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Selemane Abdala

Teorias de Desenvolvimento Comunitário em África e em Moçambique.

Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário com Habilitações em


Ecoturismo

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Selemane Abdala

Teorias de Desenvolvimento Comunitário em África e em Moçambique.

Trabalho de carácter avaliativo recomendado


pelo docente da cadeira de Sistema de Gestão
Ambiental a ser apresentar no Departamento de
Geociências, no Curso de Licenciatura em
Gestão Ambiental e Desenvolvimento
Comunitário com Habilitações em Ecoturismo.

Docente: Sacadura Simão Salvador, MSc.

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice
Introdução..................................................................................................................................3

1.Conferência de Estocolmo e seus desdobramentos.................................................................4

1.1.Objectivo da conferência de Estocolmo...............................................................................4

1.2.Participantes.........................................................................................................................4

1.3.Desdobramentos...................................................................................................................5

2.Protocolo de Quioto................................................................................................................5

2.1.Objectivos............................................................................................................................5

2.2.Participantes.........................................................................................................................5

2.3.Metas....................................................................................................................................6

3. Teorias de Desenvolvimento Comunitário em África e em Moçambique.............................6

Conclusão...................................................................................................................................9

Referências bibliográficas........................................................................................................10
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Introdução
O presente trabalho versa sobre a conferência de Estocolmo os seus desdobramentos, o
protocolo de Quioto e as teorias de Desenvolvimento Comunitário em África e Moçambique.
Os problemas ambientais, além de outros factores, como a revolução da informação e a
globalização económica, contribuíram consideravelmente para a alteração das prioridades nas
relações internacionais. Tem-se presenciado, ao longo do tempo, inúmeras situações e fatos
reveladores da vulnerabilidade do meio ambiente, que fazem com que seja necessário não
apenas adoptar postura crítica para sua defesa, mas também promover a educação voltada ao
respeito à natureza, ao meio ambiente e à garantia de atendimento das necessidades das
futuras gerações.

É nesta senda que surgem teorias e conferências para se repensar aspectos voltados a
preservação do meio ambiente. A Conferência de Estocolmo foi realizada em 1972 na Suécia.
Foi criado nessa conferência o Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
(PNUMA). A Conferência de Estocolmo configurou-se mais como um ponto centralizador
para identificar os problemas ambientais do que como um começo da acção para resolvê-los.

Objectivo geral
 Compreender o contributo das teorias de Desenvolvimento Comunitário no contexto
Africano e moçambicano.

Objectivos específicos
 Identificar os objectivos, metas e resultados do Protocolo de Quioto;
 Explicar os desdobramentos da conferência de Estocolmo;
 Explicar o contributo das teorias de Desenvolvimento Comunitário ao contexto
africano e moçambicano.

A metodologia usada para produção deste trabalho consistitu basicamente na consulta


bibliografica. Em termos de sua estruturação, o trabalho obedece a seguinte sequência:
Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e, por fim, as Referências Bibliográficas.
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1. Conferência de Estocolmo e seus desdobramentos


A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano
ocorreu entre os dias 5 a 16 de Junho de 1972, sediada por Estocolmo e reuniu 113 países. Foi
um marco histórico por ser tratar do primeiro grande encontro internacional com
representantes de diversas nações para discutir os problemas ambientais.

Estabelece um programa internacional de educação sobre o meio ambiente que deve


ter um enfoque interdisciplinar de carácter escolar (formal) e extra-escolar (não
formal). Ela deve abranger todos os níveis de ensino. Dirigindo-se ao público em
geral, especialmente ao cidadão comum que vive nas áreas urbanas e rurais, adultos e
jovens com o objectivo de "ensinar-lhes as medidas necessárias que dentro das suas
possibilidades, possa tomar para ordenar e controlar o seu meio, ( Seara, 2019).

Neste sentido, manifesta-se aqui a consciência da necessidade de intervir no meio ambiente, e


entende-se que isso é possível pela educação ambiental. Esse foi o primeiro evento
organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir questões ambientais de
maneira global. A Conferência é considerada um marco na história da preservação do meio
ambiente, pois pela primeira vez, dirigentes do mundo inteiro se reuniram para falar sobre o
tema.

1.1. Objectivo da conferência de Estocolmo

O objectivo da conferência de Estocolmo, a luz de Seara (2019), resumiu-se em: i) traçar


estratégias de gestão de recursos naturais; ii) Criar um plano de acção que se deve educar o
cidadão para solução dos problemas ambientais; Discutir soluções para reduzir os desastres
naturais; Reduzir e encontrar soluções para a modificação da paisagem; Pode se dizer que aí
nasce o que se convencionou chamar de Educação Ambiental.

1.2. Participantes
De acordo com Sato (2020, p.37), a Conferência de Estocolmo contou com representantes de
113 países, e de 400 organizações governamentais e não-governamentais. Houve duas
posições antagónicas nesta conferência: Os países desenvolvidos que defendiam a ideia de
preservação do recordos naturais; e os países em desenvolvimento, que alegavam a utilização
dos recursos naturais para sua promoção económica. Na conferência, além da poluição
atmosférica que já preocupava a comunidade científica, foram tratadas a poluição da água e a
do solo provenientes da industrialização e a pressão do crescimento demográfico sobre os
recursos naturais.
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1.3. Desdobramentos
A Conferência de Estocolmo teve como resultados a elaboração da Declaração de Estocolmo,
com 26 princípios e a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA).

