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Docentes :

Prof. Dr. Ronaldo Adriano Ribeiro da Silva


Prof. Dr. Thales Ravena Cañete
Disciplina : Interdisciplinaridade em Ciências Ambientais

Discentes:
Adriane Brito
Liene Vilhena
Thais Friaes
Wylderson Ferreira

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Seminário - Monoculturas da mente: perspectivas
da biodiversidade e da biotecnologia.

Capítulo 1 - Monoculturas da Mente


Capítulo 2 - Biodiversidade: uma Perspectiva do Terceiro Mundo
Capítulo 3 - Biotecnologia e Meio Ambiente
Capítulo 4 - A Semente e a Roca: Desenvolvimento Tecnológico e
Preservação da Biodiversidade
Capítulo 5 - A convenção sobre biodiversidade: uma avaliação segundo a
perspectiva do Terceiro Mundo.
❖ Convenção sobre Biodiversidade
❖ Declaração de Johanesburgo sobre Biopirataria, Biodiversidade e
Direitos Humanos das quais Vandana contribuiu.
A obra foi escrita na década de 90 e lançada no Brasil em 2003. 2
Monoculturas da mente: perspectivas da
biodiversidade e da biotecnologia.

Autora, Vandana Shiva


❖ Nascida no norte da Índia em Dehradum, 1952;
❖ Formada em Física e Filosofia pela Universidade de
Western Ontario, no Canadá;
❖ Pioneira em pesquisas sobre Biodiversidade e
Etinociência Nativa;
❖ Militante feminina e ativista ambiental;

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❖ Desde 1970, participa de fóruns internacionais contrários ao
desenvolvimento capitalista;
❖ A partir de 1982, ingressou como diretora da Fundação de Pesquisas
em Ciências e Tecnologia e Ecologia, em Nova Déli.
❖ Atualmente coordena o Fórum Internacional sobre Globalização junto a
Ralfh Nader e Jeremy Rilfkin e é consultora para questões ambientais.

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“Monoculturas da Mente”

A colonização europeia no final do séc. XV e mais recentemente, o


processo de globalização, imprimiu na sociedade um modelo de saberes,
que privilegiou e continua nos dias atuais, privilegiando o conhecimento do
colonizador ocidental, que usa o modelo capitalista, dentro de uma lógica
de dominação. Desprezando os saberes locais, bem como as suas
tradições.

Colonizadores Saberes superiores (conhecimentos científicos)


Colonizados Saberes inferiores (conhecimento
ancestral/anticientífico)

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“Monoculturas da Mente”

Para Shiva, confrontar os dois sistemas de saberes é colocar nesse


embate de forças, o conhecimento científico e o conhecimento local,
frente a frente e atribuir a vitória do primeiro sobre o segundo, de modo
que seja praticamente impossível competir. Ela apoia-se em outra
autora para referendar as suas ideias.

“Nem Deus, nem a tradição são privilegiados com a mesma


credibilidade de que desfruta a racionalidade científica das culturas
modernas...”
(HARDING, S. 2003. p. 24)6
“Monoculturas da Mente”

AS RACHADURAS DA FRAGMENTAÇÃO

“O saber local resvala pelas rachaduras da fragmentação. É eclipsado com


o mundo ao qual está ligado. Desse modo, o saber científico dominante cria
uma monocultura mental ao fazer desaparecer o espaço das alternativas
locais...” (Vandana Shiva p. 25)
Ex:
⮚ HANUNUS comunidade filipina, consegue distinguir 1600 espécies
vegetais.
⮚ Botânicos especializados, conseguem distinguir 1200 espécies vegetais.
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“Monoculturas da Mente”

Saberes Dominantes

Agricultura FLORESTA Silvicultura


(Trigo/Arroz) (madeira industrial - Eucalipto)

Saberes locais
alimentos
fertilizantes orgânicos
forragem
água
solo
ar 8
“Monoculturas da Mente”

CHIPKO, movimento que ocorreu no Himalaia em


1977, teve por objetivo, a luta pela preservação das
florestas, levando as comunidades a refletirem a
importância do manejo sustentável, criando um todo
indissociável entre o ser humano e o ecossistema, o
que na geografia seria um geossistema.

