer regulamentações e incentivos para promover
o acesso à internet e às tecnologias informacionais na Amazônia. Isso pode incluir a concessão de subsídios
ou incentivos fiscais para provedores de internet que oferecem serviços em áreas remotas, a regulamentação
de tarifas de telecomunicações acessíveis e a promoção de parcerias público-privadas para expandir a
infraestrutura de telecomunicações.
3. Capacitação e educação: É importante investir em programas de capacitação e educação digital para
as comunidades amazônicas. Isso envolve fornecer treinamento em habilidades digitais básicas, como uso de
computadores e internet, e promover a alfabetização digital. Além disso, as escolas devem integrar a
educação digital em seus currículos, preparando os estudantes para um mundo cada vez mais digitalizado.
4. Parcerias e cooperação: A jurisdição pode buscar parcerias e cooperação com organizações da
sociedade civil, setor privado e instituições internacionais para promover a inclusão digital na Amazônia.
Essas parcerias podem envolver a implementação de projetos conjuntos, compartilhamento de
conhecimentos e recursos, e troca de boas práticas em relação à inclusão digital.
5. Sensibilização e participação: A jurisdição desempenha um papel importante na sensibilização da
sociedade sobre a importância da inclusão digital e na promoção da participação.
A SOCIEDADE INFORMACIONAL E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
A INTERFACE DA JURISDIÇÃO NA PROMOÇÃO DE UM MEIO AMBIENTE
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO

Gabriel Nascimento de Carvalho


Simone Helen Drumond Ischkanian

A sociedade informacional, caracterizada pela ampla disseminação e uso de tecnologias da informação e


comunicação, tem uma relação complexa com a sustentabilidade ambiental. Por um lado, as tecnologias
informacionais podem desempenhar um papel importante na promoção da sustentabilidade, fornecendo
ferramentas para a coleta e análise de dados ambientais, comunicação eficiente e disseminação de
informações sobre questões ambientais. Por outro lado, o rápido avanço das tecnologias digitais pode levar a
um aumento do consumo de recursos naturais e gerar impactos ambientais significativos, como a produção
de lixo eletrônico e o consumo excessivo de energia.

Nesse contexto, a jurisdição desempenha um papel essencial na promoção de um meio ambiente


ecologicamente equilibrado. Algumas formas pelas quais a jurisdição pode atuar são:

1. Legislação ambiental: A jurisdição tem a responsabilidade de estabelecer legislação ambiental


robusta e atualizada, que promova a proteção e conservação do meio ambiente. Essas leis devem abordar
questões como a preservação de ecossistemas, a redução da poluição, a gestão adequada dos recursos
naturais e a proteção da biodiversidade. A legislação deve ser clara, aplicável e sujeita a fiscalização e
sanções efetivas.
2. Fiscalização e cumprimento da legislação: A jurisdição deve garantir a fiscalização e o cumprimento
da legislação ambiental por meio de mecanismos de controle e monitoramento. Isso envolve a capacitação de
órgãos de fiscalização, como agências ambientais, para realizar inspeções e aplicar sanções quando
ocorrerem violações. Além disso, a jurisdição pode promover a participação da sociedade civil no
monitoramento ambiental e na denúncia de infrações.
3. Incentivos econômicos: A jurisdição pode utilizar incentivos econômicos, como impostos verdes e
subsídios para práticas sustentáveis, para promover a adoção de comportamentos e práticas empresariais que
levem à sustentabilidade ambiental. Esses incentivos podem estimular investimentos em energias
renováveis, eficiência energética, produção limpa e outras ações que reduzam o impacto ambiental.
4. Educação e conscientização: A jurisdição pode promover a educação ambiental nas escolas e na
sociedade em geral, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da sustentabilidade
ambiental. Isso envolve a inclusão de conteúdos relacionados ao meio ambiente nos currículos escolares, a
realização de campanhas de conscientização e a promoção de programas de capacitação e treinamento.
5. Parcerias e cooperação: A jurisdição pode buscar parcerias e cooperação com outras jurisdições,
organizações da sociedade civil, setor privado e instituições internacionais para enfrentar os desafios
ambientais de forma conjunta. Isso pode envolver a troca de conhecimentos, recursos e experiências, bem
como o estabelecimento de compromissos e acordos internacionais para a proteção do meio ambiente.

Em suma, a jurisdição desempenha um papel fundamental na promoção de um meio ambiente


ecologicamente equilibrado.
O DESAFIO DO USO DAS TECNOLOGIAS INFORMACIONAIS PELOS
EXCLUÍDOS DIGITAIS: UM OLHAR SOBRE O PRISMA DO CIBERATIVISMO
NA AMAZÔNIA

Gabriel Nascimento de Carvalho


Simone Helen Drumond Ischkanian

O acesso limitado às tecnologias informacionais na região amazônica cria um desafio para os excluídos
digitais, ou seja, as pessoas que não têm acesso adequado à internet e aos dispositivos eletrônicos. Nesse
contexto, o ciberativismo pode desempenhar um papel importante na promoção dos direitos dos excluídos
digitais e na busca por inclusão digital na Amazônia.

O ciberativismo refere-se ao uso das tecnologias de informação e comunicação, como a internet e as redes
sociais, para a mobilização e a defesa de causas sociais, políticas e ambientais. Na Amazônia, o
ciberativismo pode ser uma ferramenta para aumentar a conscientização sobre a exclusão digital na região e
para pressionar por políticas e ações que promovam o acesso equitativo às tecnologias informacionais.

Alguns aspectos importantes a serem considerados são:

1. Conscientização e visibilidade: O ciberativismo pode ser usado para destacar a realidade dos
excluídos digitais na Amazônia, compartilhar suas histórias e desafios, e chamar a atenção do público e das
autoridades para a necessidade de soluções. Por meio de blogs, vídeos, campanhas nas redes sociais e outras
formas de mídia digital, é possível ampliar a visibilidade e gerar empatia em relação à exclusão digital na
região.
2. Organização e mobilização: O ciberativismo pode permitir que os excluídos digitais se organizem e
se mobilizem para buscar soluções para a exclusão digital. Por meio de grupos nas redes sociais, fóruns
online e outras plataformas digitais, é possível compartilhar informações, trocar experiências e construir
redes de apoio. Essas redes podem fortalecer a voz dos excluídos digitais e criar pressão social por políticas
de inclusão digital mais efetivas.
3. Advocacia e engajamento político: O ciberativismo pode ser utilizado para advogar por mudanças
políticas e regulatórias que promovam a inclusão digital na Amazônia. Isso pode envolver o uso das redes
sociais para pressionar autoridades, compartilhar petições online, participar de debates públicos e influenciar
a agenda política. O ciberativismo também pode ajudar a estabelecer parcerias com organizações da
sociedade civil, instituições acadêmicas e setor privado para buscar soluções conjuntas.
4. Capacitação digital: O ciberativismo pode incluir ações de capacitação digital para os excluídos
digitais na Amazônia. Isso pode envolver a realização de oficinas, treinamentos e programas de alfabetização
digital, a fim de desenvolver habilidades básicas de uso das tecnologias informacionais. A capacitação
digital é essencial para que os excluídos digitais possam aproveitar as oportunidades e recursos disponíveis
online.

É importante ressaltar que o ciberativismo deve ser inclusivo e representativo, levando em consideração a
diversidade de vozes e perspectivas na Amazônia. Além disso, é fundamental buscar parcerias com as
comunidades locais, valorizar o conhecimento tradicional e respeitar os direitos dos povos indígenas e das
populações tradicionais.

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