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Antónia Antónia Sanches

Radiação solar e radiação terrestre

Licenciatura em Gestão Ambiental e Território com Habilitações em Ecoturismo

Universidade Rovuma
Montepuez
2023

Antónia Antónia Sanches


Radiação solar e radiação terrestre

Trabalho científico a ser apresentada ao Departamento de


Geociências como requisito parcial para avaliação na
cadeira de Climatologia, recomendado pelo docente da
cadeira.

Docente: MSc. Talassamo Saide Ali

______________________________________

Universidade Rovuma
Montepuez
2023

Índice

Introdução.........................................................................................................................................4
1.Radiação solar e radiação terrestre................................................................................................5

1.1.Radiação solar............................................................................................................................5

1.1.1.Importância da radiação solar..................................................................................................6

1.1.2.Espectro da Radiação Solar.....................................................................................................7

1.2.Radiação terrestre.......................................................................................................................8

1.3.Balanço radioctivo......................................................................................................................9

1.4.A quantidade de Energia Emitida Pelo Sol..............................................................................10

1.5.A quantidade de Energia Recebida e Emitida na Terra............................................................10

Conclusão.......................................................................................................................................11

Referências bibliográficas..............................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Climatologia presa a terminologia de um trabalho científico e


trás uma abordagem virada ao “Radiação solar e radiação terrestre”. A radiação solar é uma
fonte primária de energia na terra, sendo importante a sua quantificação para o seu melhor
aproveitamento nas actividades tais como agricultura, fornecimento de energia eléctrica, etc. A
radiação solar ao atravessar a atmosfera, divide-se em duas componentes, a radiação solar directa
e radiação solar difusa, e ao conjunto destas é conhecida por radiação solar global, que é o total
da radiação solar incidente na superfície da terra.

Pela importância da radiação solar global na agricultura, aproveitamento de energia, manutenção


da vida na superfície terrestre, é necessário estimar a quantidade disponível, para o seu melhor
aproveitamento, ou seja, para a elaboração de projectos que melhor se adequam para cada ponto,
e situação. Para se conhecer a quantidade da radiação solar global procede-se de duas maneiras, a
medição directa que é feita através de instrumentos e medição indirecta que envolve a modelação,
como é o caso da estimativa da radiação solar global com base por exemplo, no número de horas
do brilho solar.

Desta feita, o presente trabalho tem como objectivos os seguintes:

Objectivo geral:

 Analisar o processo de radiação solar e radiação terrestre.

Objectivos específicos:

 Apresentar estudos relacionados a radiação solar e radiação terrestre.


 Explicar a importância do balanço radioativo;
 Descrever a quantidade de energia emitida pelo sol na Terra.

A metodologia utilizada na elaboração do presente trabalho foi a consulta bibliográfica, que


consiste na recolha, análise crítica e interpretação de dados. No que concerne as normas de
publicação de trabalhos científicos. Cujas citações estão inseridas no desenvolvimento do
trabalho e na referencia bibliográfica. Estruturalmente o trabalho obedece a seguinte organização:
introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.
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1. Radiação solar e radiação terrestre


1.1. Radiação solar

Em física, define-se radiação como sendo partículas e campos que se propagam transferindo
energia no espaço que pode estar preenchido ou não por matéria (Díez, 2000).

Ainda de acordo com o autor supracitado, a radiação solar é a designação dada à energia radiante
emitida pelo Sol, em particular aquela que é transmitida sob a forma de radiação
electromagnética (Díez, 2000).

Segundo Soares e Batista cit. in Torres e Machado (2012), radiação é uma forma
de energia que emana, sob forma de ondas electromagnéticas, de todos os corpos
com temperaturas superiores ao zero absoluto -273ºC. Visto que o sol fornece
99,97% da energia utilizada no sistema Terra/atmosfera e é, directa ou
indirectamente, responsável por todas as formas de vida encontradas no planeta
(p. 30).
Na mesma linha de pensamento Tubelis e Nascimento cit. in Torres e Machado (2012), radiação
solar é a energia recebida pela Terra na forma de ondas electromagnéticas provenientes do sol. A
radiação solar é a fonte de energia de que o globo terrestre dispõe (p. 29).

A energia radiativa recebida pela Terra na forma de ondas eletromagnéticas provenientes do Sol é
denominada de radiação solar. Constitui uma variável climática muito importante, por ser a
principal fonte de energia do planeta e porque sua distribuição não uniforme influencia
praticamente todos os elementos do clima.

