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Radiação solar Energia sob a forma de luz (visível e não visível) emitida pelo Sol e recebida por

unidade de superfície
propaga-se
através de:

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
ondas eletromagnéticas

O conjunto de radiações
eletromagnéticas, de
diversos comprimentos de
onda, designa-se por:

ATMOSFERA

Camada gasosa com cerca de 800-1000 km de espessura que envolve e protege a Terra e que a acompanha
em todos os seus movimentos, devido à força de atração gravitacional.

Desempenha um papel fundamental Constituída por diferentes gases, de


na quantidade de radiação solar que concentração permanente ou
chega à superfície da Terra variável

Contraste Solar A quantidade de energia solar que atinge o limite superior da atmosfera, por
unidade de tempo e área.

Radiação Solar Global Apenas cerca de 51% da radiação solar que toca o limite superior da atmosfera
chega efetivamente à superfície terrestre. Esse valor constitui a radiação solar global
Ao atravessar a atmosfera, a radiação solar sofre um conjunto de acidentes de propagação:

ABSORÇÃO - parte da radiação solar retida pela atmosfera e


que resulta num aumento da temperatura. Os principais
absorventes são: ozono, vapor de água, dióxido de carbono,
partículas sólidas e líquidas

REFLEXÃO - parte da radiação solar, que, ao incidir sobre um


corpo, vai, em maior ou menor quantidade, sofrer uma
Que desviam a sua
mudança de direção. Integra o albedo – quantidade de
direcção e diminuem a
energia refletida por um corpo, em relação ao total de energia
sua intensidade
nele incidente, variando de acordo com a natureza da
superfície terrestre

DIFUSÃO - parte da radiação solar que se dispersa no espaço,


numa multiplicidade de direções, através dos gases e das
partículas sólidas e líquidas em suspensão na atmosfera

Radiação solar incidente no limite


superior da atmosfera

30% 19% 51%


são perdidos por são perdidos por são absorvidos pela
reflexão/difusão: absorção: superfície terrestre
– 6% pela atmosfera – 16% pela atmosfera (radiação solar
– 20% pelas nuvens – 3% pelas nuvens global
– 4% pela superfície terrestre
O planeta está em equilíbrio térmico visto que os ganhos de energia são iguais às perdas

Equilíbrio térmico Manutenção de uma temperatura média constante no globo, de cerca de 15


ºC, em resultado de o sistema Terra-Atmosfera libertar para o espaço a
mesma quantidade de energia que recebe do Sol.

A radiação solar incidente no limite superior da atmosfera (100%) é exatamente igual ao total de
radiação saída para o espaço

A temperatura média da Terra, mantém-se relativamente constante, cerca de 15 ºC, devendo


considerar-se:

• radiação terrestre • regulação das temperaturas pela atmosfera, permitindo o equilíbrio


• contrarradiação térmico da Terra, através do efeito de estufa
EFEITO DE ESTUFA Aquecimento natural da baixa atmosfera devido à interceção e absorção
pelas nuvens, poeiras e certos gases (como o vapor de água e o dióxido de
carbono) da radiação infravermelha emitida pela Terra (radiação terrestre)

Os gases com efeito de estufa (GEE) como o:

• dióxido • metano • óxido


de carbono (CH4) nitroso
(CO2) (N2O)

- existem naturalmente na atmosfera


- absorvem parte da radiação terrestre
- contribuem para a regulação da
temperatura do planeta

VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR AO LONGO DO DIA NATURAL

A intensidade de radiação solar recebida varia num determinado lugar, ao longo do dia natural, uma vez que
o ângulo de incidência e a massa atmosférica a percorrer pelos raios solares também variam.

Esta variação é uma


consequência do
movimento de rotação, que
é responsável, entre outros
fatores, pela variação do
ângulo de incidência dos
raios solares ao longo do
dia, num dado lugar, e pela
sucessão dos dias e das
noites.
Quanto maior for a inclinação dos raios solares (situação A e C), isto é, quanto maior for o ângulo
de incidência da radiação solar, menor é a quantidade de radiação solar recebida por unidade de
superfície, uma vez que:

- A área pela qual os raois solares se distribuem é maior, pelo que a intensidade da radiação
recebida é menor;
- A massa atmosférica atravessada pelos raios solares é maior, conduzindo a maiores
perdas energéticas por absorção, reflexão e difusão.

