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Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em particular

aquela que é transmitida sob a forma de radiação electromagnética. Cerca de metade


desta energia é emitida como luz visível na parte de frequência mais alta do espectro
electromagnético e o restante na do infravermelho próximo e como radiação
ultravioleta. A radiação solar fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5 x 10 18
kWh de energia, a qual, para além de suportar a vasta maioria das cadeias tróficas,
sendo assim o verdadeiro sustentáculo da vida na Terra, é a principal responsável pela
dinâmica da atmosfera terrestre e pelas características climáticas do planeta

Densidade média do Fluxo Energético[editar | editar código-fonte]

A densidade média do fluxo energético proveniente da radiação solar é de 1367 W/m2,


quando medida num plano perpendicular à direção da propagação dos raios solares no
topo da atmosfera terrestre. Aquele valor médio, designado por constante solar, foi
adotado como padrão pela Organização Meteorológica Mundial, isto apesar de flutuar
umas tantas partes por mil de dia para dia e de variar com a constante alteração da
distância da Terra ao Sol que resulta da elipticidade da órbita terrestre e das alterações
na superfície do Sol (cromosfera e coroa solar), as quais apresentam pontos quentes e
frios em constante mutação, para além das erupções cromosféricas e todos os outros
fenómenos que se traduzem na formação das manchas solares e na complexa dinâmica
dos ciclos solares.

A quantidade total de energia recebida pela Terra é determinada pela projecção da sua
superfície sobre um plano perpendicular à propagação da radiação (π R 2, onde R é o raio
da Terra). Como o planeta roda em torno do seu eixo, esta energia é distribuída, embora
de forma desigual, sobre toda a sua superfície (4 π R2). Daí que a radiação solar média
recebida sobre a terra, designada por insolação seja 342 W/m 2, valor correspondente a
1/4 da constante solar. O valor real recebido à superfície do planeta depende, para além
dos factores astronómicos ditados pela latitude e pela época do ano (em função da
posição da Terra ao longo da eclíptica), do estado de transparência da atmosfera sobre o
lugar, em particular da nebulosidade.

A radiação solar é geralmente medida com um piranómetro ou com um piréliometro, ou


mais recentemente com recurso a radiómetros capazes de registar a composição
espectral e a energia recebida

Composição espectral[editar | editar código-fonte]


Espectro da irradiância solar acima da atmosfera (azul) e à superfície terrestre
(amarelo).

A radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre provém da região da fotosfera
solar, uma camada ténue de plasma com aproximadamente 300 km de espessura e com
uma temperatura superficial da ordem de 5800 K.

Dada a dependência entre a composição espectral e a temperatura, traduzida na


chamada lei de Planck, a composição espectral da luz solar corresponde
aproximadamente àquela que seria de esperar na radiação de um corpo negro aquecido a
cerca de 6000 K, embora apresentando uma clara assimetria resultante da maior
absorção da radiação de comprimento de onda mais curto pelas camadas exteriores do
Sol (veja figura à direita).

Em termos de comprimentos de onda, a radiação solar ocupa a faixa espectral de 100


nm a 3000 nm (3 μm), tendo uma máxima densidade espectral em torno dos 550 nm,
comprimento de onda que corresponde sensivelmente à luz verde-amarelada.

A parte mais alongada do espectro (para a direita na imagem ao lado), tem a sua
máxima intensidade na banda dos infravermelhos próximos, decaindo lentamente com a
diminuição da frequência.

No que respeita à radiação mais energética, isto é de comprimento de onde mais curto,
apesar da maior parte ser absorvida pela atmosfera, a radiação ultravioleta que atinge a
superfície da Terra é ainda suficiente para provocar o bronzeado da pele (e as
queimaduras solares a quem se exponha excessivamente).

Interação com a Terra[editar | editar código-fonte]

A energia solar incidente sobre a atmosfera e a superfície terrestre segue um de três


destinos: ser reflectida, absorvida ou transmitida.

A energia refletida e o albedo[editar | editar código-fonte]

Parte substancial da energia recebida sobre a superfície terrestre é reenviada para o


espaço sob a forma de energia reflectida. As nuvens, as massas de gelo e neve e a
própria superfície terrestre são razoáveis reflectores, reenviando para o espaço entre 30
e 40% da radiação recebida (enquanto a Lua reflecte sob a forma de luar apenas 7 a
12% da radiação incidente). A esta razão entre a radiação reflectida e incidente chama-
se albedo.