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“Monoculturas da Mente”

Dentro da Revolução Verde após a 2ª guerra mundial:

✔ VAR ( Variedade de Alto Rendimento)

✔ Selecionamento de sementes geneticamente modificadas.

✔ Tentativa de resolver o problema da fome, nos continentes mais


pobres (África, América Latina e Ásia)

✔ Disputas entre conhecimentos locais x grandes safras monocultoras.


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“Monoculturas da Mente”

Para o Dr. Palmer, mais importante do que o VAR é o VGR (Variedade


de Grande Receptividade), na qual as sementes precisam de altas cargas
de fertilizantes e irrigação em abundância, algo extremamente impactante
ao meio ambiente. Para ele, não existem as super sementes milagrosas,
elas não são melhores que as autóctones, o que existe, são interesses em
criar mais condições à exploração capitalista.

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“Monoculturas da Mente”

A maioria dos fertilizantes químicos, utilizados no mundo, são formado


por NPK - (Nitrogênio/Fósforo e Potássio), o grave problema para as
monoculturas, são as liberações do gás, ÓXIDO NITROSO, que está na
composição dos gases que elevam o efeito estufa, tornando um problema
ambiental.

Concluímos que a agricultura química, está contribuindo para o


aquecimento global, além de ampliar a insegurança alimentar, em áreas
mais vulneráveis, por meio da poluição dos solos, da água e da atmosfera.
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“Biodiversidade: uma perspectiva do Terceiro
Mundo”

Biodiversidade Diversidade ecológica Cultural

“A crise da biodiversidade a partir da perspectiva do Terceiro Mundo”

Erosão da Biodiversidade

Para a autora, a erosão da biodiversidade “ameaça ecossistemas de


sustentação da vida e o sustento de milhões de pessoas nos países
do Terceiro Mundo” (SHIVA, 2003,p. 89). E essa erosão caminha
junto com a vulnerabilidade ecológica das monoculturas e a
vulnerabilidade social de sistemas homogêneos.
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“Biotecnologia e Meio Ambiente”

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Biotecnologia e as novas Biotecnologias

⮚ As novas Biotecnologias envolvem técnicas mais avançadas na produção


que garantem mais produtividade na formulação de produtos e resultados
para a sociedade.
⮚ Entretanto, existem divergências sobre a segurança no manuseio de tais
técnicas de melhoramento genético, modificação de estruturas biológicas,
químicas, etc.
⮚ SHIVA, dividiu em dois grupos:
Engenharia Genética • Técnica avançada da Biologia molecular, Bioquímica e Genética
• Tecnologia de Recombinação de DNA

Nova Biotecnologia • Novos procedimentos celulares baseada na cultura de tecidos celulares


• Está presente nas indústrias primárias, secundárias e terciárias.

Ambas a serviço de grandes empreendimentos. 16


Biotecnologia e os Riscos Biológicos

⮚ SHIVA, aborda os impactos sobre as inovações tecnológicas que trazem custos


sociais, ecológicos e econômicos.
⮚ Apelo dos cientistas por segurança; Exportação de
⮚ Bactéria sem o gene do Gelo; Riscos para o
⮚ Hormônio do Crescimento Bovino BST. Terceiro Mundo

⮚ Países do Norte: Forte Legislação, opinião Pública,


Órgãos Públicos, restrição regulamentares;
⮚ Países do Sul: Fraca Legislação, menor
Consciência pública.
Sul Norte
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Biotecnologia e os Riscos Biológicos

⮚ De acordo com o Dr. Alan Goldhammer, da Associação de Biotecnologia


Industrial dos Estados Unidos “ O caminho para conseguir aprovação tem menos
obstáculos nas nações estrangeiras”.
⮚ Países de terceiro Mundo:

Fatores de Atração
• Testes autorizados “cobaias”
• Obter tecnologia dos paises
do Norte
• Resultados inesperados
• Participação dos grandes
Empreendimentos/ Lucro • Pouco controle, regulamentação • Comprometimento do Meio
Ambiente
e fiscalização
Reais Intenções • Interesses políticos Riscos
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Biotecnologia e os Riscos Químicos

⮚ A Revolução Verde, agricultura e as transformações


na produção de alimentos.
⮚ Excesso uso de Agrotóxicos e a “quimicalização” da
agricultura;
⮚ A Engenharia genética e as novas formas de
sementes resistentes a herbicidas e pesticidas;
⮚ Criação de um mercado de Biotecnologia e a cadeia
de dependência Grande Produtor
Rural/Transnacionais;
⮚ Biotecnologia e privatização.

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Biotecnologia e os Riscos Químicos

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Biotecnologia, Biossegurança e os riscos do
Terceiro Mundo

⮚ Sabemos que a biossegurança se relaciona ao controle e à minimização de riscos que possam


surgir da exposição, manipulação e uso de organismos vivos (geneticamente modificados ou não).

Considerações importantes da autora acerca da Biossegurança:

⮚ Preocupação acerca da utilização da Biotecnologia nos mais variados setores sem mensurar os
riscos de suas técnicas e produtos.

⮚ Anuência dos governos/insuficiente regulamentação e controle;

⮚ Experiências da entrada da nova Biotecnologia no terceiro Mundo e como os países do Sul são
utilizados como “cobaia” para experimentos;

⮚ Dominância de Transnacionais no processo de utilização da Biotecnologia.


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Biotecnologias

Inserção de Novas Tecnologias nos Países do Terceiro


Mundo

Quadro de Regulamentação das Busca de Resultados


Referências atividades Seguros

Tecnologias
Avaliação dos
socialmente
Maior fiscalização impactos sociais,
indesejadas precisam
ecológicos, humanos
ser evitadas

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Privatização da Biotecnologia

Vandana Shiva:
“A necessidade de direitos de propriedade
sobre os organismos vivos é essencial para
o próximo estágio de acumulação de capital
das grandes empresas globais. No âmago
das companhias estão o direito de
propriedades e patentes que garantem
lucros excluindo todos os outros dos
direitos e do acesso aos meios de
sobrevivência”. (SHIVA,2003 p. 153)

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“A semente e a roca: Desenvolvimento Tecnológico e
Preservação da Biodiversidade”

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Acesso: https://br.images.search.yahoo.com
“A semente e a roca: Desenvolvimento
Tecnológico e Preservação da Biodiversidade”

⮚ Preservação da Biodiversidade como algo independente da


tecnologia de produção;
⮚ Concentração de Biodiversidade;
⮚ Uso de Monocultura Uniformes;
⮚ O equívoco da baixa produtividade e a uniformidade é essencial
para a alta produtividade;
⮚ Uso do símbolo da ROCA DE GANDHI.
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“A Convenção sobre Biodiversidade: Uma Avaliação
Segundo a Perspectiva do Terceiro Mundo”

Controle Diversidade
Globalizar Administração biológica Biotecnologia
Propriedade

Finalidade
da REGULAMENTAÇÂO
Convenção BIODIVERSIDADE BIOTECNOLOGIA INTERNACIONAL

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“A Convenção sobre Biodiversidade: Uma Avaliação
Segundo a Perspectiva do Terceiro Mundo”

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

● Houve a recusa dos Estados Unidos em assinar a convenção


O presidente afirmou que o texto da convenção tem “falhas graves”.
Vandana Shiva critica: “Segundo a perspectiva ecológica, …as falhas foram
introduzidas pelos Estados Unidos nas negociações finais em Nairóbi e relacionam-
se em particular a questões de patenteamento e direitos de propriedade intelectual.”
(SHIVA,2003 p. 180)

