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St. Peter’s International School Ficha Informativa nº.

Geografia A A Radiação Solar

2022/2023

/ / 2023
Nome: Nº: Ano: Turma: _

A RADIAÇÃO SOLAR

A ação da atmosfera sobre a radiação solar

A principal fonte de energia da Terra é o Sol. Sem a energia enviada pelo Sol o nosso planeta
seria gelado e não teria vida. A temperatura seria de aproximadamente -238ºC.
A energia solar radiante chega até nós, após percorrer aproximadamente 150 milhões de
quilómetros), sob a forma de ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda, que
no seu conjunto formam o espectro solar.
No espectro eletromagnético solar podem distinguir-se 3 tipos de comprimento de onda
fundamentais os:

• raios ultravioleta, de pequeno comprimento de onda;


• raios luminosos ou a luz visível, de maior comprimento de onda;
• raios infravermelhos, com comprimentos de onda superiores aos dos anteriores.

A quantidade de energia solar recebida no limite superior da atmosfera, numa superfície de


1cm² exposta perpendicularmente aos raios solares, durante um minuto, designa-se por constante
solar (1,94 cal./cm²/min.).

Nem toda a energia solar recebida no limite superior da atmosfera chega à superfície
terrestre. Quase metade perde-se ao atravessar a atmosfera, devido a vários processos:
• Absorção (1);
• Reflexão (2);
• Difusão (3).

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1 – Absorção

A absorção da radiação solar pela atmosfera tem como principais responsáveis:

• o ozono, que absorve, essencialmente, as radiações ultravioletas (a camada do ozono


situa-se na estratosfera – ver anexo – entre os 15km e os 35km de altitude);
• o vapor de água, o dióxido de carbono e as partículas sólidas e líquidas existentes na
atmosfera, que absorvem fundamentalmente as radiações infravermelhas.

Portanto, a atmosfera absorve, em média, cerca de 19% da energia solar recebida no seu
limite superior.

2 – Reflexão
Uma parte considerável da energia solar perde-se por reflexão, isto é, ao incidir sobre um
corpo sofre uma mudança de direção, sendo reenviada para o espaço. Designa-se por albedo a
fração da energia refletida por um corpo, em relação à energia incidente.

Albedo % = Energia Refletida / Energia Incidente ×100

Assim, as superfícies mais escuras e rugosas, como as florestas e as áreas alcatroadas,


têm menor albedo, pois absorvem maior quantidade de radiação solar incidente.
Pelo contrário, as superfícies mais lisas e de cor mais clara, como as que se encontram
cobertas de neve, têm maior albedo, pois refletem a maior parte da radiação solar incidente.

3 – Difusão
A difusão da radiação solar tem a ver
com a sua dispersão em todas as direções,
provocada pelas moléculas dos gases
atmosféricos e também pelas partículas em
suspensão. Da radiação dispersa pelo
processo de difusão, uma parte perde-se para
o espaço e a outra parte atinge, por processos
indiretos a superfície terrestre, designando-se 1 – Radiação Solar Direta
esta última por radiação difusa. 2 – Radiação Solar Indireta (Difusa)

3 – Vertente Soalheira

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A radiação solar global, que mais não é do que a radiação total que chega à superfície da
Terra, resulta da radiação difusa somada com a radiação solar direta.
A Terra não acumula eternamente a energia solar que recebe durante o dia. Na verdade,
durante a noite, acaba por libertá-la - radiação terrestre. Desta forma, a sua temperatura mantém-
se constante, em média 15ºC. Este valor oscila consoante as estações do ano. Por exemplo, no
Verão, o período de arrefecimento (noite) é insuficiente para libertar toda a energia acumulada
durante o dia. Portanto, pelo facto de a Terra libertar uma quantidade de energia equivalente à que
recebe, diz-se que o planeta se encontra em equilíbrio térmico.