Absorção atmosférica[editar | editar código-fonte]

Conforme pode ser observado na imagem do tópico anterior, entre a irradiância do Sol
medida fora da atmosfera (linha verde) e a energia que atinge a superfície da Terra
(linha verde) existem diferenças substanciais resultantes da absorção atmosférica. Esta é
selectiva, atingindo o seu máximo em torno dos pontos centrais dos espectros de
absorção dos gases atmosféricos (indicados na imagem).
Repare-se a elevada absorção do ozónio (O3) atmosférica na banda dos ultravioleta e no
efeito do vapor de água (H2O) e do dióxido de carbono (CO2), estes actuando
essencialmente sobre os comprimentos de onda maiores.

Esta absorção selectiva está na origem do efeito de estufa, devido ao facto da radiação
terrestre, resultante do retorno para o espaço da radiação solar por via do aquecimento
da Terra, ser feita essencialmente na banda dos infravermelhos longos, radiação para a
qual o CO2 tem grande capacidade de absorção.

A parcela absorvida dá origem, conforme o meio, aos processos de fotoconversão e


termoconversão. Na fotoconversão, a energia absorvida é remetida, embora em geral
com frequência diferente, sendo os novos fotões em geral sujeitos a novas absorções,
num efeito em cascata que em geral termina numa termoconversão, a qual consiste na
captura da energia e a sua conversão em calor, passando o material aquecido a emitir
radiação com um espectro correspondente à sua temperatura, o que, no caso da Terra,
corresponde à radiação infravermelha que forma o grosso da radiação terrestre.

Transmissão[editar | editar código-fonte]

De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera, apenas uma
fracção atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela
atmosfera. Esta fracção que atinge o solo é constituída por uma componente directa (ou
de feixe) e por uma componente difusa.

Para além das duas componentes atrás referidas, se a superfície receptora estiver
inclinada com relação à horizontal, haverá uma terceira componente reflectida pelo
ambiente circundante (nuvens, solo, vegetação, obstáculos, terreno).

Antes de atingir o solo, as características da radiação solar (intensidade, distribuição


espectral e angular) são afectadas por interacções com a atmosfera devido aos efeitos de
absorção e espalhamento. Essas modificações são dependentes da espessura da camada
atmosférica atravessada (a qual depende do ângulo de incidência do Sol, sendo maior ao
nascer e pôr-do-sol, daí a diferente coloração do céu nesses momentos). Este efeito é em
geral medido por um coeficiente designado por Coeficiente de Massa de Ar (AM), o
qual é complementado por um factor que reflete as condições atmosféricas e
meteorológicas existente no momento.

O equilíbrio energético no planeta[editar | editar código-fonte]


Em média, da radiação solar incidente (sobre o sistema Terra/atmosfera):

* 19 % é perdida por absorção pelas moléculas de oxigénio e ozónio da radiação


ultravioleta (de alta energia) na estratosfera (onde a temperatura cresce com a altitude);

* 6% é perdida por difusão da luz solar de menor comprimento de onda - azuis e


violetas - (o que faz com que o céu seja azul);

* 24% é perdida por reflexão - 20% nas nuvens e 4% na superfície. (O albedo do


planeta é de 30% (6% difusão+24% reflexão).

* 51% é absorvida pela superfície.

(Note que os valores apresentados são valores médios. Por exemplo, nos pólos a
reflexão da radiação solar incidente é geralmente maior do que 24% e nos oceanos
menor do que 24%.)

A energia radiada pela superfície da Terra, na gama dos infravermelhos, corresponde a


cerca de 117% do total de radiação solar incidente (sobre o sistema Terra/atmosfera).
Dessa energia, apenas 6% é emitida directamente para o espaço (emissão terrestre) e
111% é absorvida pelos gases de estufa da atmosfera, que reemite depois, de volta para
a superfície, uma energia correspondendo a 96% da radiação solar incidente.
Finalmente, uma energia correspondendo a 64% da radiação solar incidente é emitida
pela atmosfera para o espaço (emissão atmosférica).

Note que estes números traduzem um equilíbrio no sistema Terra/atmosfera: a radiação


emitida para o espaço é igual à radiação solar incidente [24% (reflexão) + 6% (difusão)
+ 64% (emissão atmosférica) + 6% (emissão terrestre) = 100%].