Quanto menor for a inclinação dos raios solares (situação B), ou seja, quanto menor for o ângulo
de incidência da radiação solar, maior é a quantidade de radiação solar recebida por unidade de
superfície, visto que:

- A área pela qual os raios solares se distribuem é menor, pelo que a intensidade da radiação
recebida é maior.
- a massa atmosférica atravessada pelos raios solares é menor, conduzindo a menores
perdas de energia.
-

VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR AO LONGO DO ANO E DE LUGAR PARA LUGAR

A intensidade de radiação solar recebida num lugar ao longo do ano é variável, em resultado da
forma elítica da Terra, da inclinação do seu eixo e do movimento de translação

Durante o seu movimento


anual aparente, o sol
desloca-se:
- Entre o trópico de Câncer e
o trópico de Capricórnio,
durante seis meses do ano,
entre o solstício de junho e o
solstício de dezembro
- Entre o trópico de
Capricórnio e o trópico de
Câncer, durante seis meses
do ano, entre o solstício de
dezembro e o solstício de
junho.

SOLSTÍCIOS Solstício de junho – ocorre no dia 21 de junho. Começa o verão no hemisfério norte e o
Dias do ano em que o inverno no hemisfério sul. Corresponde ao dia em que a Terra se encontra mais afastada
sol se “encontra” no do sol.
mesmo plano dos Solstício de dezembro – ocorre no dia 21 ou 22 de dezembro. Começa o inverno no
trópicos hemisfério norte e o verão no hemisfério sul. Corresponde ao dia em que a Terra se
encontra mais próxima do sol
EQUINÓCIOS Equinócio de março – Ocorre no dia 21 de março. Começa a primavera no hemisfério
Dias do ano em que norte e o outono no hemisfério sul.
o sol se “encontra”
Equinócio de setembro – Ocorre no dia 22 ou 23 de setembro. Começa o outono no
no mesmo plano do
hemisfério norte e a primavera no hemisfério sul.
equador

Solstício de junho: Os raios solares incidem com menor inclinação sobre o trópico de Câncer. Aqui,
e para qualquer lugar a norte do trópico de Câncer, o ângulo de incidência atinge o seu valor
maielevado e a massa atmosférica o seu valor mais reduzido. Assim:

- A área iluminada é menor e a concentração de energia por unidade de superfície é mais


elevada;
- A duração do dia natural aumenta em latitude (o dia é maior que a noite)
- Massa atmosférica atravessada pelos raios solares é menor.

Equinócios de março e setembro: A inclinação dos raios solares é mínima no equador. Para
qualquer lugar à superfície da Terra, o dia é igual à noite, 12 horas, já que:

- A área iluminada pelos raios solares é igual


- concentração de energia por unidade de superfície é idêntica
- Massa atmosférica atravessada pelos raios solares é a mesma

Solstício de dezembro: Os raios solares incidem com menor inclinação sobre o trópico de
Capricórnio. Para qualquer lugar do hemisfério norte, o ângulo de incidência atinge o seu valor mais
reduzido e a massa atmosférica o seu valor mais elevado. Assim

- A área iluminada é maior


- concentração de energia por unidade de superfície diminui em latitude;
- Massa atmosférica atravessada pelos raios solares é maior
- COMO VARIA, NO ESPAÇO, A RADIAÇÃO SOLAR E A INSOLAÇÃO?

A quantidade de radiação solar e de insolação recebidas na superfície terrestre varia de lugar para
lugar, em resultado de factores como:

Latitude:

Quanto menor for a latitude, menor é o ângulo de incidência da radiação solar, o que se reflecte
numa maior radiação solar recebida por unidade de superfície, visto que:

 Os raios solares têm de atravessar uma menor espessura atmosférica, o que origina menos
perdas energéticas.
 A energia tem de se distribuir por uma área menor

Relevo:
- O relevo

A radiação solar recebida aumenta com a altitude, uma vez que, com o aumento da temperatura:

 A espessura da atmosfera a atravessar pelos raios solares diminui


 A quantidade de vapor de água, de dióxido de carbono e de partículas sólidas e liquidas da
atmosfera diminuem em altitude, decrescendo a absorção da radiação
Á medida que a altitude aumenta, ocorre com frequência um aumento da nebulosidade, o que
origina uma redução da radiação solar e da insolação recebidas.

A partir do limite superior das nuvens, a radiação solar e a insolação recebidas voltam a aumentar
com a altitude.

- A exposição geográfica das vertentes aos raios solares

Em consequência do movimento de rotação da terra e do movimento diurno aparente do Sol, no


hemisfério norte, ao meio-dia, o Sol indica o Sul.

Assim, as vertentes expostas a:

 sul (soalheira), registam maiores de valores de radiação solar e de insolação


 norte (umbrias), registam menores valores de radiação solar e de insolação

CONTINENTALIDADE:
O oceano é uma fonte de vapor de água, favorecendo a humidade e a nebulosidade.

Como as nuvens absorvem e refletem parte da radiação solar incidente, as regiões próximas do
mar registam uma menor insolação e uma menor intensidade da radiação solar do que as regiões
de maior continentalidade.