O efeito de estufa

A energia solar que chega à


superfície terrestre, sob a forma de
radiações de pequeno comprimentode
onda e de radiações de luz visível, é
convertida em energia calorífica
(radiações de grande comprimento de
onda – infravermelhos), sendo
libertada para a atmosfera – radiação
terrestre –, onde é absorvida por
alguns gases,nomeadamente o vapor
de água e o
dióxido de carbono contribuindo desta forma para o aquecimento da troposfera.
Vemos assim que o vapor de água e o dióxido de carbono desempenham um papel
fundamental no aquecimento da troposfera (camada inferior da atmosfera que se estende até aos
12 km de altitude – ver anexo), devolvendo à Terra uma parte da energia que esta refletiu e
mantendo-a a uma temperatura mais ou menos constante.
Esta função da atmosfera, que se designa por efeito de estufa, evita a perda de calor para
as camadas altas da atmosfera e o intenso arrefecimento noturno.
De qualquer forma, se não existisse efeito de estufa, a temperatura da superfície terrestre
seria, em média, cerca de 34ºC mais fria do que é hoje.

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Fatores de variação da radiação solar

A intensidade da radiação solar, à superfície terrestre, é variável para o mesmo lugar e de


lugar para lugar, ao longo do dia e do ano.
Essa variação depende da conjugação de vários fatores, podendo destacar-se:

• Inclinação dos raios solares (1);


• Duração do dia natural (2);
• Duração da insolação (3);
• Relevo (4).

1 – A inclinação dos raios solares

Y – Inclinação dos raios solares (obliquidade)

X – Ângulo de Incidência

Os raios solares atingem a superfície da Terra, quer ao longo do dia, quer ao longo do ano,
com diferente inclinação – ângulo formado pelos raios solares com a vertical do lugar –, o que se vai
refletir na variação da intensidade da radiação solar recebida. Quanto maior a inclinação dos raios
solares, maior é a superfície que recebe a radiação, do que resulta uma menor quantidade deenergia
recebida por unidade de superfície.
Para além disso, quando a obliquidade do raio solar é elevada (A), a camada atmosférica que
os raios solares têm de ultrapassar para chegar à Terra é maior, o que gera um menor aquecimento
da superfície. Pelo contrário, quando um raio solar atinge a superfície quase ou na vertical, a
superfície aquecida é menor, mas recebe mais energia, aquecendo mais (B).
Também quanto maior a inclinação dos raios solares, maior é a espessura de camada
atmosférica atravessada, o que se vai refletir numa maior perda energética pelos processos de
difusão, reflexão e absorção.
Devido à esfericidade da
Terra, os rios solares atingem a
superfície com diferente
inclinação, aumentando do
Equador para os Pólos.

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2 – Duração do dia natural
Corresponde ao período de tempo em que o Sol se encontra acima da linha do horizonte,
ou seja o período iluminado do dia e tem uma duração variável, condicionando a radiação recebida.
Quanto maior o período de tempo em que o Sol estiver acima do horizonte, maior o dia natural, o
que se traduz num período mais alongado de receção de radiação solar pela superfície terrestre.

3 – Duração da insolação Corresponde


ao período de
tempo em que o Sol se encontra
descoberto e exprime-se, geralmente,
em número de horas por dia ou por
ano. Constitui outro fator importante
para explicar a variação, de lugar para lugar, da intensidade da radiação solar recebida. Assim,
quando, por exemplo, o céu está “limpo”, sem nebulosidade, a radiação solar recebida pelasuperfície
é maior, já que os processos de perda de energia por absorção, reflexão ou difusão perdem
importância.

4 – Relevo
O relevo também interfere na radiação solar recebida, quer como consequência da altitude,
quer como consequência da orientação do relevo.

A radiação solar recebida aumenta, no geral, com a altitude, uma vez que, com o aumento da
altitude:
• a espessura da atmosfera a atravessar pelos raios solares diminui;
• a quantidade de vapor de água, de dióxido de carbono e de partículas sólidas e
líquidas da atmosfera diminuem em altitude, decrescendo a absorção de radiação
solar.