No entanto, em média, a superfície absorve mais radiação da que emite e a atmosfera


radia mais energia do que a que absorve. Em ambos os casos, o excedente de energia é
de cerca de 30% da energia da radiação solar incidente no sistema Terra/atmosfera:
superfície - energia absorvida: 147% (51% do Sol + 96% da atmosfera); energia
emitida: 117%
atmosfera - energia absorvida: 130% (19% ultravioleta. + 111% emissão terrestre);
emitida: 160% (64% para o espaço + 96% para a superfície)

A partir desta constatação pareceria que a superfície deveria ir aquecendo e a atmosfera


arrefecendo. Isso não acontece porque existem outros meios de transferência de energia
da superfície para a atmosfera que representam, no seu conjunto, uma transferência
líquida de 30% do total de radiação solar incidente que equilibra o orçamento de energia
no planeta.

O ar quente que se eleva na atmosfera a partir da superfície transfere calor para a


atmosfera. Essa transferência de calor (o fluxo de calor sensível) corresponde a um
valor de energia que é 7% do total de radiação solar incidente.

A evaporação da água na superfície do planeta corresponde a uma extracção de calor


que acaba por ser libertado durante o processo de condensação na atmosfera (que dá
origem à formação das nuvens). Essa transferência de calor (o fluxo de calor latente)
corresponde a um valor de energia que é 23% do total de radiação solar incidente.

As nuvens são das principais responsáveis pela existência da Meteorologia. Sem


elas, não existiriam fenómenos como a neve, trovões e relâmpagos, arco-íris ou
halos. Seria imensamente monótono olhar para o céu: apenas existiria o céu azul.
Uma nuvem consiste num agregado visível de pequenas gotas de água ou cristais
de gelo suspensos no ar. Umas são encontradas a altitudes muito elevadas, outras
quase tocam no chão. Podem assumir formas diversas, mas são geralmente
divididas em 10 tipos básicos.

Classificação de Nuvens

Apesar de os astrónomos antigos terem atribuido nomes às maiores constelações há


cerca de 2000 anos, as nuvens não foram devidamente identificadas e classificadas até
inícios do século XIX. O naturalista francês Lamarck (1744-1829) propôs o primeiro
sistema de classificação de nuvens em 1802, não tendo o seu trabalho sido reconhecido.
Um ano mais tarde, foi a vez do inglês Luke Howard apresentar um novo sistema, sendo
este aceite pela comunidade científica. Em 1887, Abercromby e Hildebrandsson
generalizaram o sistema de Howard, sendo este o utilizado actualmente. As nuvens
aparecem assim divididas segundo as suas dimensões e altura da base:

Apesar de parecerem muitos tipos, basta notar que resultam da combinação de algumas
características básicas:

 As nuvens altas são sempre antecedidas do prefixo cirro porque apresentam


sempre um aspecto ténue e fibroso;
 As nuvens médias apresentam o prefixo alto;
 A designação estrato entra nas nuvens de maior extensão horizontal, enquanto a
designação cumulo entra nas de maior desenvolvimento vertical;
 As nuvens capazes de produzir precipitação identificam-se com o termo nimbo.

As circulações atmosféricas são movimentos fechados do escoamento atmosféricos


provocados pela conservação de massa que constringe o movimento geral da atmosfera
e pelas forças de pressão e empuxo como observadas da superfície da Terra, cuja
observação é feita em um referencial em rotação.

A aplicação dos conhecidos teoremas de Bjerknes em conjunto com a equação de


conservação de massa permite solucionar o escoamento atmosférico em diferentes
escalas de movimento. A circulação atmosférica pode referir-se à circulação da brisa
marítima e terrestre, que é um fenômeno de mesoescala, como também pode se referir
ao escoamento médio anual de grande-escala, como é o caso das circulações de Hadley
e Walker, associadas às ocorrências dos fenômenos de El Niño e La Niña.

A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da atmosfera e o meio


(juntamente com as correntes oceânicas) através do qual o calor é distribuído pela
superfície da Terra.

Apesar da sua estrutura básica da circulação atmosférica global manter-se relativamente


constante do ponto de vista climatológico (média de muitos anos), esta varia
significativamente de ano para ano, ou ainda em escalas menores intra-sazonais.

Muitas vezes, em estudos teóricos e em modelagem computacional, a circulação geral


da atmosfera é utilizada para definir um estado básico (ou de referência) para a
atmosfera. Sobre esse estado básico, os fenômenos de menor escala temporal e espacial
podem ser considerados como perturbações (ondas) sobrepostas ao estado básico, ou à
circulação geral. É comum se falar da corrente de oeste do escoamento da alta
troposfera, que em latitudes médias e altas pode ser considerado geostrófico também ou
em balanço com as forças de curvatura centrípetas e centrífugas, em um referencial em
rotação.