Além da Declaração, foi votado um Plano de Acção para o Meio Ambiente composto por 109
recomendações, que, segundo Soares, são “centradas em três grandes tipos de políticas: (a) as
relativas à avaliação do meio ambiente mundial, o denominado ‘Plano Vigia’ (Earthwatch);
(b) as de gestão do meio ambiente; e (c) as relacionadas às medidas de apoio (como a
informação, educação e formação de especialistas), (Soares, 2018).

2. Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto representa um acordo internacional, elaborado em 1997, no
Japão, em meio a discussões a respeito dos problemas ambientais associados às actividades
humanas. Representa, portanto, um tratado firmado por países com metas de redução de
emissão de gases de efeito estufa, (Sato, 2020)
A elaboração desse acordo aconteceu por meio da Conferência das Partes III (órgão
supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima). O Protocolo
de Quioto é um acordo mundial resultante da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a
Mudança do Clima.

2.1. Objectivos
De acordo com Seara (2019, p.76), o protocolo de Quioto foi elaborado durante a
Conferência das Partes III, e seus principais objectivos são:
 Propor metas e obrigações, especialmente aos países desenvolvidos, a fim de reduzir
as emissões de gases de efeito estufa à atmosfera, especialmente o dióxido de carbono;
Diminuir os impactos negativos dessas emissões provocados no meio ambiente; e
Reunir os países a fim de promover uma revisão dos compromissos estabelecidos na
convenção.
2.2. Participantes
Participaram cerca de 141 representantes de diversos países. A ratificação do
protocolo foi feita por 55 países, em 15 de Março de 1999. Esses países representam juntos
cerca de 55% das emissões de gases de efeito estufa mundiais. O tratado entrou em vigor no
dia 16 de Fevereiro de 2004, após a ratificação da Rússia.
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2.3. Metas
O Protocolo propõe algumas acções, especialmente aos países desenvolvidos, a fim de que
os objectivos sejam alcançados. São elas:
 Redução das emissões de metano; Combate ao desmatamento; Protecção das florestas.
Promoção de formas sustentáveis de agricultura; Cooperação entre os países em
relação ao compartilhamento de informações sobre novas tecnologias.

3. Teorias de Desenvolvimento Comunitário em África e em Moçambique


A pluralidade do continente africano em termos da sua diversidade histórica, cultural,
geográfica, política e económica juntando o seu reduzido papel no seio da economia mundial
e da sua fraca influência na arquitectura internacional e as constantes mutações no cenário
internacional levaram-nos a reflectir sobre os seus impactos no desenvolvimento comunitário
continente africano, e em Moçambique particularmente.

O mundo hoje em dia pugna pelos valores cívicos e morais decorrentes da solidariedade entre
os humanos. Desde sempre a afirmação dos direitos dos cidadãos foi um passo importante na
criação de sociedades. “É hoje em dia evidente que, para além de todas as diferenças que
separam os diversos povos e continentes, existem problemas comuns que só podem ser
resolvidos através da cooperação da sociedade internacional, (Ferreira, 2019, p.14).

Rostow propõe uma teoria dinâmica da produção, baseada na observação de sociedades


realmente existentes, e não em modelos teóricos que consideram o desenvolvimento
económico como um processo de desdobramentos logicamente encadeados em etapas que se
articulam. Suas ideias foram influenciadas pela sucessão de diferentes momentos históricos
que caracterizaram o desenvolvimento europeu, tais como a Revolução Industrial, a Segunda
Guerra Mundial e a reconstrução no período do pós-guerra. O conceito de desenvolvimento,
segundo Rostow, é vinculado ao crescimento económico, o qual se daria com a
industrialização, significando, portanto, modernização.

Na mesma sequência, Rostow estabelece a possibilidade de desenvolvimento económico em


cinco etapas. À luz de Silva (2015), as cinco etapas do desenvolvimento de Rostow são: i)
Sociedade tradicional; ii) As precondições para o arranco ou a decolagem; iii) O arranco; iv)
A marcha para a maturidade; v) A era do consumo em massa.

Trata-se de fases que um país deveria atravessar para atingir o desenvolvimento, o que
permitiria classificar as sociedades de acordo com seus estágios económicos específicos. A
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passagem de um estágio para outro envolveria alterações nos padrões de produção, a partir do
maneio de três factores principais: poupança, investimento e consumo (demanda).

Diferentemente do modelo neoclássico, onde tudo se resume a uma questão de melhor


alocação de recursos, tidos de antemão como escassos, ao ver de Hirschman, em sua “teoria a
economia do desenvolvimento”, o desenvolvimento refere-se, antes de mais nada, à
“mobilização de habilidades e recursos ocultos”. Em seu dizer, “o desenvolvimento não
depende tanto de encontrar óptima confluência de certos recursos e factores de produção,
quanto de provocar e mobilizar com propósito desenvolvimentista, os recursos e as aptidões
que se acham ocultos, dispersos ou mal empregados”, (Hirschman, 1961, p.19).