A radiação solar é caracterizada por um espectro electromagnético, em que a


radiação está dividida em bandas espectrais (ultravioleta, visível e infravermelha)
de acordo com o seu comprimento de onda e da frequência. Antes de atingir a
superfície da Terra, a radiação solar sofre vários processos, sendo os mais
importantes: o espalhamento, a reflexão e a absorção. E chega à superfície de
duas formas: radiação solar directa e radiação solar difusa e ao conjunto destas
denomina-se radiação solar global (Barbosa, 2013).
A radiação solar, em relação ao seu percurso para a superfície da terra, é comumente subdividida
em duas (2) componentes a saber: 

 Radiação solar directa que é a irradiância proveniente do sol e que atinge a superfície terrestre
sem sofrer atenuação no seu percurso. 
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 Radiação solar difusa, conhecida como a irradiância proveniente do sol que atinge a superfície da
terra após ter sofrido uma alteração da sua direcção pelos gases (nuvens, partículas sólidas em
suspensão na atmosfera) constituintes da atmosfera. 

E ao conjunto das duas componentes se designa por radiação solar global, conhecida
também como o total de energia emitida pelo sol, que incide sobre a superfície terrestre.
A radiação solar global é uma onda electromagnética de comprimento de onda
compreendido entre ~ 0.1 a 4.0 μm do espectro electromagnético (Martin et al, 2004).
A radiação solar global é a principal fonte de energia na terra, ela é responsável pela distribuição da
fauna e da flora no planeta, influenciando directamente as actividades fisiológicas dos seres vivos e
fenómenos climáticos.

1.1.1. Importância da radiação solar

A radiação solar é o elemento fundamental para quase todos os fenómenos que ocorrem na
natureza, para além de que mesmo a manutenção da vida no planeta Terra depende
essencialmente deste factor. A radiação solar para além de determinar o clima, constitui uma
fonte energética "limpa", ou seja, não poluente, tanto para a geração de energia eléctrica como
para о aquecimento da água e ambientes internos

A radiação solar ao atingir a superfície da terra aquece as moléculas de ar e água,


estas por sua vez agitam-se, separando-se umas das outras. No movimento destas
partículas ocorrem trocas de energia e ainda transporte de massa da terra para
atmosfera e vice-versa e ainda na horizontal, através da evaporação e transpiração
(circulação geral dos oceanos e da atmosfera), contribuindo para a formação das
nuvens na atmosfera e posteriormente da precipitação (ciclo hidrológico), e ainda
para as variações do tempo e clima em geral (Martin et al, 2004).
Vale ressaltar que a radiação solar, participa na síntese da vitamina D na pele através dos raios
solares na região ultravioleta (UV), para além do conforto que proporciona ao organismo
humano. Ela fornece luz para a fotossíntese, processo pelo qual as plantas usam essa energia para
crescer e eventualmente prover alimentos para outros seres através da cadeia alimentar. 

É de realçar que a radiação solar quando em excesso, pode causar problemas à vida, tais
como: queimaduras, o fotoenvelhecimento e o câncro da pele. Entretanto, a radiação UV é
usada pelos médicos em algumas circunstâncias especiais para tratamento de afecções cutâneas
quando nenhum outro tipo de tratamento se mostrou eficiente; em todo caso, é bom lembrar que a
pele sadia é lesada nesse tipo de terapia.
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1.1.2. Espectro da Radiação Solar

Donald (2000), acredita que o espectro da radiação solar “é a separação das cores, ou seja, a faixa
colorida obtida por newton quando separou as cores da luz” (p. 45)

Para Lapissone (2010), o espectro da radiação solar é a energia produzida


pelo Sol transmite-se no espaço em forma de radiação Electromagnética. Esta
radiação é um conjunto contínuo de ondas de diversos Comprimentos de onda,
dos quais a luz visível é apenas uma pequena parte (p. 71).

Para AAVV (1990), o espectro da radiação solar “é o conjunto de radiações solares, visíveis
e invisíveis” (p.67).

Em primeira aproximação, costuma-se aceitar que a superfície do sol irradia aproximadamente


como um corpo negro, a temperatura de cerca de 6000k. Porém que as leis de radiação foram
obtidas para a condição ideal de equilíbrio radioactivo que implica equilíbrio termodinâmico o
qual rigorosamente falando, na se verifica na aquela estrela.

Uma hipótese, mais refinada seria aceitar cada uma das diferentes formações vistas no sol emite
como um corpo negro à respectiva temperatura. O espectro de emissão do solo seria o conjunto
de todas essas contribuições tornando-se necessariamente bem mais complicado que o previsto
para um corpo negro emitido a temperatura media da fotosfera.

Figura 1: Espectro da radiação solar

Fonte: adaptado pela autora a partir de Arruda (2004).