Os sistemas meteorológicos isolados que ocorrem imersos no escoamento de grande-


escala (como as depressões das latitudes médias e as células convectivas tropicais)
ocorrem quase ao "acaso", isto é, devido às instabilidades (termodinâmicas e dinâmicas)
do escoamento atmosférico em diferentes escalas. Geralmente aceita-se que o tempo
meteorológico não pode ser determinado pela integração das equações atmosféricas para
além de um período relativamente de poucos dias e em um máximo 15 dias. A maioria
dos modelos de previsão de tempo faz prognósticos que se estendem até 10 dias (ver
Teoria do caos e Efeito borboleta). Apesar disso, a média de longo período destes
sistemas, ou seja, o que se convenciona chamar de clima pode ser relativamente estável
ao longo de vários anos.

As correntes de vento e os jet streams que envolvem o planeta são misturados por três
grandes células: a Células de Hadley, as Células de Ferrel e as células polares.

Circulação geral da atmosfera[editar | editar código-fonte]


A circulação geral de larga escala do ar na troposfera é originada por o aquecimento
desigual da superfície do solo. As diferenças de temperatura dos pólos e do equador, da
terra e do mar vão originar movimentos do ar que são muito importantes no tempo
meteorológico. À latitude 35º graus norte e sul, a superfície da terra recebe maior
radiação do aquela que perde. Já nos pólos a quantidade de radiação absorvida é menor
do que aquela que se perde. Se o calor, não fosse transportado do equador para os pólos
o equador tornava-se cada vez mais quente. Se o frio não fosse transportado dos pólos
para o equador, os pólos tornavam-se mais frios. A atmosfera é um grande agente de
transporte de calor e a seguir está o oceano que transporta grande parte do calor
terrestre.

Entre as mais importantes células de circulação global atmosféricas encontram-se a:

 Célula de Hadley - circulação no plano vertical-meridional (sul-norte)


 Célula de Walker - circulação no plano vertical-zonal (oeste-leste)

Essas células de circulação podem ser observadas nos campos médios anuais e suas
posições médias determinadas a partir de médias temporais de longos períodos (i.e., de
vários anos e tipicamente para períodos de 30 anos).