Assim, as regiões do litoral, devido á proximidade do mar, registam ao longo do ano, uma maior
nebulosidade do que as regiões do interior, pelo que possuem menores valores de insolação e de
radiação sola recebidos .

Como se distribuem a radiação solar e a insolação em Portugal?


Apesar da reduzida extensão do território nacional, a radiação solar global e a insolação, no
Continente, registam significativos contrastes
 entre o norte e o sul do Continente, verificando-se , no sul (regiões de menor latitude), valores
de radiação solar global e de insolação mais elevados do que no norte.
 Entre o litoral ocidental e o interior, pois os valores de radiação solar global e de insolação são
inferiores no litoral e superiores no interior, isto é aumentam no litoral para o interior, devido a
maior continentalidade
 Entre as áreas de maior e de menor altitude, sendo as regiões de maior altitude (cordilheiras
montanhosas e serras), as que registam uma menor insolação.

Nos arquipelagos verifica-se tambem uma variabilidade espacial da insolação e da radiação solar.
Assim, em ambos os arquipelagos:

 A insolação diminui do litoral para o interior, em virtude da variação da altitude


 A radiação solar aumenta do litoral para o interior

Quais os fatores explicativos da variação da temperatura?

LATITUDE

MAIOR
MENOR
LATITUDE
LATITUDE

MENOR MAIOR
TEMPERATURA TEMPERATURA
RELEVO

-Altitude

 o ar é mais rarefeito
 possui menos partículas e gases atmosféricos, tendo
menor capacidade de reter calo

 O ar é mais denso
 Possui partículas e gases atmosféricos que retem o
calor, absorvendo assim maiores quantidades de
radiação solar
- Disposição do relevo em relação à linha de costa

Os relevos concordantes, isto é, paralelos à linha de


costa, como os que se localizam no noroeste de Portugal
continental, constituem um obstáculo à passagem para o
interior dos ventos húmidos de oeste. As massas de ar,
ao encontrarem uma montanha, são obrigadas a subir, o
que leva à for- mação de nuvens e possível queda de
precipitação. Depois de passa- rem os obstáculos, na sua
progressão para o interior, as massas de ar vão ficando
mais secas, não tendo capacidade de amenizar as
temperaturas ao longo do ano.

Os relevos discordantes, como a Cordilheira Central, ao


terem uma disposição perpendicular e/ou oblíqua em
relação à linha de costa, permitem que os ventos
húmidos de oeste penetrem mais facilmente nas regiões
do interior, amenizando, assim, as temperaturas ao
longo do ano.

CONTINENTALIDADE

Os oceanos têm um efeito amenizador das temperaturas


Os continentes aquecem mais depressa do que os oceanos, mas também arrefecem mais
depressa
 VERÃO: a água do mar demora mais tempo a aquecer que a terra e, por isso, o litoral é
mais fresco do que o interior
 INVERNO: a água do mar vai libertando o calor que acumulou durante o verão, amenizando
as temperaturas

À medida que nos afastamos do litoral em direcção ao interior a continentalidade aumenta e o


efeito amenizador das temperaturas do oceano vai diminuindo, aumentando, desta forma, a
amplitude térmica anual (ATA)

Como se distribui a temperatura em Portugal?


A distribuição da temperatura no território nacional evidencia contrastes:

TMA MAIS BAIXAS TMA MAIS ELEVADAS

- norte do continente - litoral algarvio

- áreas montanhosas - vale superior do Douro e do Guadiana

Na ilha da Madeira, os contrastes na distribuição da temperatura são significativos


- vertente voltada a norte, exposta aos ventos húmidos e mais umbria
- No Porto Santo, os contrastes térmicos são menos acentuados (menor altitude)
- Deste modo, as temperaturas são mais elevadas na encosta sul e diminuem para o interior
da ilha, em função da altitude
- vertente voltada a sul, mais abrigada da ação dos ventos e soalheira

Na região autónoma dos Açores, a variação térmica é pouco acentuada, devido à influência do
oceano Atlântico.
- as diferenças acabam por refletir a influência do relevo, onde as áreas de maior altitude
registam temperaturas inferiores às das áreas mais baixas

As isotérmicas sofrem uma


inflexão:
• no vale superior do rio Douro,
para Oeste, uma vez que é uma
área abrigada dos ventos húmidos
de oeste, pelas montanhas
concordantes, e é também
influenciada pelos ventos quentes
e secos vindos de Espanha
• no vale do Mondego, para ES-
Nordeste, devido ao sistema
montanhoso discordante, logo,
recetor da influência dos ventos de
oeste que ali vão amenizar as
temperaturas no verão.

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