O espectro da radiação é comumente dividido em três regiões principais em função


do comprimento de onda. Assim entre~ 0.4 e 0.73 μm encontra-se a radiação visível (VIS) e
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que representa uma pequena faixa do espectro quando comparada com as outras faixas. A
radiação do comprimento de onda (c.d.o) inferior a 0.4 μm é chamada radiação ultravioleta (UV),
e radiação com c.d.o. superior a 0.73 μm é chamada de radiação infravermelha (IR).

 Raios visíveis, é a porção do espectro electromagnético cuja radiação composta pode ser
captada pelo olho humano em forma de luz.
 Raios infravermelhos, são uma radiação não ionizante que está adjacente na porção
invisível do espectro electromagnético que está adjacente aos comprimentos de ondas
longos.
 Raios ultravioletas, é a radiação electromagnética com um comprimento de onda menor
que da luz visível e maior que as do raio. Esses raios são nocivos a saúde visual e cutânea
dos homens, e na maioria delas são filtradas pelo ozono.
 Raios gama, são raios electromagnéticos com onda mínima e frequências máximas.

Em suma os raios invisíveis são aqueles emitidos pelo campo electromagnético solar que não são
visíveis ao olho humano, mas podem ser sentidas sob forma de calor. Ou melhor nos animais
vertebrados podem não ser percebidas na forma de luz, mas sim como forma de calor, nas
terminações nervosas especializadas da pele conhecidas como termo-receptores

1.2. Radiação terrestre

De acordo com Torres e Machado (2012), é a energia absorvida pela superfície terrestre em
ondas curtas, reirradiada por meio de ondas longas, promovendo o aquecimento do ar atmosférico
(p. 33)

A parte absorvida é usada no aquecimento da superfície do planeta (solo e agua). Dessa forma, a
atmosfera (ou o ar) não e aquecida directamente pelos raios solares, que passam por ela, mas sim,
pelo calor irradiado da terra, ou seja, o aquecimento da atmosfera ocorre de forma indirecta.

Ayoade (1991), afirma que aproximadamente 51% da energia solar que chega ao
topo da atmosfera atinge a superfície da Terra. A maior parte desta energia é
reirradiada para a atmosfera. Como a Terra tem uma temperatura superficial bem
menor que a do Sol, a radiação terrestre tem comprimentos de onda maiores que a
radiação solar. Como a atmosfera é bastante transparente à radiação solar (ondas
curtas) e mais absorvente para radiação terrestre (ondas longas), a Terra é a maior
fonte de calor para a atmosfera (p. 9).
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Esta energia será novamente emitida pela superfície da Terra e uma parte retornará à atmosfera
que, por sua vez, reirradiará uma parte para a Terra e assim por diante. Este jogo entre a
superfície da Terra e a atmosfera torna a temperatura média da Terra 35°C mais alta do que seria.
Sem os gases absorvedores da nossa atmosfera, a Terra não seria adequada para a vida humana e
muitas outras formas de vida.

De acordo com Aruda (2004), a energia emitida pela superfície terrestre, principalmente em dias
nublados, ao passar pela atmosfera tem grande parte desta energia absorvida pelos gases
atmosféricos (principalmente pelo vapor d’água e dióxido de carbono), ficando aprisionada entre
a superfície e as nuvens, efeito este denominado de efeito estufa.

1.3. Balanço radioctivo

Segundo Ayoade (1991), existe um balanço quase perfeito entre a quantidade de radiação solar
incidente e a quantidade de radiação terrestre (sistema Terra-atmosfera) retornada para o espaço;
caso contrário, o sistema Terra atmosfera estaria progressivamente se aquecendo ou resfriando (p.
10).

Usando 100 unidades para representar a radiação solar interceptada no topo da


atmosfera da radiação total interceptada pela Terra (sistema Terra-atmosfera),
aproximadamente 30 unidades são reflectidas de volta para o espaço. As restantes
70 unidades são absorvidas, 19 unidades pela atmosfera e 51 unidades pela
superfície da Terra (Terra-oceano). Se toda a energia absorvida pela Terra fosse
reirradiada directamente para o espaço, o balanço de calor da Terra seria muito
simples (Martin et al, 2004).

Contudo, certos gases na atmosfera actuam no sentido de retardar a perda de radiação terrestre,
absorvendo uma boa parte dela e reirradiando grande parte desta energia de volta para a Terra.
Como resultado deste processo, a superfície da Terra recebe uma grande quantidade de radiação
de onda longa da atmosfera (95 unidades). (A atmosfera na realidade emite mais energia que a
quantidade de energia solar absorvida pela Terra, devido ao efeito estufa).