OS QUATRO TIPOS DE TEMPO


Uma das medidas salutogenéticas mais eficientes que podemos tomar no dia a dia é
moldar nosso tempo conscientemente em um modo rítmico, enquanto o estilo de vida
contemporâneo é um em que o tempo nos determina através de experiências como a de
“pressão de prazo”, dando-nos a sensação de já não termos tempo, ou tiranizando-nos
com a ideia de lapsos de tempo dentro dos quais temos de obter ou produzir certos
resultados. A consequência disso é stress, nervosismo, pânico, etc.  Aprender a lidar
com o tempo estruturando-o ritmicamente é hoje muito importante, pois está cada vez
mais difícil lidar com ele em nossa cultura tecnológica e mecanicista. E ao examinarmos
nosso relacionamento com o tempo descobrimos que existem quatro diferentes
dimensões do tempo. Compreendê-las e distingui-las pode ser um primeiro passo na
direção da transformação de pressão  angustiante em ritmo vivificante.
Tempo cronológico - o tempo do relógio
Em verdade, este tempo que dividimos em segundos, minutos, horas, dias, semanas,
meses, anos e assim por diante, não é real. Nós o inventamos como um artifício, um
molde, uma forma de ter sob controle o tempo real. Ele é quantitativo e mensurável.
Nenhuma cultura antiga jamais viveu sob as restrições e limites de tempo de forma a
adaptar-se a eles como nós fazemos hoje. Vivia-se guiado pelos ritmos cósmicos, tal
como se expressam na natureza. O tempo do relógio é uma violação do tempo real.
Ficamos aprisionados neste tempo e o convertemos em doença cultural. Nenhum relógio
pode replicar o tempo precisamente, pois em realidade, a natureza sempre o traz em
sutis variações. As órbitas planetárias por exemplo, nunca são tão precisas ou
absolutamente determinadas pelo tempo mecânico, mas estão sempre sujeitas a
pequenas variações e mudanças.
Tempo Vivo – Ritmo 
Nós nos aproximamos da verdadeira natureza do tempo ao considerá-lo
qualitativamente. Este segundo olhar para o tempo o enxerga como ritmo, como ciclos,
como o tempo da natureza ou tempo vivo. Ritmo é sempre uma alternância regular, um
pulsar vivo, um contrair e expandir, um aumentar e diminuir, e está sempre embebido
em outros ritmos que o influenciam e podem variar. O portador dos processos temporais
na natureza é o assim chamado reino etérico, e no ser humano, o corpo vital. Se nós
conhecêssemos os ritmos do corpo vital e vivêssemos neles seríamos muito mais
saudáveis.
Tempo Psicológico
A forma como nos relacionamos com o tempo, como o experimentamos, é chamada de
dimensão psicológica. Uma conversa entediante dura uma eternidade, enquanto um
encontro que suscite em nós interesse, que nos apaixone, faz o tempo voar. Nossos
sentimentos constantemente influenciam nosso tempo natural e vital, alongando-o ou
comprimindo-o. Alegria, tristeza e outras emoções deixam seu selo e estampa no modo
como experimentamos o tempo, por exemplo, quando temos de esperar ou somos
obrigados a nos apressar.
Ansiedade, tensão e nervosismo são forças de desgaste e destruição. Uma vez que stress
conduz à exaustão, tempo psicológico deve ser considerado nestas condições como um
oponente do tempo vivo. Nossos desejos insaciáveis de atar o futuro a ideias
predeterminadas de como algo deve acontecer ( por falta de confiança no destino ou na
vida) e manifestá-lo por meio de planos fixos, que geram inúmeras preocupações se ele
assim não se cumpre, acabam por adoecer-nos. Felizmente, há uma quarta ordem do
tempo que pode vir em nosso socorro.
Tempo do Eu – tempo Livre
O fato de que podemos observar, experimentar e até estudar o tempo como fenômeno
mostra que uma parte de nosso ser vive em uma situação que nos permite emancipar-
nos tanto do tempo quanto do espaço. Nosso eu é capaz de compreender conceitos tais
como tempo, espaço, eternidade, duração etc, somente porque é independente de todos
eles. Portanto, nosso eu não apenas sente e compreende o tempo, mas pode também
estruturá-lo.Para chegarmos a uma conexão com o tempo do eu podemos praticar
exercícios que conduzam a uma calma interior e equilíbrio íntimo, e também fortalecer
nossa habilidade de atenção e concentração. Em outras palavras, estamos falando de
meditação. Uma das importantes consequências destes exercícios pode ser o cultivo
progressivo da capacidade de sair do tempo e elevar-se acima dele. É como se
pudéssemos viver num estado de atenção tão plena que entramos num outro reino, no
eterno presente. E assim, vivemos a partir de uma “presença de espírito”, como se
costuma dizer. Neste estado, nos sentimos íntegros e equânimes, proativos em lugar de
reativos, e confiantes ao invés de hesitantes ou apreensivos.Quanto mais praticamos
exercícios desta natureza, mais nos tornamos aptos a estruturar o tempo e viver na
sincronicidade. Queremos com isso convidá-los a iniciar um caminho de prática
meditativa que possa levar a meditação a se tornar não apenas um exercício
momentâneo, mas uma postura de vida, uma atitude que permeia toda a existência e nos
põe em contato com a fonte geradora de tempo e vida.

Os fenômenos El Niño são alterações significativas de curta duração (15 a 18 meses) na


distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos
efeitos no clima.[1] Estes eventos modificam um sistema de flutuação das temperaturas
daquele oceano chamado Oscilação Sul e, por essa razão, são referidos muitas vezes
como OSEN (Oscilação Sul-El Niño). Seu papel no aquecimento global é uma área de
intensa pesquisa, ainda sem um consenso.
Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenômeno El Niño, os ventos
alísios sopram no sentido leste-oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um
excesso de água no Pacífico oriental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de
meio metro mais alta nas costas da Indonésia que no Equador. Isto provoca a
ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental
da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho, promovendo imensas
populações de peixes – a pescaria de anchoveta no Chile e Peru já foi a maior do
mundo, com uma captura superior a 12 milhões de toneladas por ano. Estes peixes, por
sua vez, também servem de sustento aos pássaros marinhos abundantes, cujas fezes
depositadas em terra, o guano, servem de matéria prima para a indústria de fertilizantes.

Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos,


com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força em todo o centro do
Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na
acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul e,
consequentemente, na diminuição da produtividade primária e das populações de peixe.