Contudo, apesar da variação descrita, à medida que a altitude aumenta, ocorre com frequência
um aumento da nebulosidade, o que origina uma redução da radiação solar recebida e da insolação
recebidas. A partir do limite superior das nuvens, a radiação solar e insolação recebidas voltam a aumentar
com a altitude.

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O relevo também interfere na medida em que a orientação das vertentes montanhosas se
apresentam mais ou menos expostas ao Sol. Assim, as vertentes voltadas a Sul – vertentes soalheiras
–, recebem radiação solar
durante mais tempo e a inclinação dos raios
solares é menor, pelo que aumenta a
quantidade de energia recebida por
unidade de superfície.
O contrário acontece nas vertentes
umbrias, expostas para Norte, as quais ou
não recebem radiação solar, ou recebem
por períodos de tempo mais curtos, registando-se, igualmente, uma maior inclinação dos raios
solares, o que conduz a uma maior perda de energia.

Os fusos horários no planeta Terra

As zonas horárias, ou fusos horários, correspondem às 24 áreas em que se divide a terra e


que seguem a mesma definição de tempo. Cada fuso horário contempla 15º de longitude.
15º x 24 fusos = 360º , ou seja, volta completa ao planeta.

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A variação anual da radiação solar

No Solstício de dezembro, a maior inclinação com que os raios solares atingem a Terra no
Hemisfério Norte e a menor duração do dia em relação à noite dão origem a uma menor receção
de energia solar.
No Solstício de junho, os raios solares incidem no Hemisfério Norte com menor obliquidade,
o que se traduz numa maior quantidade de energia recebida, dada a menor superfície de receção e
a menor espessura da camada atmosférica atravessada. Esta situação é ainda reforçada pela maior
duração do dia natural.
No Hemisfério Sul regista-se a situação inversa.

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A distribuição da temperatura pelo território

Em Portugal, a distribuição da temperatura apresenta contrastes significativos quer ao longo


do ano, quer no espaço, apesar da pequena superfície do território nacional.
Através da leitura dos mapas de isotérmicas – linhas que unem pontos de igual valor de
temperatura – pode-se concluir que a temperatura varia ao longo do ano, ocorrendo os valores
mais baixos nos meses de inverno e os valores mais elevados nos meses de verão.
Portanto, temos duas situações bem distintas:

• Inverno – 1
• Verão – 2

1 – inverno – As isotérmicas em janeiro, dispõem-se obliquamente em relação à linha de costa,


observando-se uma diminuição da temperatura, de sudoeste para nordeste. O sentido de decréscimo
da temperatura revela a influência do aumento de latitude e do afastamento ao mar.

2 – verão – A distribuição das isotérmicas no mês de julho revela uma situação diferente,
evidenciando um aumento dos valores da temperatura do litoral para o interior. Esta variação

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permite concluir que o fator que mais condiciona a distribuição das temperaturas nesta estação é a
proximidade/afastamento do mar. Os ventos que sopram do mar para terra, são húmidos,
amenizando as temperaturas junto ao litoral. À medida que progridem para o interior tornam-se secos
e perdem capacidade de amenizar as temperaturas, as quais vão registando valores
progressivamente mais elevados. Contudo, a Cordilheira Central, dispondo-se perpendicularmente
(relevo discordante) à linha de costa, favorece a entrada dos ventos húmidos marítimos, que
permitem a amenização das temperaturas em lugares localizados no interior.

Portanto, as regiões litorais apresentam uma Amplitude Térmica Diurna e Anual muito fraca,
já que as temperaturas variam menos ao longo do dia e do ano – sofrem do efeito amenizador do
oceano. Pelo contrário, as regiões do interior apresentam uma Amplitude Térmica Diurna e Anual
muito elevada, já que as temperaturas variam muito ao longo do dia e do ano – sofrem do efeito de
continentalidade.