A superfície da Terra, por sua vez, irradia 116 unidades de energia de onda longa
para a atmosfera. Portanto, nesta troca (em onda longa) a atmosfera tem um
ganho líquido de 15 unidades, enquanto a Terra tem uma perda líquida de 21
unidades. As restantes 6 unidades passam directamente através da atmosfera e são
perdidas no espaço. A radiação entre 8 μm a 11μm escapa mais facilmente porque
o vapor de água e o dióxido de carbono não absorvem estes comprimentos de
onda (Aruda, 2004).
10

Contando com uma perda de 21 das 51 unidades de radiação de onda curta absorvidas pela
superfície da Terra. Outra parte das 30 unidades é transferida da superfície da Terra para a
atmosfera por calor sensível condução e conversão -7 unidades

1.4. A quantidade de Energia Emitida Pelo Sol.

Do Sol a Terra recebe algo como a energia de 10 bilhões de Itaipus. E isso é apenas uma infama
parcela da luz e calor que emite. Vista da superfície do astro-rei, a Terra é um irrisório grão de
areia girando à remota distância de 150 milhões de quilómetros uma unidade astronómica.

A infama parcela de luz e calor que efectivamente alcança o planeta é suficiente para dar vida e
movimento aos oceanos, ventos, florestas, a cada um e a todos organismos. Essa energia, que os
antigos atribuíam aos deuses, pode hoje ser calculada com precisão (Barbosa et al, 2013).

1.5. A quantidade de Energia Recebida e Emitida na Terra

A radiação solar é geralmente medida com um piranómetro ou com um piréliometro, ou mais


recentemente com recurso a radiómetros capazes de registar a composição espectral e a energia
recebida.

A quantidade total de energia recebida pela Terra é determinada pela projecção da


sua superfície sobre um plano perpendicular à propagação da radiação π R2, onde
R é o raio da Terra. Como o planeta roda em torno do seu eixo, esta energia é
distribuída, embora de forma desigual, sobre toda a sua superfície 4 π R2. Daí que
a radiação solar média recebida sobre a terra, designada por insolação seja 342
W/m 2, valor correspondente a 1/4 da constante solar (Barbosa et al, 2013).

O valor real recebido à superfície do planeta depende, para além dos factores astronómicos
ditados pela latitude e pela época do ano em função da posição da Terra ao longo da elíptica, do
estado de transparência da atmosfera sobre o lugar, em particular da nebulosidade.
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Conclusão

Diante das considerações circunscrevidas no presente trabalho, compreende-se que a radiação é a


energia radiativa recebida pela Terra na forma de ondas eletromagnéticas provenientes do Sol é
denominada de radiação solar. Em meteorologia é mais comum usar o termo radiação de ondas
curtas em lugar de radiação solar. Constitui uma variável climática muito importante, por ser a
principal fonte de energia do planeta e porque sua distribuição não uniforme influencia
praticamente todos os elementos do clima. Por esta razão torna-se necessário saber de que
maneira o balanço de energia, que ocorre próximo à superfície, disponibiliza a energia de
natureza radiativa necessária aos processos físicos que ocorrem em superfícies continentais e
oceânicas.

Todavia, vale frisar que, a superfície radiante do Sol, ou Fotosfera, tem uma temperatura média
de cerca de 5800 Kelvin. A maior parte da radiação eletromagnética emitida da superfície do Sol
se concentra na banda do visível centrada em 0,5 µm. A quantidade total de energia emitida da
superfície do Sol é aproximadamente 63.000.000 Watts por metro quadrado. (W/m2 or Wm-2).

Assim sendo, é importante referenciar que o trabalho científico nunca é acabado, sempre é
susceptível de críticas e sugestões para o melhoramento do mesmo.
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Referências bibliográficas

Arruda, L. B. (2004). Operação de Sistemas de Aquecimento Solar de Água com controle


de vazões em colectores planos, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Brasil.

AAVV. (2005). Enciclopédia do Conhecimento: Ciência e Tecnologia. A Terra. s/l.

Ayoade, J.O. (1991). Introdução a Climatologia para os trópicos. 3ª ed. São Paulo: Bertrand,
Brasil, 332p.

Barbosa, R. R. N. et al. (2013). Produção e sequestro de carbono na atmosfera. Enciclopédia


Biosfera, v. 9, n. 16, p. 1783-1798.

Donald, A. (2000). Atmosfera: Modulo 2. FEALQ – Editores; S.P.

Díez, P. F. (2000). Procesos Termosolares en Baja, Media y Alta Temperatura, Departamento de


Ingenieria Eléctrica y Energética, Universidad de Cantábria.

Lapissone, A. (2010). Módulo de climatogeografia. p.71.

Martin, T. N., D. D. Neto et al (2004). Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa


Maria, Brasil.

Torres, F. T. P. e Machado, P. J. O. (2012). Introdução a Climatologia. São Paulo: Cengage


Learning, 255p.

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