Os ventos alísios ao soprar no sentido leste-oeste, resfriam a superfície do mar próxima


ao litoral do Peru e, de certa forma, “empurram” as águas mais quentes na direção
contrária, caracterizando uma diferença de temperatura entre as duas regiões. Então, na
região de águas mais quentes ocorre a evaporação mais rápida da água e a formação de
nuvens. Para isso, ou seja, para formar as nuvens, o ar quente sobe ao mesmo tempo em
que o ar mais frio desce na região oposta, formando o fenômeno que
os meteorologistas chamam de “célula de circulação de Walker”. A ocorrência deste
outro fenômeno forma outro, conhecido como “ressurgência”, ou, afloramento das
águas frias do oceano à superfície, dando continuidade ao ciclo.

Outra consequência de um El Niño é a alteração do clima em todo o Pacífico equatorial:


as massas de ar quentes e úmidas acompanham a água mais quente, provocando chuvas
excepcionais na costa oeste da América do Sul e secas na Indonésia e Austrália. Pensa-
se que este fenômeno é acompanhado pelo deslocamento de massas de ar pelo globo,
provocando alterações do clima em todo o mundo. Por exemplo, durante um ano com El
Niño, o inverno é mais quente que a média nos estados centrais dos Estados Unidos,
enquanto que nos do sul há mais chuva; por outro lado, os estados do noroeste do
Pacífico (Oregon, Washington, Colúmbia Britânica) têm um inverno mais seco. Os
verões excepcionalmente quentes na Europa e as secas em África parecem estar
igualmente relacionadas com o aparecimento do El Niño.

O nome “El Niño” foi escolhido pelo fato do fenômeno de aquecimento das águas na
costa do Peru acontecer em dezembro, próximo ao Natal, e faz referência ao “Menino
Jesus” ou, em espanhol “Niño Jesus”. O fenômeno já era conhecido entre os pescadores
da região por causar diminuição na oferta de pescados nesse período, mas, só ganhou
fama mundial após o período de 1997 a 1998 quando alcançou seu período de maiores
efeitos.

La Niña é o fenômeno inverso, caracterizado por temperaturas anormalmente frias,


também no fim do ano, na região equatorial do Oceano Pacifico, muitas vezes (mas não
sempre) seguindo-se a um El Niño.[2] Também já foi denominado como “El Viejo” (“O
Velho”, ou seja, a antítese do “menino”) ou ainda o “Anti-El Niño”.

OSEN (Oscilação Sul-El Niño)[editar | editar código-fonte]

A Oscilação Sul é a flutuação interanual da pressão atmosférica ao nível do mar no


Oceano Pacífico, devida a variações na circulação atmosférica. Normalmente, os ventos
alísios sopram para sudoeste (no hemisfério sul), levando a água da superfície do mar
aquecida na região do equador para a costa da Indonésia e Austrália e, com ela, massas
de ar também aquecidas. No entanto, a força dos ventos varia de um ano para outro,
provocando diferenças na temperatura e pluviosidade nos vários continentes que
ladeiam aquele oceano.

Aparentemente, estas variações também se registam nos outros oceanos, mas ficaram
mais conhecidas pelas anomalias conhecidas pelo nome “El Niño”, que foram
descobertas no Oceano Pacífico. Por essa razão, as anomalias passaram a ser estudadas
em termos de prever a ocorrência daquele evento e muitas vezes usa-se a expressão
OSEN (Oscilação Sul-El Niño ou ENSO, da expressão em inglês) como sinónimo do El
Niño ou da Oscilação Sul e aplica-se a anomalias do clima e da circulação marinha em
qualquer oceano – os eventos OSEN do Oceano Atlântico ocorrem 6-15 meses depois
de ocorrerem no Pacífico.

A Oscilação Sul é verificada através do Índice de Oscilação Sul (IOS ou SOI, em


inglês), que é a diferença normalizada entre a pressão atmosférica medida no Tahiti (na
Polinésia Francesa) e em Darwin, na Austrália. Um valor alto do IOS (grande diferença
de pressões) significa ventos mais fortes que a média e normalmente está associado a
uma situação de “La Niña”, ou seja, água com temperatura superficial mais fria que a
média na costa ocidental da América do Sul, e vice-versa.

Uma vez que estes eventos têm uma grande influência no clima, provocando secas ou
cheias e, portanto, afectando a agricultura e, em geral, a economia dos países, o estudo
da Oscilação Sul e das suas anomalias ou OSEN, tem uma grande importância, não só
para a economia mundial, mas também para a compreensão dos fenómenos climáticos.

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