No que diz respeito aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, estes têm características
térmicas que refletem a influência oceânica, o que se traduz numa amplitude térmica diurna e
anual fraca, inferior a 8ºC. De qualquer forma, o centro das ilhas, devido ao fator altitude, apresenta
temperaturas mais baixas.
Em algumas ilhas, conforme a disposição das suas vertentes, é notória a diferença de
temperatura média diurna e anual, entre a vertente sul e a vertente norte, já que as vertentes
expostas a sul são soalheiras e as vertentes expostas a norte são umbrias.

A valorização da radiação solar

Portugal, país de pobres recursos não


renováveis (carvão, petróleo, gás natural), apresenta,
contudo, algumas potencialidades ao nível dos
recursos renováveis, nomeadamente no que diz
respeito à energia solar.
A elevada insolação média registada em
Portugal, superior à média europeia, fazem da energia
solar um importante recurso energético que importa
valorizar. A energia solar, utilizada como alternativa às energias convencionais, permitirá diminuir a
dependência do país face ao exterior, relativamente às energias fósseis, diminuir o défice da balança
comercial e, simultaneamente, contribuir para o equilíbrio ambiental, já que se trata de uma fonte
de energia limpa e inesgotável.

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A radiação solar pode ser aproveitada através dos sistemas solares térmicos ativos, dos
sistemas solares térmicos passivos e, por fim, dos sistemas solares fotovoltaicos. Os primeiros,
são utilizados para aquecer águas domésticas ou mesmo grandes infraestruturas como estufas ou
recintos gimnodesportivos, os segundos correspondem a técnicas utilizadas na construção de
edifícios que os tornam mais eficientes a nível energético (vidros duplos, paredes duplas com
isolamento intermédios, etc.) e, por fim, os terceiros sistemas solares, os fotovoltaicos, que ocupam
vastas áreas de território e são utilizados na produção de energia elétrica.
Em Portugal, de uma forma geral, as regiões com mais possibilidades para o aproveitamento
de energia solar fotovoltaica localizam-se no interior sul, ou seja, o Alentejo Interior.Uma das maiores
centrais de energia solar situa-se na Amareleja, concelho de Moura, distrito de Beja.

O turismo balnear

O turismo constitui, atualmente, uma atividade de interesse económico relevante que tem
vindo a crescer ao longo dos dois últimos séculos, refletindo importantes modificações sociais,
económicas e culturais.
A sua importância não se traduz unicamente nas divisas estrangeiras que gera e que
permitem equilibrar a balança de pagamentos, mas também nos efeitos multiplicadores que origina
e que se refletem nos empregos que cria, nas atividades que dinamiza (serviços, transportes,
construção civil, etc.) e na dinâmica que imprime ao desenvolvimento territorial e à preservação do
património, quer ele seja arquitetónico, gastronómico, paisagístico ou outro.
Portugal apresenta condições excecionais para o desenvolvimento do turismo balnear já que
a um clima mediterrânico, de longos Verãos quentes, secos e luminosos, alia extensas praias de
areia fina e águas tépidas.
As principais regiões de turismo balnear portuguesas são o Algarve, o litoral alentejano e a
Madeira.

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O principal problema que esta forma de turismo encerra é o seu caráter sazonal, pelo que
deve ser complementado com outras que se desenvolvam de forma mais contínua ao longo do ano
(turismo rural, cultural, arquitetónico, etc.)

ANEXO:

As camadas da

atmosfera.

Fontes bibliográficas:
✓ Rodrigues, A. (2022) – Preparar o Exame Nacional; Texto; Lisboa.
✓ Matos, A.; Santos, F.; Lopes, F. (2008) – Espaço Português; Asa; Lisboa.
✓ Queirós, A. (2022) – Preparação para o exame nacional 2022; Porto Editora; Porto.

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