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“A Convenção sobre Biodiversidade: Uma Avaliação
Segundo a Perspectiva do Terceiro Mundo”

As críticas de Vandana Shiva à Convenção


“É irônico que uma convenção feita para ● Confirma o direito soberano dos Estados
a proteção da biodiversidade tenha sido
01 ● Exclui a comunidade local do uso da diversidade
distorcida a ponto de se transformar
para a sua sobrevivência
numa convenção para explorá-la” (p.181)

“Pressuposto de que a biotecnologia é ● Desvalorização da biodiversidade, deixa de ser


essencial para a preservação e uso
02 meio de produção e passa a ser matéria prima
sustentável da diversidade ● Substituição pela uniformidade (biotecnologia)
biológica.”(p.181)
“... o fato de ter aceito patentes
● Cláusulas inseridas na última rodada de
03 na área de recursos vivos”
(p.182) negociação

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“A Convenção sobre Biodiversidade: Uma Avaliação
Segundo a Perspectiva do Terceiro Mundo”

As críticas de Vandana Shiva à Convenção


● Não regulamentação dos bancos de genes existentes.
“Exclusão dos bancos de genes ● Permissão oculta do patenteamento do conhecimento e
04 das safras agrícolas do mundo sementes já acumulados.
● Agricultores teriam que pagar preços elevados sem
inteiro.” (p.183)
compensação de seus conhecimentos

“Termos como “país de origem”, “condições in


situ” e “ecossistema” foram definidas de maneira ● Desvantagem para os interesses econômicos dos
05 a se prestarem a interpretações convenientes países em desenvolvimento
para os interesses do Norte.” (p.185)

“Aceitou os Recursos do Meio


Ambiente Global do Banco Mundial ● Mecanismo independente de financiamento, o
06
como mecanismo financeiro Fundo da Diversidade Biológica.
provisório.” (p.186)

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Você sabia?

● “Para o Brasil, que detém 50% da biodiversidade do mundo e


tem um patrimônio em recursos de biodiversidade na ordem de
mais de dois trilhões de dólares (...) o tempo é agora!” (p. 14).

● “O bioma Cerrado… Ainda é o segundo maior bioma do país


uma das 25 áreas do planeta considerado o mais rico e o mais
importante para a conservação da biodiversidade” (CAROLINO,
2023, p.134)

● “Que, nas últimas três décadas, mais da metade do Cerrado se


transformou em monoculturas.” (CAROLINO, 2023, p.134)
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Muito obrigada!

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Referências Bibliográficas

● ALMEIDA, Valeria Gentil,Diversidade versus monocultura: dilemas de Vandana Shiva, Sustentabilidade em Debate - Brasília, v. 5, n.
2, p. 98-103, mai/ago 2014
● Contribuições para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável: relatos e práticas [recurso eletrônico]. / Elisangela Ferruci
Carolino (organizadora). -- Ponta Grossa: Aya, 2023. 186 p.

● GEREMIAS, O. F. B. C. SHIVA, Vandana. Monoculturas da Mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003.
Agrária (São Paulo. Online), n. 17, p. 132–137, 27 nov. 2012. Acesso em: 07 maio. 2023
● Monoculturas da mente: Vandana Shiva nos ensina a pensar os espaços que educam. Disponível em:
<http://www.emdialogo.uff.br/content/monoculturas-da-mente-vandana-shiva-nos-ensina-pensar-os-esapcos-que-educam>. Acesso em: 05
maio. 2023.
● monocultura da mente - Google Search. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?
q=monocultura+da+mente&sxsrf=APwXEddtgBXPcpjZKPcQWoBAl8s0xnI1MA:1684443426115&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKE
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em: 10 maio. 2023.

● SHIVA, V.; DE, D. Monoculturas da mente : perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003.
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