Esses recursos ocultos, também denominados por ele de “racionalidades ocultas”, estão
sempre em processo de crescimento e mudança, e são definitivos para lutar contra o que ele
mesmo chamava, ao analisar os projectos de desenvolvimento, de “síndrome do economista
visitante” e de “fracassomania nativa” (Blanco, 2019).

Concordando com a ideia de Hirschman, em africa predomina a entrada de empreendimentos


que para além de mobilizarem o desenvolvimento, enfraquecem a economia local, como por
exemplo, em Cabo Delgado há varias empresas, Rubby Minning, Anadarko, entre outras que
extraem Petróleo, mas o desenvolvimento como tal não se verifica naquela província, e, desde
2017 foram-se registando ataques terroristas, o que torna-se na verdade uma síndrome dos
economistas visitantes.

Por outra, Schumpeter apresenta duas considerações preliminares para situar adequadamente
sua análise sobre o desenvolvimento comunitário. Primeiramente, Schumpeter, aponta que o
aspecto fundamental do desenvolvimento económico diz respeito ao processo de inovação e
às suas consequências na organização dos sistemas produtivos, (Souza, 2021).

Seguidamente, estabelece uma distinção entre crescimento e desenvolvimento, embora ela


tenha, para Schumpeter (1982), um efeito mais didáctico do que teórico. Embora o autor
defina crescimento como o resultado de incrementos cumulativos e quantitativos que ocorrem
em determinado sistema económico, ele vê no desenvolvimento um processo de outra
natureza, a saber, uma mudança qualitativa mais ou menos radical na forma de organização
desse sistema, gerada em decorrência de uma inovação suficientemente original para romper
com o seu movimento regular e ordenado.
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Na verdade, em consonância aos pressupostos de Schumpeter, em África, há uma economia


não desenvolvimentista, no qual são simplesmente retirados os recursos e, não se tendo visto
as devidas transformações qualitativas no seio das famílias.

Em África, apenas países como a África do Sul, a Nigéria, Angola, Etiópia, Quénia e o
Senegal continuam a destacar-se pelos seus patamares de desenvolvimento no conjunto, a
indústria petrolífera cresce apoiando decisivamente o sector das exportações indicador
essencial no desenvolvimento das economias, as indústrias transformadoras começam a
desempenhar o seu papel como impulsionadores do crescimento, o continente está cada vez
mais apostado na erradicação dos principais constrangimentos socioeconómicos, (Ferreira,
2019, p.14).

Para o caso de Moçambique, ao contrário do que devia acontecer, as províncias que mais
agregam recursos naturais, como Cabo Delgado, Tete, Nampula, Inhambane, Gaza, vê-se que
as comunidades locais nas regiões acima apontadas são as mais vulneráveis em detrimento
das regiões desprovidas de tais recursos.
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Conclusão
Nas condições do trabalho, conclui-se que todos os países, mesmo os que hoje são
mais desenvolvidos do ponto de vista económico e social, conheceram regiões que não
acompanharam espontaneamente o fenómeno do crescimento ou expansão económica que
entretanto se verificava em zonas vizinhas. A maioria dos países africanos, continuam a
braços com problemas económicos de base, problemas de subsistência e expansão.

Em África, apenas países como a África do Sul, a Nigéria, Angola, Etiópia, Quénia e o
Senegal continuam a destacar-se pelos seus patamares de desenvolvimento no conjunto, a
indústria petrolífera cresce apoiando decisivamente o sector das exportações indicador
essencial no desenvolvimento das economias, as indústrias transformadoras começam a
desempenhar o seu papel como impulsionadores do crescimento, o continente está cada vez
mais apostado na erradicação dos principais constrangimentos socioeconómicos

Contudo, importa elucidar que todo trabalho científico é passível de críticas e


sugestões para o melhoramento do mesmo.
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Referências bibliográficas

Blanco, Luis Armando. (2019). Hirschman: un gran científico social. Revista de Economía
Institucional, Universidad Externado de Colombia, v. 15, n. 28. p. 47-64, 1.

Ferreira, Eduardo Paz (2019). Valores e Interesses – Desenvolvimento Económico e Política


Comunitária de Cooperação, Coimbra, Almedina, Abril, p.14.

Hirschman, Albert Otto. (1961). Estratégia do desenvolvimento económico. Rio de Janeiro:


Fundo de Cultura.

Sato, M.; Santos, J.E. (2020). Agenda 21 em Sinopse. São Carlos: UFSCar.

Seara Filho,G. (2019). Apontamentos de introdução à educação ambiental. Revista


Ambiental, ano 1, v. 1, p. 40-44.

Soares, Guido Fernando Silva. (2018). Dos anos 60 à Conferência da ONU de 1972
(Estocolmo). In:_____. Direito internacional do meio ambiente – emergências,
obrigações e responsabilidades. 2. ed. São Paulo: Atlas, p. 54.

Souza, Nali de Jesus de. (2012). Desenvolvimento económico. 6. ed. São Paulo: Atlas.

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